Começou a safra do Pequi. Ela vai de Outubro a Março. Esse fruto polêmico, patrimônio imaterial dos povos do cerrado. Amado por muitos e odiado por tantos. O nosso ouro. Então, eu como apaixonado por essa árvore do cerrado te darei 10 motivos para você comer pequi esse ano e por todo o resto da sua vida. Pequi é saúde.
1º motivo: Porque pequi é daqui! Parece só um trocadilho bobo, mas não é. Quando levamos em conta uma alimentação saudável, falamos também de comida regional e típica. Ela carrega quantitativo de nutrientes, memórias e identidade cultural. Tem o pequi de Minas? Tem. Tem o do Tocantins? Tem. Tem o do Mato Grosso? Tem. Mas nenhum é igual o de Goiás. Pequi é nosso patrimônio cultura/culinário e pensando nisso (eu acho) a EMBRAPA cerrados conseguiu criar um Pequi sem espinhos ou pequi nutella como alguns denominam.
2º motivo: A polpa possui altíssimo teor de gordura (então lembre-se ele é calórico), com o predomínio dos ácidos graxos monoinsaturados, as tais gorduras “boas” (ácidos graxos oleico - 55,8% e palmítico - 35,1%). Na semente ou amêndoa (que é uma delícia também), há gordura, proteína, zinco. http://periodicos.ufc.br/eu/article/view/89525#:~:text=Em%20rela%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A0s%20suas%20caracter%C3%ADsticas,%C3%B3leos%20e%205%25%20de%20cinzas.
3º motivo: O teor de fibra alimentar bruta contida na polpa do pequi é considerado alto, aproximadamente de 19g em 100g.
4º motivo: Análises minerais da polpa revelam grandes quantidades de niacina, riboflavina, magnésio, potássio, cálcio, zinco, além dos carotenóides.
5º motivo: Possui diversas substâncias com propriedades antioxidantes: compostos fenólicos e carotenóides totais, associados ao combate de radicais livres. O pequi é riquíssimo em carotenos (precursores de vitamina A). O estudo da UFG evidenciou a presença de zeaxantina, luteína, criptoflavina, anteroxantina, mutatoxantina, luteolina,
6º motivo: Seus componentes (antioxidantes) fazem com que o consumo do fruto auxilie no combate aos radicais livres. Inclusive tanto a UNB quando a UFG fazem pesquisa com a polpa/casca/óleo de pequi. Um estudo realizado pela UFG evidenciou que a suplementação (por 14 dias) com óleo de polpa de pequi (C. brasiliense) em corredores promoveu melhora do perfil lipídico, da pressão arterial sistólica/diastólica, redução da pressão arterial induzida pelo exercício e da inflamação oriunda do exercício (corrida). Há dezenas de estudos em animais e in vitro promissores, demonstrando efeitos antioxidantes, antiinflamatórios, cardioprotetores, hepatoprotetores, antigenotóxicos e anticarcinogênicos.
7º motivo: Dá pra comer pequi refogado, com arroz, com frango, com milho, na empadinha da lanchonete, na pamonha e até mesmo no chocolate . O sabor e o aroma marcante do fruto possibilita uma infinidade de criações culinárias.
8º motivo: A amêndoa do pequi contém boa quantidade de óleo que por suas características químicas (ácidos insaturados), pode ser misturado ao mel de abelha e usado como expectorante ou mesmo na indústria cosmética para a produção de sabonetes e cremes para a pele.
9º motivo: Aprender a cozinhar (pequi ou outras comidas regionais) também ajuda a desenvolver e partilhar habilidades culinárias. Seu consumo está profundamente enraizado na culinária do centro-oeste, Tocantins, norte de Minas gerais. Regiões com cerrado. É utilizado em uma variedade de pratos típicos, como o arroz com pequi, frango com pequi, galinhada e outros, sendo um ingrediente essencial para dar sabor e aroma característicos a essas preparações. Sendo assim, está associado à identidade cultural e regional das comunidades do cerrado brasileiro. Ele é valorizado como um símbolo da biodiversidade e da riqueza natural dessas regiões, destacando a importância da preservação e valorização do ecossistema do cerrado. O cultivo, extrativismo racional e a comercialização do pequi representam uma importante atividade econômica para o cerrado. Promovendo geração de renda e o sustento de agricultores familiares e pequenos produtores, fortalecendo a economia local e incentivando a permanência das pessoas no campo.
10º motivo: Patrimônio cultural imaterial: O pequi e as práticas associadas ao seu consumo, como a preparação de pratos tradicionais, são reconhecidos como parte do patrimônio cultural imaterial do Brasil. O consumo e a valorização do pequi contribuem para preservar e transmitir essas tradições às gerações futuras, enriquecendo a diversidade cultural do país.
Por último: Pequi é ótimo pra memória. É ou não ? Piada interna dos goianos, afinal, uma vez que você consome uma boa quantidade de pequi, fica arrotando o gosto por quase 1 dia, lembrando que consumiu. Ou seja, ajuda a memorizar que comeu pequi.
Autor: Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 - RQE 11915 / CRM-SC 32949 - RQE 22416
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