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quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Anais do Congresso Brasileiro de Nutrologia 2022



Hoje foi publicado os Anais do XXVI Congresso Brasileiro de Nutrologia (2022). Em Parceria com a Faculdade de Medicina de Olinda, enviamos 4 trabalhos e eles foram aceitos. Para acessar todos os trabalhos publicados clique aqui.







DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B12 EM PACIENTES DIABÉTICOS EM USO CRÔNICO DE METFORMINA: UMA REVISÃO DA LITERATURA 
Autores: EDITE MARIANA NEVES DE MELO MAGALHÃES, INGRID HELLEN ANDRÉ BARRETO, FREDERICO LOBO, MARCIO JOSE DE SOUZA, MARIANA DINIZ DE SOUZA,
MARIA JULIA PIMENTEL DE ALBUQUERQUE, MICHELLE ALVES DE FARIAS, LUCAS LUCENA BEZERRA
Instituição: Faculdade de Medicina de Olinda

Introdução: A Metformina é a droga de primeira linha para o tratamento do Diabetes Mellitus tipo II (DM2), porém seu uso crônico pode interferir no metabolismo da vitamina B12, por um mecanismo cálcio dependente ainda não totalmente elucidado, acarretando a diminuição dos seus níveis séricos.
Objetivo: Revisar a literatura científica publicada sobre a deficiência de vitamina B12 em pacientes portadores de Diabetes Mellitus tipo II em uso crônico de Metformina, assim como compreender melhor seus desdobramentos e implicações na prática clínica. 
Metodologia: Foi realizada uma revisão da literatura de artigos publicados entre os anos de 2017 a 2022. As bases de dados utilizadas foram a plataforma PubMed e Scielo. A partir disso, foram selecionados 13 artigos, sendo 8 estudos transversais, 3 retrospectivos, 1 observacional e 1 caso-controle.
Resultados: Os estudos observacionais mais recentes vêm demonstrando uma relação entre o uso prolongado de Metformina e a deficiência de vitamina B12, sendo os seus níveis séricos diretamente relacionados a maior dose (> 1g/dia) e tempo prolongado de uso da medicação, principalmente após quatro anos. A prevalência encontrada foi de 21,4% a 40,5% e a maior variação estatística se deve a inclusão ou não de valores limítrofes de B12. O mecanismo pelo qual a metformina causa essa deficiência ainda não foi definido com exatidão, mas acredita-se que se deva ao bloqueio dos canais cálcio dependente necessários para a absorção da vitamina B12. Os sintomas clínicos mais observados foram neuropatia e anormalidades hematológicas como eritrócitos macrocíticos, neutrófilos hipersegmentados e bandas gigantes.
Conclusão: De acordo com os estudos selecionados, o uso crônico de Metformina causa redução nos níveis séricos de vitamina B12, podendo ocasionar desfechos clínicos negativos e graves. Logo, podemos inferir que os usuários devem ser rastreados regularmente a fim de que o médico se antecipe e trate precocemente essa condição clínica.


DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B12 EM USUÁRIOS CRÔNICOS DE INIBIDORES DE BOMBA DE PRÓTONS: UMA REVISÃO DA LITERATURA.
Autores: EDITE MARIANA NEVES DE MELO MAGALHÃES, ALYCE ALCÂNTARA DE ANDRADE CABÚS, BIANCA SILVA FARIAS, STÉFANNY BERTLEY RODRIGUES DE ALBUQUERQUE, FREDERICO LOBO, MARCIO JOSE DE SOUZA, MARIANA DINIZ DE SOUZA, MARIA JULIA PIMENTEL DE ALBUQUERQUE, LUCAS LUCENA BEZERRA
Instituição: Faculdade de Medicina de Olinda

