quarta-feira, 2 de março de 2011
Críticas e Mal Entendidos sobre Agricultura Orgânica – Contra Argumentos
MAL ENTENDIDO 1: Resíduos de agrotóxicos em alimentos convencionais seguem padrões de segurança e estão dentro dos limites de segurança.
Contra Argumentos: A pesquisa brasileira da ANVISA (PARA 2001-2009) mostra que infelizmente isso não acontece com nossos vegetais.
MAL ENTENDIDO 2: Não há evidência consistente de diferenças entre alimentos orgânicos e convencionais
Contra Argumentos: Alimentos orgânicos têm menores níveis de agrotóxicos, drogas veterinárias e teor de nitrato. Além disso, têm maior teor de antioxidantes, fitoquímicos, minerais e algumas vitaminas. Quanto ao teor de carboidratos, proteínas e gorduras eles não diferem muito, mas acredita-se que os orgânicos têm valor nutricional mais equilibrado (e não maior). Alimentos orgânicos de origem animal têm melhor qualidade de gordura e menos teor de ácidos graxos saturados e os processados não têm gordura hidrogenada, nem aditivos químicos sintéticos e não são irradiados. Por isso são, sem dúvida, mais saudáveis.
MAL ENTENDIDO 3: Grupos de empresários orgânicos divulgam informações sobre o perigo dos alimentos convencionais para aumentar seu lucro e espaço de mercado.
Contra Argumentos: Na verdade, a maioria das comunicações sobre os benefícios dos alimentos orgânicos – que são cada vez mais conhecidas – são divulgadas pelos consumidores, pela mídia, por associações e organizações não governamentais de incentivo à agricultura orgânica, e por profissionais da saúde que não têm interesse comercial no setor. As grandes empresas que têm condições de assumir os altos custos do marketing dos orgânicos não se interessam por esse setor, pois também produzem alimentos convencionais que ainda mantém a maior parte de seus lucros.
MAL ENTENDIDO 4: A Agricultura Orgânica aumenta o risco de contaminação alimentar. Exemplos: alimentos orgânicos contêm mais bactérias como E. coli porque utilizam adubo de origem animal; e micotoxinas por causa da falta de agrotóxicos no cultivo.
Contra Argumentos: Os padrões orgânicos de utilização de esterco seguem rígidas recomendações: ou o esterco deve ser preparado antes como composto e sofre degradação térmica, ou deve ser aplicado somente após 90 dias de coletado. Dessa forma, não existe mais risco de contaminação patogênica entre orgânicos que devem ser corretamente higienizados antes de serem consumidos, como qualquer outro vegetal. Mas é bom lembrar que a agricultura convencional utiliza toneladas de esterco de vaca e de galinha in natura, sem qualquer tipo de processamento ou regras para utilização. A E.coli é encontrada em todo lugar e as práticas de higienização são necessárias para prever qualquer tipo de contaminação, em qualquer tipo de alimento. A aplicação de composto não figura entre a maior causa de contaminação de E.coli nos seres humanos, que segundo a US Centers for Disease Control ocorre por consumo de carne infectada durante o abate. Além disso, em pesquisa realizada pela FAO, descobriu-se que vacas soltas, tratadas a pasto ou feno (como no caso dos animais orgânicos) produzem menos (de – tirei) E.coli no seu material fecal do que os animais confinados tratados com cereais. Quanto às micotoxinas, a AO não usa fungicidas, mas apresenta outras vantagens que previnem a contaminação dos alimentos por micotoxinas e reduzem a concentração de fungos, como plantas com células e tecidos mais estáveis e resistentes a fungos; esquemas de rotação de culturas e manejo animal mais saudável. A FAO também publicou estudo que demonstra que níveis menores de micotoxinas são encontrados em leites de origem orgânica quando comparadas com leites de origem convencional.
MAL ENTENDIDO 5: Muitos alimentos naturais contêm substâncias alergênicas que têm impacto sobe a saúde. A transgenia pode ajudar a minimizar tais efeitos.
Contra Argumentos: Existem realmente agentes naturais nos alimentos que podem ser tóxicos como os glicoalcalóides nas batatas, o ácido cianídrico em frutas como ameixa, damasco, maçã e pêssego, e os glicosinolatos no espinafre e couves. Mas tudo é uma questão de dose, modo de preparo e sensibilidades individuais. Além disso, ressalta-se que tais substâncias se encontram nos alimentos orgânicos e convencionais e não há estudo que mostre que as substâncias tóxicas naturais são mais potentes nos orgânicos. A transgenia poderia ser um processo para amenizar tais substâncias, mas a intoxicação rara que tais substâncias causam nos seres humanos são bem menos problemáticas e preocupantes do que os efeitos ainda não delineados dos alimentos transgênicos. E ao tentar solucionar problemas de alergia, a transgenia acaba produzindo novos alergênicos como no caso das intoxicações com o suplememto alimentar transgênico L- triptofano e com o milho StarLink, com o gene contendo a toxina Bt. Isso sem falar dos problemas sociais, ambientais e éticos das sementes transgênicas, liberadas no Brasil sem rotulagem, infringindo normas básicas de biossegurança.
MAL ENTENDIDO 6: Alguns pesticidas “verdes” ou “orgânicos” podem causar danos à saúde e são usados em grandes doses. Por isso não há razão para confiar nos alimentos orgânicos.
