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segunda-feira, 9 de abril de 2018

O que eu trato e o que eu não trato

Muitas pessoas agendam consulta pensando que trato de determinadas doenças. O objetivo deste post é deixar claro o que trato e o que não trato em meu consultório. Assim os pacientes evitam agendar consulta erroneamente.

O que eu não atendo em meu consultório?
  • Pacientes que desejam fazer uso de anabolizantes, hormônios com finalidade estética, uso de GH, dieta HCG, modulação hormonal, ozonioterapia, PRP, qualquer tipo de procedimento médico;Não trabalho com nada disso.
  • Pacientes oncológicos (com câncer); Encaminho para a Nutricionista Jordana Torres (Fone: 62 3212 4020) e para o Oncologista Clínico Dr. Danilo Araújo de Gusmão (Fone: 62 - 3226-0200)
  • Pacientes nefropatas: Encaminho para o meu amigo Dr. Rodrigo Costa que é Nefrologista e Nutrólogo (Fone: (62) 32425441) e para a Nutricionista Clara Sandra (Fone: 99322-9731)
  • Terapia de reposição hormonal. Posso até fazer o diagnóstico do déficit, mas não prescrevo hormônios. Ou seja, todas desordens hormonais que necessitam de tratamento encaminho para uma amiga, Dra. Natalia Jatene  (Fone: 3281-7799)
  • Pacientes portadores de esquizofrenia, dependência química ou de álcool: encaminho para o psiquiatra Dr. Murilo Caetano (Fone - 3245-2034) ou  Dr. Heisler Lima (Fone: 62 -  3246-8400 e 99646-8400) ou Dr. Thiago Cesar da Fonseca (Fone:  (62) 3639-1895 ou 99316-7575)
O que eu atendo em meu consultório?
  • Hipertrofia
  • Pacientes vegetarianos, veganos, ovolactovegetarianos, crudivoristas;
  • Fadiga, cansaço crônico, astenia, fraqueza, indisposição;
  • Obesidade em todos os seus graus: crianças acima dos 5 anos até idosos;
  • Acompanhamento pré e pós-cirurgia bariátrica; 
  • Transtorno da Compulsão  Alimentar Periódica (TCAP);
  • Bulimia e anorexia (aspectos nutricionais, a parte psiquiátrica encaminho para o Dr. Rodolfo Campos que é psiquiatra e especialista na área (Fone:3282-6849)
  • Aspectos nutricionais da ansiedade; depressão; insônia (ou seja, o psiquiatra faz a parte dele e eu busco déficits nutricionais ou intoxicação por  substâncias que possam estar interferindo no agravamento da doença);
  • Orientações nutrológicas na Intolerância à glicose, resistência insulínica e Diabetes mellitus tipo 2; 
  • Dislipidemias: hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia; 
  • Síndrome metabólica;
  • Esteatose hepática não-alcóolica (fígado gorduroso);
  • Alergias alimentares e Intolerâncias alimentares (lactose, frutose e sacarose);
  • Anemias carenciais (Ferropriva, por deficiência de B12, ácido fólico, cobre, zinco, complexo B, vitamina A); 
  • Intoxicação crônica por metais tóxicos: Alumínio, Chumbo, Mercúrio, Arsênico, Cádmio com posterior quelação; 
  • Orientações nutrológicas em Constipação intestinal (intestino preso) e Diarréia crônica; 
  • Dispepsias correlacionadas à ingestão de alimentos específicos (má digestão);
  • Alterações da Permeabilidade intestinal (leaky Gut), Disbiose intestinal e Síndrome de Supercrescimento bacteriano do intestino delgado (SIBO) ;
  • Síndrome do intestino irritável;
  • Fibromialgia (aspectos nutrológicos);
  • Acompanhamento nutrológico pré-gestacional e gestacional (preparo pré-gravidez e pós-gravidez para retornar ao peso anterior e fazer suplementações necessárias);
  • Infertilidade (aspectos nutrológicos), a parte de investigação encaminho para Dra. Lorena Apolinário - Fone: 3638-3515; 
  • Orientações nutrológicas para cardiopatas (Insuficiência coronariana, Insuficiência cardíaca, Arritmias, Valvulopatias, Hipertensão arterial);
  • Orientações nutrológicas para pneumopatas (Enfisema, Asma, Fibrose cística);
  • Orientações nutrológicas em Hiperuricemia, Gota, Litíase renal;
  • Orientações nutrológicas em: Doença de Alzheimer;
  • Orientações nutrológicas em Transtorno de déficit de atenção com hiperatividade;
  • Orientações nutrológicas em pacientes com sarcopenia e osteoporose; 
  • Orientações nutrológicas para portadores de doenças autoimunes (artrite reumatóide, lúpus, Hipotireoidismo/tireoidite de hashimoto, psoríase, vitiligo);
  • Orientações nutrológicas em portadores de HIV em tratamento com antiretrovirais;

quinta-feira, 13 de maio de 2021

Medicina integrativa, será que estão integrando verdadeiramente o paciente ?


É muito comum que nos questionem, se nós como Nutrólogos, trabalhamos com Medicina integrativa. A resposta é: Não! 

Não com essa Medicina integrativa que propagam por aí. A verdadeira medicina integrativa não deveria sequer ser chamada de Medicina, pois, consiste em preceitos básicos que deveriam ser adotados por todos os médicos. Entretanto, alguns "portadores" de diplomas se intitulam médicos integrativos pelo Hype do termo. Como se, ser integrativo, fosse um diferencial. 

A partir do momento que um médico se diz especialista em Medicina integrativa ele está cometendo uma infração ética, pois, não é uma especialidade médica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina.  Baseado na Resolução 1.974/11. "É vedado ao médico, na relação com a imprensa, na participação em eventos e no uso das redes sociais: d) divulgar especialidade ou área de atuação não reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina ou pela Comissão Mista de Especialidades; assim como e) anunciar títulos científicos que não possa  comprovar e especialidade ou área de atuação para a qual não esteja qualificado e registrado no Conselho Regional de Medicina".

Uma prática integrativa deveria ser a regra e não a exceção. Tornar esse tipo de prática uma especialidade médica ou mesmo área de atuação não tem fundamento, pois, são princípios norteadores de uma boa prática médica.


O objetivo é simplesmente integrar os vários sistemas do corpo humano e olhar o paciente de forma global (holística), considerando aspectos não só orgânicos, mas também os emocionais, espirituais,  sociais e ambientais. 

O ser humano não é dissociado da sociedade e muito menos da natureza. Logo, uma visão dissociada não é o que preza a boa prática médica. Deixar de agregar à prática clínica, novas técnicas que demostram evidência em ensaios clínicos  além de certificado de "obsolescência" por parte do médico, pode ser considerado, na nossa visão, negligência. A ciência vem evoluindo. A Medicina acompanha essa evolução.

Toda a nossa medicina ocidental é baseada na tradição hipocrática do pensamento médico. O exame clínico foi todo moldado nos princípios do método hipocrático. Ou seja, resume-se a  “observar, estudar o paciente e não somente a doença, avaliar honestamente e ajudar a natureza”. A visão integradora de Hipócrates permeia toda a sua obra. Logo, a tradição hipocrática em sua essência é totalmente integrativa e acima de tudo ética. 

Achamos um artigo bem interessante que fez um quadro com inúmeros conceitos do que alguns autores acreditam ser Medicina Integrativa.



Mas antes de falarmos o que é realmente a Medicina chamada integrativa, precisamos falar quando e onde surgiu esse conceito. 

O início

No anos 60, intensificou-se a procura mundial por novas modalidades terapêuticas ditas “alternativas”. Isso ocorreu, principalmente, pelo aumento da incidência das doenças crônico-degenerativas não transmissíveis, combinado com e a insatisfação com o modelo vigente de saúde. 

Desde 1978, a OMS incentivou em nível mundial os cuidados de saúde primários e a integração de “práticas médicas tradicionais” eficazes para promover a saúde global – sendo essa a primeira “tentativa de integração” da medicina dita "integrativa" nos sistemas públicos de saúde.  

Mas a primeira utilização do termo, data de 1994, por Andrew Weil, médico americano da Universidade do Arizona, na qual se definia medicina integrativa como uma “medicina” orientada à saúde, que tinha como foco um olhar global do paciente, olhando não só aspectos relacionados às doenças, mas também o seu estilo de vida. Em 1980, EUA e Inglaterra adotaram a denominação “medicina complementar” e hoje muitos preferem. 

Na teoria a ideia parece bem interessante. Uma área que amplia os olhares da Medicina convencional e faz a Medicina evoluir. Mas não é isso que temos visto nos consultórios médicos brasileiros. A verdadeira Medicina Integrativa “Integrative Medicine” está presente em mais de 60 (sessenta) centros universitários acadêmicos americanos como: Harvard, Arizona, Massachusetts, Mayo Clinic, Cleveland Clinic, Califórnia, entre outras. 

Infelizmente, no Brasil ela foi deturpada, apesar dos esforços de alguns profissionais sérios da área, como é o caso do pioneiro na "Medicina integrativa" no Brasil.

O Dr. Paulo de Tarso Lima, médico cirurgião de São Paulo, foi até a Universidade do Arizona beber da fonte e conhecer mais de perto o berço  do movimento. A ideia do Dr. Paulo é excelente. Criou inclusive um pós-graduação na área (a pioneira no Brasil). É o idealizador e cofundador do serviço de Medicina Integrativa do Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein de São Paulo - SP.

O que aconteceu no Brasil?

Os princípios da chamada  "Medicina integrativa" foram corrompidos por alguns profissionais, que viram nessa "nova especialidade" uma forma de:
  1. Lucrarem, 
  2. Venderem produtos, 
  3. Criarem doenças inexistentes, 
  4. Defenderem valores de referência supra-ótimos,
  5. Agregarem práticas que são proibidas pelo Conselho Federal de Medicina.  Resolução Nº1999/2012.
        "De acordo com Andrew Weil, existem princípios definitivos da medicina integrativa a serem respeitados, como consta a seguir.
        • Paciente e praticante são parceiros no processo de cura.
        • Todos os fatores que influenciam a saúde, bem-estar e doença são levados em consideração, incluindo mente, espírito e comunidade, bem como o corpo
        • O uso apropriado de métodos convencionais e alternativos facilita a resposta de cura inata do corpo.
        • Intervenções eficazes, naturais e menos invasivas devem ser usadas sempre que possível. A medicina integrativa não rejeita a medicina convencional nem aceita terapias alternativas sem crítica.
        • O bom “remédio” é baseado em boa ciência. É orientado pela investigação e aberto a novos paradigmas. Juntamente com o conceito de tratamento, os conceitos mais amplos de promoção da saúde e prevenção de doenças são primordiais.
        • Praticantes da "medicina integrativa" devem exemplificar seus princípios e comprometer-se com a autoexploração e o autodesenvolvimento. Desse modo, pode-se clarificar a importância da relação terapêutica, a abordagem do paciente como um todo, a orientação para a “cura/melhoria” e a participação ativa do paciente no tratamento.
          A medicina integrativa pode ser entendida como a “combinação” da medicina convencional com a medicina complementar, com base em evidências científicas e com a finalidade de oferecer maior variedade de opções terapêuticas aos pacientes."

