segunda-feira, 14 de março de 2011

Pesquisadores encontram provas de que peixes do Pacífico estão comendo plástico

Segundo pesquisadores que percorreram 1,6 mil km da Costa Oeste dos EUA, entrada do detrito na cadeia alimentar deve afetar os humanos

Pesquisadores do sul da Califórnia, nos Estados Unidos, encontraram provas de que pequenos peixes do norte do Oceano Pacífico estão ingerindo plástico. O estudo desses cientistas chama a atenção para os efeitos preocupantes do lixo que flutua nas águas sobre a vida marinha em áreas remotas dos oceanos.

Em cerca de 35% dos peixes apanhados em uma expedição de pesquisa realizada em 2008, na Costa Oeste dos Estados Unidos, foram encontrados pedaços de plástico em seus estômagos, de acordo com o estudo, apresentado na semana passada pelas instituições de pesquisa Algalita Marine Research Foundation (Fundação de Pesquisa Marinha Algalita) e California Coastal Water Research Project (Projeto de Pesquisa das Águas Costeiras da Califórnia). Reportagem [Ingestion of plastic found among small ocean fish] de Tony Barboza, Los Angeles Times, em O Estado de S.Paulo.

Cada um dos peixes apanhados nessa expedição tinha em seu estômago, em média, dois pedaços de plástico. Mas os pesquisadores, que dissecaram centenas de peixes-lanterna – espécie que se alimenta de plâncton -, chegaram a encontrar 83 fragmentos de plástico em um único animal.

O estudo das duas instituições levanta o temor de que o lixo, à medida que vai se introduzindo na cadeia alimentar, pode terminar sendo ingerido pelos seres humanos.

E destaca também um problema que tem chamado muito a atenção nos últimos anos: os detritos marinhos – em sua maior parte constituído de plástico – que se acumulam nas vastas correntes oceânicas conhecidas como turbilhões.

Embora as garrafas, os contêineres e as varas de pesca aos poucos se fragmentem com o impacto das ondas e a luz do Sol, os cientistas ainda não sabem se um dia esse lixo se dissolverá totalmente.

Efeitos quantificados. Os estudiosos já documentaram os perigos apresentados por esse lixo flutuante para as tartarugas, os pássaros marinhos e os mamíferos que se alimentam desse lixo ou ficam presos nos detritos. Mas, segundo os pesquisadores, o presente estudo foi o primeiro a tentar quantificar os efeitos sobre os peixes menores.

A Algalita Marine Research Foundation, instituição sem fins lucrativos com sede em Long Beach, Califórnia, que tem esse nome por causa de seu catamarã de 50 pés, realiza pesquisas científicas sobre a propagação global dos detritos marinhos, mas também luta para limitar “o rastro de plásticos” deixados pela sociedade em rios e oceanos.

O Coastal Water Research Project, baseado em Costa Mesa, também na Califórnia, é um instituto de pesquisa ambiental financiado por 14 agências governamentais diferentes.

Para realizar o estudo, os pesquisadores das duas instituições avançaram por cerca de 1,6 mil quilômetros da costa, em busca de peixes vivendo em meio às partículas de lixo flutuante numa área do Pacífico conhecida como Eastern Garbage Patch. Eles dissecaram e analisaram os peixes num laboratório em Costa Mesa.

A vasta maioria dos peixes encontrada era de peixes-lanterna, que vivem nas profundezas do oceano e sobem à superfície quando escurece em busca do plâncton. Como são um dos peixes mais comuns no oceano e uma fonte de alimento para peixes populares na pesca, como o atum e o dourado, a descoberta dos fragmentos de plástico levanta questões quanto aos efeitos sobre a vida marinha e o consumo humano.

“À medida que os pedaços grandes de plástico se fragmentam, eles vão ficando do tamanho e com a textura de um alimento natural”, disse Charles Mooore, fundador da Fundação Algalita e autor do estudo. “O que estamos observando é toda a rede alimentar sendo contaminada pelo plástico”.

Ideias. O estudo foi publicado na revista científica Marine Pollution Bulletin e os autores devem apresentar suas descobertas na Plastics Are Forever Youth Summit, em Long Beach, reunião na qual adolescentes dos Estados Unidos e de mais 13 países trocarão ideias sobre como combater a poluição provocada pelo plástico nos oceanos.

A pesquisa também será apresentada no fim deste mês na Quinta Conferência Internacional sobre Detritos Marinhos, em Honolulu, Havaí. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO.

Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2011/03/14/pesquisadores-encontram-provas-de-que-peixes-do-pacifico-estao-comendo-plastico/

domingo, 13 de março de 2011

Alimentos que não podem faltar na mesa dos Intolerantes/Alérgicos


quinta-feira, 10 de março de 2011

Estudo inédito na Europa mede impacto da poluição sobre a saúde

A poluição atmosférica reduz a expectativa de vida dos europeus, provoca asma entre as crianças e bronquite crônica e doenças cardiovasculares entre os maiores de 65 anos, e custa bilhões de euros à sociedade. Mas, entre os moradores de Bucareste, que são os menos favorecidos, e os de Estocolmo, onde o ar é mais puro, a situação não é a mesma. Essas são as conclusões, em parte inéditas, de um programa europeu chamado Aphekom, que mobilizou durante três anos cerca de sessenta pesquisadores em 12 países e 25 cidades, envolvendo no total 39 milhões de habitantes, cujos primeiros resultados foram divulgados na quarta-feira (2). Reportagem de Gaëlle Dupont, em Le Monde.

“Esses números mostram que, apesar das medidas de combate, a poluição do ar continua sendo uma questão séria de saúde pública na Europa”, comenta Sylvia Medina, epidemiologista no Instituto de Vigilância Sanitária (InVS), coordenadora do estudo. A rede, constituída de cientistas voluntários, é relativamente representativa, com a exceção notável da Alemanha, onde nenhum estabelecimento quis participar.

Os pesquisadores calcularam, a partir de medições de poluição efetuadas nas 25 cidades escolhidas e dos dados publicados na literatura científica, os ganhos potenciais de expectativa de vida entre a população com mais de 30 anos se a poluição pelas partículas finas fosse reduzida em toda parte para 10 microgramas por metro cúbico (#g/m3)em média anual, o valor defendido pela Organização Mundial de Saúde (OMS). As partículas finas de tamanho inferior a 2,5 mícrons (PM2,5) penetram profundamente no organismo, afetando as vias respiratórias e o coração.

Os resultados, que permitem ler implicitamente as perdas de expectativa de vida associadas à poluição, são impressionantes. O excesso de partículas finas – emitidas especialmente pelos veículos a diesel e pelas fontes individuais e coletivas de aquecimento – reduz em quase dois anos em média a expectativa de vida dos habitantes de Bucareste, e em quase seis meses a dos parisienses. Isso não acontece em Estocolmo, onde a poluição está dentro das normas da OMS.

Em uma segunda parte do estudo realizado em dez cidades (entre elas Barcelona, Bruxelas e Roma), os epidemiologistas Nino Künzli e Laura Perez avaliaram pela primeira vez o impacto da poluição atmosférica ao levar em conta seu papel de desencadeador de doenças crônicas, e não unicamente de fator agravante. O fato de que em média 50% da população vive nas proximidades de um eixo rodoviário bastante movimentado (mais de 10 mil veículos ao dia) seria responsável por 15% dos casos de asma entre os menores de 17 anos, por 23% das bronquites crônicas e por 25% das doenças cardiovasculares entre os maiores de 65 anos. Um valor de 10 mil veículos ao dia é “frequentemente atingido nas grandes cidades”, afirma Karine Léger, engenheira da Airparif, o organismo de vigilância da qualidade de ar na região de Ile-de-France. O tráfego chega em média a 270 mil veículos por dia na periferia parisiense e a 20 mil veículos na rua de Rivoli.

Pela primeira vez nessa escala, está sendo avaliado o impacto econômico da poluição. O custo do impacto das partículas finas é estimado em 31,5 bilhões de euros anuais. A avaliação leva em conta sobretudo a hospitalização dos doentes e os dias de trabalho perdidos. “É um custo elevado, que recai diretamente sobre os sistemas de saúde”, ressalta Olivier Chanel, do CNRS. “O interesse em reduzir os níveis médios de exposição é considerável”. Ora, embora tenham sido feitos progressos em certas moléculas, como o dióxido de enxofre, a poluição por partículas finas não tem baixado.

Sob pressão dos novos membros da União Europeia, um valor limite muito elevado de 25#g/m3 foi estabelecido na União. Esse valor poderá ser revisto para baixo em 2020, após uma avaliação em 2013. Na França, o estabelecimento de uma norma obrigatória de 15#g/m3 em 2015, prevista pela Grenelle do meio ambiente, foi substituído por um valor meta de 20#g/m3 (um nível raramente ultrapassado no país), acompanhado de uma “meta de qualidade” não obrigatória de 10#g. Nos Estados Unidos, o valor-limite é de 15#g, na Austrália é de 10.

Valores-limite em queda

Ninguém duvida que os resultados da Aphekom serão muito comentados na França, num momento em que Bordeaux, Lyon, Grenoble, Nice, Clermont-Ferrand, Aix-en-Provence e Plaine Commune (Seine-Saint-Denis) são voluntárias, a pedido do ministério do Meio Ambiente, para experimentar as zonas de ação prioritárias para o ar (ZAPA), e proibir seu acesso aos veículos mais poluentes em 2012. Após um tumultuoso debate, um pedágio urbano também foi possibilitado pela lei Grenelle 2, para os municípios voluntários com mais de 300 mil habitantes. Ora, cidades como Estocolmo e Londres, onde a poluição é controlada, já o implementaram.

Os poderes públicos não são os únicos preocupados com esse estudo, Medina faz questão de lembrar. Todos podem limitar os riscos, ficando longe dos motores que rodam parados, não abrindo as janelas nos horários de pico, andando pelas ruas de pouca circulação, e fazendo um “uso mais racional” dos meios de transporte.

Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2011/03/10/estudo-inedito-na-europa-mede-impacto-da-poluicao-sobre-a-saude/

Associação entre Tabagismo e artrite reumatóide

Um mecanismo que desencadeia a artrite reumatoide em fumantes foi identificado por pesquisa da FMRP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto), da USP.

Já se sabia que quem tem predisposição genética e fuma pode sofrer dessa doença inflamatória crônica, que causa dores e rigidez matinal nas mãos e nos pés.

