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sábado, 10 de junho de 2023

Por que "sigo" a dieta e não emagreço?

Recentemente uma afilhada (Dra. Helena Bacha - residente de Nutrologia da USP) fez uma postagem excelente, mostrando algumas das razões para a ausência de emagrecimento em alguns pacientes. Abaixo as imagens. Complemento com um post meu e do Rodrigo Lamonier (o nutricionista que atende comigo).

Vamos falar de como uma alimentação equilibrada pode ajudar não só na sua saúde, mas também no processo de perda de peso!

O foco não deve ser só nas calorias, mas também na qualidade desses nutrientes! 🍓🥬🌽🍌🍇🥗🌾🐟

Lembrando também que quando falamos em "peso corporal" estamos incluindo aí a composição corporal. Um mesmo peso pode ter diferentes composições corporais! Perder peso não significa necessariamente perder gordura - porém isso é assunto para outro post hehe 🤭

📚 Referências bibliográficas (algumas já estão citadas nas imagens do post):

1. Calder PC, Ahluwalia N, et al. Dietary factors and low-grade inflammation in relation to overweight and obesity. Br J Nutr. 2011 Dec;106 Suppl 3:S5-78.

2. Thaler JP, Schwartz MW. Minireview: Inflammation and obesity pathogenesis: the hypothalamus heats up. Endocrinology. 2010 Sep;151(9):4109-15.

3. Kawai T, Autieri MV, Scalia R. Adipose tissue inflammation and metabolic dysfunction in obesity. Am J Physiol Cell Physiol. 2021 Mar 1;320(3):C375-C391.

4. Galland, Leo. "Diet and inflammation." Nutrition in Clinical Practice 25.6 (2010): 634-640.

5. Canada’s Dietary Guidelinesfor Health Professionals and Policy Makers, January 2019.

6. Slavin JL. Dietary fiber and body weight. Nutrition. 2005 Mar;21(3):411-8.

7. Davis CD. The Gut Microbiome and Its Role in Obesity. Nutr Today. 2016 Jul-Aug;51(4):167-174

8. Texto do blog Dr. Frederico Lobo. Disponível em: https://www.ecologiamedica.net/2022/09/existe-dieta-antiinflamatoria.html?m=1&fbclid=PAAaZxKJhgtzDUKRRIFN08O6_TKWzKl_rjdTMyRBruRq48kXjsM5YdNdxTWlo

























Engordou sem motivo aparente? Não consegue emagrecer mesmo fazendo atividade física e dieta? 

Veja 5 motivos que podem estar provocando o aumento de peso

1. TALVEZ VOCÊ NÃO DURMA O SUFICIENTE

A privação do sono pode favorecer o ganho de peso, ou seja, quem não dorme direito:

1) Produz mais cortisol (que engorda por estimular a diferenciação de pré-adipócitos em adipócitos);
2) Produz menos leptina (hormônio relacionado à saciedade e que também facilita o gasto de energia pelo organismo);
3) Produz mais grelina (substância responsável por estimular o apetite e aumentar  a avidez por alimentos ricos e carboidrato e gordura);

Além disso, a privação do sono pode gerar estresse, irritabilidade, aumento da incidência de doenças cardiovasculares, labilidade emocional, indisposição e fadiga no dia seguinte. Portanto qualidade de sono é igual Qualidade de vida. Nos últimos 10 anos o que mais tenho visto tanto no consultório quando no ambulatório de Nutrologia são pessoas que correlacionam ganho de peso após piora da qualidade do sono. Principalmente profissionais da área da saúde ou profissionais que trabalhadores noturnos.

2. TALVEZ A MEDICAÇÃO QUE VOCÊ FAZ USO POSSA  FAVORECER GANHO DE PESO

Quando você ganha peso, a primeira hipótese que você avalia é sua dieta. Na maioria das vezes é, conforme citado na postagem da Dra. Helena. 

Porém, as vezes a culpa pode ser de algumas medicações. Por isso os Nutrólogos sempre enviam "cartinhas" para os colegas, que se possível troquem algumas medicações por outras que não estejam relacionadas ao ganho de peso. 

Muitos medicamentos, incluindo os que tratam enxaquecas e distúrbios do humor, assim como alguns anticoncepcionais, podem causar ganho de peso por uma variedade de razões. Se você suspeitar que um medicamento pode estar te fazendo engordar, converse com seu médico para discutir outras opções.

