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quinta-feira, 4 de março de 2021

Dia Mundial da Luta contra a Obesidade - 4 de Março

Hoje em todo o mundo comemoramos o Dia Mundial da Luta contra a obesidade.

Eu poderia ficar aqui discorrendo sobre aspectos epidemiológicos, opções terapêuticas e complicações que a Obesidade pode trazer para o individuo, mas esse ano será diferente. Abordarei o preconceito que o indivíduo portador de obesidade ou com sobrepeso sofre. 

Já pararam para pensar, qual outra doença, o portador dela é culpado por tê-la ?

Com a obesidade isso ocorre e se pararmos para pensar, de forma científica e humanística isso é uma crueldade, para não falar desumanidade.

O indivíduo portador de um corpo obeso vive menos? Talvez.

Adoece mais? Sim!

É mais propenso a transtornos psiquiátricos? Sim!

É discriminado no âmbito familiar, trabalho, círculo social? Sim !

É julgado como preguiçoso? Sim !

É julgado como portador de desvio de caráter e sem força de vontade? Sim !

E a realidade é que a Obesidade é uma doença: Repitam comigo:

  • MULTIFATORIAL
  • CRÔNICA
  • RECIDIVANTE
  • SEM CURA

Ao longo de 14 anos tratando indivíduos portadores de Obesidade (e não foram poucos, ao todo na minha estimativa, mais de 6 mil) percebi que:

Menos de 10% consegue perder peso e manter essa perda por toda a vida.

A grande maioria dos indivíduos com obesidade terão uma curva de peso ascendente.

A grande maioria se submeterá aos tratamentos mirabolantes e no final se culpará e se sentirá fracassado. 

A grande maioria não receberá acolhimento por parte dos profissionais da área da saúde, em especial Nutricionistas, Endocrinologistas e Nutrólogos. Sim, a gordofobia é altamente prevalente entre essas 3 classes. É vergonhoso? Sim, muito! Mas verdade seja dita. 

  • Falta empatia. 
  • Falta acolhimento.
  • Falta ciência. 
  • Falta resiliência.
  • Falta aceitação e autoaceitação. 
  • Falta humanização. 
  • Falta interdisciplinaridade.
  • Falta valorização de aspectos psicológicos.
  • Falta consideração de aspectos psicossociais.
  • Falta política de saúde pública. 
  • Falta educação nutricional na infância.
  • Falta muita coisa e sobra preconceito, ignorância, desprezo.

Autor: Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 | RQE 11915

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Acolhendo o paciente portador de obesidade

Diariamente recebo reclamações de pacientes acerca da abordagem que alguns profissionais da saúde (em especial Endocrinologistas, Nutricionistas e Nutrólogos) tem para com o paciente portador de obesidade. Ao longo de quase 15 anos, percebi que a Medicina evoluiu muito pouco no quesito acolhimento. Pior ainda quando analisamos o quão gordofóbica é a abordagem da maioria dos profissionais.

O paciente portador de obesidade se torna um nicho altamente lucrativo para a indústria de dietas. As chances de sucesso terapêutico vão se reduzindo com o passar dos anos, à medida que ele tenta novas alternativas/dietas/medicações/intervenções e não alcança êxito, ele se sente fracassado e cada vez mais fragilizado. Essa sensação vem acompanhada de culpa e ao mesmo tempo de esperança, caso encontre outro método para acreditar. E assim a indústria da dieta gera bilhões ao redor do mundo. 

A grande verdade é que a maioria dos profissionais da saúde não gostam do paciente portador de obesidade. A obesidade é uma doença bastante completa e o paciente também é complexo. O culpam pela própria patologia. Sabem das dificuldades em se promover mudança de estilo de vida, alguns atée sabem da baixa adesão à maioria dos tratamentos. Não gostam do paciente portador de obesidade, mas adoram o lucro que esse paciente pode gerar. É cruel. 

Se eu fosse listar aqui as frases que eu e meu nutricionista ouvimos nos últimos 12 meses, esse texto teria 20 páginas. Relatos tristes e que botam em cheque a nossa fé na humanidade. Profissionais sem o mínimo de tato na abordagem ou compaixão pelo sofrimento alheio. Gente que vende ilusões e quando se deparam com as adversidades do tratamento da obesidade, tem prazer em culpar o paciente, alimentando um ciclo de tentativas e insucessos. Iatrogenia em cima de iatrogenia.

Quando isso mudará? Talvez quando a esfera psicológica for mais valorizada. Quando os profissionais realmente entenderem que obesidade é uma doença multifatorial, com forte componente genético e ambiental. Que o paciente necessita de uma abordagem multidisciplinar e ser visto de forma ampla. 

Porém, a maioria dos profissionais não querem estudar a parte comportamental, sequer encaminham para psicólogos. Quem dirá ouvir as demandas desses pacientes. Então o ciclo cruel se perpetua e alguém lucra com isso. E para alguém lucrar, faz-se necessário alguém perder algo. 

E quem perde quase sempre é o paciente. Perde a confiança em si mesmo e nos profissionais. Por fim acaba se culpando e ficando ainda mais fragilizado. Mas a esperança é a última que morre e em breve ele recorrerá a um novo tratamento. 

Autor: Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo
CRM-GO 13.192 | RQE 11.915 / CRM-SC 32.949 | RQE 22.416 



sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Novos dados da obesidade no mundo. Fica uma pergunta no ar

Na primeira semana de fevereiro saiu os resultados do último grande estudo sobre obesidade no mundo. Somos meio bilhão de adultos obesos acima de 20 anos, um em cada 10 adultos. Isso significa que a proporção de obesos dobrou nos últimos 30 anos.

Os números são de uma pesquisa publicada na última semana na revista científica The Lancet, baseada em dados epidemiológicos de vários países que incluem mais de 9 milhões de participantes. Ao mesmo tempo, um dado curioso chamou a atenção dos pesquisadores em outros dois estudos: a queda dos índices de hipertensão arterial e de colesterol nos países desenvolvidos nesse mesmo período.

O estudo foi realizado por pesquisadores americanos, ingleses e suíços e revela que em 2008 mais de uma pessoa em cada dez, na população mundial adulta, já era obesa, com maior porcentagem entre as mulheres. Entre os países ricos, os Estados Unidos aparecem em primeiro lugar, desde 1980, na taxa de obesidade, enquanto a população japonesa se mostra como a menos afetada pelo problema. O Brasil está na 19ª posição no ranking mundial de obesidade masculina e na 15ª posição na obesidade feminina.

Esses dados nos levam a uma análise crítica da nossa metodologia e de nosso arsenal de tratamento da obesidade. Estamos perdendo a guerra contra esse mal, que responde pela grande incidência paralela de diabetes e elevadas taxas de mortalidade potencialmente evitáveis no mundo.

O que poderia explicar o sucesso na redução das taxas de colesterol e pressão arterial e o fracasso na redução do peso das pessoas? Obesidade, colesterol e hipertensão arterial são doenças crônicas muito semelhantes em suas causas e consequências. Todas associadas a estilos de vida inadequados com sedentarismo, stress e erros alimentares. Todas dependem de reeducação alimentar, atividade física e medicamentos. Então, com tantas semelhanças, o que poderia explicar o avanço da obesidade no mundo, tendo em vista a redução das duas outras doenças?

Fonte: http://comersemculpa.blog.uol.com.br/arch2011-02-01_2011-02-15.html#2011_02-11_08_46_25-142670378-0?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

terça-feira, 17 de outubro de 2023

O tratamento da obesidade é para a vida toda? Por Carlos Eduardo Barra Couri

Você já fez ou conhece alguém que fez algum tratamento para emagrecer?

Certamente, sim. É um tratamento que envolve melhoria dos hábitos alimentares, exercícios físicos regulares, controle da qualidade do sono e, em alguns casos, medicamentos.
Mas por quanto tempo ele deve ser feito?
Meses? Semanas? Anos? Até a pessoa atingir o peso normal? Para sempre?

Em 2022, tive a oportunidade de ser curador de uma pesquisa com 654 médicos de todo o Brasil chamada Receita de Médico: o que pensa quem cuida de pessoas com obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares. Respondido em sua maioria por endocrinologistas, o questionário tinha uma pergunta específica:
"Por quanto tempo o tratamento medicamentoso da obesidade deveria ser
feito?"

E a resposta: apenas 46% dos médicos disseram que o tratamento é para a vida toda. 

E mais: 32% relataram interromper o tratamento após uma "boa perda de peso".
Mas será que temos evidências científicas para interromper o plano terapêutico?

Lembrando que ele engloba muito mais do que somente remédios - pressupõe também mudanças no estilo de vida.

Durante o Congresso Europeu de Diabetes 2023, recém-ocorrido em Hamburgo na Alemanha, tivemos acesso a novos e importantes dados a respeito. Estudos ali apresentados confirmam o caráter contínuo do tratamento da obesidade. Isso mesmo: o tratamento é contínuo!

O destaque do evento foi a apresentação do estudo SURMOUNT-4, que avaliou o efeito da tirzepatida - medicação recém-
aprovada para o tratamento do diabetes tipo 2 no Brasil, mas notável pelo impacto na perda de peso - em pessoas com obesidade e sobrepeso, porém sem diagnóstico de diabetes.

Trata-se de uma injeção subcutânea semanal, testada desta vez entre pessoas com 47 anos e 107 kg, em média. 

Cerca de 35% tinham pressão alta e 32% apresentavam alteração nos níveis de colesterol ou triglicérides. 

Todas 783 pessoas incluídas no trabalho utilizaram tirzepatida por nove meses, juntamente com exercícios regulares e alimentação saudável.

E qual o resultado? Uma perda média de peso de 21% (ou seja, 22 kg).

Concluída essa etapa, os cientistas selecionaram aleatoriamente metade dos voluntários, que continuaram usando tirzepatida por mais 13 meses. A outra metade fez o que muitos brasileiros fazem:
simplesmente parou de tomar a droga e manteve os hábitos saudáveis, uma vez que haviam perdido boa parte do peso corporal.

E qual foi o resultado 13 meses depois?

Aqueles que permaneceram tomando a tirzepatida apresentaram uma redução extra de 5% corporal, totalizando uma redução de 26% ao final de 22 meses. E aqueles que pararam o uso do medicamento reganharam metade do peso. Sim, voltaram a engordar!

