quarta-feira, 11 de maio de 2022

Agrotóxicos

 

Vocês devem ter se espantado, assim como eu, com o post que republiquei hoje nos stories. A cada 2 dias, um brasileiro morre por intoxicação com agrotóxicos. Segundo a Friends of the Earth Europe, que assina a pesquisa mais recente, 20% das vítimas brasileiras são crianças e adolescentes com até 19 anos - o mesmo público que, alguns meses atrás, apareceu aqui nos meus posts como protagonista de um país sem futuro: não trabalham, não estudam e, agora, com apoio das indústrias de veneno e passe livre concedido pelo Governo Federal, morrem.

Esse mesmo relatório conclui que suas empresas europeias gastaram 2 milhões de euros em apoio ao lobby no Brasil. A Bayer e BASF tiveram 45 novos agrotóxicos aprovados nos últimos três anos, sendo que 19 deles contêm substâncias proibidas na União Europeia. Ou seja, lá não pode, mas aqui, para matar índios, jovens, pescadores e brasileiros à margem dos rios e da sociedade, isso sim, pode. As empresas europeias de agrotóxicos não só se beneficiam com o enfraquecimento de regulamentações ambientais e de agrotóxicos no Brasil, mas também com generosas isenções de impostos sobre seus produtos.

Nutrologicamente falando, seria, então, mais interessante consumir alimentos que vão na contramão do in natura envenenado? Passamos a comprar biscoitos, pães, salgadinhos? Não mesmo. Já existem estudos conclusivos quanto à presença de resíduos de agrotóxicos nesses produtos também. E do ponto de vista ambiental, eles são tão prejudiciais quanto os venenos: os dois grupos reduzem as vastas terras brasileiras a um laboratório a céu aberto de commodities envenenadas, pasto desmatado ou as duas coisas.

Autora: Dra. Aritana Alves - Médica Nutróloga

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