Há três anos o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking de consumo de agrotóxicos no mundo. Um terço dos alimentos consumidos cotidianamente pelos brasileiros está contaminado pelos agrotóxicos, segundo alerta feito pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), em dossiê lançado durante o primeiro congresso mundial de nutrição que ocorre no Rio de Janeiro, o World Nutrition Rio 2012, que terminou nesta terça-feira (1º). Matéria de Fabíola Ortiz, do UOL Notícias.
O documento destaca que, enquanto nos últimos dez anos o mercado mundial de agrotóxicos cresceu 93%, o brasileiro aumentou 190%. Em 2008, o Brasil ultrapassou os Estados Unidos e assumiu o posto liderança, representando uma fatia de quase 20% do consumo mundial de agrotóxicos e movimentando, só em 2010, cerca de US$ 7,3 bilhões – mais que os EUA e a Europa.
A primeira parte do dossiê da Abrasco faz um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde e na segurança alimentar. A segunda parte, com enfoque no desenvolvimento e no meio ambiente, terá seu lançamento durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, e na Cúpula dos Povos na Rio+20, em junho, no Rio de Janeiro.
Segundo um dos coordenadores do estudo, Fernando Carneiro, chefe do departamento de Saúde Coletiva da UnB (Universidade de Brasília), “o dossiê é uma síntese de evidências científicas e recomendações políticas”.
“A grande mensagem do dossiê é que o Brasil conquistou o patamar de maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Queremos vincular a ciência à tomada de decisão política”, disse Carneiro ao UOL.
Soja é o que mais demanda agrotóxico
Segundo dados da Anvisa e da UFPR compilados pelo dossiê, na última safra (2º semestre de 2010 e o 1º semestre de 2011), o mercado nacional de venda de agrotóxicos movimentou 936 mil toneladas de produtos, sendo e 246 mil toneladas importadas.
Em 2011 houve um aumento de 16% no consumo que alcançou uma receita de US$ 8,5 bilhões. As lavouras de soja, milho, algodão e cana-de-açucar representam juntas 80% do total das vendas do setor.
Na safra de 2011 no Brasil, foram plantados 71 milhões de hectares de lavoura temporária (soja, milho, cana, algodão) e permanente (café, cítricos, frutas, eucaliptos), o que corresponde a cerca de 853 milhões de litros de agrotóxicos pulverizados nessas lavouras, principalmente de herbicidas, fungicidas e inseticidas. O consumo em média por hectare nas lavouras é de 12 litros por hectare e exposição média ambiental de 4,5 litros de agrotóxicos por habitante, segundo o IBGE (Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo o dossiê, a soja foi o cultivo que mais demandou agrotóxico – 40% do volume total de herbicidas, inseticidas, fungicidas e acaricidas. Em segundo lugar no ranking de consumo está o milho com 15%, a cana e o algodão com 10%, depois os cítricos com 7%, e o café, trigo e arroz com 3% cada.
Maior concentração em hortaliças
Já para a produção de hortaliças, em 2008, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), o consumo de fungicidas atingiu uma área potencial de aproximadamente 800 mil hectares, contra 21 milhões de hectares somente na cultura da soja.
“Isso revela um quadro preocupante de concentração no uso de ingrediente ativo de 22 fungicidas por área plantada em hortaliças no Brasil, podendo chegar entre 8 a 16 vezes mais agrotóxico por hectare do que o utilizado na cultura da soja, por exemplo”, alerta o dossiê.
Numa comparação simples, o estudo estima que a concentração de uso de ingrediente ativo de fungicida em soja no Brasil, no ano de 2008, foi de 0,5 litro por hectare, bem inferior à estimativa de quatro a oito litros por hectare em hortaliças, em média. “Pode-se constatar que cerca de 20% da comercialização de ingrediente ativo de fungicida no Brasil é destinada ao uso em hortaliças”, destaca o estudo da Abrasco.
Riscos para a saúde
O dossiê revela ainda evidências científicas relacionadas aos riscos para a saúde humana da exposição aos agrotóxicos por ingestão de alimentos. Segundo Fernando Carneiro, o consumo prolongado de alimentos contaminados por agrotóxico ao longo de 20 anos pode provocar doenças como câncer, malformação congênita, distúrbios endócrinos, neurológicos e mentais.
Um fato alarmante foi a constatação de contaminação de agrotóxico no leite materno, afirmou. Para o cientista, não se sabe ainda ao certo as consequências para um recém-nascido ou um bebê que está em fase inicial de formação. “Uma criança é altamente vulnerável para esses compostos químicos. Isso é uma questão ética, se vamos nos acostumar com o nível de contaminação do agrotóxico”, criticou.
Parte dos agrotóxicos utilizados tem a capacidade de se dispersar no ambiente, e outra parte pode se acumular no organismo humano, inclusive no leite materno, informa o relatório. “O leite contaminado ao ser consumido pelos recém-nascidos pode provocar agravos a saúde, pois os mesmos são mais vulneráveis à exposição a agentes químicos presentes no ambiente, por suas características fisiológicas e por se alimentar, quase exclusivamente, com o leite materno até os seis meses”, destaca o estudo.
Recomendações
O dossiê da Abrasco formula 10 princípios e recomendações para evitar e reduzir o consumo de agrotóxicos nos cultivos e na alimentação do brasileiro. Carneiro defende a necessidade de se realizar uma “revolução alimentar e ecológica”.
Segundo o IBGE, cerca de 70 milhões de brasileiros vivem em estado de insegurança alimentar e nutricional, sendo que 90% desta população consume frutas, verduras e legumes abaixo da quantidade recomendada para uma alimentação saudável. A superação deste problema, de acordo com o dossiê, é o desenvolvimento do modelo de produção agroecológica.
Carneiro e sua equipe composta por seis pesquisadores defendem a ampliação de fontes de financiamento para pesquisas, assim como a implantação de uma Política Nacional de Agroecologia em detrimento ao financiamento público do agronegócio e o fortalecimento das políticas de aquisição de alimentos produzidos sem agrotóxicos para a alimentação escolar – atualmente a lei prevê 30% deste consumo nas escolas.
Além disso, o documento defende a proibição de agrotóxicos já banidos em outros países e que apresentam graves riscos à saúde humana e ao ambiente assim como proibir a pulverização aérea de agrotóxicos.
O cientista defende ainda a suspensão de isenções de ICMS, PIS/PASEP, COFINS e IPI concedidas aos agrotóxicos. “A tendência no Brasil é liberalizar ainda mais o uso de agrotóxico, só no Congresso Nacional existem mais de 40 projetos de lei neste sentido. Nós estamos pagando para ser envenenados”, criticou Carneiro.
Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2012/05/03/um-terco-dos-alimentos-consumidos-pelos-brasileiros-esta-contaminado-por-agrotoxicos/
sábado, 19 de maio de 2012
Um terço dos alimentos consumidos pelos brasileiros está contaminado por agrotóxicos
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Dr. Frederico Lobo
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11:26
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Estabelecimentos de saúde no Brasil necessitam se livrar do mercúrio
No último dia 24 de abril, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), ocorreu o I Seminário “Assistência à Saúde Livre de Mercúrio no Paraná”, organizado pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Escritório Verde da UTFPR, com promoção das organizações não governamentais Projeto Hospitais Saudáveis (PHS) e Saúde Sem Dano (SSD).
Atualmente, o mercúrio é objeto de um esforço mundial pelo controle ambiental de suas fontes e eliminação do seu uso, é um metal pesado altamente tóxico, persistente no meio ambiente, capaz de se disseminar por diversas vias de contaminação e tem sido encontrado em níveis preocupantes em quase todo o Planeta.
As principais fontes antrópicas de contaminação por mercúrio estão ligadas à indústria de cloro soda, queima de combustíveis fósseis e de resíduos, ao garimpo artesanal e pelo seu uso em dispositivos de medição, entre eles os termômetros e esfigmomanômetros utilizados no cuidado à saúde.
As quebras frequentes dos termômetros, assim como os procedimentos de manutenção desses dispositivos, resultam num paradoxo, no qual o cuidado à saúde contribui para a deterioração ambiental e traz novos riscos.
Devemos fazer nossa parte, divulgando os males ambientais e à saúde que o mercúrio proporciona, (como por exemplo, problemas neurológicos) e incentivando que os hospitais e outros estabelecimentos de saúde que utilizam termômetros e esfigmomanometros de mercúrio abracem a causa e realizem a retirada e troca por termômetros digitais e aneroides e outros equipamentos eletrônicos.
Na prática, representantes de hospitais mostraram ser possível aderir a campanha saúde livre de mercúrio, porém é preciso vontade e persistência para que esta eliminação seja mantida. A sensibilização dos profissionais para a importância de mudanças e cuidados com o meio ambiente é imprescindível, além do cuidado no momento de recolher os termômetros e equipamentos para evitar quebras.
O presidente do conselho do Projeto Hospitais Saudáveis, Vital Ribeiro Filho e a Coordenadora para América Latina da Organização Internacional Saúde Sem Dano, Verônica Odriozola expuseram as iniciativas para a eliminação do mercúrio no setor da saúde. Já o representante do INMETRO, Célio H. de Mattos Fraga, citou as alternativas confiáveis para troca dos termômetros e equipamentos. Neste caso, os termômetros digitais se mostram economicamente viáveis a médio e longo prazo por ter sua durabilidade muitas vezes maior do que os de mercúrio, pois o índice de quebra destes é muito alto.
Zuleika Nyck, representante das ONGs Brasileiras no Comitê Intergovernamental de Negociação (INC, na sigla em Inglês), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), expôs os andamentos das negociações para o Tratado Global de Mercúrio, onde cada país participante deverá comprometer-se com uma legislação nacional sobre mercúrio.
Durante o seminário discutiu-se que o mercúrio recolhido nas campanhas internas, deve ser guardado de forma segura, de preferência com os dispositivos ainda íntegros, embrulhados em plástico e embalados em caixas. Caso exista mercúrio na forma livre, o mesmo deve ser colocado em um frasco de preferência plástico com tampa de rosca e coberto com uma lâmina de água, deve-se ter garantia que a tampa feche e vede bem, evitando a evaporação da água e risco de contaminação do local de guarda.
A discussão sobre o encaminhamento do mercúrio recolhido foi bastante intensa, enquanto o governo não estabelece diretrizes, caso não seja possível a guarda em local seguro no estabelecimento de saúde a melhor alternativa é o encaminhamento para reciclagem, sendo importante frisar que apenas duas empresas no Brasil tem licença ambiental para reciclar mercúrio. Ainda, é vetado o seu encaminhamento para qualquer outro tipo de tratamento, pois o aquecimento em autoclave, microondas ou incineração não indica que o mercúrio será tratado e sim provoca apenas evaporação e contaminação ambiental. Outra alternativa seria o enclausuramento em aterro industrial, porém estaríamos gerando um passivo ambiental “infinito”.
Enquanto não fica proibida a comercialização dos termômetros de mercúrio no Brasil, a recomendação é de não adquiri-los e em paralelo pressionar o mercado para que os termômetros digitais tenham seu preço reduzido causando sua popularização, que no momento são uma alternativa mais segura.
Por Lidia Lima – Responsável pelo Gerenciamento de Resíduos do Hospital de Clínicas/UFPR e Eloy F. Casagrande Jr. – Coordenador do Escritório Verde da UTFPR
O Projeto Hospitais Saudáveis reúne profissionais e organizações empenhados em promover a segurança para o trabalhador, a saúde pública e a proteção ambiental na assistência à saúde. O PHS é o Ponto focal da Saúde Sem Dano no Brasil.
Saúde Sem Dano (SSD) é uma organização internacional responsável pela gestão do programa Mercury-Free Health Care, desenvolvido em parceria com a Organização Mundial da Saúde, que visa à substituição de dispositivos com mercúrio no setor saúde em todo o mundo.
Projeto Hospitais Saudáveis – www.hospitaissaudaveis.org
Saúde Sem Dano – http://www.noharm.org/saude_sem_dano/
Mercury-Free Health Care – www.mercuryfreehealthcare.org
Escritório Verde da UTFPR – www.escritorioverdeonline.com.br
Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2012/05/07/estabelecimentos-de-saude-no-brasil-necessitam-se-livrar-do-mercurio/
Atualmente, o mercúrio é objeto de um esforço mundial pelo controle ambiental de suas fontes e eliminação do seu uso, é um metal pesado altamente tóxico, persistente no meio ambiente, capaz de se disseminar por diversas vias de contaminação e tem sido encontrado em níveis preocupantes em quase todo o Planeta.
As principais fontes antrópicas de contaminação por mercúrio estão ligadas à indústria de cloro soda, queima de combustíveis fósseis e de resíduos, ao garimpo artesanal e pelo seu uso em dispositivos de medição, entre eles os termômetros e esfigmomanômetros utilizados no cuidado à saúde.
As quebras frequentes dos termômetros, assim como os procedimentos de manutenção desses dispositivos, resultam num paradoxo, no qual o cuidado à saúde contribui para a deterioração ambiental e traz novos riscos.
Devemos fazer nossa parte, divulgando os males ambientais e à saúde que o mercúrio proporciona, (como por exemplo, problemas neurológicos) e incentivando que os hospitais e outros estabelecimentos de saúde que utilizam termômetros e esfigmomanometros de mercúrio abracem a causa e realizem a retirada e troca por termômetros digitais e aneroides e outros equipamentos eletrônicos.
Na prática, representantes de hospitais mostraram ser possível aderir a campanha saúde livre de mercúrio, porém é preciso vontade e persistência para que esta eliminação seja mantida. A sensibilização dos profissionais para a importância de mudanças e cuidados com o meio ambiente é imprescindível, além do cuidado no momento de recolher os termômetros e equipamentos para evitar quebras.
O presidente do conselho do Projeto Hospitais Saudáveis, Vital Ribeiro Filho e a Coordenadora para América Latina da Organização Internacional Saúde Sem Dano, Verônica Odriozola expuseram as iniciativas para a eliminação do mercúrio no setor da saúde. Já o representante do INMETRO, Célio H. de Mattos Fraga, citou as alternativas confiáveis para troca dos termômetros e equipamentos. Neste caso, os termômetros digitais se mostram economicamente viáveis a médio e longo prazo por ter sua durabilidade muitas vezes maior do que os de mercúrio, pois o índice de quebra destes é muito alto.
Zuleika Nyck, representante das ONGs Brasileiras no Comitê Intergovernamental de Negociação (INC, na sigla em Inglês), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), expôs os andamentos das negociações para o Tratado Global de Mercúrio, onde cada país participante deverá comprometer-se com uma legislação nacional sobre mercúrio.
Durante o seminário discutiu-se que o mercúrio recolhido nas campanhas internas, deve ser guardado de forma segura, de preferência com os dispositivos ainda íntegros, embrulhados em plástico e embalados em caixas. Caso exista mercúrio na forma livre, o mesmo deve ser colocado em um frasco de preferência plástico com tampa de rosca e coberto com uma lâmina de água, deve-se ter garantia que a tampa feche e vede bem, evitando a evaporação da água e risco de contaminação do local de guarda.
A discussão sobre o encaminhamento do mercúrio recolhido foi bastante intensa, enquanto o governo não estabelece diretrizes, caso não seja possível a guarda em local seguro no estabelecimento de saúde a melhor alternativa é o encaminhamento para reciclagem, sendo importante frisar que apenas duas empresas no Brasil tem licença ambiental para reciclar mercúrio. Ainda, é vetado o seu encaminhamento para qualquer outro tipo de tratamento, pois o aquecimento em autoclave, microondas ou incineração não indica que o mercúrio será tratado e sim provoca apenas evaporação e contaminação ambiental. Outra alternativa seria o enclausuramento em aterro industrial, porém estaríamos gerando um passivo ambiental “infinito”.
Enquanto não fica proibida a comercialização dos termômetros de mercúrio no Brasil, a recomendação é de não adquiri-los e em paralelo pressionar o mercado para que os termômetros digitais tenham seu preço reduzido causando sua popularização, que no momento são uma alternativa mais segura.
Por Lidia Lima – Responsável pelo Gerenciamento de Resíduos do Hospital de Clínicas/UFPR e Eloy F. Casagrande Jr. – Coordenador do Escritório Verde da UTFPR
O Projeto Hospitais Saudáveis reúne profissionais e organizações empenhados em promover a segurança para o trabalhador, a saúde pública e a proteção ambiental na assistência à saúde. O PHS é o Ponto focal da Saúde Sem Dano no Brasil.
Saúde Sem Dano (SSD) é uma organização internacional responsável pela gestão do programa Mercury-Free Health Care, desenvolvido em parceria com a Organização Mundial da Saúde, que visa à substituição de dispositivos com mercúrio no setor saúde em todo o mundo.
Projeto Hospitais Saudáveis – www.hospitaissaudaveis.org
Saúde Sem Dano – http://www.noharm.org/saude_sem_dano/
Mercury-Free Health Care – www.mercuryfreehealthcare.org
Escritório Verde da UTFPR – www.escritorioverdeonline.com.br
Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2012/05/07/estabelecimentos-de-saude-no-brasil-necessitam-se-livrar-do-mercurio/
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Dr. Frederico Lobo
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Efeitos tóxicos ambientais podem alcançar várias gerações
Um pesquisador da Universidade do Estado de Washington tem demonstrado que uma variedade de toxinas ambientais pode ter efeitos negativos não só para animais e pessoas que entraram em contato diretamente, mas através de 3 gerações.
O pesquisador Michael Skinner, biólogo molecular, estudou o efeito epigenético através de gerações, pesquisando modificações no DNA de animais, observando o efeito de genes “ligados” ou “desligados”. A pesquisa foi publicada na revista online PLoS ONE.
Enquanto pesquisadores anteriores demonstraram que os efeitos similares de pesticidas e fungicidas e produtos com grandes variedades tóxicas, contendo dioxinas, produtos à base de DEET e permetrina, derivados de plásticos e combustíveis, afetavam apenas quem tivesse contato, Skinner mostrou que outras gerações podem desenvolver doenças epigenéticas através das próximas gerações de animais.
“Nós não esperávamos que todos eles tivessem efeitos transgeracionais, mas todos eles tiveram. Eu pensava que os hidrocarbonetos teriam efeitos negativos, mas tiveram efeito positivo”, declarou Skinner.
Segundo os cientistas, a capacidade de interferir, provocando doenças, não é causado por apenas um único composto, mas uma combinação de vários que estão presentes no meio ambiente. Os investigadores testaram pesticidas, repelentes de inseto, mistura de substâncias como ftalatos e bisfenol-A comumente encontrados em plásticos, dioxinas, e hidrocarbonetos como querosene.
Enquanto os toxicologistas tradicionais se focam em animais expostos a toxinas, o trabalho de Skinner demonstra que as doenças podem aflorar em pessoas cujos ancestrais sofreram mudanças epigenéticas no espermatozóide. O trabalho aponta para um caminho que identifique e diagnostique as exposições atrás do uso de marcadores moleculares específicos.
“No futuro poderemos ser capazes de utilizar estes marcadores epigenéticos para determinar se seu ancestral ficou exposto a toxinas no início da vida e prevenir a sua susceptibilidade para desenvolver doenças ao longo de sua vida”, comentou Skinner.
O estudo foi financiado pelo Exército dos EUA para pesquisar poluentes que as tropas poderiam ficar expostas. Skinner e seus colegas expuseram ratos fêmeas em gestação a quantidades relativamente altas de algumas toxinas, mas não em uma dose letal, podendo controlar três gerações de descendentes.
Os pesquisadores observaram que as fêmeas atingiram a puberdade mais cedo, e os machos aumentando a taxa de deterioração e morte nos espermatozóides. A diminuição da quantidade de óvulos também foi observada. Estudos futuros poderão usar novas ferramentas moleculares para analisar o risco que as gerações correm.