Agora, o estudo do biomédico Jhimmy Talbolt, defendido como dissertação de mestrado na última semana, revela como isso acontece.

Quando a pessoa fuma, uma das células do sistema de defesa -a TH17- é sensibilizada e fica doente.

Ao ser estimulada pelos hidrocarbonetos aromáticos da fumaça do cigarro, a TH17 passa a orientar o sistema de defesa a destruir articulações das mãos, pés, joelhos, punhos, cotovelos e tornozelo.

O professor de reumatologia da FMRP e orientador de Talbot, Paulo Louzada Junior, disse que o resultado pode ser o ponto de partida para o desenvolvimento de uma droga que reduza os sintomas da doença com mais eficiência ou até interrompa o processo de deterioração das articulações periféricas.

Segundo Louzada Junior, a artrite reumatoide atinge 1% da população adulta brasileira e a descoberta é inédita na literatura científica.

A pesquisa, com financiamento do CNPq e da Fapesp, acompanhou durante dois anos 138 pacientes com artrite reumatoide (metade fumante) e um grupo-controle com 129 pessoas sadias.

Foram comparadas as mutações genéticas do sangue de pacientes fumantes e não fumantes com o sangue do grupo-controle.

Essas informações foram relacionadas aos dados clínicos de cada um, constatando que a fumaça do cigarro e a célula TH17 estavam ligadas à artrite reumatoide.

"Em modelos experimentais em camundongos, constatamos que os receptores de hidrocarboneto arila [da fumaça do cigarro] provocavam o aumento do número das células TH17 e a piora da doença", diz Talbot.

Louzada Junior explica que o receptor da célula TH17 se danifica com a fumaça porque é sensível ao hidrocarboneto arila.

"Esse receptor elimina poluentes dentro do corpo. Só que, se tiver essa alteração genética, o sistema pode estimular a célula do sistema de defesa a causar a doença."

FATOR AGRAVANTE

Para o reumatologista José Goldemberg, da Unifesp, conhecer esse mecanismo possibilita tratar o problema com conhecimento científico. "Sem a "achometria", que é a medida do achismo."

Segundo Ari Halpern, reumatologista do hospital Albert Einstein, muitos estudos têm demonstrado relação entre o cigarro e a artrite e, entre os fatores que alteram o prognóstico da doença, o fumo é um dos mais importantes.

Fonte: http://pheventosbr.com.br/ph-eventos-noticias-texto.asp?Noticia=238

Composto da mostarda pode ajudar no combate ao câncer de bexiga

Plantas como a mostarda, a raiz-forte comum e a versão japonesa - que dá origem ao tempero wasabi, típico na culinária oriental - podem ter propriedades anti-câncer, segundo um estudo publicado na publicação científica "Carcinogenesis", da Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha.

Os autores, ligados a institutos de pesquisa sobre o câncer nos Estados Unidos, sugerem que uma substância presente nesses vegetais conhecida como isotiocianato de alila - composto responsável pelo sabor forte desses vegetais - pode ajudar no combate ao câncer de bexiga.

Durante o estudo, feito em ratos, os cientistas notaram que o avanço da doença foi interrompido em 30% dos casos e a contaminação de outros órgãos por células cancerígenas (metástase) foi completamente impedida em todos as cobaias.

Plantas normalmente utilizam o isotiocianato de alila como uma arma para combater ameaças como insetos herbívoros. Na pesquisa, os ratos foram alimentados com pó de semente de mostarda. O tratamento durou três semanas. Os roedores com a dieta especial foram comparados com um grupo controle - que não recebeu nenhuma comida especial para combater o câncer.

Apesar do trabalho não ser conclusivo sobre a aplicação direta dos benefícios da mostarda em humanos, os pesquisadores acreditam que outras pesquisas podem surgir para provar o benefício dos vegetais no combate ao câncer.

O isoticianato também aparece em outros vegetais do grupo conhecido como crucífero, dos quais os principais representantes são a couve-flor, o repolho, a couve e o brócolis. Segundo o Instituto Nacional do Câncer norte-americano, esta família de plantas possui propriedades capazes de reduzir o risco de câncer de cólon.

Já o câncer de bexiga pode gerar a contaminação de outros órgãos em até 30% dos casos em humanos. Após as células cancerígenas se espalharem, o paciente normalmente precisa de um tratamento agressivo e, em alguns casos, remover a bexiga, com chances pequenas de sobrevivência.

Fonte: http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=2&idnot=10248

Parar de fumar melhora o colesterol - Universidade americana avaliou o impacto do cigarro na produção do "bom colesterol"

O fim do hábito de fumar promove rapidamente outro benefício ao fumante logo de cara: a melhora de seu colesterol. Com o adeus ao cigarro, o ex-fumante observa a alta da taxa do bom colesterol. O HDL é uma proteção natural contra doenças cardiovasculares e baixas concentrações dele são um fator de risco para doenças como a arteriosclerose.

A nova descoberta lança luz sobre a relação do tabagismo com a saúde do coração. Quase 20% das mortes por essa doença são atribuídas ao cigarro, mas os cientistas ainda não têm uma compreensão clara sobre o que está por trás deste efeito.

Fumar afeta o sistema cardiovascular reduzindo os níveis de oxigênio. O teste para analisar o impacto do tabagismo sobre os níveis de colesterol de forma mais rigorosa feito pela University of Wisconsin School of Medicine, nos EUA, analisou 1.500 fumantes. A maioria apresentava sobrepeso. Os fumantes analisados consumiam cerca de 21 cigarros por dia antes do início do estudo.

Depois de um ano, em um dos cinco programas para pôr fim ao tabagismo, 334 tinham conseguido deixar o cigarro. Os que pararam tiveram um aumento de cerca de 5% ou 2,4 miligramas por decilitro do colesterol HDL.

Fonte: http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=2&idnot=10255

sábado, 5 de março de 2011

Pesquisadores criam índice para calcular obesidade

O Índice de Massa Corporal (IMC), usado para medir o grau de magreza ou obesidade de uma pessoa, tem quase 200 anos de idade e defeitos.

Oito pesquisadores liderados por Richard Bergman, da Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles, criaram "Um Índice Melhor de Adiposidade do Corpo". Esse é o título do artigo científico em que descrevem o método, na revista médica "Obesity".

O novo método chama-se Índice de Adiposidade Corporal (IAC) e usa uma equação e apenas duas medidas -a circunferência do quadril e a altura da pessoa- para chegar à porcentagem de gordura no corpo.

O método tradicional de calcular é obtido ao se dividir o peso da pessoa em quilos pelo quadrado de sua altura em metros.

O velho índice foi criado em 1832 pelo matemático e astrônomo belga Lambert Adolphe Jacques Quetelet (1796-1874). O Índice de Quetelet foi rebatizado de IMC em 1972, e depois adotado pela Organização Mundial de Saúde como um método simples de medir a obesidade.

SÓ PARA MAIORES

O IMC é impreciso, pois não leva em conta o sexo ou a massa muscular (mulheres têm mais gordura; e músculos pesam mais que gordura). Também não é adequado para menores de 18 anos.

Saber a prevalência de obesidade em uma população é importante em termos de saúde pública. Trata-se de fator de risco para doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, hipertensão e câncer.

Por exemplo: estudo com 24.508 pessoas de 45 a 79 anos, no Reino Unido, revelou que 1.708 homens e 892 mulheres desenvolveram doença coronária cerca de nove anos depois.

Homens com as maiores cinturas em relação aos seus quadris tiveram 55% maior chance de desenvolver a doença; entre elas, o risco foi 91% maior.

Bergman e colegas testaram várias equações para checar qual corresponderia melhor à realidade. Eles tinham a porcentagem de gordura no corpo de duas populações estudadas antes, uma de 1.733 americanos descendentes de mexicanos, outra de 223 afro-americanos.

A gordura tinha sido medida por uma técnica de raio-X, a DXA (sigla em inglês para Absorciometria de Raios-x de Dupla Energia).

A fórmula conseguiu prever com precisão a gordura corporal nos casos acima de 20%; nos casos de gordura de 25% a 30%, a precisão foi total, erro de 0% na estimativa. Apenas nos casos de adiposidade abaixo de 10% a equação não foi tão precisa, indicando um erro de 17,4% a mais de gordura.

"O número de pessoas estudadas ainda é pequeno para generalizar para a população mundial", diz a brasileira Rosana Radominski, presidente da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica). "O percentual de gordura é muito relativo."

Entre o grupo de mexicanos-americanos, o porcentual de gordura medido pela técnica DXA variava de 8,7% a 61,2% da massa corporal. "Acima de 32% já há excesso, 60% vai ser sempre negativo", afirma Radominski.

Os extremos em saúde não costumam ser positivos. "Mas o porcentual pequeno de gordura em um atleta com massa muscular grande não é ruim", diz a médica; afinal, músculo pesa mais, e o atleta tem boa saúde geral.

Já em uma adolescente normal, esse mesmo porcentual de gordura pode significar que a garota está subnutrida e até incapaz de menstruar, com risco grave de desenvolver anorexia.

Os autores do estudo reconhecem que é preciso mais medidas e de diferentes populações para validar o novo índice.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/884296-pesquisadores-criam-indice-para-calcular-obesidade.shtml

Distância entre ânus e testículos é associada à fertilidade

Homens que têm a medida entre o ânus e a base do escroto menor do que a média (que é de 52 mm) sofrem risco sete vezes maior de infertilidade. O dado é de estudo publicado ontem no "Environmental Health Perspectives".

A distância, segundo a pesquisa, é ligada à contagem de esperma. Quando menor a distância, menor a contagem.

Essa descoberta oferece um método simples de teste, afirma Shanna Swan, da Universidade de Rochester, nos EUA, coautora do estudo. A pesquisadora afirma que o exame não é invasivo e seu resultado não é influenciado por estresse ou pelo clima, fatores que podem alterar a contagem de esperma.

Para chegar ao resultado, os pesquisadores tomaram medidas de 126 homens nascidos a partir de 1988.

O estudo não explica por que alguns homens têm essa distância menor. Mas pesquisas anteriores analisaram a ligação entre a exposição das grávidas a certos compostos químicos, os ftalatos, e o nascimento de meninos com medida anogenital menor.