Contra Argumentos: Com certeza, pesticidas naturais (e também adubos orgânicos) podem causar danos se forem usados de forma inconseqüente, em altas doses, sem respeito aos prazos de carência. Mas uma Agricultura Orgânica séria e comprometida deve buscar seguir princípios de segurança e equilíbrio no uso de tais substâncias. Outra questão importante é que uma propriedade orgânica, à medida que consegue equilibrar o ecossistema ao seu redor com um manejo correto, depende cada vez menos de fertilizantes e pesticidas naturais. Com o tempo, o solo se enriquece, o policultivo e a rotação de culturas se estabelecem, a biodiversidade aumenta e as espécies nativas se proliferam, atingindo um estado de equilíbrio que prescinde de insumos externos para produzir alimentos. Ou seja, a AO usa pesticidas no inicio da produção, mas a proposta é, a médio e longo prazo promover o equilíbrio do agroecossistema e evitar o uso de pesticidas. Isso vale também para a produção animal. Uma produção orgânica de qualidade não deve almejar granjas orgânicas com uso de probióticos, fitoterapia e rações orgânicas, mas deve criar animais livres e saudáveis, capazes de procriar, de se alimentar e de se comportar de acordo com sua espécie. É como o ser humano que chega doente e desequilibrado ao médico e precisa do medicamento. Mas se ele passa a ter uma vida equilibrada, cuida da alimentação, do sono, do ritmo, do exercício físico e das suas emoções, ele se torna saudável e adoece raramente, evitando o uso de drogas – naturais ou sintéticas. É esse “estado de saúde” e independência que uma propriedade orgânica deve almejar e alcançar.
MAL ENTENDIDO 7: Alimentos orgânicos são muito caros e estão se tornando “comida de rico”.
Contra Argumentos: Resumidamente, essa é uma questão que envolve de que forma e onde o consumidor compra seu alimento orgânico e qual o seu parâmetro de alimento “caro e barato”. Outra questão diz respeito ao quanto o consumidor deseja se envolver para mudar esse conceito e quais são suas prioridades de consumo alimentar. Ressaltamos que, em geral, os custos para produzir alimentos convencionais são bem mais altos do que para a produção de orgânicos. As externalidades ambientais ( contaminação de águas, solo e ar, perda de biodiversidade), sociais ( exclusão de agricultores) e sobre a saúde humana(contaminações químicas) não são levadas em conta no preço da comida. Em longo prazo, consumir alimentos orgânicos significa menos doenças, menos intervenções médicas e hospitalares e um meio ambiente preservado e saudável.
Em países como o Brasil, a produção orgânica tem custo mais baixo que a convencional e há regiões que produzem orgânicos com o mesmo preço que os convencionais. Isso depende da organização dos agricultores e do circuito de vendas que o consumidor deseja apoiar. Resumidamente, comprar direto dos agricultores (cestas, feiras, etc) é mais barato do que em lojas especializadas, e muito mais acessível que nas grandes redes de supermercados. Essa é uma dimensão real e bem complexa que um parágrafo não vai responder bem.
MAL ENTENDIDO 8: As pessoas não podem comprar orgânicos, então promover a Agricultura Orgânica reduzirá o consumo de frutas e verduras, alimentos saudáveis, porém caros quando orgânicos.
Contra Argumentos: Primeiramente, é preciso levar em conta o contexto anteriormente indicado. Não há dúvida de que promover o consumo de alimentos saudáveis deveria ser uma das prioridades da área da saúde. Não podemos esquecer que as frutas e verduras, mesmo sendo nutricionalmente saudáveis, podem ser ainda mais potentes promotoras da saúde se forem orgânicas. Isso porque além de terem maior quantidade de minerais e fitoquímicos, elas têm menos agrotóxicos e resíduos de fertilizantes sintéticos. Frutas e verduras são saudáveis. Se orgânicas, mais ainda! A área da saúde não pode ignorar esse fato e os especialistas devem indicar o que é superior.
As evidências mostram que os consumidores orgânicos consomem mais frutas e verduras e menos alimentos insalubres do que a maioria da população. Promover a AO significa, a médio prazo, maior oferta e demanda de alimentos orgânicos e menor preço; e essa ação faz parte da necessária estratégia de promoção de hábitos alimentares saudáveis e da saúde ambiental e social que queremos ver na sociedade atual.
Ressaltamos que o preço relativamente barato de alimentos como óleo, gorduras, açúcar e alimentos industrializados, que promovem obesidade e muitas doenças não transmissíveis, não reflete o preço real desses alimentos, que é distorcido por políticas de subsídios agrícolas. Futuras intervenções políticas serão necessárias para apoiar a AO (e toda cadeia de alimentos saudáveis), se todos os consumidores se envolverem e desejarem essa perspectiva produtiva e escolherem políticos comprometidos com essa causa.
MAL ENTENDIDO 9: Alimentos orgânicos não são saborosos e atraentes.
Contra Argumentos: Bem, primeiramente o que é saboroso é um conceito muito subjetivo. Há pessoas que não gostam do sabor de leites in natura e frangos orgânicos de carnes rígidas e preferem leites de caixinha (UHT) e aves de granja, de carnes “macias”. O que as poucas pesquisas na área indicam é que os alimentos orgânicos têm sabor, textura, cor e odores originais; mostram alimentos como tomates, morangos, maçãs e cenouras mais adocicados e cascas de ovos e carnes mais firmes. Se vierem de uma agricultura orgânica de qualidade, os produtos orgânicos são atraentes e devem apresentar excelente aspecto. Mas eles não são padronizados em formas e tamanhos, o que é perfeitamente natural, na concepção da palavra.
E é preciso ressaltar que muitos chefes de cozinha no Brasil e no mundo recomendam e sinalizam a superioridade dos orgânicos em termos de sabor e qualidade. Mas só experimentando os orgânicos, é que o consumidor pode comparar.
