sábado, 5 de março de 2011

Pesquisadores criam índice para calcular obesidade

O Índice de Massa Corporal (IMC), usado para medir o grau de magreza ou obesidade de uma pessoa, tem quase 200 anos de idade e defeitos.

Oito pesquisadores liderados por Richard Bergman, da Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles, criaram "Um Índice Melhor de Adiposidade do Corpo". Esse é o título do artigo científico em que descrevem o método, na revista médica "Obesity".

O novo método chama-se Índice de Adiposidade Corporal (IAC) e usa uma equação e apenas duas medidas -a circunferência do quadril e a altura da pessoa- para chegar à porcentagem de gordura no corpo.

O método tradicional de calcular é obtido ao se dividir o peso da pessoa em quilos pelo quadrado de sua altura em metros.

O velho índice foi criado em 1832 pelo matemático e astrônomo belga Lambert Adolphe Jacques Quetelet (1796-1874). O Índice de Quetelet foi rebatizado de IMC em 1972, e depois adotado pela Organização Mundial de Saúde como um método simples de medir a obesidade.

SÓ PARA MAIORES

O IMC é impreciso, pois não leva em conta o sexo ou a massa muscular (mulheres têm mais gordura; e músculos pesam mais que gordura). Também não é adequado para menores de 18 anos.

Saber a prevalência de obesidade em uma população é importante em termos de saúde pública. Trata-se de fator de risco para doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, hipertensão e câncer.

Por exemplo: estudo com 24.508 pessoas de 45 a 79 anos, no Reino Unido, revelou que 1.708 homens e 892 mulheres desenvolveram doença coronária cerca de nove anos depois.

Homens com as maiores cinturas em relação aos seus quadris tiveram 55% maior chance de desenvolver a doença; entre elas, o risco foi 91% maior.

Bergman e colegas testaram várias equações para checar qual corresponderia melhor à realidade. Eles tinham a porcentagem de gordura no corpo de duas populações estudadas antes, uma de 1.733 americanos descendentes de mexicanos, outra de 223 afro-americanos.

A gordura tinha sido medida por uma técnica de raio-X, a DXA (sigla em inglês para Absorciometria de Raios-x de Dupla Energia).

A fórmula conseguiu prever com precisão a gordura corporal nos casos acima de 20%; nos casos de gordura de 25% a 30%, a precisão foi total, erro de 0% na estimativa. Apenas nos casos de adiposidade abaixo de 10% a equação não foi tão precisa, indicando um erro de 17,4% a mais de gordura.

"O número de pessoas estudadas ainda é pequeno para generalizar para a população mundial", diz a brasileira Rosana Radominski, presidente da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica). "O percentual de gordura é muito relativo."

Entre o grupo de mexicanos-americanos, o porcentual de gordura medido pela técnica DXA variava de 8,7% a 61,2% da massa corporal. "Acima de 32% já há excesso, 60% vai ser sempre negativo", afirma Radominski.

Os extremos em saúde não costumam ser positivos. "Mas o porcentual pequeno de gordura em um atleta com massa muscular grande não é ruim", diz a médica; afinal, músculo pesa mais, e o atleta tem boa saúde geral.

Já em uma adolescente normal, esse mesmo porcentual de gordura pode significar que a garota está subnutrida e até incapaz de menstruar, com risco grave de desenvolver anorexia.

Os autores do estudo reconhecem que é preciso mais medidas e de diferentes populações para validar o novo índice.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/884296-pesquisadores-criam-indice-para-calcular-obesidade.shtml

Distância entre ânus e testículos é associada à fertilidade

Homens que têm a medida entre o ânus e a base do escroto menor do que a média (que é de 52 mm) sofrem risco sete vezes maior de infertilidade. O dado é de estudo publicado ontem no "Environmental Health Perspectives".

A distância, segundo a pesquisa, é ligada à contagem de esperma. Quando menor a distância, menor a contagem.

Essa descoberta oferece um método simples de teste, afirma Shanna Swan, da Universidade de Rochester, nos EUA, coautora do estudo. A pesquisadora afirma que o exame não é invasivo e seu resultado não é influenciado por estresse ou pelo clima, fatores que podem alterar a contagem de esperma.

Para chegar ao resultado, os pesquisadores tomaram medidas de 126 homens nascidos a partir de 1988.

O estudo não explica por que alguns homens têm essa distância menor. Mas pesquisas anteriores analisaram a ligação entre a exposição das grávidas a certos compostos químicos, os ftalatos, e o nascimento de meninos com medida anogenital menor.

Os ftalatos são usados em perfumes, xampus, plásticos e pesticidas. Nesses estudos, foi demonstrado que mulheres com níveis mais altos de ftalatos na urina tiveram um risco dez vezes maior de ter filhos com distância anogenital menor que a média.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/884891-distancia-entre-anus-e-testiculos-e-associada-a-fertilidade.shtml

Obs: Mais sobre Ftalatos nos seguintes posts:
Obs: Mais sobre Infertilidade e contaminantes ambientais nos seguintes posts:

quarta-feira, 2 de março de 2011

Não Confunda: Hidropônico não é Orgânico, Melhoramento genético não é Transgenia



Com a atual variedade de produtos nos supermercados, fica difícil para o consumidor não se confundir entre tantos nomes: natural, hidropônico, processado, orgânico… A seguir, veremos com mais detalhes cada uma dessas denominações.

“Natural”

Em princípio, vale lembrar de que toda verdura, fruta ou legume é natural, já que o homem pode apenas reproduzir plantas a partir de sementes ou outras partes de plantas, multiplicando-as através da agricultura. Ou seja, independentemente do sistema em que foram produzidos (convencional ou orgânico), do grau de contaminação ou da qualidade nutricional que apresentem, qualquer verdura, legume ou fruta é natural. Portanto, a palavra “natural” indicada nas embalagens não significa que o produto esteja isento de agrotóxicos e outras substâncias que trazem riscos para a saúde humana.

“Processado”

Os produtos lavados, cortados e embalados, usados para facilitar a vida da dona de casa, continuam sendo verduras e legumes convencionais, ou seja, que receberam agrotóxicos e adubos químicos; apenas já foram selecionados pela indústria. Atualmente, é possível encontrar produtos higienizados e processados que foram produzidos no sistema orgânico e que por isso, não contêm agrotóxicos nem qualquer outro produto potencialmente tóxico. Para encontrá-los, basta verificar na embalagem a palavra “orgânico” juntamente com o selo de uma instituição certificadora. Desta forma, o consumidor terá a certeza de que os produtos processados seguiram, de fato, todas as normas de produção que geram alimentos saudáveis, como são os orgânicos.

“Hidropônico”

O hidropônico é um alimento produzido sem a presença do solo e sempre em ambiente protegido, ou seja, em estufa. Cultivado sobre suportes artificiais, em água, recebe soluções químicas para nutrição e tratamento de eventuais doenças.

“Orgânico”

O produto orgânico, ao trazer este nome na embalagem juntamente com o selo de uma Instituição Certificadora, demonstra a quem o compra muito mais que um alimento isento de substâncias nocivas à saúde. Ao ser gerado dentro de um sistema produtivo que preservou o ambiente natural, o produto orgânico contribui para a melhor qualidade de vida não de um consumidor isolado, mas de toda a sociedade.

Para ressaltar bem um produto hidropônico de um orgânico, veja a comparação abaixo:

Hidroponia
Orgânicos
Produção de alimentos sem o uso
do solo
Plantas recebem agrotóxicos
Plantas precisam receber
fertilizantes químicos, devido a
ausência de solo.
Eventuais excessos de nutrientes
ou impurezas na solução nutritiva 
podem se acumular no produto
hidropônico.
Plantas com metabolismo
desequilibrado, suscetíveis ao
ataque de pragas e doenças.
A beleza garante ao consumidor
que o produto é saudável.

Produção de alimentos no solo
Plantas não recebem agrotóxicos.
Plantas recebem apenas
fertilizantes orgânicos ou
minerais moídos.
O solo filtra e neutraliza as
eventuais impurezas e a planta
aproveita os nutrientes sem
acumular excessos.
Plantas com metabolismo
equilibrado, mais resistentes a
pragas e doenças.
O sistema de produção
certificado garante ao consumidor
que o produto é saudável.



Transgênicos VERSUS Melhoramento genético (aperfeiçoamento genético)

São duas técnicas completamente diferentes. Os transgênicos são produzidos pela modificação genética, e nunca por melhoramento genético.

Melhoramento genético


Há séculos o homem utiliza a prática de melhoramento genético para aperfeiçoar espécies animais e vegetais de interesse. Tudo começou quando o homem passou a realizar cruzamentos, seguidos de seleção artificial, das variedades que mais lhe interessavam. Esse procedimento originou inúmeras raças de animais e variedades vegetais que, hoje, fazem parte de nosso dia-a-dia.

Cavalos e jumentos são cruzados para produzir híbridos – mulas e burros – utilizados para serviços de tração; o gado leiteiro e o de corte são hoje muito mais produtivos que os de antigamente; plantas como milho, feijão e soja produzem atualmente grãos de excelente valor nutritivo.

Para preservar as qualidades das inúmeras variedades vegetais obtidas em cruzamentos, o homem aprendeu a fazer a propagação vegetativa, processo executado principalmente pelo plantio de pedaços de caule (estaquia) ou de enxertos (enxertia) das plantas de boa qualidade. Esse tipo de reprodução assexuada forma clones das plantas com melhores características.

Bons exemplos desse processo são a estaquia, atualmente praticada pelo Instituto Florestal de São Paulo, de pedaços de galho de eucalipto na propagação de variedades produtoras de madeira de excelente qualidade para a construção de casas, e a enxertia de inúmeras variedades de laranja, entre elas a laranja-da-baía, também conhecida como laranja-de-umbigo.

Vimos que, desde os tempos antigos, o homem aprendeu, por meio da observação e da experimentação, a praticar o melhoramento de espécies animais e vegetais que apresentam algum interesse econômico, alimentar ou medicinal. Essas bases deram início a uma tecnologia conhecida como biotecnologia, que pode ser definida como um conjunto de técnicas que utilizam organismos vivos ou partes deles para a produção de produtos ou processos para usos específicos. Analisando a definição, podemos pensar que a biotecnologia já é praticada pelo homem a milhares de anos, quando ele aprendeu a utilizar, por exemplo, microorganismos fermentadores para a produção de pães, iogurtes e vinhos.

