domingo, 2 de maio de 2021
Como reconhecer e como são tratados os sintomas da perimenopausa e menopausa
Fome emocional: 52% dos brasileiros engordaram na quarentena
Várias famosas assumiram publicamente que ganharam peso durante a pandemia. Provavelmente elas não estão sozinhas.
Pesquisa online feito pelo Instituto IPSOS mostrou que o isolamento social favoreceu o ganho de peso em mais de 30 países.
O levantamento mostrou que 31% dos entrevistados engordaram desde o começo da pandemia. E no Brasil, o índice é de 52% dos entrevistados.
O aumento de peso médio foi de 6,1kg, enquanto no Brasil a media foi de 6,5kg. A pessoa entrevistou 22 mil pessoas de 16-74 anos, de 6/11/2020 a Janeiro de 2021.
Para ler mais, acesse: https://f5.folha.uol.com.br/viva-bem/2021/05/fome-emocional-52-dos-brasileiros-engordaram-na-quarentena.shtml
Por aqui as coisas não estão diferentes. O número de pacientes que ganharam peso durante a pandemia é muito maior que os que emagreceram (sim, vários emagreceram). Nunca trabalhei tanto em um Janeiro. O ambulatório de Nutrologia está repleto que pacientes que ganharam muito peso durante a pandemia e principalmente pós-COVID.
As consequências da pandemia permanecerão ainda por um bom tempo.
sexta-feira, 30 de abril de 2021
Integridade dos ecossistemas é determinante na redução das doenças infecciosas emergentes
Você sabia que cerca de 60% das doenças infecciosas humanas e 75% das doenças infecciosas emergentes são zoonóticas, ou seja, transmitidas através de animais?
Alguns exemplos que surgiram recentemente são o Ebola, a gripe aviária, a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), o Vírus Nipah, a Febre do Vale Rift, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), a Febre do Nilo Ocidental, o Zikavírus e, agora, o coronavírus – todos ligados à atividade humana.
O surto de Ebola na África Ocidental é resultado de perdas florestais que levaram a vida selvagem a se aproximar dos assentamentos humanos; a gripe aviária está relacionada à criação intensiva de aves e o Vírus Nipah surgiu devido à intensificação da suinocultura e à produção de frutas na Malásia.
Cientistas e especialistas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) estão reunindo os dados científicos mais recentes sobre o COVID-19 – tanto o que se sabe quanto o que não se sabe.
Embora a origem da pandemia e seu caminho de disseminação ainda não estejam claros, listamos seis pontos importantes que vale a pena conhecer:
A interação de seres humanos ou rebanhos com animais selvagens pode expor-nos à disseminação de possíveis patógenos. Para muitas zoonoses, os rebanhos servem de ponte epidemiológica entre a vida selvagem e as doenças humanas.
Os fatores determinantes do surgimento de zoonoses são as transformações do meio ambiente – geralmente resultado das atividades humanas, que vão desde a alteração no uso da terra até a mudança climática; das mudanças nos hospedeiros animais e humanos aos patógenos em constante evolução para explorar novos hospedeiros.
As doenças associadas aos morcegos surgiram devido à perda de habitat por conta do desmatamento e da expansão agrícola. Esses mamíferos desempenham papéis importantes nos ecossistemas, sendo polinizadores noturnos e predadores de insetos.
A integridade do ecossistema evidencia a saúde e o desenvolvimento humano. As mudanças ambientais induzidas pelo homem modificam a estrutura populacional da vida selvagem e reduzem a biodiversidade, resultando em condições ambientais que favorecem determinados hospedeiros, vetores e/ou patógenos.
A integridade do ecossistema também ajuda a controlar as doenças, apoiando a diversidade biológica e dificultando a disseminação, a ampliação e a dominação dos patógenos.
É impossível prever de onde ou quando virá o próximo surto. Temos cada vez mais evidências sugerindo que esses surtos ou epidemias podem se tornar mais frequentes à medida que o clima continua a mudar.
“Nunca tivemos tantas oportunidades para as doenças passarem de animais selvagens e domésticos para pessoas”, disse a diretora executiva do PNUMA, Inger Andersen. “A perda contínua dos espaços naturais nos aproximou demasiadamente de animais e plantas que abrigam doenças que podem ser transmitidas para os seres humanos”.
A equipe do PNUMA está trabalhando continuamente nessas questões importantes. As informações compartilhadas pela Divisão de Ciência estão disponíveis online com informações adicionais, incluindo uma lista de perguntas ainda não respondidas.