MAL ENTENDIDO 10: Alimentos orgânicos são para vegetarianos
Contra Argumentos: Existe uma infinidade de linhas e padrões alimentares vinculados a determinadas religiões ou filosofias que restringem grupos de alimentos. No caso dos vegetarianos restritos (ou veganos), eles evitam todos os alimentos de origem animal (mel, carnes, leite e ovos) e alguns incorporam alguns desses alimentos tornando-se lacto ou ovolactovegetarianos. Muitos indivíduos vegetarianos inserem vegetais orgânicos na dieta por acreditarem que eles são mais saudáveis do que os convencionais. E o fator saúde é um aspecto importante da opção pelo vegetarianismo (não o único). Mas há vegetarianos que não consomem orgânicos, simplesmente restringem os produtos de origem animal. A dieta orgânica, a principio, é mista, até mesmo porque existe uma forma de manejo animal orgânica, que se preocupa com o bem estar dos animais e com a produção de alimentos de qualidade, tanto quanto na agricultura orgânica.
MAL ENTENDIDO 11: A certificação orgânica não é confiável e muitos alimentos convencionais são vendidos como orgânicos. Além disso, os consumidores não entendem o processo de certificação e, sendo assim, não podem confiar nele.
Contra Argumentos: Fraudes e faltas de regulação no sistema alimentar nunca serão completamente erradicadas, mas no momento, a certificação de orgânicos como um todo (porque há diferentes tipos de certificação) é um dos melhores sistemas de segurança alimentar e está em continuo processo de adaptação e mudanças.
Relembramos que na legislação brasileira, o termo orgânico incorpora outras terminologias como biodinâmicos, ecológicos, naturais, biológicos, provenientes de permacultura, etc., dependendo do tipo de agricultura praticada. Isso realmente confunde o consumidor e, por isso, a proposta de assumir o termo orgânico deve ser repensada pelas diferentes correntes de agricultura sustentável, sem perder de vista as diferenças e peculiaridades de cada proposta.
Quanto às dúvidas do consumidor, elas realmente existem, e também os diferentes especialistas estão confusos. Realmente a dúvida surge do desconhecimento. O processo é recente e ressaltamos a necessidade de um amplo e contínuo sistema de divulgação, educação e sensibilização de leigos e especialistas para que eles possam conhecer o sistema orgânico e suas vantagens, e, assim, entender tipos de certificação e suas diferenças.
Fonte: http://www.casadoorganico.com/blog/

segunda-feira, 29 de outubro de 2018
Consumo de orgânicos pode reduzir o risco de câncer

terça-feira, 24 de abril de 2018
Produtos orgânicos e naturais em Goiânia
Telefone: (62) 3251-4307
Telefone: (62) 3624-6378

terça-feira, 24 de maio de 2011
Por que consumir alimentos orgânicos ?
A produção de orgânicos sempre que possível, baseia-se:
1)No uso de estercos animais,
2)Rotação de culturas,
3)Adubação verde,
4)Compostagem,
5)Controle biológico de pragas e doenças.
Tem como principal objetivo a manutenção da estrutura do solo além da sua produtividade, gerando alimentos saudáveis e produzidos baseados em uma relação harmônica com a natureza (homem/natureza, homem/animais homem/homem).
Por esses motivos, eu como médico e ecologista defendo essa causa. Alguns aspectos que sempre ressalto para quem me pergunta "Dr. porque vc está nessa de defender ecologia associada à medicina?":
1) Aspectos sanitários: alimentos orgânicos não possuem "defensivos" agrícolas sintéticos ou qualquer tipo de venenos que possa comprometer a saúde de qualquer ser na escala evolutiva, seja ele um invertebrado, seja ele um homo sapiens. Princípio este que jurei na minha formatura, princípio este criado pelo pai da Medicina (Hipócrates) "primum non nocere" que significa em primeiro lugar não lesar.
2) Aspectos ecológicos: a agricultura orgânica por não utilizar métodos agressivos e nocivos para a natureza, evita a degradação do meio ambiente. Isso inclui: manutenção das características do solo (as vezes adubando através de rochagem, mas sem utilizar fertilizantes sintéticos), manutenção da potabilidade da água e pureza do ar. A agricultura orgânica geralmente é familiar e ocorre de forma sustentável, na qual se respeita ciclos milenares (plantio/colheita). Desenvolvimento e preservação ambiental andam de forma conjunta.
De formal geral, a agricultura orgânica é baseada em três idéias. São elas:
1) Cultivo natural: é proibido o uso de agrotóxicos, adubos químicos e artificiais e conservantes no processo de produção.
2) Equilíbrio ecológico: A produção respeita o equilíbrio microbiológico do solo e as diferentes épocas de safra. O processo fica mais sustentável, não degradando a biodiversidade.
3) Respeito ao homem: o trabalhador tem que ser respeitado (leis trabalhistas, ganho por produtividade, treinamento profissional e qualidade de vida).
Para se obter um alimento verdadeiramente orgânico, é necessário conhecer diversas ciências (agronomia, ecologia, nutrição, medicina, economia, entre outras). Assim, o agricultor, através de um trabalho harmonizado com a natureza, tem condições de oferecer ao consumidor alimentos que promovam não apenas a saúde deste último, mas também do planeta em que vivemos.
O número crescente de produtores orgânicos no Brasil está dividido basicamente em dois grupos:
1) Pequenos produtores familiares ligados a associações e grupos de movimentos sociais, que representam 90% do total de agricultores, sendo responsáveis por cerca de 70% da produção orgânica brasileira;
2) Grandes produtores empresariais (10%) ligados a empresas privadas.
Enquanto na região sul cresce o número de pequenas propriedades familiares que aderem ao sistema, no sudeste a adesão é representada em sua maioria por grandes propriedades.
Atualmente, o Brasil ocupa a 34ª posição no mundo no ranking dos países exportadores de produtos orgânicos, sendo que na última década foi assistido um crescimento de 50%nas vendas por ano.
