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terça-feira, 19 de setembro de 2023

Tenho gases ao comer pão, será que não posso com glúten?


Nas consultas em consultório, a maioria dos pacientes que relatam ter gases ao consumir alimentos com farinha de trigo (pão, bolo, biscoitos, dentre outros) acreditam que o problema está diretamente ligado ao GLÚTEN, devido a alguma sensibilidade ou intolerância a essa proteína. Alguns já até afirmam: acho que tenho doença celíaca. 

Mas antes de explicar, sugiro que você me siga no instagram: @drfredericolobo para mais informações de qualidade em Nutrologia e Medicina. Lá, posto principalmente nos stories, informação de qualidade e no feed, junto com meus afilhados postamos sobre vários temas.

E se eu te disser que provavelmente essa piora nos seus sintomas de gases não está relacionado ao glúten, mas sim com os carboidratos fermentáveis presentes no trigo?

O trigo possui uma quantidade considerável de um grupo de carboidratos conhecidos como FRUTANOS ou FRUCTANOS, que podem ser os causadores dos seus sintomas gastrointestinais. Os frutanos são carboidratos fermentáveis, resistentes à digestão e que, quando são ingeridos, são fermentados pelas bactérias presentes em todo o trato digestivo.

Essa fermentação altera o pH e a osmolaridade local, puxando água para a luz intestinal, além de produzir gases, o que resulta em meteorismo: quadro composto por distensão abdominal, sensação de empachamento, dor abdominal tipo cólica, diarreia ou até mesmo constipação.
Fezes com odor pútrido, percepção dos movimentos peristálticos e até mesmo ouvir barulhos oriundos do abdome não são incomuns. 

O grande ponto é que muitas pessoas só se lembram do glúten e de alguns FODMAPs (carboidratos fermentáveis) que são mais falados como a lactose e a frutose. No entanto, desconhecem que há uma gama de intolerâncias alimentares (nesse texto tratamos disso) possíveis e bem comuns na prática clínica que precisam ser investigadas, incluindo intolerância aos polióis, a rafinose, estaquiose, dentre outras. Além disso, essas intolerâncias alimentares podem cursar com SIBO, o supercrescimento de bactérias no intestino delgado, o que piora as intolerâncias e exacerba o quadro, gerando ainda mais gases.

Mas e o pão de fermentação natural ? É melhor?

Sim, alguns pacientes referem melhor digestibilidade com os panificados de fermentação natural, principalmente os de longa fermentação. Porém, há pacientes que mesmo com esses produtos, apresentam sintomas como distensão abdominal, pirose, gases e até diarreia. 

E caso você tenha sintomas gastrointestinais, agende seu horário para uma consulta com a gente.

Nosso trabalho é diferenciado. Eu (Frederico Lobo) sou portador de múltiplas intolerâncias alimentares e desde 2010 me dedico a tratar pacientes com dificuldade na alimentação. O Rodrigo Lamonier trabalha comigo, dentro do consultório desde 2018, é portador de Doença celíaca e também tem uma vasta experiência com intolerâncias alimentares.  Atendemos presencial em Goiânia e por telemedicina. Caso queira agendar, clique aqui.

Aproveite e siga nosso instagram: @drfredericolobo e @rodrigolamoniernutri

Autores: 
Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 - RQE 11915 / CRM-SC 32949 - RQE 22416
Dr. Rodrigo Lamonier - Nutricionista e Profissional da Educação física

domingo, 6 de março de 2022

Obesidade e a gordofobia: percepções em 2022

Elaborada pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO) e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a iniciativa é parte da campanha pelo Dia Mundial da Obesidade, de 4 a 10 de março de 2022. Mais de 3.5600 pessoas de todo o país responderam ao questionário divulgado pelos sites e mídias sociais das duas instituições.

