quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Reflexões sobre o dia do médico

 


A medicina pra mim, antes de ser uma profissão é uma arte. Eu enxergo de forma mágica a capacidade que nós médicos temos de obter informações do paciente, analisar, diagnosticar e então instituir um tratamento. É uma arte mesclada com ciência. 

Confesso que apesar de ser de uma família com mais de 35 médicos, pai médico, 5 irmãos da minha mãe médicos, não tive um grande fascínio pela Medicina durante a adolescência. Não me achava capaz de ser médico. Achava difícil, muita abnegação, queria algo mais fácil, prático e que me deixasse livre para ir e vir. 

Queria fazer acupuntura na China, fitoterapia, ser meio pajé. Mas o que tive para essa vida foi: ser médico e seguir a sina da família. Ou Karma rs.

No começo da faculdade, até o final do primeiro ano (2002), não era um aluno exemplar. Odiava anatomia, embriologia, histologia, mas era apaixonado por fisiologia (2003). Tudo que tinha que decorar eu sofria, tudo que tinha que entender e assimilar eu gostava. 

Pouco antes do meu pai falecer (2003) comecei a acompanhá-lo no ambulatório de reumatologia do Hospital Geral de Goiânia (HGG) e achava o máximo a forma que ele examinava e explicava para os pacientes a doença e o tratamento. Acabei apaixonando em ensinar paciente. Hoje vejo que amo mais ensinar que cuidar. Aprendo para ensinar e cuidar. 

Cuidar qualquer bom médico cuida, mas ensinar o paciente sobre o que o levou a adoecer, como é o processo de adoecimento, o que alivia ou piora a doença e o que ele tomará de providência para curar ou remediar: isso me faz vibrar. Educação em saúde é o que faz meus olhos brilharem. A empolgação que vou explicando as coisas demonstra o quanto gosto dessa parte da consulta. 

Se hoje alguém me perguntar qual a minha missão, sempre friso a seguinte sequência: Aprender, ensinar, cuidar. 

Quando ensinamos, amplificamos o nosso auxílio. Levamos conhecimento para as pessoas e elas espalham esse conhecimento e outras pessoas vão se beneficiar disso. É por isso que hoje, minha missão é cuidar dos meus afilhados na Nutrologia. Quanto mais eles repetem o que ensino, mais pessoas estou ajudando de forma indireta. Mais estou cumprindo minha missão.

E a Medicina teoricamente deveria ser isso, aprender, ensinar e cuidar. Infelizmente tem quem acredite que o médico moderno deva ter boa eloquência, fazer vídeos em redes sociais, "captar" clientes. Dou boas gargalhadas dos meus colegas que escolhem esse caminho, beiram o ridículo, mas cada um luta com as "armas" que tem e não há nada de errado nisso, desde que não se infrinja o código de ética médica. 

Eu honro meu pai, um baita médico reumatologista, escritor, preceptor, artista plástico, folclorista. 

Assim como ele sou médico e escritor. Sou médico e professor. Sou médico e cuidador. É isso que me faz feliz. É isso que me move. Mesmo com toda decadência que presenciamos na Medicina. Com toda escória de profissionais que fingem ser médicos e envergonham a classe.


Goiânia, 18 de Outubro de 2023

1 comentários:

Anônimo disse...

Boa tarde, Dr. Frederico.
Recentemente recebi meu Laudo Psicológico de Avaliação Neuropsicológica com hipótese diagnóstica de Autismo com CID 11- 6A02.0. Entretanto, estou com bastante dificuldade em achar um profissional Neurologista e/ou Psiquiatra que realize a validação desse Laudo, para que eu possa buscar meus direitos legais. Infelizmente só acho clínicas e profissionais que custam cerca de R$ 300, uma quantia bastante alta.
Saberia recomendar algum profissional que atenda em clínicas populares para me ajudar?
Obrigado.

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