Calcula-se que já estão sendo cultivados perto de 100 mil há (hectares) em cerca de 4.500 unidades de produção orgânica espalhadas por todo o país. A maior parte da produção brasileira (cerca de 70%) encontra-se nos estados do Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Espírito Santo. Apesar da tendência de crescimento, o Brasil ainda perde para a vizinha Argentina em termos de área certificada para o cultivo de orgânicos na América do Sul.
Da produção nacional de orgânicos, cerca de 75% é exportada, principalmente para a Europa, Estados Unidos e Japão. A soja, o café e o açúcar lideram as exportações. No mercado interno, os produtos mais comuns são as hortaliças, seguidos de café, açúcar, sucos, mel, geleias, feijão, cereais, laticínios, doces, chás e ervas medicinais. Infelizmente ainda não temos muitas frutas produzidas nos moldes correto.
Os países com maiores áreas de produção orgânicas são, respectivamente:
1) Austrália com 12,29 milhões de ha;
2) China com 2,3 milhões de ha;
3) Argentina com 2,22 milhões de ha.
Esses países têm como principal atividade nessas áreas orgânicas a pastagem não intensiva. Entretanto, alguns cuidados devem ser tomados na comparação entre países, pois a produtividade é extremamente variável entre eles.
O Brasil se encontra na oitava posição, com 880 mil ha.
Em termos de continente, a Oceania detém 40,7% da área sob manejo orgânico, seguida da Europa com 24,3%, América Latina com 16,2%, Ásia com 10,2%, América do Norte com 7,3% e África com 1,4%. O Japão hoje é considerado um dos maiores mercados mundiais para produtos orgânicos.
Devido à pequena dimensão territorial, a produção orgânica própria é pequena, principalmente se comparada à variedade e volume de produtos que importam, como cereais, legumes, frutas frescas, carne bovina, frango, queijo, entre outros.
Nos Estados Unidos, os produtores orgânicos certificados produzem principalmente cereais, com destaque para soja e trigo. O desenvolvimento da agricultura orgânica americana tem sido comparado ao da Europa, assistindo um volume de venda próximo dos U$5 bilhões anuais.
Segundo dados da Organic Farming Research Fundation (Fundação de Pesquisa em Agricultura Orgânica), aproximadamente 1% do mercado americano de alimentos é proveniente de métodos orgânicos de produção. Na Europa o desenvolvimento da agricultura orgânica e do consumo de produtos sem agrotóxico cresce a passos largos.
No final de 2009, na França, havia 16.446 fazendas orgânicas, um aumento de 23,7% em relação a 2008, e 677.513 hectares de terra orgânica, um aumento de 16% comparado a 2008. O país obteve destaque devido ao aumento significativo de algumas produções animais na linha orgânica, sobretudo o frango orgânico, que teve taxas de crescimento de 135% nos últimos dois anos.
A Alemanha foi o primeiro país do mundo a criar um organismo para inspeção e controle da produção orgânica e hoje o mercado alemão de produtos orgânicos é considerado um dos mais importantes da Europa. Em 1998, foram contabilizadas cerca de 6.786 unidades de produção (1,9% de sua área total).
Será que é orgânico mesmo? Como saber?
Se você pretende consumir alimentos orgânicos fique atento para não ser enganado. Procure sempre pelo selo de qualidade emitido por certificadoras reconhecidas pelo Ministério da Agricultura.
São entidades como a Associação de Agricultura Orgânica (AAO), o Instituto Biodinâmico (IBD), entre outros. Essas entidades, ao todo cerca de 30 em todo Brasil, avaliam se a produção do alimento segue os critérios estabelecidos pela agricultura orgânica.
Para ganhar o selo, os produtores seguem várias precauções e têm suas lavouras fiscalizadas a cada semestre. A presença do selo garante, portanto, a procedência e a qualidade dos produtos.
Aqui em Goiânia recomendo para os meus pacientes que comprem somente do pessoal da ADAO - GO (Associação dos Agricultores Orgânicos de Goiás)
10 MOTIVOS PARA CONSUMIR PRODUTOS ORGÂNICOS
1) SÃO ALIMENTOS NUTRITIVOS E SABOROSOS
Com solos balanceados e fertilizados com adubos naturais, se obtém alimentos mais nutritivos. A comida fica mais saborosa, conservam-se suas propriedades naturais como vitaminas, sais minerais, carboidratos e proteínas. Um alimento orgânico não contém substâncias tóxicas e nocivas à saúde. Em solos equilibrados as plantas crescem mais saudáveis, preservam-se suas características originais como aroma, cor e sabor. Consumindo produtos orgânicos é possível apreciar o sabor natural dos alimentos. Além disso, quando se utiliza o sistema de Rochagem na adubagem o alimento fica mais rico devido a inserção de minerais ESSENCIAIS na composição do solo.
Pesquisas internacionais demonstram que alimentos orgânicos apresentam, em média, 63% a mais cálcio, 73% mais ferro, 118% mais magnésio, 178% mais molibdênio, 91% mais fósforo, 125% mais potássio, 60% mais zinco que os alimentos convencionais. Possuem menor quantidade de mercúrio (29%), substancia que pode causar doenças graves (informação publicada no Journal of Applied Nutricion, 1993).
No ano passado pesquisadores da London School of Hygiene & Tropical Medicine, em Londres, Inglatrra, realizaram um levantamento com 162 artigos científicos publicadas nos últimos 50 anos, que mostrou que não existe uma diferença tão grande entre o alimento orgânico e o normal.
Erro na metodologia ? Interesses exclusos ? Mesmo que não tivesse superioridade nutricional, só de não conter agrotóxicos ja É SUPERIOR !