Transgênicos ou Organismos geneticamente modificados (OGM)

Depois do conhecimento da estrutura do DNA, na década de 1950, e do entendimento do seu processo de duplicação e da sua participação na produção de proteínas, surgiu em 1973 uma vertente da biotecnologia conhecida como engenharia genética, que, por meio de técnicas de manipulação do DNA, permite a seleção e modificação de organismos vivos, com a finalidade de obter produtos úteis ao homem e ao meio ambiente.

Na transgenia, seqüências do código genético são removidos de um ou mais organismos e inseridos em outro organismo, de espécie diferente. A principal implicação da transgenia é a quebra da barreira sexual entre diferentes espécies, permitindo cruzamentos impossíveis de ocorrerem naturalmente, como entre uma planta e um animal, uma bactéria e um vírus. A inserção de genes exóticos em uma planta, por exemplo, pode resultar em efeitos imprevisíveis em seus processos bioquímicos e metabólicos.

Riscos para a saúde humana

E o consumo humano de alimentos transgênicos? Se há riscos, porque eles foram liberados?

Na semana retrasada um estudo com ratos, publicados pela Food and Chemical Toxicology
mostrou que ratos alimentados com organismos geneticamente modificados (OGM) morrem antes e sofrem de câncer com mais frequência do que os demais. Os pesquisadores consideraram os resultados alarmantes.


Para ler mais sobre o tema:
Artigo na íntegrahttp://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0278691512005637
Artigo publicado aqui no Bloghttp://www.ecologiamedica.net/2012/09/estudo-revela-toxicidade-alarmante-dos.html

No Brasil maior parte da soja e milho são transgênicos. Ainda não sabemos a repercussão disso. Ano passado a Embrapa em parceria com empresas internacionais anunciou que irá produzir um feijão transgênico desenvolvido por ela.  Essa parceria com as maiores corporações agronômicas do mundo e desenvolvimento de variedades de sementes transgênicas colocam em discussão o papel da Embrapa. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária é a maior autarquia em agricultura tropical do mundo e goza de uma credibilidade alcançada por poucos órgãos. Dispõe, além disso, de um orçamento de R$ 1,8 bilhão neste ano, ou quase três vezes mais do que ostentava em 2002.


Fruto de uma trajetória de desenvolvimento de soluções para o campo, esta credibilidade é capaz de atrair muitos interesses, para o bem e para o mal. Quando a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou o feijão transgênico desenvolvido pela estatal, no mês passado, colocou seu próprio trabalho em discussão. Ao batalhar durante mais de uma década pelo desenvolvimento de uma semente geneticamente modificada, a Embrapa inscreveu um marco na ciência nacional ou colaborou para a perda de soberania alimentar e para riscos à saúde dos brasileiros?

"O que se deve questionar é por que a Embrapa produz de maneira direta, ou em parceria com empresas capitalistas transnacionais, sementes transgênicas”, afirma Horacio Martins de Carvalho, membro da Associação Brasileira de Reforma Agrária e engenheiro agrônomo. “Além de serem patenteadas e, portanto, tornarem-se mercadorias, (as sementes transgênicas) contribuem de forma decisiva para a erosão genética. Os contrários ao feijão alterado geneticamente viram na atuação da Embrapa no caso uma violação ao princípio da precaução, assegurado pela Constituição e base da atuação científica: na dúvida, não se leve adiante. A sessão da CTNBio, a comissão responsável por liberar novas variedades de transgênicos, ficou marcada por acusações de que a estatal teve uma conduta como a de qualquer transnacional, deixando de lado as possibilidades de que o grão represente riscos à saúde humana e ao meio ambiente. A pressa na tramitação do processo e os estudos inconclusivos sobre os impactos do produto são o centro da argumentação.

Renato Maluf, presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), um órgão consultivo ligado à Presidência da República, adverte que não se pode condenar a empresa como um todo, lembrando que dentro dela há quem queira discutir a necessidade de desenvolvimento de transgênicos, mas não deixa de manifestar contrariedade com o novo feijão. “O que nós não aprovamos é que uma empresa de pesquisa – ainda mais uma empresa pública – tenha pressa em liberar uma coisa que ainda não está suficientemente testada em todos os seus aspectos.”

Entre outros problemas, o número de cobaias sacrificadas para analisar alterações fisiológicas era muito pequeno – apenas três. Todas eram machos, e com isso não se sabe sobre possíveis efeitos em gestantes. “Em retrospectiva, vemos os resultados negativos de estudos semelhantes no passado”, afirma Maria Izabel Radomski, pesquisadora da Embrapa Florestas, ao recordar agrotóxicos desenvolvidos pela empresa e que pareciam seguros, mas posteriormente se mostraram nocivos à saúde. “Este feijão transgênico não vai ter alguma deficiência? Não existe uma superplanta.”

Fontes:


  1. http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidadania/2011/10/transgenicos-e-parcerias-com-empresas-colocam-em-debate-o-papel-da-embrapa
  2. http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Biotecnologia/transgenicos.php 
  3. http://www.greenpeace.org.br
  4. http://www.casadoorganico.com/blog/nao-confunda-hidroponico-nao-e-organico/
  5. http://www.ecologiamedica.net/2012/09/os-reais-riscos-de-consumir-transgenicos.html


terça-feira, 1 de março de 2011

Refrigerantes podem aumentar pressão arterial, diz estudo

O consumo de refrigerantes e outras bebidas com grande quantidade de açúcar traz risco de aumento da pressão arterial.
Segundo afirma uma pesquisa feita com 2,5 mil pessoas e publicada na revista científica "Hypertension". Os autores afirmam que beber mais de 355 ml diários de bebidas com gás ou sucos de fruta contendo açúcar é o suficiente para desequilibrar a pressão.  Embora o motivo exato desta relação entre pressão e refrigerantes ainda não seja clara, os cientistas acreditam que o excesso de açúcar no sangue prejudica o tônus das veias sanguíneas e desequilibra os níveis de sal no organismo.

Na pesquisa, os participantes --todos americanos e britânicos, com idades entre 40 e 59 anos-- anotaram o que haviam comido nas 24 horas anteriores e fizeram um exame de urina, além de terem medida a sua pressão arterial.

De acordo com a pesquisa, para cada lata de bebida com açúcar consumida por dia, os participantes tinham em média uma alta de 1,6mmHg (milímetro de mercúrio) em sua pressão sistólica (quando o coração se contrai e bombeia sangue no corpo).

Já a pressão diastólica --quando o coração relaxa e recebe o sangue do sistema circulatório-- teve um acréscimo de 0,8mmHg para cada lata de refrigerante ou suco contendo açúcar bebido por dia.

Os cientistas descobriram que o consumo de açúcar era maior entre aqueles que tomavam mais de uma bebida açucarada por dia.

Além disto, segundo o estudo, os indivíduos que consumiam mais de uma dose diária de refrigerantes e bebidas açucaradas ingeriam em torno de 397 calorias a mais por dia do que as pessoas que bebiam produtos sem açúcar.

A entidade American Heart Association, sediada nos Estados Unidos, recomenda que não se consuma mais do que três latas de refrigerante de 355ml por semana.

Os cientistas também verificaram que, em geral, as pessoas que consumiam muitas bebidas açucaradas tinham dietas menos saudáveis e tinham uma tendência maior para o sobrepeso.

No entanto, segundo o estudo, a ligação entre refrigerantes e o aumento da pressão foi verificada nas pessoas entrevistadas independentemente destes fatores.

No estudo, a relação entre bebidas açucaradas e pressão alta foi muito evidente em pessoas que consomem grandes quantidades tanto de sal quanto de açúcar. Médicos afirmam que o excesso de sal na dieta contribui para o aumento da pressão arterial.

"É amplamente sabido que, se você tiver muito sal em sua dieta, você terá mais chance de ter pressão alta", diz o cientista responsável pelo estudo, Paul Elliott, da Escola de Saúde Pública do Imperial College (Londres).

"Os resultados deste estudo sugerem que as pessoas também devem ter cuidado com quanto açúcar consomem", afirma.

A pressão alta é o maior fator de risco para doenças cardiovasculares. Médicos estimam que uma pessoa com uma pressão de 135mmHg por 85mmHg tem duas vezes mais chance de ter um enfarte ou um derrame cerebral do que alguém com 114mmHg por 75mmHg.

A entidade British Heart Foundation, com sede no Reino Unido, afirma que mais estudos são necessários para entender melhor a relação entre pressão arterial e açúcar.

A nutricionista-chefe da fundação, Victoria Taylor, diz que evitar o consumo em excesso de bebidas açucaradas é o melhor caminho para impedir a obesidade, outro fator de risco para doenças cardíacas.


Artigo:
Título: Sugar-Sweetened Beverage, Sugar Intake of Individuals, and Their Blood Pressure - International Study of Macro/Micronutrients and Blood Pressure
Autores: Ian J. Brown; et al.
Periódico: Hypertension.
Data: Fev/2011
Abstract disponível em: http://hyper.ahajournals.org/cgi/content/abstract/HYPERTENSIONAHA.110.165456v1?maxtoshow=&hits=10&RESULTFORMAT=&fulltext=Paul+Elliott&searchid=1&FIRSTINDEX=0&resourcetype=HWCIT

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Dicas para acelerar o metabolismo

Aumente seus músculos

Quanto mais massa muscular uma pessoa tiver, mais acelerado será o seu metabolismo. O músculo requer mais energia para funcionar do que o tecido adiposo ou gorduroso. Enquanto 450gr de gordura corporal queimam 2 calorias por dia, a mesma quantidade de músculos gasta 35 calorias diárias.

Pratique exercícios aeróbicos

Para que o ritmo metabólico se mantenha elevado, é preciso se engajar numa rotina de atividades aeróbicas – meia hora de exercício, quatro vezes por semana. O metabolismo se mantém elevado por ate oito horas depois da sessão de ginástica.

Reduza o consumo de açúcar

A ingesta de açúcar refinado equivale a ativar os botões do corpo: estocar gordura, nutrir bactérias intestinais e oxidar células. Sem nenhum valor nutricional o açúcar é rapidamente absorvido e se não utilizado como fonte de energia é estocado sob a forma de tecido adiposo.

