O horário das refeições em indivíduos com rotina alimentar prolongada está associada ao aumento do risco de obesidade e disfunção metabólica em humanos. Apesar disso, não há estudos experimentais prolongados e altamente controlados testando os efeitos dos horários das refeições com base no peso e no metabolismo em adultos com índice de massa corporal (IMC) de 19 a 27 kg/m2.
Com isso, foi realizado um estudo randomizado em que os indivíduos consumiam três refeições e dois lanches com quantidade energética e composição similares. Esses foram fornecidos em duas condições diferentes, em um período de 8 semanas, separadas por um período de 2 semanas. Inicialmente foi realizada a alimentação diurna, com ingestão limitada a 08:00h – 19:00h e posteriormente, a alimentação foi realizada mais tarde, com ingestão limitada a 12:00h – 23:00h. Nesse estudo, a rotina de sono e exercício físico foi constante. (Allison et.al, 2021)
Em seguida para estudar tal impacto do horário das refeições, foram avaliados peso, adiposidade, gasto energético e perfis circadianos de hormônios e metabólitos para que fossem comparados aos valores anteriores. Dessa forma, foi observado que peso corporal, resistência à insulina, relação de gordura tronco-perna, gasto de energia em repouso, quociente respiratório, glicose em jejum, insulina, colesterol total e colesterol de lipoproteína de alta densidade (dHDL) e adiponectina, diminuíram durante a intervenção diurna em comparação com a alimentação mais tarde.
Ao mesmo passo, foi observado aumento dessas medidas, assim como dos triglicerídeos quando realizada a alimentação atrasada em comparação com a diurna. Também, pode-se citar que a fase circadiana e a amplitude de melatonina, cortisol, grelina, leptina e glicose não foram alterados em consequência dos horários alimentares.
Pode-se concluir que uma alimentação diurna, em comparação com uma alimentação tardia, é capaz de promover perda de peso e melhorias no metabolismo energético e insulina em adultos com IMC de 19 a 27 kg m2, reforçando a eficácia e viabilidade de comer durante o dia como uma modificação comportamental para as condições do mundo real.
Prática clínica
O estudo propõe que alimentar-se mais cedo, até às 19h, pode ser mais eficaz na redução de peso corporal, melhora da resistência à insulina, do controle glicêmico e da saúde cardiometabólica. Além disso, pode promover melhora da oxidação lipídica, do colesterol e da relação de gordura tronco-perna.
Referências bibliográficas
Allison KC, Hopkins CM, Ruggieri M, Spaeth AM, Ahima RS, Zhang Z, Taylor DM, Goel N. Prolonged, Controlled Daytime versus Delayed Eating Impacts Weight and Metabolism. Curr Biol. 2021 Feb 8;31(3):650-657.e3. doi: 10.1016/j.cub.2020.10.092.
0 comentários:
Postar um comentário
Propagandas (de qualquer tipo de produto) e mensagens ofensivas não serão aceitas pela moderação do blog.