Fonte: http://jornalciencia.com/meio-ambiente/diversos/1528-efeitos-toxicos-ambientais-podem-alcancar-varias-geracoes#.T1S0j_zpH4w.twitter
O pesquisador Michael Skinner, biólogo molecular, estudou o efeito epigenético através de gerações, pesquisando modificações no DNA de animais, observando o efeito de genes “ligados” ou “desligados”. A pesquisa foi publicada na revista online PLoS ONE.
Enquanto pesquisadores anteriores demonstraram que os efeitos similares de pesticidas e fungicidas e produtos com grandes variedades tóxicas, contendo dioxinas, produtos à base de DEET e permetrina, derivados de plásticos e combustíveis, afetavam apenas quem tivesse contato, Skinner mostrou que outras gerações podem desenvolver doenças epigenéticas através das próximas gerações de animais.
“Nós não esperávamos que todos eles tivessem efeitos transgeracionais, mas todos eles tiveram. Eu pensava que os hidrocarbonetos teriam efeitos negativos, mas tiveram efeito positivo”, declarou Skinner.
Segundo os cientistas, a capacidade de interferir, provocando doenças, não é causado por apenas um único composto, mas uma combinação de vários que estão presentes no meio ambiente. Os investigadores testaram pesticidas, repelentes de inseto, mistura de substâncias como ftalatos e bisfenol-A comumente encontrados em plásticos, dioxinas, e hidrocarbonetos como querosene.
Enquanto os toxicologistas tradicionais se focam em animais expostos a toxinas, o trabalho de Skinner demonstra que as doenças podem aflorar em pessoas cujos ancestrais sofreram mudanças epigenéticas no espermatozóide. O trabalho aponta para um caminho que identifique e diagnostique as exposições atrás do uso de marcadores moleculares específicos.
“No futuro poderemos ser capazes de utilizar estes marcadores epigenéticos para determinar se seu ancestral ficou exposto a toxinas no início da vida e prevenir a sua susceptibilidade para desenvolver doenças ao longo de sua vida”, comentou Skinner.
O estudo foi financiado pelo Exército dos EUA para pesquisar poluentes que as tropas poderiam ficar expostas. Skinner e seus colegas expuseram ratos fêmeas em gestação a quantidades relativamente altas de algumas toxinas, mas não em uma dose letal, podendo controlar três gerações de descendentes.
Os pesquisadores observaram que as fêmeas atingiram a puberdade mais cedo, e os machos aumentando a taxa de deterioração e morte nos espermatozóides. A diminuição da quantidade de óvulos também foi observada. Estudos futuros poderão usar novas ferramentas moleculares para analisar o risco que as gerações correm.
Fonte: http://jornalciencia.com/meio-ambiente/diversos/1528-efeitos-toxicos-ambientais-podem-alcancar-varias-geracoes#.T1S0j_zpH4w.twitter
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Dr. Frederico Lobo
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Descoberto lado mau do "bom colesterol"
Você certamente já sabia que o colesterol ruim não é tão ruim quanto se pensava.
Afinal, não é para haver em nosso organismo alguma coisa que seja intrinsecamente ruim - a menos que seja um invasor, o que não é o caso.
O que ocorre é que a ciência apenas aos poucos vai descobrindo os intrincados meandros de cada uma das substâncias presentes em nosso corpo.
Era então natural esperar que logo se descobrisse o outro lado da moeda: se o colesterol LDL não pode ser taxado de sempre ruim, tampouco o colesterol HDL, o chamado colesterol bom, será sempre bom.
E foi isto o que aconteceu, conforme relatado em um artigo publicado com destaque na última edição do Jornal da Associação Norte-Americana do Coração.
O lado mau do bom colesterol
Cientistas acabam de descobrir que uma subclasse do colesterol HDL (lipoproteína de alta densidade), o chamado "colesterol bom", não apenas não protege contra as doenças cardiovasculares, como na verdade pode ser prejudicial, aumentando o risco dessas doenças.
A "culpada" da vez, que levará a má-fama até que se descubram todas as suas funções, é uma pequena proteína chamada apolipoproteína C-III (Apoc-III), algumas vezes, mas nem sempre, encontrada na superfície do colesterol HDL.
A presença da proteína no HDL aumenta o risco de doenças cardíacas, enquanto o colesterol HDL sem esta proteína tem um efeito protetor, sobretudo do coração.
"Esta descoberta, se confirmada em novos estudos já em andamento, poderá levar a uma melhor avaliação do risco de doenças cardíacas, e a tratamentos mais precisos, para aumentar o HDL protetor, ou para diminuir o HDL desfavorável com ApoC-III," afirmou o Dr. Frank Sacks, professor de doençascardiovasculares da Escola Harvard de Saúde Pública, principal autor do estudo.
Subtipo mau do "colesterol bom"
Um alto nível de colesterol HDL é um forte indicador de uma baixa incidência de doenças cardíacas coronarianas.
Contudo, testes clínicos de fármacos que aumentam o colesterol HDL não têm resultado em quedas consistentes nos riscos de doenças cardiovasculares.
Foi isto que levantou a hipótese de que o colesterol HDL poderia conter componentes tanto de proteção, quanto danosos - uma hipótese que agora se comprovou correta.
A Apoc-III, uma proteína pró-inflamatória, fica na superfície de algumas lipoproteínas - tanto do HDL, o "ex-sempre-bom-colesterol", quanto do LDL, o "ex-sempre-mau-colesterol".
Proteína do colesterol
Os pesquisadores compararam as concentrações plasmáticas de HDL total, HDL com a proteína Apoc-III, e HDL sem ApoC-III do sangue de 32.826 mulheres e 18.225 homens, em busca de indicadores do risco de doença coronariana.
Depois de ajustar os dados para idade, tabagismo, dieta e outros fatores de estilo de vida que influem no risco cardiovascular, os pesquisadores descobriram que as duas subclasses diferentes de HDL - com e sem a proteína - têm associações opostas com o risco de doenças coronarianas em homens e mulheres saudáveis.
O tipo predominante de HDL, que não tem a ApoC-III, continuou apresentando o esperado efeito protetor do coração.
Mas a pequena fração do colesterol HDL que tem a ApoC-III - cerca de 13% do total - mostrou-se paradoxalmente associada, não com um risco menor ou normal, mas com um risco mais elevado de doenças coronarianas no futuro.
Homens e mulheres com uma concentração maior do HDL com ApoC-III chegam a ter um risco 60% maior de doença coronariana.
Tipos de colesterol
Os resultados sugerem que os exames de sangue no futuro terão que distinguir entre HDL sem Apoc-III e HDL com Apoc-III, este provavelmente somando-se ao LDL para indicação do risco de doenças cardiovasculares.
Em uma clara demonstração de que o conhecimento científico sobre o colesterol está apenas começando a se aprofundar, recentemente cientistas descobriram que os dois tipos de colesterol não são exatamente unidades estanques e isoladas:
Fonte: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=lado-mau-colesterol-bom-faz-mal-coracao&id=7736&nl=nlds#.T60_jCNq8Id.twitter
Afinal, não é para haver em nosso organismo alguma coisa que seja intrinsecamente ruim - a menos que seja um invasor, o que não é o caso.
O que ocorre é que a ciência apenas aos poucos vai descobrindo os intrincados meandros de cada uma das substâncias presentes em nosso corpo.
Era então natural esperar que logo se descobrisse o outro lado da moeda: se o colesterol LDL não pode ser taxado de sempre ruim, tampouco o colesterol HDL, o chamado colesterol bom, será sempre bom.
E foi isto o que aconteceu, conforme relatado em um artigo publicado com destaque na última edição do Jornal da Associação Norte-Americana do Coração.
O lado mau do bom colesterol
Cientistas acabam de descobrir que uma subclasse do colesterol HDL (lipoproteína de alta densidade), o chamado "colesterol bom", não apenas não protege contra as doenças cardiovasculares, como na verdade pode ser prejudicial, aumentando o risco dessas doenças.
A "culpada" da vez, que levará a má-fama até que se descubram todas as suas funções, é uma pequena proteína chamada apolipoproteína C-III (Apoc-III), algumas vezes, mas nem sempre, encontrada na superfície do colesterol HDL.
A presença da proteína no HDL aumenta o risco de doenças cardíacas, enquanto o colesterol HDL sem esta proteína tem um efeito protetor, sobretudo do coração.
"Esta descoberta, se confirmada em novos estudos já em andamento, poderá levar a uma melhor avaliação do risco de doenças cardíacas, e a tratamentos mais precisos, para aumentar o HDL protetor, ou para diminuir o HDL desfavorável com ApoC-III," afirmou o Dr. Frank Sacks, professor de doençascardiovasculares da Escola Harvard de Saúde Pública, principal autor do estudo.
Subtipo mau do "colesterol bom"
Um alto nível de colesterol HDL é um forte indicador de uma baixa incidência de doenças cardíacas coronarianas.
Contudo, testes clínicos de fármacos que aumentam o colesterol HDL não têm resultado em quedas consistentes nos riscos de doenças cardiovasculares.
Foi isto que levantou a hipótese de que o colesterol HDL poderia conter componentes tanto de proteção, quanto danosos - uma hipótese que agora se comprovou correta.
A Apoc-III, uma proteína pró-inflamatória, fica na superfície de algumas lipoproteínas - tanto do HDL, o "ex-sempre-bom-colesterol", quanto do LDL, o "ex-sempre-mau-colesterol".
Proteína do colesterol
Os pesquisadores compararam as concentrações plasmáticas de HDL total, HDL com a proteína Apoc-III, e HDL sem ApoC-III do sangue de 32.826 mulheres e 18.225 homens, em busca de indicadores do risco de doença coronariana.
Depois de ajustar os dados para idade, tabagismo, dieta e outros fatores de estilo de vida que influem no risco cardiovascular, os pesquisadores descobriram que as duas subclasses diferentes de HDL - com e sem a proteína - têm associações opostas com o risco de doenças coronarianas em homens e mulheres saudáveis.
O tipo predominante de HDL, que não tem a ApoC-III, continuou apresentando o esperado efeito protetor do coração.
Mas a pequena fração do colesterol HDL que tem a ApoC-III - cerca de 13% do total - mostrou-se paradoxalmente associada, não com um risco menor ou normal, mas com um risco mais elevado de doenças coronarianas no futuro.
Homens e mulheres com uma concentração maior do HDL com ApoC-III chegam a ter um risco 60% maior de doença coronariana.
Tipos de colesterol
Os resultados sugerem que os exames de sangue no futuro terão que distinguir entre HDL sem Apoc-III e HDL com Apoc-III, este provavelmente somando-se ao LDL para indicação do risco de doenças cardiovasculares.
Em uma clara demonstração de que o conhecimento científico sobre o colesterol está apenas começando a se aprofundar, recentemente cientistas descobriram que os dois tipos de colesterol não são exatamente unidades estanques e isoladas:
Fonte: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=lado-mau-colesterol-bom-faz-mal-coracao&id=7736&nl=nlds#.T60_jCNq8Id.twitter
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Dr. Frederico Lobo
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How Chemicals Affect Us
Scientists are observing with increasing alarm that some very common hormone-mimicking chemicals can have grotesque effects.
A widely used herbicide acts as a female hormone and feminizes male animals in the wild. Thus male frogs can have female organs, and some male fish actually produce eggs. In a Florida lake contaminated by these chemicals, male alligators have tiny penises.
These days there is also growing evidence linking this class of chemicals to problems in humans. These include breast cancer, infertility, low sperm counts, genital deformities, early menstruation and even diabetes and obesity.
Philip Landrigan, a professor of pediatrics at Mount Sinai School of Medicine, says that a congenital defect called hypospadias — a misplacement of the urethra — is now twice as common among newborn boys as it used to be. He suspects endocrine disruptors, so called because they can wreak havoc with the endocrine system that governs hormones.
Endocrine disruptors are everywhere. They’re in thermal receipts that come out of gas pumps and A.T.M.’s. They’re in canned foods, cosmetics, plastics and food packaging. Test your blood or urine, and you’ll surely find them there, as well as in human breast milk and in cord blood of newborn babies.
In this campaign year, we are bound to hear endless complaints about excessive government regulation. But here’s an area where scientists are increasingly critical of our government for its failure to tackle Big Chem and regulate endocrine disruptors adequately.
Last month, the Endocrine Society, the leading association of hormone experts, scolded the Food and Drug Administration for its failure to ban bisphenol-A, a common endocrine disruptor known as BPA, from food packaging. Last year, eight medical organizations representing genetics, gynecology, urology and other fields made a joint call in Science magazine for tighter regulation of endocrine disruptors.
Shouldn’t our government be as vigilant about threats in our grocery stores as in the mountains of Afghanistan?
Researchers warn that endocrine disruptors can trigger hormonal changes in the body that may not show up for decades. One called DES, a synthetic form of estrogen, was once routinely given to pregnant women to prevent miscarriage or morning sickness, and it did little harm to the women themselves. But it turned out to cause vaginal cancer and breast cancer decades later in their daughters, so it is now banned.
Scientists have long known the tiniest variations in hormone levels influence fetal development. For example, a female twin is very slightly masculinized if the other twin is a male, because she is exposed to some of his hormones. Studies have found that these female twins, on average, end up slightly more aggressive and sensation-seeking as adults but have lower rates of eating disorders.
Now experts worry that endocrine disruptors have similar effects, acting as hormones and swamping the delicate balance for fetuses in particular. The latest initiative by scholars is a landmark 78-page analysis to be published next month in Endocrine Reviews, the leading publication in the field.
“Fundamental changes in chemical testing and safety determination are needed to protect human health,” the analysis declares. Linda S. Birnbaum, the nation’s chief environmental scientist and toxicologist, endorsed the findings.
The article was written by a 12-member panel that spent three years reviewing the evidence. It concluded that the nation’s safety system for endocrine disruptors is broken.
“For several well-studied endocrine disruptors, I think it is fair to say that we have enough data to conclude that these chemicals are not safe for human populations,” said Laura Vandenberg, a Tufts University developmental biologist who was the lead writer for the panel.
Worrying new research on the long-term effects of these chemicals is constantly being published. One study found that pregnant women who have higher levels of a common endocrine disruptor, PFOA, are three times as likely to have daughters who grow up to be overweight. Yet PFOA is unavoidable. It is in everything from microwave popcorn bags to carpet-cleaning solutions.
Big Chem says all this is sensationalist science. So far, it has blocked strict regulation in the United States, even as Europe and Canada have adopted tighter controls on endocrine disruptors.
Yes, there are uncertainties. But the scientists who know endocrine disruptors best overwhelmingly are already taking steps to protect their families. John Peterson Myers, chief scientist at Environmental Health Sciences and a co-author of the new analysis, said that his family had stopped buying canned food.
“We don’t microwave in plastic,” he added. “We don’t use pesticides in our house. I refuse receipts whenever I can. My default request at the A.T.M., known to my bank, is ‘no receipt.’ I never ask for a receipt from a gas station.”
I’m taking my cue from the experts, and I wish the Obama administration would as well.
I invite you to visit my blog, On the Ground. Please also join me on Facebook and Google+, watch my YouTube videos and follow me on Twitter
Fonte: http://www.nytimes.com/2012/05/03/opinion/kristof-how-chemicals-change-us.html?_r=1&smid=tw-share
A widely used herbicide acts as a female hormone and feminizes male animals in the wild. Thus male frogs can have female organs, and some male fish actually produce eggs. In a Florida lake contaminated by these chemicals, male alligators have tiny penises.
These days there is also growing evidence linking this class of chemicals to problems in humans. These include breast cancer, infertility, low sperm counts, genital deformities, early menstruation and even diabetes and obesity.
Philip Landrigan, a professor of pediatrics at Mount Sinai School of Medicine, says that a congenital defect called hypospadias — a misplacement of the urethra — is now twice as common among newborn boys as it used to be. He suspects endocrine disruptors, so called because they can wreak havoc with the endocrine system that governs hormones.
Endocrine disruptors are everywhere. They’re in thermal receipts that come out of gas pumps and A.T.M.’s. They’re in canned foods, cosmetics, plastics and food packaging. Test your blood or urine, and you’ll surely find them there, as well as in human breast milk and in cord blood of newborn babies.
In this campaign year, we are bound to hear endless complaints about excessive government regulation. But here’s an area where scientists are increasingly critical of our government for its failure to tackle Big Chem and regulate endocrine disruptors adequately.
Last month, the Endocrine Society, the leading association of hormone experts, scolded the Food and Drug Administration for its failure to ban bisphenol-A, a common endocrine disruptor known as BPA, from food packaging. Last year, eight medical organizations representing genetics, gynecology, urology and other fields made a joint call in Science magazine for tighter regulation of endocrine disruptors.
Shouldn’t our government be as vigilant about threats in our grocery stores as in the mountains of Afghanistan?
Researchers warn that endocrine disruptors can trigger hormonal changes in the body that may not show up for decades. One called DES, a synthetic form of estrogen, was once routinely given to pregnant women to prevent miscarriage or morning sickness, and it did little harm to the women themselves. But it turned out to cause vaginal cancer and breast cancer decades later in their daughters, so it is now banned.
Scientists have long known the tiniest variations in hormone levels influence fetal development. For example, a female twin is very slightly masculinized if the other twin is a male, because she is exposed to some of his hormones. Studies have found that these female twins, on average, end up slightly more aggressive and sensation-seeking as adults but have lower rates of eating disorders.
Now experts worry that endocrine disruptors have similar effects, acting as hormones and swamping the delicate balance for fetuses in particular. The latest initiative by scholars is a landmark 78-page analysis to be published next month in Endocrine Reviews, the leading publication in the field.
“Fundamental changes in chemical testing and safety determination are needed to protect human health,” the analysis declares. Linda S. Birnbaum, the nation’s chief environmental scientist and toxicologist, endorsed the findings.
The article was written by a 12-member panel that spent three years reviewing the evidence. It concluded that the nation’s safety system for endocrine disruptors is broken.
“For several well-studied endocrine disruptors, I think it is fair to say that we have enough data to conclude that these chemicals are not safe for human populations,” said Laura Vandenberg, a Tufts University developmental biologist who was the lead writer for the panel.
Worrying new research on the long-term effects of these chemicals is constantly being published. One study found that pregnant women who have higher levels of a common endocrine disruptor, PFOA, are three times as likely to have daughters who grow up to be overweight. Yet PFOA is unavoidable. It is in everything from microwave popcorn bags to carpet-cleaning solutions.
Big Chem says all this is sensationalist science. So far, it has blocked strict regulation in the United States, even as Europe and Canada have adopted tighter controls on endocrine disruptors.
Yes, there are uncertainties. But the scientists who know endocrine disruptors best overwhelmingly are already taking steps to protect their families. John Peterson Myers, chief scientist at Environmental Health Sciences and a co-author of the new analysis, said that his family had stopped buying canned food.
“We don’t microwave in plastic,” he added. “We don’t use pesticides in our house. I refuse receipts whenever I can. My default request at the A.T.M., known to my bank, is ‘no receipt.’ I never ask for a receipt from a gas station.”
I’m taking my cue from the experts, and I wish the Obama administration would as well.
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Fonte: http://www.nytimes.com/2012/05/03/opinion/kristof-how-chemicals-change-us.html?_r=1&smid=tw-share
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Dr. Frederico Lobo
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Caminhada ajuda a combater a depressão...
Uma em cada dez pessoas enfrenta depressão em algum momento da vida. s tratamentos tradicionais incluem medicamentos epsicoterapia.
Mas há relatos de resultados promissores no campo das chamadas terapias alternativas, incluindo meditação e ioga.
Um estudo recente mostrou que a ioga aumenta os níveis de GABA (gama-aminobutírico cerebral), uma substância associada com a depressão e outros transtornos de ansiedade.
Mas pesquisadores da Universidade de Stirling, na Escócia, mostraram que uma simples caminhada pode ser o caminho para cuidar da depressão.