Resumo das principais medicações que podem alterar o peso:


  • As medicações psiquiátricas são as que mais possuem potencial para favorecer o ganho de peso. Na tabela acima listei quais são as que favorecem ganho de peso, as que são "relativamente" neutras e as que promovem a perda de peso. Créditos para o meu primo e Psiquiatra e professor de Nutrologia (Hewdy Lobo) que me passou a tabela. 
  • Anticoncepcionais, Corticoides, Anti-histamínicos, Insulina, Sulfoniluréias, Tiazolidinedionas, Beta-bloqueadores também pode favorecer o ganho de peso.
Minhas considerações: desde que comecei no ambulatório de Nutrologia no começo de 2015, tenho recebido centenas de pacientes utilizando medicações listas acima e durante a anamnese eles mostram uma associação muito forte de ganho de peso quanto utilizam as seguintes medicações: 
  • Duloxetina: Velija, Cymbi, Dual, Abretia.
  • Paroxetina: Parox, Paroxiliv, Paxil CR, Paxtrat, Pondera, Pondix, Roxetin, Sertero, Zyparox.
  • Escitalopram: Lexapro, Espran, Exodus, Reconter.
  • Amitriptilina: Tryptanol, Amytril, Neo Amitriptilina ou Neurotrypt.
  • Clomipramina: Clo, Fenatil e Clomipran.
  • Imipramina: Tofranil, Tofranil Pamoato, Depramina, Mepramin, Praminan, Uni Imiprax. 
  • Nortriptilina: Pamelor.
  • Carbonato de Lítio: Carlit XR, Carbolim, Carbolitium, Carlit.
  • Valproato ou ácido valpróico: Depakene, Depakine, Depakote, Divalproex, Epilim, Valparin, Valpakine,Torval CR, Epilenil.
  • Carbamazepina: Tegretol.
  • Gabapentina: Neurotin.
  • Quetiapina: Neuroquel, Queropax, Quetiel, Quetifren, Quetibux, Neotiapim, Atip, Aebol, Queopine.
  • Olanzapina: Axonium, Midax, Zyprexa, Zydis, Zap, Zalasta, Zolafren, Olzapin, Rexapin.
  • Risperidona:Zargus, Respidon, Viverdal.
  • Pregabalina: Lyrica, Prebictal, Dorene, Proleptol, Preneurim
  • Prednisona: Metcorten, Predsin.
  • Contraceptivos (Anticoncepcionais): na maioria das vezes é apenas uma leve retenção de líquido, mas algumas pacientes relatam ganho de peso com os injetáveis como o Depo-provera.
  • Insulinas
  • Sulfoniuluréias: Clorpropamida, Glibenclamida, Glipizida, Gliclazida, Gliclazida MR, Glimepirida. 
  • Tiazolidinedionas: Pioglitazona: Actos, Aglitil, Gliactis, Glicopio, Glitasolin, Pioglit, Pioglizon, Piotaz, Stanglit.
  • Beta-bloqueadores: Propranolol (Inderal, Rebaten), Atenolol (Atenol, Angipress, Ablok, Atenopress), Nadolol, Metoprolol (Selozok, Seloken, Lopressor), Bisoprolol (Concardio, Concor) teoricamente diminuem a conversão periférica do T4 (hormônio tireoideano com menor atividade) em T3 (hormônio tireoideano mais ativo) e com isso estudos mostram um maior ganho de peso. Além disso agem "segurando" a frequência cardíaca e assim o indivíduo não consegue elevar a frequência cardíaca durante uma atividade física mais intensa. E também agem bloqueando um receptor chamado Beta 3 adrenérgico, responsável pela quebra da gordura. Entretanto o impacto no peso, dependerá da seletividade do fármaco. Alguns são mais seletivos para atuar no coração, outros como o propranolol agem de forma mais sistêmica e com isso tem-se mais efeitos indesejáveis. 

3. TALVEZ VOCÊ ESTEJA EM UM ESTADO DE ESTRESSE CRÔNICO

“O estresse leva ao aumento do hormônio cortisol, que facilita a diferenciação de células gordurosas (aumento do número de células gordurosas), aumenta a formação de gordura (entrada de triglicérides no adipócito – célula de gordura), dificulta o emagrecimento”, afirma o endocrinologista, Dr. Marcio Mancini, Presidente do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e médico responsável pelo Grupo de Obesidade do Hospital das Clínicas.

