A OMS considera o tabagismo a principal causa de morte evitável em todo o mundo.
Alguns trabalhos estimam que um terço da população mundial adulta seja tabagista (1 bilhão e 200 milhões de pessoas), sendo 47% de toda população masculina e 12% da feminina. Felizmente o tabagismo vem reduzindo nas últimas décadas.
O cigarro possui inúmeras substâncias tóxicas diferentes, sendo a nicotina a droga responsável pela dependência. A fumaça que penetra os alvéolos carrega diversas substâncias tóxicas.
O cigarro pode provocar doenças cardiorrespiratórias, infartos fulminantes e câncer de pulmão. As substâncias tóxicas presentes na fumaça aumentam a predisposição ao câncer de boca e pele.
Além disso, o hábito de fumar também pode trazer consequências em vários aspectos nutricionais, pois o cigarro promove diversas alterações no organismo:
- Por atuar diretamente no sistema nervoso central, o cigarro causa uma diminuição do apetite e afeta a atividade da serotonina e dopamina, neurotransmissores responsáveis pelo controle da fome. Por isso é tão comum pacientes relatando que ganharam de 5 a 8kg após cessar o tabagismo.
- Com a alteração do paladar, as percepções olfativas e o aroma dos alimentos diminuem;
- O cigarro aumenta a formação de radicais livres e consequentemente eleva a demanda de nutrientes antioxidantes, os quais estão presentes em diversos alimentos, principalmente os de origem vegetal;
- O hábito de fumar leva à enfermidade coronariana por meio de vários mecanismos. A nicotina estimula a liberação de adrenalina, catecolaminas, vasopressina e outros hormônios, provocando aumento da freqüência cardíaca e da pressão arterial, bem como a vasoconstrição das artérias coronarianas. O monóxido de carbono inalado reduz a disponibilidade de oxigênio ao miocárdio com conseqüente aumento da freqüência cardíaca. Soma-se a isso o efeito adverso do tabaco sobre as lipoproteínas, diminuindo as partículas de lipoproteínas de alta densidade (HDL) e o efeito trombogênico, por aumentar a agregação plaquetária
- Além disso, o cigarro contém substâncias oxidantes e pró-oxidantes que atuam na indução das doenças cardiovasculares (DCV) por promoverem e propagarem o aumento do estresse oxidativo. A produção de espécies reativas de oxigênio com o consumo de cigarro excede a capacidade antioxidante do organismo, comprometendo o status antioxidante do indivíduo, podendo ocorrer dano oxidativo nos lipídios plasmáticos e de membranas, propiciando o surgimento da aterosclerose.
- A fumaça do cigarro provoca a morte celular e ocasiona o aparecimento de rugas. Pela alta temperatura, contribui também para o envelhecimento dos cabelos, que ficam opacos e caem com mais frequência;
- Unhas, dentes e pele amarelada são consequência do alcatrão presente.
- Pacientes tabagistas tendem a ter níveis plasmáticos menores das vitaminas C e E, além de elevação de substâncias indicativas de um maior estresse oxidativo (malondialdeído).
- Dois grandes estudos realizados no final dos anos 2010 evidenciaram que a suplementação de Vitamina A, C e E foram deletérias para pacientes com história de tabagismo. Favorecendo câncer de pulmão, principalmente a Vitamina A (sintética). O mesmo não foi observado no grupo que ingeria de fontes naturais.
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