Meu amigo Flávio Melo (pediatra) do site http://www.pediatradofuturo.com.br fez ao longo dessa semana vários posts sobre amamentação. Excelente material e de leitura obrigatória para as mamães que estão amamentando, as grávidas ou qualquer mulher que anseia por esse momento sublime.
Amamentação – parte 1 – produção do leite materno
O leite materno é o alimento essencial e mais importante para o bebê. Por mais que o ambiente, o hospital (se for o caso) ou as pessoas tentem te fazer pensar que a amamentação é algo difícil e extraordinário, na verdade é um ato natural e instintivo para você e o bebê.
Claro que entender o processo de produção pode ajudar. Então, de uma forma simplificada, quero que você saiba o passo a passo.
O passo a passo da produção de leite materno
1- Os hormônios da gravidez – estrógeno e progesterona – preparam os seios para o que virá depois: acontece o aumento das mamas, da sensibilidade e a dilatação dos vasos sanguíneos.
2- Após o nascimento começa a ação de outros dois hormônios secretados pela glândula hipófise. Um deles estimula a produção, chamado prolactina, e o outro estimula a ejeção do leite, chamado ocitocina.
3- A produção do leite é sob demanda, ou seja, quanto mais o menino mama, mais a mama produz.
4- Até mesmo mulheres que adotam, com ajuda profissional, podem conseguir produzir leite e amamentar.
E quando a “fábrica” está devagar, o que fazer?
1- Como você já viu acima, a amamentação tem que ser sob livre demanda.
2- Melhorar a pega do bebê. Clique aqui para ver algumas mini aulas gravadas pela fonoaudióloga Isa Crivellaro.
3- Verificar se ele não tem anquiloglossia (língua presa).
4- Amamentar à noite.
5- Ofereça o seio mesmo quando o bebê não demonstre fome.
6- Ofereça sempre os dois seios em cada mamada, mas não fique trocando de seio a cada instante. Espere esvaziar um para oferecer o outro.
7- Retirar o leite (ordenhar) pode aumentar a produção e caso seja suficiente, você pode e deve doar. Os prematuros agradecem!
8- Nada de complemento.
9- Compressas mornas nos seios (nada de bolsa térmica) ou massageá-los embaixo do chuveiro pode ajudar.
10- Relaxe, aproveite o momento único. Não foque nos problemas, foque no amor que você transmite para esse ser maravilhoso, gestado por você e que agora você tem nos braços.
11- Durma bem, na medida do possível.
12- Beba muita água, entre 3 a 4 litros de água por dia. O leite materno é 87% água!
13- Remédios para produzir leite? Só com avaliação médica!
14- Anticoncepcionais? Só com avaliação médica.
15- Se está com dor, por algum motivo, ela sozinha pode ser a causa da baixa produção e precisa de tratamento.
Fonte: http://www.pediatradofuturo.com.br/amamentacao-parte-1-producao-do-leite-materno/
Amamentação – Parte 2 – Qual a composição do leite materno e como melhorar
O leite materno (LM) é mais do que um alimento completo: é um alimento “vivo”. Transforma-se e se adapta às necessidades do bebê nas diferentes fases do crescimento.
A composição do leite materno muda de acordo com o tempo e pode mudar de acordo com a alimentação da mãe. Por isso é tão importante não fazer restrições alimentares desnecessárias durante a lactação, sem a ajuda do seu pediatra e da nutricionista.
As fases do leite materno
1 – Colostro
É o leite produzido nos primeiros 5 a 7 dias após o parto. É rico em componentes imunogênicos e proteínas, como a imunoglobulina A secretora, a lactoferrina, leucócitos (por isso chamo de alimento vivo) e fatores de desenvolvimento/crescimento. Sua função essencial é prover proteção ao bebê, por isso a quantidade de lactose não é tão grande.
2 – Leite de transição
Após a primeira semana, ocorre o aumento da produção do leite e gradativamente aumenta a quantidade de lactose, para prover as necessidades do bebê em crescimento rápido.
3 – Leite Maduro
Ao redor do final do primeiro mês, o leite já está com sua composição e produção estabilizadas, o bebê já está adaptado ao aleitamento, o leite materno já está maduro.
Qual a composição do leite materno?
Em média, 100 ml tem 67 calorias. A mãe produz cerca de 750 ml de leite maduro por dia e gasta cerca de 500-600 calorias para esse fim.
Em termos de macronutrientes (média), carboidratos (lactose e oligossacarídeos) representam 55% do total, gorduras (palmítico e oléico, linoléico e linolênico, DHA e ARA) 37,5% e proteínas (80% de proteínas do soro e 20% de caseína) 7,5%.
Já em termos de micronutrientes, a depender da alimentação da mãe, há níveis variáveis de vitamina A, B1,B2,B6,B12, D e Iodo.
É muito importante que a lactante consuma ou suplemente quantidades adequadas de vitamina D, pois normalmente tem pouco no leite materno (o bebê também deve ser suplementado).
Componentes Imunogênicos
Esses são talvez os componentes mais importantes, pois determinam uma série de estímulos positivos para a flora intestinal e auxiliam na modulação da resposta imunológica, tão importante para evitar doençasalérgicas, metabólicas e inflamatórias no futuro.
Há desde células do sistema imunológico, como macrófagos, linfócitos T até as recentemente descobertas células tronco, cuja função e importância ainda é investigada.
Também estão presentes as chamadas citocinas e quimocinas, que ao entrarem em contato com o sistema imunológico intestinal do bebê, funcionam como moduladores da resposta e maturadores. Protegem e preparam para os inúmeros contatos com elementos estranhos que acontecem no início da vida.
Os elementos mais recentemente estudados foram os oligossacarídeos do leite materno (HMOs), que são carboidratos que estimulam e nutrem as bactérias da flora intestinal. São os nossos primeiros e importantíssimos pre-bióticos.
Antes se pensava que o LM era estéril, mas recentemente se descobriu que existe uma microbiota/flora, que muda de acordo com as características maternas e ao longo do período da lactação. Ou seja, até no leite materno tem Vitamina S.