Faça refeições leves, várias vezes por dia

A privação de alimentos por longos períodos leva a uma queda natural do metabolismo. Sem combustível, o organismo entende que é preciso economizar energia para enfrentar tempos de escassez. O ideal é se alimentara cada três ou quatro horas no máximo.

Não pule o café da manhã

O desjejum ajuda a tirar o organismo do modo de funcionamento “lento” em que permaneceu durante a noite. Funciona como uma ignição para que o metabolismo comece a acelerar – ou seja, a queimar calorias.

Beba bastante água , de preferência gelada

Manter o corpo bem hidratado é essencial para eliminar as toxinas resultantes da queima calórica. A água gelada acelera o metabolismo, ainda que temporariamente. O organismo queima calorias para esquentar a água ingerida e, dessa forma, evitar que a temperatura corporal caia.

Durma (Bem) de 7 às 8h por dia

A falta de sono afeta o funcionamento de hormônios associados ao ciclo de fome e saciedade. Durante o sono ideal, aumenta a síntese do hormônio Leptina, responsável pela sensação da saciedade. Ao mesmo tempo baixa a produção de Grelina, hormônio do apetite.

Nutricionista Marilize Tamanini
Fonte: http://lucianakotaka.com.br/2011/02/como-acelerar-o-metabolismo-para-perder-peso-e-manter-se-magro/

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Sono por Dr. Alex Botsaris

"Nada como uma noite bem dormida!". Essa frase popular reflete a necessidade fundamental do sono para nós seres humanos. O sono tem um papel central para a homeostase dos animais superiores. Todos têm necessidade de dormir, apesar do perigo que os períodos de sono representam para as diferentes espécies: Um tempo onde cada um está indefeso, caso seja atacado.

Mesmo assim a necessidade de dormir segue intocada no processo evolutivo. O homem não escapa a essa regra. Adormecer traz benefícios para muitas funções orgânicas, especialmente para o cérebro. Nossa massa cinzenta precisa de uma preparação para cada novo dia, que é feita durante o sono, em particular no sono REM (de "rapid eyes movements") quando temos sonhos vívidos. Nesse momento elaboramos os acontecimentos e vivências do dia anterior, manifestamos desejos e emoções, organizamos as informações e consolidamos a memória. Assim ao voltarmos para o estado de vigilia, o cérebro pode funcionar em sua plenitude.

Quando não dormimos direito, fica uma sensação de cabeça pesada e raciocínio lento, por falta desse preparo. Se a falta de sono é mais severa, ou seja, comprometeu muitas noites seguidas, sua conseqüências vão ser maiores. Ela vai afetar o humor, a concentração, a memória e pode até prejudicar a cognição e o julgamento da realidade.

Higiene do sono

O termo 'Higiene do Sono' foi criado pelo pesquisador norte-americano Peter Hauri, em 1977, com o intuito de auxiliar no tratamento de insônia sem precisar usar medicamentos convencionais. Ele se refere aos hábitos e medidas simples que podem ter um impacto significativo na qualidade e quantidade de sono, e que muitas vezes é suficiente para resolver casos mais simples de insônia.

Alguns estudos já mostraram que as medidas da 'Higiene do Sono' são suficientes para resolver cerca de um terço dos casos de insônia, em especial os mais simples. Mas qualquer pessoa que dorme mal, beneficia-se das medidas. Entre elas estão: iluminação, silêncio e ruídos, alimentação, conforto, posição de dormir, atividade física, além de horários e ajustes no relógio biológico.

Para um sono reparador

O grau de luz ambiente tem uma importante influência na indução e manutenção do sono. Antes de dormir o ideal é ficar num ambiente bem escuro, para induzir o relógio orgânico a iniciar o ciclo noturno, ou seja, produzir as adaptações neurológicas que levam ao sono. Para se ter uma idéia, a incidência de insônia aumentou após a invenção da luz elétrica. Por isso é recomendável que uma hora antes do horário de dormir as pessoas fiquem num ambiente com uma iluminação já reduzida, para ir se adaptando ao sono.

Já durante o dia é importante estar em contato com uma fonte de luz forte. Sempre que possível, é benéfico fazer uma caminhada de uma hora ao ar livre. Nos países com inverno prolongado ou para pessoas que trabalham muito tempo em locais fechados e mal iluminados, recomenda-se colocar um foco de luz forte no campo visual ou ainda ter um ambiente com iluminação forte para passar algum tempo durante o dia. Dessa forma ajudamos a ajustar o nosso relógio orgânico.

A ausência de ruídos no ambiente também facilita o sono. Alguns sons, entretanto podem ter efeito relaxante, e podem ser usados para ajudar a induzi-lo. Músicas suaves e em baixo volume podem ter essa ação, mas o ideal é interrompê-las após a pessoa adormecer. Um nível alto de ruído durante o sono pode interferir com a sua qualidade. O tipo de ruído que mais interfere são os ruídos altos e intermitentes. Eles podem acordar a pessoa, o que decorre de um mecanismo de defesa. Até por que um ruído mais alto pode representar uma ameaça.

Quanto aos alimentos, tanto a quantidade quanto a qualidade deles influenciam muito no sono. O jejum, por exemplo, junto com a baixa da glicose no sangue faz a estrutura controladora das manifestações fisiológicas que acompanham as emoções - o hipotálamo - produzir uma substância chamada hipocretina ou orexina. Ela pode fazer a pessoa acordar com fome no meio da noite caso a glicose abaixe muito no sangue. Quando isso acontece, para regular o sono, é preciso uma dieta com bastante fibra e carboidratos complexos (o tipo encontrado em frutas, cereais e legumes). É interessante evitar comer doces e outros alimentos que elevem demais a glicose no sangue.

Outro conselho bom é ter uma alimentação rica em triptofano, um aminoácido que ocorre em alguns alimentos ricos em proteínas. Ele que estimula a formação da serotonina chamada de "substância do prazer" por gerar calma e bem-estar. Sabe-se que a serotonina, em algumas regiões do cérebro, participa da indução do sono. Triptofano também estimula a formação de melatonina, hormônio secretado pela glândula pineal e que participa da indução do sono e da regulação do relógio biológico. Alimentos ricos em triptofano são a banana, o chocolate (mas cuidado com as calorias), e carnes brancas como peito de peru e alguns peixes.

Cuidados

Já uma refeição muito farta causa sono ou sonolência. Foi demonstrado que hormônios secretados após a ingestão de alimentos, como a colecistoquinina e a insulina são indutores indiretos do sono. A colecistoquinina é uma substância liberada no tubo digestivo que produz uma sensação de saciedade, agindo nos centros cerebrais de controle do apetite. Quando ela está alta demais, os pesadelos são mais comuns. Muita comida também estimula a liberação do hormônio leptina, que reduz o tempo do chamado sono REM (Rapid Eye Moviment), tão importante para a saúde cerebral. Além disso, o excesso de gorduras na refeição dificulta a digestão causando reflexos viscerais que atrapalham ou impedem o sono. Por isso não se deve comer demais antes de dormir.

Falando em excesso, a ingestão elevada de bebidas ricas em xantinas (cafeína, teobromina, e outros) como café, mate ou chá verde também pode interferir no sono, pois elas são excitantes do sistema nervoso. O mesmo pode-se dizer quanto as grandes quantidades de bebidas alcoólicas à noite. Elas não são recomendáveis por causarem sonolência inicial, mas tardiamente atrapalham o sono através de diversos mecanismos.

No jantar ou no fim do dia, bebidas alcoólicas devem ser ingeridas com muita parcimônia. Alguns temperos como canela e gengibre também têm efeito excitante sobre o sistema nervoso e deveriam ser evitados em excesso à noite. Nesse período, bebidas e comidas frias especialmente num clima quente ajudam o sono, porque reduzem a temperatura corporal, o que é um sinalizador do sono para o hipotálamo. É recomendável evitar o consumo de muito líquido à noite, ou chás com efeito diurético, pois isso causará interrupções no sono para urinar.

Conforto é essencial

Como foi visto a presença de estímulos externos atrapalha o sono. Por isso a sensação de conforto, durante o sono, é fundamental para a sua qualidade. Para ter conforto a pessoa precisa dormir num colchão que seja macio, mas que suporte o corpo de forma aproximadamente homogênea. Assim colchões de espuma são preferíveis aos de mola. Camas duras demais também podem provocar desconforto e prejudicar o sono.

Deve-se evitar travesseiros grandes demais, porque eles forçam a coluna cervical. A altura correta do travesseiro é a distância entre a orelha e o ombro da pessoa. Ela deve estar adequadamente coberta para não sentir frio, porque a temperatura ambiente também cai durante a noite. Sentir frio ou calor sempre atrapalham o sono. Quanto mais conforto, melhor! Medidas simples como um copo de água ao lado da cama, evitam uma ida dispensável até a geladeira. Sem falar que quando a pessoa se levanta, o organismo dela é obrigado a secretar adrenalina para ajustar a pressão arterial. Ela fica fisiologicamente mais baixa durante o sono. No retorno para a cama, esse pequeno "passeio" pode dificultar a retomada do sono.

Apesar da posição de dormir fazer, de certa forma, parte do "item conforto" ela tem outras implicações, que devem ser avaliadas. A posição ideal para dormir é a de lado, porque é a que facilita mais a manutenção das vias aéreas pérveas e desobstruídas. A manutenção das vias aéreas durante o sono é fundamental para a sua qualidade.

Pessoas que roncam muito, ou acordam sobressaltadas à noite com sensação de sufocação, ou ainda que vivem com fadiga e sonolência diurna podem estar com obstrução noturna das vias aéreas. Essa obstrução causa um problema chamado de SAHS (Sleep Apnea Hypopnea Syndrome). Pessoas que suspeitam desse problema devem logo procurar um médico. Como algumas se sentem confortáveis dormindo de barriga para cima, se não houver suspeita de SAHS, elas podem continuar dormindo na posição que sentem mais conforto.

A posição de bruços tem mais de uma implicação. Em primeiro lugar ela é muito ruim para a coluna cervical, então, com freqüência a pessoa vai desenvolver dor na coluna, mais cedo ou mais tarde. Então o ideal é tentar se acostumar com uma outra posição logo. Em segundo lugar, ela também atrapalha um pouco as vias aéreas - menos que a posição de barriga para cima, mas o suficiente para atrapalhar o sono nas pessoas predispostas. Por isso, somando esses dois agravantes, ela não é muito recomendável.

