quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Feliz Natal e Boas festas


quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

“Não ganho massa muscular ou estou com a libido bem baixa – posso repor testosterona?”

É crescente o número de mulheres em nossos consultórios se queixando da dificuldade em ganhar massa muscular ou com diminuição da libido e culpam a falta de testosterona por esses problemas.
Muitas vezes, chegam na consulta solicitando a dosagem da testosterona ou já com o resultado em mãos demonstrando nível baixo ou indetectável, e, nesses casos, querem discutir como será feita a reposição do hormônio (gel, implante subcutâneo ou injetável).
O que essas pacientes precisam saber é que vários fatores podem estar associados a essas queixas, como: genética, alimentação, atividade física, sono, medicações, doenças associadas, estresse…
Além disso, o método atual de dosagem de testosterona é destinado para homens, pois eles possuem níveis 3-10x maiores que o das mulheres. Por isso, em mulheres, a testosterona baixa não é confiável e só é recomendada a sua dosagem em casos suspeitos de excesso desse hormônio (exemplo Síndrome dos Ovários Policísticos – SOP).
Devemos alertar que reposição de testosterona pode acarretar sérios riscos à saúde (irreversíveis ou não): acne; excesso de pelos (hirsurtismo); queda de cabelo; engrossamento da voz; aumento do clitóris; dislipidemia; aumento da gordura visceral; aumento do risco de hipertensão arterial, diabetes e câncer (mama e endométrio).
Os consensos das sociedades Americana e Europeia de endocrinologia se posicionam contrários à dosagem rotineira de testosterona em mulheres e contra-indicam o uso de testosterona com finalidades estéticas.
Por isso, não arrisque sua saúde com tratamentos não aprovados e comprometedores. A avaliação do endocrinologista é importante na busca de patologias que possam estar agravando suas queixas, assim como orientar para uma qualidade de vida adequada.
Autora: Dra. Taciana Borges, Endocrinologista, CRM 16820

Fonte: http://endocrinologiape.com.br/?p=3602

Cirurgia metabólica para diabetes: saiba o que a SBEM tem a dizer sobre o assunto

Há alguns dias a cirurgia metabólica para tratamento do diabetes, reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina, vem sendo comentada na imprensa. A SBEM e a ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica) participaram de vários debates com o Conselho Federal de Medicina e reforçam a necessidade de cautela.

Leia na íntegra o comunicado enviado para imprensa assinado pelo Dr. Alexandre Hohl Vice-presidente da SBEM Nacional.


Nota para Imprensa

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, junto de outras Sociedades médicas de cirurgia, participaram durante mais de um ano de discussões na câmara técnica do Conselho Federal de Medicina, em Brasília.

O assunto era a Cirurgia Metabólica em paciente com Diabetes mellitus e Índice de Massa Corpórea entre 30 e 35. A SBEM não é contrária a cirurgia, e acredita que existem pacientes que podem ser beneficiados com ela.

Porém, ainda há poucos estudos científicos com pacientes exatamente dentro desse IMC, acompanhados por muito tempo.

Isso levanta várias questões científicas e clínicas a respeito da indicação de cirurgia e o acompanhamento dos casos, especialmente o que fazer 5 ou 10 anos após o procedimento caso o resultado seja negativo.

 Está claro que a indicação dessa cirurgia só poderia ser feita por um médico endocrinologista, que é o único especialista com conhecimento suficiente para tentar responder as perguntas que os trabalhos científicos ainda não responderam de maneira clara e precisa.

A cirurgia nunca deve ser indicada por um cirurgião que não tem conhecimento clínico na área do Diabetes Mellitus e só deveria ser realizada por cirurgiões muito experientes em cirurgia Bariátrica.

Outro ponto importante é que, tanto a cirurgia bariátrica quanto a cirurgia Metabólica não retiram a necessidade de dieta e atividade física como tratamento.

Todo paciente precisa ser muito bem informado disto, pois se ele não adere ao tratamento clínico (não toma os medicamentos corretamente, não cuida da alimentação e não faz exercícios físicos), fazer uma cirurgia Metabólica simplesmente não resolverá a situação.