A conclusão é algo semelhante à do estudo STEP-4, que utilizou o medicamento semaglutida subcutânea semanal na dose de 2,4 mg em pessoas com obesidade e sem diabetes. Veja: tanto a tirzepatida como a semaglutida são os remédios aprovados e comercializados com maior potencial de emagrecimento até o momento.

Assim, mesmo com medicamentos eficazes, a suspensão do tratamento médico se reverte em ganho de peso. Que mensagens ficam dessa história? A obesidade é uma condição crônica. E, como tal, necessita de tratamento crônico!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Poluição pode afetar metabolismo e levar à obesidade


A poluição do ar já tem sido associada a problemas de saúde, incluindo a asma, bronquite, câncer de pulmão, doenças do coração, entre outras. Agora, um novo estudo sugere que mais uma doença pode ser adicionado à lista: a obesidade.

Um estudo publicado no Journal of the Federation of American Societies for Experimental Biology descobriu que ratos que respiraram ar poluído de Pequim ganharam peso depois de apenas três semanas de exposição. Eles também apresentaram disfunções cardio-respiratória, e diminuição da função metabólica.

Para observar o efeito do ar poluído, os animais, ratas grávidas e seus filhotes, foram divididos e colocados em duas câmaras: uma, exposta ao ar exterior de Pequim, fortemente poluído; e outra, com ar foi filtrado. Os pesquisadores descobriram que, depois de três semanas, os ratos expostos ao ar poluído tinham ganhado peso, apresentaram inflamação do tecidoe tinham níveis mais elevados de colesterol - 97% mais elevados, em geral, do que os ratos que não foram expostos ao ar. Eles também apresentaram menor resistência à insulina, um fator que pode representar um sinal precoce de diabetes.

É importante ressaltar que os ratos expostos à poluição também apresentaram disfunção metabólica - um sinal de alerta para a obesidade. Os mesmos efeitos foram sentidos pelos ratos filhotes.

"Uma vez que a inflamação crônica é reconhecida como um fator que contribui para a obesidade, e que doenças metabólicas como diabetes e obesidade estão intimamente relacionadas, nossos resultados fornecem evidências claras de que a exposição crônica à poluição do ar aumenta o risco de desenvolver obesidade", disse Junfeng Zhang, que trabalhou no estudo, em um comunicado.

"Se traduzido e verificado em seres humanos, estes resultados suportam a necessidade urgente de reduzir a poluição do ar, dada a crescente carga de obesidade no mundo."

Fonte: http://www.abeso.org.br/noticia/poluicao-pode-afetar-metabolismo-e-levar-a-obesidade

sexta-feira, 14 de julho de 2017

USP testa estimulação cerebral contra obesidade

A terapia mais recomendada para a obesidade ainda é a mudança do estilo de vida. Mas para muitos, tanto a perda de peso como a sua manutenção são extremamente desafiadoras. Para essas pessoas, surge uma nova esperança: a estimulação transcraniana por corrente contínua, técnica de modulação não invasiva da atividade cerebral.

Essa técnica, que utiliza corrente elétrica contínua e de baixa intensidade, emitida diretamente na área cerebral de interesse por meio de pequenos eletrodos, já vem sendo utilizada em várias partes do mundo para tratar enfermidades neuropsiquiátricas e outras doenças, e agora começa a ser usada para o controle da obesidade.

Pesquisas de curta duração na Europa e Estados Unidos já indicaram a eficácia dessa técnica no controle do desejo de alimentos e do apetite. No Brasil, a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP iniciou no mês de junho pesquisa para análise da efetividade desta técnica no controle da obesidade.

A novidade no Brasil, segundo o professor Miguel Alonso, diretor do laboratório Bariatric and Nutritional Neuroscience, Beth Israel Deaconess Medical Center, Harvard Medical School e parceiro dos pesquisadores brasileiros da FMRP,  é que o estudo será mais amplo e completo. “Será um passo mais adiante do que foi feito até agora, que é entender melhor o potencial da eficácia da estimulação para a perda de peso no contexto clínico da obesidade. Cerca de dez estudos estão sendo feitos em outras partes do mundo, mas todos de curta duração, com número de sessões muito limitado”, enfatiza Alonso.

Alonso visitou a FMRP em junho deste ano e informou que nos Estados Unidos, em um dos estudos já realizados, os voluntários perderam 1% de peso por semana. O que se recomenda para as dietas hipocalóricas é a redução de peso de 0,5 a 1 kg por semana.

Segundo as pesquisadoras responsáveis pelo estudo na FMRP, Priscila Giacomo Fassini e Vivian Marques Miguel Suen, a técnica afeta os mecanismos que ajudam a reduzir o desejo de alimentos e a ingestão alimentar. “Esta técnica melhora os processos cognitivos, que são chave para a autorregulação do comportamento alimentar.”

De fato, dizem, “o progresso dos participantes no estudo da FMRP será avaliado, usando tarefas informatizadas que medem funções executivas do cérebro, relacionadas com o comportamento alimentar”. A especialista Greta Magerowski, do grupo de Alonso, também esteve no Brasil para implementar essas novas metodologias.

Na FMRP, o presente estudo randomizado, duplo-cego e controlado (quando nem pesquisadores nem pacientes sabem quem está tendo o tratamento testado e quem está recebendo apenas placebo), tem como finalidade avaliar os efeitos da estimulação transcraniana por corrente contínua, isoladamente e em combinação com uma dieta hipocalórica no peso corporal. O objetivo é de auxiliar a perda de peso e evitar a recuperação de peso ao longo do tempo. “Esta proposta inovadora de pesquisa clínica exploratória utiliza uma intervenção biomédica que poderia transformar o paradigma para a perda de peso e a manutenção da perda de peso, oferecendo uma nova forma de tratar a obesidade.”

As pesquisadoras lembram que os resultados deste estudo devem levar a estudos maiores a longo prazo para avaliar essa intervenção de neuromodulação não invasiva.

A pesquisa na FMRP incluirá mulheres de 20 a 40 anos com índice de massa corpórea (IMC) entre 30 e 35 kg/m2 e consistirá em uma sessão inicial de estimulação cerebral não invasiva. Na segunda fase, as participantes receberão um total de dez sessões de estimulação cerebral durante o período de duas semanas. Na terceira fase, será iniciada uma dieta hipocalórica individualizada associada a mais duas semanas de estimulação cerebral.

Colaboram com o estudo, o professor Júlio Sérgio Marchini, da FMRP, a pesquisadora Sai Krupa Das, da Tufts University, e os pesquisadores Miguel Alonso e Greta Magerowski, da Harvard Medical School, dos Estados Unidos.

A professora Vivian lembra que a obesidade é um problema global e, no Brasil, está crescendo, enquanto nos Estados Unidos está se mantendo, segundo o professor Alonso. “Necessitamos tratamentos para beneficiar os pacientes para esse grande problema de saúde pública”, lembram.

Mais informações: e-mail priscilafassini@usp.br

Fonte: http://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/usp-testa-estimulacao-cerebral-contra-obesidade/

sábado, 9 de dezembro de 2023

Módulo 7 do Curso de Nutrologia para acadêmicos de Medicina

Chega ao fim na próxima semana o curso de Nutrologia para acadêmicos de Medicina. Um projeto por mim idealizado e que contou com a colaboração de mais de 40 professores do Movimento Nutrologia Brasil. Exatamente 90 aulas. Um sonho antigo que se concluirá. Fico feliz em ter contribuído com a formação de acadêmicos de Medicina. Próxima turma: 2026 e as inscrições já estão abertas.


MÓDULO 1: AGOSTO/2022
04/08/22
Quinta
Abertura do curso e apresentação
19:00: Introdução à Nutrologia – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
20:00: Experiência como residente ou especializando em serviços de Nutrologia reconhecidos pela ABRAN
Dr. Plinio Augusto Moreira – Médico cirurgião geral e Pós-graduado em Nutrologia (HCFMUSP-SP)
Dra. Julia Pacheco – Médica R4 de Nutrologia (IGESP – SP)
Dra. Isabella Lacerda Marx – Médica Nutróloga
05/08/22
Sexta
20:00: Nutrologia e ética – Dra. Karoline Calfa – Médica Nutróloga e Conselheira do CRM-ES
21:00: Nutrologia e perícia judicial – Dr. Cristopher Celintano – Médico perito judicial  
06/08/22
Sábado
08:00: Necessidades energéticas básicas – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
10:00: Avaliação do estado nutrológico – Dra. Márcia Beretta – Médica Nutróloga
11:00: Anamnese nutrológica – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
14:00: Exame físico em Nutrologia – Dr. Lucas Vaz – Médico especializando de Nutrologia (HFR)
15:00: Métodos de avaliação corporal– Dr. Edvaldo Guimarães Jr – Médico Nutrólogo
18:00: Nutrientes em Nutrologia: noções básicas para diagnóstico, prescrição – Dra. Karoline Calfa – Médica Nutróloga e Conselheira do CRM-ES
07/08/22
Domingo
08:00: Macronutrientes – Dra. Nayara Dourado – Médica Nutróloga 
08:30: Digestão e absorção dos nutrientes, Produção de energia, Metabolismo de Macronutrientes – Dr. Rafael Iazetti – Médico Nutrólogo
10:00: Vitaminas C – Dra. Sabrina Barros – Médica Nutróloga
10:30: Vitaminas Ácido fólico e B12 – Dr. Leandro Houat – Médico de família e comunidade
11:30: Vitaminas B1 e B2, B3, B5, B6 – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
14:00: Vitaminas A, E, k –Dra. Juliany Luz – Médica Nutróloga e especialista em Medicina de família e comunidade
15:00: Vitamina D – Dra. Isabella Lacerda Marx – Médica R4 de Nutrologia (HFR)
16:00: Cálcio – Dr. Lucio Vieira – Médico endocrinologista
17:00: Ferro – Dr. Audie Nathaniel Momm – Médico Nutrólogo e Nutricionista 
18:00: Magnésio – Dr. Felipe Savioli – Médico Nutrólogo, Médico do Esporte e Ortopedista
18:30: Zinco – Dra. Elza de Mello – Médica Nutróloga, Pediatra, Gastropediatra e Nutricionista
08/08/2022
Segunda
2h 20:00: Introdução à Nutrologia – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
21:00: Microminerais – Cobre – Dr. William Macedo Faria – Médico R4 de Nutrologia (HCFMUSP)
10/08/22
Quarta
3h 19:00: Fibras alimentares – Dra. Nayara Dourado – Médica Nutróloga
20:00: Prebióticos, Probióticos – Dr. Renato Zorzo – Médico Nutrólogo, Pediatra, Nutrólogo Pediátrico
21:00: Crononutrição – Dr. Renato Zorzo – Médico Nutrólogo, Pediatra, Nutrólogo Pediátrico
15/08/22
Segunda
2h 19:00: Microminerais – Selênio, Cromo, Manganês – Dra. Brenda Prates – Médica Nutróloga
20:00: Manual de redes sociais para o acadêmico de medicina – Dra. Simone Pamponet – Advogada e procuradora do estado da Bahia – Ensina marketing médico digital dentro das normas do CFM.
TOTAL: 30h
 