A natureza está em crise, ameaçada pela perda de biodiversidade e de habitat, pelo aquecimento global e pela poluição tóxica. Falhar em agir é falhar com a humanidade. Enfrentar a nova pandemia de coronavírus (COVID-19) e nos proteger das futuras ameaças globais requer o gerenciamento correto de resíduos médicos e químicos perigosos, a administração consistente e global da natureza e da biodiversidade e o comprometimento com a reconstrução da sociedade, criando empregos verdes e facilitando a transição para uma economia neutra em carbono. A humanidade depende de ação agora para um futuro resiliente e sustentável.
Amazônia: Queimadas aumentam problemas respiratórios
Estudo da Fiocruz e do WWF-Brasil aponta que as queimadas na Amazônia foram responsáveis pela elevação dos percentuais de internações hospitalares por problemas respiratórios nos últimos 10 anos (2010-2020) nos estados com maiores números de focos de calor: Pará, Mato Grosso, Rondônia, Amazonas e Acre. Estas internações custaram quase 1 bilhão aos cofres públicos. O levantamento aponta ainda que a associação da situação da pandemia com as queimadas florestais na Amazônia pode ter agravado a situação de saúde da população da Amazônia legal, pois os poluentes oriundos das queimadas podem causar uma resposta inflamatória persistente e, assim, aumentar o risco de infecção por vírus que atingem o trato respiratório.
O estudo mostra que mesmo com a possível subnotificação, por conta de inconsistências na base de dados do DataSUS, os valores diários de poluentes são extremamente elevados e contribuíram para aumentar em até duas vezes o risco de hospitalização por doenças respiratórias atribuíveis à concentração de partículas respiráveis e inaláveis finas (fumaça) nos estados analisados.
No Amazonas, 87% das internações hospitalares no período analisado estão relacionadas às altas concentrações de fumaça (partículas respiráveis e inaláveis). O percentual foi de 68% no Pará, de 70% em Mato Grosso e de 70% em Rondônia. Já as doenças respiratórias associadas às altas concentrações de partículas de poluentes emitidas pelas queimadas respondem por 70% das internações hospitalares registradas no Pará, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas.
A pesquisadora Sandra Hacon, da Ensp/Fiocruz, afirma que embora os percentuais de internação hospitalar por doenças respiratórias na região tenham se mantido estáveis entre 2010 e 2020, uma parte considerável dessas internações podem ser atribuídas às concentrações de partículas respiráveis finas e inaláveis emitidas por incêndios florestais. “As micropartículas que compõem a fumaça ficam depositadas nas cavidades dos pulmões, agravando os problemas respiratórios. Elas são um fator de risco para pessoas que já possuem comorbidades.
Vemos, portanto, um impacto à saúde e perda da qualidade de bem-estar das pessoas, além do elevado custo econômico das doenças respiratórias para o SUS”, explica. “A fragilização do sistema respiratório é extremamente preocupante no atual cenário de uma pandemia que também causa problemas respiratórios. Essa sobreposição sugere que a região da Amazônia legal tenderá a ter seu sistema de saúde pressionado, já que as queimadas são mais intensas nos meses de seca, que se iniciam dentro de poucas semanas”, alerta.Importante salientar que no ano de 2020 o Brasil alcançou o maior número de queimadas na década. Segundo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) a floresta amazônica registrou 103.161 focos ante 89.171 em 2019, um aumento de 15,7%. Essa tendência contínua de destruição impacta diretamente não só na saúde das pessoas, mas em todo o ecossistema, que sofre todos os anos durante o ciclo das queimadas intensificado no período de seca, ressalta Edegar de Oliveira, diretor de Conservação e Restauração do WWF-Brasil. Ele aponta que “as queimadas fazem parte da dinâmica de destruição da Amazônia. As áreas desmatadas são posteriormente queimadas para “limpar” o terreno, abrindo espaço para a pastagem, a agricultura, ou a simples especulação fundiária. A associação entre o desmatamento, queimadas e degradação da floresta traz um custo muito alto para todos nós, especialmente para os povos da floresta, e para o clima do planeta”, afirma.O Estudo traz algumas recomendações para o poder público:
– Os sistemas oficiais de vigilância e monitoramento em saúde precisam de evolução e melhorias sistemáticas, especialmente aqueles direcionados às populações indígenas da Amazônia;
– Políticas consistentes de redução do desmatamento e queimadas na Amazônia são críticas e imediatas, pois o combate ao desmatamento e à degradação do bioma amazônico é fundamental para a garantia de direitos básicos das populações locais, como acesso à saúde e um ambiente saudável e sustentável;
– Desenvolvimento e implementação de programas de vigilância epidemiológica e ambiental efetivos, direcionados à população amazônica exposta aos incêndios florestais, principalmente os grupos mais vulneráveis, como gestantes, crianças, idosos, e aquelas pessoas que apresentam comorbidades precisam de atenção dedicada;
– Necessidade iminente de esforço preventivo no controle de zoonoses, pois os custos associados aos esforços preventivos são substancialmente menores, comparados com os custos econômicos, sociais e de saúde no controle de potenciais epidemias e ou pandemias.