Atividade Física

Mas vamos falar também de atividade física. Ela de modo geral ajuda o sono. Quando o habito é regular, o estresse é reduzido através da liberação de endorfinas, melhora o desempenho cardiovascular, mantém os níveis fisiológicos de pressão arterial e ajuda a relaxar. Entretanto essa prática não deve ser feita próxima à hora de dormir.

Quando fazemos uma atividade física, liberamos hormônios como cortisol, adrenalina, vasopressina e CRH que são estimulantes do sistema nervoso. Algumas dessas substâncias ainda ficam com níveis mais elevados por alguns minutos ou horas, após o término do exercício, o que pode atrapalhar seus planos de dormir. Por isso o ideal é terminar a atividade física no mínimo quatro horas antes de ir para a cama. A quantidade de atividade física também importa. Fazer muitas horas seguidas de treinamento pode dificultar a conciliação do sono e diminui o tempo de sono REM. Recomenda-se limitar o período para duas ou três horas diárias de atividades físicas intensas sejam continuadas ou em diferentes intervalos.

A pontualidade também é importante nesse assunto, porque nosso relógio orgânico precisa de parâmetros mais ou menos definidos. Se não temos horários certos no dia-a-dia, o ajuste interno é dificultado. Então o melhor é criar uma rotina diária a ser seguida, para a preparação e o início do sono. Recomenda-se também não usar a cama para ler ou fazer outras atividades, pois assim o ato de deitar na sua cama é interpretado no hipotálamo como um sinal de que está na hora de iniciar o sono. A pessoa pode criar uma rotina antes da ida para a cama, como tomar um banho quente, relaxando.

O importante é repetir sempre os mesmos hábitos, que funcionam como uma mensagem para o centro indutor do sono. O momento de acordar também é importante. Ficar na cama embromando para sair, mesmo quando já não está dormindo pode atrapalhar o sono. Vale destacar que o uso de despertadores estridentes ou outras formas desagradáveis para acordar precisam ser abolidos. O ato de acordar deve também estar associado ao prazer.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vyaestelar/dormir_bem.htm
Outros textos sobre sono, já postados aqui no blog:
  1. http://www.ecologiamedica.net/2011/01/falta-de-sono-piora-o-controle.html
  2. http://www.ecologiamedica.net/2011/01/luz-antes-da-hora-de-dormir-altera-sono.html
  3. http://www.ecologiamedica.net/2011/01/boas-noites-de-sono-fortalecem-memoria.html
  4. http://www.ecologiamedica.net/2011/01/sono-qualidade-de-vida.html
  5. http://www.ecologiamedica.net/2010/10/obesidade-e-luminosidade.html
  6. http://www.ecologiamedica.net/2010/09/o-sono-reduzido-durante-noite-no-inicio.html
  7. http://www.ecologiamedica.net/2010/08/estresse-engorda.html
  8. http://www.ecologiamedica.net/2010/05/falta-de-sono-pode-contribuir-para.html

Osteoporose: conceito e tratamento



Alimentos que passaram de vilões a mocinhos

Enquanto a ciência tentava comprovar a parcela de culpa da alimentação nos problemas de saúde, uma lista crescente de alimentos ia para o 'banco dos réus' e para fora dos pratos de muita gente. Foi dessa forma, por exemplo, que o ovo virou inimigo número 1 de quem precisava reduzir o colesterol e o café, um veneno para quem sofria de gastrite.

Felizmente, os avanços nos estudos, nos últimos anos, mostraram que certos 'vilões', além de saborosos, são, na verdade, mais mocinhos do que aparentam. Não apenas porque se descobriu que esses alimentos também apresentam nutrientes que fazem maravilhas ao organismo. Mas, especialmente, pela comprovação de que o verdadeiro perigo está na  forma como se come - e não necessariamente no alimento que é consumido.

A receita de bem-estar e vida longa em frente à mesa é simples, garante o médico Paulo Olzon Monteiro da Silva, chefe da disciplina de Clínica Médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). 'Alguns alimentos devem ser ingeridos com parcimônia, em quantidades reduzidas',orienta o médico.

Confira, a seguir, os mitos e verdades relacionados a alguns alimentos que passaram de vilões a mocinhos:

 
Abacate: o que diziam dessa fruta: muito calórica, era proibida na dieta de quem desejava emagrecer. Por ser bastante oleoso, algumas pessoas acusavam o abacate de ser um alimento rico em colesterol. Detalhe: esse tipo de gordura só existe em fontes de origem animal. Ou seja, jamais seria encontrado em uma fruta.

 
Qual o seu lado mocinho: por conter pouca água, a fruta tem alta concentração de vitaminas e minerais. O abacate é ainda benéfico para o sistema digestivo, para o fígado e para o sistema imunológico. E olhe a ironia: por ser rico em ácido oléico (uma gordura monoinsaturada, gordura do bem que dá a oleosidade da fruta), o abacate previne o colesterol ruim (LDL) e mantém os níveis do colesterol bom (HDL).

 
Café: o que falavam da bebida: que provocava gastrite, elevação da pressão arterial, agitação e insônia. Corriqueira no cardápio nacional, a bebida, que inclusive dá nome ao desjejum (café da manhã), era ainda relacionada à má absorção de cálcio, o que poderia contribuir para enfraquecer os ossos. Segundo especialistas, esse malefícios dependem muito mais do grau de sensibilidade de algumas pessoas à cafeína.

 
Qual seu lado mocinho: pesquisas apontam que o consumo moderado da bebida auxilia na concentração e na memória, diminuindo os riscos de doenças degenerativas. Há ainda evidência de que ele tenha efeito positivo na melhora do humor e em casos de depressão.
 
Chocolate: o que diziam dessa guloseima: era sinônimo de gordura e açúcar em excesso, por isso de alto teor calórico. Risco certo para o coração, por ser uma fonte de colesterol, o chocolate foi riscado do cardápio de pessoas preocupadas em emagrecer ou com problemas cardíacos.

 
Qual o seu lado mocinho: acredite se quiser, mas o doce ajuda a relaxar e até a dormir. Quem defende a idéia é o médico Guenther Von Eye, professor adjunto de Medicina Interna da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 'O chocolate libera endorfina, substância ligada à sensações de prazer e bem-estar, por isso ajuda a pessoa se sentir bem. Por isso, inclusive, que há sempre um bombom nos quartos de hotéis', completa o médico.

 
Publicada pela agência internacional de notícias Reuters, uma pesquisa realizada por Ian Macdonald, da University of Nottingham Medical School, na Inglaterra, aponta ainda que o flavanol (substância presente no cacau) aumenta o fluxo sanguíneo no cérebro - o que pode ser uma esperança no tratamento de danos vasculares. Mas não exagere. O doce é calórico sim e somente até 6g de chocolate por dia pode ser considerada uma quantidade de consumo saudável.

 
Ovo: o que diziam dele: rico em colesterol, o ovo foi, por muito tempo, considerado o principal inimigo de pessoas com problemas cardíacos. 'As pessoas só não sabem que 70% a 80% do colesterol são produzidos pelo fígado, só o restante vem da alimentação', alerta o médico Paulo Olzon, da Unifesp.

 
Qual seu lado mocinho: 'Quando consumido sem exagero, o ovo apresenta risco somente para pessoas com predisposição genética a produzir de forma elevada o colesterol pelo fígado', ensina a nutricionista Eliana Cristina de Almeida, professora da Unifesp.

 
Segundo Eliana, o ovo é ainda uma fonte rica em proteínas, vitaminas lipossolúveis (que, entre outras funções, também tem ação antioxidante), minerais e gordura insaturada (uma gordura do bem). 'O ovo tem substâncias de proteção contra a arteriosclerose, por exemplo. O importante é não exagerar na dose, pois todo alimento em excesso traz prejuízos ao organismo', finaliza.

 
E não é só. A gema oferece uma grande concentração de colina. Essa substância reveste a membrana das células (incluindo as células nervosas do cérebro) e não é produzida pelo organismo. Por isso, comer ovo é uma forma de garantir a integridade celular. Outra função da colina é formar a acetilcolina - um neurotransmissor relacionado às funções de aprendizado e memória.

 
Autores:
  1. Eliana Cristina de Almeida - nutricionista, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp);
  2. Guenther Von Eye - professor adjunto de Medicina Interna da Universidade Federal de Medicina do Rio Grande do Sul;
  3. Paulo Olzon Monteiro da Silva - clínico geral, chefe da disciplina de Clínica Médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp);
  4. Rosana Perim-nutricionista, gerente de nutrição do Hospital do Coração de São Paulo (HCor);

Fumo passivo pode levar ao desenvolvimento de Transtorno de déficit de atenção com hiperatividade em crianças

Respirar a fumaça de cigarro fumado pelos outros – o chamado fumo passivo – pode levar a consequências negativas para a saúde mental em crianças, assim como físicas, aponta um estudo britânico publicado no periódico Archives of Pediatrics and Adolescent Medicine.

Os autores da pesquisa afirmam que observaram que o fumo passivo pode levar ao estresse infantil e pais e cuidadores devem estar atentos para deixar as crianças o mais longe possível de ambientes onde haja fumaça do cigarro. Respirar essa fumaça pode contribuir para o aumento da incidência de transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), transtornos do comportamento e diversos problemas de saúde física.

Mark Hamer, da Universidade College London – um dos autores da pesquisa – e sua equipe analisaram dados de mais de 900 crianças com idades entre 4 e 8 anos observadas em outro estudo feito em 2003. Essas crianças moravam em lares onde as pessoas não eram fumantes, mas os questionários aplicados pediam para que os pais e cuidadores indicassem com qual periodicidade essas crianças frequentavam ambientes ou situações onde elas eram expostas ao fumo passivo (incluindo a própria casa, como em reuniões sociais e familiares). Todos os indivíduos foram testados para a cotinina, um subproduto do tabaco presente na fumaça do cigarro.

Além disso, os pais também responderam a um questionário que indicava o nível de estresse (o chamado Strengths and Difficulties Questionnaire ou SDQ) para determinar o comportamento emocional, variações comportamentais e problemas sociais das crianças e cuja pontuação máxima é 40 pontos. Ao menos 3% das crianças acompanhadas chegaram aos 20 pontos nesse teste. Além disso, um terço do total de crianças – e que frequentavam ambientes onde podia ocorrer o fumo passivo – tinham níveis de cotinina até 44% maior do que crianças que não frequentavam esse tipo de ambiente.