MÓDULO 2: DEZEMBRO/2022
11/12/22
Domingo
14:00: Mindfulness e Mindful Eating: como podem ajudar no cuidado e no autocuidado? – Dr. Andrea Bottoni
15:30: Conceitos de coaching de saúde e bem-estar para aplicar na prática clínica – Dr. Andrea Bottoni
16:00: Movimento Slow Medicine Brasil e Movimento Nutrologia Brasil: refletindo sobre uma medicina sóbria, respeitosa e justa – Dr. Andrea Bottoni
17:30: Oportunidades no mercado de trabalho – Dr. Andrea Bottoni
TOTAL: 4H
 
MÓDULO 3: JANEIRO/2023
13/01/23
Sexta
19:00: Triagem nutricional, risco nutricional e fisiopatologia do doente crítico
Dra. Simone Silvestre – Médica Nutróloga com área de atuação em Nutrição enteral e parenteral. 
14/01/23
Sábado
09:00: Sinais e sintomas de déficit de Macronutriente, vitaminas 
Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
14:00: Comunicação médica – Dra. Edite Magalhães – Médica especialista em Clínica Médica e pós-graduada em Nutrologia
TOTAL: 6H
 
MÓDULO 4: FEVEREIRO/2023
03/02/23
Sexta
19:00: Diabetes mellitus – Dra. Tatiana Abrão – Médica Nutróloga, Endocrinologista 
21:00: Síndrome metabólica – Dr. Luiz Viola – Médico Nutrólogo, Endocrinologista 
21:30: Esteatose hepática não-alcoólica – Dr. Luiz Viola – Médico Nutrólogo, Endocrinologista
04/02/23
Sábado
09:00: Conceito e epidemiologia da Obesidade – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
09:30 – Diagnóstico da obesidade – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
10:00 – Classificação da obesidade – Dra. Brenda Braz – Médica Nutróloga
11:00 – Fisiopatologia da Obesidade – Dr. Luiz Viola – Médico Nutrólogo, Endocrinologista 
14:00 – Tratamento dietético da obesidade – Rodrigo Lamonier – Nutricionista e Profissional da Educação física
15:00 – Atividade física na obesidade – Dr. Lucas Vaz – Médico especializando de Nutrologia (HFR)
16:00 – Tratamento medicamentoso da obesidade – Dra. Julia Pacheco – Médica R4 de Nutrologia (IGESP – SP)
 05/02/23
Domingo
09:00: Nutroterapia nas alterações da pele e fâneros – Dr. Jyean Muchon – Médico R4 de Nutrologia (IGESP – SP)
10:00: Nutrologia e gestação – Dra. Alessandra Bedin – Médica Nutróloga, Ginecologista e Obstetra
11:00: Hipertensão arterial sistêmica – Dra. Ana Valéria Ramirez – Médica Nutróloga
14:00: Dislipidemias – Dra. Giseli Albach Lenz – Médica Nutróloga 
15:00: Desnutrição – Dr. Pedro Dal Bello – Médico Nutrólogo e Oncologista clínico
16:00: Sarcopenia e Caquexia – Dr. Pedro Dal Bello – Médico Nutrólogo e Oncologista clínico
12/02/23
Domingo
15:00 – Tratamento cirúrgico da obesidade – Dr. Plínio Fonseca – Médico cirurgião geral e Pós-graduado em Nutrologia (HCFMUSP) 
16:00: Acolhimento do paciente portador de obesidade – Dra. Edite Magalhães – Médica especialista em Clínica Médica e pós-graduada em Nutrologia
TOTAL: 18H
                                               
MÓDULO 5: AGOSTO/2023
03/08/23
Quinta
19:00: Introdução à Nutrologia Hospitalar:  Terapia Nutricional Enteral e Parenteral
Dra. Edite Magalhães – Médica especialista em Clínica Médica e 
Dr. Alexandre Matos – Médico Nutrólogo
 04/08/23
Sexta
19:00: Cafeína, Whey Protein, Creatina – Dr. Limiro Silveira – Médico Nutrólogo
 05/08/23
Sábado
10:00: Fisiologia do Trato gastrintestinal – Dra. Helena Bacha e Dra. Lia Bataglini – Residentes de Nutrologia no HCFMUSP
11:00: Constipação intestinal – Beth Hong – Médica Nutróloga
14:00: Doença renal crônica – Dra. Aritana Alves – Médica Nutróloga
16:00: Nutrologia e processos éticos profissionais – Dra. Giovana Rassi – Advogada e especialista em Direito Médico
 06/08/23
Domingo
09:00: Hiperuricemia e gota – Dra. Aritana Alves – Médica Nutróloga
14:00: Introdução à Nutrologia Esportiva – Dr. Fellipe Savioli – Médico Ortopedista, Médico do Esporte e Médico Nutrólogo
15:00: Hepatopatias e Nutrologia – Dr. Alexandre Matos – Médico Nutrólogo

MÓDULO 6: NOVEMBRO/2023
10/11/23
Sexta
19:00: Doença celíaca – Dra. Lívia Brito – Médica Nutróloga
20:00: Mitos em Nutrologia – Dr. Guilherme Araújo – Médico Nutrólogo
21:00: Doença inflamatória intestinal - Dr. Luiz Rosseto – Médico Nutrólogo
11/11/23
Sábado
08:00: Síndrome do Intestino curto – Dr. Luiz Rosseto – Médico Nutrólogo
09:00: Psiquiatria Nutricional, neurotransmissores e estilo de vida – Dr. Alexandre Pinto Azevedo – Médico Psiquiatra
14:00: Anorexia e Bulimia – Dra. Amanda Weberling – Médica Nutróloga
15:00: Ortorexia, Vigorexia – Dr. Luiz Barbosa Neto – Médico Nutrólogo
16:00: Reducitarianismo, Vegetarianismo e veganismo – Dr. Luiz Barbosa Neto – Médico Nutrólogo
17/11/23
Sexta
19:00: Perda de peso involuntária e Magreza Constitucional – Dra. Helena Bacha – Residente de Nutrologia no HCFMUSP
20:30: Nutroterapia na Cognição e na prevenção Do Alzheimer – Dra. Ana Valéria Ramirez – Médica Nutróloga
18/11/23
Sábado
10:00: Nutrologia e Estratégia da Saúde da Família (ESF) – Dr. Christine Zambo – Médica Nutróloga e especialista em Medicina de Família e Comunidade
14:00: Intolerâncias alimentares – Rodrigo Lamonier – Nutricionista e Profissional da Educação física
16:00: Síndrome do intestino irritável – Dra. Christian Kelly Ponzo – Médica Nutróloga e Gastroenterologista

MÓDULO 7: DEZEMBRO 2023
08/12/23
Sexta
19:00: Nutroterapia na TPM, Endometriose e SOP – Dra. Alessandra Bedin – Médica Nutróloga, Ginecologista e Obstetra
20:00: Contraceptivos e composição corporal – Dra. Alessandra Bedin – Médica Nutróloga, Ginecologista e Obstetra
09/12/23
Sábado
14:00: Suplementação na Intolerância à lactose e nas doenças relacionadas ao glúten – Dra. Christian Kelly Ponzo – Médica Nutróloga e Gastroenterologista
16:00: Nutroterapia na Hiperferritinemia e Hemocromatose – Dr. Bruno Andrade – Médico especialista em Clínica Médica e R3 de Nutrologia no HCFMUSP
15/12/2023
Sexta
19:00: Interação fármaco-nutriente e nutriente-nutriente – Dra. Edite Melo – Médica Nutróloga e especialista em nutrição enteral e parenteral.
20:00: Nutroterapia na Osteoporose e Osteopenia - Dr. Jhony Williams Gusmão – Médico Endocrinologista 
16/12/2023
Sábado
10:00: Nutrologia Geriátrica –Dra. Camila Froehner – Médica Nutróloga e especialista em nutrição enteral e parenteral.
14:00: Anemias carenciais – Dra. Helena Bacha – Médica especialista em Clínica Médica e R4 de Nutrologia no HCFMUSP
15:00: Cirurgia bariátrica – O que todo clínico deve saber – Dra. Lourdes Menezes – Médica especialista em Clínica Médica e R4 de Nutrologia no HCFMUSP
17:00: Uso de colágeno e suas evidências científicas – Dr. Guilherme Domingues – Médico especialista em Clínica Médica e R3 de Nutrologia no HCFMUSP
17/12/2023
Domingo
09:00: Transtorno de Compulsão alimentar – Dra. Edite Melo – Médica Nutróloga e especialista em nutrição enteral e parenteral.
10:00: Músculo como órgão endócrino – Dra. Diana de Sá – Médica Endocrinologista

quarta-feira, 4 de maio de 2022

Programação do curso de Nutrologia básica para acadêmicos de medicina

 2022 ficará marcado na minha vida, como um ano em que tirei do papel um plano antigo. O curso de nutrologia básica voltada para acadêmicos de medicina. Totalmente gratuito, EAD e com uma equipe de peso. 

Confesso que não imaginei que teria tantos amigos dispostos a me ajudar e contribuir dando aula gratuitamente. É muito bom saber que há pessoas que lutam pela especialidade e que vêem no curso uma oportunidade para se ensinar a real nutrologia. 

A grande maioria das faculdades não ensinam praticamente nada de nutrição para estudantes de medicina e isso, em pleno século XXI. O objetivo do curso é preencher essa lacuna. Por isso decidimos que o curso ocorrerá a cada dois anos e sempre gratuito, para acadêmicos de todo o país, do 5º ao 10º período. Tendo sempre 2 anos de duração, para não ficar pesado para os acadêmicos e nem para os médicos que estarão ministrando.

