segunda-feira, 9 de abril de 2012
A importância da microbiota intestinal
Probióticos com novas funções são alvo de estudos
Até o século passado, bactérias eram vistas apenas com aversão e como vilãs. E com razão: os esforços da microbiologia estavam em combater as doenças infecciosas e criar vacinas nessa guerra contra os micróbios.
Agora, médicos e pesquisadores estudam as bactérias que vivem no intestino pensando em usar esses micro-organismos tanto para melhorar a saúde em geral como para tratar doenças.
O papel da flora intestinal ganhou importância. Pesquisas apontam sua relação com doenças metabólicas (como obesidade e diabetes), alergias e proteção imunológica contra organismos invasores, sem contar os problemas gastrointestinais.
Para fortalecer essa barreira ou até recuperá-la, médicos do Brasil e do exterior estão usando probióticos (bactérias vivas que trazem benefícios para o hospedeiro).
Antes restritos a alimentos, os probióticos agora estão disponíveis em cápsulas. No Brasil, três marcas foram lançadas nos últimos anos.
"Hoje, há muitas pesquisas chegando na aplicação clínica [dos probióticos] e com benefícios comprovados", afirma Flávio Quilici, professor titular de gastroenterologia da PUC Campinas.
Os probióticos podem ajudar a restabelecer a flora quando ela é prejudicada por mudanças de dieta, uso de antibióticos, doenças gastrointestinais e queda de imunidade, segundo Quilici, que usa as bactérias vivas como um complemento do tratamento de gases, diarreia, constipação e sensibilidade intestinal.
Há ainda estudos apontando a eficácia dessas bactérias para a enterocolite necrosante, uma doença que ocorre mais entre os recém-nascidos prematuros e na qual a superfície interna do intestino sofre lesões e se inflama.
Outras áreas estão experimentando o uso dos probióticos. "Há estudos mostrando que ajudam a prevenir infartos porque reduzem o colesterol", conta Quilici.
DEFESA CONTRA HIV
Também tem se valorizado cada vez mais o intestino como órgão de entrada e moradia do HIV e de barreira contra o vírus, segundo o infectologista Artur Timerman.
"Se houver uma boa defesa da parede intestinal e um sistema imunológico em alerta, idealmente poderíamos até impedir a infecção. Tenho usado probióticos nos meus pacientes com HIV porque nesse caso a imunidade intestinal tem grande importância. Manter a mucosa intestinal 'atenta' pode trazer benefícios", diz Timerman.
Mas o conceito de que os probióticos estimulam o sistema imune a ficar de prontidão contra processos infecciosos ainda precisa ser comprovado na prática, diz Timerman. A falta de evidências nessa área, que é bastante nova, é uma das críticas dos especialistas.
"As evidências estão chegando, mas precisam ser consolidadas", diz Maria do Carmo Passos, professora de gastroenterologia da UFMG.
Ela afirma ainda que há uma dificuldade em entender o papel real do probiótico e faltam pesquisas sobre a função de cada cepa de bactéria para cada doença. "No futuro, deveremos ter probióticos específicos, como são os antibióticos", diz Passos.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1072497-probioticos-com-novas-funcoes-sao-alvo-de-estudos.shtml
Outros textos sobre o tema publicados aqui no blog:
Postado por
Dr. Frederico Lobo
às
20:25
0
comentários
Enviar por e-mail
Compartilhar no X
Compartilhar no Facebook
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Marcas nacionais e internacionais abrem os olhos para esmaltes hipoalergênicos; entenda as substâncias que podem causar irritações
Dica de reportagem da minha amiga e colega de trabalho, Dra. Isis Moreira.
Lendo revistas internacionais de moda (Elle, Vogue e Marie Claire), é impressionante como TO-DOS os anúncios de esmaltes fazem questão de mostrar que o produto é livre de formaldeído, toluenos e DBP (dibutil ftalato).