Além dessas questões científicas e clínicas, os custos também precisam ser discutidos. Faltam remédios no Sistema Único de Saúde para tratar Diabetes mellitus. Essa cirurgia será paga pelo SUS?

A SBEM acredita que é preciso ter medicamentos orais, injetáveis e insulinas de qualidade na rede pública de tratamento antes de ter cirurgia Metabólica no SUS.

Isso, porque a maior parte dos pacientes com diabetes não terá indicação dessa cirurgia, mas precisará de remédios e insumos para tratar a doença.

Dr. Alexandre Hohl 
Vice-presidente da SBEM Nacional
Presidente da Comissão Científica da SBEM


Fonte: http://www.sbemsp.org.br/para-o-publico/noticias/148-cirurgia-metabolica-para-diabetes-saiba-o-que-a-sbem-tem-a-dizer-sobre-o-assunto

Uso de 'chip' hormonal para ficar em forma preocupa médicos

Um "chip" promete dar um empurrãozinho na busca pelo corpo em forma e definido. Os implantes de gestrinona –hormônio sintético feminino– vêm ganhando adeptas "fit" e preocupando associações médicas pelo uso hormonal para questões estéticas.

O implante em questão tem, como função inicial, a contracepção e até mesmo a interrupção da menstruação. O "chip" de gestrinona, entretanto, acabou ganhando uma função a mais, que o levou inclusive a ficar popularmente conhecido como "chip da beleza".

O potencial do dispositivo no ganho de massa muscular e na eliminação de celulite foram responsáveis pela fama do "chip".

Por cinco anos, Jéssica Brum, 29, foi fisiculturista, até que decidiu abandonar a atividade por questões de saúde. "Eu tive quase tudo. Já desmaiei, já fiquei com taquicardia, tive muita espinha, aumento de pelos e ficava muito irritada", diz, ao citar o resultado do uso de anabolizantes.

"Quando parei de competir, fiquei mais dois anos 'trincada'. No primeiro ano de curso na faculdade eu já aumentei o peso e o corpo não ficou mais definido", conta Brum, agora estudante de nutrição.

Após exames e liberação médica, Brum optou pelo implante para manter o corpo mais bombado e também para "atender" a cobrança das redes sociais. "Depois que parei as competições perdi muitos seguidores", diz. "As pessoas queriam saber o motivo de não estar mais definida, de não postar mais fotos de biquíni."

Brum afirma ter também uma motivação profissional. Segundo ela, quando se tornar uma nutricionista, "as pessoas vão julgar [seu trabalho] pela imagem postada nas redes sociais".

Para a jornalista e atriz Deborah Albuquerque, 32, a mãozinha nos treinamentos também pesou na decisão de aderir ao "chip da beleza", mas a contracepção e níveis hormonais baixos foram as questões centrais. Após a realização de exames, a jornalista ganhou seu "chip" na última quarta (1º).

"Eu não vivo do meu corpo", diz, ressaltando não ser uma modelo fitness. "Sou muito mais focada em como vou entrar para a novela do que ver como vai ficar meu abdômen."

CUIDADOS

Segundo Dolores Pardini, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), contudo, para a maioria das mulheres, a questão da contracepção não é levada em conta quando o assunto é o "chip da beleza"; a busca é por massa muscular.

"Nós não somos contra o implante de gestrinona em si. O problema ocorre quando a indicação não é bem realizada, feita em academias. Eu já tive pacientes que o professor da academia falou para colocar", afirma Pardini, vice presidente do departamento de endocrinologia feminina e andrologia da Sbem.

A especialista afirma que para a colocação de um implante como o de gestrinona são necessários orientação médica e exames para verificar o estado de saúde.

Há contraindicação, por exemplo, para pessoas obesas, com hipertensão e tendência à acne.

Além disso, entre os possíveis efeitos colaterais do implante estão aumento de pelos, acne e do colesterol, além de queda de cabelo.

"Hoje precisamos primeiro falar dos riscos para o paciente, para ele não achar que só há benefícios em alguma prática", afirma César Fernandes, presidente da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), que diz que inicialmente a gestrinona era usada para o tratamento da endometriose –de forma geral, doença na qual o endométrio se encontra fora do útero.