Na ideia inicial propus um curso de 25 horas, para 100 alunos. Posteriormente a procura foi tão grande que ofertamos 150 vagas e dobramos a carga horária. E agora em Abril de 2022 decidimos que o curso teria: 250 vagas. Todas preenchidas. Uma programação melhor que a de muita pós-graduação de Nutrologia.

Meus agradecimentos ao pessoal do GANEP, que cedeu 28 voucher pro congresso Ganepão (gratuitamente), à USP-RP que cedeu 250 inscrições gratuitamente do Congresso de Obesidade (CIOTEN) e à Associação Brasileira de Nutrologia que cederá 25 inscrições para o Congresso Brasileiro de Nutrologia.

A programação do Curso será:

MÓDULO 1: AGOSTO/2022 

05/08/22 - Sexta
19:00: Introdução à Nutrologia – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
20:00: Nutrologia e ética – Dra. Karoline Calfa – Médica Nutróloga e Conselheira do CRM-ES
21:00: Nutrologia e perícia judicial – Dr. Cristopher Celintano – Médico perito judicial  

06/08/22 - Sábado 09:00: Necessidades energéticas básicas – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
10:00: Avaliação do estado nutrológico – Dra. Márcia Beretta – Médica Nutróloga
11:00: Anamnese nutrológica – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
14:00: Exame físico em Nutrologia – Dr. Lucas Vaz – Médico especializando de Nutrologia (HFR)
15:00: Métodos de avaliação corporal (Bioimpedância, DEXA) e gasto energético (Calorimetria indireta) – Dr. Edvaldo Guimarães Jr – Médico Nutrólogo

07/08/22 - Domingo
08:00: Macronutrientes – Dra. Nayara Dourado – Médica Nutróloga 
09:30: Vitaminas C – Dra. Sabrina Barros – Médica Nutróloga
10:00: Vitaminas B1 e B2 – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
10:30: Vitaminas B3, B5 e B6 – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
11:00: Vitaminas Ácido fólico e B12 – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
14:00: Vitaminas A, E, k – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo e Dra. Juliany Luz – Médica Nutróloga e especialista em Medicina de família
15:00: Vitamina D – Dra. Isabella Lacerda Marx – Médica R4 de Nutrologia 
16:00: Cálcio – Dr. Lucio Vieira – Médico endocrinologista
17:00: Ferro – Dr. Audie Nathaniel Momm – Médico Nutrólogo e Nutricionista 
18:00: Magnésio – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
18:30: Zinco – Dra. Elza de Mello – Médica Nutróloga, Pediatra, Gastropediatra e Nutricionista
19:00: Microminerais – Cobre – Dr. William Macedo Faria – Médico R4 de Nutrologia 
19:30: Microminerais – Selênio, Cromo, Manganês – Dra. Brenda Prates – Médica Nutróloga

10/08/22 - Quarta
19:00: Fibras alimentares – Dra. Nayara Dourado – Médica Nutróloga
20:00: Experiência como residente ou especializando em serviços de Nutrologia reconhecidos pela ABRAN
Dr. Plinio Augusto Moreira – Médico cirurgião geral e estagiário em Nutrologia (HCFMUSP-SP)
Dra. Julia Pacheco – Médica R4 de Nutrologia (IGESP – SP)
Dra. Isabella Lacerda Marx – Médica R4 de Nutrologia (Hospital Felício Rocho – BH)
Dr. Hiago Amorim – Médica Especializando (IAMSPE – SP)

MÓDULO 2:  DEZEMBRO/2022 

02/12/22 - Sexta
19:00: Triagem nutricional, risco nutricional e fisiopatologia do doente crítico – Dra. Simone Silvestre – Médica Nutróloga com área de atuação em Nutrição enteral e parenteral. 
21:00: Dispositivos para terapia nutricional – Dr. Alexandre Matos – Médico Nutrólogo

03/12/22 - Sábado
09:00: Sinais e sintomas de déficit nutricional – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
14:00: Nutrição enteral: indicações contraindicações, complicações – Dr. Alexandre Matos – Médico Nutrólogo
16:00: Nutrição parenteral: indicações contraindicações, complicações – Dr. Alexandre Matos – Médico Nutrólogo

04/12/22 - Domingo
14:00: Grandes queimados, pancreatite aguda – Dr. Alexandre Matos – Médico Nutrólogo 

MÓDULO 3: FEVEREIRO/2023 

03/02/23 - Sexta
19:00: Diabetes mellitus – Dra. Tatiana Abrão – Médica Nutróloga, Endocrinologista e especialista em Clínica Médica
21:00: Síndrome metabólica – Dr. Luiz Viola – Médico Nutrólogo, Endocrinologista e especialista em Clínica Médica
21:30: Esteatose hepática não-alcoólica – Dr. Luiz Viola – Médico Nutrólogo, Endocrinologista e especialista em Clínica Médica

04/02/23 - Sábado
08:00: Acolhimento do paciente portador de obesidade – Dr. Bruno de Andrade – Médico Nutrólogo
09:00: Conceito e epidemiologia da Obesidade - Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
09:30 – Diagnóstico, Classificação e Complicações da obesidade – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
11:00 – Fisiopatologia da Obesidade – Dr. Luiz Viola – Médico Nutrólogo, Endocrinologista e especialista em Clínica Médica
14:00 – Tratamento dietético da obesidade – EM ABERTO
15:00 – Atividade física na obesidade – Dr. Lucas Vaz – Médico especializando de Nutrologia (HFR)
16:00 – Tratamento medicamentoso da obesidade – Dra. Julia Pacheco – Médica R4 de Nutrologia (IGESP – SP)
17:00 – Tratamento cirúrgico da obesidade – Dr. Plínio Fonseca – Médico cirurgião geral e R4 de Nutrologia

05/02/23 - Domingo
09:00: Nutroterapia nas alterações da pele e fâneros – Dr. Jyean Muchon – Médico R4 de Nutrologia
10:00: Nutrologia e gestação – Dra. Alessandra Bedin – Médica Nutróloga, Ginecologista e Obstetra
11:00: Hipertensão arterial sistêmica – Dra. Ana Valéria Ramirez – Médica Nutróloga
14:00: Dislipidemias – Dra. Giseli Albach Lenz - Médica Nutróloga
15:00: Desnutrição – Dr. Pedro Dal Bello – Médico Nutrólogo e Oncologista clínico
16:00: Sarcopenia e Caquexia – Dr. Pedro Dal Bello – Médico Nutrólogo e Oncologista clínico

MÓDULO 4: AGOSTO/2023 

04/08/23 - Sexta
19:00: Cafeína, Whey Protein, Creatina – Dr. Limiro Silveira – Médico Nutrólogo
21:00 – Composição corporal e contraceptivos – Dr. Ênio Damaso – Médico Nutrólogo, Ginecologista e Obstetra

05/08/23 - Sábado
09:00: Intolerâncias alimentares – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
10:00: Síndrome do intestino irritável – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
11:00: Constipação intestinal – Dra. Beth Hong – Médica Nutróloga
14:00: Disbiose intestinal – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
16:00: Nutrologia e processos éticos profissionais – Dra. Giovana Rassi – Advogada e especialista em Direito Médico

06/08/23 - Domingo
09:00: Hiperuricemia e gota – Dra. Aritana Alves – Médica Nutróloga
10:00: Litíase renal – Dra. Aritana Alves – Médica Nutróloga
14:00: Doença renal crônica – Dra. Aritana Alves – Médica Nutróloga
15:00: Hepatopatias e Nutrologia – Dr. Alexandre Matos – Médico Nutrólogo
16:00: Oncologia nutrológica – Dr. Pedro Dal Bello – Nutrólogo e Oncologista clínico

MÓDULO 5: NOVEMBRO/2023 

10/11/23 - Sexta
19:00: Doença celíaca – Dra. Livia Brito – Médica Nutróloga
20:00: Jejum intermitente – Dra. Juliany Luz – Médica Nutróloga e especialista em Medicina de família e comunidade
21:00: Mitos em Nutrologia – Dr. Guilherme Araújo – Médico Nutrólogo

11/11/23 - Sábado
09:00: Psiquiatria Nutricional, neurotransmissores e estilo de vida – Dr. Alexandre Pinto Azevedo – Médico Psiquiatra
14:00: Anorexia e Bulimia – Dra. Amanda Weberling – Médica Nutróloga
15:00: Compulsão alimentar – Dra. Amanda Weberling – Médica Nutróloga
16:00: Ortorexia, Vigorexia – Dr. Luiz Barbosa Neto – Médico Nutrólogo

12/11/23 - Domingo
09:00: Alimentos funcionais – Rodrigo Lamonier – Nutricionista 
10:00: Reducitarianismo,Vegetarianismo e veganismo – Dr. Luiz Barbosa Neto – Médico Nutrólogo 
14:00: Nutrologia comportamental – Dra. Edite Magalhães – Médica especialista em Clínica Médica
15:00: Anemias carenciais – Dra. Edite Magalhães – Médica especialista em Clínica Médica
16:00: Nutrologia na ESF – Dra. Juliany Luz – Médica Nutróloga e especialista em Medicina de família e comunidade e Dr. Leandro Houat – Médico especialista em Medicina de família e comunidade

Espero de coração que os alunos gostem e apliquem os conhecimentos após formarem.

sábado, 27 de novembro de 2021

Tendências na prevalência de obesidade entre adultos de 18 a 25 anos, 1976-2018

A idade adulta emergente, das idades de 18 a 25 anos, é um período de desenvolvimento distinto caracterizado por exploração e mudanças frequentes (por exemplo, da escola para o trabalho), levando, em última análise, à formação de hábitos ao longo da vida e identidade adulta.

Poucos estudos descrevem a obesidade em adultos emergentes; as análises geralmente agrupam esses indivíduos com adolescentes (12-19 anos) ou adultos jovens (20 a 39 anos), limitando as oportunidades de intervenção e tratamento informados pelo desenvolvimento.

Examinamos as mudanças na prevalência de obesidade nacionalmente entre adultos emergentes nos EUA nas últimas 4 décadas.