“Conhecimento, cuidado e respeito”: este é o mote da campanha do Dia Mundial da Obesidade, dia 4 de março, para o ano de 2022. O foco é a ampliação do conhecimento sobre a obesidade, o caminho para a redução do preconceito e a melhoria no cuidado às pessoas.

A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) têm agido há mais de 30 anos no combate à obesidade. E combater a obesidade não é combater a pessoa com obesidade. E sim tratar a doença
e respeitar quem convive com ela, acolhendo, ouvindo, estudando, andando junto. Foi o que nos levou a ABESO e SBEM a lançarem a  pesquisa “Obesidade e a Gordofobia 2022 - Percepções”. 

O levantamento feito por meio digital chega ao cerne da questão: o cuidado dispensado a pessoas acima do peso precisa ser revisto. Os sistemas de saúde, tanto público quanto privado, precisam se atentar para o impacto que o acolhimento dessas pessoas pode ter no resultado do tratamento. 

Abriram com a pesquisa, um espaço para escuta e para entenderem como podemos agir em busca de uma mudança que possa refletir em resultados concretos. Esperavam sim, um número maior de participação deste público, mas não na proporção que se apresentou na pesquisa. 

A excelente pesquisa da ABESO/SBEM deixou claro que nós profissionais da área da saúde, precisamos agir contra a gordofobia para tratar a obesidade sem estigmas. 

E, para isso, precisa-se investir em conhecimento (é inadmissível vermos profissionais da área da saúde falarem que obesidade é falta de atividade física e de "fechar a boca"), cuidado e respeito (acolhimento principalmente por parte de médicos). Algo que não se vê na prática. Falo isso, como médico que atua diretamente com obesidade em um ambulatório municipal de Nutrologia. Médico que convive diariamente com endocrinologistas, nutrólogos e nutricionistas. É assustador ver alguns posicionamentos de colegas, tamanha gordofobia e falta de compaixão pelo sofrimento alheio. 

Abaixo as projeções do Atlas de Obesidade 2022 da World Obesity, ou seja, os números são alarmantes e a pergunta que fica: 
  1. Toda esse população ficará a mercê de gordofobia praticada por profissionais da área da saúde.
  2. Parte dessa população ficará sem tratamento adequado devido um péssimo acolhimento por profissionais da saúde ?
Fonte: www.worldobesity.org 


Para acessar as conclusões da pesquisa clique aqui: https://campanhaobesidade.abeso.org.br/ebook_gordofobia.pdf

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Comer intuitivo

 

Acho muito válida a idéia do comer intuitivo. Fiz vários curso de Comportamental e aplico em vários pacientes, porém, não podemos tapar os olhos para as falhas nessa modalidade terapêutica. E nem para as novas evidências que nem sempre restrição gera compulsão. 

Infelizmente em obesidade o tratamento é uma tentativa. Cada um se adaptará melhor a um tipo de abordagem. Por isso que sempre bato na tecla que tanto o médico Nutrólogo quanto o Nutricionista deve saber manejar vários tipos de abordagem. Se o profissional se propõem a tratar obesidade, transtornos alimentares é mandatório que tenha um arsenal terapêutico. Lembrando que a melhor estratégia será a que o paciente consegue aderir. Melhor feito que perfeito. 

Na teoria o Comer intuitivo, mindful eating é lindo, na prática infelizmente não funciona para todos.

Tenho um e-book de Mindful eating, envio para todos os pacientes, solicito que meu Nutricionista ensine as técnicas para os pacientes, porém, na prática uma boa parte dos pacientes ainda querem medidas restritivas. Ainda preferem alguém controlando o comer transtornado. Afinal, praticar Nutrição comportamental exige uma maior auto-percepção. Na comportamental o paciente toma a rédea de suas escolhas alimentares, minimiza a culpa por compreender que as vezes sair do plano faz parte e está tudo bem. 

É uma ótima abordagem, mas não é para todos. Dando resultado principalmente naqueles que já estão em acompanhamento psicoterápico, buscam mais autoconhecimento e enxergam a presença do comer transtornado no cotidiano.