Segundo José Maria Soares, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, a pressão por estética é perigosa para a sociedade. "Imagina uma paciente que faz algo em busca de um corpo mais firme e acaba perdendo cabelo."

Além da falta de regulamentação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o nome do produto é outro ponto que incomoda o presidente da Febrasgo.

"É muito sedutor. A palavra 'chip', sendo que não é um 'chip' mesmo, dá um tom de modernidade e a beleza é uma busca das pessoas hoje", afirma.

A falta de controle de doses e dos hormônios usados preocupa os ginecologistas Soares e Rodrigo Bonassi, da Febrasgo.

Fernandes afirma que a indicação de um implante hormonal manipulado não é algo proibido ou negativo. Contudo, diz que o ginecologista deve deixar claro para a paciente a motivação para a decisão e o motivo de não indicar métodos mais consagrados e respaldados pela literatura científica, como pílula, DIU (Dispositivo Intrauterino) e até mesmo o outro implante hormonal disponível no mercado, à base de etonogestrel.

"É algo muito inseguro para validarmos e aceitarmos como uma prática que possa ser usado por todas as mulheres", afirma Fernandes.

Como funciona o "chip da beleza"
Implante subcutâneo libera hormônios periodicamente

EFEITOS
- Contracepção
- Interrupção da menstruação
- Aumento da libido
- Tratamento da endometriose
- Aumento de massa muscular

POSSÍVEIS EFEITOS ADVERSOS
- Aumento de oleosidade
- Acne
- Aumento de pelos
- Queda de cabelo

CONTRAINDICADO PARA PESSOAS COM
- Doenças cardíacas
- Problemas com colesterol
- Diabetes


Fonte: https://www.febrasgo.org.br/noticias/item/244-uso-de-chip-hormonal-para-ficar-em-forma-preocupa-medicos

domingo, 10 de dezembro de 2017

Excesso de sal prejudica a flora intestinal, mostra estudo

Os malefícios do consumo excessivo de sal, principalmente o surgimento de problemas cardíacos, são atestados pela ciência. Uma equipe de pesquisadores da Alemanha decidiu investigar os efeitos da substância com outro foco: a flora intestinal. Em experimentos com ratos, identificaram que uma dieta rica em sódio não só reduz a quantidade de bactérias na microbiota, como propicia o surgimento de doença inflamatória e cardiovascular. Os achados foram publicados na última edição da revista britânica Nature.

 “Uma vez que todos comemos sal todos os dias, em cada refeição, ficamos surpresos com o fato de que ninguém ainda havia feito essa pergunta simples: o sal pode afetar os micróbios intestinais, já que ele atinge o intestino?”, conta ao Correio Dominik Muller, autor principal do estudo e pesquisador do Centro Max-Delbrück de Medicina Molecular. Para esclarecer essa dúvida, Muller e sua equipe compararam amostras fecais de ratos alimentados com uma dieta com quantidade normal de sódio e de roedores que seguiram um regime com alto teor de sódio.
Os investigadores colheram e analisaram as amostras das cobaias diariamente, durante três semanas. A partir do 14º dia, descobriram redução significativa de espécies microbianas na flora de roedores alimentados com sal em excesso. Por meio de técnicas de sequenciamento de DNA e análises computacionais, identificaram as bactérias Lactobacillus murinus, do gênero Lactobacillus, como o grupo mais atingido. “Como esse grupo de bactérias também é conhecido por afetar o sistema imunológico, resolvemos nos aprofundar nele e desvendar os detalhes envolvidos em sua redução”, relata Muller.

Em uma nova etapa de testes com roedores, observou-se que a administração de Lactobacillus murinus reduziu a quantidade de células TH17, relacionadas à hipertensão, e impediu o agravamento de encefalomielite autoimune experimental, um modelo de inflamação do cérebro relacionada ao excesso de sal. “Curiosamente, descobrimos que o Lactobacillus atuou como um tipo de inibidor de TH17 em camundongos, algo que nos surpreendeu bastante”, ressalta o líder do estudo.