Fatores de crescimento
Além de tudo exposto acima, no há hormônios, como a leptina, grelina, adiponectina, que auxiliam na saciedade e no metabolismo e também no desenvolvimento e crescimento de diversos órgãos, desde o intestino até o cérebro.
Pois é, como vocês podem ver, o LM é um alimento rico, vivo e essencial. Mas a sua alimentação e estilo de vida pode influenciar em diversos aspectos da sua composição.
Como turbinar o seu leite? Assunto para o post de amanhã.
Fonte: http://www.pediatradofuturo.com.br/parte-2-qual-composicao-do-leite-materno-e-como-melhorar/
Amamentação – Parte 3 – Leite Materno: como turbinar?
Como você já viu nos posts anteriores, o leite materno é produzido sob demanda, é um alimento vivo e que se transforma de acordo com as fases e necessidades do bebê.
Pensávamos até certo tempo atrás que a composição não variava muito com a dieta materna, mas estudos recentes desbancaram essa teoria.
De acordo com a quantidade e qualidade da dieta materna, podem ocorrer variações importantes nos seus constituintes.
E o pior é que basta o menino chorar mais um pouquinho, que todo mundo começa a te aperrear para mudar a alimentação, tirando exatamente tudo o que é importante para uma boa composição do teu leite, como as fontes de vitaminas, minerais e gorduras boas.
Aí te dizem:
– Comer peixe amamentando? Nem pensar! É carregado! Mas torta de chocolate pode!
E aí sou eu (o pediatra) e o bebê que choramos!
Então, vamos turbinar o leite materno?
Antes de mais nada, esse é um momento crucial para um nutricionista te ajudar, pois somente ele tem a autorização legal para prescrever o cardápio.
Só vou listar aqui algumas regrinhas gerais, ok?
Regra geral 1: coma alimentos com densidade nutricional!
Peixes e frutos do mar: salmão, algas, mariscos e sardinhas. Olho na qualidade e procedência!!!
Carnes: carne de boi, porco, cordeiro, frango e carnes de órgão, como o fígado (uma vez por semana).
Frutas e hortaliças: tomate, frutas vermelhas (se o bolso deixar), repolho, couve, alho e brócolis.
Sementes e castanhas: amêndoas, nozes, chia e linhaça.
Outros: ovos, aveia, tubérculos (batata doce, cará), quinoa, e chocolate com alto teor de cacau (70% ou mais).
A lista é enorme: o importante é não restringir mas qualificar.
Evite ao máximo os ultra-processados. Sei que você sempre vai ter uma tortinha à mão e umas lembrancinhas para os glutões que vem visitar a bebê, mas resista sempre que possível!
Regra 2: saiba quais vitaminas e minerais têm sua quantidade variável no leite de acordo com a alimentação
Vitamina B1 (Tiamina) – peixe, porco, sementes, castanhas e pão.
Vitamina B2 (Riboflavina) – queijo, amêndoas, castanhas, carne vermelha, peixes do mar e ovos.
Vitamina B6 – sementes, castanhas, peixe, frango, porco, bananas e frutas secas.
Vitamina B12 – mariscos, fígado, peixes do mar, caranguejo e camarão.
Colina – ovos, fígado de boi, fígado de frango, peixes do mar e amendoim.
Vitamina A – batata doce, cenoura, folhosos verdes escuros, carnes de órgãos e ovos.
Vitamina D – óleo de fígado de bacalhau, peixes do mar, alguns cogumelos e alimentos fortificados (laticínios)
Selênio – castanha do Brasil/Pará (uma só), frutos do mar, peixe, trigo integral e sementes.
Iodo – algas desidratadas, bacalhau, leite e sal iodado.
Incluir esses alimentos na sua alimentação vai aumentar a quantidade dos elementos no leite materno e seu bebê vai agradecer.
Além disso, os ácidos graxos essenciais que você consome (comendo animais marinhos por exemplo), fará com que a quantidade de ômega-3, especialmente DHA e ARA, subam no leite materno.
Esses são elementos essenciais para o desenvolvimento cerebral e visual do bebê. Se sua nutricionista e pediatra perceberem que sua dieta é deficiente, eles podem ser suplementados.
Regra 3: saiba quais são as fontes de outros minerais importantes, cujo consumo não altera muito a composição do leite (mas devem fazer parte da dieta materna!)
Folato: feijões, lentilhas, folhosos verdes, aspargos e abacate!
Cálcio: leite, iogurte, queijo, folhosos verdes e leguminosas.
Ferro: carne vermelha, porco, frango, frutos do mar, feijões, hortaliças verdes e frutas secas.
Cobre: frutos do mar, grãos integrais (verdadeiros!!!), nozes, feijões, carnes de órgãos e batata.
Zinco: ostras (cuidado com a qualidade!), carne vermelha, frango, feijões, nozes e laticínios.
Se você não comer esses alimentos em quantidade suficiente, o corpo vai usar suas reservas para não prejudicar a composição do leite. Por isso, se não comer bem e com qualidade, vai se sentir fraca!
Se não for possível comer alguns alimentos, é importante que seu médico e nutricionista prescrevam suplementos, mas essa é uma situação especial. Em geral, a nutrição deve vir da Comida de Verdade!
Regra 4: o que consumir com moderação
Algumas coisas precisam de moderação, mas não estão proibidas. Exemplo:
Cafeína – cerca de 1% da cafeína que você consome é transferida para o leite materno. Quantidades pequenas de cafeína não causam danos, em torno de 2 xícaras médias por dia.
Álcool – o ideal é não consumir álcool, pois ele vai para o leite materno e o bebê demora muito mais para metabolizar. Seu corpo leva de 1-2 horas para “limpar” da corrente sanguínea o equivalente à uma taça pequena de vinho, uma lata de cerveja ou uma dose de destilados. Portanto, em uma situação excepcional onde você queira ingerir uma taça de vinho, por exemplo,espere pelo menos 2 horas para oferecer o seio após ingerir.
Leite de vaca – cerca de 2-6% dos bebês podem desenvolver alergia à proteína do leite de vaca (APLV), mesmo em aleitamento materno exclusivo. Não tomar leite de vaca não evitará a APLV, mas caso exista essa suspeita, a dieta da mãe precisará estar 100% restrita para verificar o diagnóstico e durante o tratamento.