Além disso ocorre um desequilíbrio na massa magra pois uma das ações do cortisol é a utilização da massa magra (degradação das proteínas) e com isso alteração do metabolismo basal, fraqueza muscular.
Se você está ocupada demais em seu escritório levando uma vida sedentária é provável que seu trabalho esteja causando o aumento de peso. Talvez, em meio a tantas tarefas, você não esteja prestando atenção em sua alimentação ao longo do dia, e esteja ingerindo calorias extras.

4. TALVEZ O SEU TREINO NÃO ESTEJA ADEQUADO

É comum achar que você "ganhou" peso depois de começar a fazer academia, e isto acontece por duas razões. A musculação aumenta a massa muscular e maior retenção de água dentro do músculo. 

Outro fato interessante é que muitos afirmam ficar horas nos exercícios aeróbicos e não perderem peso. Aeróbico só favorecer queima de gordura de forma significativa quando a frequência cardíaca é acima de 60% da Frequência cardíaca máxima. Ou seja, treine pesado.

Muitas mulheres optam por fazer apenas aeróbico com medo da musculação. Musculação emagrece mais a longo prazo do que o exercício aeróbico. Primeiro pq ela favorece o ganho de massa magra, já o aeróbico não, pelo contrário, você pode perder gordura mas também massa magra. Segundo pq o treinamento de força (musculação) mantém seu metabolismo basal alterado (gastando calorias mesmo em repouso) por mais tempo.

5. TALVEZ A SUA INGESTÃO DE FIBRAS E ALIMENTOS QUE MODULAM A MICROBIOTA INTESTINAL PODE ESTAR BAIXA

A baixa ingestão de fibras, alta ingestão de gorduras saturadas, aditivos alimentares, baixa ingestão de água e consumo excessivo de alimentos que podem ocasionar inflamação intestinal (FODMAPS) podem estar modulando o seu microbioma intestinal e isso pode de forma indireta atrapalhar o emagrecimento. Hoje já sabemos que existe uma correlação entre uma microbiota variada, baixa concentração de bactérias patogênicas e o nosso metabolismo. Indivíduos obesos possuem mais um tipo de bactérias chamadas firmicutes e os com peso adequado ou baixo peso possuem mais bacteriodetes. 

Ainda há muito que se elucidar nessa área, esclarecer os mecanismos entre obesidade e microbioma intestinal. Interrelação cérebro-intestino e como isso afeta o nosso peso. Portanto, apesar de não termos tantas evidências sobre estratégias que possam modular o peso através de uma modulação intestinal seja através de probióticos ou de alimentos, a dica é: 
  1. Consuma pelo menos 35g de fibras por dia, principalmente fibras solúveis. 
  2. Além disso evite o consumo de gordura saturadas, os trabalhos mostram que excesso de gordura saturada favorece a proliferação de bactérias patogênicas além de agravar a inflamação na mucosa intestinal. 
  3. Ingira água, pelo menos 30ml por kilo de peso. 

Autores: Dr. Frederico Lobo (Médico Nutrólogo) e Rodrigo Lamonier (Nutricionista e Profissional da educação física). 

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Estratégias para driblar os 4 tipos de fome

A fome fisiológica é a fome real de comida. Falo que é aquela fome do pescoço para baixo. Na qual o "estômago" apresenta um vazio e podemos até ter hipoglicemia, por necessidade de glicose. 
Estratégia: Observar o seu nível de fome, já que ela é real. Em uma escala de 0 a 10, onde zero é sem fome e 10 é muita fome. Não aguarde chegar no 9 ou 10 para se alimentar. Quando a fome surgir, já se alimente, com alimentos com boa densidade nutricional (bom teor de vitaminas, minerais, proteínas, fibras).

A fome emocional falamos que é aquela ligada ao afeto, na qual buscamos anestesiar sentimentos, sensações, emoções e que após o consumo de algum alimento, sentimos um bem-estar. 
Estratégia: Primeiro detecte quais fontes de prazer não relacionadas a alimentação você possui Liste. Aí ao longo da semana vá incluindo esses prazeres. Exemplo: atividades, ler livro, ver filme/séries, passear com amigos, receber massagem. Além disso comer com atenção plena pode te auxiliar na percepção do comer emocional. Há diversas técnicas de mindufl eating. 