Métodos

Foram utilizados dados nacionalmente representativos do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), uma série de inquéritos transversais, incluindo entrevistas e exames físicos com um desenho amostral estratificado e em vários estágios. Nós nos baseamos no NHANES II (1976-1980), no NHANES III (1988-1994) e nos ciclos contínuos do NHANES de 1999 a 2018 (faixa de taxa de resposta, 48,8%-80%). Limitamos a população do nosso estudo a adultos emergentes não grávidas (com idades entre 18 e 25 anos) de raça negra não hispânica ou branca não hispânica com dados completos para variáveis de interesse (89,8% da população definida tinha dados completos). 

Dadas as mudanças na forma como o NHANES avaliou raça e etnia ao longo do tempo, nos limitamos aos grupos acima mencionados.

Nosso desfecho de interesse foi o índice de massa corporal (IMC; calculado como peso em quilogramas dividido pela altura em metros ao quadrado). 

Foram categorizados o IMC em grupos padrão de baixo peso (<18,5), peso normal (18,5-24,9), sobrepeso (25-29,9) e obesidade (≥30).

As covariáveis incluíram sexo (masculino ou feminino), raça e etnia (negro não hispânico ou branco não hispânico) e pobreza doméstica (sim ou não). 

Identificamos a pobreza familiar se o índice de pobreza do NHANES (a proporção da renda familiar em relação ao limiar de pobreza dos EUA no NHANES II/III e a proporção da renda familiar em relação às diretrizes de pobreza dos EUA no NHANES contínuo) estivesse igual ou abaixo do limiar de pobreza ou das diretrizes para esse ano. Não incluímos a idade, dada a estreita faixa de interesse.

Para cada onda, estimamos a média de IMC e a prevalência de cada grupo de IMC, juntamente com IC95% usando pesos do exame NHANES para levar em conta o desenho amostral complexo e ajuste para todas as covariáveis. Para testar a tendência em todos os anos, usamos um teste não paramétrico do tipo Wilcoxon, dadas as diferenças de tempo entre as pesquisas.

Nas análises de sensibilidade, combinamos os ciclos contínuos do NHANES (1999-2018) e realizamos uma regressão linear ou logística, conforme apropriado, para testar a tendência ao longo do tempo. 

A significância estatística foi determinada por um P bilateral < 0,05. Todas as análises foram realizadas usando o Stata versão 15 (StataCorp). O conselho de revisão institucional da Johns Hopkins revisou este estudo e determinou que não era pesquisa com seres humanos.

Resultados

Ao longo de todos os anos, 8015 adultos emergentes foram incluídos. Destes, 3965 eram do sexo feminino, 3037 não eram negros hispânicos e 2386 preenchiam os critérios de pobreza doméstica.

Entre 1976 e 2018, o IMC médio aumentou de 23,1 (IC 95%, 22,9-23,4) em 1976-1980 para 27,7 (IC 95%, 26,2-29,1) em 2017-2018 (P = 0,006 para tendência usando um teste não paramétrico) (Tabela). A Figura mostra a prevalência ajustada dos grupos de IMC ao longo do tempo. Entre 1976-1980 e 2017-2018, a prevalência de obesidade aumentou de 6,2% (IC 95%, 4,9%-7,9%) para 32,7% (IC 95%, 24,7%-41,8%;P = 0,0007 para tendência usando um teste não paramétrico), enquanto o peso normal diminuiu de 68,7% (IC 95%, 66,3%-70,9%) para 37,5% (IC As análises de sensibilidade limitadas aos ciclos contínuos do NHANES tiveram resultados semelhantes (Tabela).

Discussão

Esta análise descobriu que, de 1976 a 2018, a prevalência de obesidade entre adultos emergentes nos EUA aumentou significativamente.

As limitações deste estudo incluem a população limitada a indivíduos negros não hispânicos e brancos não hispânicos, padrões entre os quais podem não ser generalizáveis para outras raças ou etnias, bem como um declínio na taxa de resposta do NHANES ao longo do tempo.

A idade adulta emergente pode ser um período fundamental para prevenir e tratar a obesidade, uma vez que os hábitos formados durante esse período geralmente persistem durante o restante do curso da vida. 

Há uma necessidade urgente de pesquisas sobre fatores de risco que contribuem para a obesidade durante esta fase de desenvolvimento para informar o desenho de intervenções, bem como políticas voltadas para a prevenção.

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segunda-feira, 12 de abril de 2021

Vantagens de se estar acima do peso - alegadas pelos pacientes




Muito se fala sobre as desvantagens e as consequências de se estar acima do peso. Mas pouco se fala sobre as "vantagens" que os pacientes alegam. Soa estranho, eu, um nutrólogo escrever sobre isso, afinal deveria "amedrontar" os pacientes com o que a ciência vem mostrando nas últimas décadas. A lista de desvantagens é quilométrica. 

Então por que escrever sobre isso ? Por que colocar a obesidade ou sobrepeso como algo com vantagens ?

Simplesmente porque existem "vantagens" e elas são inegáveis (do ponto de vista do paciente). Queiramos ou não, elas existem na concepção do paciente! Se elas não existissem, a grande maioria dos pacientes não estariam acima do peso e perpetuando um processo. 

Obviamente que existem fatores genéticos, bioquímicos, emocionais, comportamentais e até mesmo sociais que auxiliam nessa perpetuação da obesidade.

Em um dos questionários que aplico nos pacientes que atendo, questiono:
- Quais as vantagens e desvantagens de se estar acima do peso. 

Então ao longo dos anos, anotei as principais vantagens que os pacientes alegam. Na maioria das vezes eles esquecem que a maioria dessas vantagens continuam existindo mesmo quando atingem um peso saudável.  Abaixo algumas relatadas por pacientes:
  • Comer o que se gosta. Não ter limites quanto à qualidade (tipo) da comida. Gostam de comer algo mais palatável ou se é algo com sabor mais comum e que não estimula tanto as papilas gustativas e a produção de dopamina). 
Consideração: estando acima do peso ou magro, as comidas hiperpalatáveis continuarão existindo. Há magros que possuem paladar infantilizado ou com preferência por alimentos hiperpalatáveis. 
  • Comer o quanto se quer, na hora que quer, como quer. Não ter limites quanto à quantidade da comida. 
Consideração: o limite sempre vem, cedo ou tarde. Seja ele voluntário ou imposto por uma doença como um diabetes mellitus tipo 2 ou uma retirada do estômago por câ ncer gástrico. Então é melhor aceitar que a nossa alimentação também precisa de limite. 
  • Não precisar sofrer com limites (dieta é uma restrição, é uma limitação e por isso quanto mais restritiva, maiores as chances do paciente abandonar o tratamento). 
Consideração: entra no tópico anterior. 
  • Conhecer novos estabelecimentos de comida. Comer novidades. Há pacientes afoitos por novidades, a novidade leva a uma maior produção de dopamina. No fim, garimpar novos lugares pode se tornar um hobby e fonte de prazer. 
Consideração: a não ser que o Brasil afunde em uma crise econômica sem precedentes e a maioria dos estabelecimentos de comida fechem as portas, sempre haverá novidades "alimentícias". A tendência é a variedade aumentar, produtos mais "limpos" irem surgindo, com a finalidade de atender a um consumidor cada vez mais exigente e que se preocupa com a própria saúde. Brincamos no consultório: as sobremesas não deixarão de existir e alegrar almoços. Fast-foods vão continuar existindo, assim como bons restaurantes. Então é melhor os pacientes tentarem ser mais longevos para conhecer o futuro promissor que temos no ramo da alimentação.
  • Não precisar "sofrer" em academia/estúdios, sentindo dor muscular, cansando, abdicando de uma hora do dia. Por mais que na prática percebamos que a dor dá lugar a um prazer (talvez por reação bioquímica no cérebro), a idéia que os pacientes sedentários possuem é: malhar dói ! 
Consideração: O nosso corpo é repleto de articulações e a finalidade é permitir que nos movamos. O movimento é inerente à nossa natureza. Quando paramos de nos movimentar a nossa energia fica estagnada e nosso corpo adoece. Sempre falamos no consultório uma frase que diz: Escolha o exercício que você menos odeie. Faça-o. Crie o hábito. O prazer pode surgir depois. Nosso corpo precisa de movimento. Músculos precisam de estímulo, o sangue precisa circular e o cérebro funciona melhor quando abandonamos o sedentarismo.
  • Evitar relacionamentos amorosos e com isso evitar sofrimentos de uma vida a dois. É inegável que portadores de obesidade podem ter uma maior dificuldade para acharem parceiros (as). Com isso evitam sofrer em relacionamentos.  
Consideração: estando acima do peso ou magro, conflitos amorosos sempre existirão. E o mais engraçado é que muitos pacientes acreditam piamente que os problemas relacionados à esfera afetiva desaparecerão como uma passe de mágica. Indicação: Psicoterapia. Notícia triste: problemas sempre teremos, mas a gente evolui e aprende a manejar sem gerar tanta dor em sí próprio ou no outro.