Introdução: Os Inibidores da Bomba de Prótons (IBPs) são uma classe de medicamentos amplamente utilizada no mundo, entretanto seu uso prolongado pode influenciar o metabolismo da vitamina B12, acarretando, por exemplo, a sua deficiência, com implicações significativas para a prática clínica.
Objetivo: Proporcionar aos profissionais de saúde e população em geral os dados mais relevantes acerca da deficiência de vitamina B12 em usuários crônicos de inibidores da bomba de prótons (IBPs). Desse modo, esta revisão de literatura pretende abordar os estudos mais recentes sobre o tema, bem como as possíveis desdobramentos e consequências que o uso contínuo dessa classe de medicação pode acarretar no metabolismo da vitamina B12.
Metodologia: A metodologia utilizada consistiu em pesquisa bibliográfica, com fundamentação teórica baseada na análise e revisão da literatura já publicada, no período de 2018 a 2022. Os dados foram coletados nas bases PubMed e SCIELO.
Resultados: Estudos apontam que o uso prolongado dos IBPs pode acarretar deficiência de vitamina B12, uma vez que eles atuam bloqueando a secreção de ácido clorídrico no lúmen estomacal. Inibem, portanto, as enzimas H+/K+ATPase (bomba de prótons), localizadas nos canalículos das células parietais que por sua vez tem como função acidificar ainda mais o PH do estômago, preparando-o para o recebimento e absorção do alimento. Para que a vitamina B12 seja transportada ao Íleo e, ao final, seja absorvida, faz-se necessária sua separação da proteína animal carreadora, o que somente pode ocorrer com a presença da enzima pepsina – sintetizada apenas quando preservado o nível de acidez estomacal. Assim, considerando que os IBPs tornam menos ácido o ambiente estomacal, pode-se concluir que o seu uso prolongado pode deflagrar a não sintetização da pepsina, gerando a não separação da vitamina B12 da proteína animal, de modo a dificultar ou até impedir, a absorção dessa vitamina.
Conclusão: Desse modo, torna-se imprescindível um maior número de estudos que se debrucem sobre os mecanismos pelos quais o uso contínuo do inibidor da bomba de prótons pode levar à deficiência da vitamina B12, pois apesar dessa relação existir, ainda há a necessidade de melhor nível de evidência para a sua causa e efeitos

SÍNDROME PÓS-COVID-19 E SEUS FATORES DE RISCO: O QUE TEMOS DE NOVO?
Autores: EDITE MARIANA NEVES DE MELO MAGALHÃES, ALYCE ALCÂNTARA DE ANDRADE CABÚS, BIANCA SILVA FARIAS, STÉFANNY BERTLEY RODRIGUES DE ALBUQUERQUE, FREDERICO LOBO, MARCIO JOSE DE SOUZA, LUCAS LUCENA BEZERRA, MARIANA DINIZ DE SOUZA, MARIA JULIA PIMENTEL DE ALBUQUERQUE, MICHELLE ALVES DE FARIAS
Instituição: Faculdade de Medicina de Olinda