Na terceira fase da pesquisa, a equipe contou com a participação de um pequeno grupo de humanos nas intervenções. Dessa forma, os investigadores descobriram que o aumento da ingestão de sal reduziu a sobrevivência intestinal de múltiplas espécies de Lactobacillus, aumentou a quantidade de células TH17 e a pressão arterial.

Apesar de otimistas com os resultados, os cientistas acreditam que mais estudos com humanos são necessários a fim de comprovar a relação das bactérias Lactobacillus murinus com os problemas inflamatórios e cardiovascular. “Precisamos analisar um número maior de pacientes para confirmar essa suspeita, esse é um dos nossos planos. Realizaremos ensaios clínicos maiores, controlados com placebo, que analisarão o efeito de bactérias do gênero Lactobacillus sobre a pressão arterial e a polarização com as células TH17”, adianta Muller. “Essa função imunomoduladora pode ser interessante para tratar doenças inflamatórias, o que poderá trazer ganhos na área médica”, complementa.

Fonte: http://abran.org.br/para-publico/excesso-de-sal-prejudica-flora-intestinal-mostra-estudo/

Álcool: até o consumo moderado aumenta o risco de câncer, de acordo com estudo

Sabemos que o tabagismo aumenta o risco de diversos tipos de câncer. Mas e o consumo de bebidas alcoólicas? De acordo com uma nova pesquisa publicada no periódico científico Journal of Clinical Oncology, até mesmo o consumo moderado do álcool eleva os riscos de câncer de esôfago e câncer de mama, entre as mulheres.

Falta de conhecimento

Especialistas da Sociedade de Clínica Oncológica Americana (ASCO, sigla em inglês) fizeram um questionário com cerca de 4.000 adultos sobre os fatores de risco para o câncer com os quais estavam familiarizados.

Aproximadamente uma em cada três pessoas identificaram o álcool como um possível causador da doença. “A mensagem sobre os efeitos do álcool é mais sutil. Não é como o cigarro, que nós dizemos ‘nunca fume’, e sim ‘beba menos se quiser reduzir os riscos de câncer‘”, disse Noelle LoConte, professora da Universidade de Wisconsin e principal autora da pesquisa, ao The New York Times.

Álcool e câncer

Além do questionários, os pesquisadores revisaram cerca de 120 estudos recentes sobre o assunto e concluíram que 5,5% dos casos de câncer recém-descobertos e 5,8% das mortes pela doença no mundo podem estar associados ao álcool.

Até mesmo aqueles que bebem socialmente, o equivalente ao consumo moderado do álcool (uma dose diária – uma lata de cerveja, por exemplo – para mulheres e duas para homens), tiveram um risco duas vezes maior do que aqueles que não o consomem nunca.

De fato, a revisão mostrou que o consumo alcoólico possui um papel causal em diversos casos de câncer de boca, esôfago, cordas vocais, fígado, cólon e, em mulheres, câncer de mama. Para elas, apenas uma dose de bebida alcoólica pode elevar o risco do câncer de mama. Os estudos mostraram que o álcool pode aumentar o risco nas fases pré e pós-menopausa em 5% e 9%, respectivamente.

Consumo pesado

Evidentemente, o  consumo pesado – definido como oito ou mais doses por semana para mulheres e 15 ou mais para homens, incluindo o beber pesado episódico, quando a pessoa bebe todas as doses em apenas um evento – oferece riscos muito maiores.

De acordo com os estudos, essas pessoas correm um risco cinco vezes maior de desenvolver câncer de boca e esôfago do que os que não bebem, quase três vezes maior de sofrer de câncer nas cordas vocais e na laringe, duas vezes maior de vir a desenvolver câncer de fígado, além de câncer de mama e colorretal.

“Quanto mais você bebe, maiores os riscos”, disse Clifford Hudis, chefe executivo da ASCO. “Quando você olha para esses dados, é clara a relação do álcool, é uma reação ‘dose-risco’ bastante linear.”