Fome social é aquela na qual se come por influência do meio. Brinco que é a fome por influência do algoritmo do instagram, você vê um post com um determinado prato/alimento e desperta-se a vontade de comer aquilo.
Estratégia: o algoritmo é traiçoeiro. Quanto mais você vê perfis de comida, mais perfis semelhantes ele te mostrará. Então evite esses perfis. Se é a fome social por estar em uma festa/bar vendo os amigos comendo, sugiro que não saia de casa com a fome na escala 9 ou 10. Se o consumo for inevitável, principalmente se for para socializar (e não há nada de errado nisso), sugiro que aplique as técnicas de mindful eating. Respeite a sua fome, mas também respeite os sinais de saciedade e pare de ingerir quando perceber que já está satisfeita.

A fome específica é a vontade de comer um alimento específico ou gosto específico. Ex. doce final da tarde.
Estratégia: quando eu acompanhei o pessoal do Comedores Compulsivos Anônimos aprendi com eles que as "fissuras" vinham na forma de onda. Ou seja, se você ficasse parado, só observando, sem agir (comer) a força da onda diminuiria. Nesse caso essa fica fica sendo a melhor estratégia. Como não é fome física, ela tende a desaparecer rapidamente. Brinco que se for uma vontadezinha, ela passará. Porém, se é uma vontade grande, muito grande, aí te sugiro satisfazer a vontade, mas com uma porção menor que a habitual e utilizando técnicas de mindful eating. 

Autor: Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 - RQE 11915

Estratégias que podem te ajudar a ter mais adesão ao tratamento para emagrecer



Ao longo dos anos, percebemos que o tratamento da obesidade tende a ser fadado ao fracasso se alguns cuidados não forem tomados. 

Para exemplificar isso, a gente faz algumas perguntas:
1) Quantas pessoas no seu círculo social, que você viu perder uma quantidade considerável de gordura e sustentaram até hoje esse emagrecimento?
2) Quantos emagreceram somente com dieta e atividade física e sustentaram após 5 anos essa perda de peso?
3) Quantos perderam e foi por cirurgia bariátrica?
4) Quantos emagreceram e foi devido a uma combinação de dieta, atividade física e uso de medicação?

Menos de 10% dos pacientes conseguem perder peso somente com dieta e atividade física e sustentar essa perda de peso ao longo de 5 anos. 

Isso nos mostra o quanto a obesidade é uma doença CRÔNICA, COM FORTE COMPONENTE GENÉTICO E AMBIENTAL, COM VÁRIAS CAUSAS (MULTIFATORIAL), RECIDIVANTE e com inúmeros fatores que perpetuam o processo e favorecem o reganho de peso. 

Mas se há casos de sucesso, devemos olhá-los com mais atenção e analisar a razão do sucesso. E a prestação de contas é um dos determinantes desse sucesso.

Prestação de contas? Sim e nada tem a ver com contabilidade. Dividimos essa prestação de contas em 2 tipos: a interna e a externa. 

Prestação de contas: INTERNA

Nela agimos por nós mesmos. Ela diz respeito a formas objetivas que temos de avaliar o nosso resultado (emagrecimento). Há 3 formas de prestação de contas interna:

1) Vigilância: o paciente necessita se pesar ou fazer bioimpedância para avaliar de forma objetiva como está progredindo (há pacientes que geralmente pioram quanto se pesam, mas via de regra a maioria realmente precisa). 

Há uma vertente dentro da Nutrição comportamental que condena a pesagem, porém os estudos de Terapia cognitivo comportamental mostram justamente o contrário. A vigilância contínua promove melhores desfechos.

Mesmo que balança não represente a realidade exata do seu peso, em um período de 15 dias dá para se ter uma noção de como você está indo. Atenção aos períodos pré e pós-menstruais. Atenção também à constipação intestinal (intestino preso).

2) Rastreamento de calorias: caloria não é tudo, mas a estratificação (estimativa) da ingestão de calorias é fundamental no processo de emagrecimento. 

Não consideramos o rastreamento calórico (recordatório alimentar) uma estratégia universal, porém,  nossa prática clínica percebemos que auxilia bastante, principalmente para aquele paciente que "acha" que está seguindo o plano alimentar. 

Há trabalhos também que validam a utilização desses recordatórios alimentares, para fins de aumentar a adesão ao tratamento.