Metodologia do estudo
Foi analisada a relação das tendências da morbidade hospitalar (a taxa de internações registradas em hospitais) por doenças do aparelho respiratório no período de 2010 a 2020 e as concentrações estimadas de emissões de partículas respiráveis finas (PM2,5), presentes na fumaça de incêndios florestais no mesmo período, investigando os potenciais impactos à saúde nos estados com os maiores registros de focos de calor provenientes das queimadas na Amazônia Brasileira, segundo o INPE – Pará, Mato Grosso, Rondônia, Amazonas e Acre, que apresentaram maior número de focos de queimadas registrados no período analisado – 2010-2020.
O estudo observou as séries temporais diárias de morbidade hospitalar por doenças do aparelho respiratório obtidas no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), pelo Sistema de Informação sobre internação hospitalar (SIH) e analisados por dia, mês e ano no período de 1º de janeiro de 2010 a 31 de outubro de 2020, segundo a unidade de federação de residência. As internações hospitalares por doenças respiratórias relacionadas ao COVID-19 para cálculo da tendência retrospectiva foram excluídas. Portanto, as internações hospitalares derivadas do COVID-19, não entraram no conjunto das causas de hospitalizações.
Os pesquisadores selecionaram informações referentes ao valor em reais (R$) gasto com as hospitalizações de baixa e alta complexidade (Unidades de Terapia Intensiva – UTI) por doenças do aparelho respiratório para estimativa do custo econômico em saúde dessas hospitalizações que pudesse ser atribuível à poluição decorrente das queimadas.
As estimativas de concentração do material particulado (PM2,5) foram obtidas por meio de dados de satélite da NASA, com as informações de profundidade óptica de aerossóis (Aerosol Optical Depth – AOD) convertidas por modelagem matemática em estimativas de concentração de PM2,5 e disponibilizadas para acesso público pelo Copernicus Atmosphere Monitoring Service (CAMS), que é o mais recente conjunto de dados de reanálise global de composição atmosférica produzida pelo Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF).
Fonte: https://www.ecodebate.com.br/2021/04/29/queimadas-na-amazonia-aumentam-problemas-respiratorios/
quinta-feira, 29 de abril de 2021
Treinamento on-line, será que funciona? Será que vale a pena?
A pandemia veio para nos mostrar que precisamos evoluir e nos adaptar às tecnologias. Desde o começo da pandemia eu já previa algumas e final de 2020 se confirmaram.
A Pandemia favoreceu o encontro de duas pandemias: a de obesidade e a do novo coronavirus. Primeiramente percebemos já por volta de Fevereiro/Março que morriam mais obesos de COVID-19 do que pacientes com peso dentro da normalidade. Com isso a Medicina acrescentou a obesidade como fator de risco para a COVID-19. Com isso também orientamos os pacientes sobre os riscos do isolamento social para a saúde. Ou seja, confinar-se não é sinônimo de inércia, criar raízes no sofá, assistindo netflix.
Ao longo desse 1 ano e veio vi de tudo, principalmente no ambulatório de Nutrologia do SUS. Vi:
- Gente que engordou por conta da pandemia.
- Gente que emagreceu por medo ao ver os noticiários falando sobre a obesidade como grupo de risco e uma maior mortalidade de obesos nas UTIs.
- Gente que passou a se exercitar mais, por ter mais tempo.
- Gente que passou a comer melhor, pois teve que preparar as próprias refeições e passou a ter mais tempo disponível para cuidar de si.
- Gente que passou a comer pior, por pedir apenas delivery de comida
- Gente que por conta do estresse e medo, paralisou-se e abandonou dieta e prática de exercícios.
- Gente que ganhou peso por aumento da ansiedade, combinado ao fato de ficar mais sedentário, confinar-se, quarentenado.
- Gente que teve COVID, ficou muito sintomático, teve medo e isso foi um start para um processo de mudança.
- Gente que teve COVID e por ter bons hábitos de vida, praticar atividade física, passou praticamente ileso pela doença.
- Gente que se contaminou, foi parar na UTI, foi intubado e no pós-UTI começou a ganhar peso.