        Resumindo: na teoria a "Medicina integrativa' é bonita e o modelo ideal no exercício da Medicina, na minha concepção. Porém o que se vê são médicos e profissionais da área da saúde que usurpam o termo e propagam teorias como se elas fizessem parte da grade do que é estudado na Medicina integrativa. Médicos que criam suas próprias teorias e saem por aí afirmando que aquilo faz parte da "Medicina Integrativa". 

        Exemplo bem simples: prescrição de anabolizantes para quem não tem indicação. Indo mais além, prescrição de anabolizantes para fins estéticos. Prescrição de medicações que ainda têm pouca ou nenhuma evidência da eficácia ou segurança. Restrições alimentares infundadas. Utilização de exames não reconhecidos pelas sociedades médicas. Demonização da indústria farmacêutica e prescrição exagerada de formulações manipuladas, elaboradas de forma irracional. 

        Integração é acima de tudo:

        • Respeitar o paciente, 
        • Enxergá-lo de forma global, 
        • Não ignorar a ciência, 
        • Não aceitar estudos fajutos como evidência de algo. 

        O programa de pós-graduação do Einstein contempla terapias de toque, técnicas que trabalham a conexão mente/corpo e as medicinas chinesa e indiana. Mas deixa claro a necessidade de a todo momento se fazer uma análise crítica e realizarem ensaios clínicos para a ciência evidenciar o que realmente funciona e merece ser incorporado à prática clínica cotidiana. A universidade de Harvard tem em seu site, uma parte que trata de Medicina complementar: https://www.health.harvard.edu/topics/alternative-and-complementary-medicine?page=2 Na qual visa mostrar quais evidências existem em diversas práticas. 


        Alguma das áreas estudas e defendidas pelo "Medicina integrativa":

        "Acupuntura: A prática milenar de origem chinesa vira e mexe é colocada à prova pela ciência. Nos últimos anos, pesquisadores queriam saber se a ação das agulhadas em pontos específicos não era algo apenas deflagrado pela mente (o tal efeito placebo) e decifrar como ela interfere no organismo. No final de 2012, um dos maiores estudos na área, financiado pelo Centro Nacional de Medicina Complementar e Alternativa dos EUA, jogou evidências sobre a discussão: depois de revisar 29 pesquisas, totalizando quase 18 mil participantes, o trabalho mostra que a acupuntura tradicional ajuda a combater dores crônicas nas costas, na cabeça e ligadas à artrite. “Essa é a maior análise já feita para verificar se há diferenças entre a terapia de verdade e a baseada em pontos falsos, o placebo. Ela resolve a questão de que a acupuntura não se restringe a um mero efeito da mente”, diz o epidemiologista Andrew Vickers, do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, líder da investigação. Estudos já identificaram áreas do cérebro acionadas pelas agulhas, entre elas nosso centro de controle da dor. “A acupuntura promove a liberação de substâncias analgésicas, as endorfinas, mas precisamos entender agora como se dá essa ação permanente na dor crônica”, diz Vickers. É uma especialidade médica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina.
        Origem: China Antiga
        Principais indicações: dor nas costas, dor de cabeça, problemas nas articulações, pressão alta, sintomas indesejados da menopausa e da gravidez, ansiedade, depressão, insônia, efeitos adversos de tratamento contra o câncer, distúrbios cognitivos.
        Contraindicações: pessoas com alergia intensa ou lesões na pele, muita sensibilidade a agulhas, fobia de ser picada e imunidade baixa.
        Onde faltam evidências: enxaqueca crônica, tratamento de alguns tipos de câncer, doenças cardíacas agudas."

        "Musicoterapia: Assim como um sambão instiga o corpo a se mexer e uma sonata nos deixa contemplativos, a capacidade que a música tem de alterar o ânimo é utilizada com fins terapêuticos. “As melodias interferem no sistema límbico, nosso centro das emoções, alteram o padrão de ondas cerebrais e propiciam a liberação de substâncias relaxantes e analgésicas”, diz Eliseth Leão, cujo mestrado e doutorado tratam de musicoterapia. Um experimento da Universidade do Kentucky, nos EUA, mostrou que pessoas submetidas a cirurgia e expostas a uma seleção musical durante e após a operação se recuperaram mais rápido que aquelas que só ouviram os médicos conversando. A hipótese é que sons plácidos aliviem o estresse e tirem o foco da situação a ser enfrentada. As sessões de musicoterapia duram, em geral, 20 minutos e podem ser em grupo ou individuais. “A escolha do repertório respeita o objetivo do tratamento e o perfil do paciente”, diz Eliseth. E a terapia continua até fora do consultório, já que é possível escutar um playlist em casa.  
        Origem: embora o uso da música em rituais terapêuticos remonte à Antiguidade, sua entrada pra valer na medicina moderna se deu na década de 1960.
        Principais indicações: controle do estresse, dores agudas e crônicas, ansiedade, depressão, distúrbios cognitivos, autismo, recuperação no câncer.
        Contraindicações: vítimas recentes de derrame e portadores de epilepsia musicogênica (condição rara em que os estímulos sonoros provocam convulsões).
        Onde faltam evidências: doenças psiquiátricas que geram estados de excitação e alucinação."
         
        "Homeopatia: Quem é que nunca fez (ou pelo menos já ouviu falar em alguém que fez) um tratamento com gotinhas ou comprimidos homeopáticos? Desde que a Associação Médica Brasileira a reconheceu como uma especialidade em 1980, a homeopatia se tornou bastante popular no país. Tal avanço não eliminou, contudo, a desconfiança de uma extensa parcela dos próprios médicos, que acreditam na falta de evidências capazes de legitimar seu uso. “A medicina hoje é muito atrelada ao mercado e a indústria farmacêutica teme a homeopatia pelo fato de que ela é simples, mais barata e contraria o filão dos laboratórios, que é a doença em si”, opina o pediatra e homeopata Renan Marino, professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. Marino desenvolveu uma experiência pioneira com um remédio homeopático frente à epidemia de dengue que assolava essa cidade no interior paulista. Cerca de 20 mil doses foram distribuídas entre a população e houve uma queda de 80% no número de casos da infecção registrados — e nenhuma pessoa evoluiu para a forma hemorrágica e mais grave da doença. Hoje, o especialista investiga o potencial da homeopatia em crianças com hiperatividade. “Em 80% dos casos, podemos tirar a droga normalmente receitada e só o homeopático já consegue equilibrar a agitação”, conta. Apesar desses resultados, há pesquisadores que questionam sua eficácia e modo de ação. O médico alemão Edzard Ernst, da Universidade de Exeter, na Inglaterra, afirma, depois de inúmeras investigações no campo das terapias alternativas, que seu efeito não passa de placebo. “Um remédio homeopático costuma ser tão diluído que não chega a ter qualquer molécula ativa. Há quem defenda que algum tipo de energia é transferido ao produto no processo de diluição, mas essa hipótese é implausível”, diz. Com base nisso, Ernst salienta que a homeopatia não deveria substituir intervenções convencionais diante de um problema de saúde mais grave.
        Origem: criada pelo alemão Samuel Hahnemann no século 19 com base em princípios descritos pelo grego Hipócrates no século 4 a.C.
        Indicações: pode ser usada sozinha ou junto a um tratamento convencional em diferentes problemas, como resfriados, bronquite e sinusite, doenças que geram dor crônica e queimaduras.
        Contraindicações: não há, a menos que existam reações adversas a compostos específicos.
        Onde faltam evidências: Infecções severas, alergias e dermatites intensas, quadros que cobram internação."

        "Fitoterápicos: Um dos hábitos mais antigos da humanidade é recorrer à natureza para abrandar males do corpo e da alma. E não é à toa que uma porção de remédios, hoje fabricados por farmacêuticas, tem seu princípio ativo baseado em substâncias encontradas originalmente em plantas. A fitoterapia se apoia justamente no princípio de usar o que o reino vegetal oferece para tratar doenças e isso pode ser feito por meio de extratos, infusões, cápsulas, pomadas... Sua força no Brasil parece vir das nossas heranças históricas — basta pensar na cultura indígena — e da diversidade da nossa flora. Acontece que, a exemplo de outras práticas, o uso de plantas carece do carimbo científico, ainda mais porque dosagens e combinações equivocadas são capazes de derrubar o organismo. Felizmente, muitas instituições, como a Universidade Estadual de Campinas e a Federal de Santa Catarina, investem na pesquisa de fitoterápicos. E, antenado à tendência, o próprio SUS oferece 12 extratos de plantas em sua rede. “São fitoterápicos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária em critérios de eficácia e segurança”, diz Carlos Gadelha, secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde (confira no esquema ao lado).
        Origem: plantas são usadas como remédios em todo o mundo desde a pré-história.
        Principais indicações: dores, processos inflamatórios, problemas gastrointestinais e do aparelho respiratório e colesterol alto
        Contraindicações: em tese, todos os fitoterápicos podem apresentar riscos e efeitos adversos, daí a necessidade de uma indicação médica.
        Adendo: Salientamos que mais ensaios clínicos devam ser feitos com fitoterápicos, já que apesar da imensa gama de produtos no mercado, uma minoria tem realmente evidência científica que justifique a sua prescrição. Exemplo: fitoterápicos para obesidade. Os estudos até o momento não nos convence, justificando a sua prescrição. "

        "Aromaterapia: O químico francês René Gattefossé descobriu quase sem querer, nos anos 1920, o poder dos óleos essenciais: depois de queimar a mão, ele percebeu que o aroma da lavanda acalmava a dor. De lá pra cá, essa estratégia foi estendida para uma legião de plantas e virou abordagem terapêutica, a aromaterapia. Hoje, em países como Inglaterra e França, ela deixou spas para ser incorporada ao ambiente hospitalar. O óleo de lavanda, um dos mais famosos, já é usado em alas de queimados devido ao seu efeito calmante e analgésico. O potencial do método se deve à alta concentração do princípio ativo presente no óleo: o efeito de uma gota equivaleria ao de 25 xícaras do chá. “No tratamento, levamos em conta as queixas do paciente e suas preferências aromáticas. O uso pode ser feito por meio de cremes, sabonete líquido, massagem com o óleo ou através de um vaporizador”, explica Sandra Spiri, presidente da Associação Brasileira de Aromaterapia e Aromatologia. Hoje a principal ação dos óleos essenciais é o combate ao estresse e à ansiedade, o que justificaria, segundo novos trabalhos, seu benefício cardiovascular. Na Universidade Médica Taipei, em Taiwan, notou-se que uma curta exposição ao óleo de tangerina, por exemplo, ajuda a baixar a pressão arterial.
        Origem: há relatos de que, na Antiguidade, egípcios, romanos, hindus e chineses já usavam óleos essenciais. Mas a terapia entrou na era científica com o químico francês René Gattefossé, no início do século 20.
        Principais indicações: controle de estresse, ansiedade e dores.
        Contraindicações: idosos ou pessoas que tomam muitos medicamentos, indivíduos com alergia e gestantes.
        Onde faltam evidências: quadros de náusea e vômito intensos; o uso terapêutico isolado é, muitas vezes, pouco efetivo."

