Considerado um dos grandes problemas de saúde pública, a obesidade vem crescendo a cada dia no mundo todo. Diversos estudos são realizados tentando compreender e combater essa doença. Uma pesquisa recente na área, da Revista CellMetabollism, é de um grupo de cientistas da Universidade de Copenhagem, na Dinamarca, coordenado por RomainBarrès.
O trabalho mostrou que o excesso de peso modifica o padrão de metilação de genes nos espermatozoides, o que poderia influenciar a adiposidade nos filhos, levando ao desenvolvimento de obesidade. Os resultados foram divulgados no início de dezembro na Revista CellMetabolism.
O estudo intitulado Obesity and Bariatric Surgery Drive Epigenetic Variation of Spermatozoa in Humans analisou o padrão de metilação de genes, a partir de DNA extraído de espermatozoides de seis homens obesos, que estavam passando pelo procedimento preparatório para cirurgia de perda de peso.
O material colhido dos pacientes foi examinado antes do tratamento, uma semana depois e um ano depois. Neste processo, foi constatado que houve alterações epigenéticas, nos espermatozoides.
A Dra. Maria Edna Melo, membro do Departamento de Obesidade da SBEM e diretora da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO), explicou o que a metilação em um gene reduz a expressão do mesmo, consequentemente ocorre diminuição na produção da respectiva proteína.”
“O estudo apresenta padrões diferentes de metilação em genes que controlam o desenvolvimento e função cerebral entre obesos e magros. E a análise, após cirurgia bariátrica, mostra que o padrão de metilação nos obesos modifica-se, especialmente, nos genes relacionados à regulação central do apetite”, afirmou a endocrinologista.
A especialista esclarece que alterações epigenéticas podem ser transferidas aos filhos. Com isso, pode haver predisposição para o desenvolvimento da obesidade no bebê.
A médica ainda destacou que pesquisas envolvendo mecanismos epigenéticos, normalmente, é feita com mulheres, e o fato desta ter como foco os homens amplia nosso conhecimento dos inúmeros fatores que influenciam no desenvolvimento da obesidade.
“Os estudos clássico,s avaliando metilação em mulheres que foram submetidas à restrição calórica importante durante a segunda guerra mundial, mostraram que as mesmas tiveram mais filhos com obesidade. Assim, alterações epigenéticas podem ser transmitidas à descendência. Da mesma forma, a obesidade nos homens no referido estudo pode determinar um processo semelhante, embora numa situação de consumo energético elevado.”
Por fim, o próximo passo deverá ser a observação e acompanhamento dos filhos destes pacientes, para confirmar a relação entre essas modificações epigenéticas e a obesidade nos mesmos, finalizou a endocrinologista.
Para obter mais informações sobre o estudo acesse o link Revista CellMetabollism.
Fonte: http://www.endocrino.org.br/estudo-internacional-sobre-obesidade-genetica/
sábado, 9 de janeiro de 2016
Estudo Internacional sobre Obesidade
Postado por
Dr. Frederico Lobo
às
07:43
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