A política de gestão de produtos tóxicos, que provocam cerca de 20 mil mortes por ano, precisa levar em conta que homens e mulheres estão expostos de modo diferente a essas substâncias químicas e que seus organismos reagem distintamente à contaminação. É o que recomenda a cartilha Produtos Químicos e Gênero, lançada pelo Grupo de Meio Ambiente e Energia do PNUD.
Programas com essas características podem compreender melhor as diferenças socioculturais e biológicas e combater de modo mais preciso a contaminação. Nas comunidades rurais dos países em desenvolvimento, por exemplo, os homens geralmente são mais expostos à contaminação durante a aplicação dos produtos tóxicos, e as mulheres (e às vezes as crianças), durante o plantio e a colheita. Elas também entram em contato mais frequente com substâncias perigosas presentes em cosméticos e itens de higiene pessoal, como sabonetes, cremes e xampus.
No setor de saúde, em que a maioria dos trabalhadores é do sexo feminino, as mulheres estão mais sujeitas a contaminação de agentes químicos utilizados em procedimentos médicos. Como as mulheres e meninas também costumam cuidar da limpeza doméstica, ficam expostas em maior grau a substâncias tóxicas presentes em mercadorias desse tipo.
Do ponto de vista biológico, por ter maior proporção de gordura corporal, as mulheres armazenam quantidades mais altas de poluentes ambientais em seus tecidos. Além disso, em algumas fases, como gravidez, lactação e menopausa, o organismo feminino sofre rápidas mudanças, que potencializam a vulnerabilidade.
Os homens, por sua vez, estão comumente em maior risco de exposição a componentes tóxicos usados na mineração, em operações de curtume e oficinas mecânicas. Sob uma perspectiva fisiológica, uma série de estudos destaca o aumento mundial nos incidentes de câncer de testículo e de outros transtornos reprodutivos masculinos, incluindo a diminuição na quantidade e qualidade dos espermatozoides.
Para enfrentar essa situação, o PNUD recomenda uma abordagem multidisciplinar, envolvendo todos os ministérios que atuam diretamente na gestão de produtos químicos — como o do meio ambiente, indústria, trabalho, saúde, mulheres, agricultura, educação e comércio —, além de associações industriais, sindicatos, laboratórios, universidades, e organizações da sociedade civil.
A cartilha, voltada a gestores de políticas para o setor, aponta que é fundamental garantir a participação de populações vulneráveis que geralmente são sub-representadas nos processos decisórios, como mulheres, trabalhadores e comunidades indígenas.
Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2011/06/01/acao-antipoluente-deve-considerar-genero-homens-e-mulheres-enfrentam-riscos-diferentes-na-exposicao-a-produtos-toxicos/
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quarta-feira, 1 de junho de 2011
Ação antipoluente deve considerar gênero: Homens e mulheres enfrentam riscos diferentes na exposição a produtos tóxicos
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Dr. Frederico Lobo
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quarta-feira, 16 de março de 2011
Poluentes orgânicos podem afetar os níveis estresse
Segundo uma nova pesquisa, poluentes orgânicos persistentes (POPs), como o PCB, afetam a maneira como o córtex adrenal funciona e,portanto, afetam a síntese do hormônio do estresse, cortisol.
Os POPs são amplamente encontrados na natureza e todos os animais e seres humanos estão expostos a eles no dia a dia, principalmente através dos alimentos. Recentemente, tem havido grandes preocupações quanto à capacidade potencial destes poluentes de afetar o equilíbrio hormonal do corpo.
O novo estudo tenta compreender como a exposição a esses poluentes durante fases iniciais da vida interfere nos níveis hormonais e, portanto, podem causar danos à saúde mais tarde. Os pesquisadores também estudaram como a produção de hormônios, como o cortisol e hormônios sexuais, são afetadas pelas misturas ambientais de POPs extraídas de peixes.