        "Hipnose: Quando chegamos em casa e não lembramos o percurso das últimas quadras é porque estávamos numa espécie de transe — o inconsciente se manifesta enquanto é mantida uma reserva de vigilância. A hipnose nos induz a um estado semelhante e isso já é explorado no tratamento de depressão, fobias, distúrbios sexuais e alimentares. Até condições com sintomas mais físicos são enfrentadas — e convém esclarecer que o paciente é submetido a um treinamento até poder passar pelo tratamento. Um estudo publicado pelas universidades de Baylor, Texas e Indiana, nos EUA, com 187 mulheres com calorões motivados pela menopausa, mostrou que aquelas submetidas à hipnose tiveram uma redução de 74% na frequência desse incômodo contra 13% do grupo de controle.
        Origem: o termo e seus precursores, Jean-Martin Charcot, Josef Beurer e Sigmund Freud, vêm do final do século 19.
        Principais indicações: distúrbios psicológicos, transtornos sexuais e alimentares, controle da dor, de vícios e manias, insônia.
        Contraindicações: não há, mas é ineficaz em pessoas não-suscetíveis.
        Onde faltam evidências: como anestésico em cirurgias de grande porte, dores agudas e doenças nervosas."

        "Técnicas de respiração: Uma ação simples e até obrigatória para o organismo vem sendo explorada como coadjuvante no tratamento de distúrbios psicológicos. Trabalhar o ritmo da respiração, utilizando mais o diafragma (o músculo que impulsiona o inspirar e o expirar) e controlando a entrada e a saída de ar, é uma tática bem-sucedida para subjugar e afastar ataques de pânico e ansiedade, como indicam estudos do psiquiatra Antonio Egidio Nardi, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “Isso ajuda a complementar o tratamento com remédios", diz. Há diversos treinos de respiração e um dos mais famosos é o método Sudarshan Krya, do ioga, tema de trabalhos na Universidade Harvard que demonstraram sua eficácia no controle do estresse, colesterol e insônia. Num experimento do Instituto do Coração de São Paulo (Incor), os médicos observaram que exercícios respiratórios melhoraram os níveis de pressão arterial de idosos. “O ritmo de respiração mais lento ativa o lado calmo do sistema nervoso autônomo, estimulando o relaxamento dos vasos”, justifica o pneumologista Geraldo Lorenzi Filho. Esta e outras técnicas ainda colaboram para controlar a asma e minorar a dor no parto.
        Origem: algumas técnicas, como a do ioga, têm registros milenares
        Principais indicações: controle do estresse, de crises de ansiedade, ataques de pânico, dores agudas e da pressão arterial.
        Contraindicações: a princípio, não há.
        Onde faltam evidências: até agora, não há evidências contrárias, mas o uso terapêutico isolado não controla totalmente doenças crônicas."
         
        "Meditação: Pessoas que dedicam um espaço da agenda a essa desconexão com o mundo — e olha que existem diversas formas de meditação — não só viveriam menos abatidas pelo estresse como estariam mais blindadas contra doenças. Um trabalho da Universidade de Wisconsin-Madison, nos EUA, acaba de demonstrar, depois de um teste com 154 voluntários, que indivíduos que meditam meia hora por dia correm menor risco de sofrer com gripes e resfriados e perder dias de trabalho por isso. “É provável que, interferindo no sistema nervoso, a prática ajude a regular a imunidade”, diz o autor, Bruce Barrett. Além da verve preventiva, a meditação também tem passado nas provas que avaliam sua capacidade de melhorar sintomas e dar qualidade de vida: há estudos com resultados positivos em hipertensão, esclerose múltipla e doença de Parkinson. “Estamos avaliando, com exames de ressonância magnética, o impacto da meditação tibetana em pessoas que sofreram danos cognitivos por causa da quimioterapia”, conta Paulo de Tarso Lima, do Hospital Albert Einstein.
        Origem: depende do tipo (budista, cristã, transcendental...). A prática está ligada a religiões e culturas orientais desde a Antiguidade
        Principais indicações: gerenciamento do estresse, controle da dor, ansiedade e depressão, distúrbios nervosos, controle de efeitos colaterais de terapias agressivas.
        Contraindicações: a princípio, não existem, mas a prática tem de ser devidamente orientada.
        Onde faltam evidências: doenças psiquiátricas em crise, tratamento do câncer em si."
         
        "Massagem: Ninguém duvida do poder relaxante de uma boa massagem, mas os profissionais da área ainda lutam para diferenciar uma simples sessão antiestresse (feita até no shopping) de uma intervenção capaz de fazer o corpo reagir a algum desconforto ou problema de saúde. Embora a base seja a mesma — manipular tecidos moles do corpo —, existem várias categorias de massagem: sueca, chinesa, shiatsu, clínica... A exemplo de outras terapias, essa abordagem deve seus louros a minimizar a tensão e toda a cascata de irregularidades desencadeada por ela, como cansaço constante, dores musculares e pressão alta. Isso porque o estado de relaxamento propiciado em uma sessão baixa a concentração de cortisol, o hormônio do estresse, e melhora a qualidade do sono, imprescindível para manter o sistema nervoso sob equilíbrio. Mas a técnica pode se prestar também a efeitos mais localizados. Um estudo capitaneado pela Universidade Duke, nos EUA, aponta que, quando aplicada uma hora por dia toda semana, a massagem sueca, marcada por manipulações mais intensas focadas na musculatura, é eficaz no controle da dor em pessoas com artrose no joelho, problema que não raro resiste a tratamentos convencionais. Hoje, aliás, se busca distinguir os conceitos de massagem terapêutica e clínica. “A primeira é mais de caráter preventivo, enquanto a segunda visa intervir para ajudar a corrigir um problema”, diz Rogério Pires, presidente da Associação Brasileira de Massoterapia Clínica.
        Origem: é uma prática milenar que faz parte, desde a Antiguidade, da cultura indiana, chinesa, tailandesa, romana e egípcia.
        Principais indicações: controle do estresse, melhoria da qualidade do sono, gerenciamento da dor, constipação intestinal e recuperação de problemas musculares.
        Contraindicações: pessoas em tratamento contra alguns tipos de câncer, indivíduos com varizes acentuadas ou diante de um processo inflamatório acentuado na pele ou nas articulações.
        Onde faltam evidências: dores agudas e intensas, alguns tipos de câncer, lesões ortopédicas."

        "Quiropraxia: Quem já ouviu falar nesse método, bastante popular nos Estados Unidos, tende a pensar que ele é uma espécie de massagem com estalos nas costas. Mas a proposta vai além disso. “Por meio de movimentos precisos na coluna, que por vezes geram estalidos, a quiropraxia visa melhorar o alinhamento das vértebras para que a comunicação do sistema nervoso com a periferia se dê de forma mais harmoniosa”, explica Ana Paula Facchinato, coordenadora do curso de Quiropraxia da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo. O principal alvo da técnica é, de fato, toda a extensão da coluna vertebral, e há situações em que seu potencial supera o de remédios. Um estudo da Universidade de Ciências da Saúde Northwestern, nos EUA, revelou recentemente que técnicas de manipulação como a quiropraxia são mais eficazes em controlar dores na região do pescoço que medicamentos e exercícios caseiros. Só vale lembrar que, antes de recorrer ao método, é preciso fazer uma avaliação detalhada da origem do incômodo, até porque em alguns quadros de hérnia de disco e osteoporose ela é contraindicada.
        Origem: Estados Unidos, pelo estudioso de fisiologia e biomecânica humana canadense Daniel Palmer, em 1895.
        Principais indicações: dor na lombar, dor no pescoço, problemas decorrentes de postura e de alterações no corpo (como gestantes).
        Contraindicações: osteoporose grave, hérnia de disco e doenças reumatológicas em crise, vítimas de derrame e algumas pessoas com histórico de câncer.
        Onde faltam evidências: tratamento de dores agudas ligadas à hérnia de disco ou reumatismos."

        Autores:
        Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo
        Dra. Karoline Calfa - Médica Nutróloga e Conselheira do CRM-ES.

        Referência bibliográfica:
        1. https://www.health.harvard.edu/topics/alternative-and-complementary-medicine?page=2
        2. https://revistamedicinaintegrativa.com/estado-da-arte-da-medicina-integrativa-no-mundo/
        3. http://medintegrativa.com.br/medicina-integrativa/
        4. http://medintegrativa.com.br/sobre/
        5. https://www.einstein.br/especialidades/hematologia/atendimento-consultas/medicina-integrativa
        6. http://dab.saude.gov.br/portaldab/pnpic.php
        7. https://www.scielo.br/pdf/csc/v16n3/16.pdf

        quinta-feira, 10 de março de 2016

        A atividade física pode ser perigosa, mas é o sedentarismo que mata milhões por ano.

        A atividade física pode ser perigosa, mas é o sedentarismo que mata milhões por ano.

        Fiz questão de iniciar o texto dessa forma pra deixar claro qual é o verdadeiro problema da sociedade. É claro que é chocante ver uma pessoa de 35 anos apresentar um quadro de morte súbita no meio de outros colegas, mas diariamente as vítimas do sedentarismo estão morrendo e não viram notícia. Elas morrem nos hospitais, de AVC, de hipertensão, de diabetes, de insuficiência cardíaca, de câncer. Isso quando não morrem enquanto dormem, como se fosse uma morte "de causas naturais". Ao mesmo tempo, não estou dizendo que todo mundo deve sair de casa ir fazer exercícios em alta intensidade sem avaliação médica. O que discordo é dizer que o exercício físico é o vilão da história. Mais ainda: discordo que o atestado exigido pelo governo ou por sua academia e que você fez de qualquer jeito irá salvar sua vida.