Para quem quiser conhecer meu trabalho e do meu nutricionista, indico meu instagram @drfredericolobo e o dele @rodrigolamoniernutri

Atendemos por Telemedicina e Telenutrição. 

sexta-feira, 6 de julho de 2018

O que não é Nutrologia?


Todos os dias no consultório é a mesma história para os pacientes:

Paciente ACHANDO que foi a um nutrólogo e na verdade o médico não é especialista: lembrando que só é especialista em Nutrologia ou quem fez a residência ou tem o título. Se não tem, não é NUTRÓLOGO.A maioria dos que se dizem nutrólogos não o são. Para saber se o profissional é nutrólogo basta entrar no site do Conselho  de Medicina e buscar o nome do profissional: http://www.cremego.org.br/index.php?option=com_medicos

Paciente ACHANDO que Nutrologia é sinônimo de Ortomolecular, Medicina Quântica, Homeopatia, Medicina Integrativa (conceito que conseguiram deturpar), Chips hormonais, Anabolizantes, Excesso de suplementos, Doses cavalares de vitaminas e minerais. A Associação Brasileira de Nutrologia emitiu um documento em 2017 mostrando que isso não faz parte do roll de procedimentos nutrológicos.

Alguns médicos deturpam a Nutrologia e fazem leigos e outros médicos acharem que Nutrologia é aquilo que eles praticam. A Nutrologia é uma especialidade séria e que no momento sofre um processo de desmoralização por parte de alguns profissionais. .

Quer saber o que é NUTROLOGIA de verdade? www.nutrologogoiania.com.br

Montei uma pequena biblioteca descrevendo: O que é Nutrologia. A história da Nutrologia no Brasil. O que não é Nutrologia. Diferença entre Nutrólogo e Nutricionista...Endócrino...Médico do esporte. Vários textos mostrando como a Nutrologia pode auxiliar no tratamento de várias doenças.

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Transtornos alimentares: comuns em todas as idades, sexos e etnias

Os transtornos alimentares atingem as pessoas de todas as idades, sexos e grupos étnicos/raciais, e estão associados a um comprometimento psicossocial significativo, revela uma nova pesquisa.

Os pesquisadores analisaram dados de mais de 35.000 adultos nos Estados Unidos e descobriram que as mulheres tinham probabilidade significativamente maior de terem transtornos alimentares do que os homens, e os brancos tinham maior probabilidade de ter anorexia nervosa do que os seus homólogos negros não-hispânicos e hispânicos.

Por outro lado, as chances de ter bulimia nervosa não diferiram significativamente por raça/etnia, e menos negros não-hispânicos do que entrevistados hispânicos e brancos tinham transtorno de compulsão alimentar durante a vida.

Todos os três transtornos estão associados a importante comprometimento psicossocial.

"Embora os transtornos alimentares possam não ser tão prevalentes quanto alguns outros transtornos psiquiátricos, como depressão, ansiedade, ou transtornos do uso de álcool e drogas, esses quadros são comuns, são encontrados entre homens e mulheres de vários grupos étnicos/raciais, e ocorrem durante toda a vida", disse ao Medscape a primeira autora Tomoko Udo, PhD, professora-assistente do Departamento de Políticas, Gerenciamento e Comportamento em Saúde, University at Albany School of Public Health, em Nova York (EUA).

"O transtorno de compulsão alimentar, um novo diagnóstico 'formal' do DSM-V (do inglês Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition), é importante de ser rastreado e identificado, posto que está associado a risco significativamente maior de obesidade, e que todos os transtornos alimentares estão associados a deficiências de funcionamento psicossocial e, portanto, representam um importante problema de saúde pública", disse Tomoko, falando não só por si, mas também em nome do coautor do trabalho, Carlos M. Grilo, PhD.

