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sábado, 2 de novembro de 2024

Abordagem nutricional da candidíase de repetição

A mulher que nunca sofreu desse mal, que atire a primeira pedra! Sim, pois quando chega o desconforto, quase sempre sabem do que se trata. É uma das queixas ginecológicas mais comuns na minha prática clínica. 

Mas porque isso acontece? Primeiro, é importante saber que a Candidíase é uma doença ocasionada por fungos, especificamente pela Candida Albicans, que pode se manifestar na pele (micoses), boca (mais conhecido como “sapinho”), estômago, intestino e no órgão genital feminino.

Várias são as causas para o aparecimento da Candidíase: 
  • Alteração no sistema imunológico: geralmente deficiente decorrente de déficit de nutrientes ou outras doenças que podem levar a alteração imunológica. As mais comuns são diabetes, pacientes oncológicos em quimioterapia ou pacientes com infecções de repetição e que fazem uso de vários ciclos de antibiótico
  • Disbiose intestinal (desequilíbrio na flora intestinal na qual a flora patogênica se sobressai à flora normal), 
  • Roupas íntimas de tecido sintético
  • Má higiene pessoal
  • Climatério e menopausa
  • Distúrbios hormonais
  • Relações sexuais
  • Período menstrual
  • Consumo exagerado de alimentos ricos de carboidratos refinados
  • Dieta com restrição severa de alguns nutrientes, levando ao déficit nutricional.
  • Privação de sono
OS sintomas geralmente são ardência, corrimento vaginal em grumos (queijo talhado), vermelhidão, desconforto na relação sexual, irritação. Esses sintomas são especificamente femininos, pois, apesar do homem também se contaminar, quase nunca é manifestado, devido a questões hormonais ou quando manifestamos é a na forma de apenas uma vermelhidão ou ardor na glande.

O que muitas mulheres não entendem, mesmo depois de terem realizado todo o tratamento (o marido também precisa muitas vezes) uso de antifúngicos, cremes vaginais, é que o quadro pode voltar ao longo da vida. E aí entra o ginecologista para fazer a investigação. 

Por trás de tudo isso, há outros sintomas que podemos correlacionar com o por quê dessa manifestação persistente: 
  • Avidez por doces: não se sabe o motivo, mas é uma queixa comum nas pacientes com candidíase de repetição. 
  • Fadiga inexplicável
  • Ansiedade exacerbada
  • Presença de Supercrescimento bacteriano do intestino delgado (SIBO) e Supercrescimento fúngico (SIFO)
Esses sintomas podem coexistir nos quadros de candidíase crônica. Nunca achei explicação lógica e nem evidências na literatura científica, mas o fato é que quando tratamos corretamente através de medicações e dieta, a maioria desses sintomas tendem a melhorar. Porém, com alta recorrência.

Para o fungo sobreviver, é necessário um ambiente favorável para seu crescimento e multiplicação. Isso também é determinado pela alimentação. Simples assim: quando sua alimentação é rica em carboidratos refinados, álcool, refrigerantes e uma dieta pobre em fibras, o ambiente intestinal fica mais propício para uma microbiota patogênica,  o que de forma indireta favorece o surgimento da candidiase. A constipação intestinal também pode favorecer a recorrência das crises. Assim como a ocorrência de infecções urinárias de repetição. Ao longo dos anos tenho visto muito isso no consultório.

Hoje em dia, grande parte da população adquiriu hábitos alimentares e comportamentais que os deixam mais expostas e susceptíveis a agressores. Alimentos industrializados,  junk foods, refrigerantes e outras facilidades aumentaram a demanda e procura por esse tipo de produto, fazendo com que o fator nutricional e a qualidade do alimento não seja a opção mais importante para alimentação cotidiana.

Os fungos, quando crescem de maneira desordenada, podem favorecer que outros tipos de fungos cresçam também, aproveitando esse ambiente propício e pode influenciar em diversas reações, que vão muito além do desconforto da mulher. 

Fique atenta se você ingere carboidratos refinados em excesso. Alguns autores (sem evidência científica) acreditam que o fungo produz uma neurotoxina (substância que envia mensagens para o cérebro), fazendo com que na ausência desses alimentos, você tenha maior avidez por carboidratos refinados, em especial, alimenos doces.