E aí, aprendeu como turbinar seu leite materno? Se gostou, compartilhe!
No próximo post, tudo de bom que o leite materno faz para a saúde do teu bebê.
Fonte: http://www.pediatradofuturo.com.br/leite-materno-como-turbinar/
Amamentação – Parte 4 – O que evita no bebê
Como você já deve ter lido e aprendido nos posts anteriores, o leite materno é um alimento completo para as necessidades do seu bebê.
Mas ele não é somente a nutrição perfeita pra ele, pois também tem impacto na saúde à curto, médio e longo prazo.
A cada dia essa lista abaixo aumenta, mas já passou dos dedos de uma mão. Seguem abaixo os benefícios do LM (leite materno) pro seu bebê:
– seus anticorpos, como por exemplo a Imunoglobulina A, protegem o bebê, formando uma camada protetora nas vias aéreas (nariz e garganta) e no trato digestório.
Por isso mesmo, nem sempre que você fica resfriada o seu bebê pega. Afinal, você pode até dar a doença, mas também está dando a proteção.
– redução nos episódios de otites: 3 ou mais meses de aleitamento exclusivo podem reduzir o risco em 50%e qualquer período de amamentação reduz em 23%.
– redução nos episódios de infecções respiratórias: o aleitamento exclusivo por mais de 4 meses reduz o risco de hospitalização por essas doenças em 72%.
– redução no risco de gripes e resfriados: bebês em AM exclusivo por 6 meses, tem um risco 63% menor de ter infecções sérias nas vias aéreas superiores.
– redução no risco de infecções intestinais: redução de 64%, mesmo após a cessação da amamentação.
– o leite materno reduz em 60% o risco de uma infecção grave dos prematuros, a enterocolite necrotizante.
– redução de 50% no risco de morte súbita no lactente.
– amamentar exclusivamente por pelo menos 3 a 4 meses, está ligado a cerca de 35% de redução do risco de asma, dermatite atópica e rinite.
– bebês que são amamentados no momento da primeira exposição ao glúten, tem um risco 52% menor de desenvolver doença celíaca.
– bebês amamentados tem 30% menos chance de desenvolver doença inflamatória intestinal.
– pelo menos 3 meses de amamentação reduz o risco de diabetes tipo 1 em 30% e diabetes tipo 2 em 40%.
Além de todas as doenças acima, o aleitamento promove um ganho de peso saudável. As taxas de obesidade em bebês amamentados são cerca de 15-30% menores, comparados aos bebês que tomam fórmula artificial.
Cada mês que dura o aleitamento, ocorre uma redução de 4% no risco de obesidade futura.
Seu bebê prematuro também terá chances reduzidas de problemas de desenvolvimento, se amamentado exclusivamente.
Como vocês podem ver, a lista é extensa e impressionante. Cabe a nós, profissionais de saúde e às famílias, dar todo o apoio e suporte à amamentação, até porque os benefícios não são somente para o bebê, mas também para a mãe.
Mas aí já é o assunto do post de amanhã.
Gostou? Compartilhe!
Fonte: http://www.pediatradofuturo.com.br/amamentacao-parte-4-o-que-evita-no-bebe/
Amamentação – Parte 5 – O que evita na mamãe
Nos posts anteriores, você aprendeu:
Como o leite materno é produzido.
Sua composição.
Como comer para turbiná-lo.
Benefícios do AM para o bebê.
Mas aí você faz todo o esforço do mundo, passa dias e noites insones e não ganha nada?
Primeiro, nem preciso falar do vínculo psicológico que esse momento proporciona. E isso ajuda tanto a mãe, quanto o bebê.
Mas não é só isso.
Benefícios do aleitamento materno para as mamães
1) Só para produzir o leite materno, você gasta em torno de 500 calorias por dia. Claro que com uma dieta desequilibrada isso se dilui no primeiro milk shake, hambúrguer gourmet #sqn e mega torta que comer.
Mas se comer direitinho, o “peso” da gestação vai embora rapidinho (rimou?!?!?).
2) Após o parto, o útero, que ficou enorme, precisa contrair e voltar a ficar do tamanho de um punho fechado no máximo. Essa involução ocorre sob o comando da ocitocina, que é liberada em grandes quantidades durante o trabalho de parto, reduzindo o risco de sangramentos e auxiliando as contrações.
Mas você que amamenta também continua a secretar ocitocina e o processo de involução uterina é mais acelerado. Sabe aquela sua amiga que ficou 6 meses de cinta?
3) Às vezes, a tristeza no pós-parto supera a felicidade de ser mãe. Aí vem a temida depressão puerperal. Cerca de 15% das puérperas podem ter.
A ocitocina também é chamada do hormônio anti-ansiedade. Como vimos, quem amamenta produz mais. Então, no fim das contas, quem amamenta tem menor risco de depressão pós-parto.
4) A amamentação reduz o risco de câncer de mama e de ovário em 28%. Cada ano de aleitamento reduz o risco de câncer de mama em 4,3%. Isso deve encorajar você a amamentar além dos dois anos de idade.
5) Ocorre também um risco menor de síndrome metabólica, que predispõe ao diabetes, problemas cardíacos e a obesidade grave. Também há um risco de 10-50% menor de desenvolver pressão alta, artrite e dislipidemias.
6) Seu bolso agradece. As fórmulas, além de não chegarem aos pés do LM, estão pela hora da morte…
Você viu acima todos os benefícios maternos de amamentar, mas infelizmente, há situações que a amamentação deve ser proibida ou postergada.
Outras vezes, a orientação de não amamentar está incorreta.
Esse será o assunto do próximo post. Depois da série, fique certa que saberá mais sobre amamentação que a maioria das suas amigas.
Se gostar, compartilhe!
Fonte: http://www.pediatradofuturo.com.br/amamentacao-parte-5-o-que-evita-na-mamae/
Amamentação – Parte 6 – Quando não amamentar (e os mitos que te dizem)
Espero que você que está acompanhando a série de posts em homenagem à Semana Mundial de Aleitamento Materno 2016 já esteja bastante segura e motivada para amamentar.
Exclusivamente até os 6 meses e com outros alimentos até 2 anos ou mais.