Os ftalatos são usados em perfumes, xampus, plásticos e pesticidas. Nesses estudos, foi demonstrado que mulheres com níveis mais altos de ftalatos na urina tiveram um risco dez vezes maior de ter filhos com distância anogenital menor que a média.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/884891-distancia-entre-anus-e-testiculos-e-associada-a-fertilidade.shtml

Obs: Mais sobre Ftalatos nos seguintes posts:
Obs: Mais sobre Infertilidade e contaminantes ambientais nos seguintes posts:

quarta-feira, 2 de março de 2011

Não Confunda: Hidropônico não é Orgânico, Melhoramento genético não é Transgenia



Com a atual variedade de produtos nos supermercados, fica difícil para o consumidor não se confundir entre tantos nomes: natural, hidropônico, processado, orgânico… A seguir, veremos com mais detalhes cada uma dessas denominações.

“Natural”

Em princípio, vale lembrar de que toda verdura, fruta ou legume é natural, já que o homem pode apenas reproduzir plantas a partir de sementes ou outras partes de plantas, multiplicando-as através da agricultura. Ou seja, independentemente do sistema em que foram produzidos (convencional ou orgânico), do grau de contaminação ou da qualidade nutricional que apresentem, qualquer verdura, legume ou fruta é natural. Portanto, a palavra “natural” indicada nas embalagens não significa que o produto esteja isento de agrotóxicos e outras substâncias que trazem riscos para a saúde humana.

“Processado”

Os produtos lavados, cortados e embalados, usados para facilitar a vida da dona de casa, continuam sendo verduras e legumes convencionais, ou seja, que receberam agrotóxicos e adubos químicos; apenas já foram selecionados pela indústria. Atualmente, é possível encontrar produtos higienizados e processados que foram produzidos no sistema orgânico e que por isso, não contêm agrotóxicos nem qualquer outro produto potencialmente tóxico. Para encontrá-los, basta verificar na embalagem a palavra “orgânico” juntamente com o selo de uma instituição certificadora. Desta forma, o consumidor terá a certeza de que os produtos processados seguiram, de fato, todas as normas de produção que geram alimentos saudáveis, como são os orgânicos.

“Hidropônico”

O hidropônico é um alimento produzido sem a presença do solo e sempre em ambiente protegido, ou seja, em estufa. Cultivado sobre suportes artificiais, em água, recebe soluções químicas para nutrição e tratamento de eventuais doenças.

“Orgânico”

O produto orgânico, ao trazer este nome na embalagem juntamente com o selo de uma Instituição Certificadora, demonstra a quem o compra muito mais que um alimento isento de substâncias nocivas à saúde. Ao ser gerado dentro de um sistema produtivo que preservou o ambiente natural, o produto orgânico contribui para a melhor qualidade de vida não de um consumidor isolado, mas de toda a sociedade.

Para ressaltar bem um produto hidropônico de um orgânico, veja a comparação abaixo:

Hidroponia
Orgânicos
Produção de alimentos sem o uso
do solo
Plantas recebem agrotóxicos
Plantas precisam receber
fertilizantes químicos, devido a
ausência de solo.
Eventuais excessos de nutrientes
ou impurezas na solução nutritiva 
podem se acumular no produto
hidropônico.
Plantas com metabolismo
desequilibrado, suscetíveis ao
ataque de pragas e doenças.
A beleza garante ao consumidor
que o produto é saudável.

Produção de alimentos no solo
Plantas não recebem agrotóxicos.
Plantas recebem apenas
fertilizantes orgânicos ou
minerais moídos.
O solo filtra e neutraliza as
eventuais impurezas e a planta
aproveita os nutrientes sem
acumular excessos.
Plantas com metabolismo
equilibrado, mais resistentes a
pragas e doenças.
O sistema de produção
certificado garante ao consumidor
que o produto é saudável.



Transgênicos VERSUS Melhoramento genético (aperfeiçoamento genético)

São duas técnicas completamente diferentes. Os transgênicos são produzidos pela modificação genética, e nunca por melhoramento genético.

Melhoramento genético


Há séculos o homem utiliza a prática de melhoramento genético para aperfeiçoar espécies animais e vegetais de interesse. Tudo começou quando o homem passou a realizar cruzamentos, seguidos de seleção artificial, das variedades que mais lhe interessavam. Esse procedimento originou inúmeras raças de animais e variedades vegetais que, hoje, fazem parte de nosso dia-a-dia.

Cavalos e jumentos são cruzados para produzir híbridos – mulas e burros – utilizados para serviços de tração; o gado leiteiro e o de corte são hoje muito mais produtivos que os de antigamente; plantas como milho, feijão e soja produzem atualmente grãos de excelente valor nutritivo.

Para preservar as qualidades das inúmeras variedades vegetais obtidas em cruzamentos, o homem aprendeu a fazer a propagação vegetativa, processo executado principalmente pelo plantio de pedaços de caule (estaquia) ou de enxertos (enxertia) das plantas de boa qualidade. Esse tipo de reprodução assexuada forma clones das plantas com melhores características.

Bons exemplos desse processo são a estaquia, atualmente praticada pelo Instituto Florestal de São Paulo, de pedaços de galho de eucalipto na propagação de variedades produtoras de madeira de excelente qualidade para a construção de casas, e a enxertia de inúmeras variedades de laranja, entre elas a laranja-da-baía, também conhecida como laranja-de-umbigo.

Vimos que, desde os tempos antigos, o homem aprendeu, por meio da observação e da experimentação, a praticar o melhoramento de espécies animais e vegetais que apresentam algum interesse econômico, alimentar ou medicinal. Essas bases deram início a uma tecnologia conhecida como biotecnologia, que pode ser definida como um conjunto de técnicas que utilizam organismos vivos ou partes deles para a produção de produtos ou processos para usos específicos. Analisando a definição, podemos pensar que a biotecnologia já é praticada pelo homem a milhares de anos, quando ele aprendeu a utilizar, por exemplo, microorganismos fermentadores para a produção de pães, iogurtes e vinhos.

Transgênicos ou Organismos geneticamente modificados (OGM)

Depois do conhecimento da estrutura do DNA, na década de 1950, e do entendimento do seu processo de duplicação e da sua participação na produção de proteínas, surgiu em 1973 uma vertente da biotecnologia conhecida como engenharia genética, que, por meio de técnicas de manipulação do DNA, permite a seleção e modificação de organismos vivos, com a finalidade de obter produtos úteis ao homem e ao meio ambiente.

Na transgenia, seqüências do código genético são removidos de um ou mais organismos e inseridos em outro organismo, de espécie diferente. A principal implicação da transgenia é a quebra da barreira sexual entre diferentes espécies, permitindo cruzamentos impossíveis de ocorrerem naturalmente, como entre uma planta e um animal, uma bactéria e um vírus. A inserção de genes exóticos em uma planta, por exemplo, pode resultar em efeitos imprevisíveis em seus processos bioquímicos e metabólicos.

Riscos para a saúde humana

E o consumo humano de alimentos transgênicos? Se há riscos, porque eles foram liberados?

Na semana retrasada um estudo com ratos, publicados pela Food and Chemical Toxicology
mostrou que ratos alimentados com organismos geneticamente modificados (OGM) morrem antes e sofrem de câncer com mais frequência do que os demais. Os pesquisadores consideraram os resultados alarmantes.


Para ler mais sobre o tema:
Artigo na íntegrahttp://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0278691512005637
Artigo publicado aqui no Bloghttp://www.ecologiamedica.net/2012/09/estudo-revela-toxicidade-alarmante-dos.html

No Brasil maior parte da soja e milho são transgênicos. Ainda não sabemos a repercussão disso. Ano passado a Embrapa em parceria com empresas internacionais anunciou que irá produzir um feijão transgênico desenvolvido por ela.  Essa parceria com as maiores corporações agronômicas do mundo e desenvolvimento de variedades de sementes transgênicas colocam em discussão o papel da Embrapa. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária é a maior autarquia em agricultura tropical do mundo e goza de uma credibilidade alcançada por poucos órgãos. Dispõe, além disso, de um orçamento de R$ 1,8 bilhão neste ano, ou quase três vezes mais do que ostentava em 2002.


Fruto de uma trajetória de desenvolvimento de soluções para o campo, esta credibilidade é capaz de atrair muitos interesses, para o bem e para o mal. Quando a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou o feijão transgênico desenvolvido pela estatal, no mês passado, colocou seu próprio trabalho em discussão. Ao batalhar durante mais de uma década pelo desenvolvimento de uma semente geneticamente modificada, a Embrapa inscreveu um marco na ciência nacional ou colaborou para a perda de soberania alimentar e para riscos à saúde dos brasileiros?

"O que se deve questionar é por que a Embrapa produz de maneira direta, ou em parceria com empresas capitalistas transnacionais, sementes transgênicas”, afirma Horacio Martins de Carvalho, membro da Associação Brasileira de Reforma Agrária e engenheiro agrônomo. “Além de serem patenteadas e, portanto, tornarem-se mercadorias, (as sementes transgênicas) contribuem de forma decisiva para a erosão genética. Os contrários ao feijão alterado geneticamente viram na atuação da Embrapa no caso uma violação ao princípio da precaução, assegurado pela Constituição e base da atuação científica: na dúvida, não se leve adiante. A sessão da CTNBio, a comissão responsável por liberar novas variedades de transgênicos, ficou marcada por acusações de que a estatal teve uma conduta como a de qualquer transnacional, deixando de lado as possibilidades de que o grão represente riscos à saúde humana e ao meio ambiente. A pressa na tramitação do processo e os estudos inconclusivos sobre os impactos do produto são o centro da argumentação.

Renato Maluf, presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), um órgão consultivo ligado à Presidência da República, adverte que não se pode condenar a empresa como um todo, lembrando que dentro dela há quem queira discutir a necessidade de desenvolvimento de transgênicos, mas não deixa de manifestar contrariedade com o novo feijão. “O que nós não aprovamos é que uma empresa de pesquisa – ainda mais uma empresa pública – tenha pressa em liberar uma coisa que ainda não está suficientemente testada em todos os seus aspectos.”

Entre outros problemas, o número de cobaias sacrificadas para analisar alterações fisiológicas era muito pequeno – apenas três. Todas eram machos, e com isso não se sabe sobre possíveis efeitos em gestantes. “Em retrospectiva, vemos os resultados negativos de estudos semelhantes no passado”, afirma Maria Izabel Radomski, pesquisadora da Embrapa Florestas, ao recordar agrotóxicos desenvolvidos pela empresa e que pareciam seguros, mas posteriormente se mostraram nocivos à saúde. “Este feijão transgênico não vai ter alguma deficiência? Não existe uma superplanta.”

