De acordo com uma pesquisa feita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) concluiu-se que, no Brasil, o excesso de peso aumenta em ritmo acelerado e deve atingir 75% da população do país em 2044. Com isso, serão 130 milhões de pessoas vivendo com sobrepeso (47 milhões) ou obesidade (83 milhões), com 10,9 milhões de novos casos de doenças crônicas associadas e acréscimo de 1,2 milhão de mortes.
A diretora de dislipidemia da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Dra. Cynthia Valério, diz que os achados têm repercussões nas medidas de prevenção e tratamento de sobrepeso e obesidade. "As consequências são enormes para a prática clínica. Esses pacientes vão passar por todos os consultórios, não só de especialistas, mas também de outras áreas não afins, que vão precisar fazer o diagnóstico adequado e encaminhar ao especialista."
Com o aumento na demanda de pacientes, o diagnóstico tem que ser refinado. "Precisamos ter melhores maneiras de definir a obesidade na clínica, ir além do índice de massa corporal (IMC) como é feito hoje, e considerar também a intensidade, o estadiamento e as complicações, para que possamos determinar qual tratamento priorizar", afirmou a Dra. Cynthia.
Crescimento do excesso de peso
O material foi apresentado à comunidade médica durante o International Congress on Obesity (ICO), realizado em junho. Segundo o líder do estudo, Dr. Eduardo Nilson, que é vinculado ao Programa de Alimentação, Nutrição e Cultura (Palin) da Fiocruz Brasília, o cenário é preocupante e aponta para a perspectiva de manutenção da alta. "É impressionante quando olhamos os resultados. É uma situação muito grave e, mesmo sabendo de antemão que existe essa tendência, o aumento [das taxas] de excesso de peso nunca foi freado."
O grupo de pesquisa do Dr. Eduardo traçou uma linha do tempo do avanço do ganho de peso no país e avaliou o impacto do IMC ≥ 25 kg/m² sobre os índices de cinco doenças crônicas e de mortes associadas ao problema. Em 2044, estima-se que 48% dos adultos terão obesidade e 27%, sobrepeso. Entre 2006 e 2019, a parcela da população com sobrepeso ou obesidade dobrou e chegou a 20,3% dos adultos. Até 2030, as prevalências projetadas são de 68,1% para sobrepeso e 29,6% para obesidade. Mulheres, negros e outras etnias minoritárias são estimados a apresentar uma prevalência maior de obesidade nesse período.
Para ler a matéria na íntegra acesse: https://portugues.medscape.com/verartigo/6511460?ecd=mkm_ret_240810_mscpmrk-PT_EmAlta_etid6733813&uac=190836ET&impID=6733813
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