Mas não é raro que eu receba no consultório mães frustradas por terem tido a amamentação contraindicada. Os motivos podem ser vários: um quadro infeccioso que demandou uso de antibióticos, um processo infeccioso atual ou por causa de alguma doença detectada no recém nascido.
Muitas vezes essa indicação está simplesmente incorreta! E é justamente para te ajudar a não deixar o aleitamento materno desnecessariamente, que escrevo esse novo post da série.
Primeiro, vamos falar sobre infecções, pois infelizmente ainda vejo mamães tendo alta da maternidade com a prescrição de antibióticos de rotina nos 7 dias posteriores à cirurgia.
Além de afetar a microbiota da mãe, isso afeta também a microbiota do leite materno, pois agora você já sabe que até no leite materno há micróbios do bem.
Mamães com infecção crônica ou infecção aguda
As únicas infecções que contraindicam o aleitamento materno são por HTLV1/HTLV2 e HIV.
No caso da mãe apresentar uma infecção mais grave – chamada septicemia – e estar internada em UTI, é recomendado ofertar leite humano de banco. Pelo menos até que as condições clínicas dela estejam mais estáveis.
Nas doenças respiratórias transmitidas por gotículas, como a Tuberculose na fase aguda, Coqueluche e Influenza/H1N1, está indicada que você ordenhe seu leite e tome precauções de contato respiratório até que o tratamento seja instituído e diminua o risco de transmissão (dependendo de cada doença).
Já para Hepatite B, fazer vacina e imunoglobulina no bebê e amamentar logo após.
Se for Herpes Simples, só atrasar o início da amamentação se houver lesões ativas no seio ou mamilo.
Fique atenta: não há contraindicação de amamentar no caso de Dengue, Zyka ou Chikungunya.
Quais são as doenças dos bebês que contraindicam a amamentação?
– Galactosemia clássica.
– Má absorção congênita de Glicose-Galactose (CGGM).
– Deficiência congênita de lactase.
– Fenilcetonúria e Doença da urina de Xarope do bordo.
E quando a mãe está doente ou tem alguma doença ou problema crônico?
Em casos selecionados de algumas doenças maternas, a amamentação poderá ser contraindicada ou postergada até melhora das suas condições clínicas.
A depressão grave pós-parto, a psicose puerperal e o distúrbio bipolar descompensado precisam de atenção!
Doenças cardíacas graves, como insuficiência cardíaca grave, se encaixam nesta situação. Assim como em portadores de esclerose múltipla severa.
Nas lactantes que passaram por cirurgia de mamoplastia redutora, pode haver dificuldades com a amamentação.
E quando a mãe está usando ou usou fármacos, drogas lícitas ou ilícitas?
Poucos fármacos contraindicam a amamentação. Normalmente está contraindicada a amamentação com o uso de:
Sedativos do grupo dos opióides (ex. morfina, codeína).
Alguns psicotrópicos e antiepilépticos (doxepina, zonisamida, por exemplo).
Os anticoncepcionais combinados de estrogênio/progesterona.
Isotretinoína (para acne).
Diversas drogas para tratamento do câncer.
Anti inflamatórios e 99% dos antibióticos são compatíveis com o aleitamento.
Uma lista completa de drogas e sua compatibilidade na gestação pode ser encontrada clicando aqui.
E no caso de drogas lícitas ou ilícitas?
Como você já leu no post sobre como turbinar o leite, o uso de álcool no aleitamento materno deve ser evitado. Além da passagem do álcool para o bebê, pode haver alteração do sabor do leite materno e diminuição da lactogênese (produção de leite).
Nesse estudo, a ingestão do equivalente a 1 lata de cerveja ou 1 taça de vinho chegou a reduzir a produção de leite em 23%!
“- Mas Dr. Flávio, e a tal da cerveja preta para aumentar a produção do leite?”
Essa respondo no último post da série, sobre mitos da amamentação, ok?
No caso do tabagismo, além dos efeitos na saúde materna, a nicotina passa através do LM, altera o sabor, reduz a produção de prolactina e está associado a um menor tempo de aleitamento. O passivo também!
Essa parte abaixo é para os profissionais de saúde que se deparam com uma gestante em trabalho de parto que consumiu drogas. Não é tão raro, infelizmente, e sempre fica a dúvida se deve liberar ou não o aleitamento.
Se houve uso de drogas ilícitas imediatamente antes do parto ou durante o aleitamento, a recomendação é suspender a amamentação pelos seguintes períodos:
Anfetamina e ecstasy: 24–36 horas.
Barbitúrico: 48 horas.
Cocaína, crack: 24 horas.
Etanol: 2-3 horas por dose ou até estar sóbria.
Heroína e morfina: 24 horas.
LSD: 48 horas.
Maconha: 24 horas.
Fenciclidina: 1–2 semanas
Há estudos que discutem esse assunto em maior profundidade, como este aqui de 2013 publicado no PubMed e este outro também de 2013 publicado no Clinics Obstetricts and Gynecology.
Resumindo…
Como você leu neste post, talvez muitos dos motivos que já te contaram que contraindicariam a amamentação não são baseados na ciência e peço que você compartilhe a informação correta e científica, para incentivar cada vez mais o aleitamento materno, mesmo quando a mãe ou o bebê tem algum tipo de problema.
Fonte: http://www.pediatradofuturo.com.br/parte-6-quando-nao-amamentar-e-os-mitos-que-te-dizem/
Parte 7 – 24 MITOS da amamentação que você precisa saber!
Esse é o último post da série de 7 que fiz essa semana em homenagem à Semana Mundial de Aleitamento Materno 2016.
Espero que possa ter te ensinado algo novo e estimulado as famílias a dar apoio cada vez maior a este ato tão importante para uma boa saúde das futuras gerações.
Vamos recapitular o que falamos nesta série:
Post 1: Como é a produção do leite materno
Post 2: Qual a composição do leite materno
Post 3: Como turbinar seu leite
Post 4: Benefícios para o bebê
Post 5: Benefícios para a mamãe
Post 6: Quando não amamentar (e quais os mitos que te dizem)
Mas mesmo com toda a informação disponível, a amamentação muitas vezes é comprometida com mitos, preconceitos e atitudes negativas.
