Um artigo publicado online em 24 de Março de 2010 no American Journal of Clinical Nutrition descreve os achados de pesquisadores do Centro Alemão de Pesquisa de Câncer e do Centro Alemão de Saúde Ambiental em relação à deficiência da ingestão de Vitamina K2 e o aumento de risco de mortalidade pelo câncer.
A vitamina K1 está presente em hortaliças verde-escuras- espinafre, brócolis, couve de Bruxelas, couve e também em outros alimentos como cenoura, abacate, pepino, alho-poró, tomate, azeite de oliva e laticínios.
Quanto à vitamina K2, as melhores fontes estão na gema do ovo (não temê-la como fonte de colesterol, um receio infundado dado a riqueza dos nutrientes contidos no ovo, sobretudo o de galinha caipira) e o natto, alimento à base de soja fermentada com um alto teor dessa vitamina. Outra fonte recomendável é o leite cru orgânico, difícil de obter por problemas de esterilização e pasteurização obrigatória, que destroem a vitamina K2, além dos queijos suíço Emmental e norueguês Jarlsberg, ambos com teores apreciáveis da K2. Outra alternativa são suplementos como a menaquinona ou MK 7, preparado à base de um extrato de natto, que deve ser obtido de soja não geneticamente modificada.
A pesquisa em tela analisou os dados de 24.340 participantes no estudo relacionado ao Câncer e à Nutrição, cuja sigla é EPIC Heidelberg. Abrangeu pessoas de 35 a 64 anos registradas entre os anos de 1994 a 1998. Os participantes, sem diagnóstico de câncer no início do estudo, foram acompanhados até 2008. No registro foram preenchidos questionários relacionados à ingestão de filoquinona (vitamina K1) e menaquinona (vitamina K2). Já no período de follow-up ou seguimento, ocorreram 1.755 casos de câncer com 458 óbitos. Dentre os participantes, aqueles com a maior ingestão dessas vitaminas evidenciaram um risco 28% menor de morrer em conseqüência do câncer.
A análise posterior dos dados demonstrou que a redução da incidência do câncer correlacionada com a vitamina K2 ocorreu mais no sexo masculino. Quanto à localização do câncer, foram observados 62% de redução do risco de câncer do pulmão e 35% de redução de câncer da próstata nos participantes cuja ingestão de vitamina K2 estava em 25% do grupo com os maiores níveis da K2. É interessante que nenhuma associação foi encontrada entre a vitamina K1 ou filoquinona e a incidência ou a mortalidade pelo câncer.
Em face da grande associação inversa entre a vitamina K2 e a mortalidade pelo câncer em comparação com a incidência da doença, há consistência na hipótese que os fatores que agem sobre a apoptose ou a sustação do ciclo celular exercem um papel positivo na diminuição da carcinogênese. Há também um papel inibitório da vitamina K2 na angiogênese, ligada ao desenvolvimento de metástases.
O estudo mostrou associações inversas entre a ingestão dietética de menaquinonas e o efeito sobre a incidência e a mortalidade do câncer e sugere estudos adicionais com o uso de marcadores do status da vitamina K.
Fonte: http://www.ibsweb.com.br/clinicanutricional/index.php?option=com_content&task=view&id=149&Itemid=39
sábado, 3 de setembro de 2011
Deficiência da ingestão de Vitamina K2 e o aumento de risco de mortalidade por câncer
Postado por
Dr. Frederico Lobo
às
11:15
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