Os problemas mais comuns observados nessas crianças eram o TDAH e o estresse infantil, apesar dos pesquisadores afirmarem não saberem exatamente como essa relação entre fumo passivo e transtornos mentais ocorre. Uma hipótese é que as substâncias presentes no cigarro podem influenciar o desenvolvimento cerebral alterando níveis de substâncias no cérebro, como a produção de dopamina. Os pesquisadores dizem que é preciso mais estudos para confirmar esses resultados e determinar exatamente como e por que essa associação ocorre.

Abstract: http://archpedi.ama-assn.org/cgi/content/abstract/archpediatrics.2010.243v1?maxtoshow=&hits=10&RESULTFORMAT=&fulltext=passive&searchid=1&FIRSTINDEX=0&sortspec=date&resourcetype=HWCIT

Fonte: http://oqueeutenho.uol.com.br/portal/2011/01/13/fumo-passivo-pode-levar-ao-desenvolvimento-de-tdah-em-criancas/

Tempo de amamentação e melhor rendimento escolar

O estudo, feito por um grupo de institutos de pesquisa liderados pelo Instituto Telethon para a Pesquisa sobre a Saúde da Criança (TI/ICHR), na Austrália, foi publicado no periódico Pediatrics e usou dados de um estudo longitudinal – feito com um grande número de indivíduos durante um longo período de tempo – e que vem acompanhando, há aproximadamente 20 anos, mais de 2.800 crianças nascidas entre 1989 e 1991.

“Nós sabemos que há nutrientes vitais no leite materno, que ajudam no desenvolvimento do cérebro, por exemplo”, afirma Wendy Oddy, pesquisadora do TI/ICHR e coautora do estudo. “Os meninos, em especial, são mais vulneráveis às adversidades durante o desenvolvimento do que as meninas. O efeito protetor do estradiol, hormônio feminino que está presente no leite materno, pode ser ainda mais necessário para que eles tenham um bom desenvolvimento e uma boa saúde”, completa.

A pesquisadora lembra, ainda, que uma série de outros benefícios, como a melhora nos laços afetivos entre a mãe e o bebê, também estão relacionados com a amamentação. Isso também melhora o desenvolvimento cognitivo dessas crianças. “Uma série de estudos indicou também que os meninos são mais dependentes da atenção maternal quando estão desenvolvendo sua cognição e habilidades como a linguagem”, diz Oddy. No caso das meninas, o único diferencial nítido foi um melhor desempenho nas habilidades envolvendo leitura.

Os autores indicam a importância da amamentação feita pela mãe, mas lembram que mulheres que não podem – por alguma razão – dar de mamar no peito podem compensar os efeitos positivos desse tipo de hábito aumentando o tempo com os filhos durante a infância e início da adolescência, enfatizando atividades como leitura e passeios ao ar livre.

Fonte: http://oqueeutenho.uol.com.br/portal/2011/01/12/tempo-de-amamentacao-tem-impacto-no-desempenho-academico-de-criancas/

Síndrome da fragilidade atinge idosos precocemente no Brasil

A fragilidade em idosos - uma síndrome clínica que se caracteriza por perda de peso involuntária, fadiga, fraqueza, diminuição da velocidade de caminhada e baixa atividade física - atinge a população da cidade de São Paulo precocemente em relação aos países desenvolvidos e, depois dos 75 anos, avança com extrema rapidez.

A conclusão é de um estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP) com uma amostra de 689 pessoas com mais de 75 anos na capital paulista.

A síndrome, de acordo com a pesquisa, atingia 14,1% do grupo em 2006. Em 2008, apenas dois anos depois, a prevalência já era de mais de 45%.

Síndrome da fragilidade

A coordenadora do subprojeto, Yeda Duarte, professora da Escola de Enfermagem (EE) da USP, afirma que até agora, no Brasil, a síndrome de fragilidade não havia sido tema de estudos longitudinais - isto é, que buscam correlações entre variáveis partindo de observações ao longo de um extenso período de tempo.
"A questão da fragilidade tem sido bastante trabalhada em outros países, mas no Brasil estamos apenas começando. No exterior, a prevalência da fragilidade varia entre 7% e 35%, dependendo do país e do desenho do estudo. Nossa pesquisa mostra uma porcentagem bem maior aos 75 anos, o que indica que nossos idosos estão se fragilizando mais cedo", disse.

Segundo Yeda, não existe um consenso definitivo sobre o que é a fragilidade. O conceito adotado na pesquisa - desenvolvido por Linda Fried, da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos - caracteriza a síndrome a partir de cinco parâmetros: perda involuntária do peso, fadiga, diminuição da velocidade de caminhada, baixa atividade física e perda da força - medida por força de preensão manual.

"A ausência desses parâmetros indica que a pessoa não é frágil. A presença de um ou dois deles caracteriza a condição de pré-fragilidade - e entendemos que esse é o momento para uma intervenção. Três ou mais parâmetros indicam que a pessoa é frágil", explicou.

Massa muscular

O idoso frágil, segundo Yeda, fica mais vulnerável e tende a sofrer com mais efeitos adversos, o que gera um círculo vicioso que o torna mais dependente e mais suscetível a doenças.

"A pessoa nessa faixa etária, em geral, come menos, tem perda do paladar e menos gasto energético. Ela perde peso porque tem menos massa muscular e, com isso, cansa com facilidade e anda muito devagar. Assim, diminui sua atividade física e gasta ainda menos energia, o que a leva a comer menos", disse.

A fragilidade tem sido um dos três focos principais do Projeto Temático Sabe-2005. Os outros dois são as questões das demências e do envelhecimento ativo, isto é, a promoção da saúde com o objetivo de que a população chegue a idade avançada com melhor qualidade de vida.

"Não adianta trabalhar para que as pessoas vivam mais se não pudermos fazer com que elas envelheçam com qualidade de vida. Por isso achamos fundamental conhecer os fatores determinantes da fragilidade, que é uma condição que leva à dependência e ao sofrimento", destacou.

Fragilidade precoce

A partir dos dados de 2006, os pesquisadores selecionaram uma amostra que representa a população paulistana com mais de 75 anos. O grupo foi acompanhado a cada seis meses por dois anos, entre 2008 e 2009. A visita de 2006 mostrava que o grupo de não-frágeis correspondia a 31% da população. Os pré-frágeis eram 54,9% e os frágeis eram 14,1%.

"Isso mostrava que a maioria da população dessa idade já era pré-frágil. Se a população está se fragilizando antes dos 75 anos, indica que as pessoas terão um período extremamente longo de vida em condição de dependência e incapacidade", comentou Yeda.

A mesma população foi acompanhada em 2008 pelos pesquisadores. A parcela dos pré-frágeis caiu ligeiramente para 49,1%. Mas houve aumento brutal dos frágeis (45,4%) e queda dos não-frágeis (5,6%).
"É provável que muitos pré-frágeis tenham passado para o grupo dos frágeis. O que verificamos é que, em um período muito curto, o idoso mais longevo passa a precisar de um acompanhamento frequente. Se não houver uma intervenção adequada, ele tem uma tendência à piora extremamente rápida", disse.

Cuidados com o idoso

Não é fácil, segundo Yeda, levar um idoso frágil ao serviço de saúde, justamente por conta de sua condição. Com isso, ele é muitas vezes hospitalizado apenas quando já está em estado crítico.

"Sempre ouvimos dizer que o idoso onera o sistema público de saúde. Mas isso acontece porque ele chega em condições muito ruins. Se pudéssemos cuidar para que ele não se tornasse frágil, evitaríamos a ida para a urgência em estado grave, impedindo internações muito longas. Cuidar da fragilidade é fundamental para desonerar o sistema", explicou.

Entre os idosos frágeis visitados em 2008, uma parcela de 46,9% sofreu quedas, contra 6% dos não-frágeis. Entre os frágeis que caíram, 53,5% foram hospitalizados. Desses, 50% procuraram serviços de urgência.

Do grupo de idosos frágeis, 30,6% mostraram necessidade de um cuidador, pois não conseguiam realizar sozinhos tarefas como comer, tomar banho ou levantar-se de uma cadeira. "Precisamos mudar o paradigma de tratamento da pessoa idosa. Não adianta oferecer apenas hospitais, é preciso mudar a intervenção na direção de oferecer acompanhamento a essa população", disse Yeda.

Cuidadores treinados

A professora da EE-USP conta que a Prefeitura de São Paulo criou um programa de acompanhantes de idosos que indica a direção certa para as políticas públicas. A iniciativa atende 1,5 mil idosos da cidade que moram sozinhos e têm algum grau de dependência física ou mental, oferecendo cuidadores treinados.
"Isso é fundamental, porque essas pessoas ficam em casa, não comem, não andam e se fragilizam cada vez mais. O problema é a escala. Estimamos que existe 1,2 milhão de idosos na cidade de São Paulo e nossa pesquisa mostrou que metade deles é frágil. Esse tipo de programa precisa ser replicado e ampliado", disse.
Yeda conta que, a partir de agora, o grupo de pesquisa deverá realizar um novo projeto para estudar a fragilidade a partir dos 60 anos. "Como nossos resultados mostraram que a prevalência já é muito alta aos 75 anos, precisamos estudar agora os determinantes da síndrome em uma faixa etária anterior", disse.

Fonte: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=sindrome-fragilidade-atinge-idosos-precocemente-brasil&id=4985

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Probióticos podem aliviar a cólica de bebês

A cólica é uma das condições mais comuns da infância: cerca de 20% de todos os bebês sofrem de rompantes inconsoláveis de choro que a caracterizam.

Porém, ninguém entende de fato o gera a cólica de um bebê. Cientistas investigam várias causas - alergias, hormônios presentes no leite, até mesmo estresse no útero. No entanto, alguns pesquisadores agora acreditam que a cólica pode vir de uma inflamação no intestino, talvez resultado da presença de muitas bactérias prejudiciais e poucas bactérias benéficas.

Um estudo de 2009, por exemplo, descobriu que bebês que sofriam de cólica tinham inflamação gastrointestinal e traços de uma bactéria em seus intestinos, o que podia ser a causa a dor. Os bebês sem cólica não tinham inflamação alguma, além de apresentarem uma maior diversidade de bactérias benéficas para o ser humano.