- Gente que teve COVID, foi para a UTI, foi intubado, perdeu muito peso (principalmente massa magra) e agora luta para recuperar o que foi perdido.
- Gente que não foi para a UTI, mas teve COVID e após a COVID ganhou muito peso, por forte componente ansioso.
- Psicoterapia semanal/quinzenal
- Consulta com nutricionista quinzenal/mensal
- Prática de atividade física com personal de 3 a 5 vezes por semana
- Não terá que se locomover até uma academia, poupando tempo, dinheiro e exposição ao novo coronavirus.
- É o mais ideal para aqueles que tem a vida turbulenta, cheia de afazeres e conhecem bem a desculpa: "Não tenho tempo para treinar'.
- Gastará menos, já que os profissionais cobram um preço menor e você não precisa pagar academia. O valor da hora aula de um personal on-line é menor também pois ele não tem os custos da locomoção.
- O seu treino será supervisionado via vídeo-chamada e com isso as chances de você realizar algum movimento errado é menor.
- Você estará na comodidade do seu lar.
- Independente de onde você esteja, não terá desculpa para não treinar.
- O treino será montado de forma personalizada para você.
- Muitos pacientes acima do peso se sentem incomodados em academias, por se tratar de um ambiente inóspito ao corpo gordo. Sendo assim, ele tende a abandonar o lugar que o gera sensações ruins (e ele está certo).
- Treinando em casa, on-line, as chances do indivíduo "dar bolo" no personal é reduzido. Ou seja, mais ação e menos desculpas.
- Por ser mais barato, mais prático e demandar menos tempo, é nítida a motivação dos pacientes. Muitos afirmam que inclusive mesmo após a pandemia não voltarão para academia. Eu sou um deles. Não troco o meu personal por nada.
Prof. Marcio Souza - Personal Trainer e Especialista em Educação física escolar
quarta-feira, 28 de abril de 2021
“A longo prazo, os danos neurológicos causados pela covid-19 serão os mais preocupantes”
Vale a pena ler a reportagem: https://brasil.elpais.com/ciencia/2021-04-26/a-longo-prazo-os-danos-neurologicos-causados-pela-covid-19-serao-os-mais-preocupantes.html
domingo, 25 de abril de 2021
A decadência da medicina
Ouço diariamente nos grupos médicos que faço parte, sobre a decadência da medicina e tenho que concordar, a medicina segue um caminho de decadência.
De quem seria a culpa? Dos próprios médicos ?
Acredito que a decadência começa, quando o médico deixa de enxergar a real função da arte de ser médico. A grosso modo, o objetivo principal da medicina é solucionar o "problema" do paciente. Mas parece que uma parcela dos médicos compreendem que o objetivo seja: enriquecer, ganhar dinheiro. Não que ganhar dinheiro seja errado, pelo contrário, todo mundo deve receber uma remuneração justa pelo trabalho que desempenha. Porém, quando o lucro se sobrepõem à real missão do médico, as coisas começam a desandar.
Desandam e é isso que vemos na atualidade. Médicos se expondo (de forma indecorosa muitas vezes) em redes sociais com objetivo de angariar pacientes, ou clientes como queiram chamar.
Pra mim, a medicina é uma profissão, uma arte e jamais o lucro deve-se sobrepor à real missão do médico que é sanar o que incomoda o paciente. Aprendi isso com o melhor médico que já conheci (meu pai, um reumatologista muito humano, ético e competente). Por isso sempre friso que acho importante o médico dar a sua contribuição social. Há quem discorde, mas acho que estamos aqui para auxiliar e não somente para lucrar.
Sofreria muito se eu não pudesse auxiliar quem não pode pagar minha consulta no consultório particular. Por isso atendo no ambulatório de Nutrologia no SUS. Pretendo continuar assim até o fim da minha vida. É isso que me motiva, é isso que me move, é isso que me faz feliz e é isso que me faz deitar com consciência tranquila de que estou cumprindo meu dever como ser humano que pratica a arte da medicina.
Talvez precisamos adentrar ainda mais o fundo do poço, para que uma boa parcela dos médicos enxerguem a sua real missão. Para os reais médicos nunca haverá decadência, pois existe consciência.
quinta-feira, 22 de abril de 2021
Dormir menos de 6h/noite na meia-idade eleva em 30% o risco de demência
Chamando todos aqueles que estão privados de sono: Interrompemos seus bocejos com um anúncio importante.
Se você está tentando dormir cerca de seis horas ou menos por noite durante a semana de trabalho, está preparando seu cérebro para falhas futuras, de acordo com um novo estudo publicado terça-feira na revista Nature Communications.