Estudos anteriores já haviam demonstrado que exercícios vigorosos aliviam os sintomas da depressão.
Mas os cientistas queriam conhecer a eficácia de exercícios mais ao alcance de todos, como sair para dar uma caminhada pelos arredores de casa.
"A caminhada tem a vantagem de poder ser praticada pela maioria das pessoas, de implicar pouco ou nenhum custo, e de ser relativamente fácil de incorporar à rotina diária", dizem os autores.
Os resultados indicam que "caminhar é uma forma de intervenção efetiva contra a depressão".
Os resultados obtidos foram similares àqueles obtidos com formas mais vigorosas de exercício, feitos em academias.
Os pesquisadores admitem, no entanto, que mais pesquisas precisam ser feitas sobre o assunto para que os médicos possam dar prescrições mais exatas aos pacientes.
Por exemplo, ainda há dúvidas sobre a duração, a velocidade e o local onde a caminhada deve ser realizada.
Fonte: http://ligadasaude.blogspot.com.br/2012/05/caminhada-ajuda-combater-depressao.html
Mas há relatos de resultados promissores no campo das chamadas terapias alternativas, incluindo meditação e ioga.
Um estudo recente mostrou que a ioga aumenta os níveis de GABA (gama-aminobutírico cerebral), uma substância associada com a depressão e outros transtornos de ansiedade.
Mas pesquisadores da Universidade de Stirling, na Escócia, mostraram que uma simples caminhada pode ser o caminho para cuidar da depressão.
Estudos anteriores já haviam demonstrado que exercícios vigorosos aliviam os sintomas da depressão.
Mas os cientistas queriam conhecer a eficácia de exercícios mais ao alcance de todos, como sair para dar uma caminhada pelos arredores de casa.
"A caminhada tem a vantagem de poder ser praticada pela maioria das pessoas, de implicar pouco ou nenhum custo, e de ser relativamente fácil de incorporar à rotina diária", dizem os autores.
Os resultados indicam que "caminhar é uma forma de intervenção efetiva contra a depressão".
Os resultados obtidos foram similares àqueles obtidos com formas mais vigorosas de exercício, feitos em academias.
Os pesquisadores admitem, no entanto, que mais pesquisas precisam ser feitas sobre o assunto para que os médicos possam dar prescrições mais exatas aos pacientes.
Por exemplo, ainda há dúvidas sobre a duração, a velocidade e o local onde a caminhada deve ser realizada.
Fonte: http://ligadasaude.blogspot.com.br/2012/05/caminhada-ajuda-combater-depressao.html
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Dr. Frederico Lobo
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Como aumentar a absorção do cálcio que vc consome?
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Vamos participar do "Food Revolution Day" hoje?
O programa do chef britânico Jamie Oliver em defesa da reeducação alimentar infantil, Food Revolution, ganha proporções globais a partir de hoje, 19 de maio de 2012. Atualmente, o projeto social de Jamie alcançava somente o Reino Unido e os EUA, onde a obesidade infantil atinge níveis assustadores. Mas o resto do mundo não está imune aos males dos maus hábitos alimentares, vide o nosso Brasil. Por isso, que o popstar da cozinha lançou a campanha mundial do Food Revolution Day. Trata-se de um dia, hoje, 19 de maio, onde todos os países que aderirem vão celebrar a comida de verdade simultaneamente.
No Brasil, o evento ocorrerá em quatro cidades: Brasília, São Paulo, Florianópolis e Rio de Janeiro, onde embaixadores nomeados pela Jamie Oliver Foundation organizarão eventos locais para a promoção de um dia a dia com alimentação mais saudável, baseada em alimentos que não vêm em latas, garrafas, caixinhas e saquinhos.
Mas se você não mora em nenhuma destas cidades, isso não é motivo para não aderir. Que tal ir à feira, comprar ingredientes fresquinhos e orgânicos e preparar um delicioso almoço ou jantar para a sua família? É um importante passo rumo a novos hábitos e a uma nova forma de encarar o alimento. Cozinhar alimentos frescos e saudáveis para pessoas que você ama, com certeza além de interação e prazer nos traz mais saúde.
Se você participa de redes sociais pode postar as fotos dos pratos que você cozinhou hoje na página do Facebook aqui ou seguir os perfis oficiais no Twitter @FoodRev, @FoodRevBrasilia e @FoodRevSP. Você também pode postar as fotos usando as hashtags #FoodRevolutionBR no Instagram ou no próprio twitter usando as hashtags #foodrevolution, #FoodRevBrasilia e #foodrevSP.
Participe e compartilhe saúde!
Fonte: http://ligadasaude.blogspot.com.br/2012/05/vamos-participar-do-food-revolution-day.html
Mais informações no site oficial do Jamie Oliver: http://foodrevolutionday.com/
No Brasil, o evento ocorrerá em quatro cidades: Brasília, São Paulo, Florianópolis e Rio de Janeiro, onde embaixadores nomeados pela Jamie Oliver Foundation organizarão eventos locais para a promoção de um dia a dia com alimentação mais saudável, baseada em alimentos que não vêm em latas, garrafas, caixinhas e saquinhos.
Mas se você não mora em nenhuma destas cidades, isso não é motivo para não aderir. Que tal ir à feira, comprar ingredientes fresquinhos e orgânicos e preparar um delicioso almoço ou jantar para a sua família? É um importante passo rumo a novos hábitos e a uma nova forma de encarar o alimento. Cozinhar alimentos frescos e saudáveis para pessoas que você ama, com certeza além de interação e prazer nos traz mais saúde.
Se você participa de redes sociais pode postar as fotos dos pratos que você cozinhou hoje na página do Facebook aqui ou seguir os perfis oficiais no Twitter @FoodRev, @FoodRevBrasilia e @FoodRevSP. Você também pode postar as fotos usando as hashtags #FoodRevolutionBR no Instagram ou no próprio twitter usando as hashtags #foodrevolution, #FoodRevBrasilia e #foodrevSP.
Participe e compartilhe saúde!
Fonte: http://ligadasaude.blogspot.com.br/2012/05/vamos-participar-do-food-revolution-day.html
Mais informações no site oficial do Jamie Oliver: http://foodrevolutionday.com/
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Top 15 - Substâncias saudáveis
1 - Água
2 - Fibras
3 - Carboidratos integrais
4 - Lipídios monoinsaturados e poliinsaturados
5 - Aminoácidos
6 - Cálcio
7 - Magnésio
8 - Zinco
9 - Vitamina C
10 - Vitaminas do complexo B
11 - Vitamina A
12 - Vitamina D
13 - Vitamina E
14 - Vitamina K
15 - Polifenóis
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Qual o impacto da comida processada no seu corpo, em comparação com alimentos integrais?
Não é exatamente novidade que alimentos processados não fazem bem para a saúde. Mas se você é daqueles que tem que ver pra crer, aqui está a sua chance.
A artista Stefani Bardin criou um vídeo (The Fantastic Voyage, parte do projeto M2A™) que oferece uma visão gráfica de como o trato gastrintestinal (TG) processa uma refeição de “miojo” (macarrão industrializado, ela usou o Top Ramen, da Nissin), gomas doces em forma de ursinhos e Gatorade azul (que usa um corante) contra uma refeição de macarrão feito em casa, gominhas de suco de romã/cereja e um “Gatorade” hibisco (fabricado em casa).
Stefani Bardin não trabalhou sozinha; o gastroenterologista Dr. Braden Kuo, da Universidade Harvard e do Hospital Geral de Massachusetts, colaborou iniciando o primeiro estudo clínico a utilizar a cápsula M2A, gravando o processo de digestão da boca ao ânus.
Eles também utilizaram um dispositivo gastroenterológico para capturar tempo, pressão e dados de pH conforme o trato gastrintestinal reagia a cada tipo de alimento digerido.
Embora os resultados finais ainda não tenham sido publicados, pois Bardin e Kuo estão levantando dinheiro para executar mais testes, o vídeo é uma visão perturbadora de como é difícil para o nosso corpo decompor “alimentos de prateleira”.
O que faz sentido, dado os ingredientes utilizados para preservar esses alimentos e dar-lhes a sua cor – produtos derivados de petroquímicos e butano. Bardin explica que o pior é que os corantes e aromatizantes artificiais são considerados propriedade intelectual de uma empresa, e os fabricantes não são obrigados a divulgar esta informação, uma vez que poderia potencialmente causar danos econômicos aos seus negócios se alguém roubasse seus segredos comerciais.
Ou seja, você mal sabe o que está indo pra dentro de você. E a intenção de Bardin é mostrá-lo. Então assista esse vídeo, para poder tomar decisões mais conscientes no futuro
Fonte: http://hypescience.com/qual-o-impacto-da-comida-processada-no-seu-corpo-em-comparacao-com-alimentos-integrais/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+feedburner%2Fxgpv+%28HypeScience%29
A artista Stefani Bardin criou um vídeo (The Fantastic Voyage, parte do projeto M2A™) que oferece uma visão gráfica de como o trato gastrintestinal (TG) processa uma refeição de “miojo” (macarrão industrializado, ela usou o Top Ramen, da Nissin), gomas doces em forma de ursinhos e Gatorade azul (que usa um corante) contra uma refeição de macarrão feito em casa, gominhas de suco de romã/cereja e um “Gatorade” hibisco (fabricado em casa).
Stefani Bardin não trabalhou sozinha; o gastroenterologista Dr. Braden Kuo, da Universidade Harvard e do Hospital Geral de Massachusetts, colaborou iniciando o primeiro estudo clínico a utilizar a cápsula M2A, gravando o processo de digestão da boca ao ânus.
Eles também utilizaram um dispositivo gastroenterológico para capturar tempo, pressão e dados de pH conforme o trato gastrintestinal reagia a cada tipo de alimento digerido.
Embora os resultados finais ainda não tenham sido publicados, pois Bardin e Kuo estão levantando dinheiro para executar mais testes, o vídeo é uma visão perturbadora de como é difícil para o nosso corpo decompor “alimentos de prateleira”.
O que faz sentido, dado os ingredientes utilizados para preservar esses alimentos e dar-lhes a sua cor – produtos derivados de petroquímicos e butano. Bardin explica que o pior é que os corantes e aromatizantes artificiais são considerados propriedade intelectual de uma empresa, e os fabricantes não são obrigados a divulgar esta informação, uma vez que poderia potencialmente causar danos econômicos aos seus negócios se alguém roubasse seus segredos comerciais.
Ou seja, você mal sabe o que está indo pra dentro de você. E a intenção de Bardin é mostrá-lo. Então assista esse vídeo, para poder tomar decisões mais conscientes no futuro
Fonte: http://hypescience.com/qual-o-impacto-da-comida-processada-no-seu-corpo-em-comparacao-com-alimentos-integrais/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+feedburner%2Fxgpv+%28HypeScience%29
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Dr. Frederico Lobo
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Ligação entre o Mal de Parkinson e pesticidas é oficialmente reconhecida na França
É um passo adiante no reconhecimento das doenças ocupacionais dos agricultores. Na segunda-feira, 07 de maio, entrou em vigor um decreto que reconhece o Mal de Parkinson como doença ocupacional e estabelece explicitamente um nexo de causalidade entre a doença – segunda maior doença neurodegenerativa na França depois do Alzheimer – e a utilização de pesticidas.
A reportagem é de Angela Bolis e está publicada no jornal francês Le Monde, 09-05-2012. A tradução é do Cepat. Um passo a mais porque nessa área, em reinava até agora a lei do silêncio, a tomada de consciência dos efeitos dos produtos fitossanitários sobre a saúde dos agricultores apenas está começando a emergir. E a dar os seus frutos.
Em fevereiro, a vitória de um produtor de grãos, Paul François, que havia movido um processo contra a gigante norte-americana Monsanto, abriu um precedente na França. A empresa foi julgada responsável pela intoxicação do produtor através da inalação quando estava limpando o tanque de seu pulverizador de herbicidas, o Lasso – retirado do mercado em 2007, na França. Os riscos do uso deste herbicida já eram conhecidos há mais de 20 anos. Alguns dias mais tarde, já eram dezenas de produtores a se manifestar no Salão da Agricultura, em frente à estante da União das Indústrias da Proteção das Plantas (UIPP). Suas reivindicações: a classificação de doenças relacionadas ao uso de pesticidas em doenças ocupacionais e a retirada de produtos perigosos.
No dia 30 de abril, foi outra decisão, aquela da Comissão de Indenização das Vítimas de Infração (Civi) de Epinal, que veio trazer água para o moinho: naquele dia, o Estado foi condenado a indenizar um produtor de grãos de Meurthe-et-Moselle que sofre de uma síndrome mieloproliferativa. Inicialmente reconhecida como doença profissional, a patologia foi então associada pela Civi ao uso de produtos que continham especialmente benzeno.
Um decreto “ansiosamente aguardado” Nesta paisagem que lentamente começa a evoluir, o decreto sobre o reconhecimento do Mal de Parkinson foi, portanto, “ansiosamente aguardado”, observa Guillaume Petit. O agricultor pertence à Associação de Fitovítimas, criada em março de 2011, e com a qual Paul François foi um dos primeiros a quebrar o silêncio, atacando a Monsanto. Ele esperou quatro anos para ter sua doença reconhecida como doença ocupacional.
“Quantos veem seu pedido negado? Quantos inclusive chegam a abandoná-lo devido às dificuldades?”, perguntou após a criação desta Associação. A inclusão do Mal de Parkinson nas listas de doenças ocupacionais do sistema agrícola facilitará, portanto, os esforços para os agricultores em quem esta doença será diagnosticada em menos de um ano após a utilização dos pesticidas – o texto não especifica quais. “É um reconhecimento oficial que já é importante em termos simbólicos”, observa Guillaume Petit. “Mas também é um caminho para o agricultor ser apoiado financeiramente, no caso de incapacidade de continuar trabalhando”. Em 10 anos, cinco doenças ligadas aos pesticidas são reconhecidas
Até agora, de acordo com Yves Cosset, médico do trabalho e assistente nacional de saúde do Mutual de Saúde dos Agricultores (MSA), apenas 20 casos do Mal de Parkinson foram relatados aos comitês de reconhecimento de doenças ocupacionais em uma década. Dez foram aceitos e outros 10 rejeitados. No mesmo período, apenas quatro ou cinco casos da doença foram oficialmente reconhecidos como causados por pesticidas.
No total, são 4.900 doenças que são reconhecidas a cada ano como doenças profissionais entre os agricultores. Mais de 90% são TMS (distúrbios osteomusculares); os demais casos estão relacionados principalmente aos animais e ao pó de madeira ou amianto, de acordo com Yves Cosset. Nas listas de doenças ocupacionais do sistema agrícola, há, por exemplo, a doença de Lyme – causada por carrapatos –, tétano ou hepatite. Mas também algumas doenças relacionadas aos produtos fitossanitários. É particularmente citado, desde 1955, o arsênico, responsável por vasta gama de doenças – irritação, intoxicação ou câncer. Ou ainda o benzeno, classificado como cancerígeno, e o pentaclorofenol (PCP), proibido como pesticida desde 2003. Mas, lembra Yves Cosset, “estas listas estão evoluindo com o conhecimento da ciência.
No entanto, a maioria das doenças relacionadas aos pesticidas vai ocorrer em intervalos diferentes, dez, vinte, até trinta anos após o início da sua utilização.
Na medicina do trabalho, começou-se a falar do amianto na década de 1960 e este produto só foi mencionado nestas listas em 1998 para os cânceres. Por conseguinte, não é de excluir que outras doenças possam surgir e sejam reconhecidas em anos futuros…”
Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2012/05/18/ligacao-entre-o-mal-de-parkinson-e-pesticidas-e-oficialmente-reconhecida-na-franca/
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Dr. Frederico Lobo
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segunda-feira, 9 de abril de 2012
A importância da microbiota intestinal
Probióticos com novas funções são alvo de estudos
Até o século passado, bactérias eram vistas apenas com aversão e como vilãs. E com razão: os esforços da microbiologia estavam em combater as doenças infecciosas e criar vacinas nessa guerra contra os micróbios.
Agora, médicos e pesquisadores estudam as bactérias que vivem no intestino pensando em usar esses micro-organismos tanto para melhorar a saúde em geral como para tratar doenças.
O papel da flora intestinal ganhou importância. Pesquisas apontam sua relação com doenças metabólicas (como obesidade e diabetes), alergias e proteção imunológica contra organismos invasores, sem contar os problemas gastrointestinais.
Para fortalecer essa barreira ou até recuperá-la, médicos do Brasil e do exterior estão usando probióticos (bactérias vivas que trazem benefícios para o hospedeiro).
Antes restritos a alimentos, os probióticos agora estão disponíveis em cápsulas. No Brasil, três marcas foram lançadas nos últimos anos.
"Hoje, há muitas pesquisas chegando na aplicação clínica [dos probióticos] e com benefícios comprovados", afirma Flávio Quilici, professor titular de gastroenterologia da PUC Campinas.
Os probióticos podem ajudar a restabelecer a flora quando ela é prejudicada por mudanças de dieta, uso de antibióticos, doenças gastrointestinais e queda de imunidade, segundo Quilici, que usa as bactérias vivas como um complemento do tratamento de gases, diarreia, constipação e sensibilidade intestinal.
Há ainda estudos apontando a eficácia dessas bactérias para a enterocolite necrosante, uma doença que ocorre mais entre os recém-nascidos prematuros e na qual a superfície interna do intestino sofre lesões e se inflama.
Outras áreas estão experimentando o uso dos probióticos. "Há estudos mostrando que ajudam a prevenir infartos porque reduzem o colesterol", conta Quilici.
DEFESA CONTRA HIV
Também tem se valorizado cada vez mais o intestino como órgão de entrada e moradia do HIV e de barreira contra o vírus, segundo o infectologista Artur Timerman.
"Se houver uma boa defesa da parede intestinal e um sistema imunológico em alerta, idealmente poderíamos até impedir a infecção. Tenho usado probióticos nos meus pacientes com HIV porque nesse caso a imunidade intestinal tem grande importância. Manter a mucosa intestinal 'atenta' pode trazer benefícios", diz Timerman.
Mas o conceito de que os probióticos estimulam o sistema imune a ficar de prontidão contra processos infecciosos ainda precisa ser comprovado na prática, diz Timerman. A falta de evidências nessa área, que é bastante nova, é uma das críticas dos especialistas.
"As evidências estão chegando, mas precisam ser consolidadas", diz Maria do Carmo Passos, professora de gastroenterologia da UFMG.
Ela afirma ainda que há uma dificuldade em entender o papel real do probiótico e faltam pesquisas sobre a função de cada cepa de bactéria para cada doença. "No futuro, deveremos ter probióticos específicos, como são os antibióticos", diz Passos.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1072497-probioticos-com-novas-funcoes-sao-alvo-de-estudos.shtml
Outros textos sobre o tema publicados aqui no blog:
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Dr. Frederico Lobo
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quinta-feira, 5 de abril de 2012
Marcas nacionais e internacionais abrem os olhos para esmaltes hipoalergênicos; entenda as substâncias que podem causar irritações
Dica de reportagem da minha amiga e colega de trabalho, Dra. Isis Moreira.
Lendo revistas internacionais de moda (Elle, Vogue e Marie Claire), é impressionante como TO-DOS os anúncios de esmaltes fazem questão de mostrar que o produto é livre de formaldeído, toluenos e DBP (dibutil ftalato).
Estas são substâncias tóxicas que podem causar irritação no nariz, olhos e garganta, além de dermatite. Em alta concentração os efeitos são ainda piores. São ingredientes que também não fazem bem ao meio ambiente.
A boa notícia é que é possível encontrar no Brasil várias marcas que vendem esmaltes sem esses componentes. A Impala e a Risqué têm uma linha hipoalergênica especial. Já a Colorama e a Revlon produzem todos os seus esmaltes sem estes ingredientes nocivos.
