quarta-feira, 13 de junho de 2018

20% dos peixes do sexo masculino nos rios do Reino Unido agora é ‘transgênero’ devido ao descarte de produtos químicos

Vinte por cento dos peixes do sexo masculino testados em rios ingleses são agora “transgênero” ou “intersex”, com características femininas e masculinas, devido a produtos químicos descartados das famílias do Reino Unido.

Pesquisas do professor Charles Tyler , fisiologista de peixes e eco toxicologista da Universidade de Exeter, mostraram que os peixes de água doce masculinos exibem traços “feminizados”, demonstrando comportamento “feminino” e até produzindo ovos.

Os produtos químicos que causam esses efeitos incluem ingredientes na pílula anticoncepcional e subprodutos de agentes de limpeza, plásticos e cosméticos.

Alguns peixes do sexo masculino reduziram a qualidade do esperma e exibiam um comportamento menos agressivo e competitivo, geralmente associado à atração de fêmeas da espécie, o que os torna menos propensos a produzir com sucesso.

O professor Charles Tyler explica que os descendentes e os netos dos peixes transgêneros podem ser mais sensibilizados aos efeitos desses produtos químicos nas exposições subsequentes.

Mais de 200 produtos químicos, presentes nas estações de tratamento de esgoto, foram identificados com efeitos similares a estrogênio. Alguns não só criam peixe “transgênero”, mas também afetam a fisiologia dos peixes de maneiras surpreendentes.

Drogas como antidepressivos também estão alterando o comportamento natural dos peixes.

“Estamos mostrando que alguns desses produtos químicos podem ter efeitos muito mais amplos para a saúde nos peixes que esperávamos. Usando peixes transgênicos especialmente criados que nos permitem ver as respostas a esses produtos químicos nos corpos de peixes em tempo real, por exemplo, mostramos que os estrogênios encontrados em alguns plásticos afetam as válvulas no coração “, disse o professor Tyler.

Ele acrescenta: “Outras pesquisas mostraram que muitos outros produtos químicos, que são descarregados através de obras de tratamento de esgoto, podem afetar peixes, incluindo drogas antidepressivas que reduzem a timidez natural de algumas espécies de peixes, incluindo a maneira como eles reagem aos predadores”.

Pesquisa revela que contaminação de rios e mares por poluentes químicos reduz populações de peixes

A contaminação de rios e mares de várias partes do mundo está provocando a feminilização de peixes. Isso porque os poluentes químicos têm alto nível de estrogênio – o hormônio sexual feminino produzido nos ovários. Segundo especialistas, há cerca de 100 mil tipos de poluentes químicos no ambiente. De forma regular, pelo menos 30 mil são despejados na natureza. Produtos farmacêuticos como anticoncepcionais, veterinários, cosméticos, de higiene, limpeza e agrotóxicos estão na lista.

O assunto foi discutido no 11º Simpósio Internacional de Fisiologia da Reprodução (ISRPF), realizado com apoio do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus (AM). No evento, o pesquisador Charles Tyler, da University of Exeter, na Inglaterra, explicou como os poluentes impactam a vida selvagem, mais especificamente os peixes – grupo mais exposto à contaminação das águas.

Segundo ele, os poluentes ferem ou mutilam o sistema reprodutivo dos peixes, impactando o tamanho das populações, podendo provocar a extinção ou perda local. “O que se vê é que esses poluentes têm um nível muito alto de estrogênio, e isso tem causado uma feminilização da população, mas ainda não dá para dizer que é isso que está fazendo extinguir”, ressaltou Tyler.

A maioria desses estudos é feita nos Estados Unidos, Europa e Austrália. As pesquisas na bacia amazônica estão começando. “Não há dúvida de que temos problema de poluição na Amazônia, mas não se sabe se o problema aqui é tão grande quanto já é na Europa”, afirmou o pesquisador inglês.

Ele explicou que o sistema de rios da Amazônia amplia a capacidade de diluição dos poluentes. “É muito provável que os problemas que percebemos na Europa e no resto do mundo também ocorram na Amazônia. Agora, o nível e o grau de impacto ainda estão por ser estudados.”

quinta-feira, 7 de junho de 2018

O seu médico é realmente Nutrólogo ?

Será que o seu médico realmente é Nutrólogo ?
Via de regra no Brasil só se pode intitular especialista em uma área médica no Brasil quem:
1 – Fez residência médica credenciada no MEC
2 – Tem título de especialista registrado no Conselho Federal de Medicina (CFM).

