1) Os casos de câncer têm aumentado?
Sim, o número de casos dobrará na próxima década, principalmente nos países em desenvolvimento.
2) As pessoas estão mais informadas sobre o assunto?
Não. Elas têm mais acesso a informação, mas só as pessoas que já estão com a doença é que procuram informação. Ainda há uma "cancerofobia" na população.
3) Há casos de recuperação e cura, mais do que antigamente?
De forma muito clara nos países desenvolvidos, mas isso não corresponde à realidade brasileira onde ainda temos muito diagnóstico tardio e falta de acesso a métodos modernos de diagnóstico e tratamento.
4) Há uma forma de prevenir o câncer? Como? Cite alguns exemplos.
Sim. Reduzindo o tabagismo, vacinando contra o HPV e hepatites virais, selecionando pacientes com risco elevado para câncer de mama para serem submetidas à prevenção cirúrgica ou medicamentosa.
5) Quais são os fatores que mais prejudicam a saúde em relação a esse problema?
Tabagismo, exposições ocupacionais, exposição a fatores biológicos de risco.
6) O comportamento das pessoas ajuda a desencadear o problema?
De alguma forma, sim.
7) Pode-se dizer que a hereditariedade e a genética são fatores importantes quando se fala em câncer. E os fatores comportamentais e externos? Também são relevantes?
As duas coisas. Em neoplasia de mama a genética corresponde a 30% dos casos, mas a doença neoplásica (câncer) sempre é plurifatorial. Não há uma causa única, mas a soma de fatores de risco.
8) O estresse do dia a dia, o excesso do trabalho, a falta de tempo para atividade física e a má qualidade da alimentação são fatores que aceleram o problema?
Isso parece se comprovar cada vez mais verdadeiro, embora seja muito difícil quantificar essa influência.
9) Exames de rotina para prevenção são importantes. O que há de novo nesse sentido?
A novidade é a tomografia de cortes finos e baixa dose de radiação no diagnóstico precoce do câncer de pulmão.
10) Tristeza, depressão, fracasso profissional, separação, perda de uma pessoa querida causa câncer?
Não diretamente, mas podem levar a alterações que secundariamente podem contribuir para o surgimento de um câncer.
11) Considerações finais.
Quanto mais informações corretas tivermos e quanto menor o medo em encarar essa doença de frente, maior a chance de conseguirmos diagnósticos precoces e tratamentos mais efetivos.
Autor: Dr. Ricardo Caponero - Médico Oncologista da Clínica de Oncologia Médica, Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Especialização em Oncologia pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clinica (SBOC) e Co-investigador de Pesquisas Clínicas Nacionais e Internacionais Multicêntricas).
Fonte: http://www.nutricaoempauta.com.br/lista_artigo.php?cod=2121
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