        Você só deve ir ao médico se realmente estiver interessado no que ele tem pra te dizer e não simplesmente pegar um documento pra dizer "estou seguro", mesmo que tenha omitido a informação que está usando estimulantes, anabolizantes, que está fumando ou que usa algum medicamento que possa aumentar a probabilidade de um evento adverso durante a atividade física.

        A avaliação médica pré-participativa não deveria ser de interesse do governo ou da academia, mas seu. Por isso discordo que deva ser obrigatório, pois você acaba mais interessado num documento do que realmente em ser avaliado. Quem tem que se interessar pela sua saúde é você mesmo. É você que tem que saber que mais de 10% da população tem alguma condição cardiovascular que necessita de acompanhamento médico, mesmo que não seja uma contraindicação para a prática de atividade física em alta intensidade. Se a academia está mais interessada na sua saúde que você, o atestado médico provavelmente fará muito pouca diferença. Em termos de saúde pública, é muito mais interessante que as pessoas não tenham um obstáculo para realizar a atividade física. Ou seja, o atestado médico não pode ser um obstáculo para que você se exercite. Isso quer dizer que a maioria irá se beneficiar da atividade física, mesmo que algumas pessoas possam passar mal com o exercício. Em termos individuais, pode ser eu ou você essa pessoa que irá se dar mal com o exercício. E ai vem a recomendação individual que você vá ao médico para ser avaliado, não pra ele te dar um documento pra praticar atividade física, mas pra que ele realmente te responda se você pode morrer com o exercício físico ou não e tratar doenças existentes.

        Outra coisa: o PAR-Q não substitui o médico, muito menos é um teste sensível para a detecção de problemas e não isenta a academia de responsabilidades. O paciente não sabe descartar que está com um problema cardíaco ou não. Se ele está com sintomas, provavelmente já apresenta uma doença há um certo tempo. As doenças assintomáticas e com maior potencial de um desfecho para a morte súbita, principalmente em pessoas mais jovens, dificilmente trarão sintomas e serão detectadas pelo paciente.

        Aos pacientes abaixo de 35 anos e que procuram o médico, a recomendação é que sejam submetidos a uma entrevista médica(anamnese) completa, associada a um exame físico + eletrocardiograma (pelo menos), para descartar doenças congênitas. O ecocardiograma é outro exame que posse auxiliar no diagnóstico de cardiopatias congênitas.

        Em pacientes acima de 35 anos, em que a principal causa de morte súbita são as coronariopatias, além da anamnese, do exame físico e do eletrocardiograma, podem ser feitos exames buscando identificar doença coronariana ou sinais indiretos de doença avançada. Alguns exames que podem ser utilizados são a ecografia de carótidas com doppler, teste de esforço (teste ergométrico), exames laboratoriais, entre outros.

        Às academias, mais importante do que exigir um atestado de seu cliente é exigir que ele seja avaliado de forma correta e não simplesmente entregar um documento pra se isentar da responsabilidade. Também é importante que os instrutores recebam treinamento de ressuscitação básica, aprendendo a realizar o primeiro socorro, que é determinante para o sucesso na reanimação (não adianta esperar chegar a UTI vida ou o SAMU, pois não dá tempo) e saber utilizar um desfibrilador automático (DEA), que é bastante simples de ser utilizado e que deveria estar presente em todo local que realiza treinamentos em alta intensidade.

        Pra finalizar, numa matéria do correio publicada ontem, sem qualquer entrevista com um médico, diz que não há como prever um evento desfavorável em atletas. Essa informação é falsa. É óbvio que você não saberá o momento exato que o problema aparecerá, mas o médico é capaz de identificar pessoas que não devem praticar atividades físicas em alta intensidade. Na Itália, com a adição do eletrocardiograma na avaliação pré-participativa, houve uma redução da incidência de morte súbita em atletas para valores exatamente iguais ao de pessoas que não praticavam exercícios em alta intensidade. O exercício físico pode ser um gatilho para doenças que causam arritmias potencialmente fatais e estas pessoas devem ser identificadas.

        Não busque o médico apenas para receber um atestado. Busque um médico porque você se preocupa com a sua saúde. Se o médico der um atestado gracioso, não aceite. Exija que seja avaliado de forma correta. E vá fazer atividade física.

        Fonte: Dr. Getúlio Bernardo Morato Filho

        sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

        Suplementos alimentares ‘emagrecedores’: Por trás da promessa de milagre, o pesadelo


        Pessoas que consumiram produtos vetados no Brasil, como OxyElite Pro, Jack 3D e Lipo-6 Black, atestam as consequências nocivas à saúde que esses compostos provocam, como taquicardia, hipertensão e dependência. Em Recife, um jovem morreu. Matéria de Mariana Labossière e Adriana Bernardes, no Correio Braziliense, socializada pelo ClippingMP.
        Um corpo perfeito em doses homeopáticas. Apenas alguns gramas para um dia inteiro de disposição. As promessas impressas nos rótulos de suplementos alimentares, como OxyElite Pro, Jack 3D e Lipo-6 Black, vetados no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), jogam para escanteio os riscos devastadores dessas substâncias. Os danos ao metabolismo são apenas um detalhe diante da perda irreparável de um ente querido. Por trás da obsessão por resultados estéticos, o Correio desvenda histórias de pessoas que sentiram na pele os efeitos colaterais do consumo (Leia depoimentos).
        A secretária Adriana Martins, 42 anos, comprou o OxyElite na esperança de emagrecer. Foram 15 dias de uso, horas de malhação pesada e cinco quilos a menos. “Eu não ficava cansada. Em um sábado, passei a manhã toda me exercitando. Cheguei na academia às 7h e saí ao meio-dia”, relata. A sensação de atingir o objetivo, entretanto, mascarou os perigos do composto. “Os sinais estavam todos ali. Tinha fortes dores na nuca que se transformavam em dores de cabeça, além de taquicardia. A agitação acabava me deixando nervosa, mas só depois descobri que estava tomando uma verdadeira bomba”, acrescenta.
        O sinal vermelho veio com uma alteração repentina da pressão. Adriana resolveu buscar um especialista. Ela descobriu que estava hipertensa. Nos seis meses seguintes, teve de ser acompanhada por um cardiologista e um endocrinologista. “Eu não tinha nenhum histórico, por isso, os médicos disseram que o problema foi desencadeado pelo OxyElite”, explica.
        E essa não foi a única consequência. Após interromper o uso do composto, Adriana, que pesava 78 kg antes das cápsulas, viu a balança marcar 12 quilos a mais. “Ele causa esse efeito sanfona, pelo que me explicaram. Na hora da empolgação, você não pensa nisso. Fiquei com muito medo de ter problemas para o resto da vida. Confesso ter me arrependido”, expõe. Embora não tenha perdido o peso extra, depois de um longo tratamento, afirma ter voltado à vida normal.
        Diante do susto, a secretária, mãe de três filhos, um deles adepto à suplementação, faz reuniões frequentes com a família. Segundo ela, o intuito é alertá-los sobre os malefícios de alguns produtos. “Eu nunca iria deixar um filho meu passar por algo parecido. Num primeiro momento, parece ser sonho, mas você acorda num pesadelo.”
        Para a família Sampaio, a tragédia chegou primeiro que o alerta. “Antes de você ligar, estava olhando as fotos dele”. A voz carregada de saudades, do outro lado da linha, é de uma mãe. Em maio próximo, completam dois anos desde a morte do filho, que aconteceu em maio de 2011. Wilson Sampaio Júnior tinha 18 anos quando foi encontrado sem vida pelos pais dentro do banheiro de casa, em Recife (PE). O casal atribui o episódio ao consumo do Jack 3D, vendido ao rapaz por um instrutor de academia.
        Gás
        O professor de musculação Vitor Ferreira dos Santos, 29 anos, admite que o consumo dos produtos é arriscado. Ele diz já ter usado tanto o Jack 3D como o OxyElite Pro e o Lipo-6 Black. Todos eles antes do veto do órgão sanitário. Com o primeiro, conseguiu perder 2 quilos de gordura em duas semanas e, com o segundo, chegou ao limite da resistência. “Todos me deram mais gás para malhar, mas eu fazia acompanhamento. Era tudo certinho. Agora, a maioria das pessoas não sabe administrar o produto e acaba abusando na dosagem. Já vi pessoas tomando mais de seis cápsulas por dia. Não tem como não passar mal desse jeito”, pontua. “É perigoso porque todos aumentam o batimento cardíaco. Além disso, pode causar dependência”, completa. Santos afirma ter abandonado o consumo desses suplementos. Hoje, o profissional diz optar por produtos similares, inclusive de marcas nacionais.
        A professora de dança Júlia Satiê, 29 anos, foi apresentada ao OxyElite pelo namorado. Para aguentar mais de 12 horas de serviço, começou a tomar o composto por conta própria. “Fiquei antenada, trabalhava sem cansaço. A minha parte sensorial também ficou muito aguçada. Em contrapartida, andava nervosa e ele me causou uma certa dependência psicológica, pois andava com o suplemento na bolsa, para ter segurança”, revelou. O uso frequente, no entanto, foi interrompido depois de uma aluna mencionar a possibilidade de o suplemento causar falência renal. “Fui pesquisar sobre o assunto e descobri que ele estava proibido. Tomei um susto. Fiquei com medo e hoje busco meios mais naturais de melhorar meu desempenho”, garante. Os depoimentos reforçam o perigo dos produtos, mostrado pelo Correio em uma série de reportagens sobre o assunto iniciada há uma semana.
        Sonho destruído de um atleta
        Wilsinho, como era carinhosamente chamado pela família, sonhava em ser jogador de futebol profissional. Durante 10 anos, batalhou pelo sonho. Chegou a jogar pelo juvenil do Sport Club, em Recife, e estava prestes a ingressar no time juniores do Santa Cruz. O esforço que durou uma década, no entanto, acabou em apenas uma mês de uso de suplementação. “Ficamos cego. Não acreditamos que algo recomendado por um pessoa em uma academia poderia fazer mal. Infelizmente, só percebemos tarde demais”, desabafou a mãe de Wilsinho, a funcionária pública Marcelle Sampaio, 42 anos. Desde a morte do filho, tanto ela quanto o pai do menino, o dentista Wilson Sampaio, 50, lutam em Pernambuco para que outros jovens não passem pela mesma situação.
        Para Marcelle, o consumo de suplementos deve ser observado de perto pelos pais. Ela ressalta ainda a importância de um acompanhamento especializado por parte do nutricionista. “À época, ficamos preocupados, pois sabíamos o que meu filho estava fazendo, mas não tínhamos ideia do que poderia acontecer. O rótulo do produto ainda estava em inglês, não conseguíamos ler”, mencionou. “Os pais devem ir nas academias e verificar os profissionais que acompanham os filhos e também o suplemento que eles irão tomar. Às vezes, até o que é vendido na farmácia não está correto”, completou a mãe, que mora em Recife.
        Indiciamento
        O professor estagiário José Dorgival Cavalcanti Júnior foi indiciado pela Delegacia do Consumidor de Pernambuco por comercializar o Jack 3D. Além responder pela venda, ele poderá cumprir pena por crime contra a saúde pública e pegar até 15 anos de prisão. Por ora, está solto. Para Marcelle, a falta de tecnologia suficiente no Brasil impediu que fosse possível identificar a substância do suplemento alimentar no corpo do filho. Com isso, Cavalcanti acabou não respondendo por homicídio culposo — quando há intenção de matar. A mãe ainda tem esperança de que a comprovação aconteça em laboratório estrangeiro. “Quero provar para o Brasil todo que meu filho morreu por isso.” (ML)
        Legislação
        Por conta do caso de Wilson, uma lei sancionada em abril de 2012 determina que as academias do estado de Pernambuco exibam avisos sobre o risco do uso de suplementos alimentares sem consulta médica. No Distrito Federal, existe uma lei similar que trata sobre anabolizantes, mas ainda falta ser regulamentada.
        Depoimentos
        Lojas continuam oferecendo”
        “A procura pelo OxyElite sempre foi grande na loja onde eu trabalho. Com a proibição, no entanto, as lojas continuaram oferecendo o suplemento alimentar, mas de forma camuflada. Com isso, os prejuízos foram incalculáveis, pois era grande a saída desse produto. Até hoje, as pessoas ligam querendo, perguntando se funciona, mas optamos por vender similares, que não têm as substâncias proibidas. Procurávamos indicar o OxyElite para pessoas com boa saúde. Sempre perguntávamos o histórico dela antes, pois claro que não iríamos vender para um hipertenso, mas isso não acontecia em todas as lojas.” Sócio-proprietário de uma loja de suplementos, que preferiu ter a identidade preservada
        Tem efeitos colaterais”
        “Consegui perder dois quilos em duas semanas, mas não achei legal. Foi muito rápido e temi os riscos. Além disso, tem todos os efeitos colaterais, o coração acelerado, dá gastrite também. Eu tomava uma cápsula apenas e meu intuito era perder peso, mas também malhava, fazia uma dieta. A gente sabe, entretanto, que nem todas as pessoas fazem isso. De toda forma, o OxyElite, assim como qualquer outra substância em excesso, faz mal.” Paulo Henrique Açunção Leal, 24 anos, professor de educação física
        EcoDebate, 21/01/2013