O médico que fez residência de Nutrologia, após concluí-la vai ao Conselho Regional de Medicina do seu estado(CRM) portanto o Certificado de conclusão da residência e registra-se como Nutrólogo, recebendo do CRM um número de Registro de Qualificação de Especialista (RQE), podendo então se intitular Nutrólogo.

No caso dos que foram aprovados na prova de título, basta levar o título ao CRM e pedir o RQE.
Mas e aí, como saber se o meu médico é ou não Nutrólogo?
Basta entrar no site do CFM ou no link: https://portal.cfm.org.br/busca-medicos/

Digitar o nome do médico, o estado e procurar. Se ao ver o nome do seu médico e não estiver especificado o RQE e a Especialidade que ele está registrado, provavelmente, o seu médico não é titulado. Procure um que seja especialista.

Em Goiânia, até o presente momento (Junho de 2018), temos apenas 59 Nutrólogos titulados, ou seja, apenas 59 profissionais são Verdadeiramente Nutrólogos. 

A lista está na imagem abaixo (clique nela para aumentar) e os dados foram extraídos do site do Conselho Regional de Medicina de Goiás.

terça-feira, 5 de junho de 2018

A precoce introdução de alimentos complementares na alimentação infantil

Sobrepeso e obesidade correspondem à problemas primários de saúde infantil em países de alta renda. Dentre os múltiplos determinantes da obesidade infantil identificados, a alimentação tem sido apontada como importante etiologia e potencialmente modificável.  A amamentação tem sido associada à proteção contra o sobrepeso infantil, contudo, há ainda debate se tal proteção ocorre devido ao fato dessas mães serem menos obesas. 

Outro fator importante corresponde ao momento de introdução de alimentos complementares. Tem sido sugerido que a precoce introdução de alimentos complementares (< 3-4 meses de idade) está associada a maior risco de sobrepeso e obesidade. Além do momento de introdução, o conteúdo proteico desses alimentos complementares também merece destaque. Prévios estudos mostraram que a alta ingestão de proteína (até 12meses de idade) foi associada ao aumento de risco de obesidade infantil.

O estudo de Morgen e colaboradores objetivou examinar se algumas variáveis (duração da amamentação, tempo de introdução de alimentos complementares, e ingestão proteica) presentes aos 18 meses de idade estavam associadas com índice de massa corpórea (BMI) e com sobrepeso aos 7 e 11 anos de idade [Morgen et al. Breastfeeding and complementary feeding in relation to body mass index and overweight at ages 7 and 11 y: a path analysis within the Danish National Birth Cohort. The Am J Clin Nutr, 107(3):313-22, 2018; https://doi.org/10.1093/ajcn/nqx058].

Para tal, crianças que participaram do Danish National Birth Cohort foram acompanhadas até a idade de 7 e 11 anos. Foram registradas informações sobre alimentação, ingestão proteica aos 18 meses de idade.  Além disso, foram coletados índice ponderal ao nascimento e BMI (aos 5 e 12 meses e aos 7 e 11 anos). Análise específica foi usada para avaliar os efeitos diretos e indiretos da alimentação infantil no escore z do índice de massa corpórea (BMIz) nas crianças com idade de 7 (n = 36.481) e 11 anos (n = 22.047). Análises de regressão logística examinaram as associações com sobrepeso.

Os resultados mostraram que a duração do aleitamento não foi associada ao índice de massa corpórea [escore z do índice de massa corpórea (BMIz)]. A precoce (< 4 meses de idade) introdução de alimentos complementares não foi associada a alto BMIz nas crianças com 7 anos, mas foi associada a maior (0,069) BMIz (95% CI: 0,021; 0,117; P = 0,005) e a maior risco de sobrepeso (OR 1,44; 95% CI: 1,04; 2,00; P = 0,03) nas crianças com 11 anos. A ingestão de proteína originada de produtos lácteos (por 5g/dia) foi associado ao maior BMIz aos 7 anos apenas (OR: 0.,12; 95% CI: 0,003; 0,021; P = 0.,07). A ingestão de proteína originada de carne e peixe (por 2g/dia) foi associada a maior (0,010) BMIz (95% CI: 0,004; 0,017; P = 0.,03) aos 7 anos, a maior (0,013) BMIz (95% CI: 0.005, 0.020; P = 0.002) aos 11 anos e maior probabilidade (OD) de sobrepesos aos 7 anos (OR: 1,07; 95% CI: 1,03; 1,10; P < 0,001), mas não nas crianças com 11 anos.