Há quem diga que esmaltes sem formaldeídos, tolueno e dibutil ftalato não duram tanto tempo. Testes com o branquinho da Impala e diversos da Revlon e Colorama (rosa-chiclete e laranja fluo) mostraram que eles podem durar a mesma semana que os tradicionais.
Outra experiência ocorreu com os esmaltes So Laque, da francesa Bourjois, livre de toluenos e formaldeídos. Tanto o azul-violeta como um bege com toque rosé, que lembra o Particulière, da Chanel, foram aprovados neste sentido.
Fonte: http://chic.ig.com.br/beleza/noticia/marcas-nacionais-e-internacionais-abrem-os-olhos-para-esmaltes-hipoalerg-nicos-entenda-as-subst-ncias-que-podem-causar-irrita-es
Lendo revistas internacionais de moda (Elle, Vogue e Marie Claire), é impressionante como TO-DOS os anúncios de esmaltes fazem questão de mostrar que o produto é livre de formaldeído, toluenos e DBP (dibutil ftalato).
Estas são substâncias tóxicas que podem causar irritação no nariz, olhos e garganta, além de dermatite. Em alta concentração os efeitos são ainda piores. São ingredientes que também não fazem bem ao meio ambiente.
A boa notícia é que é possível encontrar no Brasil várias marcas que vendem esmaltes sem esses componentes. A Impala e a Risqué têm uma linha hipoalergênica especial. Já a Colorama e a Revlon produzem todos os seus esmaltes sem estes ingredientes nocivos.
Há quem diga que esmaltes sem formaldeídos, tolueno e dibutil ftalato não duram tanto tempo. Testes com o branquinho da Impala e diversos da Revlon e Colorama (rosa-chiclete e laranja fluo) mostraram que eles podem durar a mesma semana que os tradicionais.
Outra experiência ocorreu com os esmaltes So Laque, da francesa Bourjois, livre de toluenos e formaldeídos. Tanto o azul-violeta como um bege com toque rosé, que lembra o Particulière, da Chanel, foram aprovados neste sentido.
Fonte: http://chic.ig.com.br/beleza/noticia/marcas-nacionais-e-internacionais-abrem-os-olhos-para-esmaltes-hipoalerg-nicos-entenda-as-subst-ncias-que-podem-causar-irrita-es
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quarta-feira, 4 de abril de 2012
Mesmo polêmica, dieta sem glúten é moda para emagrecer e ganhar saúde
Antes praticada só por necessidade, a dieta sem glúten está conquistando novos adeptos: interessados em perder peso ou ganhar saúde.
Repórter abre mão de farinha de trigo e derivados e perde dez quilos
O cardápio, já adotado por celebridades como a atriz Juliana Paes, condena a farinha de trigo e seus derivados, como pão e macarrão, e proíbe qualquer alimento com aveia, malte, centeio e cevada -incluindo cerveja. A promessa é melhorar a função do intestino e, de quebra, acabar com males como a enxaqueca.
O glúten é uma proteína vegetal que, no organismo de pessoas sensíveis, pode provocar reações, entre elas diarreia, flatulência e fadiga. A sensibilidade mais comum é a doença celíaca, intolerância ao nutriente que atinge cerca de 1% da população.
Para quem tem a doença, ficar longe do glúten é fundamental. Para pessoas saudáveis, há controvérsia.
Recentemente, o Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região (que inclui o Estado de São Paulo) lançou um parecer oficial sobre o tema. O documento diz que o glúten só deve ser tirado da dieta se houver diagnóstico de doença celíaca, alergia ou sensibilidade ao nutriente.
"Nutricionistas estavam tirando a proteína da alimentação de pessoas que queriam emagrecer ou curar um problema digestivo, sem diagnóstico", diz Thiago Sacchetto de Andrade, nutricionista e conselheiro da entidade. "É errado. Glúten não faz mal para a população em geral."
BENEFÍCIOS
A proteína não faz diferença na nutrição. A publicitária Patrícia Nery, 38, deixou de comer glúten para emagrecer. De junho a dezembro do ano passado, perdeu 11 quilos. "Foi a única coisa que mudei na minha alimentação. Se quero comer macarrão, tudo bem. Só que como sem glúten", diz.
Ela conta que já havia seguido várias dietas sem sucesso. "Perdia peso em pouco tempo, mas recuperava. Hoje está mais fácil manter."
Regina Racco, 61, professora de ginástica, tinha falhas de memória. Pesquisando, achou estudos segundo os quais a alimentação sem glúten é boa para portadores de Alzheimer. Com orientação de nutricionista, cortou a proteína e, em oito semanas, perdeu 13 quilos. "Emagreci sem perceber. Minha compulsão por comida acabou." A memória, diz ela, melhorou.
Especialistas concordam que a sensibilidade ao glúten pode ter muitos sintomas. A gastropediatra Vera Lúcia Sdepanian, chefe do ambulatório de celíacos da Unifesp, lembra de cabeça mais de 20 manifestações da doença celíaca, desde deficiências de vitaminas, dermatite e dor articular até osteoporose.
Mesmo quem não tem a doença pode manifestar algum tipo de sensibilidade, de acordo com a gastroenterologista Lorete Maria da Silva Kotze, professora da PUC-PR.
"Há um espectro muito grande de desconfortos relacionados ao glúten. O nutriente é absorvido pelo aparelho digestivo, mas sua ação é sistêmica. Isso torna o diagnóstico mais complicado."
Ganho de peso não está na lista de sintomas associados à intolerância a glúten. Mesmo assim, alguns médicos acreditam que tirar o nutriente ajuda a perder peso. "A digestão dessa proteína é difícil, o intestino fica inchado. Pessoas com sobrepeso ou doenças crônicas deveriam tirar o glúten", diz a nutróloga Tamara Mazaracki, membro da Associação Brasileira de Nutrologia.
"É uma proteína que não faz falta. Sem ela, você se alimenta melhor. Em vez de ficar no pão com trigo, passa a consumir quinoa, milho."
Para a gastropediatra Lenora Gandolfi, da Universidade de Brasília, não há comprovação científica de que tirar o glúten faz perder peso. O mesmo pensa a nutricionista Lara Natacci, da DietNet. "Não é a ausência do glúten que emagrece. Ao cortar esse item, você troca alimentos gordurosos e industrializados por opções mais saudáveis. A perda de peso deve ser relacionada a isso."
Para Vera Sdepanian, qualquer recomendação nutricional feita sem diagnóstico deve ser condenada. "A doença celíaca é séria, exige mudança de hábitos e pode ter consequências graves se não for tratada. A dieta é restritiva e difícil de ser seguida. Não pode ser para todos."
O diagnóstico da intolerância alimentar pode ser feito com um exame de sangue, teste genético e, se necessário, biópsia do intestino
Repórter abre mão de farinha de trigo e derivados e perde dez quilos
O cardápio, já adotado por celebridades como a atriz Juliana Paes, condena a farinha de trigo e seus derivados, como pão e macarrão, e proíbe qualquer alimento com aveia, malte, centeio e cevada -incluindo cerveja. A promessa é melhorar a função do intestino e, de quebra, acabar com males como a enxaqueca.
O glúten é uma proteína vegetal que, no organismo de pessoas sensíveis, pode provocar reações, entre elas diarreia, flatulência e fadiga. A sensibilidade mais comum é a doença celíaca, intolerância ao nutriente que atinge cerca de 1% da população.
Para quem tem a doença, ficar longe do glúten é fundamental. Para pessoas saudáveis, há controvérsia.
Recentemente, o Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região (que inclui o Estado de São Paulo) lançou um parecer oficial sobre o tema. O documento diz que o glúten só deve ser tirado da dieta se houver diagnóstico de doença celíaca, alergia ou sensibilidade ao nutriente.
"Nutricionistas estavam tirando a proteína da alimentação de pessoas que queriam emagrecer ou curar um problema digestivo, sem diagnóstico", diz Thiago Sacchetto de Andrade, nutricionista e conselheiro da entidade. "É errado. Glúten não faz mal para a população em geral."
BENEFÍCIOS
A proteína não faz diferença na nutrição. A publicitária Patrícia Nery, 38, deixou de comer glúten para emagrecer. De junho a dezembro do ano passado, perdeu 11 quilos. "Foi a única coisa que mudei na minha alimentação. Se quero comer macarrão, tudo bem. Só que como sem glúten", diz.
Ela conta que já havia seguido várias dietas sem sucesso. "Perdia peso em pouco tempo, mas recuperava. Hoje está mais fácil manter."
Regina Racco, 61, professora de ginástica, tinha falhas de memória. Pesquisando, achou estudos segundo os quais a alimentação sem glúten é boa para portadores de Alzheimer. Com orientação de nutricionista, cortou a proteína e, em oito semanas, perdeu 13 quilos. "Emagreci sem perceber. Minha compulsão por comida acabou." A memória, diz ela, melhorou.
Especialistas concordam que a sensibilidade ao glúten pode ter muitos sintomas. A gastropediatra Vera Lúcia Sdepanian, chefe do ambulatório de celíacos da Unifesp, lembra de cabeça mais de 20 manifestações da doença celíaca, desde deficiências de vitaminas, dermatite e dor articular até osteoporose.
Mesmo quem não tem a doença pode manifestar algum tipo de sensibilidade, de acordo com a gastroenterologista Lorete Maria da Silva Kotze, professora da PUC-PR.
"Há um espectro muito grande de desconfortos relacionados ao glúten. O nutriente é absorvido pelo aparelho digestivo, mas sua ação é sistêmica. Isso torna o diagnóstico mais complicado."
Ganho de peso não está na lista de sintomas associados à intolerância a glúten. Mesmo assim, alguns médicos acreditam que tirar o nutriente ajuda a perder peso. "A digestão dessa proteína é difícil, o intestino fica inchado. Pessoas com sobrepeso ou doenças crônicas deveriam tirar o glúten", diz a nutróloga Tamara Mazaracki, membro da Associação Brasileira de Nutrologia.
"É uma proteína que não faz falta. Sem ela, você se alimenta melhor. Em vez de ficar no pão com trigo, passa a consumir quinoa, milho."
Para a gastropediatra Lenora Gandolfi, da Universidade de Brasília, não há comprovação científica de que tirar o glúten faz perder peso. O mesmo pensa a nutricionista Lara Natacci, da DietNet. "Não é a ausência do glúten que emagrece. Ao cortar esse item, você troca alimentos gordurosos e industrializados por opções mais saudáveis. A perda de peso deve ser relacionada a isso."
Para Vera Sdepanian, qualquer recomendação nutricional feita sem diagnóstico deve ser condenada. "A doença celíaca é séria, exige mudança de hábitos e pode ter consequências graves se não for tratada. A dieta é restritiva e difícil de ser seguida. Não pode ser para todos."
O diagnóstico da intolerância alimentar pode ser feito com um exame de sangue, teste genético e, se necessário, biópsia do intestino
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Dr. Frederico Lobo
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quarta-feira, 21 de março de 2012
A que riscos estão expostas pessoas que querem ter o corpo perfeito de forma rápida?
Nenhum emagrecimento rápido é duradouro. Da mesma forma que levamos um tempo para ganhar peso, levamos tempo para o corpo se adaptar ao novo corpo magro.
Dietas restritivas, medicações tem suas conseqüências, levando ao desequilíbrio metabólico, favorecendo o surgimento de vários sintomas orgânicos, o que além de fazer muito mal para a saúde, poderá impedir de usufruir das férias, de aproveitar a praia, em função das conseqüências geradas por essas dietas.
Os transtornos alimentares como a anorexia, bulimia e compulsão, também são resultados de dietas inadequadas, gerando sérias conseqüências para a saúde emocional e física.
Se você quer aproveitar o verão e se divertir com familiares e amigos, o melhor a fazer é relaxar e se divertir. No fim do dia, aproveite para caminhar na praia, correr na orla, tomar muita água e realizar escolhas saudáveis na hora de se alimentar.
Porque não começar já o seu processo de mudança?
Quais os primeiros passos para adquirir bons hábitos?
Primeiro se conscientizar que obesidade é uma doença e tem tratamento. Procurar um especialista que trate a área emocional e da parte nutricional, para obter resultados efetivos.
Exercícios físicos são fundamentais tanto para a perda de peso, como também para manter o corpo saudável.
Comer é necessário para todo ser humano, e devemos aprender a comer de forma fracionada, em horários regulares para obter bons resultados.
Identificar se come por fome ou vontade de comer. Fome é um mal estar que sentimos no estomago e vontade de comer, é quando comemos o necessário e continuamos a buscar mais comida para nos satisfazer. Parece que anda preenche. Nesse momento, é importante avaliar se está ansioso, nervoso, irritado, triste, utilizando da comida como forma de amortecer o que está sentindo.
A psicologia é uma ferramenta eficaz para se trabalhar e mudar comportamentos, para se identificar pensamentos, padrões e crenças errôneas sobre alimentação, e a partir de técnicas, a terapia, iremos buscar novas formas de lidar com as emoções e com a alimentação.
E como comer é para toda vida, um equilíbrio das emoções e da nossa alimentação é a chave do sucesso de todo processo de emagrecimento e manutenção de peso
Quando falamos de perda de peso, temos que ser conscientes que não existem fórmulas mágicas, e sim usar do bom senso e promover mudanças de comportamentos alimentares e emocionais.
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Dr. Frederico Lobo
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Mulheres não recebem vitamina D suficiente durante a menopausa, segundo estudo...
Uma dieta saudável é especialmente importante durante o período da menopausa onde o risco de sofrer de problemas de saúde aumenta. Vários estudos analisando a dieta de mulheres antes e após a menopausa na Espanha mostram os problemas que vêm com essa transição. Os resultados mostram que todos os grupos estudados têm uma ingestão deficiente de vitamina D.
Os pesquisadores dizem que mudanças biológicas e fisiológicas em mulheres causadas pela menopausa vêm com um maior risco de desenvolver problemas de saúde e a dieta desempenha um papel importante. Estes problemas incluem diabetes, osteoporose, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer.
Para estudar esses hábitos alimentares, os autores do estudo analisaram 3574 mulheres a partir de 45-68 anos de idade de outubro de 2007 a julho de 2008. Cada programa continha um mínimo de 500 mulheres de sete cidades espanholas (LaCoruña, Barcelona, Burgos, Palma de Mallorca, Pamplona, Zaragoza e Valencia) e um questionário de freqüência alimentar envolvido validado pela população espanhola.
Os resultados mostram que a taxa de obesidade foi de 29%, enquanto 42% estão com sobrepeso. A média de ingestão calórica foi de 2.053 Kcal(com 43% do consumo de energia provenientes de carboidratos, 36% de gorduras e 20% de proteínas). Os pesquisadores destacam que praticamente todas as mulheres receberam a dose recomendada de todas as vitaminas, além da D e E.
O caso da vitamina D é surpreendente, dado que nenhum dos grupos chegou a 50% do seu RDA (Dose Diária Recomendada). O consumo médio total foi de 2:14 microgramas por dia, o que constitui apenas 39% da RDA para as mulheres dessa faixa etária.
"Uma dieta com menos gordura e proteína que é rica em vegetais, nozes ealimentos ricos em carboidratos vai mesmo para fora do balanço energético e corrige os níveis de vitamina D e E", de acordo com os pesquisadores. "Isto é especialmente importante em lugares que estão longe do Mar Mediterrâneo, ondeas mulheres têm uma maior tendência a ficar aquém das recomendações atuais."
Fonte: Traduzido de Medical News Today
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Açúcar, o doce veneno ?
Segundo o dicionário, veneno é uma substância que perturba ou destrói as funções vitais. Também se sabe que a diferença entre o remédio e o veneno está na dose. Sendo assim, o açúcar (sacarose) se enquadra bem na definição de veneno se considerarmos seus efeitos e os infindáveis alimentos em que ele está presente e que são consumidos quase que diariamente pela maioria das pessoas: bolachas, pães, molhos, doces, sobremesas, bebidas como refrigerantes, sucos, chás etc.
Para ser metabolizado, o açúcar “rouba” vitaminas do complexo B, bloqueia o metabolismo de minerais como o magnésio, promove descalcificação e torna o estômago e o sangue mais ácidos. Tais eventos podem abrir porta para a osteoporose e para a diminuição das defesas do organismo, além de inflamações.
Quando digerido, o açúcar se transforma rapidamente em glicose e é jogado na corrente sanguínea: o sangue fica com sobrecarga de glicose. Logo, o pâncreas produz muita insulina para jogar a glicose do sangue para dentro da célula. Quando isto acontece, há uma queda brusca de glicose no sangue e uma situação de hipoglicemia que pode gerar ansiedade, nervosismo, dor de cabeça, cansaço, fraqueza, confusão mental ou sono.
Sem sombra de dúvidas, o cérebro é um dos grandes afetados pelo açúcar. Estudos atuais vem demonstrando as conseqüências da sua ingestão habitual: declínio mental, déficit de atenção, diminuição na capacidade de aprendizagem, depressão, síndrome do pânico e instabilidade emocional.
O açúcar também é uma das grandes causas da obesidade, já que a glicose em excesso é depositada na forma de gordura. Estudos comprovam que ele pode atuar no desenvolvimento de diabetes, síndrome metabólica, doenças cardiovasculares e outras enfermidades. Além disso, a sobrecarga de glicose no sangue propicia a formação excessiva de radicais livres, gerando stress oxidativo e, consequentemente, podendo desencadear o envelhecimento precoce, artrite e doenças de Alzheimer e Parkinson.
Sabemos que o produto final da digestão dos carboidratos é a glicose. Então, os outros alimentos que contém carboidratos (massas, pães, frutas etc) desencadearão efeitos semelhantes aos do açúcar? Se forem alimentos refinados (farinhas brancas) os efeitos serão semelhantes aos do açúcar. Mas os alimentos integrais e frutas possuem fibras que aumentam o tempo de trânsito intestinal, aumentam a viscosidade e formam géis que retardam a absorção de glicose, impedindo sua sobrecarga abrupta no sangue bem como a produção excessiva de insulina. E também, os alimentos integrais possuem nutrientes como vitaminas e minerais, que auxiliam na metabolização do alimento sem “roubar” os estoques do corpo.
Isso tudo não é radicalização e sim, a realidade: o açúcar realmente pode pertubar as funções vitais. Reflita sobre tais informações, examine e pense na melhor forma de diminuir ou retirar o açúcar da sua dieta – sinta os benefícios e veja se vale à pena!
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Dr. Frederico Lobo
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Graviola
A graviola é uma fruta originária das Antilhas e no Brasil encontramos na Amazônia e estados do nordeste. Segundo a história, os conquistadores espanhóis encontraram grandes plantações na América Central e se encarregaram de difundir o cultivo da graviola em outras regiões tropicais do mundo. Por isso, em cada região do planeta a graviola possui um nome diferente: guanábana nos países de língua espanhola, soursop nos países de língua inglesa, corossollerou grand corossol na França, durian belanda, na Malásia, katu-anodo ou seetah, no Sn Lanka e zuurzak, na Holanda. Ao Brasil chegou pelas mãos dos colonizadores portugueses no século XVI.
A gravioleira frutifica de janeiro a março e uma a graviola pesa, em média, de 1 a 4 Kg e tem cerca de 20 centímetros. Os frutos maduros são altamente perecíveis e frágeis.
As formas de consumo variam entre a fruta in natura que possui uma carne branca e suculenta que pode ser utilizada para o preparo de sucos, cremes, sorvetes, iogurtes, doces e por aí vai porque em se tratando de frutas as possibilidades são inúmeras. Os frutos verdes podem ser consumidos como legumes e podem ser cozidos, assados ou fritos em fatias. Seu sabor característico, levemente azedo é apreciado por muitos. Indivíduos com intolerância a alimentos ácidos devem evitar esta fruta.