Fontes:


  1. http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidadania/2011/10/transgenicos-e-parcerias-com-empresas-colocam-em-debate-o-papel-da-embrapa
  2. http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Biotecnologia/transgenicos.php 
  3. http://www.greenpeace.org.br
  4. http://www.casadoorganico.com/blog/nao-confunda-hidroponico-nao-e-organico/
  5. http://www.ecologiamedica.net/2012/09/os-reais-riscos-de-consumir-transgenicos.html


Críticas e Mal Entendidos sobre Agricultura Orgânica – Contra Argumentos



MAL ENTENDIDO 1: Resíduos de agrotóxicos em alimentos convencionais seguem padrões de segurança e estão dentro dos limites de segurança.
Contra Argumentos: A pesquisa brasileira da ANVISA (PARA 2001-2009) mostra que infelizmente isso não acontece com nossos vegetais.

MAL ENTENDIDO 2: Não há evidência consistente de diferenças entre alimentos orgânicos e convencionais
Contra Argumentos: Alimentos orgânicos têm menores níveis de agrotóxicos, drogas veterinárias e teor de nitrato. Além disso, têm maior teor de antioxidantes, fitoquímicos, minerais e algumas vitaminas. Quanto ao teor de carboidratos, proteínas e gorduras eles não diferem muito, mas acredita-se que os orgânicos têm valor nutricional mais equilibrado (e não maior). Alimentos orgânicos de origem animal têm melhor qualidade de gordura e menos teor de ácidos graxos saturados e os processados não têm gordura hidrogenada, nem aditivos químicos sintéticos e não são irradiados. Por isso são, sem dúvida, mais saudáveis.

MAL ENTENDIDO 3: Grupos de empresários orgânicos divulgam informações sobre o perigo dos alimentos convencionais para aumentar seu lucro e espaço de mercado.
Contra Argumentos: Na verdade, a maioria das comunicações sobre os benefícios dos alimentos orgânicos – que são cada vez mais conhecidas – são divulgadas pelos consumidores, pela mídia, por associações e organizações não governamentais de incentivo à agricultura orgânica, e por profissionais da saúde que não têm interesse comercial no setor. As grandes empresas que têm condições de assumir os altos custos do marketing dos orgânicos não se interessam por esse setor, pois também produzem alimentos convencionais que ainda mantém a maior parte de seus lucros.

MAL ENTENDIDO 4: A Agricultura Orgânica aumenta o risco de contaminação alimentar. Exemplos: alimentos orgânicos contêm mais bactérias como E. coli porque utilizam adubo de origem animal; e micotoxinas por causa da falta de agrotóxicos no cultivo.
Contra Argumentos: Os padrões orgânicos de utilização de esterco seguem rígidas recomendações: ou o esterco deve ser preparado antes como composto e sofre degradação térmica, ou deve ser aplicado somente após 90 dias de coletado. Dessa forma, não existe mais risco de contaminação patogênica entre orgânicos que devem ser corretamente higienizados antes de serem consumidos, como qualquer outro vegetal. Mas é bom lembrar que a agricultura convencional utiliza toneladas de esterco de vaca e de galinha in natura, sem qualquer tipo de processamento ou regras para utilização. A E.coli é encontrada em todo lugar e as práticas de higienização são necessárias para prever qualquer tipo de contaminação, em qualquer tipo de alimento. A aplicação de composto não figura entre a maior causa de contaminação de E.coli nos seres humanos, que segundo a US Centers for Disease Control ocorre por consumo de carne infectada durante o abate. Além disso, em pesquisa realizada pela FAO, descobriu-se que vacas soltas, tratadas a pasto ou feno (como no caso dos animais orgânicos) produzem menos (de – tirei) E.coli no seu material fecal do que os animais confinados tratados com cereais. Quanto às micotoxinas, a AO não usa fungicidas, mas apresenta outras vantagens que previnem a contaminação dos alimentos por micotoxinas e reduzem a concentração de fungos, como plantas com células e tecidos mais estáveis e resistentes a fungos; esquemas de rotação de culturas e manejo animal mais saudável. A FAO também publicou estudo que demonstra que níveis menores de micotoxinas são encontrados em leites de origem orgânica quando comparadas com leites de origem convencional.

MAL ENTENDIDO 5: Muitos alimentos naturais contêm substâncias alergênicas que têm impacto sobe a saúde. A transgenia pode ajudar a minimizar tais efeitos.
Contra Argumentos: Existem realmente agentes naturais nos alimentos que podem ser tóxicos como os glicoalcalóides nas batatas, o ácido cianídrico em frutas como ameixa, damasco, maçã e pêssego, e os glicosinolatos no espinafre e couves. Mas tudo é uma questão de dose, modo de preparo e sensibilidades individuais. Além disso, ressalta-se que tais substâncias se encontram nos alimentos orgânicos e convencionais e não há estudo que mostre que as substâncias tóxicas naturais são mais potentes nos orgânicos. A transgenia poderia ser um processo para amenizar tais substâncias, mas a intoxicação rara que tais substâncias causam nos seres humanos são bem menos problemáticas e preocupantes do que os efeitos ainda não delineados dos alimentos transgênicos. E ao tentar solucionar problemas de alergia, a transgenia acaba produzindo novos alergênicos como no caso das intoxicações com o suplememto alimentar transgênico L- triptofano e com o milho StarLink, com o gene contendo a toxina Bt. Isso sem falar dos problemas sociais, ambientais e éticos das sementes transgênicas, liberadas no Brasil sem rotulagem, infringindo normas básicas de biossegurança.

MAL ENTENDIDO 6: Alguns pesticidas “verdes” ou “orgânicos” podem causar danos à saúde e são usados em grandes doses. Por isso não há razão para confiar nos alimentos orgânicos.
Contra Argumentos: Com certeza, pesticidas naturais (e também adubos orgânicos) podem causar danos se forem usados de forma inconseqüente, em altas doses, sem respeito aos prazos de carência. Mas uma Agricultura Orgânica séria e comprometida deve buscar seguir princípios de segurança e equilíbrio no uso de tais substâncias. Outra questão importante é que uma propriedade orgânica, à medida que consegue equilibrar o ecossistema ao seu redor com um manejo correto, depende cada vez menos de fertilizantes e pesticidas naturais. Com o tempo, o solo se enriquece, o policultivo e a rotação de culturas se estabelecem, a biodiversidade aumenta e as espécies nativas se proliferam, atingindo um estado de equilíbrio que prescinde de insumos externos para produzir alimentos. Ou seja, a AO usa pesticidas no inicio da produção, mas a proposta é, a médio e longo prazo promover o equilíbrio do agroecossistema e evitar o uso de pesticidas. Isso vale também para a produção animal. Uma produção orgânica de qualidade não deve almejar granjas orgânicas com uso de probióticos, fitoterapia e rações orgânicas, mas deve criar animais livres e saudáveis, capazes de procriar, de se alimentar e de se comportar de acordo com sua espécie. É como o ser humano que chega doente e desequilibrado ao médico e precisa do medicamento. Mas se ele passa a ter uma vida equilibrada, cuida da alimentação, do sono, do ritmo, do exercício físico e das suas emoções, ele se torna saudável e adoece raramente, evitando o uso de drogas – naturais ou sintéticas. É esse “estado de saúde” e independência que uma propriedade orgânica deve almejar e alcançar.

MAL ENTENDIDO 7: Alimentos orgânicos são muito caros e estão se tornando “comida de rico”.

Contra Argumentos: Resumidamente, essa é uma questão que envolve de que forma e onde o consumidor compra seu alimento orgânico e qual o seu parâmetro de alimento “caro e barato”. Outra questão diz respeito ao quanto o consumidor deseja se envolver para mudar esse conceito e quais são suas prioridades de consumo alimentar. Ressaltamos que, em geral, os custos para produzir alimentos convencionais são bem mais altos do que para a produção de orgânicos. As externalidades ambientais ( contaminação de águas, solo e ar, perda de biodiversidade), sociais ( exclusão de agricultores) e sobre a saúde humana(contaminações químicas) não são levadas em conta no preço da comida. Em longo prazo, consumir alimentos orgânicos significa menos doenças, menos intervenções médicas e hospitalares e um meio ambiente preservado e saudável.
Em países como o Brasil, a produção orgânica tem custo mais baixo que a convencional e há regiões que produzem orgânicos com o mesmo preço que os convencionais. Isso depende da organização dos agricultores e do circuito de vendas que o consumidor deseja apoiar. Resumidamente, comprar direto dos agricultores (cestas, feiras, etc) é mais barato do que em lojas especializadas, e muito mais acessível que nas grandes redes de supermercados. Essa é uma dimensão real e bem complexa que um parágrafo não vai responder bem.

MAL ENTENDIDO 8: As pessoas não podem comprar orgânicos, então promover a Agricultura Orgânica reduzirá o consumo de frutas e verduras, alimentos saudáveis, porém caros quando orgânicos.
Contra Argumentos: Primeiramente, é preciso levar em conta o contexto anteriormente indicado. Não há dúvida de que promover o consumo de alimentos saudáveis deveria ser uma das prioridades da área da saúde. Não podemos esquecer que as frutas e verduras, mesmo sendo nutricionalmente saudáveis, podem ser ainda mais potentes promotoras da saúde se forem orgânicas. Isso porque além de terem maior quantidade de minerais e fitoquímicos, elas têm menos agrotóxicos e resíduos de fertilizantes sintéticos. Frutas e verduras são saudáveis. Se orgânicas, mais ainda! A área da saúde não pode ignorar esse fato e os especialistas devem indicar o que é superior.
As evidências mostram que os consumidores orgânicos consomem mais frutas e verduras e menos alimentos insalubres do que a maioria da população. Promover a AO significa, a médio prazo, maior oferta e demanda de alimentos orgânicos e menor preço; e essa ação faz parte da necessária estratégia de promoção de hábitos alimentares saudáveis e da saúde ambiental e social que queremos ver na sociedade atual.
Ressaltamos que o preço relativamente barato de alimentos como óleo, gorduras, açúcar e alimentos industrializados, que promovem obesidade e muitas doenças não transmissíveis, não reflete o preço real desses alimentos, que é distorcido por políticas de subsídios agrícolas. Futuras intervenções políticas serão necessárias para apoiar a AO (e toda cadeia de alimentos saudáveis), se todos os consumidores se envolverem e desejarem essa perspectiva produtiva e escolherem políticos comprometidos com essa causa.