        domingo, 22 de março de 2015

        Doutor, eu devo tomar testosterona ?


        Doutor, quero usar testosterona para ganhar massa magra, o que você acha?

        Essa pergunta ocorre praticamente quase todos os dias no nosso consultório, assim como no de vários amigos nutrólogos, endocrinologistas e até nutricionistas.

        Nossa resposta é: - Depende !

        Você vai se perguntar, depende de que ? - Depende claro de você, se você tem ou não deficiência !

        Quem merece receber terapia com testosterona é:
        1.      Quem apresenta SINTOMAS DE DÉFICIT DE TESTOSTERONA
        2.      EXAME LABORATORIAL COMPROVANDO a deficiência

        Qualquer coisa fora disso, aumenta os riscos de desfechos arriscados e nada agradáveis (efeitos adversos, principalmente quando utilizada por quem não tem deficiência). Os efeitos adversos da terapia com testosterona é o que mais temos visto no consultório, fruto de iatrogenia de diversos médicos.

        Indivíduos portadores de doenças que cursam com BAIXOS níveis de testosterona, talvez necessitem da terapia de reposição de testosterona (TRT). Muitos deles possuem falha na produção da testosterona, podendo essa falha ser primária, secundária a outras causas ou mista.

        FALHA GONADAL PRIMÁRIA:
        • Mais comuns: Síndrome de Klinerfelter, Criptorquidia não corrigida, Varicocele.
        • Menos comuns: Radiações nos testículos, quimioterapia, Orquite, Trauma testicular, Ausência de um dos testículos, torção testicular ou medicações (cetoconazol).
        • Raras: Síndrome de Noonan’s, Distrofia miotônica, Mutações nos receptores de LH ou Síndrome Poliglandular autoimune tipo 1.
        FALHA GONADAL SECUNDÁRIA:
        • Mais comuns: HIV, Doença Pulmonar obstrutiva crônica (enfisema e bronquite crônica), insuficiência renal em estágio avançado, doenças severas, hiperprolactinemia, medicações (opióides e os próprios esteróides anabolizantes), obesidade severa
        • Menos comuns: Tumores na região hipotalâmica/pituitária, abuso de drogas (alcool, maconha, cocaína), trauma craniano, doenças infiltrativas (hemocromatose, sarcoidose, histiocitose), exercício em excesso, transtornos alimentares (anorexia nervosa).
        • Raros: Hipogonadismo hipogonadotrófico, Síndrome de Kallman’s, Tuberculose, Apoplexia da Pituitária, Síndrome de Prader-Willi
        Acrescento a isso: paciente com sarcopenia não responsivos ao tratamento nutrológico com proteína de alto valor biológico associado a treinamento de força bem prescrito e acompanhado.

        MANEJO DA DEFICIÊNCIA

        Nas causas acima, sempre que possível, deve se remover a causa base e verificar se os níveis de testosterona total elevam. Caso não ocorra a elevação dos níveis, pode-se postular a terapia de reposição hormonal com testosterona, principalmente se o paciente apresentar clínica. Ou tentar uma indução, ou seja, estimular o corpo a voltar a produzir, seja através de citrato de clomifeno ou gonadotrofina coriônica (HCG).

        No nosso meio a causa mais comum de déficit de testosterona é o processo que leva ao hipogonadismo parcial no envelhecimento masculino, também conhecido como andropausa ou, mais apropriadamente, hipogonadismo masculino tardio ou DAEM (Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino).

        A andropausa é acompanhada de diminuição da massa e força muscular, aumento de gordura abdominal (principalmente visceral) com resistência à insulina e perfil lipídico aterogênico, diminuição da libido e dos pelos sexuais, osteopenia, diminuição da performance cognitiva, depressão, insônia, sudorese e diminuição da sensação de bem-estar geral.

        Suponhamos que você é jovem, mas acha que tem deficiência de testosterona. Como saber se você apresenta sintomas de déficit de testosterona? Os sintomas são variáveis e podem incluir:
        1. Variações no humor, irritabilidade, depressão
        2. Sudorese ( principalmente à noite )
        3. Déficit de memória e diminuição da concentração
        4. Queda da libido, disfunção erétil, diminuição do volume espermático, diminuição da dos episódios de ereção matinal
        5. Queda de pêlos na genitália
        6. Diminuição do turgor e elasticidade cutânea
        7. Aumento da gordura abdominal
        8. Diminuição da massa muscular, e/ou da força muscular
        9. Redução do volume testicular
        O problema é que vários dos sintomas supracitados podem ter outras causas, não ligadas somente ao déficit de testosterona. Com isso, muita gente acaba utilizando testosterona sem necessidade.

        INTERFERENTES NOS NÍVEIS DE TESTOSTERONA

        Algumas substâncias e hormônios podem interferir nos níveis de testosterona, portanto o endócrino muitas vezes analisará todos os interferentes antes de iniciara terapia.

        Hormônios que aumentam os níveis de testosterona: Esteróides anabolizantes, Androstenodiona e DHEA

        Hormônios que reduzem os níveis de testosterona livre: Estrogênios (Estradiol, Estrona), SHBG. Segundo que algumas condições favorecem o aumento da exposição masculina aos estrogênios e como isso diminuem o níveis de testosterona. São elas:
        1) A Obesidade por cursar com um aumento dos níveis de insulina, diminuição dos pulso de LH, aumento do cortisol, aumento da conversão (aromatização) de testosterona em estrona no tecido gorduroso.
        2) Câncer
        3) Doenças crônicas
        4) Insuficiência renal crônica no estágio V
        5) Cirrose
        6) Álcool, Tabagismo, Radiações
        7) Xenoestrogênios ou disruptores endócrinos

        DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

        O diagnostico laboratorial da deficiência de testosterona, consiste em: níveis abaixo de 300ng/ml de testosterona TOTAL.

        QUAL A VISÃO DA NUTROLOGIA SOBRE ESSA REPOSIÇÃO?

        Primeiro passo: uma boa anamnese
        1. Listar a ordem cronológica dos acontecimentos (surgimento dos sintomas), no qual o médico fará correlação com a provável deficiência.
        2. O seu médico sempre deverá investigar alterações no comportamento, na libido e na função erétil.Modificações na pilificação corporal
        3. Deverá rastrear doenças existentes e pregressas pois elas podem estar influenciando em uma provável deficiência.
        4. Verificar se o paciente já fez alguma cirurgia.
        5. Questionar sobre o uso de drogas (álcool, maconha, cocaína, tabaco) e medicamentos.
        MEDICAÇÕES QUE PODEM ALTERAR OS NÍVEIS DE TESTOSTERONA
        • Medicações que inibem a síntese de estrógeno: espironolactona, cetoconazol, antineoplasicos, ciclofosfamida, melfalan, clorambucil e etanol (álcool).
        • Medicações que alteram a liberação de LH e FSH (hormônios essenciais para a síntese de testosterona): Bloqueadores de canais de cálcio (Nifedipino, anlodipino), reserpina, Captopril, Enalapril, Antidepressivos tricíclicos (amitriptilina), dopamina, neurolépticos, narcóticos, álcool, isoniazida, penicilamina, corticóides.
        • Medicações que bloqueiam a ação no receptor androgênio: Espironolactona, cimetidina e digoxina.
        • Medicações que aumentam a SHBG (globulina que carrega os hormônios sexuais no sangue) e com isso deixam menos testosterona disponível para agir no corpo: Defenilidantoína, fenobarbital e hormônios tireoideanos (levotiroxina).
        • Medicações que diminuem a SHBG: insulina.
        BUSCA PELA ETIOLOGIA

        Na medicina sempre é essencial buscar a causa do problema. Portanto devemos investigar as CAUSAS que levaram à diminuição da testosterona e verificar se o quadro clínico é decorrente apenas da baixa de testosterona. Para isso, alguns exames devem ser solicitados, ou seja, existe toda uma propedêutica antes de iniciar a reposição. Ela não pode ser feita as cegas como muitos estão fazendo. É importante:

        1. Dosar prolactina para afastar hiperprolactinemia.
        2. Dosar hormônio tireoidiano para afastar hipo ou hipertireoidismo.
        3. Dosar Testosterona total, livre e se possível a biodisponível.
        4. Afastar aumento de estrogênios dosando: Estradiol, Estrona.
        5. Muitas vezes pode ser necessária a solicitação de Di-hidrotestosterona, Androstenediona, S-DHEA, 
        6. Dosar LH, FSH.
        7. Antes da terapia se possível realizar um toque retal para afastar nódulos ou outras alterações na próstata. Assim como dosagem de PSA total e livre.
        8. Hemograma completo pois a reposição aumenta o hematócrito.
        9. Perfil lipídico já que a reposição diminui os níveis de HDL.
        10. Solicitar panorama hepático já que há um risco de elevação das enzima hepáticas (TGP, TGO).
        11. Realizar uma ultrassonografia de bolsa escrotal para afastar varicocele/hidrocele/hérnias ou outras alterações testiculares.
        12. Solicitar Espermograma.
        13. Coletar sêmen (no caso de homens que ainda querem ter filhos) e enviar para Banco de Sêmen, já que há um risco potencial de infertilidade. 
        Abaixo um fluxograma que os endocrinologistas utilizam para investigar a deficiência de testosterona.