O estudo foi publicado on-line em 17 de abril no periódico Biological Psychiatry.

Novas estimativas de prevalência
"Existem poucos dados populacionais representativos em nível nacional sobre a prevalência dos transtornos alimentares" nos Estados Unidos, escreveram os autores.

Estudos anteriores utilizaram os critérios do DSM-IV para avaliar a prevalência dos transtornos alimentares. Além disso, a prevalência dos transtornos alimentares entre grupos étnicos/raciais foi calculada por meio do agrupamento de dados provenientes de várias amostras diferentes.

"São necessários dados de amostras de grande escala de representação nacional avaliados por meio de entrevista diagnóstica para atualizar as estimativas de prevalência dos transtornos alimentares nos EUA", acrescentam.

Isto é particularmente necessário por causa da atualização dos critérios diagnósticos dos transtornos alimentares no DSM-V. As mudanças determinaram que o transtorno de compulsão alimentar é um diagnóstico formal e diminuiu a frequência da compulsão alimentar para o diagnóstico de transtorno de compulsão alimentar.

"Acreditamos que era importante obter novas estimativas de prevalência em uma amostra maior e representativa, especialmente porque o DSM-V fez várias alterações nos critérios de diagnóstico dos transtornos alimentares em relação ao DSM-IV", disse Tomoko.

"Muitos médicos e pesquisadores esperavam maiores estimativas do que as encontradas nos estudos preliminares como resultado do 'relaxamento' dos critérios diagnósticos dos transtornos alimentares", observou a professora.

O estudo em tela utilizou dados do 2012-2013 National Epidemiologic Survey Alcohol and Related Conditions (NESARC-III). Um total de  36.309 pessoas com ≥ 18 anos de idade foram avaliadas por entrevistas diagnósticas administradas por leigos.

Os entrevistados deram informações sociodemográficas (idade, sexo, etnia, escolaridade e renda).


Informaram também a altura e o peso, que foram utilizados para calcular o índice de massa corporal (IMC).

O NIAAA Alcohol Use Disorder and Associated Disabilities Interview Schedule–5 (AUDADIS-5) foi utilizado para avaliar anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno de compulsão alimentar. Os dados continham a idade de início e a idade no momento do episódio mais recente.

O AUDADIS também foi usado para avaliar a deterioração da socialização decorrente dos transtornos alimentares. Os fatores avaliados foram a interferência nas atividades diárias normais, sérios problemas de convívio com os outros, e sérios problemas para cumprir as próprias responsabilidades.

Transtornos alimentares mais comuns
Os pesquisadores criaram grupos para o diagnóstico específico dos transtornos alimentares (anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno de compulsão alimentar) fundamentados nos critérios do DSM-5, usando as respostas ao NESARC-III para as perguntas relevantes ao AUDADIS-5, e adaptando a pontuação dos dados variáveis do NESARC-III para criar as categorias diagnósticas do estudo em pauta.

As estimativas da prevalência de transtornos alimentares durante toda a vida mostraram que a anorexia nervosa e o transtorno de compulsão alimentar são os tipos de transtorno alimentar mais comuns, com prevalência de 0,80% (erro padrão = 0,07%) e 0,85% (erro padrão = 0,05%). A prevalência de bulimia nervosa foi de 0,28% (erro padrão = 0,03%).

As estimativas da prevalência de 12 meses da anorexia nervosa, da bulimia nervosa, e do transtorno de compulsão alimentar, foram de 0,05% (erro padrão = 0,02%), 0,14% (erro padrão = 0,02%) e 0,44% (erro padrão = 0,04%), respectivamente.

Dentre os 0,22% de participantes que informaram transtornos alimentares concomitantes (ou seja, ter um diagnóstico específico de dois ou mais transtornos alimentares durante a vida), 0,01% informaram anorexia nervosa com bulimia nervosa, 0,02% informaram anorexia nervosa com transtorno de compulsão alimentar, 0,13% informaram bulimia nervosa com transtorno de compulsão alimentar, e 0,05% informaram ter os três transtornos alimentares.