2) SAÚDE GARANTIDA
Vários pesticidas utilizados hoje em dia no Brasil estão proibidos em muitos países, em razão de consequências provocadas à saúde, tais como:
1) Cânceres dos mais viversos tipos
2) Alergias alimentares
3) Asma
4) Infertilidade
5) Alterações hormonais principalmente quando se trata de hormônios sexuais
6) Hiperatividade em adultos e crianças
7) Déficit de atenção
8) Doenças neurodegenerativas
9) Aumento da produção de radicais livres e diminuição da produção de antioxidantes.
10) Intoxicação por metais pesados
Um relatório da Academia Americana de Ciências, de 1982, calculou em 1.400.000 o número de novos casos de câncer provocados por agrotóxicos. Além disso, os alimentos de origem animal estão contaminados pela ação dos perigosos coquetéis de antibióticos, hormônios e outros medicamentos que são aplicados na pecuária convencional, quer o animal esteja doente ou não.
Consumindo orgânicos protegemos nossa saúde e a saúde de nossos familiares com a garantia adicional de não estarmos consumindo alimentos geneticamente modificados.
Vale a pena ler o Post sobre a recente pesquisa da Anvisa, na qual a mesma detectou irregularidade em 29% dos alimentos analisados.
Veja também esse post sobre a Reavaliação de agrotóxicos e veja o quão grave é a situação.
3) PROTEÇÃO ÀS FUTURAS GERAÇÕES
As crianças são os alvos mais vulneráveis da agricultura com agrotóxicos. “Quando uma criança completa um ano de idade, já recebeu a dose máxima aceitável para uma vida inteira, de agrotóxicos que provocam câncer”, diz um relatório recente do Environmental Working Group (Grupo de Trabalho Ambiental). A agricultura orgânica, além disso mais, tem a grande tarefa de legar às futuras gerações um planeta reconstruído.
4) AMPARO AO PEQUENO PRODUTOR
O trabalhador rural precisa ser preservado, tanto quanto a qualidade ecológica dos alimentos. Adquirindo produtos ecológicos, contribuímos com a redução da migração de famílias para as cidades, evitando o êxodo rural e ajudando a acabar com o envenenamento por agrotóxicos sofrido por cerca de 1 milhão de agricultores no mundo inteiro.
5) SOLOS FÉRTEIS
Uma das principais preocupações da Agricultura Orgânica é o solo. O mundo presencia a maior perda de solo fértil pela erosão em função do uso inadequado de práticas agrícolas convencionais. Com a Agricultura Orgânica é possível reverter essa situação.
6) ÁGUA PURA
Quando são utilizados agrotóxicos e grande quantidade de nitrogênio, ocorre a contaminação nas fontes de água potável. Cuidando desse recurso natural, garante-se o consumo de água pura para o futuro.
7) BIODIVERSIDADE
A perda das espécies é um dos principais problemas ambientais. A Agricultura Orgânica preserva sementes por muitos anos e impede o desaparecimento de numerosas espécies, incentivando as culturas mistas e fortalecendo o ecossistema. A Fauna permanece em equilíbrio e todos os seres convivem em harmonia, graças à não utilização de agrotóxicos. A Agricultura Orgânica respeita o equilíbrio da natureza e cria ecossistemas saudáveis.
8) REDUÇÃO DO AQUECIMENTO GLOBAL E ECONOMIA DE ENERGIA
O solo tratado com substâncias químicas libera uma quantidade enorme de gás carbônico, gás metano e óxido nitroso. A agricultura e administração florestal sustentáveis podem eliminar 25% do aquecimento global. Atualmente, mais energia é consumida para produzir fertilizantes artificiais do que para plantar e colher todas as safras.
9) CUSTO SOCIAL E AMBIENTAL
O alimento orgânico não é, na realidade, mais caro que o alimento convencional se consideramos que, indiretamente, estaremos reduzindo:
1) Gastos com MÉDICOS e MEDICAMENTOS
2) CUSTOS com a recuperação ambiental.
10) CIDADANIA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
Consumindo orgânicos, estamos exercitando nosso papel social, contribuindo com a conservação e preservação do meio ambiente e apoiando causas sociais relacionadas com a proteção do trabalhador e com a eliminação da mão-de-obra infantil.
Maiores Informações: http://www.prefiraorganicos.com.br/
Vale a pena pagar mais por certos orgânicos?
Os adeptos da culinária saudável já estão cansados de saber dos benefícios dos alimentos orgânicos, infelizmente, investir 100% nesse tipo de frutas, legumes, folhas e até sucos e carnes ainda custa caro e é privilégio de poucos.
Pensando nisso, conversamos com especialistas para garimpar alguns itens nesse universo orgânico e saber exatamente por quais deles e em que situações realmente vale a pena se pagar mais em nome da saúde.
Um bom começo para começar a mudar os hábitos à mesa, sem pesar muito no bolso, seria substituir os campeões em agrotóxicos por suas versões orgânicas. Não é à toa. De acordo com a nutróloga Lívia Zimmermann, o consumo diário dessas substâncias nocivas pode intoxicar o organismo, criando um "ambiente" propício ao desenvolvimento de doenças - desde alergias até o câncer a longo prazo. "Há, inclusive, estudos que sugerem que os aditivos químicos, principalmente os corantes encontrados em alimentos industrializados, podem ter relação até com distúrbios psicológicos", alerta Lívia, membro da diretoria da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).
Reveja sua lista de supermercado
Comer uma salada de tomates, hoje, pode ser uma aventura e tanto, graças ao nível de contaminação dessa fruta - que aparece nas feiras e sacolões cada vez maior e mais vermelha (como um típico efeito do uso de agrotóxicos). "A dona de casa mais atenta pode observar uma película meio esbranquiçada na casca do tomate. É o sinal da presença dos aditivos químicos", explica a nutróloga Lívia Zimmermann.