A graviola é uma excelente opção para quem está de dieta já que tem um baixo valor calórico, 100 gramas fornecem em média 60 calorias. Sua composição nutricional traz inúmeros nutrientes importantes como carboidratos, proteínas, cálcio, fósforo, zinco, vitaminas do complexo B (B1 e B2), que são importantes para o metabolismo de proteínas, carboidratos e gorduras e vitamina C. A graviola ficou famosa recentemente por conter compostos bioativos e fitoquímicos como a acetogenina anonácea. Em estudos in vitro, este composto mostrou ter ação citotóxica em células cancerígenas, ou seja, teria efeito anticancerígeno. Mas este efeito em humanos ainda não foi comprovado por estudos.
Além de uma excelente composição nutricional, a graviola possui inúmeras propriedades terapêuticas, podendo ser utilizada em sua totalidade (folhas, frutos, sementes, cascas e raízes). As principais propriedades terapêuticas da graviola são: diurética, adstringente, antiinflamatório, anti-reumático, e antiespasmódica.
Por possuir atividade vasodilatadora e hipotensora, o consumo por gestantes e pessoas com pressão baixa deve ser supervisionado.
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Dr. Frederico Lobo
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domingo, 4 de março de 2012
Amamentação pode reduzir alterações comportamentais
Bebês que são amamentados pela mãe têm menos chance de se tornarem crianças com problemas de comportamento quando completarem 5 anos do que aqueles que recebem fórmula. A conclusão, divulgada nesta terça-feira, é de uma pesquisa publicada no "Archives of Disease in Childhood Journal".
No estudo, pesquisadores britânicos usaram um questionário sobre "pontos fortes e dificuldades", preenchido pelos pais sobre seus filhos, e descobriram que os resultados anormais eram menos comuns em crianças que foram amamentadas por pelo menos quatro meses.
Maria Quigley, da unidade de epidemiologia perinatal nacional da Universidade de Oxford, que liderou o trabalho, disse que os resultados "fornecem mais evidências para os benefícios do aleitamento materno".
"As mães que querem amamentar devem receber todo o apoio que precisam. Muitas mulheres lutam para amamentar pelo tempo que elas gostariam, e muitas não recebem o apoio que pode fazer a diferença", disse ela em comunicado.
Alguns benefícios da amamentação já são bem conhecidas --por exemplo, os bebês amamentados têm menores taxas de infecções, e as mães que amamentam têm menor risco de câncer de mama.
Outros benefícios para a saúde e o desenvolvimento da criança também já foram sugeridos --como a redução dos problemas comportamentais e níveis mais baixos de obesidade--, mas a equipe britânica disse que não havia estudos consistentes que provassem essas conclusões.
Nesta pesquisa, as universidades de Oxford, Essex, Nova Iorque e da University College London usaram um estudo nacional britânico de bebês nascidos em 2000 e 2001, chamado Millennium Cohort Study, e incluiu dados de mais de 9.500 mães e crianças nascidas em famílias de etnia branca.
Elas usaram dados que informavam quantas mães tinham amamentado e por quanto tempo, e os combinaram aos resultados do questionário sobre "pontos fortes e dificuldades", utilizado para identificar as crianças com possíveis problemas de comportamento.
Eles descobriram que resultados anormais nos questionários, que indicam possíveis problemas de comportamento, eram menos comuns em crianças amamentadas por pelo menos quatro meses --de 6%-- do que nas crianças alimentadas com fórmula --em 16%.
O baixo risco de uma criança que foi amamentada ter resultados anormais de comportamento também foi evidente, mesmo quando os pesquisadores levaram em conta outras influências importantes, como fatores sócio-econômicos ou familiares.
"Nós não estamos necessariamente falando de crianças de 5 anos incontroláveis", disse Quigley. "Pode ser ansiedade incomum, agitação, incapacidade de socializar com outras crianças ou participar de grupos."
Os pesquisadores disseram que uma possível razão para os resultados foi a de que o leite materno contém grandes quantidades de cadeias de ácidos graxos poliinsaturados essenciais, fatores de crescimento e hormônios que são importantes para o desenvolvimento do cérebro e sistema nervoso.
Os resultados também podem ser explicados pelo fato de que o aleitamento materno leva a uma maior interação entre mãe e filho, além de uma melhor aprendizagem de comportamentos aceitáveis, disseram.
Peter Kinderman, professor de psicologia clínica na Universidade de Liverpool, que não esteve envolvido no estudo, disse que a pesquisa obteve resultados importantes.
"O vínculo positivo entre pais e filhos é conhecido por ser incrivelmente útil para o desenvolvimento", disse ele. "Esta é mais uma evidência da importância do aleitamento materno e do apego entre mãe e bebê, não só para a saúde física mas também para o desenvolvimento psicológico da criança."
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/914014-amamentacao-diminui-problemas-de-comportamento-em-criancas.shtml
No estudo, pesquisadores britânicos usaram um questionário sobre "pontos fortes e dificuldades", preenchido pelos pais sobre seus filhos, e descobriram que os resultados anormais eram menos comuns em crianças que foram amamentadas por pelo menos quatro meses.
Maria Quigley, da unidade de epidemiologia perinatal nacional da Universidade de Oxford, que liderou o trabalho, disse que os resultados "fornecem mais evidências para os benefícios do aleitamento materno".
"As mães que querem amamentar devem receber todo o apoio que precisam. Muitas mulheres lutam para amamentar pelo tempo que elas gostariam, e muitas não recebem o apoio que pode fazer a diferença", disse ela em comunicado.
Alguns benefícios da amamentação já são bem conhecidas --por exemplo, os bebês amamentados têm menores taxas de infecções, e as mães que amamentam têm menor risco de câncer de mama.
Outros benefícios para a saúde e o desenvolvimento da criança também já foram sugeridos --como a redução dos problemas comportamentais e níveis mais baixos de obesidade--, mas a equipe britânica disse que não havia estudos consistentes que provassem essas conclusões.
Nesta pesquisa, as universidades de Oxford, Essex, Nova Iorque e da University College London usaram um estudo nacional britânico de bebês nascidos em 2000 e 2001, chamado Millennium Cohort Study, e incluiu dados de mais de 9.500 mães e crianças nascidas em famílias de etnia branca.
Elas usaram dados que informavam quantas mães tinham amamentado e por quanto tempo, e os combinaram aos resultados do questionário sobre "pontos fortes e dificuldades", utilizado para identificar as crianças com possíveis problemas de comportamento.
Eles descobriram que resultados anormais nos questionários, que indicam possíveis problemas de comportamento, eram menos comuns em crianças amamentadas por pelo menos quatro meses --de 6%-- do que nas crianças alimentadas com fórmula --em 16%.
O baixo risco de uma criança que foi amamentada ter resultados anormais de comportamento também foi evidente, mesmo quando os pesquisadores levaram em conta outras influências importantes, como fatores sócio-econômicos ou familiares.
"Nós não estamos necessariamente falando de crianças de 5 anos incontroláveis", disse Quigley. "Pode ser ansiedade incomum, agitação, incapacidade de socializar com outras crianças ou participar de grupos."
Os pesquisadores disseram que uma possível razão para os resultados foi a de que o leite materno contém grandes quantidades de cadeias de ácidos graxos poliinsaturados essenciais, fatores de crescimento e hormônios que são importantes para o desenvolvimento do cérebro e sistema nervoso.
Os resultados também podem ser explicados pelo fato de que o aleitamento materno leva a uma maior interação entre mãe e filho, além de uma melhor aprendizagem de comportamentos aceitáveis, disseram.
Peter Kinderman, professor de psicologia clínica na Universidade de Liverpool, que não esteve envolvido no estudo, disse que a pesquisa obteve resultados importantes.
"O vínculo positivo entre pais e filhos é conhecido por ser incrivelmente útil para o desenvolvimento", disse ele. "Esta é mais uma evidência da importância do aleitamento materno e do apego entre mãe e bebê, não só para a saúde física mas também para o desenvolvimento psicológico da criança."
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/914014-amamentacao-diminui-problemas-de-comportamento-em-criancas.shtml
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amamentação
Substâncias químicas decorrentes da produção industrial podem prejudicar o sistema imunológico
Uma série de produtos químicos bastante utilizados na indústria pode vir a afetar a eficácia das vacinas mais utilizadas.
Os compostos perfluorados (PFCs) - produtos químicos orgânicos que contêm flúor - são usados em embalagens de alimentos e na produção industrial. Eles podem ser detectados em muitos animais, inclusive seres humanos. Um estudo recente publicado pelo periódico Journal of the American Medical Association mostra que a presença de níveis elevados desses produtos químicos no sangue humano está associada a um aumento de três vezes no risco de que as vacinas, tais como a que combate o tétano, não protejam contra doenças.
Essa diminuição da reação pode significar que os PFCs prejudicam o sistema imunológico, diz Philippe Grandjean, epidemiologista ambiental da Faculdade de Saúde Pública de Harvard, em Boston, principal autor do artigo. As pesquisas anteriores realizadas pela sua equipe demonstraram que uma outra classe de compostos amplamente utilizados, os bifenilos policlorados (PCBs), também está relacionada a prejuízos no sistema imunológico.
"Achávamos que essa era uma notícia ruim, mas o efeito dos PFCs é muito mais forte do que tínhamos percebido no caso dos PCBs", diz Grandjean, que também trabalha na Universidade do Sul da Dinamarca, em Odense. "É provável que ele permaneça nas crianças pela vida inteira."
Dori Germolec, imunologista do Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental dos Estados Unidos, no Research Triangle Park, com sede na Carolina do Norte, diz que os efeitos negativos dos PFCs no sistema imunológico de camundongos são conhecidos. "Os dados deste trabalho reiteram o que foi publicado na literatura a respeito de testes conduzidos com animais em laboratório nos últimos anos", diz ela. "Esses compostos são imunossupressores."
O que o sangue revela
A equipe de Grandjean levantou dados nas Ilhas Faroe, estudando 587 crianças nascidas no Hospital Nacional de Torshavn no período de 1999 a 2001. Os pesquisadores mediram os níveis de PFCs no soro do sangue materno coletado durante a gravidez para avaliar a exposição pré-natal e mediram a exposição pós-natal, analisando os níveis de PFCs no sangue de seus filhos quando tinham 5 anos. Eles então compararam esses dados com as reações imunológicas das crianças a vacinas contra o tétano e a difteria quando elas tinham 5 e 7 anos.
Um aumento de duas vezes nos índices dos principais PFCs no sangue de uma criança de 5 anos se mostrou associado a uma diminuição de 50 por cento nas concentrações de anticorpos contra o tétano e a difteria quando elas tinham 7 anos. Descobriu-se que a duplicação das concentrações de dois PFCs específicos - o ácido perfluoro-octanossulfônico (PFOS) e o ácido perfluoro-octanóico (PFOA) - triplica o risco de uma criança de sete anos de idade ter muito poucos anticorpos para estar protegida contra a doença. Atualmente, o PFOS e o PFOA já estão sendo retirados do mercado por um fabricante industrial, a 3M, em St. Paul, Minnesota. Contudo, interromper a produção agora não vai reduzir o risco de imediato, porque os PFCs permanecem no ambiente por longos períodos.
Margie Peden-Adams, toxicologista da Universidade de Nevada, em Las Vegas, diz que o trabalho de Grandjean se soma a evidências de que pode haver uma ligação entre os PFCs e a supressão imunológica em humanos. O próximo passo, diz ela, será repetir os experimentos em outras populações, testar se o efeito se dá exclusivamente no povo das Ilhas Faroe, determinar o risco de várias vias de exposição e descobrir exatamente como os produtos químicos afetam o sistema imunológico.
Até hoje, não se sabe com certeza quais são as vias de absorção pelas quais os PFCs adentram o organismo dos seres humanos, nem sua importância. Sabe-se que muitos produtos químicos que causam problemas de saúde se acumulam em animais marinhos, e a população das Ilhas Faroe costuma se alimentar à base de peixe. No entanto, os níveis de PFCs no sangue dos faroenses na verdade não são mais elevados do que os dos americanos, ingleses ou dinamarqueses. A ingestão de animais marinhos contaminados provavelmente não é a única via de exposição, já que os PFCs são utilizados na fabricação de têxteis e embalagens de alimentos.
A equipe de Grandjean recebeu subsídios do Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos para continuar o seu trabalho e estudar outro grupo de crianças das Ilhas Faroe. Os pesquisadores também têm planos de examinar crianças na Groenlândia.
Os resultados se somam a preocupações acerca de muitos tipos diferentes de produtos químicos usados na fabricação de produtos e alimentos. As pesquisas que vinculam os problemas de saúde aos retardadores de chamas e à substância bisfenol A, utilizada na fabricação de plástico, causaram temores generalizados.
Grandjean diz que o modo como as substâncias são testadas e aprovadas precisa ser revisto.
"Não houve pressão suficiente para fazer com que a toxicidade gerada pela produção em escala industrial seja uma prioridade", diz ele. "Esse é um problema muito mais amplo."
Fonte: http://nytsyn.br.msn.com/cienciaetecnologia/subst%c3%a2ncias-qu%c3%admicas-decorrentes-da-produ%c3%a7%c3%a3o-industrial-podem-prejudicar-o-sistema-imunol%c3%b3gico-1?page=0
Os compostos perfluorados (PFCs) - produtos químicos orgânicos que contêm flúor - são usados em embalagens de alimentos e na produção industrial. Eles podem ser detectados em muitos animais, inclusive seres humanos. Um estudo recente publicado pelo periódico Journal of the American Medical Association mostra que a presença de níveis elevados desses produtos químicos no sangue humano está associada a um aumento de três vezes no risco de que as vacinas, tais como a que combate o tétano, não protejam contra doenças.
Essa diminuição da reação pode significar que os PFCs prejudicam o sistema imunológico, diz Philippe Grandjean, epidemiologista ambiental da Faculdade de Saúde Pública de Harvard, em Boston, principal autor do artigo. As pesquisas anteriores realizadas pela sua equipe demonstraram que uma outra classe de compostos amplamente utilizados, os bifenilos policlorados (PCBs), também está relacionada a prejuízos no sistema imunológico.
"Achávamos que essa era uma notícia ruim, mas o efeito dos PFCs é muito mais forte do que tínhamos percebido no caso dos PCBs", diz Grandjean, que também trabalha na Universidade do Sul da Dinamarca, em Odense. "É provável que ele permaneça nas crianças pela vida inteira."
Dori Germolec, imunologista do Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental dos Estados Unidos, no Research Triangle Park, com sede na Carolina do Norte, diz que os efeitos negativos dos PFCs no sistema imunológico de camundongos são conhecidos. "Os dados deste trabalho reiteram o que foi publicado na literatura a respeito de testes conduzidos com animais em laboratório nos últimos anos", diz ela. "Esses compostos são imunossupressores."
O que o sangue revela
A equipe de Grandjean levantou dados nas Ilhas Faroe, estudando 587 crianças nascidas no Hospital Nacional de Torshavn no período de 1999 a 2001. Os pesquisadores mediram os níveis de PFCs no soro do sangue materno coletado durante a gravidez para avaliar a exposição pré-natal e mediram a exposição pós-natal, analisando os níveis de PFCs no sangue de seus filhos quando tinham 5 anos. Eles então compararam esses dados com as reações imunológicas das crianças a vacinas contra o tétano e a difteria quando elas tinham 5 e 7 anos.
Um aumento de duas vezes nos índices dos principais PFCs no sangue de uma criança de 5 anos se mostrou associado a uma diminuição de 50 por cento nas concentrações de anticorpos contra o tétano e a difteria quando elas tinham 7 anos. Descobriu-se que a duplicação das concentrações de dois PFCs específicos - o ácido perfluoro-octanossulfônico (PFOS) e o ácido perfluoro-octanóico (PFOA) - triplica o risco de uma criança de sete anos de idade ter muito poucos anticorpos para estar protegida contra a doença. Atualmente, o PFOS e o PFOA já estão sendo retirados do mercado por um fabricante industrial, a 3M, em St. Paul, Minnesota. Contudo, interromper a produção agora não vai reduzir o risco de imediato, porque os PFCs permanecem no ambiente por longos períodos.
Margie Peden-Adams, toxicologista da Universidade de Nevada, em Las Vegas, diz que o trabalho de Grandjean se soma a evidências de que pode haver uma ligação entre os PFCs e a supressão imunológica em humanos. O próximo passo, diz ela, será repetir os experimentos em outras populações, testar se o efeito se dá exclusivamente no povo das Ilhas Faroe, determinar o risco de várias vias de exposição e descobrir exatamente como os produtos químicos afetam o sistema imunológico.
Até hoje, não se sabe com certeza quais são as vias de absorção pelas quais os PFCs adentram o organismo dos seres humanos, nem sua importância. Sabe-se que muitos produtos químicos que causam problemas de saúde se acumulam em animais marinhos, e a população das Ilhas Faroe costuma se alimentar à base de peixe. No entanto, os níveis de PFCs no sangue dos faroenses na verdade não são mais elevados do que os dos americanos, ingleses ou dinamarqueses. A ingestão de animais marinhos contaminados provavelmente não é a única via de exposição, já que os PFCs são utilizados na fabricação de têxteis e embalagens de alimentos.
A equipe de Grandjean recebeu subsídios do Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos para continuar o seu trabalho e estudar outro grupo de crianças das Ilhas Faroe. Os pesquisadores também têm planos de examinar crianças na Groenlândia.
Os resultados se somam a preocupações acerca de muitos tipos diferentes de produtos químicos usados na fabricação de produtos e alimentos. As pesquisas que vinculam os problemas de saúde aos retardadores de chamas e à substância bisfenol A, utilizada na fabricação de plástico, causaram temores generalizados.
Grandjean diz que o modo como as substâncias são testadas e aprovadas precisa ser revisto.
"Não houve pressão suficiente para fazer com que a toxicidade gerada pela produção em escala industrial seja uma prioridade", diz ele. "Esse é um problema muito mais amplo."
Fonte: http://nytsyn.br.msn.com/cienciaetecnologia/subst%c3%a2ncias-qu%c3%admicas-decorrentes-da-produ%c3%a7%c3%a3o-industrial-podem-prejudicar-o-sistema-imunol%c3%b3gico-1?page=0
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Dr. Frederico Lobo
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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Conheça 7 fontes de poluição do ar interior
De acordo com a EPA (Agência de Proteção Ambiental Americana), evidências científicas indicam que o ar interior pode ser mais seriamente poluído do que o ar exterior, mesmo nas cidades maiores e mais industrializadas. Outros estudos indicam que as pessoas gastam cerca de 90% de seu tempo em locais fechados. A matemática não é tão boa - para muitas pessoas, riscos de saúde podem ser maiores devido à poluição do ar interior, em vez da poluição ao ar livre.
Efeitos nocivos podem surgir depois de uma única exposição bem como a exposição repetida e pode gerar uma gama de irritação: dos olhos, nariz e garganta, dores de cabeça, tontura e fadiga. Estes efeitos são geralmente de curto prazo e tratável, às vezes simplesmente eliminar a exposição à fonte de poluição é o tratamento suficiente.
Outros efeitos na saúde podem aparecer devido às exposições longas ou curtas. Estes efeitos incluem algumas doenças respiratórias, doenças cardíacas e câncer, que podem ser severamente debilitantes ou fatais. É importante tentar melhorar a qualidade do ar interior em sua casa mesmo que os sintomas não sejam perceptíveis.
Há um número de fontes de poluição do ar que são mais comumente conhecidas, como o perigo dos produtos de limpeza e purificadores de ar. O site Care2 escolheu sete fontes de poluição do ar interior que podem ser menos conhecidas, adaptadas do site Greenerchoices.org , mostradas aqui pelo CicloVivo.
1. Carpete novo. Materiais do carpete podem emitir uma variedade de compostos orgânicos voláteis (COVs). Dica: Ao comprar um carpete novo, areje-o por alguns dias antes de instalá-lo. Procure por aquele com baixas concentrações de COVs - com adesivos sem formaldeído. Depois de colocado, mantenha as janelas na sala abertas e deixe um ventilador ligado por dois ou três dias.