MAL ENTENDIDO 9: Alimentos orgânicos não são saborosos e atraentes.
Contra Argumentos: Bem, primeiramente o que é saboroso é um conceito muito subjetivo. Há pessoas que não gostam do sabor de leites in natura e frangos orgânicos de carnes rígidas e preferem leites de caixinha (UHT) e aves de granja, de carnes “macias”. O que as poucas pesquisas na área indicam é que os alimentos orgânicos têm sabor, textura, cor e odores originais; mostram alimentos como tomates, morangos, maçãs e cenouras mais adocicados e cascas de ovos e carnes mais firmes. Se vierem de uma agricultura orgânica de qualidade, os produtos orgânicos são atraentes e devem apresentar excelente aspecto. Mas eles não são padronizados em formas e tamanhos, o que é perfeitamente natural, na concepção da palavra.
E é preciso ressaltar que muitos chefes de cozinha no Brasil e no mundo recomendam e sinalizam a superioridade dos orgânicos em termos de sabor e qualidade. Mas só experimentando os orgânicos, é que o consumidor pode comparar.

MAL ENTENDIDO 10: Alimentos orgânicos são para vegetarianos
Contra Argumentos: Existe uma infinidade de linhas e padrões alimentares vinculados a determinadas religiões ou filosofias que restringem grupos de alimentos. No caso dos vegetarianos restritos (ou veganos), eles evitam todos os alimentos de origem animal (mel, carnes, leite e ovos) e alguns incorporam alguns desses alimentos tornando-se lacto ou ovolactovegetarianos. Muitos indivíduos vegetarianos inserem vegetais orgânicos na dieta por acreditarem que eles são mais saudáveis do que os convencionais. E o fator saúde é um aspecto importante da opção pelo vegetarianismo (não o único). Mas há vegetarianos que não consomem orgânicos, simplesmente restringem os produtos de origem animal. A dieta orgânica, a principio, é mista, até mesmo porque existe uma forma de manejo animal orgânica, que se preocupa com o bem estar dos animais e com a produção de alimentos de qualidade, tanto quanto na agricultura orgânica.
MAL ENTENDIDO 11: A certificação orgânica não é confiável e muitos alimentos convencionais são vendidos como orgânicos. Além disso, os consumidores não entendem o processo de certificação e, sendo assim, não podem confiar nele.
Contra Argumentos: Fraudes e faltas de regulação no sistema alimentar nunca serão completamente erradicadas, mas no momento, a certificação de orgânicos como um todo (porque há diferentes tipos de certificação) é um dos melhores sistemas de segurança alimentar e está em continuo processo de adaptação e mudanças.
Relembramos que na legislação brasileira, o termo orgânico incorpora outras terminologias como biodinâmicos, ecológicos, naturais, biológicos, provenientes de permacultura, etc., dependendo do tipo de agricultura praticada. Isso realmente confunde o consumidor e, por isso, a proposta de assumir o termo orgânico deve ser repensada pelas diferentes correntes de agricultura sustentável, sem perder de vista as diferenças e peculiaridades de cada proposta.
Quanto às dúvidas do consumidor, elas realmente existem, e também os diferentes especialistas estão confusos. Realmente a dúvida surge do desconhecimento. O processo é recente e ressaltamos a necessidade de um amplo e contínuo sistema de divulgação, educação e sensibilização de leigos e especialistas para que eles possam conhecer o sistema orgânico e suas vantagens, e, assim, entender tipos de certificação e suas diferenças.

Fonte: http://www.casadoorganico.com/blog/

terça-feira, 1 de março de 2011

Plano nacional de gerenciamento e eliminação de bifenilas policloradas (PCBs)

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) ampliará este ano a capacitação laboratorial de seu Centro de Metrologia Química (CMQ). O objetivo é executar ensaios e testes que darão suporte ao projeto do Ministério do Meio Ambiente (MMA) para elaborar um plano nacional de gerenciamento e eliminação de bifenilas policloradas (PCBs).

Essas substâncias são definidas como compostos organoclorados com 209 possibilidades de estruturas congêneres, das quais 130 tiveram uso comercial no passado.

As PCBs também são conhecidas como ascaréis e foram fabricadas no século 20, entre as décadas de 1920 e 1980, para conferir, principalmente, propriedades dielétricas a líquidos condutores, como os fluidos de transformadores.

Segundo o IPT, esses contaminantes são encontrados também em capacitores elétricos, bombas de vácuo, turbinas de transmissão a gás, fluidos hidráulicos, plastificantes para borrachas, pesticidas, papel carbono, entre outros sistemas e materiais.

O MMA representa o compromisso do país com a Convenção de Estocolmo, que está em vigor desde 2004 e prevê a eliminação dos passivos ambientais de poluentes orgânicos persistentes até 2025.

As PCBs estão entre as substâncias dessa categoria, que abriga também agrotóxicos, insumos da indústria química e resíduos industriais. Todos são nocivos à saúde humana e extremamente estáveis, podendo migrar de um meio para outro – como do solo para a água – com facilidade de permanecer no ambiente por muito tempo.

O IPT já conta com os padrões para a realização da implantação da metodologia analítica. “Depois, teremos de passar pelo processo de acreditação do Inmetro, que é uma exigência do MMA para aceitação do relatório do ensaio”, disse Helena Lima de Araújo Glória, do CMQ.

Para a implantação da metodologia analítica será utilizada a cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas para identificação dos vários congêneres das bifenilas e a cromatografia gasosa com detector de captura de elétrons para separação e quantificação desses compostos.

O detector de captura de elétrons é o mais seletivo para os organoclorados, sendo capaz de detectar teores em níveis de partes por bilhão (ppb).

Estima-se que a produção mundial de PCBs seja de 1,2 milhão de toneladas, sendo que 40% devem ter migrado para a natureza por meio de descartes indevidos, enquanto o restante ainda está em uso em equipamentos antigos.

Os problemas de saúde associados à intoxicação por PCB podem ocorrer no sistema reprodutivo, segundo estudos em cobaias feitos a partir dos anos 1960, quando houve maior conscientização dos efeitos nocivos dessa substância.

Nos seres humanos, os sintomas são problemas de circulação, complicações renais, câncer no fígado e vesícula biliar, hiperpigmentação, problemas oculares, entre outros.

Mais informações: http://www.ipt.br/

Fonte: http://www.agencia.fapesp.br/materia/13512/noticias/combate-ao-passivo-de-pcbs.htm
OBS: Para ler mais  posts sobre efeitos das PCBs:
  1. Exposição ao Chumbo e PCBs são fatores de risco pra Déficit de Atenção com Hiperatividade em crianças
  2. Chemical Causes of Diabetes: Overeating Is Not the Only Problem
  3. Contaminação ambiental e grávidas
  4. Toxinas ambientais e a influência na saúde humana
  5. Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) e Metais tóxicos   
  6. Disruptores endócrinos no meio ambiente: um problema de saúde

Refrigerantes podem aumentar pressão arterial, diz estudo

O consumo de refrigerantes e outras bebidas com grande quantidade de açúcar traz risco de aumento da pressão arterial.
Segundo afirma uma pesquisa feita com 2,5 mil pessoas e publicada na revista científica "Hypertension". Os autores afirmam que beber mais de 355 ml diários de bebidas com gás ou sucos de fruta contendo açúcar é o suficiente para desequilibrar a pressão.  Embora o motivo exato desta relação entre pressão e refrigerantes ainda não seja clara, os cientistas acreditam que o excesso de açúcar no sangue prejudica o tônus das veias sanguíneas e desequilibra os níveis de sal no organismo.

Na pesquisa, os participantes --todos americanos e britânicos, com idades entre 40 e 59 anos-- anotaram o que haviam comido nas 24 horas anteriores e fizeram um exame de urina, além de terem medida a sua pressão arterial.

De acordo com a pesquisa, para cada lata de bebida com açúcar consumida por dia, os participantes tinham em média uma alta de 1,6mmHg (milímetro de mercúrio) em sua pressão sistólica (quando o coração se contrai e bombeia sangue no corpo).

Já a pressão diastólica --quando o coração relaxa e recebe o sangue do sistema circulatório-- teve um acréscimo de 0,8mmHg para cada lata de refrigerante ou suco contendo açúcar bebido por dia.

Os cientistas descobriram que o consumo de açúcar era maior entre aqueles que tomavam mais de uma bebida açucarada por dia.

Além disto, segundo o estudo, os indivíduos que consumiam mais de uma dose diária de refrigerantes e bebidas açucaradas ingeriam em torno de 397 calorias a mais por dia do que as pessoas que bebiam produtos sem açúcar.

A entidade American Heart Association, sediada nos Estados Unidos, recomenda que não se consuma mais do que três latas de refrigerante de 355ml por semana.

Os cientistas também verificaram que, em geral, as pessoas que consumiam muitas bebidas açucaradas tinham dietas menos saudáveis e tinham uma tendência maior para o sobrepeso.

No entanto, segundo o estudo, a ligação entre refrigerantes e o aumento da pressão foi verificada nas pessoas entrevistadas independentemente destes fatores.

No estudo, a relação entre bebidas açucaradas e pressão alta foi muito evidente em pessoas que consomem grandes quantidades tanto de sal quanto de açúcar. Médicos afirmam que o excesso de sal na dieta contribui para o aumento da pressão arterial.

"É amplamente sabido que, se você tiver muito sal em sua dieta, você terá mais chance de ter pressão alta", diz o cientista responsável pelo estudo, Paul Elliott, da Escola de Saúde Pública do Imperial College (Londres).

"Os resultados deste estudo sugerem que as pessoas também devem ter cuidado com quanto açúcar consomem", afirma.

A pressão alta é o maior fator de risco para doenças cardiovasculares. Médicos estimam que uma pessoa com uma pressão de 135mmHg por 85mmHg tem duas vezes mais chance de ter um enfarte ou um derrame cerebral do que alguém com 114mmHg por 75mmHg.

A entidade British Heart Foundation, com sede no Reino Unido, afirma que mais estudos são necessários para entender melhor a relação entre pressão arterial e açúcar.

A nutricionista-chefe da fundação, Victoria Taylor, diz que evitar o consumo em excesso de bebidas açucaradas é o melhor caminho para impedir a obesidade, outro fator de risco para doenças cardíacas.