Depois de acompanhar quase 8.000 pessoas por 25 anos, o estudo encontrou um risco maior de demência com uma "duração do sono de seis horas ou menos aos 50 e 60 anos" em comparação com aqueles que dormiam sete horas por noite.
Além disso, a curta duração do sono persistente entre as idades de 50, 60 e 70 também foi associada a um "risco aumentado de demência em 30%", independente de "fatores sociodemográficos, comportamentais, cardiometabólicos e de saúde mental", incluindo depressão, disse o estudo.
“O sono é importante para o funcionamento normal do cérebro e também é considerado importante para limpar proteínas tóxicas que se acumulam nas demências do cérebro", disse Tara Spires-Jones, que é vice-diretora do Centro de Ciências do Cérebro de Descoberta da Universidade de Edimburgo, na Escócia, em comunicado. Spires-Jones não participou do estudo.
"Qual é a mensagem para todos nós? As evidências de distúrbios do sono podem ocorrer muito antes do início de outras evidências clínicas de demência", disse Tom Dening, que dirige o Centro de Demência do Instituto de Saúde Mental da Universidade de Nottingham em Reino Unido, em comunicado.
“No entanto, este estudo não pode estabelecer causa e efeito", disse Denning, que não esteve envolvido no estudo. "Talvez seja simplesmente um sinal muito precoce da demência que está por vir, mas também é bastante provável que o sono insatisfatório não seja bom para o cérebro e o deixe vulnerável a doenças neurodegenerativas como a doença de Alzheimer."
Ovo ou a galinha?
É bem sabido que as pessoas com Alzheimer sofrem de problemas de sono. Na verdade, insônia, perambulação noturna e sonolência diurna são comuns em pessoas com Alzheimer, bem como outros distúrbios cognitivos, como demência do corpo de Lewy e demência do lobo frontal.
Mas o sono insatisfatório leva à demência - e o que vem primeiro? Essa questão do "ovo e da galinha" foi explorada em estudos anteriores, com pesquisas apontando para os dois lados, de acordo com o neurocientista Jeffrey Iliff, professor de psiquiatria e ciências comportamentais da Escola de Medicina da Universidade de Washington.
“Em estudos experimentais, parece haver evidências de ovo e galinha", Iliff disse à CNN em uma entrevista anterior. "Você pode dirigir em qualquer direção."
Alguns estudos recentes, no entanto, exploraram os danos que a privação de sono pode causar.
Pessoas que têm menos REM, ou sono em fase de sonho, podem estar em maior risco de desenvolver demência, descobriu um estudo de 2017. REM é o quinto estágio do sono, quando os olhos se movem, o corpo se aquece, a respiração e o pulso se aceleram e a mente sonha.
Adultos saudáveis de meia-idade que dormiram mal por apenas uma noite produziram uma abundância de placas de beta amiloide - uma das marcas da doença de Alzheimer, revelou outro estudo publicado em 2017. A beta amilóide é um composto de proteína pegajosa que interrompe a comunicação entre as células cerebrais, eventualmente matando as células à medida que se acumula no cérebro.
Uma semana de sono interrompido aumentou a quantidade de tau, outra proteína responsável pelos emaranhados associados ao Alzheimer, demência do lobo frontal e doença do corpo de Lewy, descobriu o estudo.
Ainda outro estudo de 2017 comparou marcadores de demência no fluido espinhal com problemas de sono auto-relatados, e descobriu que indivíduos que tinham problemas de sono eram mais propensos a mostrar evidências de patologia de tau, dano às células cerebrais e inflamação, mesmo quando outros fatores como depressão, massa corporal, doenças cardiovasculares e medicamentos para dormir foram levados em consideração.
“Nossas descobertas se alinham com a ideia de que dormir pior pode contribuir para o acúmulo de proteínas relacionadas ao Alzheimer no cérebro", disse Barbara Bendlin, do Wisconsin Alzheimer's Disease Research Center, à CNN em uma entrevista anterior sobre o estudo de 2017.
"O fato de podermos encontrar esses efeitos em pessoas cognitivamente saudáveis e próximas da meia-idade sugere que essas relações aparecem cedo, talvez oferecendo uma janela de oportunidade para intervenção", disse Bendlin.
Como o novo estudo acompanhou uma grande população por um longo período de tempo, ele adiciona "novas informações ao quadro emergente" sobre a ligação entre a privação de sono e a demência, disse Elizabeth Coulthard, professora associada em neurologia da demência na Universidade de Bristol em Reino Unido, em comunicado.