Trocar o tomate convencional pelo orgânico, portanto, pode valer a pena, especialmente no prato das crianças. Sabe-se que os efeitos dos agrotóxicos são cumulativos - por isso, de acordo com os especialistas, o quanto antes barrarmos boa parte desse contato, melhor.
O tomate é o vilão maior, mas entre os reis da contaminação ainda estão o morango, a melancia, o melão, a abóbora, enfim as frutas rasteiras, além do mamão e das verduras (legumes e folhas). No geral, nos cultivos tradicionais, esses alimentos recebem uma quantidade grande de químicos, por serem mais suscetíveis à ação de pragas, como as ervas daninhas.
Segundo Fernanda Pisciolaro, nutricionista Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), os cuidados devem ser redobrados com alimentos que se come com a casca e com aqueles que não têm casca (a exemplo do morango). Nem as carnes vermelhas escapam dos alimentos que merecem atenção (e que poderiam ser substituídos por sua versão orgânica). Os hormônios de crescimento e antibióticos usados na criação bovina podem causar prejuízos ao organismo. Isso não ocorre com a carne orgânica, resultado de um gado criado em pasto orgânico, com alimentação orgânica e sem o uso de remédios alopáticos.
Ganhos na qualidade e no sabor
"O agrotóxico deixa o morango com gosto de acetona. A fruta orgânica é bem diferente, muito mais saborosa", completa Raquel Diniz, coordenadora do Instituto Akatu, uma organização não-governamental que busca estimular o consumo consciente e sustentável.
José Pedro Santiago e Alexandre Harkaly, diretores da associação de certificação de orgânicos, o Instituto Biodinâmico (IBD), garantem que os alimentos orgânicos contêm uma concentração mais elevada de nutrientes. Para confirmar o que dizem, eles lembram de 41 estudos científicos divulgados, em 2005, pela Soil Association, da Inglaterra, que atestavam uma presença maior de vitamina C, magnésio e fósforo nos orgânicos.
"A laranja, por exemplo, contém 12% mais vitamina C e menos resíduos de nitratos em relação à convencional", comenta José Pedro. Essa maior concentração de nutrientes, segundo o especialista, pode ser vista também no leite orgânico, que apresenta maior quantidade de cálcio e vitaminas.
Reconheça um alimento orgânico
Para ser considerado orgânico, o alimento deve seguir alguns padrões essenciais de plantio e colheita. De início, nada de agrotóxicos ou agentes químicos, como os pesticidas, para "reforçar" a terra e evitar pragas e ervas daninhas.
Normalmente, os produtos vendidos em supermercados apresentam um selo de certificação, desde que tenham, no mínimo, 95% de ingredientes orgânicos. "Para certificar um produto, seguimos diretrizes que vão da produção primária à industrialização, armazenamento e transporte do produto. Além de questões de conservação do solo", afirma Alexandre Harkaly, diretor do IBD. O selo vale tanto para frutas e vegetais, quanto para laticínios e carnes.
Mas, se você tem o hábito de freqüentar feiras ou sacolões e mercadinhos próximos da sua casa, vai uma dica: alimentos orgânicos tendem a ter um aspecto mais feio. Isso reflete tanto no tamanho da fruta, quanto na coloração. Portanto, se você não quer abrir mão dos tomates "vermelhões" e gigantes, porém cheios de agrotóxicos, nem passe perto das prateleiras orgânicas. Ali, a fruta é menor e de um vermelho mais discreto.
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Fonte: Redação Terra
Serviço:
Alexandre Harkaly - diretor do IBD (Associação de Certificação Instituto Biodinâmico)
http://www.ibd.com.br/
Fernanda Pisciolaro - nutricionista, membro da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica)
http://www.abeso.org.br/
José Pedro Santiago - diretor do IBD (Associação de Certificação Instituto Biodinâmico)
http://www.ibd.com.br/
Lívia Zimmermann - nutróloga, membro da diretoria da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia)
http://www.abran.org.br/
Raquel Diniz - coordenadora do Instituto Akatu
http://www.akatu.org/
Visite: http://www.ecologiamedica.net/

quinta-feira, 19 de novembro de 2020
Como fazer compostagem em ambiente doméstico, comunitário e institucional
Os orgânicos representam cerca de 50% dos resíduos urbanos gerados no Brasil. Apesar disso, apenas 1% desse total é destinado a compostagem. Para popularizar a prática e disseminar conhecimento sobre a reprodução do ciclo dos resíduos orgânicos, está disponível gratuitamente na Internet a publicação Compostagem Doméstica, Comunitária e Institucional de Resíduos Orgânicos: Manual de Orientação.
O manual é o primeiro resultado do Acordo de Cooperação Técnica firmado em 2015 entre a Secretaria de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, o Serviço Social do Comércio de Santa Catarina (Sesc/SC) e o Centro de Estudo e Promoção da Agricultura de Grupo (Cepagro). A parceria tem por objetivo estabelecer intercâmbio de experiências, informações, material técnico, metodologias e tecnologias referentes à gestão comunitária e institucional de resíduos orgânicos, associada à agricultura urbana e à educação ambiental.
Com linguagem acessível e ilustrações lúdicas, o manual traz técnicas de compostagem doméstica, comunitária e institucional de resíduos orgânicos e aborda o “Método UFSC” (em referência à Universidade Federal de Santa Catarina, onde foi mais estudado e adaptado às condições brasileiras), que consiste em uma estratégia segura e de baixo custo.