Algumas perguntas devem ser feitas durante análise do recordatório:

1º - Estimar o quanto você está ingerindo no dia e proporção dos macronutrientes.
2º - Determinar onde você está "errando" e as comorbidades associadas a esse "erro". Falo erro com aspas, pois, as vezes, errada foi a estratégia adotada pelo médico para o seu caso. Temos que normalizar que em tratamento de obesidade muitas vezes não acertamos de primeira o melhor tratamento. E/ou muitas vezes teremos que alternar as estratégias terapêuticas. 
  1. Está fazendo mais refeições livres além das ofertadas pelo nutricionista? 
  2. Como está o padrão alimentar?
  3. Está beliscando? 
  4. Está hiperfágico?
  5. Está tendo quantos episódios de compulsão alimentar por semana? Será que precisaremos entrar com medicação e/ou pedir uma avalição psiquiátrica?
  6. Está tendo episódios de compensação alimentar: tais como jejum, dietas restritivas, detox, vômitos, uso de laxantes ou diuréticos, exercícios físico extenuante na tentativa de compensar episódios de compulsão?
  7. Como está a sua relação com a comida? Está gerando mais ansiedade e favorecendo um comer transtornado?
  8. Está fazendo psicoterapia?
  9. Quais momentos do dia tende a ingerir mais calorias e com isso sabotar o que foi proposto?
  10. Há fome emocional? 
  11. Há apetite para algum alimento específico? 
  12. Qual o sentimento predominante nos momentos em que tem compulsão e/ou ingere aquilo que não estava dentro do programado com o Nutri.
3º - Mostrar o quanto você conseguiu reduzir de calorias se comparado ao que ingeria antes. Às vezes o paciente não está perdendo peso na balança e fica desanimado, mas quando se compara ao que ele era antes do tratamento, detectamos um grande avanço. Principalmente no que se trata de volume e qualidade das refeições. Por isso, o reconhecimento de avanços é importante.

3) Estabelecer metas de exercícios e cumprir essas metas, sendo realista. 

A gente orienta aos nossos pacientes que essas metas de início podem até não serem ambiciosas, mas o feito é melhor que o perfeito. E o feito por 20 minutos sempre será melhor que o nada feito. 

Prestação de contas: EXTERNA

É aquela prestação de contas na qual o outro vai te validar. O outro vai te analisar. O outro vai te falar se você teve ou não um bom resultado e/ou se está progredindo, estacionado o regredindo no processo.

a) Profissionais: Nutrólogo, Nutricionista, Endocrinologista: ter pessoas que olharão/acompanharão seu resultado. Os estudos mostram que esse tipo de prestação de conta aumenta as chances de sucesso em um processo de emagrecimento. 

Por isso, orientamos que no tratamento da obesidade as consultas devem ser mais periódicas com o nutricionista. O ideal é de 15 em 15 dias. Ter alguém fiscalizando a evolução geralmente promove melhores desfechos de acordo com alguns estudos. 

Se o paciente está indo bem, ele tende a ficar mais motivado e se ele está indo mal, a gente revisa a estratégia adotada. Como dissemos acima, as vezes erramos na estratégia escolhida. As vezes precisamos alternar as estratégias. 

b) Blog: há estudo mostrando que os pacientes que escreveram blog relatando o processo tem melhores resultados que aqueles não fizeram. Que tal escrever um blog e ali falar das suas dificuldades, colocar as fotos das suas refeições. Postar seu progresso. Há milhões de pessoas nesse barco e com certeza alguém gostará de te acompanhar. 

c) Grupos de whatsApp em que um estimula o outro: um adendo, abominamos grupos de desafios. Uma coisa é um grupo em que as pessoas possuem o mesmo objetivo (que é perder peso) e um estimula o outro. 

Outra coisa, bem nociva por sinal (iatrogênica na verdade), são grupos de competição (desafios), no qual a perda de peso é estimulada de forma errada, pois não leva em conta que as pessoas possuem individualidade biológica, histórias de vida diferentes, realidades financeiras diferentes, constituição familiar diferentes.

Autor: Dr. Frederico Lobo - CRM-GO 13192 - RQE 11915 - Médico Nutrólogo
Revisores:
Rodrigo Lamonier - Nutricionista e Profissional da Educação física
Márcio José de Souza - Profissional de Educação física e Graduando em Nutrição.
Dra. Edite Magalhães - CRM , RQE - Médica especialista em Clínica Médica
Dr. Leandro Houat - CRM 27920 , RQE 20548 - Médico especialista em Medicina de Família e comunidade