“sso significa que pelo menos algumas das pessoas que desenvolveram demência provavelmente ainda não a tinham no início do estudo, quando seu sono foi avaliado pela primeira vez", disse Coulthard, que não estava envolvido no estudo.
"Isso reforça a evidência de que o sono ruim na meia-idade pode causar ou piorar a demência na vida adulta", disse ela.
Neste momento, a ciência não tem um "caminho infalível para prevenir a demência", mas as pessoas podem mudar certos comportamentos para reduzir seu risco, disse Sara Imarisio, que dirige iniciativas estratégicas na Pesquisa de Alzheimer no Reino Unido, em um comunicado. Imarísio não participou do estudo.
"A melhor evidência sugere que não fumar, apenas beber com moderação, permanecer mentalmente e fisicamente ativo, seguir uma dieta balanceada e manter os níveis de colesterol e pressão arterial sob controle podem ajudar a manter nossos cérebros saudáveis à medida que envelhecemos."
Fonte: https://edition.cnn.com/2021/04/20/health/sleep-dementia-risk-study-wellness/index.html
terça-feira, 20 de abril de 2021
"Estou Tentando" e a falta de objetividade- Por Dr. Bruno Halpern
segunda-feira, 12 de abril de 2021
Vantagens de se estar acima do peso - alegadas pelos pacientes
- Comer o que se gosta. Não ter limites quanto à qualidade (tipo) da comida. Gostam de comer algo mais palatável ou se é algo com sabor mais comum e que não estimula tanto as papilas gustativas e a produção de dopamina).
- Comer o quanto se quer, na hora que quer, como quer. Não ter limites quanto à quantidade da comida.
- Não precisar sofrer com limites (dieta é uma restrição, é uma limitação e por isso quanto mais restritiva, maiores as chances do paciente abandonar o tratamento).
- Conhecer novos estabelecimentos de comida. Comer novidades. Há pacientes afoitos por novidades, a novidade leva a uma maior produção de dopamina. No fim, garimpar novos lugares pode se tornar um hobby e fonte de prazer.
- Não precisar "sofrer" em academia/estúdios, sentindo dor muscular, cansando, abdicando de uma hora do dia. Por mais que na prática percebamos que a dor dá lugar a um prazer (talvez por reação bioquímica no cérebro), a idéia que os pacientes sedentários possuem é: malhar dói !
- Evitar relacionamentos amorosos e com isso evitar sofrimentos de uma vida a dois. É inegável que portadores de obesidade podem ter uma maior dificuldade para acharem parceiros (as). Com isso evitam sofrer em relacionamentos.
- A comida é um anestésico diante dos sofrimentos cotidianos, diante de situações que incomodam ou causam dor emocional. Mesmo o efeito anestésico sendo de curta duração e o prazer proporcionado por ela também. A comida pode ser uma válvula de escape.
- Sendo portador de obesidade, o paciente não precisa ficar se preocupando com a saúde. Ou seja, ele se esquiva de procurar auxílio ao médico anualmente, para realizar exames que podem escancarar uma verdade difícil de ser vista. Isso também é uma vantagem, mesmo sabendo que lá no fundo isso é mentira, que todos nós temos medo de adoecer. Muitas vezes uma negação da realidade na qual o paciente está inserido.
- Viver em sociedade é prazeroso mas pode ser doloroso. Relações interpessoais podem ser fonte de angústia, raiva, aflição. Quando você se torna obeso, você pode voluntariamente evitar eventos sociais em que terá que relacionar com pessoas que você não tem afinidade. Ou seja, o isolar-se socialmente e com isso reduzir atritos também pode ser uma das vantagens da obesidade.
- Mas para outros, viver em sociedade é prazeroso e a comida é um dos meios de agrupar pessoas queridas. Ou seja, se uns tiram vantagem ao evitar o contato, outros veem isso como uma forma de socializar. Socializar, confraternizar, comemorar, "resenhar" geralmente envolve comes e bebes.
- Fuga da auto-responsabilidade e de autocuidados. Ter consciência de que está acima do peso e assumir a responsabilidade de parte disso é um ato que demonstra maturidade emocional e até mesmo intelectual. Quando o portador de obesidade se nega a assumir isso, ele traz à tona um lado rebelde, infanto-juvenil, no qual ele se exime de se responsabilizar por parte do problema. Menos peso no ombro, mesmo que isso custe mais peso no corpo.