Estas são substâncias tóxicas que podem causar irritação no nariz, olhos e garganta, além de dermatite. Em alta concentração os efeitos são ainda piores. São ingredientes que também não fazem bem ao meio ambiente.
A boa notícia é que é possível encontrar no Brasil várias marcas que vendem esmaltes sem esses componentes. A Impala e a Risqué têm uma linha hipoalergênica especial. Já a Colorama e a Revlon produzem todos os seus esmaltes sem estes ingredientes nocivos.
Há quem diga que esmaltes sem formaldeídos, tolueno e dibutil ftalato não duram tanto tempo. Testes com o branquinho da Impala e diversos da Revlon e Colorama (rosa-chiclete e laranja fluo) mostraram que eles podem durar a mesma semana que os tradicionais.
Outra experiência ocorreu com os esmaltes So Laque, da francesa Bourjois, livre de toluenos e formaldeídos. Tanto o azul-violeta como um bege com toque rosé, que lembra o Particulière, da Chanel, foram aprovados neste sentido.
Fonte: http://chic.ig.com.br/beleza/noticia/marcas-nacionais-e-internacionais-abrem-os-olhos-para-esmaltes-hipoalerg-nicos-entenda-as-subst-ncias-que-podem-causar-irrita-es
Lendo revistas internacionais de moda (Elle, Vogue e Marie Claire), é impressionante como TO-DOS os anúncios de esmaltes fazem questão de mostrar que o produto é livre de formaldeído, toluenos e DBP (dibutil ftalato).
Estas são substâncias tóxicas que podem causar irritação no nariz, olhos e garganta, além de dermatite. Em alta concentração os efeitos são ainda piores. São ingredientes que também não fazem bem ao meio ambiente.
A boa notícia é que é possível encontrar no Brasil várias marcas que vendem esmaltes sem esses componentes. A Impala e a Risqué têm uma linha hipoalergênica especial. Já a Colorama e a Revlon produzem todos os seus esmaltes sem estes ingredientes nocivos.
Há quem diga que esmaltes sem formaldeídos, tolueno e dibutil ftalato não duram tanto tempo. Testes com o branquinho da Impala e diversos da Revlon e Colorama (rosa-chiclete e laranja fluo) mostraram que eles podem durar a mesma semana que os tradicionais.
Outra experiência ocorreu com os esmaltes So Laque, da francesa Bourjois, livre de toluenos e formaldeídos. Tanto o azul-violeta como um bege com toque rosé, que lembra o Particulière, da Chanel, foram aprovados neste sentido.
Fonte: http://chic.ig.com.br/beleza/noticia/marcas-nacionais-e-internacionais-abrem-os-olhos-para-esmaltes-hipoalerg-nicos-entenda-as-subst-ncias-que-podem-causar-irrita-es
Postado por
Dr. Frederico Lobo
às
11:05
0
comentários
Enviar por e-mail
Compartilhar no X
Compartilhar no Facebook
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Mesmo polêmica, dieta sem glúten é moda para emagrecer e ganhar saúde
Antes praticada só por necessidade, a dieta sem glúten está conquistando novos adeptos: interessados em perder peso ou ganhar saúde.
Repórter abre mão de farinha de trigo e derivados e perde dez quilos
O cardápio, já adotado por celebridades como a atriz Juliana Paes, condena a farinha de trigo e seus derivados, como pão e macarrão, e proíbe qualquer alimento com aveia, malte, centeio e cevada -incluindo cerveja. A promessa é melhorar a função do intestino e, de quebra, acabar com males como a enxaqueca.
O glúten é uma proteína vegetal que, no organismo de pessoas sensíveis, pode provocar reações, entre elas diarreia, flatulência e fadiga. A sensibilidade mais comum é a doença celíaca, intolerância ao nutriente que atinge cerca de 1% da população.
Para quem tem a doença, ficar longe do glúten é fundamental. Para pessoas saudáveis, há controvérsia.