Os autores concluíram que a maior ingestão de proteínas derivadas de carne e peixe foi associada ao maior índice de massa corpórea (BMIz) e ao maior risco de sobrepeso na infância. Tais resultados não muito expressivos em termos absolutos, podem ter impacto populacional. A precoce introdução de alimentos complementares pode estar associada ao BMIz e ao sobrepeso na infância tardia. Ausência de associações consistentes foram encontradas entre a duração do aleitamento, ingestão de produtos lácteos e BMIz infantil e sobrepeso.

Fonte: http://abran.org.br/sem-categoria/a-precoce-introducao-de-alimentos-complementares-na-alimentacao-infantil/

3 documentários com Ernst Götsch – O Guru da Agrofloresta


É preciso preservar, mas é possível regenerar. O agricultor e pesquisador suíço Ernst Götsch é prova de que a agricultura regenerativa pode ser um caminho de desenvolvimento para o país. Estabelecido em uma fazenda na zona cacaueira do sul da Bahia desde os anos 80, vem desenvolvendo técnicas de recuperação de solos. O equivalente a 480 campos de futebol foi recomposto, dos quais 350 se transformaram na primeira Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) da Bahia. 

Além da colheita agrícola, observou-se que a fazenda desenvolveu seu próprio microclima, 14 nascentes de água foram recuperadas e a fauna repopulou o lugar. A partir do experimento – chamado de agricultura sintrópica –, Götsch elaborou um conjunto de princípios e técnicas para integrar produção de alimentos e regeneração natural de florestas que tem sido adaptado a diferentes regiões e climas nos últimos 30 anos.

Götsch explica em seu texto “Homem e Natureza, Cultura na Agricultura: “Observe o que a natureza faz, aprende com ela e tenta copia-la! Por exemplo, se tu queres cultivar feijão e milho, planta também a cana e umas laranjeiras, além de muitas outras espécies. Isto significa plantá-las todas juntas, ao mesmo tempo e no mesmo lugar. Nesse consórcio de milho, feijão e outras espécies, cabe ainda, por exemplo, bananeiras, capim elefante, mandioca, inhame, pimenta malagueta, sapoti, leucena, mulungu, sapucaia, mangueira e ainda pimenta do reino nas árvores altas do futuro.”

“Cada espécie contribuirá para completar o consórcio e para que todas as outras prosperem melhor. Nenhuma delas cresce ou produz menos devido à presença das demais, pelo contrário, cada uma depende da outra para conseguir chegar ao estágio de desenvolvimento ótimo.”

Segundo Götsch, seu objetivo maior é mostrar que não existe terra ruim, mas interações inadequadas. “É claro, consigo mostrar melhor esse fato se pegarmos um lugar degradado. Fica mais fácil de compreender o potencial da terra”, explica. Tanto que seus princípios podem ser utilizados em diversos ecossistemas. “Amazônia, Cerrado, Altiplano Boliviano, Caatinga, eu vi que todos esses lugares podem ser um paraíso quando bem trabalhados”, diz.

Abaixo, três documentários que mostram como Ernst Götsch, agricultor e pesquisador suíço, tem recuperado nos últimos 30 anos terras degradadas, transformando-as em ecossistemas ricos. E mais: produzindo alimentos.

1- Vida em Sintropia: https://vimeo.com/146953911
Um curto documentário, genial, sobre o maravilhoso trabalho de Ernst Gotsch em “Agricultura Sintrópica”. Como esse documentários este grande senhor conseguiu transformar 1200 hectares de área desértica num oásis de vida e abundância de alimentos, num equilíbrio perfeito entre agricultura de larga escala e o eco-sistema, ao ponto de ter mudado o clima (!!!) e solo da sua propriedade!! Haja esperança na humanidade. Sim, é possível. Vamos espalhar  a sua semente e juntos podemos fazer a diferença!!

Documentário realizado por Felipe Pasini, Ilana Nina e Monica Soffiatti. “Neste Chão Tudo Dá – semeando conhecimento e colhendo resultados” é um registro informal realizado durante uma viagem pela Bahia sobre o trabalho e o pensamento do agricultor e pesquisador Ernst Gotsch. Além disso, ainda conhecemos a vida de agricultores que conseguiram aumentar a qualidade de vida de suas famílias através da prática agroflorestal.
O título do documentário é muito feliz em lembrar da primeira definição oficial dada ao Brasil, na carta de Pero Vaz de Caminha (escriba de Pedro Álvarez Cabral) ao então Rei de Portugal: “é uma terra em que se plantando, tudo dá”.