        VARIÁVEIS LIGADAS AOS HÁBITOS DE VIDA E CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL

        Com relação ao estilo de vida do paciente, inúmeras variáveis podem ser detectadas à anamnese e o nutrólogo deve corrigi-las. Verificar se:

        1) O paciente pratica regularmente atividade física
        2) Tem sono adequado, número de horas acima de 6, é um sono reparador? E o principal: se ronca, já que a apnéia obstrutiva do sono leva a uma diminuição dos pulsos de LH e com isso a produção de testosterona diminui. Além disso a reposição pode piorar a apneia, sendo esta uma das contra-indicações para o seu uso.
        3) Melhorar qualidade da alimentação: aumentar aporte de Zinco se detectada deficiência, diminuir o consumo de gorduras saturadas em excesso, gordura trans, excesso de carboidratos.
        4) Se usa álcool, tabaco e drogas como maconha, os 3 favorecem diminuição dos níveis de testosterona.
        5) Reduzir cafeína (café, chá, refrigerantes) pois podem elevar os níveis de cortisol e com isso diminuir os níveis de testosterona, além de alterar uma série de reações que podem agravar o quadro, dentre eles diminuição do desdobramento de serotonina em melatonina.
        6) O paciente está acima do peso: emagrecer para diminuir os níveis de estrona e deixar mais testosterona disponível.
        7) Salientar que o consumo de gordura saturada nas quantidades adequadas é essencial, já que bioquimicamente todos os hormônios sexuais são derivados do colesterol.
        8) Aumentar consumo de peixes ricos em ômega 3: sardinha, atum, salmão
        9) Aumentar o consumo de gorduras monoinsaturadas: azeite
        10) Reduzir exposição aos xenoestrogênios: Bisfenol A, Dioxina, Agrotóxicos, Ftalatos, Dietilbestrol, DDT (dicloro-difenil-tricloroetano) PCBs (bifenilas policlorinadas) Hidroxifeniltricloretano, Dieldrin: são disruptores endócrinos capazes de interagir com os receptores estrogênicos e promover desbalanço entre os níveis de estrogênio e testosterona
        A OBESIDADE E A PRODUÇÃO DE TESTOSTERONA

        É comum pacientes obesos apresentarem uma diminuição dos níveis de testosterona, sendo esta deficiência multifatorial.

        Na obesidade os pulsos de LH (hormônio que estimula o testículo a produzir testosterona) estão diminuídos, ou seja, há uma menor produção de LH e com isso uma diminuição na produção de testosterona. Associa-se a isso uma aumento da quantidade de insulina no corpo (comum em obesos, como já citado) e que leva a alterações nos níveis da SHBG (aquela globulina que carrega a testosterona). A Insulina inibe a produção da SHBG. Os estudos mostram que quando o obeso perde peso ocorre um aumento da produção de LH, aumento da SHBG, diminuição da Insulina e com isso uma elevação nos níveis de testosterona.

        Associa-se a isso uma maior prevalência de Apnéia obstrutiva do sono e é sabido que a apnéia leva a uma diminuição dos pulsos de LH, consequentemente diminuição dos níveis de testosterona. Também favorece aumento da pressão arterial, aumento da glicemia, do cortisol e dos níveis de insulina. O que fomenta um ciclo. Mais apnéia, menos testosterona.

        É importante salientar isso pois temos visto muitos médicos prescrevendo testosterona para obesos, com a finalidade de emagrecimento (sim, a testosterona favorece a perda de gordura abdominal e ganho de massa magra). O problema central nesse caso não é a falta de testosterona e sim o excesso de peso. O indicado é correção da causa base (Obesidade), já que naturalmente essa perda de peso, associada à prática de atividade física, levará a um restabelecimento dos níveis de testosterona. 

        TERAPIA DE REPOSIÇÃO PROPRIAMENTE DITA

        Uma vez certificada uma deficiência de testosterona e mesmo após a adoção de mudanças no estilo de vida ou remoção da causa base, os níveis não se elevaram, postula-se a prescrição de testosterona. Podendo esta ser:
        1.      via oral,
        2.      intramuscular,
        3.      implantes (chips),
        4.      tabletes bucais,
        5.      adesivos,
        6.      gel transdérmico (sendo este também denominada erroneamente por alguns de testosterona bioidêntica, o que é uma falácia da indústria de manipulação, já que todas são formas bioidênticas, ou seja, todas se ligam aos receptores de testosterona. Sendo que a única diferença é que algumas formas podem gerar mais efeitos adversos, principalmente a via oral).

        FORMAS FARMACÊUTICAS DE REPOSIÇÃO DA TESTOSTERONA

        1) Via Oral: As testosteronas ingeridas via oral são rapidamente metabolizadas no fígado, podendo não atingir e manter níveis séricos satisfatórios de andrógeno. As fórmulas disponíveis no mercado são altamente hepatotóxicas. Além disso, esses andrógenos alquilados podem causar aumento de LDL e diminuição de HDL, reconhecidos fatores de risco para doenças cardiovasculares. O undecanoato de testosterona não é hepatotóxico e é eficaz para manter níveis sorológicos de testosterona dentro dos limites fisiológicos. Porém, tem curta duração e pode resultar em níveis suprafisiológicos de di-hidrotestosterona e, embora de forma rara, efeitos colaterais gastrointestinais (náusea, vômito e diarréia). A metiltestosterona é uma medicação oral sintética não hepatotóxica, mas raramente usada devido à necessidade de múltiplas doses diárias, conhecimento farmacológico insuficiente e potência limitada. A administração oral de hormônios esteroidais (como a testosterona) juntamente com alimentos pode aumentar em até 500% sua absorção.

        2)  Gel Transdérmico: Alguns consideram a melhor via de administração da testosterona, alegando ser a via em que não há problemas de hepatotoxicidade, visto que não há a primeira passagem do hormônio pelo fígado. O gel reproduz as variações circadianas de testosterona observadas em homens sadios. A absorção de testosterona para a corrente sanguínea se dá em um intervalo de até 2 horas, e se aproxima da concentração sérica estável em 2 a 3 dias de tratamento. Quando o tratamento com o gel de testosterona é interrompido após atingir um nível estável, a testosterona sorológica mantém-se nos níveis normais durante 24 a 48h, mas retorna a níveis pré-tratamento após 50 dias, contados a partir da última aplicação. A dose inicial recomendada de gel de testosterona é de 1% a 10% no homem, e 0,5% a 1% na mulher, aplicado uma vez por dia na pele limpa e seca dos ombros, braços e/ou abdome (áreas sem pêlos), não devendo ser aplicada nos genitais.

        3) Injetável: As fórmulas injetáveis são feitas de base oleosa, permitindo assim liberação lenta de testosterona, e a base de éster, que permite rápida liberação de testosterona livre na circulação. O cipionato de testosterona deve ser administrado a cada 10 a 21 dias para manter níveis adequados. Níveis suprafisiológicos são alcançados, aproximadamente, 72h após a administração dessas fórmulas. A queda de testosterona continua por 14 a 21 dias, alcançando o nível basal, aproximadamente, no dia 21. A apresentação na forma de undecilato de testosterona (Nebido) dura de 10 a 14 semanas no organismo, portanto a aplicação é de 3 em 3 meses.

        4) Adesivo Transdérmico: A terapia com adesivo transdérmico (ainda não está disponível no Brasil) é a mais cara. Requer aplicação diária e aumenta desproporcionalmente os níveis sanguíneos de di-hidrotestosterona. Os adesivos transdérmicos não devem ser aplicados na pele escrotal, pois estes podem ser potencialmente irritantes. Além disso, se aplicados no escroto, haverá formação de altos níveis de di-hidrotestosterona, como resultado da alta concentração de 5-alfa-redutase na pele escrotal.

        CONTRAINDICAÇÕES PARA REPOSIÇÃO

        É importante salientar quem algumas patologias ou condições são contraindicações ABSOLUTAS para o uso de esteróides anabolizantes (testosterona e suas variáveis):
        1) Câncer de mama e câncer de próstata
        2) Hiperplasia prostática benigna
        3) Nódulos prostáticos
        4) Aumento inexplicável do PSA
        5) Policitemia (aumento do glóbulo vermelhos, levando a um hematócrito a acima 50%)
        6) Apnéia obstrutiva do sono
        7) Insuficiência hepática
        8)  Insuficiência cardíaca congestiva classe III e IV

        EFEITOS ADVERSOS

        Também é importante frisar que a terapia pode levar a alguns efeitos adversos, muitas vezes que não são dose-dependentes. O bom médico irá te detalhar todos esses possíveis adversos:
        1) Aumento do hematócrito;
        2) Acne e aumento da oleosidade da pele;
        3)  Aceleração do desenvolvimento de metástases do câncer de próstata e mama;
        4) Crescimento de tumores Prostáticos;
        5) Redução da produção de esperma e fertilidade (supressão de produção de espermatozóides);
        6) Ginecomastia;
        7) Piora da alopecia androgenética;
        8) Piora dos sintomas urinários decorrente da Hiperplasia prostática benigna;
        9) Câncer de mama;
        10)  Aumento do clitóris;
        11) Alteração no timbre da voz;
        12) Pêlos em áreas indesejadas (crescimento de barba, bigode em mulheres);
        13) Toxicidade hepática.

        EFEITOS ADVERSOS LIGADOS À VIA DE ADMINISTRAÇÃO 

        Há também os efeitos adversos ligados a formulação específica utilizada
        1) Via oral: alterações nas enzimas hepáticas (fígado) e diminuição do HDL colesterol
        2) Chips: infecção no local da aplicação do implante, expulsão do implante.
        3) Intramuscular: oscilação do humor e da libido, dor no local da aplicação, policitemia principalmente em idosos.
        4) Adesivos transdérmicos: reações no local do adesivo.
        5) Gel transdérmico (o que alguns chamam e bioidêntico): risco de passar hormônio para a parceira ou parceiro.
        6) Tabletes bucais: alterações no paladar, gengivite.