Recentemente, o Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região (que inclui o Estado de São Paulo) lançou um parecer oficial sobre o tema. O documento diz que o glúten só deve ser tirado da dieta se houver diagnóstico de doença celíaca, alergia ou sensibilidade ao nutriente.
"Nutricionistas estavam tirando a proteína da alimentação de pessoas que queriam emagrecer ou curar um problema digestivo, sem diagnóstico", diz Thiago Sacchetto de Andrade, nutricionista e conselheiro da entidade. "É errado. Glúten não faz mal para a população em geral."
BENEFÍCIOS
A proteína não faz diferença na nutrição. A publicitária Patrícia Nery, 38, deixou de comer glúten para emagrecer. De junho a dezembro do ano passado, perdeu 11 quilos. "Foi a única coisa que mudei na minha alimentação. Se quero comer macarrão, tudo bem. Só que como sem glúten", diz.
Ela conta que já havia seguido várias dietas sem sucesso. "Perdia peso em pouco tempo, mas recuperava. Hoje está mais fácil manter."
Regina Racco, 61, professora de ginástica, tinha falhas de memória. Pesquisando, achou estudos segundo os quais a alimentação sem glúten é boa para portadores de Alzheimer. Com orientação de nutricionista, cortou a proteína e, em oito semanas, perdeu 13 quilos. "Emagreci sem perceber. Minha compulsão por comida acabou." A memória, diz ela, melhorou.
Especialistas concordam que a sensibilidade ao glúten pode ter muitos sintomas. A gastropediatra Vera Lúcia Sdepanian, chefe do ambulatório de celíacos da Unifesp, lembra de cabeça mais de 20 manifestações da doença celíaca, desde deficiências de vitaminas, dermatite e dor articular até osteoporose.
Mesmo quem não tem a doença pode manifestar algum tipo de sensibilidade, de acordo com a gastroenterologista Lorete Maria da Silva Kotze, professora da PUC-PR.
"Há um espectro muito grande de desconfortos relacionados ao glúten. O nutriente é absorvido pelo aparelho digestivo, mas sua ação é sistêmica. Isso torna o diagnóstico mais complicado."
Ganho de peso não está na lista de sintomas associados à intolerância a glúten. Mesmo assim, alguns médicos acreditam que tirar o nutriente ajuda a perder peso. "A digestão dessa proteína é difícil, o intestino fica inchado. Pessoas com sobrepeso ou doenças crônicas deveriam tirar o glúten", diz a nutróloga Tamara Mazaracki, membro da Associação Brasileira de Nutrologia.
"É uma proteína que não faz falta. Sem ela, você se alimenta melhor. Em vez de ficar no pão com trigo, passa a consumir quinoa, milho."
Para a gastropediatra Lenora Gandolfi, da Universidade de Brasília, não há comprovação científica de que tirar o glúten faz perder peso. O mesmo pensa a nutricionista Lara Natacci, da DietNet. "Não é a ausência do glúten que emagrece. Ao cortar esse item, você troca alimentos gordurosos e industrializados por opções mais saudáveis. A perda de peso deve ser relacionada a isso."
Para Vera Sdepanian, qualquer recomendação nutricional feita sem diagnóstico deve ser condenada. "A doença celíaca é séria, exige mudança de hábitos e pode ter consequências graves se não for tratada. A dieta é restritiva e difícil de ser seguida. Não pode ser para todos."
O diagnóstico da intolerância alimentar pode ser feito com um exame de sangue, teste genético e, se necessário, biópsia do intestino
Repórter abre mão de farinha de trigo e derivados e perde dez quilos
O cardápio, já adotado por celebridades como a atriz Juliana Paes, condena a farinha de trigo e seus derivados, como pão e macarrão, e proíbe qualquer alimento com aveia, malte, centeio e cevada -incluindo cerveja. A promessa é melhorar a função do intestino e, de quebra, acabar com males como a enxaqueca.