- Ser portador de obesidade, faz com que algumas pessoas se vejam na obrigação de ser legal com as pessoas, boazinhas, engraçadas, inteligentes e mais competente que as demais. Um fato de compensação pois se acha inferior por estar acima do peso. Ser uma pessoa mais legal e querida pela maioria (mesmo que essa maioria seja veladamente preconceituosa) pode ser uma vantagens para alguns.
terça-feira, 6 de abril de 2021
Doutor, eu faço tudo direitinho e não emagreço. Por que ?
Engordou sem motivo aparente? Não consegue emagrecer mesmo fazendo atividade física e dieta? Veja 5 motivos que podem estar provocando o aumento de peso
- As medicações psiquiátricas são as que mais possuem potencial para favorecer o ganho de peso. Na tabela acima listei quais são as que favorecem ganho de peso, as que são "relativamente" neutras e as que promovem a perda de peso. Créditos para o meu primo e Psiquiatra e professor de Nutrologia (Hewdy Lobo) que me passou a tabela.
- Anticoncepcionais, Corticoides, Anti-histamínicos, Insulina, Sulfoniluréias, Tiazolidinedionas, Beta-bloqueadores também pode favorecer o ganho de peso.
- Duloxetina: Velija, Cymbi, Dual, Abretia.
- Paroxetina: Parox, Paroxiliv, Paxil CR, Paxtrat, Pondera, Pondix, Roxetin, Sertero, Zyparox.
- Escitalopram: Lexapro, Espran, Exodus, Reconter.
- Amitriptilina: Tryptanol, Amytril, Neo Amitriptilina ou Neurotrypt.
- Clomipramina: Clo, Fenatil e Clomipran.
- Imipramina: Tofranil, Tofranil Pamoato, Depramina, Mepramin, Praminan, Uni Imiprax.
- Nortriptilina: Pamelor.
- Carbonato de Lítio: Carlit XR, Carbolim, Carbolitium, Carlit.
- Valproato ou ácido valpróico: Depakene, Depakine, Depakote, Divalproex, Epilim, Valparin, Valpakine,Torval CR, Epilenil.
- Carbamazepina: Tegretol.
- Gabapentina: Neurotin.
- Quetiapina: Neuroquel, Queropax, Quetiel, Quetifren, Quetibux, Neotiapim, Atip, Aebol, Queopine.
- Olanzapina: Axonium, Midax, Zyprexa, Zydis, Zap, Zalasta, Zolafren, Olzapin, Rexapin.
- Risperidona:Zargus, Respidon, Viverdal.
- Pregabalina: Lyrica, Prebictal, Dorene, Proleptol, Preneurim
- Prednisona: Metcorten, Predsin.
- Contraceptivos (Anticoncepcionais): na maioria das vezes é apenas uma leve retenção de líquido, mas algumas pacientes relatam ganho de peso com os injetáveis como o Depo-provera.
- Insulinas
- Sulfoniuluréias: Clorpropamida, Glibenclamida, Glipizida, Gliclazida, Gliclazida MR, Glimepirida.
- Tiazolidinedionas: Pioglitazona: Actos, Aglitil, Gliactis, Glicopio, Glitasolin, Pioglit, Pioglizon, Piotaz, Stanglit.
- Beta-bloqueadores: Propranolol (Inderal, Rebaten), Atenolol (Atenol, Angipress, Ablok, Atenopress), Nadolol, Metoprolol (Selozok, Seloken, Lopressor), Bisoprolol (Concardio, Concor) teoricamente diminuem a conversão periférica do T4 (hormônio tireoideano com menor atividade) em T3 (hormônio tireoideano mais ativo) e com isso estudos mostram um maior ganho de peso. Além disso agem "segurando" a frequência cardíaca e assim o indivíduo não consegue elevar a frequência cardíaca durante uma atividade física mais intensa. E também agem bloqueando um receptor chamado Beta 3 adrenérgico, responsável pela quebra da gordura. Entretanto o impacto no peso, dependerá da seletividade do fármaco. Alguns são mais seletivos para atuar no coração, outros como o propranolol agem de forma mais sistêmica e com isso tem-se mais efeitos indesejáveis.
quinta-feira, 18 de março de 2021
A COVID-19 talvez não seja a pior pandemia, há outras doenças novas ou antigas que podem se alastrar pelo planeta
- Conhecimento da ecologia dos micro-organismos (pesquisa básica)
- Identificação rápida de agentes patogênicos
- Vigilâncias (genômica, de saúde pública, entomológica e epidemiológica)
- Desenvolvimento de vacinas e medicamentos
- Água e esgoto tratados
- Segurança dos alimentos
- Programas de controle animal
- Controle de mosquitos e ratos
sexta-feira, 5 de março de 2021
Força de vontade não é tratamento para obesidade
É muito comum pessoas com obesidade serem aconselhadas a perder peso “só com a força de vontade”. E aqui, lembrando que o obesidade é uma doença crônica que requer tratamento, ressalto q “força de vontade” não entra no rol dos tratamentos possíveis. Vamos lá.