3- Abundância: https://vimeo.com/48481368
Documentário filmado no Workshop de Agrofloresta com Ernest Gotsch, organizado pela Cooperativa Sitio, em Mangualde, Portugal, sobre o conhecimento e filosofia por trás deste modo de agricultura sustentável e o interesse que suscita em tantas pessoas.

Para refletir:  Ernst faz um breve comentário sobre o sistema opressivo e totalitário em que vivemos.

O que é o 'ikigai', o segredo japonês para um vida longa, feliz e saudável

Você sabe por que se levanta pela manhã? Se consegue responder a isso, então, você já encontrou seu ikigai, um conceito japonês antigo que pode ser a chave para uma vida longa, feliz e saudável.

Não existe uma tradução direta para o termo. O mais próximo que se pode chegar é a descrição feita por Ken Mogi, autor do livro "Ikigai: Os cinco passos para encontrar seu propósito de vida e ser mais feliz" (Astral Cultural, 2018).

"Ikigai é a sua razão de viver", diz o neurocientista japonês. "É o motivo que faz você acordar todos os dias."

O conceito vem de Okinawa, um grupo de ilhas ao sul do Japão com uma população de moradores centenários bem acima da expectativa de vida média, mesmo para os padrões japoneses.

Muitos acreditam que o ikigai é o segredo de sua longevidade. O termo é bem conhecido em todo o país, como explica Mogi, e a ideia representada por ele está se espalhando para outras partes do mundo.

Segundo o autor, é "muito importante identificar as coisas que você gosta de fazer e que te dão prazer, porque elas dão propósito à vida e levam a uma existência longa e feliz".

"E não se trata apenas de viver por um longo tempo, mas de aproveitar a vida e saber o que você quer fazer com ela", afirma.

O ikigai também é algo muitas vezes relacionado à vitalidade.

"É a felicidade que vem de sempre ter algo para fazer, de estar ocupado", diz Francesc Miralles, que, junto com Héctor García, escreveu "Ikigai: Os segredos dos japoneses para uma vida longa e feliz" (Intrínseca, 2016).

A ideia por trás disso é que, "se você encontra algo que dê sentido à sua vida, isso o faz seguir em frente e o mantém motivado", diz Miralles.

Como achar seu 'ikigai'?
Não é difícil, segundo Mogi. Você pode começar por algo simples como beber uma xícara de café pela manhã.

"Em geral, somos tão obcecados com o sucesso e grandes metas que a vida acaba se tornando intimidadora. O legal do ikigai é que você pode partir de coisas pequenas até chegar aos grandes objetivos de vida."

Ser fácil de começar é um dos fatores que levam cada vez mais pessoas de fora do Japão a se interessarem pelo conceito, e alguns livros já foram publicados sobre o assunto.

"Qualquer um pode partir do que está ao seu alcance e começar a sentir-se bem e a experimentar os benefícios que isso traz antes de, gradualmente, evoluir para objetivos maiores."

Mas todo esse bem-estar em potencial depende de um pequeno detalhe: encontrar um ikigai.

E se você não sabe o que mexe com você?
"Você precisa observar a si mesmo", recomenda Mogi.

"Parta do zero, olhe-se no espelho: que tipo de pessoa é você? Pense no passado e no que te dá prazer. Isso te dará uma pista. Como neurocientista, eu acredito que as coisas que nos dão prazer são reflexos do tipo de pessoas que nós somos."

Mas ampliar seu horizonte para objetivos maiores pode ser mais complexo. "Se você não sabe o que quer da vida, comece fazendo uma lista do que você não quer, quais situações te deixam desconfortável ou infeliz, quais atividades prefere evitar", aconselha Miralles.

"Você pode descobrir que há várias coisas que te deixam feliz: aprender coisas novas, cuidar do jardim, ajudar outras pessoas, resolver problemas, fazer música... ou vender coisas, falar em público."

Miralles admite que encontrar um ikigai não é sempre um processo simples. "Há pessoas que sabem o que querem ser desde a infância, mas a maioria de nós não sabia o que queria."

E há o peso do cotidiano: "Vamos à escola, buscamos emprego, lidamos com obrigações e pagamos contas... e, com isso, podemos nos distanciar de nossos impulsos naturais".