Fonte: http://abran.org.br/para-publico/alcool-ate-o-consumo-moderado-aumenta-o-risco-de-cancer-de-acordo-com-estudo/

Ingestão diária de nozes e amendoim reduz em 21% as complicações do coração

Seguir uma dieta equilibrada é importante para manter a saúde do coração. E se ela englobar o consumo de nozes diversas e amendoim, pode se tornar ainda mais benéfica. Ao analisar dados de mais de 200 mil pessoas, pesquisadores dos Estados Unidos observaram que comer esses alimentos regularmente reduz as chances de surgimento de doença arterial coronariana e acidente vascular cerebral (AVC) em até 21%. Detalhes do trabalho foram divulgados recentemente na revista Journal of the American College of Cardiology.

Os investigadores destacam que estudos haviam demonstrado que o consumo frequente de nozes específicas, como as castanhas, está associado à redução de fatores de risco cardiovascular, incluindo a dislipidemia — elevação de colesterol no sangue —, o diabetes tipo 2 e a síndrome metabólica. Mas a ingestão variada desses frutos e a combinação deles com o amendoim ainda não haviam sido avaliadas.

“Portanto, nosso objetivo principal foi olhar com mais atenção para o consumo conjunto de vários tipos de nozes, como amêndoas, avelãs, pistache etc. Incluímos também o amendoim, que, na verdade, é uma leguminosa, mas tem ácidos graxos e nutrientes semelhantes às nozes”, explica ao Correio Marta Guasch-Ferre, pesquisadora do Departamento de Nutrição na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e uma das autoras do estudo.

Guasch-Ferre e colegas analisaram dados de 210 mil pessoas — homens e mulheres participantes de um grande projeto científico que tiveram dados diversos sobre saúde coletados ao longo de 32 anos por meio questionários aplicados a cada dois anos. No caso dessa pesquisa, foram usadas informações sobre histórico médico, estilo de vida e condição geral de saúde. No período estudado, os pesquisadores documentaram 14.300 casos de doenças cardiovasculares, incluindo 8.390 casos de doença doença arterial coronariana e 5.910 de AVC.

De uma forma geral, comer cinco porções semanais de nozes, amendoins e outros tipos de sementes foi vinculado a um risco 14% menor de surgimento de doenças cardiovasculares e 20% menor de se apresentar complicações fatais atribuídas ao endurecimento das artérias. Considerando apenas o consumo de nozes, observou-se que indivíduos que têm o hábito de comê-las ao menos uma vez por semana têm o risco 19% menor de sofrerem complicações cardíacas e 21% menor de ter doença arterial coronariana, quando comparados aos participantes que não comiam esse alimento. Já os participantes que comiam amendoim duas ou mais vezes por semana apresentaram o risco 13% menor de ter doenças cardiovasculares em geral e 15% menor, de doença arterial coronariana.

“As nozes são ricas em gorduras saudáveis (ácidos graxos insaturados), fibras, minerais, vitaminas e vários outros contatos bioativos, como antioxidantes, o que pode, em parte, explicar seus efeitos benéficos para a saúde cardiovascular, principalmente se consumidas em conjunto”, ressalta Guasch-Ferre. Os pesquisadores não encontraram evidências de associação entre o consumo total de nozes e o risco de AVC, mas ressaltam que, pelos dados, comer amendoim e nozes está inversamente associado ao risco de surgimento do derrame, ou seja, quanto maior a ingestão, menor as chances de surgimento do popular derrame.

Segundo a investigadora, alguns mecanismos que podem estar subjacentes às associações detectadas por ela e a equipe são vantagens conhecidas desses alimentos. “Sabemos que as nozes melhoram os lipídios no sangue, atenuam os processos inflamatórios e melhoram a tolerância à glicose e os traços relacionados ao diabetes. Todos esses são fatores de risco para doenças cardiovasculares”, lista.
Guasch-Ferre ressalta ainda que, apesar de as nozes serem um alimento denso em energia, não há evidências científicas que apoiem associações entre o consumo regular delas e o aumento de peso. “Na verdade, foram associadas com menor ganho de peso e menor risco de obesidade, provavelmente porque podem aumentar a saciedade e a plenitude, o que potencialmente pode reduzir o consumo de lanches insalubre”, complementa.