"Força de vontade” a princípio seria algo realizado contra seu desejo, com um objetivo maior. Assim, eu vou numa festa cheia de doces q adoro e resisto firmemente ou tenho fome à noite e vou dormir mais cedo para ver se ela passa. Isso até pode funcionar por períodos curtos de tempo, mas é impossível que funcione cronicamente, além de impactar negativamente em qualidade de vida, pois é algo feito de forma contrário aos seus desejos.
Ok, isso é diferente de motivação (há confusão entre esses conceitos), que pode funcionar melhor, em que a razão pela qual quero aquele objetivo (emagrecer) passa a ser maior que os obstáculos e consigo seguir, não à revelia, mas pois tenho percepção de benefícios. Acontece que a #motivação também tende a reduzir em algum momento, ou os obstáculos se tornam muito grandes (no caso da obesidade, muitos desses obstáculos são fisiológicos, como o próprio aumento de fome e desejo de comer). Então, você também não tratará uma doença crônica só com motivação, pois ela não é infinita, embora uma estratégia comportamental seja sim sempre buscar novos objetivos quando a motivação diminui.
É por isso que devemos buscar estratégias de longo prazo que possam ser aprendidas e usadas e não dependam de “força de vontade” e que hábitos criados possam fazer com que, com ou sem motivação, você consiga manter uma certa estabilidade. Isso significa tornar alguns hábitos automáticos, como fazer exercício físico, se pesar com frequência, ter o mínimo de alimentos para se comer com a mão em casa, evitar calorias líquidas (sucos ou refrigerantes normais), etc. E também entender que, sendo obesidade uma doença crônica, não há nada de errado em ter acompanhamento crônico, usar medicação para controle da fome (se indicado) ou considerar cirurgia (em casos de IMCs mais altos).
Achar que “força de vontade” basta é não entender nada nem de fisiologia da #obesidade nem mesmo de comportamento
Autor: Dr. Bruno Halpern - Médico Endocrinologista
quinta-feira, 4 de março de 2021
Dia Mundial da Luta contra a Obesidade - 4 de Março
Hoje em todo o mundo comemoramos o Dia Mundial da Luta contra a obesidade.
Eu poderia ficar aqui discorrendo sobre aspectos epidemiológicos, opções terapêuticas e complicações que a Obesidade pode trazer para o individuo, mas esse ano será diferente. Abordarei o preconceito que o indivíduo portador de obesidade ou com sobrepeso sofre.
Já pararam para pensar, qual outra doença, o portador dela é culpado por tê-la ?
Com a obesidade isso ocorre e se pararmos para pensar, de forma científica e humanística isso é uma crueldade, para não falar desumanidade.
O indivíduo portador de um corpo obeso vive menos? Talvez.
Adoece mais? Sim!
É mais propenso a transtornos psiquiátricos? Sim!
É discriminado no âmbito familiar, trabalho, círculo social? Sim !
É julgado como preguiçoso? Sim !
É julgado como portador de desvio de caráter e sem força de vontade? Sim !
E a realidade é que a Obesidade é uma doença: Repitam comigo:
- MULTIFATORIAL
- CRÔNICA
- RECIDIVANTE
- SEM CURA
Ao longo de 14 anos tratando indivíduos portadores de Obesidade (e não foram poucos, ao todo na minha estimativa, mais de 6 mil) percebi que:
Menos de 10% consegue perder peso e manter essa perda por toda a vida.
A grande maioria dos indivíduos com obesidade terão uma curva de peso ascendente.
A grande maioria se submeterá aos tratamentos mirabolantes e no final se culpará e se sentirá fracassado.
A grande maioria não receberá acolhimento por parte dos profissionais da área da saúde, em especial Nutricionistas, Endocrinologistas e Nutrólogos. Sim, a gordofobia é altamente prevalente entre essas 3 classes. É vergonhoso? Sim, muito! Mas verdade seja dita.
- Falta empatia.
- Falta acolhimento.
- Falta ciência.
- Falta resiliência.
- Falta aceitação e autoaceitação.
- Falta humanização.
- Falta interdisciplinaridade.
- Falta valorização de aspectos psicológicos.
- Falta consideração de aspectos psicossociais.
- Falta política de saúde pública.
- Falta educação nutricional na infância.
- Falta muita coisa e sobra preconceito, ignorância, desprezo.
Autor: Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 | RQE 11915