Para ajudar a encontrar sua paixão, o escritor sugere seguir o conselho do cientista da computação e palestrante motivacional Randy Pausch (1960-2008): "Resgate seus sonhos de infância. Quais eram? Desenhar por horas? Dançar? Correr? Pense em quando era pequeno e no que te deixava feliz e você não faz mais".

"A beleza do ikigai é que é algo muito pessoal", diz Mogi. "Não é algo dado a você, de forma passiva. Você precisa explorar sua mente e cultivar seu ikigai."

Isso torna-se muito importante em sociedades como a japonesa, que podem ser vistas como bastante homogêneas, afirma Mogi, "porque cada pessoa tem seu ikigai, e isso vira uma forma de celebrar as diferenças individuais".

Quantos 'ikigais' você pode ter?
Há muitas formas de ter prazer. Na verdade, é importante ter vários ikigais, dos mais simples aos mais ambiciosos.

"A maioria das religiões só acreditam em um Deus. Mas, no Japão, acreditamos que há 8 milhões de deuses", diz Mogi.

"Isso influencia como os japoneses veem o ikigai: não acreditamos que há só uma coisa importante, não perseguimos apenas um objetivo, pode haver milhares de coisas diferentes que podem nos dar prazer."

Mogi dá um exemplo como isso se aplica em sua vida prática. "Meu ikigai menor é correr 10 km em Tóquio todos os dias. Mas, como cientista, minha maior alegria é ter ideias novas e, talvez, dar uma contribuição para o mundo. Isso também é meu ikigai".

Há alguma prova de que o 'ikigai' funciona?
Mogi está convencido de que sim, e aponta estudos realizados pela Universidade Toho, em Tóquio, que investigam o sentido e significado da vida e sua correlação com a taxa de mortalidade em idosos.

De acordo com estudos realizados com idosos que levam um estilo de vida equilibrado, há uma correlação entre longevidade e ter uma razão de viver: seu sistema imunológico - e, em especial, um tipo de glóbulo branco, o neutrófilo - atua melhor, ajudando a mantê-los saudáveis por mais tempo.

Em uma outra pesquisa, a neuropsicóloga americana Patricia Boyle, do Centro Rush para Mal de Alzheimer, em Chicago, acompanhou 900 idosos que corriam o risco de desenvolver demência em um período de sete anos.

Ela concluiu que aqueles com uma boa noção de seu propósito de vida tinham 50% menos chances de ficar doentes.

"O cérebro humano tem uma habilidade incrível de regular as funções do corpo. Em alguns casos, pode se curar por conta própria, como demonstrado pelo efeito placebo", afirma Mogi.

"Se você acha seu ikigai, as pequenas coisas que dão significado à vida podem te ajudar a preservar sua saúde por mais tempo."

Quem são os mestres do 'ikigai'?
Quando Francesc Miralles e Héctor García visitaram Ogimi, um vilarejo de Okinawa, eles chegaram à mesma conclusão sobre a relação entre a longevidade e o ikigai.

Ogimi tem 3 mil habitantes e está no Livro Guinness dos Recordes por ter a população mais velha do mundo. Também é um epicentro do ikigai.

Não é uma surpresa, portanto, que Okinawa seja conhecida como a "Terra dos Imortais".

As pessoas dessa região do Japão tiram proveito do clima subtropical, têm uma dieta rica em frutas e vegetais, moram em comunidades onde se valorizam os laços pessoais e se mantêm ativas fisicamente por toda a vida.

Miralles e García se interessaram pela "história do vilarejo de centenários, onde tantas pessoas vivem além dos 100 anos". "Queríamos descobrir o porquê disso", diz Miralles.

"Como parte de nosso trabalho de campo, perguntamos aos idosos de Ogimi o motivo de estarem sempre alegres, por que cuidavam uns dos outros, o que os fazia ter laços tão fortes uns com os outros... e uma palavra era mencionada com frequência: ikigai."

Um dos aspectos que diferenciam o ikigai de simplesmente ter um hobby é que não se trata de obter uma gratificação instantânea. É algo que impulsiona a pessoa rumo ao futuro e a faz seguir em frente.

Miralles diz que há outros lugares do mundo com condições de vida semelhantes às de Ogimi, mas não com a mesma proporção de moradores centenários. Então seria o ikigai o segredo da longevidade? "Acredito que essa seja a diferença."

Expectativa de saúde x expectativa de vida
Outro fator que diferencia os centenários de Okinawa é sua expectativa de saúde maior - eles permanecem saudáveis por quase toda a sua longa vida.

