Pedido veio de acionistas preocupados com a crescente pressão da população e proibição do químico em vários países; pesquisas associam substância a câncer, diabetes e obesidade
Mesmo depois da Comunidade Europeia ter proibido o bisfenol A (BPA).
Mesmo depois de todas as pesquisas científicas terem associado o químico à doenças como diabetes e câncer.
Mesmo depois das mães do Canadá terem saído às ruas pedindo o fim do químico em embalagens de alimentos.
Mesmo depois da indústria de alimentação no Japão ter retirado voluntariamente o bisfenol do contato com seus produtos.
Mesmo depois de todas as campanhas e comprovações sobre os malefícios do bisfenol A, o CEO da Coca-Cola, Muhtar Kent, disse ontem que empresa não acredita que haja evidências científicas suficientes para descontinuar o uso de BPA na resina epóxi utilizada como revestimento interno de suas latas.
A declaração aconteceu ontem durante a assembléia anual, realizada em Atlanta (EUA), em resposta à solicitação de um grupo de acionistas que pediu o fim do BPA nas embalagens de refrigerantes e sucos. A proposta dos acionistas teve esse ano 26% de adesão, 20% a mais de apoio do que no ano passado, quando idéia semelhante foi apresentada.
Risco Financeiro? – A proposta foi apresentada por três grupos que defendem os direitos dos acionistas e pede que a Coca-Cola “prepare um relatório para os acionistas revelando como está respondendo à crescente preocupação de consumidores em relação à segurança do BPA em produtos; desenhe um plano para desenvolver alternativas à resina epóxi com BPA; e revele o que a empresa está fazendo para manter sua liderança e a confiança do público neste tema. Michael Passoff, estrategista senior do grupo As You Sow, um dos grupos de acionistas, novamente rotulou a Coca como “uma indústria que está ficando para trás” alertando que isso “não era um bom sinal para seus investidores”.
A proposta foi apoiada por investidores de peso, incluindo a ISS e a Glass Lewis, duas das maiores empresas de consultoria no gerenciamento de ações dos Estados Unidos, além de acionistas institucionais como a CalPERS, o maior fundo de pensão do mundo.
A Domini Social Investments e a Trillium Asset Management Corporation também fazem parte da aliança, que afirmou que o receio está baseado “no risco financeiro e regulatório” que a empresa pode estar se expondo ao “ignorar os avanços na pesquisa científica, a reavaliação de agências regulatórias e a preocupação com o potencial risco à saúde que o BPA representa, assim como novas propostas legislativas que estão considerando a proibição do bisfenol A.”
A Coca-Cola afirmou que concorda com o consenso de agências regulatórias em vários países que afirma que o BPA presente no revestimento interno de latas não representa um risco à saúde humana. “Se tivéssemos qualquer dúvida em relação à segurança de nossas embalagens, nós descontinuaríamos o uso do BPA,”disse Kent na assembleia ontem. “É simples assim”.
No website da empresa foi publicada a seguinte declaração: “Estamos trabalhando com terceiros para produzir outros tipos de revestimento interno que incluem produtos sem BPA. Atualmente, o único sistema comercialmente viável para revestimento interno de latas para produção em massa de bebidas embaladas com latas de alumínio contém o BPA.”
“Nós levamos muito a sério a preocupação de nossos consumidores e queremos que saibam que temos confiança na segurança de todas as embalagens que utilizamos em nossas bebidas.”
Fontes: Food Production Daily - 28 de abril de 2011 e http://www.otaodoconsumo.com.br/voce-e-o-que-come-na-embalagem-que-consome/coca-cola-rejeita-pedido-para-tirar-bisfenol-a-de-suas-latas
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sexta-feira, 29 de abril de 2011
Coca-Cola rejeita pedido para tirar bisfenol A de suas latas
Postado por
Dr. Frederico Lobo
às
13:11
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