Fique alerta aos principais fatores de risco para um crescimento fúngico desordenado:
- Baixo consumo de frutas, legumes e verduras: baixa ingestão de fibras. Menos de 35g por dia já pode ser facilitador
- Alimentação pobre em nutrientes: baixa densidade nutricional
- Alto consumo de carboidratos refinados
- Jejuns prolongados podem levar a uma redução da atividade imunológica
- Alto consumo de adoçantes artificiais: alguns autores acreditam que eles influenciem a microbiota intestinal
- Estresse mental e emocional (principalmente correlacionado aos fatores acima)
- Uso frequente de antiácidos, antibióticos, corticoides, anticoncepcionais, laxantes
- Higiene e roupas íntimas inadequadas, pouco ventiladas

Para evitar recorrência, sempre ao fazer o tratamento farmacológico para fungos, faz se necessário um tratamento nutricional concomitante. 

Somente um médico será capaz de diagnosticar seu caso e instituir o tratamento adequado para seu caso.

O tratamento pode incluir:
  • Uso de antifungicos orais como Fluconazol ou Itraconazol
  • Uso de cremes vaginais como Nistatina ou Miconazol
  • Uso de óvulos vaginais com probióticos e alguns ácidos
  • Banhos de assentos
  • Ajuste dietético, com adequação do volume calórico
  • Uso de fitoterápicos
  • Reposição de vitaminas e minerais que se estiverem em déficit podem piorar a resposta imunológica
  • Tratamento da doença de base
  • Uso de probióticos via Oral (cepas específicas)
Treinei o meu nutricionista ao longo dos anos para elaborar um plano alimentar para tais pacientes. O paciente primeiro passa em consulta comigo e posteriormente o nutricionista elabora o plano alimentar.

A maioria dos casos apresentam melhora quando seguem a dieta à risca. Porém há alta taxa de recorrência, principalmente naquelas pacientes que retomam os hábitos alimentares e de vida anteriores.

Primeira coisa que fazemos aqui na clínica é indicar uma Ginecologista especialista nisso. Ela faz a coleta da secreção vaginal no consultório, lê a lâmina e prescreve o tratamento imediatamente. 

Dra. Fernanda Ferrari – Médica Ginecologista e Obstetra (Infecções do trato urinário) – CRM 26482 RQE 18563. Fone: 62 99124-8721. Site: www.fernandaferraria.com.br Instagram: @fernandaferrari

Posteriormente, o paciente passa em consulta comigo e depois com nutricionista Rodrigo. 

Autor: Dr. Frederico Lobo - CRM-GO 13192 - RQE 11915 - Médico Nutrólogo 

terça-feira, 24 de maio de 2011

Candidíase crônica abordagem Nutrológica


A mulher que nunca sofreu desse mal, que atire a primeira pedra! Sim, pois quando chega o desconforto, quase sempre sabem do que se trata. É uma das queixas ginecológicas mais comuns na minha prática clínica. 

Mas porque isso acontece? Primeiro, é importante saber que a Candidíase é uma doença ocasionada por fungos, especificamente pela Candida Albicans, que pode se manifestar na pele (micoses), boca (mais conhecido como “sapinho”), estômago, intestino e no órgão genital feminino.

Várias são as causas para o aparecimento da Candidíase: 
  • Alteração no sistema imunológico: geralmente deficiente decorrente de déficit de nutrientes ou outras doenças que podem levar a alteração imunológica. As mais comuns são diabetes, pacientes oncológicos em quimioterapia ou pacientes com infecções de repetição e que fazem uso de vários ciclos de antibiótico
  • Disbiose intestinal (desequilíbrio na flora intestinal na qual a flora patogênica se sobressai à flora normal), 
  • Roupas íntimas de tecido sintético
  • Má higiene pessoal
  • Climatério e menopausa
  • Distúrbios hormonais
  • Relações sexuais
  • Período menstrual
  • Consumo exagerado de alimentos ricos de carboidratos refinados
  • Dieta com restrição severa de alguns nutrientes, levando ao déficit nutricional.
  • Privação de sono
OS sintomas geralmente são ardência, corrimento vaginal em grumos (queijo talhado), vermelhidão, desconforto na relação sexual, irritação. Esses sintomas são especificamente femininos, pois, apesar do homem também se contaminar, quase nunca é manifestado, devido a questões hormonais ou quando manifestamos é a na forma de apenas uma vermelhidão ou ardor na glande.

O que muitas mulheres não entendem, mesmo depois de terem realizado todo o tratamento (o marido também precisa muitas vezes) uso de antifúngicos, cremes vaginais, é que o quadro pode voltar ao longo da vida. E aí entra o ginecologista para fazer a investigação. 