        AUMENTO DE RISCO CARDIOVASCULAR (INFARTO, AVC)

        A reposição de testosterona e o aumento do risco cardiovascular ainda é uma controvérsia. Há vários estudos sérios mostrando aumento do risco cardiovascular. Mas a própria deficiência de testosterona está ligada a um maior número de eventos cardiovasculares.

        Um dos primeiros estudos foi o estudo TOM (Testosterone in Older Men with Mobility Limitations) foi publicado em 2010 na renomada revista New England Journal of Medicine e avaliou a reposição de testosterona tópica em 209 idosos, com baixos níveis de testosterona sérica e com redução de mobilidade. O ensaio teve que ser interrompido precocemente, pois foi observado aumento das taxas de eventos adversos cardiovasculares, respiratórios e dermatológicos no grupo que recebeu tratamento, em comparação ao grupo placebo. Problema do estudo? O número de pacientes foi pequeno.

        Em 2013 o JAMA (The American Journal of Medica Association) publicou os resultados de um estudo de coorte, nacional, retrospectivo, com homens com baixos níveis de testosterona. Neste estudo, Vigen e cols demonstraram via análise retrospectiva que os usuários de testosterona tiveram um maior risco de desfecho composto: morte, Infarto agudo do miocárdio (IAM) e Acidente Vascular encefálico (AVC).

        Os resultados mostraram que dos 8.709 homens com um nível de testosterona total inferior a 300 ng/dL, sendo que desse total, 1.223 pacientes fizeram a reposição de testosterona por um período médio de 531 dias após a angiografia coronária.

        Houveram nesses 1.223 pacientes: 67 mortes, 23 infartos, 33 AVCs. Dos 7.486 pacientes que não receberam a terapia de testosterona: 681 morreram,  420 tiveram infarto, 486 AVCs.
        Crítica ao trabalho: refere-se ao tipo de estudo utilizado: retrospectivo. Para os endocrinologistas e cardiologistas, o que está faltando na literatura são dados de ensaios clínicos randomizados com um número suficiente de homens para uma quantidade adequada de tempo para avaliar os benefícios de longo prazo e os riscos da reposição de testosterona.

        Recentemente um estudo publicado na revista “Annals of Pharmacotherapy mostrou o contrário. Os pesquisadores da Universidade do Texas em Galveston conduziram um estudo de 8 anos envolvendo 25.420 homens com mais de 66 anos de idade que foram tratados com testosterona. Durante o período do estudo, seu desenvolvimento médico foi comparado ao do grupo controle, que envolvia participantes da mesma idade, etnia e com os mesmos dados de saúde. Os resultados mostraram que a testosterona não estava relacionada a um risco elevado de IAM. Muito pelo contrário: homens que tinham maior probabilidade de problemas cardiovasculares devido a outros fatores tiveram uma menor taxa de problemas cardíacos.

        Devemos aguardar novos estudos

        FITOTERÁPICOS

        Por fim, deixo aqui uma opção utilizada por alguns médicos, que é a utilização de alguns fitoterápicos que podem mimetizar a ação da testosterona. É importante ressaltar que ainda temos poucos estudos com eles e as respostas são variáveis. Há pacientes que apresentam melhoras e outros não. Porém é uma forma menos arriscada de mimetizar a testosterona, principalmente em pacientes sem déficit laboratorial comprovado e que deseja ter melhor rendimento no treino.

        1) TRIBULUS TERRESTRIS

        Mais conhecida no Oriente, tem grande tradição na Índia e Norte da África para melhora dos problemas relacionados à reprodução e à libido.
        Constituintes: Saponinas: protodioscina, protogracilina
        Ações postuladas e baseadas em alguns estudos:
        Aumento da produção de DHEA, testosterona e estrogênio
        Melhora da libido e da ereção
        Melhora da resistência física e da massa muscular
        Melhora da espermatogênese e regulação da ovulação
        Melhora dos sintomas da menopausa
        Melhora da perfusão coronariana
        Apresentações: Extrato padronizado a 40% de saponinas
        Efeitos colaterais:
        1)Tem sido utilizado por longos períodos
        2) Nas doses usuais, não demonstrou efeitos importantes
        3) Lesão hepática em pacientes sensíveis ou muito altas
        4) Célculo renal (ratos)
        Interações medicamentosas: Não há relato científico

        2) GINSENG (PANAX GINSENG)

        Natural da Ásia (Japão, Coréia, China). Suas raízes lembram a forma humana, o que levou os antigos a pensar que esta planta curaria todas as doenças. Os chineses o vê como o rei das plantas, a qual trás longevidade, força e alegria.
        Constituintes: Saponinas triterpênicas; Agliconas:ginsenosídeos, malonilginsenosídeos; Polissacarídeos: panaxane A e U; Polienos: falcarinol, falcarintriol.
        Ações postuladas mas que vários estudos falham ao tentar comprovar:
        Melhora da função cognitiva e atividade cerebral (componentes não ginsenosídicos): afinidade por receptores nicotínicos em neurônios centrais, inibe secreção de catecolaminas dependentes de acetilcolina (stress, D. de Alzheimer, depressão)
        Antitumoral: inibe proliferação de neoplasia pulmonar resistente a cisplatina, induz apoptose em gliomas (produção de radicais livres), inibe hepatoma ( inibe proteína p53, levando a apoptose)
        Antioxidante: proteção de membranas e  DNA (células hepáticas e cardíacas)
        Antiagregante  plaquetário: efeito do panaxinol
        Antiviral: induz produção de interferon, aumenta atividade das células N-killer e produção e ativividade de anticorpos (resfriados, gripe)
        Diminui toxicidade do álcool: diminui absorção estomacal, aumenta atividade da desidrogenase, aumenta excreção
        Melhora da função respiratória: em pacientes com doença respiratória crônica
        Diminui colesterol: ativam lípase, reduzindo colesterol e triglicerídeos (saponinas)
        Melhora da fertilidade: aumenta a resistência dos gametas, aumento do número, motilidade de espermatozóides e quantidade de esperma
        Melhora da função erétil: fator de relaxamento endotelial, melhora da resposta neuromuscular
        Melhora dos sintomas da menopausa: diminui fadiga, mau humor, depressão
        Melhora atividade cardíca: melhora atividade inotrópica, diminui freqüência cardíaca, antiarrítimico (ginsenosídeos), diminui permeabilidade capilar
        Hipoglicemiante: diminui glicose em diabetes tipo 2 por aumento da secreção de insulina e aumento dos receptores celulares de insulina, aumento do metabolismo da glicose ( saponinas)
        Apresentação:  Extrato seco padronizado com 3,0% de ginsenosídeos
        Efeitos colaterais: Relataram-se casos raros de reações gastrintestinais leves e transitórias (como náusea, dor de estômago e diarréia matinal) e insônia, possivelmente relacionados ao ginseng. Além disso, relataram-se raros casos de reações alérgicas.
        Interações medicamentosas: Vacina contra influenza: efeito sinérgico. Anticoagulantes (ticlopidina, warfarin): potencializa a ação. Hipoglicemiantes: potencializa a ação. Inibidores da MAO: potencializa a ação, risco de crise hipertensiva. Diuréticos de alça: diminui a ação (presença de germânio em grandes quantidades)

        3) MACA (LEPIDIUM MEYENII)

        Encontrada em grandes altitudes nos monte andinos. Já era conhecida e cultivada pelos incas há mais de 2000 anos. Conhecida e apreciada por suas propriedades adaptógenas e nutritivas.
        Constituintes: Alcalóides; Aminoácidos; Carboidratos; Esteróides: sitosterol, stigmasterol; Taninos, Vitaminas.
        Ações postuladas, mas que alguns estudos falharam ao tentar provar:
        Antifadiga: aumenta a resistência física
        Disfunção erétil: melhora o tempo e a qualidade da ereção
        Infertilidade: melhora a produção de espermatozóides, regulariza fluxo menstrual
        Imunoestimulante: melhora a resposta celular
        Apresentações: Extrato padronizado a 0,6% de betasitosterol
        Efeitos colaterais: Não há registros mas em doses altas pode apresentar irritação gástrica
        Interações medicamentosas: Não há registro

        OUTROS MÉTODOS QUE MODULAM A TESTOSTERONA, ESTROGÊNIOS, PSA.

        Outros métodos “alternativos” para “modular” os níveis de testosterona, mas sem evidências científicas robustas estão listados na tabela abaixo

        Ação
        Ativo
        Observação
        Referência

        Potencializadores da testosterona

        Pinus pinaster (pycnogenol)
        A administração de pycnogenol induziu o aumento dos níveis sanguíneos de testosterona.
        Stanislavov R, Nikolova V, Rohdewald P. Improvement of erectile function with Prelox: a randomized, double-blind, placebo-controlled, crossover trial. Int J Impot Res. 2008 Mar-Apr;20(2):173-80. Epub 2007 Aug 16.


        Inibidores da 5-alfa-redutase
        Saw palmetto
        (Serenoa repens, Sabal serrulata)
        O extrato de Serenoa repens tem demonstrado inibir a enzima 5-alfa-redutase.
        Angwafor F 3rd, Anderson ML. An open label, dose response study to determine the effect of a dietary supplement on dihydrotestosterone, testosterone and estradiol levels in healthy males. J Int Soc Sports Nutr. 2008 Aug 12;5:12.


        Inibidores da aromatase (enzima que converte testosterona em estrona no tecido adiposo)
        Crisina
        A crisina (5,7-di-hidroxiflavona) é um flavonóide conhecido como um dos mais potentes inibidores da aromatase.
        Ta N, Walle T. Aromatase inhibition by bioavailable methylated flavones. J Steroid Biochem Mol Biol. 2007 Oct;107(1-2):127-9. Epub 2007 Jun 6.

        Zinco
        A suplementação de zinco aumenta os níveis de testosterona total.
        Dissanayake D, Wijesinghe PS, Ratnasooriya WD, Wimalasena S. Effects of zinc supplementation on sexual behavior of male rats. J Hum Reprod Sci. 2009 Jul;2(2):57-61.


        Estimulante da produção de pregnenolona
        Boro
        A suplementação de boro eleva os níveis séricos de testosterona. O boro apresenta a propriedade de estimular a produção de pregnenolona, bem como a de DHEA (de-hidroepiandrosterona) por hidroxilação da pregnenolona em 17 alfa-hidroxi-pregnenolona.
        Reduz excreção de cálcio reduzindo a perda óssea.
        Demark-Wahnefried W, Robertson CN, Walther PJ, Polascik TJ, Paulson DF, Vollmer RT. Pilot study to explore effects of low-fat, flaxseed-supplemented diet on proliferation of benign prostatic epithelium and prostate-specific antigen. Urology. 2004 May;63(5):900-4.