Artigo:
Título: Sugar-Sweetened Beverage, Sugar Intake of Individuals, and Their Blood Pressure - International Study of Macro/Micronutrients and Blood Pressure
Autores: Ian J. Brown; et al.
Periódico: Hypertension.
Data: Fev/2011
Abstract disponível em: http://hyper.ahajournals.org/cgi/content/abstract/HYPERTENSIONAHA.110.165456v1?maxtoshow=&hits=10&RESULTFORMAT=&fulltext=Paul+Elliott&searchid=1&FIRSTINDEX=0&resourcetype=HWCIT

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Dicas para acelerar o metabolismo

Aumente seus músculos

Quanto mais massa muscular uma pessoa tiver, mais acelerado será o seu metabolismo. O músculo requer mais energia para funcionar do que o tecido adiposo ou gorduroso. Enquanto 450gr de gordura corporal queimam 2 calorias por dia, a mesma quantidade de músculos gasta 35 calorias diárias.

Pratique exercícios aeróbicos

Para que o ritmo metabólico se mantenha elevado, é preciso se engajar numa rotina de atividades aeróbicas – meia hora de exercício, quatro vezes por semana. O metabolismo se mantém elevado por ate oito horas depois da sessão de ginástica.

Reduza o consumo de açúcar

A ingesta de açúcar refinado equivale a ativar os botões do corpo: estocar gordura, nutrir bactérias intestinais e oxidar células. Sem nenhum valor nutricional o açúcar é rapidamente absorvido e se não utilizado como fonte de energia é estocado sob a forma de tecido adiposo.

Faça refeições leves, várias vezes por dia

A privação de alimentos por longos períodos leva a uma queda natural do metabolismo. Sem combustível, o organismo entende que é preciso economizar energia para enfrentar tempos de escassez. O ideal é se alimentara cada três ou quatro horas no máximo.

Não pule o café da manhã

O desjejum ajuda a tirar o organismo do modo de funcionamento “lento” em que permaneceu durante a noite. Funciona como uma ignição para que o metabolismo comece a acelerar – ou seja, a queimar calorias.

Beba bastante água , de preferência gelada

Manter o corpo bem hidratado é essencial para eliminar as toxinas resultantes da queima calórica. A água gelada acelera o metabolismo, ainda que temporariamente. O organismo queima calorias para esquentar a água ingerida e, dessa forma, evitar que a temperatura corporal caia.

Durma (Bem) de 7 às 8h por dia

A falta de sono afeta o funcionamento de hormônios associados ao ciclo de fome e saciedade. Durante o sono ideal, aumenta a síntese do hormônio Leptina, responsável pela sensação da saciedade. Ao mesmo tempo baixa a produção de Grelina, hormônio do apetite.

Nutricionista Marilize Tamanini
Fonte: http://lucianakotaka.com.br/2011/02/como-acelerar-o-metabolismo-para-perder-peso-e-manter-se-magro/

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Sono por Dr. Alex Botsaris

"Nada como uma noite bem dormida!". Essa frase popular reflete a necessidade fundamental do sono para nós seres humanos. O sono tem um papel central para a homeostase dos animais superiores. Todos têm necessidade de dormir, apesar do perigo que os períodos de sono representam para as diferentes espécies: Um tempo onde cada um está indefeso, caso seja atacado.

Mesmo assim a necessidade de dormir segue intocada no processo evolutivo. O homem não escapa a essa regra. Adormecer traz benefícios para muitas funções orgânicas, especialmente para o cérebro. Nossa massa cinzenta precisa de uma preparação para cada novo dia, que é feita durante o sono, em particular no sono REM (de "rapid eyes movements") quando temos sonhos vívidos. Nesse momento elaboramos os acontecimentos e vivências do dia anterior, manifestamos desejos e emoções, organizamos as informações e consolidamos a memória. Assim ao voltarmos para o estado de vigilia, o cérebro pode funcionar em sua plenitude.

Quando não dormimos direito, fica uma sensação de cabeça pesada e raciocínio lento, por falta desse preparo. Se a falta de sono é mais severa, ou seja, comprometeu muitas noites seguidas, sua conseqüências vão ser maiores. Ela vai afetar o humor, a concentração, a memória e pode até prejudicar a cognição e o julgamento da realidade.

Higiene do sono

O termo 'Higiene do Sono' foi criado pelo pesquisador norte-americano Peter Hauri, em 1977, com o intuito de auxiliar no tratamento de insônia sem precisar usar medicamentos convencionais. Ele se refere aos hábitos e medidas simples que podem ter um impacto significativo na qualidade e quantidade de sono, e que muitas vezes é suficiente para resolver casos mais simples de insônia.

Alguns estudos já mostraram que as medidas da 'Higiene do Sono' são suficientes para resolver cerca de um terço dos casos de insônia, em especial os mais simples. Mas qualquer pessoa que dorme mal, beneficia-se das medidas. Entre elas estão: iluminação, silêncio e ruídos, alimentação, conforto, posição de dormir, atividade física, além de horários e ajustes no relógio biológico.

Para um sono reparador

O grau de luz ambiente tem uma importante influência na indução e manutenção do sono. Antes de dormir o ideal é ficar num ambiente bem escuro, para induzir o relógio orgânico a iniciar o ciclo noturno, ou seja, produzir as adaptações neurológicas que levam ao sono. Para se ter uma idéia, a incidência de insônia aumentou após a invenção da luz elétrica. Por isso é recomendável que uma hora antes do horário de dormir as pessoas fiquem num ambiente com uma iluminação já reduzida, para ir se adaptando ao sono.

Já durante o dia é importante estar em contato com uma fonte de luz forte. Sempre que possível, é benéfico fazer uma caminhada de uma hora ao ar livre. Nos países com inverno prolongado ou para pessoas que trabalham muito tempo em locais fechados e mal iluminados, recomenda-se colocar um foco de luz forte no campo visual ou ainda ter um ambiente com iluminação forte para passar algum tempo durante o dia. Dessa forma ajudamos a ajustar o nosso relógio orgânico.

A ausência de ruídos no ambiente também facilita o sono. Alguns sons, entretanto podem ter efeito relaxante, e podem ser usados para ajudar a induzi-lo. Músicas suaves e em baixo volume podem ter essa ação, mas o ideal é interrompê-las após a pessoa adormecer. Um nível alto de ruído durante o sono pode interferir com a sua qualidade. O tipo de ruído que mais interfere são os ruídos altos e intermitentes. Eles podem acordar a pessoa, o que decorre de um mecanismo de defesa. Até por que um ruído mais alto pode representar uma ameaça.

Quanto aos alimentos, tanto a quantidade quanto a qualidade deles influenciam muito no sono. O jejum, por exemplo, junto com a baixa da glicose no sangue faz a estrutura controladora das manifestações fisiológicas que acompanham as emoções - o hipotálamo - produzir uma substância chamada hipocretina ou orexina. Ela pode fazer a pessoa acordar com fome no meio da noite caso a glicose abaixe muito no sangue. Quando isso acontece, para regular o sono, é preciso uma dieta com bastante fibra e carboidratos complexos (o tipo encontrado em frutas, cereais e legumes). É interessante evitar comer doces e outros alimentos que elevem demais a glicose no sangue.

Outro conselho bom é ter uma alimentação rica em triptofano, um aminoácido que ocorre em alguns alimentos ricos em proteínas. Ele que estimula a formação da serotonina chamada de "substância do prazer" por gerar calma e bem-estar. Sabe-se que a serotonina, em algumas regiões do cérebro, participa da indução do sono. Triptofano também estimula a formação de melatonina, hormônio secretado pela glândula pineal e que participa da indução do sono e da regulação do relógio biológico. Alimentos ricos em triptofano são a banana, o chocolate (mas cuidado com as calorias), e carnes brancas como peito de peru e alguns peixes.

Cuidados

Já uma refeição muito farta causa sono ou sonolência. Foi demonstrado que hormônios secretados após a ingestão de alimentos, como a colecistoquinina e a insulina são indutores indiretos do sono. A colecistoquinina é uma substância liberada no tubo digestivo que produz uma sensação de saciedade, agindo nos centros cerebrais de controle do apetite. Quando ela está alta demais, os pesadelos são mais comuns. Muita comida também estimula a liberação do hormônio leptina, que reduz o tempo do chamado sono REM (Rapid Eye Moviment), tão importante para a saúde cerebral. Além disso, o excesso de gorduras na refeição dificulta a digestão causando reflexos viscerais que atrapalham ou impedem o sono. Por isso não se deve comer demais antes de dormir.

Falando em excesso, a ingestão elevada de bebidas ricas em xantinas (cafeína, teobromina, e outros) como café, mate ou chá verde também pode interferir no sono, pois elas são excitantes do sistema nervoso. O mesmo pode-se dizer quanto as grandes quantidades de bebidas alcoólicas à noite. Elas não são recomendáveis por causarem sonolência inicial, mas tardiamente atrapalham o sono através de diversos mecanismos.

No jantar ou no fim do dia, bebidas alcoólicas devem ser ingeridas com muita parcimônia. Alguns temperos como canela e gengibre também têm efeito excitante sobre o sistema nervoso e deveriam ser evitados em excesso à noite. Nesse período, bebidas e comidas frias especialmente num clima quente ajudam o sono, porque reduzem a temperatura corporal, o que é um sinalizador do sono para o hipotálamo. É recomendável evitar o consumo de muito líquido à noite, ou chás com efeito diurético, pois isso causará interrupções no sono para urinar.

Conforto é essencial

Como foi visto a presença de estímulos externos atrapalha o sono. Por isso a sensação de conforto, durante o sono, é fundamental para a sua qualidade. Para ter conforto a pessoa precisa dormir num colchão que seja macio, mas que suporte o corpo de forma aproximadamente homogênea. Assim colchões de espuma são preferíveis aos de mola. Camas duras demais também podem provocar desconforto e prejudicar o sono.

Deve-se evitar travesseiros grandes demais, porque eles forçam a coluna cervical. A altura correta do travesseiro é a distância entre a orelha e o ombro da pessoa. Ela deve estar adequadamente coberta para não sentir frio, porque a temperatura ambiente também cai durante a noite. Sentir frio ou calor sempre atrapalham o sono. Quanto mais conforto, melhor! Medidas simples como um copo de água ao lado da cama, evitam uma ida dispensável até a geladeira. Sem falar que quando a pessoa se levanta, o organismo dela é obrigado a secretar adrenalina para ajustar a pressão arterial. Ela fica fisiologicamente mais baixa durante o sono. No retorno para a cama, esse pequeno "passeio" pode dificultar a retomada do sono.

Apesar da posição de dormir fazer, de certa forma, parte do "item conforto" ela tem outras implicações, que devem ser avaliadas. A posição ideal para dormir é a de lado, porque é a que facilita mais a manutenção das vias aéreas pérveas e desobstruídas. A manutenção das vias aéreas durante o sono é fundamental para a sua qualidade.