Segundo Fausto Stauffer, coordenador de Cardiologia do Santa Lúcia Norte, em Brasília, e diretor de pesquisa da Sociedade Brasileira de Cardiologia no DF (SBC-DF), a quantidade de nozes a ser consumida para uma dieta saudável varia de 28g a 30g. “Um mix de oleaginosas, consumidas pelo menos cinco vezes na semana”, detalha. “Apesar de ainda precisarmos saber mais sobre o tema, a Sociedade Americana de Cardiologia já recomenda o consumo dessas nozes desde 2013 como uma forma de prevenção de problemas cardíacos.”
O médico destaca que os resultados da pesquisa norte-americana reforçam os ganhos que podem ser proporcionados à saúde pelo consumo de nozes e amendoim. “A relação entre esses alimentos e doenças cardiovasculares nós já conhecíamos, mas esse trabalho utiliza três grandes avaliações para dar ainda mais validade a essa proteção. Vemos que a melhor maneira de consumir esses alimentos é como um mix, que englobe diversos tipos dessas oleaginosas. Esse estudo confirma o que pesquisas pequenas já defendiam e o que temos adotado também como recomendação dentro dos consultórios”, destaca

Outros hábitos

Para Stauffer, mais estudos sobre o tema são necessários, porque podem existir fatores, além do consumo de nozes e amendoim, que funcionem como protetivos. “Como analisamos pessoas que têm uma vida saudável, que se alimentam de forma nutritiva, pode ser que outros elementos desses hábitos estejam envolvidos nos resultados. Por isso é importante continuar tentando entender essa relação, esclarecer bem esse tema”, explica.
Apesar de não ter mostrado na pesquisa, Guasch-Ferre acredita que os maiores benefícios da ingestão de nozes e amendoim para a saúde cardiovascular são alcançados através de uma combinação de vários fatores ligados ao estilo de vida. “Por exemplo, seguir dietas com grandes quantidades de alimentos vegetais e redução de alimentos de origem animal e incluir a ingestão de diferentes tipos de nozes como uma substituição de outros alimentos pouco saudáveis, como a carne vermelha. Aliado a isso adotar a atividade física moderada, não fumar e ter um baixo consumo de álcool, dentre outros”, lista.
A investigadora ressalta que, por se tratar de um estudo observacional, baseado em respostas a questionários, a pesquisa não tinha a intenção de provar causas e efeitos entre os dois fatores. Ela e a equipe darão continuidade ao trabalho, dando foco, por exemplo, na análise genômica (ligada à expressão de genes) da relação entre esses alimentos e o efeito protetivo cardiovascular. “Queremos também investigar mais as diferenças entre a preparação das nozes e entender o efeito da manteiga de amendoim, que se mostra como um elemento positivo para saúde cardíaca”, adianta Guasch-Ferre.
Fatais

A doença cardíaca coronariana se caracteriza pelo acúmulo de placas nas artérias coronarianas, levando ao estreitamento delas e à consequente dificuldade de fluxo sanguíneo. Casos graves dessa complicação, também chamada de doença isquêmica do coração, podem levar ao infarto. O AVC, popularmente conhecido como derrame, se dá por bloqueio do fluxo sanguíneo ou hemorragia no tecido cerebral, sendo uma das principais causas de incapacidade no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde.

Fonte: http://abran.org.br/para-publico/ingestao-diaria-de-nozes-e-amendoim-reduz-em-21-as-complicacoes-do-coracao/

Vitamina D pode prevenir a Artrite Reumatoide, mostra estudo

A artrite reumatoide é uma doença autoimune que causa inflamação crônica, geralmente nas articulações. Por atacar o próprio sistema imunológico, a sensibilidade do organismo à vitamina D, que possui efeitos anti-inflamatórios, pode cair. No entanto, a suplementação pode ajudar a prevenir a doença e possivelmente, em doses maiores, beneficiar quem já sofre dela, segundo um novo estudo publicado no periódico científico Journal of Autoimmunity.