Assim, será que os níveis mais altos de bactérias "amigáveis" podem fazer a diferença?

Num estudo de 2007, pesquisadores italianos analisaram essa teoria ao examinar 83 bebês com cólica que mamavam no peito. Em 28 dias, alguns dos bebês receberam simeticona, uma medicação que reduz a presença de gases. Outros receberam um suplemento contendo L. reuteri, uma das bactérias benéficas conhecidas como probióticas, muitas vezes encontradas no iogurte. No final do estudo, os bebês que receberam o suplemento probiótico choraram em média 51 minutos por dia, em comparação a cerca de 2 horas e meia para o outro grupo de bebês. Um estudo realizado em 2010 produziu resultados semelhantes.

"As mudanças da flora intestinal induzidas pelo probiótico podem ser um fator para a melhoria clínica observada", escreveram os pesquisadores. Mesmo assim, especialistas afirmam desejar mais estudos.

Conclusão: existem evidências de que probióticos podem ajudar a aliviar a cólica.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/2011/02/24/probioticos-podem-aliviar-a-colica-de-bebes.jhtm

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Poluição do ar provoca mais ataques cardíacos do que cocaína

A poluição do ar causa mais ataques cardíacos do que o uso de cocaína. Segundo estudo divulgado nesta quinta-feira, também provoca um risco maior de infarto do que o álcool, o café e exercícios físicos.

Sexo, raiva, uso de maconha e infecções respiratórias também podem causar ataques cardíacos em diferentes graus, de acordo com os pesquisadores, mas a poluição do ar, especialmente durante o trânsito, é a principal culpada.

Os resultados, publicados na revista "Lancet", sugerem que os fatores que afetam a população em geral, como o ar poluído, devem ser levados mais a sério e colocados em contexto ao lado de riscos mais elevados ao coração, mas relativamente mais raros, como o uso de drogas.

Tim Nawrot da Universidade de Hasselt, na Bélgica, que liderou o estudo, disse que esperava que suas descobertas também incentivassem os médicos a pensar com mais frequência sobre os riscos do nível populacional.

"Os médicos estão sempre olhando individualmente para os pacientes --e os fatores de baixo risco podem não parecer importantes para o indivíduo, mas se eles são prevalentes na população, então passam a ter uma relevância maior para a saúde pública", disse ele em entrevista por telefone.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) descreve a poluição do ar como "um sério risco ambiental para a saúde" e estima que causa cerca de 2 milhões de mortes prematuras a cada ano em todo o mundo.

A equipe de Nawrot combinou dados de 36 estudos distintos e calculou o risco relativo representado por uma série de causas de ataques de coração e sua fração atribuída à população.

O maior risco foi a exposição ao trânsito, seguido por exercícios físicos, álcool, café, poluição atmosférica, e então raiva, sexo, uso de cocaína, maconha, tabagismo e infecções respiratórias.

"Das causas que levaram a um ataque cardíaco estudadas, a principal é a cocaína, mas o trânsito tem um efeito maior na população pois as pessoas estão mais expostas a ele", escreveram os pesquisadores.

Um relatório publicado no ano passado constatou que a poluição do ar em muitas grandes cidades na Ásia ultrapassam as diretrizes de qualidade do ar da OMS e que os poluentes tóxicos resultam em mais de 530.000 mortes prematuras por ano.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/880479-poluicao-do-ar-provoca-mais-ataques-cardiacos-do-que-cocaina.shtml

Ainda sem consenso, agências reguladoras do mundo analisam a proibição ou não do Bisfenol-A, diz toxicologista da Anvisa

Um dos palestrantes do Fórum, Peter Rembischevski, adianta que o Brasil estuda o tema para adotar uma nova regulamentação ou proibição da substância.

Proibir totalmente a utilização ou estabelecer outro valor de ingestão diária tolerável de Bisfenol-A (BPA), composto encontrado na fabricação de policarbonato – um tipo de resina utilizada na produção de plásticos que entram em contato com alimento – é a grande dúvida que permeia a maioria das agências reguladoras do mundo, incluindo a ANVISA, no Brasil”, afirma Peter Rembischevski, Mestre em Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Toxicologista e Especialista em Regulação e Vigilância Sanitária da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Durante o Fórum SBEM-SP sobre Desreguladores Endócrinos: Bioquímica, Bioética, Clínica e Cidadania realizado dia 25 de novembro, quinta-feira, na Sede do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP), Peter abordou sobre o Papel da Anvisa sobre o tema. O evento integra a Campanha contra os Desreguladores Endócrinos sob o slogan: “Diga não ao Bisfenol-A, a vida não tem plano B”, idealizada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo-SBEM-SP.

Segundo ele, “a questão ainda não tem consenso na maioria das agências reguladoras no mundo devido a diferentes interpretações e critérios de aceitação dos estudos envolvendo animais, o que tem levado a diferenças nas avaliações de risco desta substância, causando controvérsias sobre o tema. E isso tem explicações sob a ótica da toxicologia. A exposição de Bisfenol-A pelo organismo por meio subcutâneo ou intravenoso, que têm sido as vias mais empregadas nos estudos em animais, é diferente se comparada com a ingestão por via oral, que é a principal rota de exposição em humanos.

Os organismos dos animais e dos humanos são diferentes e, por isso, nem sempre o que é prejudicial para uma espécie será também para a outra. A correlação inter-espécies é um dos principais desafios da toxicologia. Mesmo as pesquisas realizadas com a substância em pequenas populações de pessoas ainda não têm sido capazes de sustentar sua proibição, devido a limitações em seus desenhos experimentais”.

Ele reforça que talvez a discussão seja pautada sobre o limiar da dose, abaixo da qual não se produz efeito adverso, citando por exemplo o caso do ferro, cuja carência leva à anemia, mas seu excesso é tóxico ao organismo. Afinal, “a dose faz o veneno” – uma dose suficientemente baixa não oferece preocupação, mas destaca que o Brasil está atento e ainda estuda a melhor forma de regulamentar ou proibir a utilização da substância, por isso quer também estudar o posicionamento da União Européia.

Nova Era – Peter ressalta que apesar de ainda não haver consenso, as autoridades de regulação de um modo geral têm mudado sua postura em relação às substâncias químicas, e hoje não esperam ter a certeza se uma substância é nociva ou não à saúde. Atualmente, diferente do passado, os países tem utilizado mais o Princípio da Precaução – o que significa que mesmo antes de se ter uma certeza científica, mas já tendo indícios, estabelece parâmetros restritivos de utilização da substância em questão para evitar maiores problemas no futuro.

Antigamente, esperava-se anos até que se confirmasse os resultados das pesquisas. Há inclusive situações em que as autoridades incentivam os fabricantes a procurarem alternativas para substituir o produto, como é o caso do Bisfenol A. Neste contexto, Peter ainda reforça que o mercado, mesmo sem uma posição da maioria das agências reguladoras, já está mudando.

Em alguns países, produtos com Bisfenol A já estão perdendo mercado. “Para se ter uma idéia, uma análise conduzida no Japão com alguns indivíduos revelou que a concentração de BPA no organismo reduziu em até 50 %, quando comparado a dados de anos anteriores, sem o governo precisar proibir a utilização da substância”, destaca Peter.

Confira a apresentação de Peter
Apresentação Bisfenol SP 2010


Fonte: http://sbemsp.org.br/bpa/?p=278

Bisfenol-A como disruptor endócrino

Cerca de 11 milhões de substâncias químicas são capazes de desequilibrar o sistema endócrino de um organismo saudável, deixando sequelas, muitas vezes irreversíveis, como por exemplo, a infertilidade.

Entre essa “população” de desreguladores endócrinos, uma tem sido a vedete das investigações científicas em animais, em vários países. Trata-se de uma substância tóxica presente há mais de 100 anos na vida das pessoas de vários cantos do planeta e hoje faz parte do modo de vida da sociedade atual.

“O Bisfenol-A é encontrado no ar que respiramos, na água que ingerimos, e nos alimentos que consumimos, pois ele se desprende dos materiais que estão acondicionados em embalagens desenvolvidas à base de policarbonato(plástico), nos enlatados revestidos de Bisfenol-A para evitar ferrugem, no momento de lavar um utensílio com a bucha da pia, além de poder ser encontrado na salivação devido o contato com as resinas dentárias, feitas à base dessa substância. Sem contar com o contato por meio de outras formas de consumo.

Esse desregulador tem sido matéria de pesquisas, no Brasil ainda embrionárias, mas avançandas. Por isso, estamos atentos ao movimento no mundo que regulamenta a retirada dessa substância das embalagens. Várias indústrias já estão retirando-a das embalagens dos produtos.”, afirma Dra. Elaine Frade Costa, endocrinologista da SBEM-SP(Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo).

No Brasil, a discussão sobre o tema é embrionária por isso, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo – SBEM-SP criou a Campanha Contra os Desreguladores Endócrinos, com slogan ”Diga não ao bisfenol-A, a vida não tem plano B” para fomentar a sociedade com informações com objetivo de prevenção. Como primeira ação realizou o Fórum SBEM-SP sobre Desreguladores Endócrinos Bioquímica, Bioética, Clínica e Cidadania na Sede do CREMESP (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo).

Para entender melhor sobre a complexidade em especial da ação do Bisfenol-A a reportagem do Blog ouviu uma das endocrinologistas integrantes do GTDE (Grupo de Trabalho dos Desreguladores Endócrinos da SBEM-SP), Dra. Elaine Frade Costa, para entender o porque essa substância é tão nociva à saúde.

Blog – Como o desregulador endócrino, Bisfenol-A, modifica o metabolismo?
Elaine – O Bisfenol-A, em específico, funciona como um hormônio, o estrogênio e, ao entrar na corrente sanguínea, age nos tecidos, provocando alterações. Essa substância tem similaridade com o hormônio feminino e pode exercer sua função, determinando puberdade precoce, câncer de mama e infertilidade. Em animais, o BPA também causou diabetes, obesidade, alterações no comportamento, hiperatividade , de acordo com pesquisas realizadas por diversas universidades no mundo.

Blog – De que forma acontece o contato com o Bisfenol-A?
Elaine – O contato acontece de várias formas, dentre elas, pela ingestão de alimentos e pelo contato com a pele. Isso acontece porque o Bisfenol-A desprende-se facilmente passando de uma embalagem, por exemplo, para um produto alimentício.