2. Lâmpadas fluorescentes compactas quebradas. Quando essas lâmpadas quebram, podem emitir no ar, em pequenas quantidades, o mercúrio (uma neurotoxina). Carpetes e tapetes não podem ser totalmente limpos de mercúrio e aspiradores de pó não devem ser usados para limpá-lo. Dica: Não use lâmpadas fluorescentes compactas em luminárias que poderiam facilmente tombar, especialmente em casas com crianças ou mulheres grávidas. Se a lâmpada quebrar, abra uma janela e limpe o quarto por 15 minutos.
3. Novos componentes eletrônicos e produtos de plástico. Produtos feitos com cloreto de polivinila (PVC) podem emitir ftalatos, que têm sido associados a alterações hormonais e problemas reprodutivos. Plásticos também podem liberar produtos químicos retardadores de chama, como éteres difenil-polibromados, que têm sido associados a alterações neuro-comportamentais em estudos com animais. Dica: Ventile o espaço até o odor dos produtos químicos se dissipar. Aspire em torno de computadores, impressoras e televisores regularmente.
4. Colas e adesivos. Elas podem emitir COV, como acetona ou metil etil cetona, que podem irritar os olhos e afetar o sistema nervoso. Cimento de borracha pode conter n-hexano, uma neurotoxina. Adesivos podem emitir formaldeído tóxico. Dica: Procure por cola a base de água, livre de formaldeído. Trabalhe em um espaço bem ventilado.
5. Equipamento de aquecimento (fogões, aquecedores, lareiras e chaminés). Equipamento de aquecimento, especialmente fogões a gás, podem produzir monóxido de carbono, capaz de causar dores de cabeça, tontura, fadiga e até mesmo a morte se não for ventilado corretamente. Pode também emitir dióxido de azoto (nitrogênio) e partículas, que podem causar problemas respiratórios e inflamação dos olhos, nariz e garganta.
6. Tintas e decapantes. Tintas látex são uma grande melhoria às tintas a base de óleo porque emitem menos química. Mas, à medida que seca, todas as tintas podem emitir COV, o que pode causar dores de cabeça, náuseas ou enjôos. Decapantes, removedores de adesivos e tintas em spray aerosol também podem conter cloreto de metileno, que é conhecido por causar câncer em animais. Dica: use tintas com baixo teor de COV. Ao aplicar a pintura, abra janelas ou portas, areje o espaço com ventilador, e use um respirador ou máscara. Mulheres grávidas devem evitar o uso de decapantes com cloreto de metileno.
7. Móveis estofados e produtos de madeira prensada (compensado de madeira, painéis de parede, aglomerado, MDF). Quando novas, muitas mobílias e produtos de madeira podem emitir formaldeído, uma provável substância cancerígena que também pode causar irritação nos olhos, nariz e garganta; chiado e tosse, fadiga, erupções cutâneas e reações alérgicas graves. Dica: aumente a ventilação, principalmente depois de trazer novas fontes de formaldeído em sua casa. Use produtos de madeira prensada, eles são de baixa emissão, pois contêm resinas de fenol, não resinas de uréia. Procure por móveis sem formaldeído e produtos de madeira. Com informações do Care2.
Fonte: http://www.ciclovivo.com.br/noticia.php/3516/conheca_7_fontes_de_poluicao_do_ar_interior/
Saiba como manter o ar de casa limpo e fresco sem usar produtos químicos
Ninguém gosta de odores desagradáveis, e para acabar com ele muitas vezes as pessoas usam os tradicionais purificadores de ar em sprays ou de tomada. Com tudo, a casa acaba recebendo mais do que você espera em cada ‘sopro’. A maioria dos produtos perfumados - cartuchos e velas - enchem o ambiente com produtos químicos tóxicos.
Para não correr riscos, combata os maus odores com purificadores de ar ambientalmente corretos e orgânicos. Eles são mais seguros para pessoas e animais de estimação e são saudável para o planeta também.
Purificadores de ar, tóxicos, raramente fazem o trabalho que deveriam fazer. Em vez de quebrar ou neutralizar odores, eles simplesmente disfarçam-os. Pior ainda, neles estão contidas muitas substâncias químicas que amortecem os nervos que revestem as passagens nasais e bloqueiam temporariamente o sentido do olfato.
A exposição a estes produtos químicos podem causar dores de cabeça e náuseas ou agravar a asma . Mas, uma das substâncias químicas encontradas em ambientadores, os ftalatos, também causam problemas hormonais e reprodutivos, defeitos de nascimento e transtornos do desenvolvimento. Outros ingredientes tóxicos, tais como compostos orgânicos voláteis (VOCs), benzeno e formaldeído, causam dano neurológico e cancro.
Soluções ambientalmente corretas são uma boa opção. Encontre purificadores de ar à base de plantas, hoje em dia é bastante fácil, e eles oferecem uma variedade de benefícios ao meio ambiente. Esqueça o desperdício de energia com cartuchos perfumados de tomada; opções mais ecológicas vêm em sprays sem aerosol e são biodegradáveis. A maioria dos produtos de eliminação de odores ecologicamente corretos, também evita testes em animais e utilizam embalagens recicláveis. Lavanda sem pesticidas e óleos essenciais cítricos são mais frequentemente utilizados em purificadores de ar orgânicos. Mas, lembre-se de ler atentamente o rótulo, um purificador de ar sem cheiro ou que afirme ser natural não significa que seja 100% livre de produtos químicos.
Outra forma de evitar a introdução de toxinas em sua casa é fazer o seu próprio ambientador. Encha uma garrafa spray com água destilada ou purificada e adicione algumas gotas de um óleo essencial orgânico. Limão, laranja e lavanda são perfumes populares para refrescar a casa, mas você pode experimentar outros e criar um spray de ar personalizado.
A maneira mais simples e eficaz para refrescar o ar dentro de sua casa é abrir as janelas, mas você também pode deixar pequenos frascos com bicarbonato de sódio ou vinagre em toda a casa para absorver odores desagradáveis. Ferver especiarias como cravo e canela em uma panela cheia de água tira odores e adiciona um aroma delicioso ao ar. Queimar soja pura e velas de cera de abelha com chumaços de algodão também ajudam a limpar o ambiente. Saquinhos de ervas orgânicas espalhados por toda a casa deixam uma fragrância sutil. Outra maneira natural para refrescar o seu espaço é ‘nutri-lo’ com plantas, elas melhoraram significativamente a qualidade do ar interior, removendo o dióxido de carbono e outras toxinas.
Fonte: http://www.ciclovivo.com.br/noticia.php/4296/saiba_como_manter_o_ar_de_casa_limpo_e_fresco_sem_usar_produtos_quimicos/
Postado por
Dr. Frederico Lobo
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O respeitável público não quer mais animais em circos!
INTRODUÇÃO
Atualmente estamos vivenciando um importantíssimo momento ético e legislativo em relação à presença de animais em espetáculos circenses.
Muitos os Estados e Municípios que atentaram para a questão, especialmente pelo crescente pleito da sociedade pelo fim da crueldade que a subsunção dos animais não-humanos aos animais humanos em circo significa. Atualmente são cinco os Estados que proíbem as apresentações, bem como mais de cinqüenta Municípios em todo o país.
Há ainda em tramitação projetos de leis em muitas cidades, alguns Estados, com destaque para a Bahia (PL 16.957/07, de autoria do deputado estadual Javier Alfaya) e também um de âmbito Federal, o PL 7291/06, tramitando atualmente na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.
A aprovação dos citados projetos de lei é de suma importância, conforme pode-se depreender dos argumentos que apresentaremos a seguir.
ORIGENS DA UTILIZAÇÃO DE ANIMAIS EM CIRCOS
Segundo Antônio Torres, em seu História do circo no Brasil (Funarte, 1998), é possível que a arte circense tenha suas raízes na Grécia antiga e no Egito. Os espetáculos desse período tinham a forma de procissões, cujo objetivo era celebrar a volta da guerra. Nesses cortejos, desfilavam homens fortes conduzindo os vencidos, trazidos como escravos, e animais exóticos, utilizados para demonstrar quão longe foram os generais vencedores.
Há, ainda, registros da presença da arte circense na China, onde a acrobacia era bastante popular, datados de mais de 4 mil anos. Relatos dão conta de que os chineses organizavam um festival anual desse tipo de apresentação. Dele teriam se originado os números da corda bamba e do equilíbrio sobre as mãos.
Espetáculos semelhantes ganharam força no Império Romano com a apresentação de habilidades incomuns em grandes anfiteatros, como o Circo Máximo de Roma e, mais tarde, o Coliseu, que comportava quase cem mil espectadores. Fazia parte da diversão, além da exibição de habilidades, a exposição do raro, do excêntrico, do inusitado – como animais exóticos, homens louros nórdicos, engolidores de fogo, gladiadores, entre outras atrações. No período de perseguição ao cristianismo, as arenas foram ocupadas por espetáculos de violência, como a sangrenta entrega de cristãos a felinos.
Com o passar do tempo, o impulso por divertir foi tomando novas formas e ocupando diferentes espaços. Durante séculos, artistas se exibiram em feiras populares, praças públicas e entradas de igrejas, com truques mágicos, malabarismo e outras habilidades julgadas incomuns.
O circo moderno, na forma como conhecemos hoje, com espetáculos pagos, picadeiro, cobertura de lona e cercado de arquibancadas, é invenção mais recente. Foi criado em 1770, por Philip Astley, suboficial inglês que comandava apresentações da cavalaria. Em seu circo, além das atrações com cavalos, Astley incluiu saltimbancos e palhaços. O enorme sucesso do espetáculo em Londres inspirou a criação de apresentações semelhante em toda a Europa e para além dos limites do Velho Mundo.
Nos Estados Unidos, primeiro país das Américas a receber essa atração, o circo consolidou sua característica itinerante, ao viajar por distintas cidades para fazer apresentações. Também nos Estado Unidos, o espetáculo consagrou a apresentação do que se consideravam excentricidades – mulheres barbadas, anões, gigantes, gêmeos siameses, pessoas muito velhas e deformações humanas e animais.
No Brasil, há registro da existência de pequenos espetáculos circenses a partir do final do século XVIII, provavelmente trazidos por ciganos expulsos da Europa. Em suas apresentações, esses artistas utilizavam doma de animais, números de ilusionismo e até teatro de bonecos. O circo moderno, no entanto, só chegou ao país no século XIX. Incentivadas pelos ciclos econômicos do café, da borracha e da cana-de-açúcar, grandes companhias européias vieram apresentar-se nas cidades brasileiras. Foram essas companhias que ajudaram a formar as primeiras famílias de circo, responsáveis pelo progresso da arte circense no Brasil.
O desenvolvimento do circo brasileiro não se deu em termos de espaços e equipamentos – concentrou-se no elemento humano, na sua destreza e habilidade. Foram mantidos números clássicos, como o do engolidor de fogo ou o da corda bamba, e criadas novas atrações adaptadas à cultura local. Os nossos palhaços, por exemplo, sempre falaram muito e usaram um tipo de humor mais malicioso, diferentemente do palhaço europeu, que era, por tradição, um mímico. Os números perigosos como o trapézio ou a doma de animais também ganharam mais espaço por de certa forma agradar muito aos brasileiros, à época desprovidos de informações sobre doma, manutenção dos animais nos circos e afins.
O circo que conhecemos é, portanto, fruto da evolução da arte circense. Esse espetáculo tradicional, familiar, composto de palhaços, trapezistas, mágicos e domadores, que povoou a infância de muitos e ocupa espaço na memória nacional, passa, no presente, por novas mudanças, seguindo o seu curso de evolução.
O surgimento dos grandes centros urbanos, o desenvolvimento tecnológico, o crescimento da economia da cultura, a concorrência de novas formas de entretenimento levaram os espetáculos circenses a se profissionalizar e a se concentrar na performance dos artistas.
Nesse novo cenário, o conhecimento circense não se transmite somente de pai para filho – exige preparo em escolas especializadas. Hoje são poucos os circos que continuam familiares.
Muitos donos de empreendimentos circenses que atuaram nos picadeiros preferem zelar para que seus filhos estudem e permaneçam no circo não como artistas, mas como administradores. A mudança nos valores e no perfil da nossa sociedade, cada vez mais urbana, tem criado uma demanda mais sofisticada e mais cosmopolita para a arte. Para adaptar-se aos novos tempos, os circos já vêm incorporando tentativas de desenvolver um diferente tipo de espetáculo que envolva novas linguagens além das atrações tradicionais.
O circo contemporâneo – ou novo circo, como alguns historiadores o chamam – apresenta um modelo que prospera atualmente, conhecido como circo do homem, por envolver somente a figura humana nas performances, excluindo a participação de animais. Seu formato, ainda em processo de desenvolvimento, representa uma tentativa de adaptar as artes circenses às exigências do mercado artístico contemporâneo, de fazê-lo acessível a todos os públicos, respeitando os valores sociais, sem deixar de cumprir os objetivos primordiais do circo: proporcionar alegria, ilusão e fantasia, em favor do entretenimento. Vários circos internacionais, como o Cirque du Soleil, do Canadá, e o Circo Oz , da Austrália, adotam essa nova abordagem artística, que não admite o uso de animais, cedendo espaço para as performances humanas. No Brasil, muitos circos orientam-se por essa concepção, como o Circo Popular do Brasil, a Intrépida Trupe, os Irmãos Brothers, o Circo Roda Brasil, o Teatro de Anônimos, entre tantos outros.
Esse novo modelo tem contribuído para a valorização do artista circense, criando um mercado promissor e altamente competitivo para esse profissional, com a remuneração associada à sua habilidade e ao grau de dificuldade da exibição.
MANUTENÇÃO E TREINAMENTOS DE ANIMAIS EM CIRCOS: GENERALIDADES
É sabido que os animais não humanos são dotados de sentimentos e instintos. Assim, como os animais ditos racionais, sentem dor, medo, angústia, stress, prazer, desprazer, tristeza, etc. São seres sencientes e que devem ter a mesma consideração à vida que qualquer outro ser vivo, pois estão todos em um mesmo patamar moral.
Nos circos, para que o animal se apresente manso e obediente, cada espécie é treinada de uma determinada forma a seguir explicitada:
ELEFANTES
“Como fazer para conseguir a atenção de um elefante de 5 toneladas. Surre-o. Eis como.” (Saul Kitchener – diretor do San Francisco Zoological Gardens)
•Antes de chegarem no circo, passam por meses de tortura. São amarrados sentados, numa jaula onde não podem se mexer para que o peso comprima os órgãos internos e causem dor;
•Levam surras diárias, ficam sobre seus próprios excrementos até que passem a obedecer;
•Elefantes se comunicam, vivem em grupos com papéis sociais definidos, são extremamente inteligentes, ficam de luto por seus mortos e são capazes de reconhecer um familiar mesmo tendo sido separado dele quando filhote;
•Sofrem de problemas nas patas por falta de exercícios, pois na natureza elefantes andam milhares de quilômetros todos os dias;
•No circo os elefantes permanecem acorrentados o tempo inteiro. Mexer constantemente a cabeça é uma das características da neurose do cativeiro.
LEÕES, TIGRES E OUTRO FELINOS
•De acordo com Henry Ringling North, em seu livro “The Circus Kings”, os grandes felinos são acorrentados a seus pedestais e as cordas são enroladas em suas gargantas para que tenham a sensação de estarem sendo sufocados;
•São dominados pelo fogo e pelo chicote, golpeados com barras de ferro e queimados na testa pelo menos uma vez na vida para que não esqueçam da dor;
•Muitos têm suas garras arrancadas e presas extraídas ou serradas;
•Passam a maior parte de sua vida dentro de jaulas apertadas.
URSOS
•Tem o nariz quebrado durante o treinamento;
•Suas patas são queimadas para força-los a ficar sobre duas patas;
•São obrigados a pisar em chapas de metal incandescente ao som de uma determinada música. No picadeiro, os ursos escutam a mesma música usada durante o “treinamento” e começam a se movimentar, dando a impressão de estarem dançando;
•Muitos tem garras e presas arrancadas. Já foi constatado um urso com 1/3 de sua língua arrancada;
•Alguns ursos se auto mutilam, batendo a cabeça nas grades e comendo suas próprias patas.
MACACOS
•Apresentam o mesmo comportamento de crianças que sofrem abusos;
•Até 98% do DNA dos chimpanzés é igual ao DNA humano;
•Apanham para obedecer e obedecem apenas por medo;
•Roer unhas e auto mutilação são comportamentos freqüentemente encontrados em macacos cativos;
•Os dentes são retirados para que o animal possa ser fotografado junto às crianças.
CAVALOS
•São açoitados e confinados sem direito a caminhadas;
•Apanham para aprender;
•Muitas vezes, por terem que fazer os números em pisos inadequados, especialmente escorregadios, acabam adquirindo lesões irreversíveis, com fortes dores.
TODOS OS ANIMAIS EM CIRCO
•Estão sujeitos aos instrumentos dos clássicos “treinamentos”: choques elétricos, chicotadas, privação de água e comida;
•Ficam confinados sem a mínima condição de higiene, sujeitos a diversas doenças;
•O confinamento não lhes fornece o mínimo de condições de bem-estar, sendo, aliás, totalmente contrário à vida que teriam em seus habitats;
•Não têm assistência veterinária adequada;
•São obrigados a suportar mudanças climáticas bruscas e viajar milhares de quilômetros sem descanso.
Por estas razões é que diversas associações pelos direitos dos animais condenam e trabalham contra a presença de animais em circos, e esta atitude tem sido fomentada por grande parte do respeitável público circense, sendo que todos os fatos narrados podem ser comprovados por amplo material já produzido, especialmente no Brasil. Também incluiremos em tópico adiante alguns exemplos de acidentes já ocorridos, o que deixará ainda mais indubitável que lugar de animais não-humanos definitivamente não é em circos.
Com efeito, os animais obedecem não por índole, mas porque sentem dor, desespero, medo, raiva, aflição, insatisfação, incômodo, situações que, sem dúvidas são caracterizadas como crueldade e maus-tratos.
DOMESTICAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES?
Animais silvestres ou selvagens são aqueles naturais de determinado país ou região, que vivem junto à natureza e dos meios que este lhes faculta, pelo que independem do homem.
Pois bem. Com esta definição de animais silvestres fica latente que a domesticação destes é algo totalmente anti-natural, e, portanto, é considerada maus tratos, já que para que esta existe, haverá que se retirar o animal de seu habitat natural, alterando-lhe toda uma estrutura de vida e costumes, podendo inclusive levar-lhes à morte.
Aliás, não apenas a retirada do animal de seu habitat que lhe trará malefícios, mas também, e, principalmente, os hábitos que o ser humano irá imputar-lhe, para que viva com essa nova “sociedade”, portanto, mesmo que sejam originários da vida em cativeiro, as condições de vida que lhes são imputadas nada têm a ver com as necessidades que têm.
Em circos, normalmente os hábitos novos imputados aos animais são dos mais cruéis. Animais são forçados a realizar malabarismos e diversos outros números para entreter o público, porém, para que “aprendam” a fazer tudo que seus domadores desejam, sofrem demais.
Devemos finalmente ressaltar que, animais silvestres, apesar de em tese terem sido domesticados, podem revoltar-se, e então, ninguém será capaz de pará-los. Temos exemplos recentes de acontecimentos fatais por causa desta insistência de alguns circos em manterem animais em seus números, como a morte do garoto Juninho em Pernambuco, que fora puxado para dentro da jaula de leões famintos e lhes servindo de refeição, após três dias de total jejum.