Para todos os três transtornos alimentares, as prevalências de diagnósticos durante toda a vida e em 12 meses foram significativamente maiores entre as mulheres do que entre os homens, com estimativas não ajustadas de 1,42%, 0,46% e 1,25% para as mulheres vs. 0,12%, 0,08% e 0,42% para os homens de anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno de compulsão alimentar, respectivamente.

Houve também diferenças significativas na prevalência entre as etnias/raças da anorexia nervosa durante toda a vida; as odds ratios (ORs) ajustadas foram significativamente menores entre os participantes negros não hispânicos e hispânicos em comparação com os entrevistados brancos não hispânicos.

No entanto, a OR ajustada de 12 meses de anorexia nervosa foi significativamente menor entre os hispânicos do que entre os entrevistados brancos não-hispânicos. Não houve casos de anorexia nervosa em 12 meses entre os entrevistados negros não-hispânicos.

Embora a prevalência de bulimia nervosa durante a vida e a prevalência em 12 meses não tenham diferido significativamente por raça/etnia, as ORs ajustadas do transtorno de compulsão alimentar durante a vida foram significativamente menores entre os negros não-hispânicos do que entre os entrevistados brancos não-hispânicos.

Não houve diferenças raciais para o transtorno de compulsão alimentar em 12 meses, nem o nível de escolaridade foi significativamente associado à prevalência de transtornos alimentares.

Por outro lado, as categorias de renda mais elevadas foram associadas a um aumento significativo da probabilidade de anorexia nervosa durante toda a vida.

Após o ajuste por idade, sexo, etnia/raça e nível de escolaridade, a anorexia nervosa e o transtorno de compulsão alimentar foram mais prevalentes entre os grupos mais jovens do que entre as pessoas com 60 anos de idade ou mais.

Não "aumentar o caráter patológico"
Todos os transtornos alimentares foram associados a altos índices de comprometimento da função psicossocial.

Para os diagnósticos durante toda a vida, os índices de comprometimento da função social foram significativamente maiores entre as pessoas com bulimia nervosa por toda a vida (61,4%) e transtorno de compulsão alimentar por toda a vida (53,7%) em comparação às pessoas com anorexia nervosa (30,7%).

Por outro lado, a única diferença psicossocial significativa no diagnóstico em 12 meses foi para a bulimia nervosa. Os entrevistados com bulimia nervosa referiram maior dificuldade de conviver com os outros do que aqueles com transtorno de compulsão alimentar.

Para os diagnósticos durante toda a vida, bem como de 12 meses, as pessoas com anorexia nervosa tiveram índice de massa corporal (IMC) atuais significativamente mais baixos do que aquelas com bulimia nervosa e transtorno de compulsão alimentar. Para os diagnósticos durante toda a vida, bem como de 12 meses, aqueles com bulimia nervosa tiveram um IMC atual significativamente mais baixo do que aqueles com transtorno de compulsão alimentar.

Além disso, as pessoas com anorexia nervosa durante toda a vida tinham significativamente maior probabilidade de estar abaixo do peso ou de ter um peso normal, quando comparadas às pessoas com transtorno de compulsão alimentar durante toda a vida. Além disso, a probabilidade delas de ter excesso de peso ou obesidade foi significativamente menor quando comparadas às pessoas com transtorno de compulsão alimentar durante toda a vida, que por sua vez foram associadas a um aumento significativo da probabilidade de obesidade e obesidade mórbida.

Os autores observam que as estimativas de prevalência obtidas "estão em desacordo com o ponto de vista dos críticos do DSM-V, que usaram o transtorno de compulsão alimentar como uma ilustração do aumento do caráter patológico".

Tomoko reconheceu estar "surpresa" com as descobertas.