        Inibidor da produção de
        16-alfa-hidroxi-estrona
        Indol-3-Carbinol

        O indol-3-carbinol modifica o metabolismo do estradiol de forma a não formar a 16-alfa-hidroxi-estrona. Apresenta propriedades antioxidantes e antiproliferativas.
        Urologiia. 2009 Sep-Oct;(5):29-33. [Effects of indol-3-carbinol and epigallocatexin-3-gallate on alteration and reparation in affected urethra of experimental animals]


        Antiproliferativos
        Linhaça
        A suplementação com sementes de linhaça reduz os níveis de PSA e a proliferação do epitélio da próstata.
        Demark-Wahnefried W, Robertson CN, Walther PJ, Polascik TJ, Paulson DF, Vollmer RT. Pilot study to explore effects of low-fat, flaxseed-supplemented diet on proliferation of benign prostatic epithelium and prostate-specific antigen. Urology. 2004 May;63(5):900-4.

        Vitamina B6

        A vitamina B6 (hidrocloreto de piridoxina) diminui a atividade da enzima 5-alfa-redutase.
        Kniewald Z, Zechner V, Kniewald J. Androgen hydroxysteroid dehydrogenases under the influence of pyridoxine derivatives. Endocr Regul. 1992 Mar;26(1):47-51.

        Licopeno

        A suplementação de licopeno diminui os níveis de PSA em homens.
        Schwarz S, Obermüller-Jevic UC, Hellmis E, Koch W, Jacobi G, Biesalski HK. Lycopene inhibits disease progression in patients with benign prostate hyperplasia. J Nutr. 2008 Jan;138(1):49-53

        Vitamina E
        Altas concentrações séricas de alfa-tocoferol foram associadas a um menor risco de desenvolver câncer de próstata.
        Weinstein SJ, Wright ME, Lawson KA, Snyder K, Männistö S, Taylor PR, Virtamo J, Albanes D. Serum and dietary vitamin E in relation to prostate cancer risk. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. 2007 Jun;16(6):1253-9.

        Ácido elágico
        Punica granatum (romã)
        O romã é rico em ácido elágico, uma substância que reduz os níveis de PSA e a proliferação do epitélio da próstata.
        Pantuck AJ, Leppert JT, Zomorodian N, Aronson W, Hong J, Barnard RJ, Seeram N, Liker H, Wang H, Elashoff R, Heber D, Aviram M, Ignarro L, Belldegrun A. Phase II study of pomegranate juice for men with rising prostate-specific antigen following surgery or radiation for prostate cancer. Clin Cancer Res. 2006 Jul 1;12(13):4018-26.


        Vitamina D3
        A forma hormonal da vitamina D, 1,25(OH)(2)D, exerce efeitos antiproliferativos e anti-invasivos nas células prostáticas.
        Schwartz GG. Vitamin D and intervention trials in prostate cancer: from theory to therapy. Ann Epidemiol. 2009 Feb;19(2):96-102. Epub 2008 Jul 10.


        Outros ativos magistrais com potencial para aumentar os níveis de testosterona:
        1) Cyanotis vaga (Ecdisterona)
        Nome científico: Cyanotis vaga
        Família: Commelinaceae
        Princípios ativos: β-ecdisterona
        Parte utilizada: planta inteira

        Descrição: As plantas medicinais são uma ótima opção como auxílio no desempenho esportivo, principalmente se associados a uma alimentação adequada e utilizados de forma correta e sob supervisão profissional, podem gerar resultados benéficos e com segurança. A β-ecdisterona ou β-ecdisona é um importante esteróide presente em diversas plantas, sendo sua obtenção realizada para diversas aplicações como o empregado em formulações cosméticas ou suplementação alimentar, entre outros. Seu aproveitamento em cosmética se dá principalmente por sua função hidratante fortalecendo a barreira hídrica da pele, impedindo a perda excessiva de água da epiderme, menizando os efeitos do envelhecimento precoce. Seu derivado acetilado apresenta lipossolubilidade sendo empregado em preparações cosméticas, na forma de emulsões.

        Como suplementação esportiva, vem alcançando maior utilização, por proporcionar um maior aumento muscular e permitir melhor desempenho físico. A ecdisterona é um fitoesteroide, mas sua utilização dificilmente pode gerar efeitos estrogênicos em humanos, pois estudos realizados com mamíferos não apresentaram resultados que confirmassem tais suspeitas, uma vez que esses esteróides não se ligam a receptores de estrogênios.


        Propriedades:
        Capacidade de proporcionar aumento da massa muscular.
        Melhora do desempenho físico.
        Auxílio na preservação de órgãos e tecidos.
        Pode estabilizar possíveis lesões celulares, diminuindo os processos degenerativos de órgãos e
        tecidos.
        Melhora da função hepática.
        Indicações:
        Estimular o crescimento muscular e aumentar o desempenho físico.

        Mecanismos de Ação:
        O aumento da massa muscular ocorre por elevar significativamente a quantidade de aminoácidos das cadeias de proteínas presentes no citoplasma celular estimulando a síntese protéica pela célula. O auxílio no desempenho físico, muito provavelmente ocorre por, além de aumentar a massa muscular e sua resistência, elevar o consumo de glicose pelos tecidos, provavelmente devido aumento da sensibilidade destes à insulina. As lesões celulares fazem parte de um processo inerente ao envelhecimento das células. Este processo, no entanto, pode ser diminuído devido à capacidade da ecdisterona em estabilizar essas lesões reduzindo o seu desenvolvimento ou a velocidade destas.

        Contra indicações:
        Sua utilização deve ser acompanhada por médicos ou nutricionistas. Pessoas que tenham hipoglicemia não devem fazer uso deste produto.

        Efeitos colaterais:
        Até o momento não há relatos de efeitos colaterais pela sua utilização.

        Interações medicamentosas:
        Não há informações sobre interações medicamentosas ocorridas até o momento.

        Referência:
        Fabricante / fornecedor; 2011.
        Chen, Qui; Xia, Yongpeng, Qui, Zongyin; Effect of ecdysterone on glucose metabolism in vitro;
        Life Sciences; P.R. China; v.78; 2006.
        Salviano, Franque, N.; Cunha, Ismael, A.; Estudo morfológico e avaliação fitossanitária de
        plantas de Pfaffia glomerata oriundas de autosemeadura; TCC Faculdade de Agronomia e
        Medicina Veterinária da Universidade de Brasília; Brasília; DF; 2011.

        2) Feno grego

        3) Ácido D-aspártico

        4) LongJack


        TERAPIA PÓS-CICLO

        Tem se tornado cada vez mais comum nos consultórios de endocrinologistas e nutrólogos, pacientes que estão com algumas sequelas nutroneurometabólicas após a utilização de esteróides anabolizantes (vulgarmente chamados de ciclos).

        Os efeitos mais comuns que temos observado são:
        Aumento do hematócrito e com isso maior risco de eventos tromboembólicos
        Agravamento da alopécia androgenética (mesmo naqueles que utilizam finasterida durante o ciclo)
        Acne em todos os graus
        Sintomas psiquiátricos: irritabilidade, nervosismo, ansiedade, labilidade de humor, rebaixamento do humor (desde uma leve tristeza a sintomas compatíveis com depressão), fraqueza (fadiga, astenia, indisposição).
        Alterações metabólicas como: baixissimos níveis de LH e FSH por supressão do eixo, baixos níveis de HDL, elevação dos níveis de TGP.

        O que sempre orientamos: O profissional mais habilitado para tratar a terapia pós-ciclo é o endocrinologista. Caso você tenha utilizado anabolizante iatrogenicamente, suspenda o uso e procure imediatamente o auxílio de um endocrinologista titulado pela SBEM.
         Talvez será necessário utilizar medicações como tamoxifeno, clomifeno ou hCG.


        REFERÊNCIAS


        BAILLARGEON, J; et al. Risk of Myocardial Infarction in Older Men Receiving Testosterone Therapy. Ann Pharmacother. Set/2014, vol.48, p.1138-1144.

        BASARIA, S; et al. Adverse Events Associated with Testosterone Administration.
        N Engl J Med. Jul/2010, vol.363; p.109-22.

        BHASIN, S. Testicular disorders. In: Williams textbook of endocrinology. 11ed. Philadelphia: Saunders/Elsevier. 2008. p. 645-679.

        COSTA, Elaine Maria Frade. Testosterona para Obesos com Síndrome Metabólica – Sim ou Não?. Revista da ABESO. Out/2012, vol.59, p.7-9

        EL-TANTAWY, Walid H; et al. Free serum testosterone level in male rats treated with tribulus alatus extracts. Int. braz j urol. 2007, vol.33, n.4, p. 554-559.

        HOYOS, CM; et al. Effects of testosterone therapy on sleep and breathing in obese
        men with severe obstructive sleep apnoea: a randomized placebo-controlled trial. Clinical Endocrinology. 2012, vol.77, p.599–607.

        LIMA, N; et al. A função gonadal do homem obeso. Arq Bras Endocrinol Metab. 2000, vol.44, n.01, p.31-37 

        OLIVA, A. Contribution of environmental factors to the risk of male infertility. Hum Reprod. Ago/2001, v.16, n.08, p.1768–1776.

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        Autores:
        • Dr. Frederico Lobo (CRM-GO 13192 RQE 11915) - Médico, clínico e nutrólogo titulado pela ABRAN- Atende em Goiânia e Joinville 
        • Dra. Tatiana Abrão (CRM-SP 95121) - Médica, nutróloga e endocrinologista - Atende em Sorocaba - SP: Rua Antônio carlos comitre, Edifício Dalles, nº510, Sala 104, Bairro Campolim. Fone (15) 32113202
        • Dra. Camila Bandeira (CRM-SP  ) - Médica endocrinologista 
        • Dra. Patricia Salles (CRM-SP ) - Médica endocrinologista 
        • Dr. Pedro Paulo Prudente (CRM-GO 21339 RQE 12785 / CRM-DF 21,339 RQE 12785) - Médico especialista em medicina do exercício e do esporte, pós-graduado em fisiologia do exercício (UNIFESP). 

        Nutrologo Joinville
        Nutrólogo Joinville
        Nutrólogo em Joinville
        Nutrólogo Florianópolis
        Nutrologia Florianópolis
        Médico Nutrólogo em Florianópolis 
        Médico Nutrólogo em Santa Catarina
        Nutrólogo Floripa
        Nutrólogo Goiânia
        Nutrologia Goiânia
        Nutrólogo