Segundo a diretora do Departamento de Qualidade Ambiental e Gestão de Resíduos do MMA, Zilda Veloso, a publicação contribui para o debate em curso no país sobre novas formas de enxergar e lidar com resíduos orgânicos. “Temos uma resolução sobre compostagem sendo debatida no Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Então, há um grande interesse sobre o tema neste momento”, afirma.
“O material reúne um conjunto de soluções em compostagem (doméstica, comunitária e institucional) capaz de mudar a realidade da destinação de resíduos orgânicos no Brasil, hoje desperdiçados em aterros sanitários e lixões”, diz Marcos José de Abreu, autor do texto e ex-coordenador de Projetos Urbanos do Cepagro.
Para ele, os modelos apresentados se tratados de forma integrada representam uma inovação ainda inexplorada pelos municípios brasileiros.
Cidades saudáveis
A compostagem tem o potencial de promover a reciclagem dos resíduos orgânicos, gerar adubo e devolver à matéria orgânica seu papel natural de fertilizar os solos.
De acordo com a obra, destinar resíduos orgânicos para aterros sanitários gera desperdício econômico e é uma prática em desacordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010), que prevê que somente rejeitos devem seguir para disposição final.
Apesar de se degradar rapidamente em ambientes naturais equilibrados, os resíduos orgânicos representam um problema ambiental nas cidades ao gerar chorume, emitir gases do efeito estufa e favorecer a proliferação de animais transmissores de doenças.
A reintrodução da compostagem no dia a dia busca resgatar uma alternativa de destinação dos resíduos orgânicos ambientalmente adequada, de baixo custo e facilmente assimilada pela população. Assim como promover a criação de composto orgânico de alta qualidade, que serve para adubar hortas e jardins urbanos, o que contribui para a ampliação de áreas verdes, para o aumento da biodiversidade e da segurança alimentar e do surgimento de cidades mais saudáveis e resilientes.
Link para baixar o manual: http://www.mma.gov.br/images/arquivo/80058/Compostagem-ManualOrientacao_MMA_2017-06-20.pdf

terça-feira, 31 de maio de 2011
VII Semana Nacional dos Alimentos Orgânicos - Por que vale a pena priorizar os Orgânicos ?
Os agrotóxicos são usados no mundo desde a Década de 30, como por exemplo o DDT (sigla de Dicloro-Difenil-Tricloroetano), um inseticida barato e altamente eficaz a curto prazo. A longo prazo tem efeitos prejudiciais à saúde humana, pois permanece no ambiente por décadas. Foi banido de vários países por ser cancerígeno e atingir o sistema nervoso central e periférico como todos organoclorados.
Os organofosforados e carbamatos são uma classe de agrotóxicos bastante usada atualmente. Há estudos inconclusivos que mostram correlação com alterações musculares, efeito neurotóxico e ação disruptora endócrina (pode se ligar a receptores de hormônios e mimetizar a ação destes). Mensalmente são publicados artigos que evidenciam possíveis efeitos dos agrotóxicos para a saúde de seres vivos.
Penso da seguinte maneira: se há risco potencial, porquê consumir um alimento cultivado com agrotóxicos, se temos a opção orgânica ?
Orgânicos são alimentos plantados naturalmente sem o uso de nenhum pesticida como inseticidas, bactericidas, herbicidas, nematicidas, acaricidas, fungicidas de natureza física, química ou biológica. Resumindo: Orgânicos são produtos cultivados sem a adição de Agrotóxicos (ou como alguns chamam, Defensivos Agrícolas).
A produção de orgânicos sempre que possível, baseia-se:
1) No uso de estercos animais, 2) Rotação de culturas, 3) Adubação verde, 4) Compostagem e 5) Controle biológico de pragas e doenças.
Tem como principal objetivo a manutenção da estrutura do solo além da sua produtividade, gerando alimentos saudáveis e produzidos baseados em uma relação harmônica com a natureza (homem/natureza, homem/animais homem/homem). Por esses motivos, eu como médico e ecologista defendo essa causa. Alguns aspectos que sempre ressalto para quem me pergunta "Dr. porque vc está nessa de defender ecologia associada à medicina?":
1) Aspectos sanitários: alimentos orgânicos não possuem "defensivos" agrícolas sintéticos ou qualquer tipo de venenos que possa comprometer a saúde de qualquer ser na escala evolutiva, seja ele um invertebrado, seja ele um homo sapiens. Princípio este que jurei na minha formatura. Princípio este criado pelo pai da Medicina (Hipócrates) "primum non nocere" que significa em primeiro lugar não lesar.
2) Aspectos ecológicos: a agricultura orgânica por não utilizar métodos agressivos e nocivos para a natureza, evita a degradação do meio ambiente. Isso inclui: manutenção das características do solo (as vezes adubando através de rochagem, mas sem utilizar fertilizantes sintéticos), manutenção da potabilidade da água e pureza do ar. A agricultura orgânica geralmente é familiar e ocorre de forma sustentável, na qual se respeita ciclos milenares (plantio/colheita). Desenvolvimento e preservação ambiental andam de forma conjunta.
De formal geral, a agricultura orgânica é baseada em três idéias. São elas:
1) Cultivo natural: é proibido o uso de agrotóxicos, adubos químicos e artificiais e conservantes no processo de produção.
2) Equilíbrio ecológico: A produção respeita o equilíbrio microbiológico do solo e as diferentes épocas de safra. O processo fica mais sustentável, não degradando a biodiversidade.
3) Respeito ao homem: o trabalhador tem que ser respeitado (leis trabalhistas, ganho por produtividade, treinamento profissional e qualidade de vida).
