terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
Dr. minha prolactina está alta, o que devo fazer? Por. Dra. Patrícia Peixoto
1 - o que é a Prolactina?
É um hormônio produzido pela hipófise e cuja principal função é estimular a produção de leite pelas glândulas mamárias e o aumento das mamas.
2 - a dosagem de Prolactina em exames de sangue deve ser feita de rotina?
NÃO. A investigação com exames para dosar Prolactina só estará indicada quando o médico, após a consulta, detectar que o paciente, que pode ser homem ou mulher, apresenta sintomas ou sinais que sugiram aumento dos níveis de Prolactina como causa.
Vale ressaltar que a dosagem de Prolactina em pacientes sem indicação ou por profissionais que não saibam interpretar os resultados acabará por gerar preocupação desnecessária no paciente, além de tratamento indevidos ou inadequados
3 - E quando é indicado dosar a Prolactina?
Na mulher que apresente:
- amenorréia ( falta de menstruação por pelo menos três meses na ausência de gestação ou climatério)
- galactorréia ( saída de leite das mamas sem gravidez ou amamentação)
- irregularidade menstrual
- sintomas relacionados a hipogonadismo, como redução de libido
- cefaléia e sintomas visuais ( mais raros)
- osteoporose ou osteopenia
No homem com:
- ginecomastia ( aumento do tecido mamário)
- sintomas de redução da testosterona, o que o aumento da prolactina provoca, como impotência sexual, entre outros.
Como se vê, alguns dos sintomas listados acima não são causados somente pelo aumento da Prolactina. Por isso, é necessário o raciocínio médico unindo os dados para avaliar cada caso em relação a necessidade dela ser dosada.
4 - o que causa aumento da Prolactina?
Podemos dividir as causas em fisiológicas ( não relacionadas a doenças) e patológicas.
As causas fisiológicas mais comuns de hiperprolactinemia (aumento do nível sérico da prolactina) são a gravidez e amamentação. Além disso, estresse, exercícios físicos e alterações no sono também podem causar tal elevação, inclusive no momento da coleta é indicado que o paciente faça um tempo de repouso por conta disso.
Ainda como causas não patológicas podemos citar o uso de medicamentos, algo a ser sempre questionado na consulta. Em especial os anticoncepcionais orais, as drogas antipsicóticas do grupo dos antagonistas da dopamina (principal neurotransmissor envolvido na inibição da secreção de Prolactina) e alguns anti-hipertensivos.
Uma outra condição fisiológica é a existência da macroprolactina, uma situação em que a molécula de Prolactina naquela pessoa é diferente da usual, o que acaba fazendo com que na dosagem ela apareça elevada. Neste caso, não há doença nem sintomas e nada precisa ser feito.
Por outro lado, as causas patológicas, ou seja, doenças que causam elevação da Prolactina são os adenomas hipofisarios, lesão da haste hipotalâmica (as quais impedem a inibição pela dopamina) e hipotireoidismo, além da síndrome dos ovários policísticos, disfunção renal ou hepática, cirrose, insuficiência adrenal, lesões inflamatórias em região torácica, entre outras.
Os níveis de aumento da Prolactina são uma pista que o especialista utiliza para considerar as possíveis causas. Isso significa que quando há elevações acima de 200 a chance de haver um adenoma hipofisário como causa é muito maior. Por outro lado, níveis acima do limite superior normal, que em geral é 25, porém abaixo de 100, geralmente são causados por condições não patológicas, como por exemplo uso de medicamentos, estresse, coleta feita sem repouso correto, entre outras.
5 - o que fazer se a Prolactina está elevada?
Em primeiro lugar, este dado tem que ser considerado em conjunto com a história e exame físico do paciente. Como foi colocado, nem toda elevação de Prolactina significa que há doença. Portanto, o primeiro passo é procurar um médico especialista que conduza uma investigação adequada para definir a conduta acertada para cada caso.
Fonte: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10207752033659472&set=a.1806775409804.2108180.1252474433&type=3&theater
Postado por
Dr. Frederico Lobo
às
18:19
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