Como vocês sabem que gosto de desmistificar, compartilho a tradução desse texto publicado por Lisa Marasco, assistente de aleitamento.
Foi publicado no site da La Leche League International, uma organização que apoia, dá treinamento e consultoria para profissionais e famílias com problemas de amamentação.
24 Mitos comuns sobre amamentação
Mito 1 : Amamentar frequentemente leva à baixa produção de leite, contribuindo para o desmame.
Realidade: O suprimento de leite é otimizado quando um bebê saudável mama sob livre demanda, sempre que ele necessitar.
O reflexo de ejeção de leite funciona mais na presença de mais estímulo de sucção, que acontece quando você não limita as vezes que o seu bebê vai ao seio. A mama é fábrica (80%) e estoque (20%).
Referências:
De Carvalho, M. et al. Effect of frequent breastfeeding on early milk production and infant weight gainPediatrics 1983: 72:307-11.
Hill, P. Insufficient milk supply syndrome. NAACOG’s Clin Issues 1992; 3(4):605-12.
Klaus, M. The frequency of suckling: neglected but essential ingredient of breastfeeding. Ob Gyn Clin North Am 1987; 14(3):623-33.
Neifert, M. Early assessment of the breastfeeding infant. Contemporary Pediatrics October 1996; 6-9.
Lawrence R. Breastfeeding: A Guide for the Medical Professional, 4th ed. St. Louis: Mosby 1994; 188.
Salariya, F. et al. Duration of breastfeeding after early initiation and frequent feeding. Lancet 1978; 2(8100):1141-43.
Slaven, S. Harvey, D. Unlimited sucking time improves breastfeeding. Lancet 1981; 14:392-93.
Stuart-Macadam, P., Dettwyler, K. Breastfeeding: Biocultural Perspectives. Hawthorne, New York: Aldine de Gruyter, 1995; 129.
Woolridge, M. and Baum, J. Infant appetite-control and the regulation of the breast milk supply. Child Hosp Qtrly 1992; 3:113-19.
Mito 2: A lactante só precisa amamentar de 4 a 6 vezes ao dia para manter o suprimento de leite para o bebê.
Realidade: Os estudos mostram que quando uma lactante amamenta precocemente e frequentemente, uma média de 10 vezes ao dia nas duas primeiras semanas, sua produção de leite é bem maior.
Seu bebê ganha mais peso e ela tende a manter a amamentação por um período mais longo. A produção do leite está relacionada diretamente com a frequência e o suprimento de leite diminui quando as mamadas são infrequentes ou limitadas.
Daly, S., Hartmann, R Infant demand and milk supply: Part 1 and 2. J Hum Lact 1995; 11(1):21-37.
De Carvalho, M. et al. Effect of frequent breastfeeding on early milk production and infant weight gainPediatrics 1983: 72:307-11.
De Coopman, J. Breastfeeding after pituitary resection: support for a theory of autocrine control of milk supply. J Hum Lact 1993; 9(1):35-40.
Riordan, I. and Auerbach, K. Breastfeeding and Human Lactation. Boston and London: Jones and Bartlett 1993; 88.
Mito 3: Bebês mamam todo o leite que precisam nos primeiros 5 a 10 minutos.
Realidade: Enquanto muitos bebês mais velhos podem obter a maioria do leite nos primeiro 5 a 10 minutos, isso não pode ser generalizado para todos os bebês.
Recém-nascidos, que estão aprendendo a mamar e não são tão eficientes na sucção, frequentemente necessitam de mais tempo para mamar.
A habilidade de sugar também tem a ver com a o reflexo de ejeção materno, que varia entre as lactantes. Enquanto certas mães podem ejetar imediatamente, algumas podem não ser tão eficientes.
Algumas ejetam o leite em pequenas alíquotas, várias vezes na mesma mamada. Melhor do que tentar adivinhar como você funciona, é observar os sinais de saciedade do bebê como relaxamento de mãos e braços e auto-desprendimento.
Lucas, A., Lucas, P., Aum, J. Differences in the pattern of milk intake between breast and bottle-fed infants.Early Hum Dev 1981; 5:195.
Stuart-Macadam, P., Dettwyler, K. Breastfeeding: Biocultural Perspectives. Hawthorne, New York: Aldine de Gruyter, 1995; 129-37.
Mito 4: A lactante deve espaçar as mamadas, para que seus seios tenham tempo para encher novamente de leite.
Realidade: Cada dupla mãe/bebê são únicos. O corpo de uma lactante está sempre produzindo leite. Suas mamas funcionam em parte como estoque, algumas armazenando mais que outras.
Quanto mais vazia estiver a mama, mais rápido o corpo produz leite para abastecê-las. Quanto mais cheias as mamas estiverem, mais a produção fica lenta. Se uma mãe fica forçadamente esperando que as mamas encham, seu corpo pode interpretar que está produzindo demais e reduzir a produção total.
Daly, S., Hartmann, R. Infant demand and milk supply: Part 2. J Hum Lact 1995; 11(1):21-37.
Lawrence R. Breastfeeding: A Guide for the Medical Professional, 4th ed. St. Louis: Mosby 1994; 240-41.
Mito 5: Bebês precisam de 6 a 8 mamadas por dia até 2 meses de vida, 5 a 6 com 3 meses e não mais que 4 ou 5 aos 6 meses de idade.
Realidade: Um bebê em aleitamento materno exclusivo sob livre demanda, varia sua ingesta de acordo com o suprimento de leite da mãe e sua capacidade de armazenamento, bem como de acordo com as suas necessidades de desenvolvimento.
Surtos de crescimento e doenças podem mudar temporariamente seu padrão de alimentação. Estudos mostraram que bebês em AM sob livre demanda vão estabilizar o ritmo de amamentação em um padrão que se enquadra na sua necessidade.
Além disso, a ingesta calórica de uma bebê em AM aumenta no final da mamada. Dessa forma, colocar limites na frequência e no tempo pode levar à menor ingesta calórica do que a sua necessidade.
Daly, S., Hartmann, R. Infant demand and milk supply: Part 1. J Hum Lact 1995; 11(1):21-6.
Klaus, M. The frequency of suckling. Ob Gyn Clin North Am 1987; 14(3):623-33.