"Pensamos que poderíamos ver aumento da prevalência em todos os transtornos alimentares decorrentes das mudanças nos requisitos diagnósticos, particularmente maior aumento da bulimia nervosa e do transtorno de compulsão alimentar, que não observamos. E, de fato, nossas estimativas tanto para a bulimia nervosa quanto para o transtorno de compulsão alimentar foram mais baixas do que os estudos anteriores e do que esperávamos".

Necessidade de rastrear melhor
Comentando o estudo para o Medscape, a nutricionista Kendrin Sonneville, professora-assistente de ciências nutricionais e professora-assistente de pesquisa do Center for Human Growth and Development, University of Michigan School of Public Health, em Ann Arbor (EUA), que não participou do trabalho, disse que "estudos como este, realizado em uma amostra nacional, ajudam a compreender quem está sofrendo com transtornos alimentares e quem pode não estar recebendo ajuda para seu transtorno alimentar".

A "mensagem mais importante" é que "pessoas de todas as idades, gênero e raças/grupos étnicos são atingidas pelos transtornos alimentares" e "vivenciam uma deterioração importante, e muitos sofrem durante muito tempo", disse a comentarista.

Kendrin instou os médicos e os sistemas de saúde a "identificarem estratégias para detectar os transtonos alimentares mais precocemente". A comentarista observou que a detecção e o encaminhamento para tratamento precoces são "necessários para melhorar a saúde e diminuir o sofrimento das pessoas com transtornos alimentares".

Tomoko acrescentou: "Acreditamos que nosso estudo destaque a complexidade da avaliação e do reconhecimento dos transtornos alimentares, enquanto documenta as repercussões clínicas deles, e em termos de saúde pública".

Como o tratamento com os especialistas em transtornos alimentares "não é tão facilmente acessível em muitas comunidades, como o é para outros transtornos psiquiátricos e clínicos, a melhora do acesso ao atendimento é uma prioridade importante para os sistemas de saúde", disse a pesquisadora.

O trabalho de Carlos M. Grilo foi subsidiado em parte pelos National Institutes of Health. O Dr. Carlos M. Grilo declarou não possuir conflitos de interesses relevantes. Os conflitos de interesse dos coautores estão listados no artigo original. Tomoko Udo e Kendrin Sonneville revelaram não possuir conflitos de interesse relacionados com o tema.

Biol Psychiatry. Publicado on-line em 17 de abril de 2018.




quinta-feira, 7 de junho de 2018

O seu médico é realmente Nutrólogo ?

Será que o seu médico realmente é Nutrólogo ?
Via de regra no Brasil só se pode intitular especialista em uma área médica no Brasil quem:
1 – Fez residência médica credenciada no MEC
2 – Tem título de especialista registrado no Conselho Federal de Medicina (CFM).

O médico que fez residência de Nutrologia, após concluí-la vai ao Conselho Regional de Medicina do seu estado(CRM) portanto o Certificado de conclusão da residência e registra-se como Nutrólogo, recebendo do CRM um número de Registro de Qualificação de Especialista (RQE), podendo então se intitular Nutrólogo.

No caso dos que foram aprovados na prova de título, basta levar o título ao CRM e pedir o RQE.
Mas e aí, como saber se o meu médico é ou não Nutrólogo?
Basta entrar no site do CFM ou no link: https://portal.cfm.org.br/busca-medicos/

Digitar o nome do médico, o estado e procurar. Se ao ver o nome do seu médico e não estiver especificado o RQE e a Especialidade que ele está registrado, provavelmente, o seu médico não é titulado. Procure um que seja especialista.

Em Goiânia, até o presente momento (Junho de 2018), temos apenas 59 Nutrólogos titulados, ou seja, apenas 59 profissionais são Verdadeiramente Nutrólogos. 

A lista está na imagem abaixo (clique nela para aumentar) e os dados foram extraídos do site do Conselho Regional de Medicina de Goiás.