O cortisol tem um papel importante no desenvolvimento fetal normal e, mais tarde na vida, na retenção de funções normais do corpo durante períodos de estresse. Até hoje, menos pesquisas foram realizadas sobre o efeito dos POPs sobre os níveis de cortisol do que sobre os hormônios sexuais.
O estudo revela que a exposição à PCBs durante a vida fetal e o período de amamentação causa níveis alterados de cortisol no sangue de fetos e animais adultos. Isso indica que a exposição a estes poluentes durante as fases iniciais da vida pode ter consequências a longo prazo.
As descobertas são importantes porque a alteração do equilíbrio de cortisol durante a infância pode levar a uma predisposição a desenvolver várias doenças na idade adulta, como diabetes e doenças cardiovasculares.
O conhecimento sobre como funcionam e agem os diferentes POPs é importante para a avaliação dos riscos para a saúde humana.
Os pesquisadores utilizaram células produtoras de hormônios em seu estudo. Uma mistura POP extraída de peixes de um lago norueguês, com altos níveis de “retardadores de chama bromados”, não era mais potente quanto ao aumento da síntese de hormônios do que uma mistura de peixe similar de outro lago, com níveis significativamente inferiores.
Outra mistura POP extraída de fígado de bacalhau cru também teve um efeito pronunciado sobre a síntese dos hormônios cortisol e do sexo, enquanto uma mistura de óleo de fígado de bacalhau, tratado comercialmente e frequentemente consumida como suplemento dietético, tinha apenas efeitos limitados.
A conclusão da pesquisa é que a síntese de cortisol parece ser um alvo sensível para os poluentes, e que esforços devem ser feitos para descobrir até que ponto isso pode ameaçar a saúde humana e animal.
Fonte: http://www.sciencedaily.com/releases/2010/12/101228103328.htm?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+sciencedaily+%28ScienceDaily%3A+Latest+Science+News%29&utm_content=Google+Reader
Os POPs são amplamente encontrados na natureza e todos os animais e seres humanos estão expostos a eles no dia a dia, principalmente através dos alimentos. Recentemente, tem havido grandes preocupações quanto à capacidade potencial destes poluentes de afetar o equilíbrio hormonal do corpo.
O novo estudo tenta compreender como a exposição a esses poluentes durante fases iniciais da vida interfere nos níveis hormonais e, portanto, podem causar danos à saúde mais tarde. Os pesquisadores também estudaram como a produção de hormônios, como o cortisol e hormônios sexuais, são afetadas pelas misturas ambientais de POPs extraídas de peixes.
O cortisol tem um papel importante no desenvolvimento fetal normal e, mais tarde na vida, na retenção de funções normais do corpo durante períodos de estresse. Até hoje, menos pesquisas foram realizadas sobre o efeito dos POPs sobre os níveis de cortisol do que sobre os hormônios sexuais.
O estudo revela que a exposição à PCBs durante a vida fetal e o período de amamentação causa níveis alterados de cortisol no sangue de fetos e animais adultos. Isso indica que a exposição a estes poluentes durante as fases iniciais da vida pode ter consequências a longo prazo.
As descobertas são importantes porque a alteração do equilíbrio de cortisol durante a infância pode levar a uma predisposição a desenvolver várias doenças na idade adulta, como diabetes e doenças cardiovasculares.
O conhecimento sobre como funcionam e agem os diferentes POPs é importante para a avaliação dos riscos para a saúde humana.
Os pesquisadores utilizaram células produtoras de hormônios em seu estudo. Uma mistura POP extraída de peixes de um lago norueguês, com altos níveis de “retardadores de chama bromados”, não era mais potente quanto ao aumento da síntese de hormônios do que uma mistura de peixe similar de outro lago, com níveis significativamente inferiores.
Outra mistura POP extraída de fígado de bacalhau cru também teve um efeito pronunciado sobre a síntese dos hormônios cortisol e do sexo, enquanto uma mistura de óleo de fígado de bacalhau, tratado comercialmente e frequentemente consumida como suplemento dietético, tinha apenas efeitos limitados.