Introdução: A Covid-19 foi inicialmente considerada uma infecção aguda do sistema respiratório, porém atualmente sabe-se do possível comprometimento de vários órgãos e sistemas, com uma enorme gama de sintomas clínicos. Segundo dados preliminares de estudos observacionais, estima-se que aproximadamente 10% dos pacientes com quadros leves a moderados de Covid-19 apresentam sintomas prolongados, que duram 3 semanas ou mais. No grupo dos internados, especialmente em UTI, estes sintomas residuais podem chegar a 80%. Essa condição tem sido chamada de COVID “longa”, “pós-aguda” ou “Síndrome pós-COVID-19”.
Objetivo: Revisar a literatura acerca da síndrome pós-covid-19 para informar ao público médico a possibilidade do comprometimento de diversas áreas da saúde desse grupo de pacientes e incitar a continuação dos estudos para melhor elucidar os fatores de risco que desencadeiam a síndrome.
Metodologia: Foi realizada uma revisão de literatura apoiada em publicações na base de dados PubMed entre os anos de 2020 e 2022.
Resultados: A Síndrome pós-covid-19 se caracteriza pelo envolvimento musculoesquelético, pulmonar, digestivo e neurológico, independentemente da gravidade da fase aguda e da resposta humoral. Os sintomas mais reportados são: distúrbios do sono, diarreia, fadiga, artralgia, cefaleia, dispneia, anosmia, entre outros relacionados saúde mental. Aqueles que apresentaram fadiga e que estiveram internados em UTIs foram os que mais tiveram sua qualidade de vida comprometida. Estudos afirmam que a Síndrome pós-covid-19 se desenvolve em média entre 30-60% dos pacientes, principalmente entre as mulheres e no grupo que apresentou anosmia. Diante das evidências científicas, considerou-se que fatores de risco como sexo feminino e anosmia são contribuintes para seu desenvolvimento. Contudo, há a necessidade de descobrir outros fatores de risco desencadeantes e sua relação com o tempo de persistência dos sintomas.
Conclusão: A Síndrome pós-covid-19 possui diversas manifestações clínicas e sua evolução varia de acordo com inúmeros fatores associados ao indivíduo. Atenção especial deve ser dada as pacientes do sexo feminino e ao grupo que apresentou anosmia, além dos que tiveram quadros graves, com necessidade de internamento em UTI. Logo, podemos inferir que a Síndrome pós-covid-19 é um problema de saúde pública atual, com limitações referentes a dados científicos, necessitando de mais estudos que possam elucidar a sua abordagem.

A RELAÇÃO ENTRE TRANSTORNOS ALIMENTARES E PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPOS I E II
Autores: EDITE MARIANA NEVES DE MELO MAGALHÃES, STEFANNY BERTLEY RODRIGUES DE ALBUQUERQUE, BIANCA SILVA FARIAS, ALYCE ALCÂNTARA DE ANDRADE CABÚS, FREDERICO, INGRID HELLEN ANDRE BARRETO, MARCIO JOSE DE SOUZA
Instituição: Faculdade de Medicina de Olinda

Introdução: O Diabetes Mellitus é uma doença crônica que altera os níveis plasmáticos de glicose, gerando várias complicações clínicas, dentre elas a associação com transtornos alimentares. Há evidências da relação entre pacientes com Diabetes e comorbidades psiquiátricas, principalmente depressão e Transtornos Alimentares, podendo interferir no controle metabólico da doença. Objetivo: Apurar dados atualizados sobre a relação entre Diabetes Mellitus I e II e transtornos alimentares, abordando aspectos dessas doenças, principalmente a evolução clínica e o tratamento. Expor também a importância do diagnóstico precoce para fornecer uma intervenção médica adequada e eficaz.
Metodologia: A fundamentação teórica foi baseada em revisão de literatura através da análise de artigos publicados no período entre 2018 e 2022, coletados das bases Pubmed e Scielo. 
Resultados: A presente revisão bibliográfica demonstrou maior prevalência de Anorexia Nervosa e Bulimia nervosa em pacientes com Diabetes tipo I, o que podemos relacionar com a presença de Diabulimia. A Diabulimia é a redução ou omissão do uso de insulina por pacientes diabéticos tipo I, com o objetivo de perda de peso e questões estéticas. A redução ou a supressão da insulina acarreta hiperglicemia, poliúria e alterações metabólicas que produzem, como consequência, a redução do peso corporal. Embora essa condição possa ser letal e o índice de predominância no Diabetes tipo I seja alto, há uma falta de pesquisas sobre o tema. Já no Diabetes tipo II existe uma maior relação com o Transtorno de Compulsão Alimentar e a presença de obesidade associada.
Conclusão: O estudo desse tema se faz necessário devido a grande prevalência de Diabetes e suas complicações em nossa população, além do aumento de morbimortalidade associado a presença de transtornos alimentares. As limitações deste estudo estão relacionadas à incipiente produção científica sobre a temática, o que dificulta a discussão e a comparação dos resultados. Além disso, é necessário a capacitação dos profissionais de saúde sobre a correlação entre as patologias, ajudando tanto no diagnóstico precoce quanto no tratamento adequado.

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