Pesquisa recentes apontas a
perturbadora possibilidade de que estratégias que tomamos para nos protegermos
da exposição a toxinas no ambiente podem ter chegados décadas, ou mesmo um
século tarde demais.
Se sua bisavó experimentou uma
breve exposição a toxinas, sugerem estes estudos, você e seus filhos podem
correr o risco de doenças reprodutivas e possivelmente outras condições. O
mecanismo presumível desta desafortunada herança não é uma mutação no próprio
DNA, mas mudanças bioquímicas que determinam se nossos genes são ou não
ativados – um campo de estudo conhecido como epigenética.
Mais recentemente, pesquisadores
da Washington State University, liderados pelo professor Michael Skinner,
divulgaram no mês passado que exposições de curto prazo de ratos grávidos a
diversos tipos de substâncias químicas causaram doenças de ovário não apenas
nos filhos fêmeas mas também em duas gerações subsequentes de fêmeas.
Sintomas que têm paralelos
àqueles encontrados na doença de ovário policístico e insuficiência ovariana
primária em humanos, ambos redutores da fertilidade, foram identificados em
descendentes de ratos expostos a fungicidas, pesticidas, dioxina, combustível
de avião e uma mistura de plásticos, mas não entre descendentes do grupo de
controle.
Quando foram examinadas células
do trato reprodutivo de ratos, as desordens foram ligadas a agrupamentos de um
átomo de carbono e três de hidrogênio – chamado de grupo metil – encrustado
sobre certos genes. Dependendo da localização e outros fatores, estes grupos de
metil agem para inibir a expressão genética.
Este padrão de “metilação de DNA”
alterado é um dos mecanismos conhecidos através dos quais o epigenoma que
controle os genes são ligados ou desligados, e portanto quais proteínas são
produzidas dentro das células. Neste caso, as novas estruturas epigenéticas
foram herdadas intactas de uma geração a outra, embora apenas os ratos grávidos
originais tenham sido expostos a toxinas.
Esta descoberta impressionante é
apenas o mais recente desafio à noção de genética como uma forma de destino. Em
2005, Skinner e colegas – reconhecidos pioneiros neste novo campo de
epigenética transgeracional – relataram na Science que quatro gerações de um
rato grávido exposto a fungicidas exibiram redução na contagem de esperma e em
sua mobilidade.
Deste então, a equipe de Skinner
publicou uma série de estudos documentando uma gama de condições que podem ser
induzidas em ratos através de uma exposição tóxica ancestral que não altera o
código genético. Elas incluem doenças dos rins, anormalidades do sistema
imunológico, doenças de próstata e colesterol alto, informa a Mother Jones.
Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/planeta-urgente/toxinas-podem-alterar-seu-dna/
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