É muito importante ficar claro
que a perda de gordura não significa necessariamente perder peso, mas sim
diminuir o % de gordura. Dependendo do objetivo, o peso corporal poderá se
manter, diminuir ou aumentar, e isso dependerá do ganho de massa muscular
obtido ao longo dos treinos.
Os exercícios que mais favorecem
a perda de gordura são os de alta intensidade, como os intervalados, que podem
ser feitos ao ar livre ou nas academias, como por exemplo: spinning, boxe,
circuitos com pesos, aeróbios intervalados no transport ou bicicleta, circuitos na areia (beach training), corridas
curtas e de alta intensidade (no piso duro ou areia), dentre outros... A
duração poderá ser de 20 a 60 minutos, conforme o grau de condicionamento
físico. Estes exercícios, apesar de terem o carboidrato como principal fonte de
energia, emagrecem mais do que aqueles de baixa intensidade e longa duração,
pois além de terem um maior gasto calórico (devido ao maior esforço), há uma
queima de gordura pós-exercício para o organismo se recompor dos esforços
intensos, pois para a frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão
arterial e temperatura corporal voltarem ao estado de repouso, é necessário
energia para este processo, e a gordura é o combustível durante este período
que pode durar até 3 horas após o exercício. Já aquelas atividades físicas de
moderada a média intensidade possuem a gordura como principal fonte de energia,
mas num ritmo bem lento de queima e um gasto calórico menor, e por consequência
o período pós-exercício também será menor e gastará menos calorias e gordura.
Sendo assim, a duração deste tipo de exercício deverá ser superior a 40
minutos, podendo alcançar a 1h e meia de duração, conforme o grau de
condicionamento físico do indivíduo.
Entenda como ocorre a queima de
gordura
Desde o primeiro minuto de
exercício, utilizamos todas as fontes de energia disponibilizadas pelo
organismo, predominando cada uma delas conforme o tipo e duração de exercício,
sem isentar a participação das outras, conforme a explicação abaixo.
O ATP-CP (adenosina tri-fosfato –
fosfo-creatina): é a 1a fonte de energia e se esgota rapidamente (após 15-30
segundos de duração). É utilizada em exercícios de explosão como boxe, provas
curtas de atletismo, musculação em treinos de potência e hipertrofia muscular,
e se esgota RAPIDAMENTE. Sua recuperação em 100% é em torno de 2 minutos de
descanso, dependendo do grau de esforço. A creatina que forma este composto é
encontrada nos músculos e cérebro, e, na alimentação, é encontrada nas carnes.
O CARBOIDRATO (hidratos de carbono):
é a 2ª fonte de energia a predominar (sem isentar a gordura, porém esta
utilização não é significativa) por ser mais facilmente liberado pelo
organismo. A partir de 20 minutos, a utilização da GORDURA, 3ª fonte de
energia, começa a predominar, já que o carboidrato começa a se esgotar. Ele é o
principal gerador de glicose no organismo, encontrado nos pães, massas, doces e
frutas, é o combustível que nos mantêm acordados e alimenta o cérebro.
Armazenamos grande quantidade no fígado (glicogênio hepático). O excesso
consumido é transformado em gordura e grandes excessos em conjunto com maus
hábitos de vida pode desencadear a doença Diabetes.
A GORDURA (formada por glicerol e
ácidos graxos): predomina em exercícios de longa duração, como em corridas
longas, aulas predominantemente aeróbias (tae bo, jump, spinning, running...),
esportes como tênis, futebol, voleibol, ciclismo, patinação e natação. Seu
consumo em excesso pode elevar os níveis de gordura no sangue, do colesterol
LDL, levando ao entupimento dos vasos sanguíneos, aumentando a pressão
arterial, podendo causar doenças cardiovasculares. As piores gorduras são as de
origem animal (carne vermelha e manteiga), e as gorduras vegetais hidrogenadas
(bolos e biscoitos). As de origem vegetal (castanha, azeite, soja…) e de alguns
peixes, trazem benefícios `a saúde, como diminuir o colesterol LDL e aumentar o
HDL e suprir necessidades de vitaminas lipossolúveis (vitaminas presentes
apenas na gordura corporal) A, D, E e K. As gorduras também formam hormônios e membranas
celulares, sendo assim, não podemos ficar isentos de um % mínimo presente no
organismo, pois a falta das mesmas na alimentação pode acarretar deficiência de
hormônios, das vitaminas supracitadas e por consequência, prejudicar o alcance
dos objetivos de perda de gordura e hipertrofia muscular.
A 4a fonte é a de PROTEÍNAS
(formada por aminoácidos). É utilizada de forma significativa em casos
extremos, ou seja, quando há esgotamento de carboidratos e gorduras, como nas
maratonas, triatlon, treinos intensos a partir de 60 minutos combinado com uma
alimentação inadequada e/ou no caso de indivíduos com % de gordura muito baixo.
Pode ser encontrada nos alimentos de origem animal (carnes, peixes, ovos, leite
e derivados) e de origem vegetal (grãos). Sua ingestão é extremamente
importante para a formação dos músculos e tecidos em geral. Seu excesso
consumido, assim como o dos carboidratos, também é transformado em gordura e
além disso, pode sobrecarregar os rins. Por isso, é um grande erro pensar:
“Quanto mais proteína eu como, mais músculos ganharei”. O ideal é fazer a
ingestão correta indicada por um nutricionista para evitar riscos.
Após esta análise dos exercícios
que gastam mais ou menos gorduras, período pós-exercício e fontes de energia,
recomendo realizar os exercícios de alta intensidade e menor duração (20 a 60
minutos, conforme o grau de condicionamento físico), 3 vezes por semana e os de
baixa intensidade e longa duração (40 minutos a 1h e meia) de 2 a 3x por
semana. Um dia semanal deverá ser de descanso.
O mais importante é entender que
essas fontes de energia se resumem em uma única função: fazer nosso organismo
produzir GLICOSE para ser utilizada como ENERGIA. E para esse processo ocorrer
de forma benéfica, a alimentação correta (de preferência orientada por um
nutricionista) deverá SEMPRE caminhar junto com o plano de exercícios para a
otimizar a obtenção dos resultados desejados em conjunto com uma saúde
equilibrada e em perfeita harmonia.
Autora: Profª. Paula Torres
Fonte: http://ligadasaude.blogspot.com.br/2012/06/qual-o-tipo-de-exercicio-mais-indicado.html
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