  • A comida é um anestésico diante dos sofrimentos cotidianos, diante de situações que incomodam ou causam dor emocional. Mesmo o efeito anestésico sendo de curta duração e o prazer proporcionado por ela também. A comida pode ser uma válvula de escape. 
Consideração: muitas vezes o que queremos após um dia complicado é chegar em casa e comer algo que gostamos. Isso é comida emocional e faz parte da vida. Não há nada de errado em utilizar a comida como anestésico. O que não se pode permitir é que isso se torne uma constante, a maioria dos dias da semana. O preço a se pagar é caro e a sobremesa chamar-se-á: Culpa. 
  • Sendo portador de obesidade, o paciente não precisa ficar se preocupando com a saúde. Ou seja, ele se esquiva de procurar auxílio ao médico anualmente, para realizar exames que podem escancarar uma verdade difícil de ser vista. Isso também é uma vantagem, mesmo sabendo que lá no fundo isso é mentira, que todos nós temos medo de adoecer. Muitas vezes uma negação da realidade na qual o paciente está inserido. 
Consideração: A conta chega e as vezes o preço é exorbitante. 
  • Viver em sociedade é prazeroso mas pode ser doloroso. Relações interpessoais podem ser fonte de angústia, raiva, aflição. Quando você se torna obeso, você pode voluntariamente evitar eventos sociais em que terá que relacionar com pessoas que você não tem afinidade. Ou seja, o isolar-se socialmente e com isso reduzir atritos também pode ser uma das vantagens da obesidade. 
Consideração: vale o mesmo que explicamos nas relações amorosas. Problemas nas relações interpessoais existirão sempre, em maior ou menor grau. É assim que evoluimos, é assim que aprendemos a viver em sociedade. 
  • Mas para outros, viver em sociedade é prazeroso e a comida é um dos meios de agrupar pessoas queridas. Ou seja, se uns tiram vantagem ao evitar o contato, outros veem isso como uma forma de socializar. Socializar, confraternizar, comemorar, "resenhar" geralmente envolve comes e bebes. 
Consideração: pode-se comemorar, celebrar a vida, reunir amigos, beber, comer. Mas o prazer principal não pode ser a comida. Estar com familiares, amigos, parceiro(a) pode ser tão prazeroso quanto uma comida apetitosa.
  • Fuga da auto-responsabilidade e de autocuidados. Ter consciência de que está acima do peso e assumir a responsabilidade de parte disso é um ato que demonstra maturidade emocional e até mesmo intelectual. Quando o portador de obesidade se nega a assumir isso, ele traz à tona um lado rebelde, infanto-juvenil, no qual ele se exime de se responsabilizar por parte do problema. Menos peso no ombro, mesmo que isso custe mais peso no corpo.
Consideração: novamente afirmamos que a conta chega e as vezes é alta e vem acompanhada de dor: física e emocional. Com um punhado de culpa (sensação de que poderia ter sido diferente).
  • Ser portador de obesidade, faz com que algumas pessoas se vejam na obrigação de ser legal com as pessoas, boazinhas, engraçadas, inteligentes e mais competente que as demais. Um fato de compensação pois se acha inferior por estar acima do peso. Ser uma pessoa mais legal e querida pela maioria (mesmo que essa maioria seja veladamente preconceituosa) pode ser uma vantagens para alguns. 
Consideração: utilizamos várias máscaras para viver em sociedade. Nada que uma boa psicoterapia não seja capaz de fazer o paciente enxergar as máscaras que ele utiliza para ser aceito.
Entenderam as inúmeras vantagens? O porquê de tanta gente perpetuar o processo ?

Obesidade é muito mais complexo do que se pensa. Não é apenas chegar e cuspir as desvantagens. Muitas vezes precisamos entender o que a pessoa ganha com o excesso de peso. Essas vantagens como citei acima existem e devem ser levadas em conta. Barganhas inconscientes. 

Explicar ao paciente o quanto elas são ilusórias e superficiais. Tais "vantagens" devem ser detectadas e o paciente encaminhado para a psicoterapia. Tratamento da obesidade deve ser multidisciplinar para que se obtenha êxito. Médico + Nutricionista + Psicólogo + Profissional da educação física. 

Obviamente a lista de desvantagens é infinitamente maior, com eficácia comprovada através de inúmeros estudos publicados nas ultimas 3 décadas, mas isso é assunto para o próximo texto: A dor da obesidade. 

Autor: Frederico Lobo (Médico Nutrólogo)
Revisor: Rodrigo Lamonier (Nutricionista e Profissional da Educação física).

sábado, 8 de julho de 2017

Sinais e sintomas da menopausa podem ser piores para mulheres obesas

Mulheres obesas podem ter sinais e sintomas de menopausa mais graves, como ondas de calor e suores noturnos, do que as mulheres mais magras, sugere um estudo brasileiro.

Os pesquisadores compararam os sinais e sintomas da menopausa em mulheres com peso saudável aos em mulheres com excesso de peso ou obesidade, e descobriram que três sinais e sintomas pioraram progressivamente à medida que o peso destas mulheres aumentou: ondas de calor e sudorese noturna, dores mioarticulares e problemas vesicais.

"A intensidade das ondas de calor aumentou proporcionalmente ao aumento do índice de massa corporal (IMC), e a obesidade teve grande impacto nas atividades diárias, como a interrupção involuntária das tarefas de trabalho e a diminuição do desempenho geral", afirmou a autora do estudo Dra. Lucia Costa-Paiva, da Universidade de Campinas, em São Paulo.

"Houve também menor nível de atividades de lazer entre estas mulheres", disse a Dra. Lucia por e-mail. "Assim, isto acrescenta fortes evidências para incentivar as mulheres a perderem peso".

As mulheres entram na menopausa quando param de menstruar, o que geralmente ocorre entre os 45 e 55 anos de idade. À medida que os ovários reduzem a produção dos hormônios estrogênio e progesterona, nos anos que antecedem e sucedem a menopausa, as mulheres podem apresentar sinais e sintomas que variam de ressecamento vaginal a alterações do humor, dor articular e insônia.
Pesquisas recentes descobriram que 57% das mulheres entre 40 e 64 de idade em todo o mundo sentem ondas de calor, 60% se queixam de disfunção sexual, 62% têm dor mioarticular e 50% têm problemas de sono, observam os autores do estudo no periódico Menopause.

Os médicos acreditavam há muito tempo que a obesidade poderia proteger contra as ondas de calor porque o tecido adiposo aumenta a reserva de estrogênio do corpo, hormônio que pode ajudar a contornar a gravidade desses sintomas, disse a Dra. Lucia. Porém, o estudo atual baseia-se em pesquisas mais recentes que apontam na direção oposta, sugerindo que a obesidade pode piorar as ondas de calor porque a gordura funciona como um isolante térmico que retém o calor no corpo, disse a pesquisadora.

Com o objetivo de avaliar a relação entre a obesidade e a gravidade dos sinais e sintomas da menopausa, Dra. Lucia e colaboradores examinaram os dados de questionários de 749 mulheres brasileiras entre 45 e 60 anos de idade. As mulheres graduaram os sinais e sintomas de zero (significando nenhum problema) a quatro pontos (significando problemas muito graves). As participantes tinham cerca de 53 anos de idade, em média, e em geral entraram na menopausa por volta dos 47 anos. Enquanto a maioria das mulheres, 68%, estava no período após a menopausa, cerca de 16% ainda não tinham entrado na menopausa, e outras 16% encontravam-se no meio do processo.

O estudo incluiu 288 mulheres com IMC abaixo de 25, que os pesquisadores classificaram como peso normal ou saudável, 255 mulheres acima do peso (com IMC de pelo menos 25 e menor que 30), e 206 mulheres obesas com IMC igual ou maior que 30. Não foi um estudo controlado projetado para provar se ou como a obesidade altera a frequência ou a gravidade dos sinais e sintomas da menopausa. Outra limitação da pesquisa foi o fato dela ter se baseado na exatidão das lembranças das mulheres e no relato delas sobre experiências pretéritas e sinais e sintomas associados, observam os autores.

"Até o momento, não há evidências de que a perda de peso possa reduzir os sinais e sintomas da menopausa, pois ainda não foi feito nenhum ensaio clínico", disse a Dra. Susan Davis, pesquisadora de saúde da mulher na Monash University, em Melbourne (Austrália), que não participou do estudo .

"Mas nós incentivamos a perda de peso na meia-idade para as mulheres com sobrepeso no intuito de diminuir os riscos de doenças cardiovasculares, diabetes e câncer de mama", disse a Dra. Susan por e-mail.

As pesquisas que relacionam a obesidade com a piora dos sinais e sintomas da menopausa começaram a surgir há mais de uma década, observou a Dra. Mary Jane Minkin, pesquisadora em saúde reprodutiva da Yale Medical School em New Haven, Connecticut, que também não participou do estudo.

"A teoria é que o calor é gerado por mecanismos centrais, e as mulheres acima do peso têm maior isolamento térmico, de modo que o calor não pode ser dissipado, e elas ficam mais quentes", disse a Dra. Mary Jane por e-mail.

Perder peso pode ajudar a diminuir as ondas de calor e as dores mioarticulares associadas à menopausa, que podem ser exacerbadas pelos quilos extras, acrescentou a Dra. Mary Jane.

Fonte: http://bit.ly/2rV8pua

Menopause 2017.

sábado, 17 de março de 2018

A ciência do tratamento da obesidade by George Bray e comentado pelo Dr. Bruno Halpern

Endocrine Society (Sociedade Americana de Endocrinologia) publicou um texto extenso, sobre "A ciência do tratamento da obesidade", escrito por diversos especialistas na área, entre eles o decano do estudo da obesidade no mundo, Dr. George Bray.

Pontos que merecem destaque, de acordo com o diretor da ABESO, Bruno Halpern:

1 - O texto comenta sobre estratégias de prevenção tentadas até hoje, e que muito poucas de fato se mostraram efetiva (muitas idéias que parecem óbvias não funcionam na prática).

2- A importância de perder peso para a saúde, com perdas de 5-10% atingindo melhora metabólica e provavelmente perdas acima de 10% sendo suficientes para reduzir a mortalidade de uma população com obesidade.

2 - Em uma comparação entre dietas, juntado inúmeros estudos publicados, o texto conclui, como eu sempre concluo, que o que define o sucesso de uma dieta sobre a outra é a adesão e não existe uma dieta claramente superior à outra. E que, do ponto de vista puramente da perda de peso, o que determina uma maior ou menor perda de peso é a restrição de calorias, mais do que a composição de macronutrientes.

3- A importância do exercício físico, mais como método eficaz em melhorar de composição corporal e manutenção de peso, do que como método para emagrecimento em si.

4- Como doença doença crônica, o tratamento deve ser crônico e esforços devem ser empreendidos na manutenção do peso perdido e não só na perda.

5- O papel das medicações anti-obesidade, ainda tão mal faladas e estigmatizadas. O texto comenta sobre medicações que foram proibidas no passado, mas ressalta que as medicações aprovadas hoje tem estudos de segurança e eficácia bons e sem dúvida são opções viáveis para o correto tratamento da obesidade em muitos casos. Importante ressaltar esse ponto, pois ainda vemos muitos médicos, na grande maioria das vezes como desconhecimento, criticando medicações, sem ao menos terem lido um único estudo a respeito do potencial das mesmas em otimizar o resultado de uma mudança de estilo de vida bem feita, aumentando o peso perdido e o número de respondedores. Nem todos respondem bem a todas as medicações e o perfil de colaterais também é bem individual. Termos várias opções aumenta a chance de encontrar a certa para cada um.