Blog – Existe alguma regulamentação, um limite de migração de Bisfenol-A das embalagens para os alimentos ?
Elaine – A ANVISA determina que a quantidade tolerada é de 0,6 mg/kg de alimento, ou seja, o alimento pode conter até 0,6 mg de BPA por kilo. De acordo com os especialistas, ingerimos cerca de 10 microgramas de BPA por dia. Mas se consumirmos essa quantidade em cada alimento, imagine quanto não consumimos se a maioria dos produtos possui essa substância.

Blog – Quais as consequências?
Elaine – Segundo estudos realizados fora do país em animais, a presença de Bisfenol-A foi associada a uma série de doenças, dentre elas: endometriose (doença que causa infertilidade), Câncer de mama e de próstata, déficit de atenção, de memória visual e motor, diabetes, diminuição da qualidade de esperma em adultos, fibromas uterinos, gestação ectópica, hiperatividade , etc.

Blog – Como evitar a contaminação?
Elaine – A mudança de hábito é fundamental para diminuir a presença de Bisfenol-A no organismo. À princípio, evitar embalagens alimentícias à base de plástico (policarbonato) e enlatados contendo o símbolo triângulo com os números 3 e 7. É preciso reforçar também que o plástico libera mais Bisfenol-A quando aquecido ou congelado. Ou seja, apresenta maior potencial de contaminação.

Blog – Quais são as outras ações que integram essa campanha?
Elaine – A SBEM-SP busca estreitar o relacionamento com o governo para impulsionar mudanças no consumo dessa substância na sociedade. Precisamos de uma regulamentação do consumo do Bisfenol-A, a fim de promover mudanças como estão fazendo outros países. Além disso, queremos impulsionar políticas de educação e gestão ambiental. Porém, nosso trabalho é árduo, até que se consiga modificar isso. Nosso segundo passo é investir em pesquisas para podermos dosar, no sangue, o Bisfenol-A e relacioná-lo com doenças. Por meio de dados mais concretos teremos como provar e investir para que se regularize a dose mais segura para o consumo ou simplesmente conseguir retirá-lo do mercado como fizeram outros países. Nesse caso, a indústria terá que substituir a substância e encontrar alternativas. Hoje, não existe legislação e, portanto, a maioria das embalagens não reforçam essa informação. É preciso esclarecer que, embora seja difícil comprovar a relação direta entre BPA e doenças em seres humanos pela impossibilidade de experimentação, os resultados em animais e as observações populacionais sugerem fortemente a existência de efeitos indesejáveis sobre o sistema endócrino. Desta forma, a substância deve ser retirada obedecendo-se o principio da precaução, até que sua inocuidade seja comprovada. É um direito previsto no Código de Defesa do Consumidor.

Fonte: http://sbemsp.org.br/bpa/?p=490

Metais pesados afetando a fertilidade

Cobre, chumbo, mercúrio, cádmio, arsênico, níquel, ouro e outros metais pesados são as principais substâncias químicas prejudiciais à fertilidade. Pessoas que trabalham com pesticidas, radiação, gás anestésico, alguns solventes e benzeno também correm o risco de se tornarem inférteis.

Os metais pesados, de difícil eliminação pelo organismo, modificam os neurotransmissores do sistema nervoso central e alteram a liberação hipotalâmica do GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas). Estas substâncias, como o mercúrio, podem ser armazenadas na glândula pituitária e afetar a produção de gonadotrofinas, hormônios que estimulam as gônadas como os ovários e testículos. Isto significa que causam modificações nas células cerebrais alterando a liberação dos hormônios responsáveis pela ovulação e produção de espermatozóides.

Na glândula adrenal, os metais pesados estão depositados no córtex rico em lipídios e causam bloqueio de várias enzimas, necessárias ao funcionamento normal do organismo, causando hiperandrogenismo (aumento dos hormônios masculinos) e síndrome do ovário policístico, especialmente o mercúrio. Hipo e hipertireoidismo (comprometimento da tireóide) também, em alguns casos, são resultados da exposição ao chumbo e cádmio. O eixo hipotalâmico-hipofisário-ovariano pode ser afetado por metais pesados direta ou indiretamente, o que modifica a secreção de prolactina, hormônios adrenocorticais ou tireoidianos.

No ovário, o acúmulo de metais pesados altera a produção de estradiol e progesterona. Isto pode interferir no desenvolvimento normal oocitário (óvulo) e causar alterações cromossômicas embrionárias.

A gravidez que ocorre na presença de altas concentrações de metais pesados cursam com alto risco de perdas, malformações fetais, insuficiência placentária e nascimento prematuro. A exposição ao chumbo, por exemplo, aumenta os riscos de aborto, parto prematuro (nascimento antes das 37 semanas), baixo peso ao nascer, atrasos do desenvolvimento, do comportamento e da aprendizagem na criança, devido a danos no sistema nervoso. Além disso, o chumbo é teratogênico, causa malformações congênitas no feto. Tal substância pode estar presente na água potável, pela corrosão de encanamentos, em pilhas, cerâmicas, jóias e tintas.

Mercúrio, ácido arsênico e cádmio também aumentam os riscos de aborto e natimorto (nascidos mortos). Alguns estudos mostram que o cádmio induz a formação de miomas uterinos, causa aborto e danos à placenta e reduz o peso do bebê ao nascer, além de ser teratogênico, especialmente ao sistema nervoso central.

Assim como nas mulheres, os metais pesados causam infertilidade masculina por diminuição do número de espermatozóides. No homem, a presença do chumbo pode ter, ainda, uma correlação com estrabismo na prole.

A medicina ainda não revelou um tratamento direcionado para infertilidade em pacientes que foram expostos a metais pesados, o que é comumente utilizado é o método de reprodução assistida de alta complexidade, já que pode causar alterações seminais graves, ou alterações hormonais na mulher que impedem o correto funcionamento hormonal e, consequentemente, a ovulação.

Para evitar que a fertilidade seja afetada, o ideal é que pessoas que pretendem engravidar se afastem ou tentem diminuir o contato com estas substâncias, uma vez que elas poderiam ser eliminadas lentamente pelo organismo. Nesses casos, é necessário usar equipamentos de proteção e se possível solicitar um remanejamento na atividade profissional.

Algumas pesquisas relatam que antioxidantes, como a vitamina C, E, A e zinco protegem o organismo contra os efeitos maléficos destes metais. Também como prevenção, é indicado adotar uma alimentação orgânica (cultivada sem agrotóxicos). É importante lavar exaustivamente e descascar os alimentos antes de comê-los para remover os produtos químicos agrícolas que porventura estejam presentes.

Os despejos dos resíduos industriais são as principais fontes de contaminação por metais pesados da águas dos rios. Os incineradores de lixo urbano e industrial provocam a dispersão desses metais tóxicos no ar. Chumbo é usado em áreas industriais, em tintas, impressões, galvanização e na indústria de combustível. Inseticidas contêm arsênico, utilizado no processamento de metais nas indústrias. Cádmio pode ser ingerido através de comida, como o peixe e arroz de áreas de contaminação no solo, pois é obtido nos fertilizantes de fosfato.

Existem três tipos de mercúrio: o orgânico que é derivado do peixe, frutos do mar, fungicidas, herbicidas e preservativos; inorgânicos presentes nas preparações anticépticas e dermatológicas, e o elementar, usado na produção de baterias, termômetros e tubos fluorescentes (PVC). O amálgama dentário contém 50% de mercúrio elementar, tanto que foi considerado o maior contribuinte de fardo de mercúrio no corpo humano.

O mais importante é que as pessoas mudem seus hábitos de vida ao tentar uma gravidez e procurem um especialista.

Autora: Dra. Fernanda Coimbra Miyasato é ginecologista, especialista em Reprodução Assistida, da Fertivitro — Centro de Reprodução Humana.

Fonte: http://fertivitro.wordpress.com/2011/02/21/metais-pesados-afetam-a-fertilidade/

Portugal proíbe o uso do bisfenol na produção de mamadeiras

Portugal também adere à proibição do bisfenol A (BPA) na fabricação de mamadeiras de plástico.
A medida foi aprovada nesta quinta-feira em Conselho de Ministros em Portugal, ao abrigo de um decreto-Lei que transpõe uma diretiva europeia, que tem por objetivo proteger a saúde das crianças, principal alvo de contaminação da substância.

Na nota, o Executivo esclarece que a decisão de proibir o uso do bisfenol A na fabricação desses utensílios, surge da necessidade de “reduzir, por razões de saúde, a exposição dos lactentes a essa substância, transpondo uma diretiva comunitária sobre a matéria”.

A proibição deverá ser mantida como medida preventiva, pelo menos, até que estejam disponíveis novos dados “científicos que esclareçam sobre a importância toxicológica de alguns dos efeitos da utilização de BPA na fabricação e a colocação no mercado de mamadeiras”, refere o comunicado.

O BPA é utilizado para produzir plásticos de policarbonato usado em mamadeiras. A razão para a sua proibição prende-se com o fato de estudos terem comprovado que quando as mamadeiras são aquecidas em certas condições, pequenas quantidades dessa substância podem migrar dos recipientes para os alimentos e bebidas a ser ingeridas.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Brasil registra aumento de transgênicos e agrotóxicos nas lavouras


De acordo com levantamento da consultoria Céleres, três variedades de sementes geneticamente modificadas – conhecidas como transgênicas – ocuparam mais de 25 milhões de hectares na safra brasileira 2010 /2011. Este número representa 67% da área plantada com soja, milho e algodão – únicas commodities do Brasil em que a modificação pode ser utilizada. No total, foram plantados mais de 37 milhões de hectares das três variedades.

A soja conta com a maior área plantada. Dos quase 24 milhões de hectares, 75% são transgênicos. O milho fica em segundo lugar. Dos 5,30 milhões de hectares, pouco mais de 4 milhões são de produção transgênica. Já o algodão ocupou 25,7% da área destinada a cultura.

O aumento das áreas cultivadas explica o crescimento no uso de agrotóxicos. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), no primeiro semestre deste ano foram vendidas 8,6 milhões toneladas de fertilizantes. Um aumento de 5% se comparado ao mesmo período do último ano. De acordo com a integrante da organização Terra de Direitos, Larissa Packer, o uso de fertilizantes aumentou significativamente depois que os transgênicos entraram nas lavouras brasileiras.

