terça-feira, 13 de agosto de 2024

Ingestão de bebidas açucaradas entre crianças e adolescentes em 185 países entre 1990 e 2018: estudo de base populacional

Objetivo: Quantificar o consumo global de bebidas adoçadas com açúcar (SSBs) e as tendências ao longo do tempo entre crianças e adolescentes.  

Desenho: Estudo baseado em população.  

Cenário: Banco de Dados Dietético Global.  

População: Crianças e adolescentes de 3 a 19 anos em 185 países entre 1990 e 2018, estratificados conjuntamente a nível subnacional por idade, sexo, escolaridade dos pais e residência rural ou urbana.  

Resultados: Em 2018, o consumo médio global de SSBs foi de 3,6 porções por semana (porção padronizada = 248 g (8 oz)) (1,3 (intervalo de incerteza de 95% de 1,0 a 1,9) no sul da Ásia e 9,1 (8,3 a 10,1) na América Latina e no Caribe). Os consumos de SSBs foram maiores em crianças e adolescentes mais velhos em comparação aos mais jovens, em residentes de áreas urbanas em comparação com rurais, e em filhos de pais com maior nível de escolaridade em comparação com menor escolaridade. Entre 1990 e 2018, o consumo médio global de SSBs aumentou em 0,68 porções por semana (22,9%), com os maiores aumentos na África Subsaariana (2,17 porções/semana; 106%). Dos 185 países incluídos na análise, 56 (30,3%) apresentaram um consumo médio de SSB de ≥7 porções/semana, representando 238 milhões de crianças e adolescentes, ou 10,4% da população global de jovens.  

Conclusão: Este estudo encontrou que o consumo de SSBs entre crianças e adolescentes de 3 a 19 anos em 185 países aumentou 23% de 1990 a 2018, paralelo ao aumento da prevalência de obesidade nessa população globalmente. O consumo de SSBs mostrou grande heterogeneidade entre crianças e adolescentes ao redor do mundo, variando por idade, nível de escolaridade dos pais e urbanicidade. Esta pesquisa deve ajudar a informar políticas para reduzir o consumo de SSBs entre os jovens, especialmente aqueles com maiores consumos em todos os níveis educacionais em áreas urbanas e rurais na América Latina e no Caribe, e o crescente problema de SSBs para a saúde pública na África Subsaariana.

A ingestão de SSBs entre crianças e adolescentes de 3 a 19 anos em 185 países aumentou em quase um quarto de 1990 a 2018, paralelamente ao aumento da prevalência de obesidade entre essa população globalmente. Políticas e abordagens tanto em nível nacional quanto em um nível mais direcionado são necessárias para reduzir a ingestão de SSBs entre jovens em todo o mundo, destacando as maiores ingestões em todos os níveis educacionais em áreas urbanas e rurais na América Latina e no Caribe, e o crescente problema de SSBs para a saúde pública na África Subsaariana. Nossas descobertas pretendem informar políticas atuais e futuras para conter a ingestão de SSBs, acrescentando à Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável para melhorar a saúde e o bem-estar, reduzir as desigualdades, o consumo responsável, a pobreza e o acesso à água limpa.

*O que já se sabe sobre este tema*  

O consumo de bebidas adoçadas com açúcar (SSBs) tem sido consistentemente relatado como um fator que aumenta o risco de obesidade entre crianças e adolescentes.  
Isso é especialmente preocupante, considerando que a obesidade na infância tende a persistir na idade adulta, aumentando o risco de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e mortalidade prematura.  
Portanto, a quantificação do consumo de SSBs entre crianças e adolescentes é essencial, mas estimativas recentes para essa faixa etária estão indisponíveis para a maioria dos países.

*O que este estudo acrescenta*  

O consumo de SSBs entre crianças e adolescentes de 3 a 19 anos em 185 países aumentou em quase um quarto entre 1990 e 2018, paralelo ao aumento da prevalência de obesidade nessa população globalmente.  

Foram identificados maiores consumos em todos os níveis de escolaridade em áreas urbanas e rurais na América Latina e no Caribe, juntamente com o crescente problema das SSBs para a saúde pública na África Subsaariana.  

O consumo de SSBs entre crianças e adolescentes mostrou grande heterogeneidade por região e características populacionais, indicando a necessidade de políticas nacionais e abordagens específicas para reduzir o consumo de SSBs entre essa população em todo o mundo.

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