Lawrence R. Breastfeeding: A Guide for the Medical Professional, 4th ed. St. Louis: Mosby 1994; 253.
Millard, A. The place of the clock in pediatric advice: rationales, cultural themes and impediments to breastfeeding. Soc Sci Med 1990; 31:211.
Woolridge, M. “Baby-controlled breastfeeding: biocultural implications” in Stuart-Macadam, P., Dettwyler, K.Breastfeeding: Biocultural Perspectives. Hawthorne, New York: Aldine de Gruyter, 1995; 217-42.
Mito 6: É a quantidade de leite que o bebê ingere (quantitativo), e não o tipo, leite humano ou fórmula (qualitativo), que determina o intervalo das mamadas
Realidade: Bebês em aleitamento materno exclusivo tem esvaziamento gástrico mais rápido do que bebês em uso de leite artificial (1,5 horas versus 4 horas), devido ao menor tamanho das moléculas de proteína no leite materno.
Enquanto a quantidade ingerida é um fator que pode determinar a frequência de alimentações, o tipo de leite também é muito importante.
Estudos antropológicos com leite de mamíferos confirmam que bebês humanos tendem à amamentar frequentemente e sempre o fizeram ao longo de toda nossa evolução.
Lawrence R. Breastfeeding: A Guide for the Medical Professional, 4th ed. St. Louis: Mosby 1994; 254.
Marmet, C., Shell, E. Breastfeeding Is Important. Encino, California: Lactation Institute, 1991:4.
Stuart-Macadam, P., Dettwyler, K. Breastfeeding: Biocultural Perspectives. Hawthorne, New York: Aldine de Gruyter, 1995; 129.
Mito 7: Nunca acorde um bebê para mamar.
Realidade: Enquanto a maioria dos bebês consegue indicar quando necessitam se alimentar, os recém-nascidos podem não acordar sozinhos com facilidade e devem ser acordados, se necessário, para comer pelo menos 8 vezes ao dia.
Isso pode acontecer por medicamentos que a mãe tomou no parto, medicações que a mãe esteja tomando, icterícia, traumatismos, chupetas e comportamento de recusa após pouca resposta à sinais de fome.
Além disso, mães que querem ter a vantagem da contracepção natural proporcionada pelo Aleitamento Materno Exclusivo, percebem que há um atraso no retorno do ciclo menstrual quando o bebê continua mamando no período noturno.
American Academy of Pediatrics Policy Statement on Breastfeeding and the use of Human Milk. Pediatrics1997; 100(6):1035-39.
Klaus, M. The frequency of suckling: neglected but essential ingredient of breast-feeding. Ob Gyn Clin North Am 1987; 14(3):623-33.
Mohrbacher, N., Stock, J. BREASTFEEDING ANSWER BOOK. Schaumburg, Illinois: LLLI, 1997; 60-65, 360-61.
Tips for Rousing a Sleepy Newborn. LLLI, 1997. Publication No.485.
Mito 8: O metabolismo de um bebê é desorganizado ao nascimento e requer a implantação de uma rotina alimentar para estabilizar essa desorganização.
Realidade: Rotina só vale para o ritual do sono noturno e não para a amamentação. Ao longo do tempo o bebê vai se adaptando ao ritmo familiar e adquirindo um padrão de horário e frequência, espaçando a alimentação.
Mas isso ocorre aos poucos, a rotina do sono envolve o período noturno, mas sempre que o bebê acordar dando sinais de fome, deve ser alimentado.
Mohrbacher, N., Stock, J. BREASTFEEDING ANSWER BOOK. Schaumburg, Illinois: LLLI, 1997; 24-29.
Sears, W. The Fussy Baby. LLLI 1985;12-13.
Mito 9: : Lactantes sempre devem oferecer os dois seios na mamada
Realidade: É mais importante deixar o bebê terminar o primeiro seio, mesmo que signifique não mamar no outro seio na mesma mamada.
O leite posterior é obtido gradualmente enquanto o seio é drenado. Alguns bebês, se mudados prematuramente de seio, podem se fartar no leite anterior dos dois seios, que é menos calórico.
Nesta situação pode não obter quantidades equilibradas de leite anterior e posterior, resultando em um bebê irritado e pouco ganho de peso.
Nas primeiras semanas, muitas mães oferecem ambos os seios na mamada, mas nesse caso pode ser um facilitador para aumentar a produção.
Mohrbacher, N., Stock, J. BREASTFEEDING ANSWER BOOK. Schaumburg, Illinois: LLLI, 1997; 25.
Stuart-Macadam, P., Dettwyler, K. Breastfeeding: Biocultural Perspectives. Hawthorne, New York: Aldine de Gruyter, 1995; 129.
Woolridge, M., Fisher, C. Colic, “overfeeding” and symptoms of lactose malabsorption in the breastfed baby: a possible artifact of feed management? Lancet 1988; II(8605):382-84.
Woolridge, M. et al. Do changes in pattern of breast usage alter the baby’s nutritional intake? Lancet336(8712):395-97.
Mito 10: Se um bebê não está ganhando peso, pode ser devido à baixa qualidade do leite materno. O mito do leite fraco.
Realidade: Estudos mostraram que mesmo mulheres desnutridas são capazes de produzir leite materno em quantidade e qualidade suficientes para suprir o crescimento do bebê.
Na maioria dos casos, o ganho de peso está relacionado à baixa ingesta de leite ou por um problema de saúde do bebê.
Mohrbacher, N., Stock, J. BREASTFEEDING ANSWER BOOK. Schaumburg, Illinois: LLLI, 1997; 116-32.
Wilde, C. et al. Breastfeeding: matching supply with demand in human lactation. Proc Nutr Soc1 1995; 54:401-06.
Mito 11: A baixa produção de leite é comumente causada por estresse, cansaço e/ou pouco líquido ou alimento na dieta materna
Realidade: A causa mais comum de problemas no suprimento de leite materno são as mamadas infrequentes ou pega ou posição do bebê inadequada.
Ambas são normalmente devido à orientações inadequadas à lactante. Problemas de sucção no bebê também podem impactar na produção do leite materno.