6 - A cirurgia bariátrica como estratégia eficaz e segura em pacientes com obesidade mais grave, com diversos estudos mostrando claramente redução de mortalidade e de doenças associadas, como câncer, infarto, apnéia do sono e melhora do diabetes. Os riscos cirúrgicos diminuíram muito nas últimas décadas, e a grande preocupação ainda é com o seguimento a longo prazo, pois muitos pacientes operados nunca mais vão ao médico. Melhorar esse seguimento é vital, assim como aumentar os centros de excelência para que se façam cirurgias cada vez mais seguras e beneficiarmos mais pacientes que dela necessitem.

sábado, 18 de abril de 2015

Provavelmente essa não fez acompanhamento com nutrólogo ou endócrino que tem conhecimentos suficientes sobre obesidade, fisiopatologia e tratamento.

Provavelmente essa é uma das que sempre recorre a nutricionista, não consegue seguir a dieta (muitas vezes sendo taxada como preguiçosa ou sem força de vontade pelo profissional), aí sempre recorre a medicações e retira por conta própria.

É triste ver profissionais de saúde com essa visão, desconhecerem que obesidade é uma doença CRÔNICA, multifatorial e que precisa de intervenção por toda a vida. É triste ver gente desatualizada que vai contra as evidências científicas, como por exemplo o último guideline de tratamento da obesidade.

Se apenas dieta balanceada e atividade física diariamente funcionassem tão bem, a pandemia de obesidade não estaria como está. O bom nutricionista atualizado sabe da importância do papel de cada componente no tratamento da obesidade. Sabe que o tratamento é multidisciplinar.

E aqueles que discordarem, convido a me acompanharem durante uma semana no ambulatório de nutrologia do SUS. 64 pacientes/semana.

Link para o Guideline: http://press.endocrine.org/doi/abs/10.1210/jc.2014-3415

Por muitos anos tive preconceito com as medicações para tratamento da obesidade, até fazer a pós de Nutrologia. No meu consultório particular quase não prescrevo pois o público que me procura, prefere alternativas não-alopáticas, como fitoterápicos e suplementos que auxiliam no emagrecimento. Entretanto sempre deixo claro para os pacientes que muitas vezes os resultados não são satisfatórios e faz-se necessário utilizar medicações.

 #Nutrologia #ABRAN #Endocrinologia #Obesidade #Emagrecimento #Obesofobia #Farmacofobia #Ignorância #MedicinaBaseadaEmEvidências #Obesity #Endocrinology #Guideline

domingo, 14 de agosto de 2022

Estratégias eficazes para acabar com o estigma do peso na área da saúde

Resumo

O estigma do peso afeta negativamente a qualidade dos cuidados de saúde e dificulta os objetivos de saúde pública.

O objetivo desta revisão foi identificar estratégias para minimizar o viés de peso entre os profissionais de saúde e explorar futuras direções de pesquisa.

Foi realizada uma busca eletrônica no PubMed, PsycINFO e Scopus (até junho de 2020).

Estudos sobre redução do estigma de peso em estudantes, estagiários e profissionais da área da saúde foram avaliados com base em critérios específicos de inclusão e exclusão.

Uma síntese narrativa foi realizada para analisar os temas emergentes.  Identificamos cinco estratégias de redução de estigma na saúde: (i) maior educação, (ii) informação causal e controlabilidade, (iii) evocação de empatia, (iv) abordagem inclusiva de peso e (v) metodologia mista.

O estigma do peso precisa ser abordado desde o início e continuamente ao longo da educação e da prática em saúde, ensinando os determinantes genéticos e socioambientais do peso e discutindo explicitamente as fontes, o impacto e as implicações do estigma.  Há uma necessidade de se afastar de uma abordagem centrada apenas no peso para os cuidados de saúde para uma abordagem inclusiva do peso focada na saúde. Avaliar os efeitos do estigma do peso na pesquisa epidemiológica é igualmente importante. O argumento ético e a base de evidências para a necessidade de reduzir o estigma do peso nos cuidados de saúde e além são fortes. Embora estejam surgindo evidências sobre a redução do estigma a longo prazo, são necessárias medidas de precaução.

1. INTRODUÇÃO

O estigma social é um fator fundamental para as desigualdades na saúde da população.

Embora isso seja reconhecido há décadas, os efeitos prejudiciais do estigma do tamanho e peso do corpo ganharam reconhecimento mais amplo apenas recentemente.

O estigma social do peso é generalizado e sugere-se que seja  em parte impulsionado pelo aumento da culpa e vergonha da obesidade na mídia e na saúde pública, o reforço cultural de um ideal magro e tendências para a estratificação social.

Entre 2017 e 2020, a vergonha do peso, uma manifestação do estigma do peso, diminuiu ligeiramente nos Estados Unidos e, embora isso seja promissor, culpar os indivíduos com obesidade pouco mudou no Reino Unido.

No entanto, há evidências substanciais para mostrar que o estigma do peso é injusto e injustificado, cria disparidades de saúde e dificulta os cuidados de saúde e os esforços da saúde pública.

O estresse da estigmatização, da experiência direta, mas também da suspeita e antecipação do estigma, pode eliciar respostas fisiológicas, psicológicas e comportamentais, que prejudicam a saúde ao longo do tempo.

Estudos mostram que o estigma do peso pode impactar negativamente no cortisol, hemoglobina glicada, estresse oxidativo e proteína C-reativa, bem como promover a desregulação global do metabolismo lipídico, da glicose e da inflamação.

Quando comparados com colegas de baixo peso, aqueles com sobrepeso medido ou autopercebido mostraram respostas de cortisol embotadas a estímulos estressantes agudos, sugestivos de níveis elevados de cortisol sustentados.

Isso é consistente com pesquisas anteriores que mostram que, embora estímulos estigmatizantes agudos estejam associados à reatividade do cortisol, respostas de cortisol embotadas são mais comuns após exposição crônica persistente e grave a estressores, incluindo estigmatização relacionada ao peso, que geralmente resulta em sentimentos de vergonha.

Embora a relação entre adiposidade e desregulação de glicocorticóides seja complexa e vários outros mecanismos metabólicos e genéticos tenham sido sugeridos, descobriu-se que o estigma do peso contribui para a variação interindividual na resposta ao estresse entre pessoas com obesidade.

Jung et al. mostraram que entre as pessoas com índice de massa corporal (IMC) > 30 kg/m2, aquelas com baixos níveis de autoestigma reagem ao estresse psicológico agudo como previsto com um aumento na secreção de cortisol, enquanto aquelas com níveis médio ou alto de auto-estigma mostram uma resposta de cortisol embotada atípica.

Quando se descobriu que a obesidade prediz a desregulação fisiológica em um período de 4 anos, 29% desse efeito foi explicado apenas pela discriminação de peso.

Além disso, o estigma do peso está ligado a sofrimento psicológico, depressão, ansiedade, baixa autoestima e  distúrbios de imagem, muitas vezes levando à diminuição da motivação para a saúde e enfrentamento inadequado, como evitar cuidados de saúde oportunos, isolamento social, atividade física reduzida e comportamentos alimentares desordenados.

Foi demonstrado que o estigma do peso aumenta o risco de desenvolver obesidade, e pode  encurtar a expectativa de vida, pois está associado a um risco de mortalidade quase 60% maior, não contabilizado por fatores de risco físicos e psicológicos tradicionais.

Evidências crescentes mostram associações entre o estigma do peso e o aumento da ingestão de alimentos, alimentação na ausência de fome, alimentação emocional, compulsão alimentar e ganho de peso a longo prazo.

Vários estudos experimentais mostraram que experiências discriminatórias de peso levam à diminuição do controle inibitório e aumento  ingestão calórica.

Esses comportamentos alimentares provavelmente são mediados por sofrimento emocional e desregulação e não devem ser considerados falhas pessoais, mas estratégias de enfrentamento mal adaptadas ao tratamento injusto.

Além disso, o estigma do peso é único em comparação com outros estigmas sociais, pois os preconceitos tendem a ser aceitos por pessoas em todo o espectro de peso.

O viés de peso internalizado (IWB) engloba a autoculpa e a autodesvalorização que resulta de endossar mensagens sociais negativas em torno do peso e aplicá-las a si mesmo.

Acredita-se que o IWB  explicar a relação entre o estigma do peso percebido de forma aguda ou indiretamente percebido e comportamentos alimentares mal adaptados bem como vergonha e insatisfação corporal, exercícios e comportamentos de saúde, dor corporal e conversa sobre peso dos pais.

O estigma pode levar a esforços para escapar da discriminação por meio de tentativas de perda de peso, e, portanto, alguns argumentam que pode ter um papel positivo  para motivar os indivíduos a se engajar em comportamentos de saúde.

No entanto, a estigmatização cria um efeito duplo e compensatório de aumentar a motivação para se envolver em comportamentos não saudáveis ​​​​de controle de peso, ao mesmo tempo em que diminui a capacidade percebida de controlar o peso, e está consistentemente ligada a comportamentos adversos à saúde e à diminuição da saúde a longo prazo.

A moralização suscita um desejo agudo de defender a identidade moral de alguém, provocando respostas que talvez sejam visíveis, mas não conducentes à saúde.  provavelmente terá o efeito oposto de desengajamento e evitação desse comportamento.

Hunger et al. propuseram um modelo de ameaça à identidade social que elucida os processos que ligam o estigma do peso e a cascata de mecanismos que causam a deterioração da saúde física e psicológica, muitos  dos quais estão bidireccionalmente ligados a comportamentos alimentares.

Além disso, a obesidade cíclica/estigma baseado no peso, o modelo de estigma (COBWEBS) de Tomiyama representa o estigma do peso como um ciclo de feedback positivo perpetuado pelo aumento do cortisol e comportamentos alimentares induzidos pelo estigma, que promovem o ganho de peso e, portanto, mais estigmatização.

A saúde é um dos contextos mais comuns onde ocorre a estigmatização do peso.

Os médicos foram relatados como a segunda fonte mais comum de estigma e discriminação do peso. 

Remmert et al. descobriram que mais de 70% dos adultos americanos matriculados em um programa de perda de peso  relataram incidentes de  estigmatização de saúde.

Da mesma forma, Puhl et al. encontraram essa proporção em dois terços entre adultos em programas de controle de peso em seis países diferentes.

Além disso, as pessoas com obesidade são duas vezes mais propensas a relatar discriminação de saúde em comparação com aquelas com baixo peso.