A conclusão da pesquisa é que a síntese de cortisol parece ser um alvo sensível para os poluentes, e que esforços devem ser feitos para descobrir até que ponto isso pode ameaçar a saúde humana e animal.
Fonte: http://www.sciencedaily.com/releases/2010/12/101228103328.htm?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+sciencedaily+%28ScienceDaily%3A+Latest+Science+News%29&utm_content=Google+Reader
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Dr. Frederico Lobo
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terça-feira, 1 de março de 2011
Plano nacional de gerenciamento e eliminação de bifenilas policloradas (PCBs)
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) ampliará este ano a capacitação laboratorial de seu Centro de Metrologia Química (CMQ). O objetivo é executar ensaios e testes que darão suporte ao projeto do Ministério do Meio Ambiente (MMA) para elaborar um plano nacional de gerenciamento e eliminação de bifenilas policloradas (PCBs).
Essas substâncias são definidas como compostos organoclorados com 209 possibilidades de estruturas congêneres, das quais 130 tiveram uso comercial no passado.
As PCBs também são conhecidas como ascaréis e foram fabricadas no século 20, entre as décadas de 1920 e 1980, para conferir, principalmente, propriedades dielétricas a líquidos condutores, como os fluidos de transformadores.
Segundo o IPT, esses contaminantes são encontrados também em capacitores elétricos, bombas de vácuo, turbinas de transmissão a gás, fluidos hidráulicos, plastificantes para borrachas, pesticidas, papel carbono, entre outros sistemas e materiais.
O MMA representa o compromisso do país com a Convenção de Estocolmo, que está em vigor desde 2004 e prevê a eliminação dos passivos ambientais de poluentes orgânicos persistentes até 2025.
As PCBs estão entre as substâncias dessa categoria, que abriga também agrotóxicos, insumos da indústria química e resíduos industriais. Todos são nocivos à saúde humana e extremamente estáveis, podendo migrar de um meio para outro – como do solo para a água – com facilidade de permanecer no ambiente por muito tempo.
O IPT já conta com os padrões para a realização da implantação da metodologia analítica. “Depois, teremos de passar pelo processo de acreditação do Inmetro, que é uma exigência do MMA para aceitação do relatório do ensaio”, disse Helena Lima de Araújo Glória, do CMQ.
Para a implantação da metodologia analítica será utilizada a cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas para identificação dos vários congêneres das bifenilas e a cromatografia gasosa com detector de captura de elétrons para separação e quantificação desses compostos.
O detector de captura de elétrons é o mais seletivo para os organoclorados, sendo capaz de detectar teores em níveis de partes por bilhão (ppb).
Estima-se que a produção mundial de PCBs seja de 1,2 milhão de toneladas, sendo que 40% devem ter migrado para a natureza por meio de descartes indevidos, enquanto o restante ainda está em uso em equipamentos antigos.
Os problemas de saúde associados à intoxicação por PCB podem ocorrer no sistema reprodutivo, segundo estudos em cobaias feitos a partir dos anos 1960, quando houve maior conscientização dos efeitos nocivos dessa substância.
Nos seres humanos, os sintomas são problemas de circulação, complicações renais, câncer no fígado e vesícula biliar, hiperpigmentação, problemas oculares, entre outros.
Mais informações: http://www.ipt.br/
Fonte: http://www.agencia.fapesp.br/materia/13512/noticias/combate-ao-passivo-de-pcbs.htm
OBS: Para ler mais posts sobre efeitos das PCBs:
Essas substâncias são definidas como compostos organoclorados com 209 possibilidades de estruturas congêneres, das quais 130 tiveram uso comercial no passado.
Fonte: http://www.agencia.fapesp.br/materia/13512/noticias/combate-ao-passivo-de-pcbs.htm
- Exposição ao Chumbo e PCBs são fatores de risco pra Déficit de Atenção com Hiperatividade em crianças
- Chemical Causes of Diabetes: Overeating Is Not the Only Problem
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- Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) e Metais tóxicos
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Dr. Frederico Lobo
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