Estresse, cansaço e má nutrição são causas raras de falha no suprimento de LM porque o corpo tem mecanismos de sobrevivência extremamente desenvolvidos para proteger a amamentação durante períodos de suprimento insuficiente de alimentos para a mãe.
Dusdieker, B., Stumbo, J., Booth, B. et al. Prolonged maternal fluid supplementation in breastfeeding.Pediatrics 1090; 86:737-40.
Hill, P. Insufficient milk supply syndrome. NAACOG’s Clin Issues 1992; 3(4):605-13.
Woolridge, M. Analysis, classification, etiology of diagnosed low milk output. Plenary session at International Lactation Consultant Association Conference, Scottsdale Arizona, 1995.
World Health Organization. Not enough milk. Division of Child Health and Development Update Feb 1995 21. http://www.who.ch/programmes/cdr/pub/newslet/update/updt-21.htm
Mito 12: A mãe deve tomar leite para produzir leite
Realidade: Uma dieta saudável, com hortaliças, frutas, gorduras boas, proteínas de qualidade e carboidratos de baixo índice glicêmico é tudo o que uma mãe necessita para ter os nutrientes adequados para a produção de LM.
Cálcio pode ser obtido por outras fontes que não dos leites/laticínios, como folhosos verdes escuros, peixes como a sardinha e nozes/sementes. Nenhum outro mamífero toma leite para produzir leite.
Behan, E. Eat Well, Lose Weight While Breastfeeding. New York: Villard Books, 1992; 145-46.
Mohrbacher, N., Stock, J. BREASTFEEDING ANSWER BOOK. Schaumburg, Illinois: LLLI, 1997; 377, 379.
Mito 13: A sucção não nutritiva não tem base científica.
Realidade: Lactantes experientes aprendem que os padrões de sucção e necessidades dos bebês variam. Enquanto alguns lactentes tem suas necessidades alcançadas durante a mamada, outros bebês necessitam de sucção adicional ao seio após a mamada, mesmo que não estejam mais famintos.
Bebês podem sugar ao seio quando estão sentido solidão, medo ou dor.
Riordan, J., Auerbach, K. Breastfeeding and Human Lactation. Boston and London: Jones and Bartlett, 1993; 96-97.
Lawrence, R. Breastfeeding: A Guide for the Medical Profession, 4th ed. St. Louis: Mosby, 1994; 432.
Mito 14: A mama não deve ser uma chupeta para o bebê.
Realidade: Confortar e atingir as necessidades de sucção ao seio é algo forjado pela natureza. Chupetas são literalmente um substituto materno quando esta não está disponível.
Outras razões para usar o seio como chupeta inclui um melhor desenvolvimento orofacial, uma amenorréia lactacional mais prolongada, evita a confusão de bicos e estimula um suprimento adequado de leite, terminando por aumentar as taxas de sucesso da amamentação.
American Academy of Pediatrics Policy Statement on Breastfeeding and the use of Human Milk. Pediatrics1997; 100(6):1035-39.
Barros, F. et al. Use of pacifiers is associated with decreased breastfeeding duration. Pediatrics 1995; 95:497-99.
Gotsch, G. Pacifiers: Yes or No? LLLI, 1996. Publication No.45.
Mohrbacher, N., Stock, J. BREASTFEEDING ANSWER BOOK. Schaumburg, Illinois: LLLI, 1997; 34-35, 43-44.
Newman, J. Breastfeeding problems associated with the early introduction of bottles and pacifiers. J Hum Lact1990; 6(2):59-63.
Mito 15: Não existe confusão de bicos.
Realidade: A amamentação ao seio e por mamadeiras requerem diferentes habilidades motoras.
Bicos de silicone proporcionam um time de hiper-estímulo que os bebês podem introjetar ao invés do seio, que é mais suave. Como resultado, alguns bebês desenvolvem uma confusão de sucção e aplicam modos de sucção inapropriados ao seio quando estes trocam entre seio e mamadeira.
Blass, E. Behavioral and physiological consequences of suckling in rat and human newborns. Acta Paediatr Suppl 1994; 397:71-76.
Mohrbacher, N., Stock, J. BREASTFEEDING ANSWER BOOK. Schaumburg, Illinois: LLLI, 1997; 82-87.
Neifert, M, et al. Nipple confusion: toward a formal definition. J Pediatr 1995; 126(6):S125-9
Nipple Confusion – Overcoming and Avoiding This Problem. LLLI, 1992. Publication No.32.
Mito 16: Amamentação frequente pode causar depressão pós parto.
Realidade: Acredita-se que a depressão pós parto é causada pela flutuação hormonal após o nascimento e pode ser exacerbada pelo cansaço e pela falta de apoio social, pelo fato desta ocorrer mais frequentemente em mulheres que tem uma história de problemas antes da gestação.
Astbury, J. et al. Birth events, birth experiences and social differences in postnatal depression. Aust J Public Health.1994; 18(2):176-64.
Dunnewold, A. Breastfeeding and postpartum depression: is there a connection? BREASTFEEDING ABSTRACTS, LLLI, May 1996; 25.
Lawrence R. Breastfeeding: A Guide for the Medical Professional, 4th ed. St. Louis: Mosby 1994; 191-2.
Mito 17: Amamentar sob livre demanda não aumenta o vinculo mãe-bebê.
Realidade: O caráter responsivo da amamentação sob livre demanda resulta na sincronização de ambos, levando à um vínculo melhorado.
Ainsworth, M. Infant-mother attachment. Am Psych 1979; 34(10):932-37.
Berg-Cross, L., Berg-Cross, G., McGeehan, D. Experience and personality differences among breast and bottle-feeding mothers. Psych of Women Qtrly 1979; 3(4):344-58.
Kennell, I., Jerauld, R., Wolfe, H. et al. Maternal behavior one year after early and extended post-partum contact. Developmental Medicine and Child Neurology 1974; 16(2):99-107.
Temboury, M. et al. Influence of breastfeeding on the infant’s intellectual development. J Ped Gastro Nutr1994; 18:32-36.
Mito 18: Mães que colocam muitos os bebês no colo, os deixam mimados.
Realidade: Bebês que são mais acalentados choram por menos tempo durante o dia e exibem mais segurança à medida que amadurecem.
