Herpes labial em geral começa com formigamento e ardência
local e logo surgem pequenas vesículas agrupadas. Quem já teve crises de
herpes, sabe o quanto as vesículas incomodam, doem e causam constrangimento.
Um dos gatilhos para a manifestação da doença é a exposição
solar intensa (por isso recomenda-se o uso de protetor labial), baixa imunidade
do organismo, estresse, cansaço físico e mental, além de vigência do período
menstrual.
Infelizmente, não existe cura definitiva para o herpes
labial. O tratamento convencional consiste em antivirais orais (o famoso
aciclovir) e algumas pomadas específicas. O medicamento ajuda a inibir a
replicação do vírus e a diminuir o tempo a intensidade dos sintomas.
Mas aqui vai um alerta: é necessário iniciar o tratamento o
mais rápido possível, ou seja, de preferência no primeiro dia de manifestação
da doença, para que o vírus não se replique. E mesmo que você já saiba decor o
remédio a ser utilizado, não se automedique durante as crises, pois é
fundamental procurar ajuda médica.
O inconveniente dos medicamentos, porém, é que sua ação no controle das recidivas é limitada e seu
uso frequente pode determinar casos de resistência viral.
Por isso, uma parcela relevante da população está propensa a
ter reincidência das crises, com até seis episódios por ano. Mas é possível,
então, pelo menos prevenir as crises?
Segundo o dr. Walmar Roncalli Pereira, dermatologista do
HCFM/USP, sim. Para isso, é importante apostar em alimentos que contenham
lisina, já que o corpo humano não é capaz de fabricar esse aminoácido.
Os
principais alimentos que contêm são:
Soja;
Verduras;
Frango;
Peixe.
Também é indicado procurar diminuir o consumo de alimentos
que contenham arginina, como:
Chocolates;
Laranja;
Uvas;
Amêndoas.
“O papel fundamental da lisina é inibir a arginina,
aminoácido que ajuda na reprodução do vírus. Como elas competem dentro da
célula, o aumento da lisina no organismo significa uma queda da arginina, e
manter essa relação harmoniosa é muito importante como medida profilática para
prevenir o herpes labial e sua reincidência, além de acelerar o processo de
cicatrização”, esclarece Roncalli.
De acordo com o dr. Roncalli, uma alimentação bem
balanceada, com consumo adequado de proteína, contém de 5 a 8 gramas de lisina.
Entretanto, há uma redução de até 42% dessa proteína durante o processo
digestivo e até no processo de preparo dos alimentos. Ou seja, mesmo que se
consuma a quantidade correta de lisina, há sempre uma perda natural desse
aminoácido.
Uma opção é utilizar a suplementação de lisina como medida
profilática. Como ela não é um agente antiviral, sua utilização frequente e
prolongada não causa resistência viral.
“Na verdade, para efeito de prevenção de recorrência de herpes labial devemos ter no sangue uma
concentração de 165 nmol/ml de lisina, o que pode ser atingido utilizando-se
1.500mg de cloridrato de lisina por 6 meses”, diz.
Fonte: http://drauziovarella.com.br/virus-e-bacterias/e-possivel-prevenir-crise-de-herpes-labial/
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