Assim, é inquestionável que lugar de animal silvestre é na natureza, seu habitat natural, e que a diversão humana, sadia e inteligente, imprescinde do sofrimento de outrem, afinal de contas, artistas de circos sem animais são muito criativos, talentosos e capazes de entreter seu público. Nada como o bom e velho palhaço, os malabaristas, trapezistas e mágicos!
E OS ANIMAIS DOMÉSTICOS?
Também é comum encontrarmos animais domésticos, como cães, gatos e cavalos em apresentações de espetáculos públicos. Mas será que o simples fato de serem domésticos é permissivo para que seus tutores façam o que bem entenderem com eles?
Do mesmo modo que os animais silvestres nativos e exóticos, os domésticos indubitavelmente também possuem sua tutela legal e jurídica albergada por nossa legislação em vigor.
Ademais, de se ressaltar que animais domésticos são seres especialmente de companhia e não devem ser submetidos a longas jornadas de treinamento e trabalho, sendo obrigados a realizar atividades totalmente contrárias à sua natureza, bem como estando expostos a músicas em altos sons, gritaria e afins (lembrando-se que a audição dos animais é extremamente mais sensível e potente que a dos humanos. O cavalo, por exemplo, possui uma acuidade auricular quatro vezes melhor que a dos humanos).
De se ressaltar ainda que um animal só aprende determinado procedimento após repeti-lo incontáveis vezes, por reflexos condicionados, e, portanto, mesmo se tratando de um animal doméstico, não há nada natural em se forçar um cão a ficar constantemente apoiado apenas em duas patas ou então que um gato pule de uma altura de 20 metros ou ainda um cavalo dando pinotes em minúsculos palcos escorregadios, por exemplo.
Finalmente, não poderíamos deixar de citar os danos físicos que acometem os animais domésticos, que chegam até mesmo a pagar com suas próprias vidas para realizarem algum número forçado por seus “treinadores”, ou ainda pelas condições lastimáveis em que são mantidos, em espaços minúsculos e sem higiene, propensos a adquirirem inúmeras doenças e em notório estado de maus tratos.
ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE
Além de legislação específica já em vigor em determinados locais, conforme já citamos, devemos também atentar que nossa legislação ambiental alberga a tutela dos animais, inclusive todos aqueles utilizados em circos.
A Constituição da República, no capítulo do Meio Ambiente, assim dispõe:
“Art. 225 – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1° – Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
(…)
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade.“
Importantíssimo ainda a tutela aos animais albergada pelo Decreto Federal 24.645/1934:
“Art. 1° – Todos os animais no país são tutelados do Estado.
Art. 2°, § 3°: Os animais serão assistidos em juízo pelos representantes do Ministério Público, seus substitutos legais e pelos membros das sociedades protetoras dos animais.
Citado decreto, inclusive, já proíbe a apresentação de animais em circos desde o ano de 1934, conforme podemos depreender de seu artigo 3º, que em rol exemplificativo traz situações quetipificam situações de maus tratos, e especialmente em seu inciso XXX, assim considera aexibição de animais em casas de espetáculos para a realização de acrobacias, ou seja, exatamente as atividades praticadas por circos.
Já a Lei de Crimes Ambientais (Lei federal n° 9.605/1998), finalmente, contempla o seguinte tipo:
“Art. 32 – Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos.”
Assim, devemos ressaltar que a proteção de todos os animais está albergada em nossa legislação, sendo crime qualquer ato que prejudique o animal, seja ele um cão poodle, um cavalo ou animais exóticos utilizados em apresentações circenses (elefante, urso, camelo).
E não obstante a questão legal abordada, a preservação da VIDA, seja ela de qual forma for, há que prevalecer como objetivo primordial e essencial na consciência e ética humana e ambiental. O ser humano deve alcançar a tão necessária evolução e parar definitivamente com a arcaica e irracional exploração de animais, tornando-se finalmente um ser racional, condição da qual tanto se orgulha de ostentar.
DOS DISPOSITIVOS DO IBAMA A RESPEITO DE ANIMAIS EXÓTICOS EM CIRCOS
Mister também ressaltarmos que, mesmo que se considerasse a possibilidade de manutenção de animais em circos, os animais presentes atualmente em circos de modo algum poderiam estar atualmente sob a tutela dos circenses, tendo em vista que é notório a qualquer leigo a falta de condições adequadas para a dignidade destes animais.
Conforme portaria IBAMA n.º 108/94, que regulamenta a manutenção de algumas espécies de animais exóticos por pessoas físicas ou jurídicas, dentre elas, aqueles mais comuns mantidos por circos como o Ursus arctus (urso pardo), o Elephas maximus (elefante asiático), o Panthera leo (leão) e o Panthera tigris (tigre), algumas exigências devem ser atendidas. As principais são:
- assistência permanente de pelo menos um médico veterinário;
- que o animal seja sexado e marcado (leia-se microchipado);
- apresentação de relatório anual (atualmente também com relatórios resumidos trimestrais a serem apresentados via internet);
- proibição de visitação pública;
- recinto nos mínimos padrões exigidos:
Urso
Área – 100 m² / 600 m³ (se arbícola)
Abrigo – 15 m²
Tanque – 15 m² / 2m profundidade
Área de Cambiamento – 10 m²
Piso – camada de terra 2,0 sem concreto.
Elefante (Proboscidae)
Área – 1000
Tanque – 100 m² / 3m profundidade
Área de Cambiamento - 2 x 50 m², altura mínima de 100 m
Piso – areia/terra, sem concreto
Especificidade: cambiamento em concreto. Portas de trilho reforçado.
Leão e Tigre
Área – 60 m² / 150 m³
Abrigoo – 15 m²
Área de Cambiamento - 3 x 6 m²
Piso – areia/terra, sem cimento
Tanque: 10 m² / 1,0 m profundidade.
Além das regras citadas, o transporte desses animais apenas poderá ser feito com a obtenção das respectivas guias de transporte (GTA), estando os animais com todas vacinações em dia, bem como com estado de saúde totalmente perfeito.
Importante também lembrar que é proibido no país a entrada de espécie exótica sem as devidas autorizações (artigo 31 da Lei de crimes ambientais), e, portanto, mesmo que filhotes tenham nascido no país, necessário comprovar-se a origem dos animais, bem como de todos seus ascedentes, pois a existência de ao menos um único animal que tenha entrado no país de forma ilegal, já enseja a ilegalidade de todos os seus descendentes.
Portanto, sem necessidade de conhecimento técnico algum, apenas pela simples observação, é notório que algumas das normas basilares para se tutelar os animais não são observadas minimamente pelo circo, especialmente no que se refere à questão de visitação pública e de padrões mínimos de recintos.
ALGUNS FATOS OCORRIDOS EM CIRCOS COM ANIMAIS NO BRASIL
São muitos os acidentes com animais em circos, prejudicando os próprios animais, bem como seus tratadores, outros componentes dos circos, o público e a população em geral. Para não nos tornarmos muito prolixos, selecionamos apenas alguns dos fatos para exposição a seguir, apenas a título de mera exemplificação prática:
- Bady Bassit/São José do Rio Preto/SP, abril de 2008: leão solto por circo causa pânico na região;
- Mata de São João/BA, dezembro de 2007: macaco arranca parte do dedo de uma menina de 3 anos. Animal fica em jaula improvisada em carrinho de supermercado;
- Cuiabá/MT, dezembro de 2007: leão pula muro e foge de circo;
- Vitória/ES, outubro de 2007: mulher tem braço amputado após mordida de leão de circo que tentou acariciar.
- Palhoça/SC, maio de 2006: elefante foge de circo;
- Itaboraí/RJ, fevereiro de 2006: leão é encontrado em jaula aberta escorada apenas com uma tábua em frigorífico abandonado;
- Uberaba/MG, dezembro de 2005: 5 leões são abandonados por circo m estrada;
- Ervália/MG, julho de 2005: macaca chimpanzé arranca dedo mínimo de criança de 12 anos que estava em circo que se apresentava na cidade;
- Campos do Jordão/SP, julho de 2005: dois tigres morrem no circo Stankowich. A priori afirmou-se que fora de frio, porém, após, em laudo feito por veterinário do circo, ficou constatada morte por vírus transmitido por gato doméstico, o que no sugere a ingestão de animais domésticos pelos animais do citado circo, já que representantes do circo tentaram descartar o cadáver de um dos animais, abrindo-lhe e queimando as vísceras, inclusive.
- Restinga Seca/RS, junho/2005: criança de oito anos sofreu ferimentos ao encostar em grade deleão, o qual acabou sendo executado com choque elétrico, por meio de aparelho para este fim portado por seu treinador;
- Lavras do Sul/RS, maio/2005: homem é atacado por um tigre de circo, tendo seu braço esquerdo amputado;
- São Paulo/SP, fevereiro de 2005: chimpanzé Dolores, após ter sido retirada do circo Di Napoli pelo IBAMA, estando depressiva e com bronquite crônica, finalmente é encaminhada para um santuário após decisão judicial;
- Antônio Carlos, Florianópolis/SC, julho de 2004: dois leões e dois tigres são apreendidos em um circo, após serem encontrados desnutridos e em jaulas soldadas;
- Curitiba/PR, junho de 2004: IBAMA precisa encontrar um novo lar para 2 leões que estavam com um particular e não têm mais condições de mantê-los. Animais nascidos em circo;
- Iguaraci/PE, abril de 2004: o urso pardo Bruno, maltratado e desnutrido é simplesmente abandonado por circo no sertão do Pernambuco;
- Penha/SC, março de 2004: morre gato em conseqüência de queda na apresentação do número “pulo do gato” em circo em Santa Catarina;
- Aparecida de Goiânia/GO, dezembro de 2003: tigresa da espécie real de bengala ataca tratador, mordendo antebraço e bíceps do rapaz, o qual teve sérios ferimentos, tendo que ser submetido a cirurgia para tentar recuperar os movimentos;
- São Paulo/SP: Bambi, elefanta presente no circo Stankowich escapa para a Radial Leste em pleno horário de rush;
- Penha/SC, outubro de 2003: morre Madú, elefanta que viveu anos em um circo e passou o final de sua vida em um outro circo em Santa Catarina. No laudo atestava-se que a elefanta morreu com um raio na cabeça, apesar de ter vivido ao redor de uma cerca eletrificada e de diversas testemunhas terem presenciado sua cruel morte por eletrocussão;
- Sumaré/SP, janeiro de 2003: circo Stankowich abandona três leões no centro da cidade de Sumaré/SP, alegando não querê-los mais. Os animais foram encaminhados em estado lastimável de saúde para o Santuário Ecológico Rancho dos Gnomos, sendo que um dos animais estava tão debilitado, que veio a óbito;
- Maracanaú/CE, dezembro de 2001: leoa morta a tiros depois de escapar em circo no Ceará;
- Curitiba/PR, agosto de 2001: trapezista do circo imperial do México teve que amputar braço após ter sido atacado por leoa;
- Atibaia/SP, abril de 2000: circo Bartholo abandona 3 leões e 1 leoa em terreno baldio;
- Recife/PE, abril de 2000: leões matam garoto. Quatro leões famintos do circo Vostok puxam o garoto Juninho para dentro da jaula no intervalo da apresentação do espetáculo circense. Garoto tem uma morte trágica e cruel e os animais são todos mortos. Em exame necroscópico, há a constatação de que os animais não comiam há dias.
CONCLUSÕES
Os legisladores baianos, bem como os federais deverão atentar-se que o circo contemporâneo apresenta um modelo que prospera atualmente, conhecido como circo do homem, por envolver somente a figura humana nas performances, excluindo a participação de animais.
Além disso, a utilização de animais não humanos para tentativa de atraçãode um suposto público é uma ultrapassada e falidaestratégia de marketing, tendo em vista que o anseio da sociedade moderna há tempos vem evoluindo, de modo que não mais aceitam o tratamento de animais não-humanos como se meros objetos fossem, além de se ressaltar que já se trata de atividade ilegal e inconstitucional, conforme rol legislativo já citado e pela indubitável crueldade que tal ato significa.
Também não há que se falar em educação, arte e cultura na apresentação de animais em situações totalmente estranhas às suas naturezas, além de toda uma vida submetida às jaulas e à itinerância, sob todo tipo de intempérie climática. Educação, arte e cultura não são feitas e nunca o serão por meio da exploração de qualquer forma de vida que seja, pois caso contrário teríamos um enorme contra-senso. Qual seria a lição a se transmitir a uma criança ao fazê-la ver um elefante subindo em um banquinho? Ou um leão e um tigre pulando um arco de fogo? Ou ainda um urso dançando ou andando de bicicleta? Um gato pulando de uma altura de dez metros e se espatifando no chão? Não vejo outra a não ser a de que animais seriam seres inferiores e que o humano (“todo-poderoso”) pode dominá-lo e fazer o que quiser…
Assim, roga-se que legisladores tenham uma atuação ética e não antropocêntrica, coadunando-se com as tendências mundiais morais globais, e finalmente votando e aprovando o PL do Estado da Bahia 16.957/07 e o PL federal 7291/06, proibindo-se a apresentação e manutenção de quaisquer animais não-humanos nos circos e espetáculos assemelhados.
E que o respeitável público ostente mesmo esse título de respeitável e continue evoluindo em seus conceitos éticos, morais e legais, não aceitando a crueldade como cultura e arte.
Texto recebido por email da INFO SENTIENS.
Fonte: http://mariliaescobar.wordpress.com/2010/06/03/o-respeitavel-publico-nao-quer-mais-animais-em-circos/
Atualmente estamos vivenciando um importantíssimo momento ético e legislativo em relação à presença de animais em espetáculos circenses.
Muitos os Estados e Municípios que atentaram para a questão, especialmente pelo crescente pleito da sociedade pelo fim da crueldade que a subsunção dos animais não-humanos aos animais humanos em circo significa. Atualmente são cinco os Estados que proíbem as apresentações, bem como mais de cinqüenta Municípios em todo o país.
Há ainda em tramitação projetos de leis em muitas cidades, alguns Estados, com destaque para a Bahia (PL 16.957/07, de autoria do deputado estadual Javier Alfaya) e também um de âmbito Federal, o PL 7291/06, tramitando atualmente na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.
A aprovação dos citados projetos de lei é de suma importância, conforme pode-se depreender dos argumentos que apresentaremos a seguir.
ORIGENS DA UTILIZAÇÃO DE ANIMAIS EM CIRCOS
Segundo Antônio Torres, em seu História do circo no Brasil (Funarte, 1998), é possível que a arte circense tenha suas raízes na Grécia antiga e no Egito. Os espetáculos desse período tinham a forma de procissões, cujo objetivo era celebrar a volta da guerra. Nesses cortejos, desfilavam homens fortes conduzindo os vencidos, trazidos como escravos, e animais exóticos, utilizados para demonstrar quão longe foram os generais vencedores.
Há, ainda, registros da presença da arte circense na China, onde a acrobacia era bastante popular, datados de mais de 4 mil anos. Relatos dão conta de que os chineses organizavam um festival anual desse tipo de apresentação. Dele teriam se originado os números da corda bamba e do equilíbrio sobre as mãos.
Espetáculos semelhantes ganharam força no Império Romano com a apresentação de habilidades incomuns em grandes anfiteatros, como o Circo Máximo de Roma e, mais tarde, o Coliseu, que comportava quase cem mil espectadores. Fazia parte da diversão, além da exibição de habilidades, a exposição do raro, do excêntrico, do inusitado – como animais exóticos, homens louros nórdicos, engolidores de fogo, gladiadores, entre outras atrações. No período de perseguição ao cristianismo, as arenas foram ocupadas por espetáculos de violência, como a sangrenta entrega de cristãos a felinos.
Com o passar do tempo, o impulso por divertir foi tomando novas formas e ocupando diferentes espaços. Durante séculos, artistas se exibiram em feiras populares, praças públicas e entradas de igrejas, com truques mágicos, malabarismo e outras habilidades julgadas incomuns.
O circo moderno, na forma como conhecemos hoje, com espetáculos pagos, picadeiro, cobertura de lona e cercado de arquibancadas, é invenção mais recente. Foi criado em 1770, por Philip Astley, suboficial inglês que comandava apresentações da cavalaria. Em seu circo, além das atrações com cavalos, Astley incluiu saltimbancos e palhaços. O enorme sucesso do espetáculo em Londres inspirou a criação de apresentações semelhante em toda a Europa e para além dos limites do Velho Mundo.
Nos Estados Unidos, primeiro país das Américas a receber essa atração, o circo consolidou sua característica itinerante, ao viajar por distintas cidades para fazer apresentações. Também nos Estado Unidos, o espetáculo consagrou a apresentação do que se consideravam excentricidades – mulheres barbadas, anões, gigantes, gêmeos siameses, pessoas muito velhas e deformações humanas e animais.
No Brasil, há registro da existência de pequenos espetáculos circenses a partir do final do século XVIII, provavelmente trazidos por ciganos expulsos da Europa. Em suas apresentações, esses artistas utilizavam doma de animais, números de ilusionismo e até teatro de bonecos. O circo moderno, no entanto, só chegou ao país no século XIX. Incentivadas pelos ciclos econômicos do café, da borracha e da cana-de-açúcar, grandes companhias européias vieram apresentar-se nas cidades brasileiras. Foram essas companhias que ajudaram a formar as primeiras famílias de circo, responsáveis pelo progresso da arte circense no Brasil.
O desenvolvimento do circo brasileiro não se deu em termos de espaços e equipamentos – concentrou-se no elemento humano, na sua destreza e habilidade. Foram mantidos números clássicos, como o do engolidor de fogo ou o da corda bamba, e criadas novas atrações adaptadas à cultura local. Os nossos palhaços, por exemplo, sempre falaram muito e usaram um tipo de humor mais malicioso, diferentemente do palhaço europeu, que era, por tradição, um mímico. Os números perigosos como o trapézio ou a doma de animais também ganharam mais espaço por de certa forma agradar muito aos brasileiros, à época desprovidos de informações sobre doma, manutenção dos animais nos circos e afins.
O circo que conhecemos é, portanto, fruto da evolução da arte circense. Esse espetáculo tradicional, familiar, composto de palhaços, trapezistas, mágicos e domadores, que povoou a infância de muitos e ocupa espaço na memória nacional, passa, no presente, por novas mudanças, seguindo o seu curso de evolução.
O surgimento dos grandes centros urbanos, o desenvolvimento tecnológico, o crescimento da economia da cultura, a concorrência de novas formas de entretenimento levaram os espetáculos circenses a se profissionalizar e a se concentrar na performance dos artistas.
Nesse novo cenário, o conhecimento circense não se transmite somente de pai para filho – exige preparo em escolas especializadas. Hoje são poucos os circos que continuam familiares.
Muitos donos de empreendimentos circenses que atuaram nos picadeiros preferem zelar para que seus filhos estudem e permaneçam no circo não como artistas, mas como administradores. A mudança nos valores e no perfil da nossa sociedade, cada vez mais urbana, tem criado uma demanda mais sofisticada e mais cosmopolita para a arte. Para adaptar-se aos novos tempos, os circos já vêm incorporando tentativas de desenvolver um diferente tipo de espetáculo que envolva novas linguagens além das atrações tradicionais.
O circo contemporâneo – ou novo circo, como alguns historiadores o chamam – apresenta um modelo que prospera atualmente, conhecido como circo do homem, por envolver somente a figura humana nas performances, excluindo a participação de animais. Seu formato, ainda em processo de desenvolvimento, representa uma tentativa de adaptar as artes circenses às exigências do mercado artístico contemporâneo, de fazê-lo acessível a todos os públicos, respeitando os valores sociais, sem deixar de cumprir os objetivos primordiais do circo: proporcionar alegria, ilusão e fantasia, em favor do entretenimento. Vários circos internacionais, como o Cirque du Soleil, do Canadá, e o Circo Oz , da Austrália, adotam essa nova abordagem artística, que não admite o uso de animais, cedendo espaço para as performances humanas. No Brasil, muitos circos orientam-se por essa concepção, como o Circo Popular do Brasil, a Intrépida Trupe, os Irmãos Brothers, o Circo Roda Brasil, o Teatro de Anônimos, entre tantos outros.