“Os campos cultivados de soja e de milho, por exemplo, têm uma determinada semente que é viciada em determinado agrotóxico. Os agricultores não encontram outras sementes e agrotóxicos disponíveis e, com essa compra do pacote tecnológico, é a população quem sofre pela redução de seu padrão alimentar.”

De acordo com a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), 15% dos alimentos consumidos pelos brasileiros apresentam taxa de resíduos de veneno em um nível prejudicial à saúde. Segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas), o Brasil é o principal destino de agrotóxicos proibidos no exterior. Dez variedades vendidas livremente aos agricultores não circulam na União Europeia e Estados Unidos.

Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2011/01/04/brasil-registra-aumento-de-transgenicos-e-agrotoxicos-nas-lavouras/

Cáritas lamenta que persista mito de produtividade ligada a agrotóxico


Luiz Cláudio Mandela, coordenador da Cáritas brasileira, entende que as recentes confirmações do excessivo uso de agrotóxico no Brasil demonstram que o país não superou o mito de que tais substâncias são fundamentais para garantir uma boa produção. Reportagem de João Peres, Rede Brasil Atual.

Pesquisa divulgada em janeiro pelo Ibama mostra que 88% dos agrotóxicos consumidos no país têm as classificações “altamente perigoso”, “muito perigoso” e “perigoso”. O instituto, ligado ao Ministério do Meio Ambiente, entende que a demanda por produtividade é a principal responsável pelo aumento da aplicação destas substâncias, nas quais o Brasil é líder mundial. O aumento das áreas cultivadas de soja e milho, por exemplo, força a uma ampliação do uso.

Mandela acredita que não foi superada a ideia criada durante a chamada Revolução Verde, das décadas de 1960 e 1970, que pregava a mecanização e o uso de defensivos agrícolas para assegurar a produção de alimentos em quantidade suficiente para abastecer o mercado mundial. O ativista entende que a agricultura familiar tem desmentido essa tese. “A perspectiva agroecológica deve ser a base para a constituição de uma política de segurança nutricional e alimentar para o Brasil”, adverte.

A afirmação é reforçada pelos dados do Censo Agropecuário do IBGE, referência no setor. Pela primeira vez, o levantamento dedicou espaço exclusivo à agricultura familiar. As unidades menores foram responsáveis, em 2006, por 87% da produção de mandioca, 70% da produção de feijão e 46% da de milho, apesar de ocupar apenas 24% da área dos estabelecimentos agropecuários brasileiros e de aplicarem quantidade muito menor de agrotóxico.

Mandela avalia que o uso de sementes modificadas geneticamente também está por trás do aumento da aplicação destas substâncias. Inicialmente, os transgênicos prometiam entregar maior produtividade com menos uso de defensivos agrícolas. Mas, com o passar dos anos, à medida em que aumenta a área cultivada com transgênicos no Brasil, a aplicação de herbicidas e inseticidas cresce fortemente.

“Para que uma mesma semente consiga produzir em alta escala em qualquer bioma, cria-se a necessidade de atuar também no solo. Também há a introdução de novos agroquímicos para dar conta de fungos e insetos daquele meio em que uma semente exótica está sendo introduzida.”

Restrições

No Brasil, a venda de agrotóxicos está regida por um receituário parecido ao de medicamentos. Decreto presidencial de janeiro de 2002 estabelece que a receita, em duas vias, deve conter nome do usuário e da propriedade, diagnóstico e uma extensa recomendação técnica. Para o Ibama, esse é um dos pontos em que ainda há falhas.

“Temos com os agrotóxicos uma situação similar à que vemos com a automedicação. Com o agrotóxico, tem gente que consome sem a especificação correta, sem a indicação do técnico responsável”, avalia Márcio Freitas, coordenador geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas do instituto.

Ele pensa que o processo de liberação de novas substâncias e de revisão do uso das já liberadas é comparável ao dos países desenvolvidos. A Agricultura faz a avaliação da eficácia do produto. A Saúde, por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), analisa os riscos à saúde humana. E o Meio Ambiente, com o trabalho do Ibama, estuda os impactos da substância na natureza.

A recente suspensão de várias substâncias devido aos riscos que implicavam ao meio ambiente ou à saúde humana levantou diversos protestos. Os representantes do agronegócio no Congresso e as empresas do setor defendem que apenas o Ministério da Agricultura deveria fazer a avaliação dos agrotóxicos e reclamam de rigor excessivo da Anvisa, contestada em diversas ações judiciais. “O poder do agronegócio é muito forte. Tem uma capacidade de regeneração e de reorganização de sua estrutura, e de enraizamento nos vários setores públicos, que não pode ser menosprezada”, afirma Mandela

Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2011/02/17/caritas-lamenta-que-persista-mito-de-produtividade-ligada-a-agrotoxico/

Alimentação à base de fibras reduz risco de morte em 22%, diz estudo

Comer bastante fibra ajuda a prevenir contra doenças cardiovasculares, infecciosas e respiratórias, reduzindo, desta forma, o risco total de morte em até 22%. Esses são os resultados preliminares de um estudo feito nos Estados Unidos e que será divulgado na revista da Associação Médica Americana.

Pesquisadores americanos do Instituto Nacional do Câncer avaliaram informações sobre 219.123 homens e 168.999 mulheres, que responderam um questionário sobre alimentação no início do acompanhamento, entre 1995 e 1996, e foram reavaliados nove anos depois. Nesse tempo, morreram 20.126 homens e 11.330 mulheres.

As fibras são nutrientes que não são digeridos pelo organismo e que não possuem calorias. Elas são encontradas em nozes, legumes, cereais integrais, farelos, pão integral, frutas e vegetais. De acordo com Yikyung Park, um dos autores do estudo, o consumo diário de fibras pelos participantes do estudo variou entre 13 g a 29 g para os homens, e 11 g a 26 g para as mulheres.

Os resultados mostraram que os que consumiram mais fibras (20% entre todos os voluntários) tiveram um risco de morte 22% menor na comparação com aqueles que comiam menos o nutriente.

Os pesquisadores afirmam que uma série de estudos já vem demonstrando os benefícios das fibras contra doenças cardíacas, câncer, diabetes e obesidade. Segundo Park, a fibra auxilia na digestão, reduz o nível de colesterol, melhora os níveis de glicose e da pressão, diminui inflamações, entre outros benefícios.

O recente estudo americano demonstrou ainda que o risco de desenvolver uma doença cardiovascular, infecciosa ou respiratória, entre aqueles que consumiram a maior quantidade de fibras, diminuiu de 24% a 56% nos homens, e de 34% a 59% nas mulheres.

- Uma dieta rica em fibra alimentar pode proporcionar benefícios significativos para a saúde.

Fonte: http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=2&idnot=9999

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Que exames ginecológicos a mulher deve fazer a cada idade?

Durante a infância, há algum exame específico que as meninas devem fazer?

Durante a infância, as meninas são acompanhadas pelos médicos pediatras, porém no momento da telarca (aparecimento das mamas), que ocorre entre 8 e 10 anos de idade, elas podem ser consultadas por um ginecologista.

A partir de quantos anos uma adolescente deve ir ao ginecologista?

Adolescência é um período da vida que se estende dos 10 aos 20 anos de idade e a consulta com um ginecologista poderá ser feita se a adolescente quiser, desejar, planejar o início da atividade sexual ou já tê-la iniciado. É interessante também que a adolescente acompanhe sua mãe para que desmistifique a consulta com o ginecologista.

Uma adolescente precisa fazer exames ginecológicos?

O exame ginecológico da adolescente dependerá da história clínica e de suas queixas. Se já iniciou atividade sexual, é necessário o exame de prevenção do câncer do colo do útero (Papanicolaou), que será iniciado 2 (dois) anos após a data da primeira relação sexual.

Dos 20 aos 30 anos, que exames uma mulher deve fazer?

Dos 20 aos 30 anos, deve ser feito o exame ginecológico clínico com:
1) exames das mamas
2) exame especular (com aparelhinho)
3) toque vaginal
4) Papanicolau.

E dos 30 aos 50?

Aos 35 anos poderá ser feita a primeira mamografia, de acordo com o NIH – National Institute of Health, e a seguir aos 40 anos.

E dos 40 aos 50?

Após os 40 anos, as mamografias poderão ser feitas a cada 2 anos.

E dos 50 em diante?

Após os 50 anos de idade ou quando a paciente estiver na menopausa, poderá fazer densitometria óssea para verificar a presença de osteoporose, além da mamografia anual e da citologia oncótica (Papanicolaou). Ultrassonografia para controle do endométrio (membrana de dentro do útero) e dos ovários deverá ser feita. Sempre o exame clínico com palpação da tireoide e mamas deve complementar o restante do exame ginecológico, além da medida da pressão arterial. Também nessa ocasião poderá ser feito exame para prevenção de câncer de intestino (colonoscopia) ou ser orientada a procurar o médico especialista de intestino (proctologista), que orientará quanto a esse exame.


No caso de haver casos de câncer de mama na família, uma mulher precisa fazer os exames preventivos com mais frequência do que as outras mulheres? E deve começar a fazer a mamografia mais cedo? Com qual idade?

Caso haja câncer de mama na família, a idade da primeira mamografia deverá ser aquela 10 (dez) anos antes da idade em que a parente apresentou o câncer. Por exemplo, se foi aos 45 anos de idade, a primeira mamografia será aos 35 anos de idade e depois aos 40 anos, de rotina.

E quando houver outros casos de câncer? A mulher deve ter um acompanhamento mais frequente?

Câncer de colo do útero é de prevenção rotineira.

Câncer de dentro do útero (endométrio) e câncer de ovários poderão ter seu diagnóstico precoce pela ultrassonografia endovaginal, da região púbica (porém a história com sintomas e exame ginecológico continuam sendo os mais importantes).

O câncer de vulva é diagnosticado precocemente pelo exame da região vulvar, às vezes até pela própria paciente, que pode se autoexaminar, usando um espelho.



Autora: Dra. Lana Maria de Aguiar é doutora e pós-doutora em Obstetrícia e Ginecologia pela Universidade de São Paulo (USP).

Fonte: http://idmed.uol.com.br/mulher/que-exames-ginecologicos-a-mulher-deve-fazer-a-cada-idade.html?utm_medium=twitter&utm_source=twitterfeed