Evidências extensas destacam forte viés de peso entre profissionais de saúde (HCP), incluindo médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, cinesiologistas, estudantes dessas disciplinas e até  especialistas em obesidade.

É improvável que os profissionais de saúde discriminem deliberadamente seus pacientes.

Por exemplo, quando medido pelo Teste de Associação Implícita de Harvard, uma medida validada de viés de peso inconsciente, a maioria dos estudantes de medicina e enfermagem exibe um viés mais forte quando comparado com o que eles relatam como estigma auto-relatado, ou seja, pistas sociais e comportamentos que fazem com que o destinatário se sinta desvalorizado, desrespeitado ou humilhado.

De fato, a maioria das experiências de saúde estigmatizantes de peso relatadas pelos pacientes não são evidentes, mas sutis.

Isso pode incluir evitar contato visual ou toque físico, fornecer conselhos sobre perda de peso não solicitados ou simplificados ou não ter equipamento de tamanho adequado à mão.

Os preconceitos por trás do estigma promulgado podem ser explícitos, referindo-se a crenças, estereótipos e atitudes conscientes, ou implícitos, referindo-se a processos inconscientes e automáticos.

Foi demonstrado que o viés explícito e implícito leva à atribuição excessiva de problemas de saúde ao peso, menos tempo gasto com os pacientes e comunicação afetiva positiva menos centrada no paciente, comunicação afetiva positiva.

Além disso, pacientes com alto IWB relatam maior evasão de cuidados de saúde, maior percepção de julgamento por parte dos médicos, menor frequência de obtenção de check-ups de rotina, escuta e respeito menos frequentes por parte dos profissionais e cuidados de saúde de qualidade inferior.

Assim, o viés de peso não controlado entre os profissionais de saúde, bem como o IWB entre os pacientes, potencialmente prejudica o sucesso do diagnóstico, tratamento e resultado.

A identificação de maneiras amplamente aplicáveis ​​para reduzir efetivamente o estigma do peso relacionado à saúde é urgentemente necessária.

Além de melhorar a prestação de serviços de saúde e a saúde e o bem-estar dos pacientes com obesidade, cuidados de saúde que não apenas evitam, mas abordam e reduzem ativamente o IWB podem ajudar os pacientes a lidar melhor e reduzir os efeitos do estigma até que seja minimizado na sociedade.  

Não surpreendentemente, enquanto a estigmatização faz o oposto, a comunicação empática e não estigmatizante relacionada ao peso pode aumentar a motivação de saúde dos pacientes e a intenção de seguir os conselhos dos profissionais de saúde.

Uma recente declaração conjunta de consenso internacional das principais autoridades de saúde pediu a eliminação do estigma do peso, um processo essencial para alcançar as metas de saúde pública globalmente.

Abordar preconceitos negativos na comunidade de saúde ajudará a defender uma cultura e uma sociedade em que o respeito, a dignidade e o cuidado concedidos a cada pessoa não dependam de seu peso corporal.

As intervenções de redução do estigma são uma prioridade de pesquisa atual.

No entanto, há uma escassez de estratégias acordadas, eficazes e práticas para combater o preconceito relacionado ao peso, o que contribui para a falta de ações estratégicas anti-estigma.

Portanto, o objetivo desta revisão foi avaliar sistematicamente o conhecimento atual sobre estratégias para minimizar o viés de peso em profissionais de saúde e identificar direções de pesquisas futuras.

CONCLUSÕES

Esta revisão analisou as estratégias de redução do estigma de peso nos cuidados de saúde.

Intervenções envolvendo o viés de redução de peso entre HCPs atuais e futuros foram incluídas.

Embora ainda sejam necessárias mais pesquisas, o crescente interesse no estigma do peso é encorajador.

Cerca de metade dos estudos incluídos nesta revisão foram realizados apenas nos últimos 5 anos, fornecendo informações valiosas à medida que começamos a tomar medidas amplas para erradicar o viés de peso nos cuidados de saúde e na sociedade.  

Com base em nossas descobertas, oferecemos três recomendações principais para a redução do estigma em relação à educação, prática e pesquisa em saúde.

Primeiro, há uma necessidade de educar todos os estudantes de saúde sobre os fatores complexos que regulam o peso corporal e abordar o estigma do peso, sua prevalência, origens e impacto, explicitamente.

A falha em abordar o estigma entre os profissionais de saúde atuais e futuros sustenta a formação de preconceitos.

Nossos achados mostram que a educação biomédica por si só não reduz o estigma e, na maioria dos estudos, os grupos de controle, quando incluídos, exibiram maior viés ao longo do tempo.

Focar estudantes de saúde desde o início e ao longo de sua educação pode ser particularmente benéfico porque eles estão no processo de formação de suas crenças e atitudes em relação ao sobrepeso e à obesidade e podem ser mais receptivos a novas informações que mudam o paradigma.

De fato, uma meta-análise sobre a maleabilidade do viés de peso por Lee et al. descobriu que os tamanhos de efeito, embora não estatisticamente significativos, foram consideravelmente maiores em amostras de estudantes em comparação com profissionais ou estagiários.

Embora houvesse apenas quatro estudos envolvendo profissionais de saúde nesta revisão, os resultados apoiam essa noção.

Portanto, são bem-vindas as revisões dos atuais currículos de saúde, levando em conta tanto a atribuição causal da responsabilidade pessoal pelo peso quanto o valor negativo da gordura.  

Isso poderia ser alcançado garantindo que haja palestras sobre a complexidade da obesidade, incluindo determinantes genéticos e socioambientais da regulação do peso, bem como a ciência da promoção da saúde com inclusão do peso.

Nesta revisão, as intervenções baseadas ou informadas por informações causais e/ou ciência de peso crítico e HAES foram bem-sucedidas em melhorar o viés explícito, enquanto a evocação de empatia foi menos bem-sucedida.  

Uma distinção importante entre, por exemplo, a abordagem de inclusão de peso e a abordagem menos eficaz de evocação de empatia pode estar nos sentimentos que elas provocam.

Em vez de provocar pena enfatizando as dificuldades de viver com obesidade, uma abordagem mais produtiva para reduzir o estigma poderia ser destacar a humanidade comum e o direito civil à saúde.

Em segundo lugar, há uma necessidade de se afastar de uma abordagem centrada apenas no peso para a saúde para uma abordagem mais focada na saúde, incluindo a inclusão do peso.  

Igualmente importante para a questão do “como não fazer”, é a questão do “como e o que” oferecemos nos serviços de saúde.  

Nossos achados indicam que os encontros clínicos são um elemento importante na formação das crenças e atitudes dos profissionais de saúde.

Em vários estudos, expectativas ou experiências negativas em relação ao atendimento ao paciente, adesão e resultados contribuíram para a retenção do viés de peso.

Todas as instalações de saúde devem estar equipadas com instrumentos de tamanho apropriado, incluindo, mas não limitado a, cadeiras, manguitos de pressão arterial e aventais.

É importante ressaltar que estar ciente e ser capaz de usar intervenções que melhorem a saúde dos pacientes, independentemente de seu peso ou mudança de peso, tem o potencial de reduzir as experiências negativas e os estereótipos dos profissionais de saúde do chamado “paciente difícil” e, em vez disso, promover um relacionamento médico-paciente mutuamente benéfico focado na saúde. 

Os dados mostram que os pacientes se beneficiam psicologicamente e fisicamente de programas de inclusão de peso que abordam o IWB, os aspectos psicológicos da alimentação e a experiência social de viver com sobrepeso ou obesidade.

Abordar o IWB provavelmente será de maior benefício quando entregue dentro de um programa de promoção da saúde com inclusão de peso e antes de iniciar com a perda de peso comportamental, porque o IWB é maior naqueles que buscam perda de peso quando comparados com a população em geral.

Permanece questionável se e até que ponto um objetivo de perda de peso reforça as crenças sobre controlabilidade e culpa do peso e, portanto, é por si só estigmatizante.

Além disso, trabalhar para diminuir o IWB dentro de programas de perda de peso pode ser um desafio porque uma meta de perda de peso pode condicionar melhorias no IWB à perda e manutenção do peso.

A triagem e a abordagem do IWB em pessoas com sobrepeso ou obesidade que buscam melhorar seus comportamentos alimentares, além de financiar, projetar e implementar intervenções de redução de estigma de longo prazo, pode ajudar a reduzir o viés de peso em profissionais de saúde, uma vez que permite o reforço contínuo e a promulgação de valores de estigma anti-peso.

Além disso, embora a responsabilidade de reduzir o estigma do peso em ambientes de saúde deva recair sobre o provedor, reduzir o IWB pode capacitar os pacientes a defender os cuidados que merecem.

Por fim, ao realizar pesquisas sobre a relação entre peso, saúde e mortalidade, é necessário garantir que os pesquisadores meçam e considerem os efeitos de confusão e/ou mediação do estigma do peso.  

O estigma do peso, como vivenciado e/ou internalizado, está em grande parte ausente da pesquisa epidemiológica atual, que informa o discurso médico, político e social.

Pesquisas preliminares mostram que uma proporção significativa da relação entre obesidade e resultados de saúde pode ser explicada não pelo peso corporal em si, mas pelas experiências negativas comumente compartilhadas por pessoas com sobrepeso e obesidade.

Mais pesquisas são necessárias para entender essa relação e destacar a importância do estigma do peso nos resultados de saúde na comunidade científica.

Embora o argumento ético e a base de evidências para a necessidade de reduzir o estigma nos cuidados de saúde e além sejam fortes, a atenção da pesquisa precisa se mover para encontrar evidências empíricas rigorosas sobre as abordagens específicas para reduzir o estigma do peso não apenas no curto prazo, mas no longo prazo.  

Projetar ensaios clínicos randomizados e robustos com populações de grande porte e acompanhamento suficiente manterá esse objetivo.

No entanto, a magnitude e as consequências do problema exigem ação cautelar, mesmo que as evidências ainda estejam surgindo.  

A erradicação do estigma do peso na sociedade deve ser tratada como uma prioridade de saúde pública.  

Isso requer uma abordagem sistêmica completa, com a cooperação de uma ampla gama de partes interessadas, entre as quais HCPs, educadores, pesquisadores e formuladores de políticas, bem como pacientes, desempenham um papel essencial.

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By Alberto Dias Filho 
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