Pessoas que roncam muito, ou acordam sobressaltadas à noite com sensação de sufocação, ou ainda que vivem com fadiga e sonolência diurna podem estar com obstrução noturna das vias aéreas. Essa obstrução causa um problema chamado de SAHS (Sleep Apnea Hypopnea Syndrome). Pessoas que suspeitam desse problema devem logo procurar um médico. Como algumas se sentem confortáveis dormindo de barriga para cima, se não houver suspeita de SAHS, elas podem continuar dormindo na posição que sentem mais conforto.

A posição de bruços tem mais de uma implicação. Em primeiro lugar ela é muito ruim para a coluna cervical, então, com freqüência a pessoa vai desenvolver dor na coluna, mais cedo ou mais tarde. Então o ideal é tentar se acostumar com uma outra posição logo. Em segundo lugar, ela também atrapalha um pouco as vias aéreas - menos que a posição de barriga para cima, mas o suficiente para atrapalhar o sono nas pessoas predispostas. Por isso, somando esses dois agravantes, ela não é muito recomendável.

Atividade Física

Mas vamos falar também de atividade física. Ela de modo geral ajuda o sono. Quando o habito é regular, o estresse é reduzido através da liberação de endorfinas, melhora o desempenho cardiovascular, mantém os níveis fisiológicos de pressão arterial e ajuda a relaxar. Entretanto essa prática não deve ser feita próxima à hora de dormir.

Quando fazemos uma atividade física, liberamos hormônios como cortisol, adrenalina, vasopressina e CRH que são estimulantes do sistema nervoso. Algumas dessas substâncias ainda ficam com níveis mais elevados por alguns minutos ou horas, após o término do exercício, o que pode atrapalhar seus planos de dormir. Por isso o ideal é terminar a atividade física no mínimo quatro horas antes de ir para a cama. A quantidade de atividade física também importa. Fazer muitas horas seguidas de treinamento pode dificultar a conciliação do sono e diminui o tempo de sono REM. Recomenda-se limitar o período para duas ou três horas diárias de atividades físicas intensas sejam continuadas ou em diferentes intervalos.

A pontualidade também é importante nesse assunto, porque nosso relógio orgânico precisa de parâmetros mais ou menos definidos. Se não temos horários certos no dia-a-dia, o ajuste interno é dificultado. Então o melhor é criar uma rotina diária a ser seguida, para a preparação e o início do sono. Recomenda-se também não usar a cama para ler ou fazer outras atividades, pois assim o ato de deitar na sua cama é interpretado no hipotálamo como um sinal de que está na hora de iniciar o sono. A pessoa pode criar uma rotina antes da ida para a cama, como tomar um banho quente, relaxando.

O importante é repetir sempre os mesmos hábitos, que funcionam como uma mensagem para o centro indutor do sono. O momento de acordar também é importante. Ficar na cama embromando para sair, mesmo quando já não está dormindo pode atrapalhar o sono. Vale destacar que o uso de despertadores estridentes ou outras formas desagradáveis para acordar precisam ser abolidos. O ato de acordar deve também estar associado ao prazer.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vyaestelar/dormir_bem.htm
Outros textos sobre sono, já postados aqui no blog:
  1. http://www.ecologiamedica.net/2011/01/falta-de-sono-piora-o-controle.html
  2. http://www.ecologiamedica.net/2011/01/luz-antes-da-hora-de-dormir-altera-sono.html
  3. http://www.ecologiamedica.net/2011/01/boas-noites-de-sono-fortalecem-memoria.html
  4. http://www.ecologiamedica.net/2011/01/sono-qualidade-de-vida.html
  5. http://www.ecologiamedica.net/2010/10/obesidade-e-luminosidade.html
  6. http://www.ecologiamedica.net/2010/09/o-sono-reduzido-durante-noite-no-inicio.html
  7. http://www.ecologiamedica.net/2010/08/estresse-engorda.html
  8. http://www.ecologiamedica.net/2010/05/falta-de-sono-pode-contribuir-para.html

Osteoporose: conceito e tratamento



Alimentos que passaram de vilões a mocinhos

Enquanto a ciência tentava comprovar a parcela de culpa da alimentação nos problemas de saúde, uma lista crescente de alimentos ia para o 'banco dos réus' e para fora dos pratos de muita gente. Foi dessa forma, por exemplo, que o ovo virou inimigo número 1 de quem precisava reduzir o colesterol e o café, um veneno para quem sofria de gastrite.

Felizmente, os avanços nos estudos, nos últimos anos, mostraram que certos 'vilões', além de saborosos, são, na verdade, mais mocinhos do que aparentam. Não apenas porque se descobriu que esses alimentos também apresentam nutrientes que fazem maravilhas ao organismo. Mas, especialmente, pela comprovação de que o verdadeiro perigo está na  forma como se come - e não necessariamente no alimento que é consumido.

A receita de bem-estar e vida longa em frente à mesa é simples, garante o médico Paulo Olzon Monteiro da Silva, chefe da disciplina de Clínica Médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). 'Alguns alimentos devem ser ingeridos com parcimônia, em quantidades reduzidas',orienta o médico.

Confira, a seguir, os mitos e verdades relacionados a alguns alimentos que passaram de vilões a mocinhos:

 
Abacate: o que diziam dessa fruta: muito calórica, era proibida na dieta de quem desejava emagrecer. Por ser bastante oleoso, algumas pessoas acusavam o abacate de ser um alimento rico em colesterol. Detalhe: esse tipo de gordura só existe em fontes de origem animal. Ou seja, jamais seria encontrado em uma fruta.

 
Qual o seu lado mocinho: por conter pouca água, a fruta tem alta concentração de vitaminas e minerais. O abacate é ainda benéfico para o sistema digestivo, para o fígado e para o sistema imunológico. E olhe a ironia: por ser rico em ácido oléico (uma gordura monoinsaturada, gordura do bem que dá a oleosidade da fruta), o abacate previne o colesterol ruim (LDL) e mantém os níveis do colesterol bom (HDL).

 
Café: o que falavam da bebida: que provocava gastrite, elevação da pressão arterial, agitação e insônia. Corriqueira no cardápio nacional, a bebida, que inclusive dá nome ao desjejum (café da manhã), era ainda relacionada à má absorção de cálcio, o que poderia contribuir para enfraquecer os ossos. Segundo especialistas, esse malefícios dependem muito mais do grau de sensibilidade de algumas pessoas à cafeína.

 
Qual seu lado mocinho: pesquisas apontam que o consumo moderado da bebida auxilia na concentração e na memória, diminuindo os riscos de doenças degenerativas. Há ainda evidência de que ele tenha efeito positivo na melhora do humor e em casos de depressão.
 
Chocolate: o que diziam dessa guloseima: era sinônimo de gordura e açúcar em excesso, por isso de alto teor calórico. Risco certo para o coração, por ser uma fonte de colesterol, o chocolate foi riscado do cardápio de pessoas preocupadas em emagrecer ou com problemas cardíacos.

 
Qual o seu lado mocinho: acredite se quiser, mas o doce ajuda a relaxar e até a dormir. Quem defende a idéia é o médico Guenther Von Eye, professor adjunto de Medicina Interna da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 'O chocolate libera endorfina, substância ligada à sensações de prazer e bem-estar, por isso ajuda a pessoa se sentir bem. Por isso, inclusive, que há sempre um bombom nos quartos de hotéis', completa o médico.

 
Publicada pela agência internacional de notícias Reuters, uma pesquisa realizada por Ian Macdonald, da University of Nottingham Medical School, na Inglaterra, aponta ainda que o flavanol (substância presente no cacau) aumenta o fluxo sanguíneo no cérebro - o que pode ser uma esperança no tratamento de danos vasculares. Mas não exagere. O doce é calórico sim e somente até 6g de chocolate por dia pode ser considerada uma quantidade de consumo saudável.

 
Ovo: o que diziam dele: rico em colesterol, o ovo foi, por muito tempo, considerado o principal inimigo de pessoas com problemas cardíacos. 'As pessoas só não sabem que 70% a 80% do colesterol são produzidos pelo fígado, só o restante vem da alimentação', alerta o médico Paulo Olzon, da Unifesp.

 
Qual seu lado mocinho: 'Quando consumido sem exagero, o ovo apresenta risco somente para pessoas com predisposição genética a produzir de forma elevada o colesterol pelo fígado', ensina a nutricionista Eliana Cristina de Almeida, professora da Unifesp.

 
Segundo Eliana, o ovo é ainda uma fonte rica em proteínas, vitaminas lipossolúveis (que, entre outras funções, também tem ação antioxidante), minerais e gordura insaturada (uma gordura do bem). 'O ovo tem substâncias de proteção contra a arteriosclerose, por exemplo. O importante é não exagerar na dose, pois todo alimento em excesso traz prejuízos ao organismo', finaliza.

 
E não é só. A gema oferece uma grande concentração de colina. Essa substância reveste a membrana das células (incluindo as células nervosas do cérebro) e não é produzida pelo organismo. Por isso, comer ovo é uma forma de garantir a integridade celular. Outra função da colina é formar a acetilcolina - um neurotransmissor relacionado às funções de aprendizado e memória.

 
Autores:
  1. Eliana Cristina de Almeida - nutricionista, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp);
  2. Guenther Von Eye - professor adjunto de Medicina Interna da Universidade Federal de Medicina do Rio Grande do Sul;
  3. Paulo Olzon Monteiro da Silva - clínico geral, chefe da disciplina de Clínica Médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp);
  4. Rosana Perim-nutricionista, gerente de nutrição do Hospital do Coração de São Paulo (HCor);

Fumo passivo pode levar ao desenvolvimento de Transtorno de déficit de atenção com hiperatividade em crianças

Respirar a fumaça de cigarro fumado pelos outros – o chamado fumo passivo – pode levar a consequências negativas para a saúde mental em crianças, assim como físicas, aponta um estudo britânico publicado no periódico Archives of Pediatrics and Adolescent Medicine.

Os autores da pesquisa afirmam que observaram que o fumo passivo pode levar ao estresse infantil e pais e cuidadores devem estar atentos para deixar as crianças o mais longe possível de ambientes onde haja fumaça do cigarro. Respirar essa fumaça pode contribuir para o aumento da incidência de transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), transtornos do comportamento e diversos problemas de saúde física.