Para se obter um alimento verdadeiramente orgânico, é necessário conhecer diversas ciências (agronomia, ecologia, nutrição, medicina, economia, entre outras). Assim, o agricultor, através de um trabalho harmonizado com a natureza, tem condições de oferecer ao consumidor alimentos que promovam não apenas a saúde deste último, mas também do planeta em que vivemos.
Será que é orgânico mesmo? Como saber?
Se você pretende consumir alimentos orgânicos fique atento para não ser enganado. Procure sempre pelo selo de qualidade emitido por certificadoras reconhecidas pelo Ministério da Agricultura. Para ganhar o selo, os produtores seguem várias precauções e têm suas lavouras fiscalizadas a cada semestre. A presença do selo garante, portanto, a procedência e a qualidade dos produtos.
Existem 10 principais motivos para se optar por orgânicos, são eles:
1) São mais nutritivos e saborosos: Com solos balanceados e fertilizados com adubos naturais, se obtém alimentos mais nutritivos. A comida fica mais saborosa, conservam-se suas propriedades naturais como vitaminas, sais minerais, carboidratos e proteínas. Em solos equilibrados as plantas crescem mais saudáveis, preservam-se suas características originais como aroma, cor e sabor. Consumindo produtos orgânicos é possível apreciar o sabor natural dos alimentos. Além disso, quando se utiliza o sistema de Rochagem na adubagem o alimento fica mais rico devido a inserção de minerais ESSENCIAIS na composição do solo. Algumas pesquisas internacionais (há pesquisas que dizem o contrário) demonstram que alimentos orgânicos apresentam, em média:
- 63% a mais cálcio, 73% mais ferro, 118% mais magnésio, 178% mais molibdênio, 91% mais fósforo, 125% mais potássio, 60% mais zinco que os alimentos convencionais. Possuem menor quantidade de mercúrio (29%), substancia que pode causar doenças graves (informação publicada no Journal of Applied Nutricion, 1993).
2) Sáude garantida: Como citei, agrotóxicos estão associados a diversas patologias, dentre elas:
1) Cânceres dos mais viversos tipos; 2) Alergias alimentares; 3) Asma; 4) Infertilidade; 5) Alterações hormonais principalmente quando se trata de hormônios sexuais; 6) Hiperatividade em adultos e crianças; 7) Déficit de atenção; 8) Doenças neurodegenerativas; 9) Aumento da produção de radicais livres e diminuição da produção de antioxidantes; 10) Intoxicação por metais pesados Um relatório da Academia Americana de Ciências, de 1982, calculou em 1.400.000 o número de novos casos de câncer provocados por agrotóxicos. Vale a pena ler um post que publiquei no meu blog sobre a recente pesquisa da Anvisa, na qual a mesma detectou irregularidade em 29% dos alimentos analisados. Veja também esse post sobre a Reavaliação de agrotóxicos e veja o quão grave é a situação.
3) Proteção às futuras gerações: As crianças são os alvos mais vulneráveis da agricultura com agrotóxicos. “Quando uma criança completa um ano de idade, já recebeu a dose máxima aceitável para uma vida inteira, de agrotóxicos que provocam câncer”, diz um relatório recente do Environmental Working Group (Grupo de Trabalho Ambiental). A agricultura orgânica, além disso mais, tem a grande tarefa de legar às futuras gerações um planeta reconstruído.
4) Respeito ao pequeno produtor: O trabalhador rural precisa ser preservado, tanto quanto a qualidade ecológica dos alimentos. Adquirindo produtos ecológicos, contribuímos com a redução da migração de famílias para as cidades, evitando o êxodo rural e ajudando a acabar com o envenenamento por agrotóxicos sofrido por cerca de 1 milhão de agricultores no mundo inteiro.
5) Solos mais férteis: Uma das principais preocupações da Agricultura Orgânica é o solo. O mundo presencia a maior perda de solo fértil pela erosão em função do uso inadequado de práticas agrícolas convencionais. Com a Agricultura Orgânica é possível reverter essa situação.
6) Água pura: Quando são utilizados agrotóxicos e grande quantidade de nitrogênio, ocorre a contaminação nas fontes de água potável. Cuidando desse recurso natural, garante-se o consumo de água pura para o futuro.
7) Biodiversidade: A perda das espécies é um dos principais problemas ambientais. A Agricultura Orgânica preserva sementes por muitos anos e impede o desaparecimento de numerosas espécies, incentivando as culturas mistas e fortalecendo o ecossistema. A Fauna permanece em equilíbrio e todos os seres convivem em harmonia, graças à não utilização de agrotóxicos. A Agricultura Orgânica respeita o equilíbrio da natureza e cria ecossistemas saudáveis.
8) Redução do aquecimento global e economia de energia: O solo tratado com substâncias químicas libera uma quantidade enorme de gás carbônico, gás metano e óxido nitroso. A agricultura e administração florestal sustentáveis podem eliminar 25% do aquecimento global. Atualmente, mais energia é consumida para produzir fertilizantes artificiais do que para plantar e colher todas as safras.
9) Custo social e ambiental: O alimento orgânico não é na realidade mais caro que o alimento convencional se consideramos que, indiretamente, estaremos reduzindo:
1) Gastos com MÉDICOS e MEDICAMENTOS
2) CUSTOS com a recuperação ambiental.
10) Cidadania e responsabilidade social: Consumindo orgânicos, estamos exercitando nosso papel social, contribuindo com a conservação e preservação do meio ambiente e apoiando causas sociais relacionadas com a proteção do trabalhador e com a eliminação da mão-de-obra infantil.
Hoje estarei na Radio Vinha FM (91,9) com um grupo de colegas: agrônomos e nutricionista falando sobre Orgânicos e suas vantagens. 12:30 no programa Mesa dos Notáveis.

terça-feira, 15 de novembro de 2022
Por que consumir ORGÂNICOS ?