Por trás de tudo isso, há outros sintomas que podemos correlacionar com o por quê dessa manifestação persistente: 
  • Avidez por doces: não se sabe o motivo, mas é uma queixa comum nas pacientes com candidíase de repetição. 
  • Fadiga inexplicável
  • Ansiedade exacerbada
  • Presença de Supercrescimento bacteriano do intestino delgado (SIBO) e Supercrescimento fúngico (SIFO)
Esses sintomas podem coexistir nos quadros de candidíase crônica. Nunca achei explicação lógica e nem evidências na literatura científica, mas o fato é que quando tratamos corretamente através de medicações e dieta, a maioria desses sintomas tendem a melhorar. Porém, com alta recorrência.

Para o fungo sobreviver, é necessário um ambiente favorável para seu crescimento e multiplicação. Isso também é determinado pela alimentação. Simples assim: quando sua alimentação é rica em carboidratos refinados, álcool, refrigerantes e uma dieta pobre em fibras, o ambiente intestinal fica mais propício para uma microbiota patogênica,  o que de forma indireta favorece o surgimento da candidiase. A constipação intestinal também pode favorecer a recorrência das crises. Assim como a ocorrência de infecções urinárias de repetição. Ao longo dos anos tenho visto muito isso no consultório.

Hoje em dia, grande parte da população adquiriu hábitos alimentares e comportamentais que os deixam mais expostas e susceptíveis a agressores. Alimentos industrializados,  junk foods, refrigerantes e outras facilidades aumentaram a demanda e procura por esse tipo de produto, fazendo com que o fator nutricional e a qualidade do alimento não seja a opção mais importante para alimentação cotidiana.

Os fungos, quando crescem de maneira desordenada, podem favorecer que outros tipos de fungos cresçam também, aproveitando esse ambiente propício e pode influenciar em diversas reações, que vão muito além do desconforto da mulher. 

Fique atenta se você ingere carboidratos refinados em excesso. Alguns autores (sem evidência científica) acreditam que o fungo produz uma neurotoxina (substância que envia mensagens para o cérebro), fazendo com que na ausência desses alimentos, você tenha maior avidez por carboidratos refinados, em especial, alimenos doces.

Fique alerta aos principais fatores de risco para um crescimento fúngico desordenado:
- Baixo consumo de frutas, legumes e verduras: baixa ingestão de fibras. Menos de 35g por dia já pode ser facilitador
- Alimentação pobre em nutrientes: baixa densidade nutricional
- Alto consumo de carboidratos refinados
- Jejuns prolongados podem levar a uma redução da atividade imunológica
- Alto consumo de adoçantes artificiais: alguns autores acreditam que eles influenciem a microbiota intestinal
- Estresse mental e emocional (principalmente correlacionado aos fatores acima)
- Uso frequente de antiácidos, antibióticos, corticoides, anticoncepcionais, laxantes
- Higiene e roupas íntimas inadequadas, pouco ventiladas

Para evitar recorrência, sempre ao fazer o tratamento farmacológico para fungos, faz se necessário um tratamento nutricional concomitante. 

Somente um médico será capaz de diagnosticar seu caso e instituir o tratamento adequado para seu caso.

O tratamento pode incluir:
  • Uso de antifungicos orais como Fluconazol ou Itraconazol
  • Uso de cremes vaginais como Nistatina ou Miconazol
  • Uso de óvulos vaginais com probióticos e alguns ácidos
  • Banhos de assentos
  • Ajuste dietético, com adequação do volume calórico
  • Uso de fitoterápicos
  • Reposição de vitaminas e minerais que se estiverem em déficit podem piorar a resposta imunológica
  • Tratamento da doença de base
  • Uso de probióticos via Oral (cepas específicas)
Treinei o meu nutricionista ao longo dos anos para elaborar um plano alimentar para tais pacientes. O paciente primeiro passa em consulta comigo e posteriormente o nutricionista elabora o plano alimentar.

A maioria dos casos apresentam melhora quando seguem a dieta à risca. Porém há alta taxa de recorrência, principalmente naquelas pacientes que retomam os hábitos alimentares e de vida anteriores.

Primeira coisa que fazemos aqui na clínica é indicar uma Ginecologista especialista nisso. Ela faz a coleta da secreção vaginal no consultório, lê a lâmina e prescreve o tratamento imediatamente. 

Dra. Fernanda Ferrari – Médica Ginecologista e Obstetra (Infecções do trato urinário) – CRM 26482 RQE 18563. Fone: 62 99124-8721. Site: www.fernandaferraria.com.br Instagram: @fernandaferrari

Posteriormente, o paciente passa em consulta comigo e depois com nutricionista Rodrigo. 

Autor: Dr. Frederico Lobo - CRM-GO 13192 - RQE 11915 - Médico Nutrólogo