Mark Hamer, da Universidade College London – um dos autores da pesquisa – e sua equipe analisaram dados de mais de 900 crianças com idades entre 4 e 8 anos observadas em outro estudo feito em 2003. Essas crianças moravam em lares onde as pessoas não eram fumantes, mas os questionários aplicados pediam para que os pais e cuidadores indicassem com qual periodicidade essas crianças frequentavam ambientes ou situações onde elas eram expostas ao fumo passivo (incluindo a própria casa, como em reuniões sociais e familiares). Todos os indivíduos foram testados para a cotinina, um subproduto do tabaco presente na fumaça do cigarro.

Além disso, os pais também responderam a um questionário que indicava o nível de estresse (o chamado Strengths and Difficulties Questionnaire ou SDQ) para determinar o comportamento emocional, variações comportamentais e problemas sociais das crianças e cuja pontuação máxima é 40 pontos. Ao menos 3% das crianças acompanhadas chegaram aos 20 pontos nesse teste. Além disso, um terço do total de crianças – e que frequentavam ambientes onde podia ocorrer o fumo passivo – tinham níveis de cotinina até 44% maior do que crianças que não frequentavam esse tipo de ambiente.

Os problemas mais comuns observados nessas crianças eram o TDAH e o estresse infantil, apesar dos pesquisadores afirmarem não saberem exatamente como essa relação entre fumo passivo e transtornos mentais ocorre. Uma hipótese é que as substâncias presentes no cigarro podem influenciar o desenvolvimento cerebral alterando níveis de substâncias no cérebro, como a produção de dopamina. Os pesquisadores dizem que é preciso mais estudos para confirmar esses resultados e determinar exatamente como e por que essa associação ocorre.

Abstract: http://archpedi.ama-assn.org/cgi/content/abstract/archpediatrics.2010.243v1?maxtoshow=&hits=10&RESULTFORMAT=&fulltext=passive&searchid=1&FIRSTINDEX=0&sortspec=date&resourcetype=HWCIT

Fonte: http://oqueeutenho.uol.com.br/portal/2011/01/13/fumo-passivo-pode-levar-ao-desenvolvimento-de-tdah-em-criancas/

Tempo de amamentação e melhor rendimento escolar

O estudo, feito por um grupo de institutos de pesquisa liderados pelo Instituto Telethon para a Pesquisa sobre a Saúde da Criança (TI/ICHR), na Austrália, foi publicado no periódico Pediatrics e usou dados de um estudo longitudinal – feito com um grande número de indivíduos durante um longo período de tempo – e que vem acompanhando, há aproximadamente 20 anos, mais de 2.800 crianças nascidas entre 1989 e 1991.

“Nós sabemos que há nutrientes vitais no leite materno, que ajudam no desenvolvimento do cérebro, por exemplo”, afirma Wendy Oddy, pesquisadora do TI/ICHR e coautora do estudo. “Os meninos, em especial, são mais vulneráveis às adversidades durante o desenvolvimento do que as meninas. O efeito protetor do estradiol, hormônio feminino que está presente no leite materno, pode ser ainda mais necessário para que eles tenham um bom desenvolvimento e uma boa saúde”, completa.

A pesquisadora lembra, ainda, que uma série de outros benefícios, como a melhora nos laços afetivos entre a mãe e o bebê, também estão relacionados com a amamentação. Isso também melhora o desenvolvimento cognitivo dessas crianças. “Uma série de estudos indicou também que os meninos são mais dependentes da atenção maternal quando estão desenvolvendo sua cognição e habilidades como a linguagem”, diz Oddy. No caso das meninas, o único diferencial nítido foi um melhor desempenho nas habilidades envolvendo leitura.

Os autores indicam a importância da amamentação feita pela mãe, mas lembram que mulheres que não podem – por alguma razão – dar de mamar no peito podem compensar os efeitos positivos desse tipo de hábito aumentando o tempo com os filhos durante a infância e início da adolescência, enfatizando atividades como leitura e passeios ao ar livre.

Fonte: http://oqueeutenho.uol.com.br/portal/2011/01/12/tempo-de-amamentacao-tem-impacto-no-desempenho-academico-de-criancas/

Síndrome da fragilidade atinge idosos precocemente no Brasil

A fragilidade em idosos - uma síndrome clínica que se caracteriza por perda de peso involuntária, fadiga, fraqueza, diminuição da velocidade de caminhada e baixa atividade física - atinge a população da cidade de São Paulo precocemente em relação aos países desenvolvidos e, depois dos 75 anos, avança com extrema rapidez.

A conclusão é de um estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP) com uma amostra de 689 pessoas com mais de 75 anos na capital paulista.

A síndrome, de acordo com a pesquisa, atingia 14,1% do grupo em 2006. Em 2008, apenas dois anos depois, a prevalência já era de mais de 45%.

Síndrome da fragilidade

A coordenadora do subprojeto, Yeda Duarte, professora da Escola de Enfermagem (EE) da USP, afirma que até agora, no Brasil, a síndrome de fragilidade não havia sido tema de estudos longitudinais - isto é, que buscam correlações entre variáveis partindo de observações ao longo de um extenso período de tempo.
"A questão da fragilidade tem sido bastante trabalhada em outros países, mas no Brasil estamos apenas começando. No exterior, a prevalência da fragilidade varia entre 7% e 35%, dependendo do país e do desenho do estudo. Nossa pesquisa mostra uma porcentagem bem maior aos 75 anos, o que indica que nossos idosos estão se fragilizando mais cedo", disse.

Segundo Yeda, não existe um consenso definitivo sobre o que é a fragilidade. O conceito adotado na pesquisa - desenvolvido por Linda Fried, da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos - caracteriza a síndrome a partir de cinco parâmetros: perda involuntária do peso, fadiga, diminuição da velocidade de caminhada, baixa atividade física e perda da força - medida por força de preensão manual.

"A ausência desses parâmetros indica que a pessoa não é frágil. A presença de um ou dois deles caracteriza a condição de pré-fragilidade - e entendemos que esse é o momento para uma intervenção. Três ou mais parâmetros indicam que a pessoa é frágil", explicou.

Massa muscular

O idoso frágil, segundo Yeda, fica mais vulnerável e tende a sofrer com mais efeitos adversos, o que gera um círculo vicioso que o torna mais dependente e mais suscetível a doenças.

"A pessoa nessa faixa etária, em geral, come menos, tem perda do paladar e menos gasto energético. Ela perde peso porque tem menos massa muscular e, com isso, cansa com facilidade e anda muito devagar. Assim, diminui sua atividade física e gasta ainda menos energia, o que a leva a comer menos", disse.

A fragilidade tem sido um dos três focos principais do Projeto Temático Sabe-2005. Os outros dois são as questões das demências e do envelhecimento ativo, isto é, a promoção da saúde com o objetivo de que a população chegue a idade avançada com melhor qualidade de vida.

"Não adianta trabalhar para que as pessoas vivam mais se não pudermos fazer com que elas envelheçam com qualidade de vida. Por isso achamos fundamental conhecer os fatores determinantes da fragilidade, que é uma condição que leva à dependência e ao sofrimento", destacou.

Fragilidade precoce

A partir dos dados de 2006, os pesquisadores selecionaram uma amostra que representa a população paulistana com mais de 75 anos. O grupo foi acompanhado a cada seis meses por dois anos, entre 2008 e 2009. A visita de 2006 mostrava que o grupo de não-frágeis correspondia a 31% da população. Os pré-frágeis eram 54,9% e os frágeis eram 14,1%.

"Isso mostrava que a maioria da população dessa idade já era pré-frágil. Se a população está se fragilizando antes dos 75 anos, indica que as pessoas terão um período extremamente longo de vida em condição de dependência e incapacidade", comentou Yeda.

A mesma população foi acompanhada em 2008 pelos pesquisadores. A parcela dos pré-frágeis caiu ligeiramente para 49,1%. Mas houve aumento brutal dos frágeis (45,4%) e queda dos não-frágeis (5,6%).
"É provável que muitos pré-frágeis tenham passado para o grupo dos frágeis. O que verificamos é que, em um período muito curto, o idoso mais longevo passa a precisar de um acompanhamento frequente. Se não houver uma intervenção adequada, ele tem uma tendência à piora extremamente rápida", disse.

Cuidados com o idoso

Não é fácil, segundo Yeda, levar um idoso frágil ao serviço de saúde, justamente por conta de sua condição. Com isso, ele é muitas vezes hospitalizado apenas quando já está em estado crítico.

"Sempre ouvimos dizer que o idoso onera o sistema público de saúde. Mas isso acontece porque ele chega em condições muito ruins. Se pudéssemos cuidar para que ele não se tornasse frágil, evitaríamos a ida para a urgência em estado grave, impedindo internações muito longas. Cuidar da fragilidade é fundamental para desonerar o sistema", explicou.

Entre os idosos frágeis visitados em 2008, uma parcela de 46,9% sofreu quedas, contra 6% dos não-frágeis. Entre os frágeis que caíram, 53,5% foram hospitalizados. Desses, 50% procuraram serviços de urgência.

Do grupo de idosos frágeis, 30,6% mostraram necessidade de um cuidador, pois não conseguiam realizar sozinhos tarefas como comer, tomar banho ou levantar-se de uma cadeira. "Precisamos mudar o paradigma de tratamento da pessoa idosa. Não adianta oferecer apenas hospitais, é preciso mudar a intervenção na direção de oferecer acompanhamento a essa população", disse Yeda.

Cuidadores treinados

A professora da EE-USP conta que a Prefeitura de São Paulo criou um programa de acompanhantes de idosos que indica a direção certa para as políticas públicas. A iniciativa atende 1,5 mil idosos da cidade que moram sozinhos e têm algum grau de dependência física ou mental, oferecendo cuidadores treinados.
"Isso é fundamental, porque essas pessoas ficam em casa, não comem, não andam e se fragilizam cada vez mais. O problema é a escala. Estimamos que existe 1,2 milhão de idosos na cidade de São Paulo e nossa pesquisa mostrou que metade deles é frágil. Esse tipo de programa precisa ser replicado e ampliado", disse.
Yeda conta que, a partir de agora, o grupo de pesquisa deverá realizar um novo projeto para estudar a fragilidade a partir dos 60 anos. "Como nossos resultados mostraram que a prevalência já é muito alta aos 75 anos, precisamos estudar agora os determinantes da síndrome em uma faixa etária anterior", disse.

Fonte: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=sindrome-fragilidade-atinge-idosos-precocemente-brasil&id=4985