O glúten é uma proteína vegetal que, no organismo de pessoas sensíveis, pode provocar reações, entre elas diarreia, flatulência e fadiga. A sensibilidade mais comum é a doença celíaca, intolerância ao nutriente que atinge cerca de 1% da população.
Para quem tem a doença, ficar longe do glúten é fundamental. Para pessoas saudáveis, há controvérsia.
Recentemente, o Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região (que inclui o Estado de São Paulo) lançou um parecer oficial sobre o tema. O documento diz que o glúten só deve ser tirado da dieta se houver diagnóstico de doença celíaca, alergia ou sensibilidade ao nutriente.
"Nutricionistas estavam tirando a proteína da alimentação de pessoas que queriam emagrecer ou curar um problema digestivo, sem diagnóstico", diz Thiago Sacchetto de Andrade, nutricionista e conselheiro da entidade. "É errado. Glúten não faz mal para a população em geral."
BENEFÍCIOS
A proteína não faz diferença na nutrição. A publicitária Patrícia Nery, 38, deixou de comer glúten para emagrecer. De junho a dezembro do ano passado, perdeu 11 quilos. "Foi a única coisa que mudei na minha alimentação. Se quero comer macarrão, tudo bem. Só que como sem glúten", diz.
Ela conta que já havia seguido várias dietas sem sucesso. "Perdia peso em pouco tempo, mas recuperava. Hoje está mais fácil manter."
Regina Racco, 61, professora de ginástica, tinha falhas de memória. Pesquisando, achou estudos segundo os quais a alimentação sem glúten é boa para portadores de Alzheimer. Com orientação de nutricionista, cortou a proteína e, em oito semanas, perdeu 13 quilos. "Emagreci sem perceber. Minha compulsão por comida acabou." A memória, diz ela, melhorou.
Especialistas concordam que a sensibilidade ao glúten pode ter muitos sintomas. A gastropediatra Vera Lúcia Sdepanian, chefe do ambulatório de celíacos da Unifesp, lembra de cabeça mais de 20 manifestações da doença celíaca, desde deficiências de vitaminas, dermatite e dor articular até osteoporose.
Mesmo quem não tem a doença pode manifestar algum tipo de sensibilidade, de acordo com a gastroenterologista Lorete Maria da Silva Kotze, professora da PUC-PR.
"Há um espectro muito grande de desconfortos relacionados ao glúten. O nutriente é absorvido pelo aparelho digestivo, mas sua ação é sistêmica. Isso torna o diagnóstico mais complicado."
Ganho de peso não está na lista de sintomas associados à intolerância a glúten. Mesmo assim, alguns médicos acreditam que tirar o nutriente ajuda a perder peso. "A digestão dessa proteína é difícil, o intestino fica inchado. Pessoas com sobrepeso ou doenças crônicas deveriam tirar o glúten", diz a nutróloga Tamara Mazaracki, membro da Associação Brasileira de Nutrologia.
"É uma proteína que não faz falta. Sem ela, você se alimenta melhor. Em vez de ficar no pão com trigo, passa a consumir quinoa, milho."
Para a gastropediatra Lenora Gandolfi, da Universidade de Brasília, não há comprovação científica de que tirar o glúten faz perder peso. O mesmo pensa a nutricionista Lara Natacci, da DietNet. "Não é a ausência do glúten que emagrece. Ao cortar esse item, você troca alimentos gordurosos e industrializados por opções mais saudáveis. A perda de peso deve ser relacionada a isso."
Para Vera Sdepanian, qualquer recomendação nutricional feita sem diagnóstico deve ser condenada. "A doença celíaca é séria, exige mudança de hábitos e pode ter consequências graves se não for tratada. A dieta é restritiva e difícil de ser seguida. Não pode ser para todos."
O diagnóstico da intolerância alimentar pode ser feito com um exame de sangue, teste genético e, se necessário, biópsia do intestino
Postado por
Dr. Frederico Lobo
às
22:53
0
comentários
Enviar por e-mail
Compartilhar no X
Compartilhar no Facebook