O Estudo Centenário de Okinawa é uma pesquisa contínua com essa população feita por uma equipe internacional de médicos que coleta dados sobre o tema desde 1975.

Ele revela que os idosos desta região japonesa não têm apenas uma das taxas de mortalidade mais baixas do mundo em relação a uma série de doenças crônicas ligadas ao envelhecimento, mas uma das maiores expectativas de saúde do planeta.

Fazendo o 'ikigai' funcionar para você
É claro que nem todos nós podemos levar uma vida idílica em Okinawa, "mas todos podemos 'criar nossa Okinawa' onde estamos", segundo Miralles.

Ele destaca que, ainda que essa região seja bem diferente do resto do país, outras partes do Japão adaptaram o conceito às suas vidas, mesmo em ambientes urbanos.

Para trazer o ikigai para sua vida você não precisa se mudar, mas apenas entender a essência do conceito e torná-lo parte do seu cotidiano.

"O ikigai pode te servir de apoio sem que seja necessária a aprovação de outras pessoas para isso", diz Ken Mogi.

"Trata-se de descobrir o que te faz feliz. Não é preciso que outras pessoas te avaliem e te premiem por isso."

Então, se você quiser ter uma vida longa e saudável, vale a pena tentar descobrir seu ikigai. "Não é apenas bem-estar. O Ikigai também é uma esperança para o futuro", afirma o neurocientista japonês.

Fonte: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/o-que-e-o-ikigai-o-segredo-japones-para-um-vida-longa-feliz-e-saudavel.ghtml?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=g1

EMBRAPA lança e-book sobre cultivo de hortas em pequenos espaços

Uma das publicações mais baixadas entre os títulos disponibilizados para downloads no portal da Embrapa, o livro “Horta em Pequenos Espaços” ganhou mais um atrativo e pode ser lido também na versão digital (e-book), em formato e-pub. Primeira publicação da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) a receber esse tratamento, o livro eletrônico pode ser baixado gratuitamente na página da Unidade.

Além de contemplar um público leitor conectado e interessado em ações interativas, esse formato torna o conteúdo mais acessível a alguns públicos que não teriam acesso ao livro físico, a exemplo das pessoas com dificuldades visuais. Existem tecnologias disponíveis que transformam informações escritas na plataforma e-pub em áudio.

O acesso a essa plataforma exige, fundamentalmente, a instalação de um aplicativo leitor de e-pub no smartphone ou tablet – Há vários e diferentes aplicativos disponíveis no Google Play e no Apple Store, bastando pesquisar o termo ‘e-pub’.

Após a instalação do leitor, o próximo passo é fazer o download do e-book “Horta em Pequenos Espaços” no dispositivo móvel.

MESMO CONTEÚDO, NOVA PLATAFORMA

Dividido em quatro capítulos, o livro aponta – em linguagem simples e objetiva – os passos básicos relacionados às diferentes etapas de cultivo: plantio, manejo e manutenção das hortas em pequenos espaços, ou os denominados espaços alternativos para o cultivo como pneus, garrafas pet, canos de PVC, baldes e latas.

Para a supervisora do Setor de Prospecção e Avaliação de Tecnologias (SPAT) Flávia Clemente, que divide a edição técnica do “Horta em Pequenos Espaços” com a analista Lenita Haber, da área de Transferência de Tecnologia, a nova plataforma só traz ganhos, “em todos os sentidos”.

“Vejo como muito positivo esse formato, tanto no que diz respeito ao modo operacional para reduzir custos de impressão, quanto na maneira mais plena e acessível de as informações serem disponibilizadas, além de aumentar a amplitude da marca Embrapa”, acentua a supervisora, para quem “a nova ferramenta se adapta ao novo conceito de leitura ao acompanhar o processo evolutivo da comunicação digital”.

Para fazer o download do material completo acesse https://bit.ly/1E55dYt

Para mais informações sobre o tema, acesse o Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) da Embrapa através do endereço www.embrapa.br/fale-conosco/sac/.

Via Embrapa – Anelise Macedo / CI Orgânicos

Embrapa Hortaliças
hortaliças.imprensa@embrapa.br
Telefone: (61) 3385-9110

6 programas de saúde pública do Brasil considerados referência no mundo

Vale a pena ler: https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2018/06/05/6-programas-de-saude-publica-do-brasil-considerados-referencia-no-mundo.htm