Esse novo modelo tem contribuído para a valorização do artista circense, criando um mercado promissor e altamente competitivo para esse profissional, com a remuneração associada à sua habilidade e ao grau de dificuldade da exibição.
MANUTENÇÃO E TREINAMENTOS DE ANIMAIS EM CIRCOS: GENERALIDADES
É sabido que os animais não humanos são dotados de sentimentos e instintos. Assim, como os animais ditos racionais, sentem dor, medo, angústia, stress, prazer, desprazer, tristeza, etc. São seres sencientes e que devem ter a mesma consideração à vida que qualquer outro ser vivo, pois estão todos em um mesmo patamar moral.
Nos circos, para que o animal se apresente manso e obediente, cada espécie é treinada de uma determinada forma a seguir explicitada:
ELEFANTES
“Como fazer para conseguir a atenção de um elefante de 5 toneladas. Surre-o. Eis como.” (Saul Kitchener – diretor do San Francisco Zoological Gardens)
•Antes de chegarem no circo, passam por meses de tortura. São amarrados sentados, numa jaula onde não podem se mexer para que o peso comprima os órgãos internos e causem dor;
•Levam surras diárias, ficam sobre seus próprios excrementos até que passem a obedecer;
•Elefantes se comunicam, vivem em grupos com papéis sociais definidos, são extremamente inteligentes, ficam de luto por seus mortos e são capazes de reconhecer um familiar mesmo tendo sido separado dele quando filhote;
•Sofrem de problemas nas patas por falta de exercícios, pois na natureza elefantes andam milhares de quilômetros todos os dias;
•No circo os elefantes permanecem acorrentados o tempo inteiro. Mexer constantemente a cabeça é uma das características da neurose do cativeiro.
LEÕES, TIGRES E OUTRO FELINOS
•De acordo com Henry Ringling North, em seu livro “The Circus Kings”, os grandes felinos são acorrentados a seus pedestais e as cordas são enroladas em suas gargantas para que tenham a sensação de estarem sendo sufocados;
•São dominados pelo fogo e pelo chicote, golpeados com barras de ferro e queimados na testa pelo menos uma vez na vida para que não esqueçam da dor;
•Muitos têm suas garras arrancadas e presas extraídas ou serradas;
•Passam a maior parte de sua vida dentro de jaulas apertadas.
URSOS
•Tem o nariz quebrado durante o treinamento;
•Suas patas são queimadas para força-los a ficar sobre duas patas;
•São obrigados a pisar em chapas de metal incandescente ao som de uma determinada música. No picadeiro, os ursos escutam a mesma música usada durante o “treinamento” e começam a se movimentar, dando a impressão de estarem dançando;
•Muitos tem garras e presas arrancadas. Já foi constatado um urso com 1/3 de sua língua arrancada;
•Alguns ursos se auto mutilam, batendo a cabeça nas grades e comendo suas próprias patas.
MACACOS
•Apresentam o mesmo comportamento de crianças que sofrem abusos;
•Até 98% do DNA dos chimpanzés é igual ao DNA humano;
•Apanham para obedecer e obedecem apenas por medo;
•Roer unhas e auto mutilação são comportamentos freqüentemente encontrados em macacos cativos;
•Os dentes são retirados para que o animal possa ser fotografado junto às crianças.
CAVALOS
•São açoitados e confinados sem direito a caminhadas;
•Apanham para aprender;
•Muitas vezes, por terem que fazer os números em pisos inadequados, especialmente escorregadios, acabam adquirindo lesões irreversíveis, com fortes dores.
TODOS OS ANIMAIS EM CIRCO
•Estão sujeitos aos instrumentos dos clássicos “treinamentos”: choques elétricos, chicotadas, privação de água e comida;
•Ficam confinados sem a mínima condição de higiene, sujeitos a diversas doenças;
•O confinamento não lhes fornece o mínimo de condições de bem-estar, sendo, aliás, totalmente contrário à vida que teriam em seus habitats;
•Não têm assistência veterinária adequada;
•São obrigados a suportar mudanças climáticas bruscas e viajar milhares de quilômetros sem descanso.
Por estas razões é que diversas associações pelos direitos dos animais condenam e trabalham contra a presença de animais em circos, e esta atitude tem sido fomentada por grande parte do respeitável público circense, sendo que todos os fatos narrados podem ser comprovados por amplo material já produzido, especialmente no Brasil. Também incluiremos em tópico adiante alguns exemplos de acidentes já ocorridos, o que deixará ainda mais indubitável que lugar de animais não-humanos definitivamente não é em circos.
Com efeito, os animais obedecem não por índole, mas porque sentem dor, desespero, medo, raiva, aflição, insatisfação, incômodo, situações que, sem dúvidas são caracterizadas como crueldade e maus-tratos.
DOMESTICAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES?
Animais silvestres ou selvagens são aqueles naturais de determinado país ou região, que vivem junto à natureza e dos meios que este lhes faculta, pelo que independem do homem.
Pois bem. Com esta definição de animais silvestres fica latente que a domesticação destes é algo totalmente anti-natural, e, portanto, é considerada maus tratos, já que para que esta existe, haverá que se retirar o animal de seu habitat natural, alterando-lhe toda uma estrutura de vida e costumes, podendo inclusive levar-lhes à morte.
Aliás, não apenas a retirada do animal de seu habitat que lhe trará malefícios, mas também, e, principalmente, os hábitos que o ser humano irá imputar-lhe, para que viva com essa nova “sociedade”, portanto, mesmo que sejam originários da vida em cativeiro, as condições de vida que lhes são imputadas nada têm a ver com as necessidades que têm.
Em circos, normalmente os hábitos novos imputados aos animais são dos mais cruéis. Animais são forçados a realizar malabarismos e diversos outros números para entreter o público, porém, para que “aprendam” a fazer tudo que seus domadores desejam, sofrem demais.
Devemos finalmente ressaltar que, animais silvestres, apesar de em tese terem sido domesticados, podem revoltar-se, e então, ninguém será capaz de pará-los. Temos exemplos recentes de acontecimentos fatais por causa desta insistência de alguns circos em manterem animais em seus números, como a morte do garoto Juninho em Pernambuco, que fora puxado para dentro da jaula de leões famintos e lhes servindo de refeição, após três dias de total jejum.
Assim, é inquestionável que lugar de animal silvestre é na natureza, seu habitat natural, e que a diversão humana, sadia e inteligente, imprescinde do sofrimento de outrem, afinal de contas, artistas de circos sem animais são muito criativos, talentosos e capazes de entreter seu público. Nada como o bom e velho palhaço, os malabaristas, trapezistas e mágicos!
E OS ANIMAIS DOMÉSTICOS?
Também é comum encontrarmos animais domésticos, como cães, gatos e cavalos em apresentações de espetáculos públicos. Mas será que o simples fato de serem domésticos é permissivo para que seus tutores façam o que bem entenderem com eles?
Do mesmo modo que os animais silvestres nativos e exóticos, os domésticos indubitavelmente também possuem sua tutela legal e jurídica albergada por nossa legislação em vigor.
Ademais, de se ressaltar que animais domésticos são seres especialmente de companhia e não devem ser submetidos a longas jornadas de treinamento e trabalho, sendo obrigados a realizar atividades totalmente contrárias à sua natureza, bem como estando expostos a músicas em altos sons, gritaria e afins (lembrando-se que a audição dos animais é extremamente mais sensível e potente que a dos humanos. O cavalo, por exemplo, possui uma acuidade auricular quatro vezes melhor que a dos humanos).
De se ressaltar ainda que um animal só aprende determinado procedimento após repeti-lo incontáveis vezes, por reflexos condicionados, e, portanto, mesmo se tratando de um animal doméstico, não há nada natural em se forçar um cão a ficar constantemente apoiado apenas em duas patas ou então que um gato pule de uma altura de 20 metros ou ainda um cavalo dando pinotes em minúsculos palcos escorregadios, por exemplo.
Finalmente, não poderíamos deixar de citar os danos físicos que acometem os animais domésticos, que chegam até mesmo a pagar com suas próprias vidas para realizarem algum número forçado por seus “treinadores”, ou ainda pelas condições lastimáveis em que são mantidos, em espaços minúsculos e sem higiene, propensos a adquirirem inúmeras doenças e em notório estado de maus tratos.
ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE
Além de legislação específica já em vigor em determinados locais, conforme já citamos, devemos também atentar que nossa legislação ambiental alberga a tutela dos animais, inclusive todos aqueles utilizados em circos.
A Constituição da República, no capítulo do Meio Ambiente, assim dispõe:
“Art. 225 – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1° – Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
(…)
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade.“
Importantíssimo ainda a tutela aos animais albergada pelo Decreto Federal 24.645/1934:
“Art. 1° – Todos os animais no país são tutelados do Estado.
Art. 2°, § 3°: Os animais serão assistidos em juízo pelos representantes do Ministério Público, seus substitutos legais e pelos membros das sociedades protetoras dos animais.
Citado decreto, inclusive, já proíbe a apresentação de animais em circos desde o ano de 1934, conforme podemos depreender de seu artigo 3º, que em rol exemplificativo traz situações quetipificam situações de maus tratos, e especialmente em seu inciso XXX, assim considera aexibição de animais em casas de espetáculos para a realização de acrobacias, ou seja, exatamente as atividades praticadas por circos.
Já a Lei de Crimes Ambientais (Lei federal n° 9.605/1998), finalmente, contempla o seguinte tipo:
“Art. 32 – Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos.”
Assim, devemos ressaltar que a proteção de todos os animais está albergada em nossa legislação, sendo crime qualquer ato que prejudique o animal, seja ele um cão poodle, um cavalo ou animais exóticos utilizados em apresentações circenses (elefante, urso, camelo).
E não obstante a questão legal abordada, a preservação da VIDA, seja ela de qual forma for, há que prevalecer como objetivo primordial e essencial na consciência e ética humana e ambiental. O ser humano deve alcançar a tão necessária evolução e parar definitivamente com a arcaica e irracional exploração de animais, tornando-se finalmente um ser racional, condição da qual tanto se orgulha de ostentar.
DOS DISPOSITIVOS DO IBAMA A RESPEITO DE ANIMAIS EXÓTICOS EM CIRCOS
Mister também ressaltarmos que, mesmo que se considerasse a possibilidade de manutenção de animais em circos, os animais presentes atualmente em circos de modo algum poderiam estar atualmente sob a tutela dos circenses, tendo em vista que é notório a qualquer leigo a falta de condições adequadas para a dignidade destes animais.
Conforme portaria IBAMA n.º 108/94, que regulamenta a manutenção de algumas espécies de animais exóticos por pessoas físicas ou jurídicas, dentre elas, aqueles mais comuns mantidos por circos como o Ursus arctus (urso pardo), o Elephas maximus (elefante asiático), o Panthera leo (leão) e o Panthera tigris (tigre), algumas exigências devem ser atendidas. As principais são:
- assistência permanente de pelo menos um médico veterinário;
- que o animal seja sexado e marcado (leia-se microchipado);
- apresentação de relatório anual (atualmente também com relatórios resumidos trimestrais a serem apresentados via internet);
- proibição de visitação pública;
- recinto nos mínimos padrões exigidos:
Urso
Área – 100 m² / 600 m³ (se arbícola)
Abrigo – 15 m²
Tanque – 15 m² / 2m profundidade
Área de Cambiamento – 10 m²
Piso – camada de terra 2,0 sem concreto.
Elefante (Proboscidae)
Área – 1000
Tanque – 100 m² / 3m profundidade
Área de Cambiamento - 2 x 50 m², altura mínima de 100 m
Piso – areia/terra, sem concreto
Especificidade: cambiamento em concreto. Portas de trilho reforçado.
Leão e Tigre
Área – 60 m² / 150 m³
Abrigoo – 15 m²
Área de Cambiamento - 3 x 6 m²
Piso – areia/terra, sem cimento
Tanque: 10 m² / 1,0 m profundidade.
Além das regras citadas, o transporte desses animais apenas poderá ser feito com a obtenção das respectivas guias de transporte (GTA), estando os animais com todas vacinações em dia, bem como com estado de saúde totalmente perfeito.
Importante também lembrar que é proibido no país a entrada de espécie exótica sem as devidas autorizações (artigo 31 da Lei de crimes ambientais), e, portanto, mesmo que filhotes tenham nascido no país, necessário comprovar-se a origem dos animais, bem como de todos seus ascedentes, pois a existência de ao menos um único animal que tenha entrado no país de forma ilegal, já enseja a ilegalidade de todos os seus descendentes.
Portanto, sem necessidade de conhecimento técnico algum, apenas pela simples observação, é notório que algumas das normas basilares para se tutelar os animais não são observadas minimamente pelo circo, especialmente no que se refere à questão de visitação pública e de padrões mínimos de recintos.
ALGUNS FATOS OCORRIDOS EM CIRCOS COM ANIMAIS NO BRASIL
São muitos os acidentes com animais em circos, prejudicando os próprios animais, bem como seus tratadores, outros componentes dos circos, o público e a população em geral. Para não nos tornarmos muito prolixos, selecionamos apenas alguns dos fatos para exposição a seguir, apenas a título de mera exemplificação prática:
- Bady Bassit/São José do Rio Preto/SP, abril de 2008: leão solto por circo causa pânico na região;
- Mata de São João/BA, dezembro de 2007: macaco arranca parte do dedo de uma menina de 3 anos. Animal fica em jaula improvisada em carrinho de supermercado;
- Cuiabá/MT, dezembro de 2007: leão pula muro e foge de circo;
- Vitória/ES, outubro de 2007: mulher tem braço amputado após mordida de leão de circo que tentou acariciar.
- Palhoça/SC, maio de 2006: elefante foge de circo;
- Itaboraí/RJ, fevereiro de 2006: leão é encontrado em jaula aberta escorada apenas com uma tábua em frigorífico abandonado;
- Uberaba/MG, dezembro de 2005: 5 leões são abandonados por circo m estrada;
- Ervália/MG, julho de 2005: macaca chimpanzé arranca dedo mínimo de criança de 12 anos que estava em circo que se apresentava na cidade;
- Campos do Jordão/SP, julho de 2005: dois tigres morrem no circo Stankowich. A priori afirmou-se que fora de frio, porém, após, em laudo feito por veterinário do circo, ficou constatada morte por vírus transmitido por gato doméstico, o que no sugere a ingestão de animais domésticos pelos animais do citado circo, já que representantes do circo tentaram descartar o cadáver de um dos animais, abrindo-lhe e queimando as vísceras, inclusive.
- Restinga Seca/RS, junho/2005: criança de oito anos sofreu ferimentos ao encostar em grade deleão, o qual acabou sendo executado com choque elétrico, por meio de aparelho para este fim portado por seu treinador;
- Lavras do Sul/RS, maio/2005: homem é atacado por um tigre de circo, tendo seu braço esquerdo amputado;
- São Paulo/SP, fevereiro de 2005: chimpanzé Dolores, após ter sido retirada do circo Di Napoli pelo IBAMA, estando depressiva e com bronquite crônica, finalmente é encaminhada para um santuário após decisão judicial;
- Antônio Carlos, Florianópolis/SC, julho de 2004: dois leões e dois tigres são apreendidos em um circo, após serem encontrados desnutridos e em jaulas soldadas;
- Curitiba/PR, junho de 2004: IBAMA precisa encontrar um novo lar para 2 leões que estavam com um particular e não têm mais condições de mantê-los. Animais nascidos em circo;
- Iguaraci/PE, abril de 2004: o urso pardo Bruno, maltratado e desnutrido é simplesmente abandonado por circo no sertão do Pernambuco;
- Penha/SC, março de 2004: morre gato em conseqüência de queda na apresentação do número “pulo do gato” em circo em Santa Catarina;
- Aparecida de Goiânia/GO, dezembro de 2003: tigresa da espécie real de bengala ataca tratador, mordendo antebraço e bíceps do rapaz, o qual teve sérios ferimentos, tendo que ser submetido a cirurgia para tentar recuperar os movimentos;
- São Paulo/SP: Bambi, elefanta presente no circo Stankowich escapa para a Radial Leste em pleno horário de rush;
- Penha/SC, outubro de 2003: morre Madú, elefanta que viveu anos em um circo e passou o final de sua vida em um outro circo em Santa Catarina. No laudo atestava-se que a elefanta morreu com um raio na cabeça, apesar de ter vivido ao redor de uma cerca eletrificada e de diversas testemunhas terem presenciado sua cruel morte por eletrocussão;
- Sumaré/SP, janeiro de 2003: circo Stankowich abandona três leões no centro da cidade de Sumaré/SP, alegando não querê-los mais. Os animais foram encaminhados em estado lastimável de saúde para o Santuário Ecológico Rancho dos Gnomos, sendo que um dos animais estava tão debilitado, que veio a óbito;
- Maracanaú/CE, dezembro de 2001: leoa morta a tiros depois de escapar em circo no Ceará;
- Curitiba/PR, agosto de 2001: trapezista do circo imperial do México teve que amputar braço após ter sido atacado por leoa;
- Atibaia/SP, abril de 2000: circo Bartholo abandona 3 leões e 1 leoa em terreno baldio;
- Recife/PE, abril de 2000: leões matam garoto. Quatro leões famintos do circo Vostok puxam o garoto Juninho para dentro da jaula no intervalo da apresentação do espetáculo circense. Garoto tem uma morte trágica e cruel e os animais são todos mortos. Em exame necroscópico, há a constatação de que os animais não comiam há dias.
CONCLUSÕES
Os legisladores baianos, bem como os federais deverão atentar-se que o circo contemporâneo apresenta um modelo que prospera atualmente, conhecido como circo do homem, por envolver somente a figura humana nas performances, excluindo a participação de animais.
Além disso, a utilização de animais não humanos para tentativa de atraçãode um suposto público é uma ultrapassada e falidaestratégia de marketing, tendo em vista que o anseio da sociedade moderna há tempos vem evoluindo, de modo que não mais aceitam o tratamento de animais não-humanos como se meros objetos fossem, além de se ressaltar que já se trata de atividade ilegal e inconstitucional, conforme rol legislativo já citado e pela indubitável crueldade que tal ato significa.
Também não há que se falar em educação, arte e cultura na apresentação de animais em situações totalmente estranhas às suas naturezas, além de toda uma vida submetida às jaulas e à itinerância, sob todo tipo de intempérie climática. Educação, arte e cultura não são feitas e nunca o serão por meio da exploração de qualquer forma de vida que seja, pois caso contrário teríamos um enorme contra-senso. Qual seria a lição a se transmitir a uma criança ao fazê-la ver um elefante subindo em um banquinho? Ou um leão e um tigre pulando um arco de fogo? Ou ainda um urso dançando ou andando de bicicleta? Um gato pulando de uma altura de dez metros e se espatifando no chão? Não vejo outra a não ser a de que animais seriam seres inferiores e que o humano (“todo-poderoso”) pode dominá-lo e fazer o que quiser…
Assim, roga-se que legisladores tenham uma atuação ética e não antropocêntrica, coadunando-se com as tendências mundiais morais globais, e finalmente votando e aprovando o PL do Estado da Bahia 16.957/07 e o PL federal 7291/06, proibindo-se a apresentação e manutenção de quaisquer animais não-humanos nos circos e espetáculos assemelhados.
E que o respeitável público ostente mesmo esse título de respeitável e continue evoluindo em seus conceitos éticos, morais e legais, não aceitando a crueldade como cultura e arte.
Texto recebido por email da INFO SENTIENS.
Fonte: http://mariliaescobar.wordpress.com/2010/06/03/o-respeitavel-publico-nao-quer-mais-animais-em-circos/
Postado por
Dr. Frederico Lobo
às
12:13
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