Recente artigo publicado na revista Nature em Jun/2015 fez uma revisão sobre os Espectro da sensibilidade ao glúten não-celíaca, já que nos últimos 5 anos, houve um aumento na utilização da dieta sem gluten em pacientes sem diagnóstico de doença celíaca ou alergia ao trigo (mediada por Inunoglobulina E).
Esta moda tem levado cientistas a pesquisarem a possibilidade da existência de uma nova entidade clínica denominada de sensibilidade ao glúten não-celíaca (SGNC).
Na revisar da revista Nature os autores discutem as evidências de tal entidade, baseado em estudos duplo-cego e placebo-controlado. O fenótipo dos portadores da SGNC é descrito como sintomas relatados após exposição ao glúten. Os sintomas podem ser intestinais (parecidos com os da Síndrome do Intestino irritável) assim como extra-intestinais (disfunção neurológica, distúrbios psicológicos, fibromialgia e erupções cutâneas).
Além disso, segundo os autores do estudo, as novas evidências sugerem que a SGNC pode estar associada com patologias gastrointestinais orgânicas, tais como Síndrome do intestino irritável, e que a sua presença pode ser um reflexo de alguma doença grave.
Os autores deixam claros que a SGNC é controversa e incerta ainda, principalmente porque não se sabe se é o glúten ou outros compostos não-gluten presentes no grão de trigo que geram os sintomas.
As evidências sugerem que os carboidratos fermentáveis (FODMAPS), inibidores da tripsina e amilase aglutinina presentes no gérmen do trigo também podem ser uma das causas dos sintomas.
Também discutem as novas técnicas que no futuro auxiliarão a diagnosticar a SGNC se ela realmente existir como entidade nosológica.
Fonte: http://www.nature.com/nrgastro/journal/vaop/ncurrent/full/nrgastro.2015.107.html?WT.mc_id=FBK_NatureReviews
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quinta-feira, 2 de julho de 2015
Sensibilidade ao glúten não-celíaca
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Dr. Frederico Lobo
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Sensibilidade não celiaca ao gluten
terça-feira, 9 de junho de 2015
A menos que você tenha doença celíaca, a sensibilidade ao glúten provavelmente é apenas na sua cabeça
Muito interessante a reportagem abaixo. Eu acredito que há sim indivíduos com sensibilidade não-celíaca ao Glúten, mas é uma minoria e ainda não há nada bem estabelecido na literatura.
90% das vezes as pessoas apresentam melhora dos sintomas gastrintestinais ao retiraram glúten, unicamente por ele ser rico em frutano e entrar no grupo de FODMAPS.
Enquanto médicos e nutricionistas não estudarem decentemente a estratégia FODMAP (validada cientificamente, nível de evidência II para síndrome do intestino irritável), ficarão cortando desnecessariamente (e iatrogenicamente) glúten e outros alimentos da dieta dos pacientes.
A maioria dos pacientes que apresentam melhora com a retirada do trigo, possuem na verdade Síndrome do Intestino irritável. Terão melhora não apenas com a retirada do glúten, mas diversos alimentos do grupo de FODMAPS. Tenho visto isso na prática com a nutricionista que trabalha comigo e estamos surpresos com os resultados da estratégia FODMAP. Pena que a maioria dos médicos e nutricionistas desconheçam.
Unless You Have Celiac Disease, Gluten Sensitivity is Probably Just in Your Head
By now, you’ve probably heard of gluten-free diets. They’re a necessity for the estimated 2 million Americans with celiac disease. For them, eating gluten can trigger an immune response in their small intestines, damaging the organ’s villi that help absorb nutrients. Excluding the protein from their diets saves celiac disease sufferers from intense bouts of intestinal discomfort and other symptoms.
But for many other Americans, eliminating gluten probably does little to ease their symptoms.
That finding comes from a new study led by Peter Gibson, a professor of gastroenterology at Monash University in Australia. Gibson is the same researcher who published a paper in 2011 that reported gluten sensitivity in non-celiac patients. The results of that paper didn’t sit well with him, so he designed a more rigorous study involving 37 patients who didn’t have celiac disease but reported feeling better when on a gluten-free diet.
Ross Pomeroy, writing at Real Clear Science:
Subjects would be provided with every single meal for the duration of the trial. Any and all potential dietary triggers for gastrointestinal symptoms would be removed, including lactose (from milk products), certain preservatives like benzoates, propionate, sulfites, and nitrites, and fermentable, poorly absorbed short-chain carbohydrates, also known as FODMAPs. And last, but not least, nine days worth of urine and fecal matter would be collected. […]
They were first fed a diet low in FODMAPs for two weeks (baseline), then were given one of three diets for a week with either 16 grams per day of added gluten (high-gluten), 2 grams of gluten and 14 grams of whey protein isolate (low-gluten), or 16 grams of whey protein isolate (placebo). Each subject shuffled through every single diet so that they could serve as their own controls, and none ever knew what specific diet he or she was eating. After the main experiment, a second was conducted to ensure that the whey protein placebo was suitable. In this one, 22 of the original subjects shuffled through three different diets — 16 grams of added gluten, 16 grams of added whey protein isolate, or the baseline diet — for three days each.
After the subjects moved off the baseline diet and onto one of the treatment diets, they reported more intestinal pain, bloating, gas, and nausea, regardless of whether the treatment diet was high-gluten, low-gluten, or placebo.
The placebo results were what really stood out to Gibson—patients who received the same diet in the baseline and treatment phases still reported a worsening of symptoms. Gibson says this is a nocebo effect—in other words, it was all in their heads.
So what’s causing these symptoms? Gibson and his co-authors Jessica Biesiekierski and Jane Muir think FODMAPs are a leading candidate. Gluten-free diets seem to help people who report gluten sensitivity because those foods often happen to be free of FODMAPs, the researchers report. Though FODMAP may be an ominous sounding acronym, compounds in the group are found in many everyday foods, nearly all of which are unprocessed and include apples, asparagus, artichokes, milk, pistachios, pears, and lentils.
Fonte: http://www.pbs.org/wgbh/nova/next/body/unless-you-have-celiac-disease-gluten-sensitivity-is-probably-just-in-your-head/
Postado por
Dr. Frederico Lobo
às
15:29
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