O estudo

Pesquisadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, analisaram amostras de sangue e fluido das articulações de 15 pacientes, entre 40 e 85 anos, com artrite reumatoide. Esse é o primeiro estudo do gênero a utilizar células do sistema imune retiradas tanto do sangue quanto do líquido sinovial de pessoas com artrite.

“Diferente dos trabalhos anteriores, isolamos diferentes tipos de células do próprio local da inflamação para determinar se as células específicas do sistema imunológico tinham a mesma sensibilidade para a vitamina D”, explicou Martin Hewison, um dos autores do estudo.

Prevenção

Com base nos resultados, os cientistas concluíram que manter os níveis de vitamina D saudáveis pode ajudar a prevenir a artrite reumatoide, assim como outras doenças inflamatórias. No entanto, para quem já sofre da doença, é improvável que somente a suplementação ofereça algum benefício, pois as células imunes já não são mais sensíveis à vitamina.

Possível tratamento

Por outro lado, os pesquisadores acreditam que a vitamina pode ser reposta em doses maiores ou que a nova descoberta pode levar ao desenvolvimento de um novo tipo de tratamento, uma correção para a falta de sensibilidade à vitamina.

“Nossos achados foram inesperados, pois inicialmente achamos que as células das articulações inflamadas responderiam tão bem à vitamina D quanto as células do sangue”, disse Karim Raza, principal autor da pesquisa. “Dessa forma, doses mais altas da vitamina podem ser necessárias ou, quem sabe, um novo tratamento com foco na reação à vitamina pode ser a solução.”

Fonte: http://abran.org.br/para-publico/vitamina-d-pode-prevenir-artrite-reumatoide-mostra-estudo/

POSICIONAMENTO OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTROLOGIA SOBRE A UTILIZAÇÃO DE DIETAS ISENTAS DE GLÚTEN PARA FINS DE EMAGRECIMENTO

Cereais são parte fundamental da alimentação do ser humano, sendo fonte importante de energia, proteínas, lipídeos, vitaminas, minerais e fibras. Dentre eles, três podem ser destacados, trigo, centeio e cevada, por possuírem um tipo especial de substância denominada glúten. Trata-se de um complexo proteico insolúvel formado especialmente na fase de hidratação das proteínas do cereal (gliadinas e gluteninas), necessária à obtenção das massas e de outras preparações culinárias.

Existem situações já bastante estudadas em que se deve orientar o paciente a retirar o glúten da alimentação. Dessas, a mais conhecida é a doença celíaca, quadro em que a mucosa intestinal sofre importante processo inflamatório quando exposta a essa proteína. Existem também os processos de sensibilidade ao glúten não celíaca e alergia ao trigo que também se beneficiam da exclusão desse complexo proteico.

Recentemente, em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, tem-se disseminado a ideia de que dietas sem glúten podem ser usadas para fins de emagrecimento. À parte de evidências científicas para essa prática, que não existem, é possível que a origem seja o fato de que, ao se retirar da alimentação os alimentos à base dos cereais que contém glúten (principalmente o trigo, que é muito utilizado no preparo de vários alimentos altamente prevalentes na alimentação habitual), a ingestão energética total seja reduzida.

Entretanto, é sabido que o planejamento alimentar para o paciente que precisa emagrecer não deve, em geral, conter restrições alimentares genéricas, mas sim ser individualmente planejado, respeitando-se aspectos pessoais, sociais e culturais. A eliminação pura e simples do glúten pode levar a prejuízo à saúde. E nesse caso em particular, a ausência de estudos comprovando a eficácia dessa prática, contraindica seu uso.

Sendo assim, a Associação Brasileira de Nutrologia posiciona-se CONTRÁRIA à utilização de dietas isentas de glúten para fins de emagrecimento e orienta a que a exclusão do glúten da alimentação seja realizada somente para os pacientes com enfermidades que justifiquem essa prática como forma de tratamento.

Fonte: http://abran.org.br/para-profissionais/posicionamento-oficial-da-associacao-brasileira-de-nutrologia-sobre-utilizacao-de-dietas-isentas-de-gluten-para-fins-de-emagrecimento/