Anisfeld, E. et al. Does infant carrying promote attachment? An experimental study of the effects of increased physical contact on the development of attachment. Child Dev 1990; 61:1617-27.
Barr, K. and Elias M. Nursing interval and maternal responsivity: effect on early infant crying. Pediatrics 1988 81:529-36.
Bowlby, J. Attachment and Loss: Attachment, vol 1. New York: Basic Books, 1969; 178, 208, 240.
Heller, S. The Vital Touch: How Intimate Contact with Your Baby Leads to Happier, Healthier Development.New York: Henry Holt, 1997;41-53, 204-21.
Hunziker U. and Barr R. Increased carrying reduces infant crying: a randomized controlled trial Pediatrics1986; 77:641.
Matas, L., Arend, R., Sroufe, L. Continuity of adaptation in the second year: the relationship between quality of attachment and later competence. Child Dev 1978; 49:547-56.
Mito 19: É importante que outros familiares alimentem o bebê, para criar vínculo.
Realidade: A alimentação não é o único método pelo qual os outros membros da família criam vínculo com o bebê. Acalentar, balançar, conversar, dar banho e brincar são muito importantes para seu crescimento, desenvolvimento e ligação com outras pessoas.
Heller, S. The Vital Touch: How Intimate Contact with Your Baby Leads to Happier, Healthier Development.New York: Henry Holt, 1997;54-55, 60-61.
Mito 20: A alimentação sob livre demanda tem um impacto negativo no relacionamento marido/mulher
Realidade: Pais maduros percebem que as necessidades do bebês são intensas, mas diminuem ao longo do tempo. Na realidade, o trabalho conjunto de criar um bebê pode servir para aproximar ainda mais o casal, à medida que estes vão se desenvolvendo.
Bocar, D., Moore, K. Acquiring the parental role: a theoretical perspective. LLLI Lactation Consultant Series.Unit 16. Garden City Park, New York: Avery, 1987.
Sears, W. BECOMING A FATHER. Schaumburg, Illinois: LLLI 1986; 29-50,119-29.
Mito 21: Alguns bebês são alérgicos ao leite materno.
Realidade: O leite materno é a substância mais natural e fisiológica que o bebê pode ingerir.
Se um bebê tem sintomas relacionados à alimentação, normalmente é por uma proteína da dieta materna que passa pelo leite materno. Esse problema acaba quando se retira a proteína suspeita da dieta materna por um tempo e a amamentação pode continuar normalmente.
Hudson, I. et al. A low allergen diet is a significant intervention in infantile colic: results of a commmunity-based study. J Allergy Clin Immunol 1995; 96:886-92.
Mohrbacher, N., Stock, J. BREASTFEEDING ANSWER BOOK. Schaumburg, Illinois: LLLI, 1997; 97-99.
Salmon, M. Breast Milk: Nature’s Perfect Formula. Demarest, New Jersey: Techkits, 1994;
Mito 22: A amamentação frequente causa obesidade na criança na infância.
Realidade: Estudos mostram que bebês que controlam seu padrão de amamentação e ingesta, tendem a tomar a quantidade adequada de leite. O leite artificial e a introdução muito precoce de sólidos e não o AME sob demanda, tem sido implicado em obesidade na infância.
Dewey, K., Lonnerdal, B. Infant self-regulation of breast milk intake. Acta Paediatr Scand 1986; 75:893-98.
Dewey K. et al. Growth of breast-fed and formula-fed infants from 0 to 18 months: the DARLING study.Pediatrics 1992a; 89(6):1035-41.
Kramer, M. Do breastfeeding and delayed introduction of solid foods protect against subsequent obesity? J Pediatr 1981; 98:883-87.
Stuart-Macadam, P., Dettwyler, K. Breastfeeding: Biocultural Perspectives, Hawthorne, New York: Aldine de Gruyter, 1995; 192.
Woolridge, M. Returning control of feeding to the infant. Paper presented at the LLL of Texas Area Conference, Houston, Texas, USA, July 24-26, 1992.
Mito 23: A amanetação deitado pode causar otites.
Realidade: Pelo fato do leite materno ser um alimento vivo e com anticorpos e imunoglobulinas, o bebê tem menor risco de desenvolver infecções no ouvido, não importando a posição em que é amamentado.
Aniansson, G. et al. A prospective cohort study on breastfeeding and otitis media in Swedish infants. Pediatr Infect Dis J 1994; 13:183-88.
Harabuchi, Y. et al. Human milk secretory IgA antibody to nontypeable haemophilus influenzae: possible protective effects against nasopharyngeal colonization.J Pediatr 1994; 124(2)193-98.
Mito 24: O leite materno não serve mais após 1 ano de idade, porque sua qualidade diminui após os 6 meses de idade.
Realidade: A composição do leite materno muda para atingir as necessidades do bebê à medida que ele cresce. Mesmo quando um bebê está comendo outros alimentos, o leite materno é a principal fonte de nutrição no primeiro ano de vida.
No segundo ano de vida ele se torna uma suplementação para a alimentação sólida. Além disso, o amadurecimento completo do sistema imunológico demora entre 2 e 6 anos.
O leite materno continua a complementar e impulsionar o sistema imune por todo o período que durar o aleitamento materno. Na hora da doença, muitas vezes o bebê recusa tudo, menos o leite materno.
American Academy of Pediatrics Policy Statement on Breastfeeding and the Use of Human Milk. Pediatrics1997; 100(6):1035-39.
Goldman, A. Immunologic components in human milk during the second year of lactation. Acta Paediatr Scand 1983; 72:461-62.
Gulick, E. The effects of breastfeeding on toddler health. Ped Nursing1986; 12:51-54.
Innocenti Declaration on the protection, promotion and support of breastfeeding. Ecology of Food and Nutrition 1991; 26:271-73.
Mohrbacher, N., Stock, J. BREASTFEEDING ANSWER BOOK. Schaumburg, Illinois: LLLI, 1997; 164-68.
Saarinen, U. Prolonged breastfeeding as prophylaxis for recurrent Otitis media. Acta Paediatr Scand 1982; 71:567-71.
0 comentários:
Postar um comentário
Propagandas (de qualquer tipo de produto) e mensagens ofensivas não serão aceitas pela moderação do blog.