domingo, 18 de setembro de 2022
Pastéis de carne (Airfryer)
Existe dieta anti-inflamatória ?
- Marinha: que defende mares e rios
- Exército: que defende a parte terrestre
- Aeronáutica: que defende o nosso espaço aéreo.
- Fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa),
- Interleucina-6 (IL-6,)
- Proteína-C reativa (PCR),
- Interleucina 1-beta (IL-1-b),
- Fator nuclear kappa B (NF-κB),
- Ferritina,
- Velocidade de hemossedimentação (VHS),
- Mucoproteínas,
- Fibrinogênio,
- inibidor do ativador do plasminogênio tipo 1 (PAI-1)
- Interleucina 8 (IL-8)
- Quais substâncias estão aumentadas? Dá para quantificar isso em exames laboratoriais?
- Qual a intensidade desse aumento? É uma inflamação significativa ou uma inflamação crônica de baixo grau?
- O que pode ser o agente agressor que está levando ao aumento destes marcadores?
- O agente agressor é algum alimento (no caso de alergias ou intolerâncias alimentares) ou é alguma disfunção no corpo (exemplo diabetes, obesidade, artrose, doença ateromatosa)?
- Dá para confiar que esse aumento é decorrente dos fatores identificados ou há outros interferentes?
- Todos esses marcadores tem o mesmo peso ou alguns são mais importantes?
- Qual o custo dessas dosagens? O Custo x benefício da dosagem? Quantificar o grau da inflamação mudará o desfecho?
- Terei o mesmo benefício em todas as doenças ao diminuir esses marcadores, ou algumas doenças se diminuo 10% de uma PCR será a mesma coisa que diminuir 10% de TNF-alfa em outra doença?
- A diminuição desses marcadores inflamatórios, citocinas e células inflamatórias vão realmente significar que o paciente melhorou a saúde?
- Nosso metabolismo se reduz a substâncias inflamatórias e anti-inflamatórias?
- Qual impacto da mudança no estilo de vida sobre os marcadores inflamatórios? Quem garante que a diminuição do marcador foi oriunda do uso de um composto bioativo e não da mudança do estilo de vida?
- Estamos olhando a dosagem de substâncias no plasma, mas a inflamação pode estar acontecendo dentro da célula. Como quantificar isso?
- Se for comprovado que um composto bioativo reduz um marcador inflamatório em ensaios clínicos, qual a dose a ser utilizada?
- E se quisermos utilizarmos alimentos in natura ao invés de suplementos sintéticos, qual a equivalência?
- Existirá superioridade de um alimento in natura (rico em um composto com "potencial anti-inflamatório" quando comparado à versão sintética (suplemento)?
- Não existe uma dieta anti-inflamatória bem estabelecida AINDA, pois, não há consenso científico sobre quais alimentos são realmente anti-inflamatórios e em quais marcadores inflamatórios eles agirão. A maioria dos estudos são in vitro. Obviamente temos trabalhos em humanos, como por exemplo as ações da curcumina e de outros polifenóis. Isso não quer dizer que uma alimentação rica em compostos bioativos com potencial anti-inflamatório não tenha aplicabilidade. O que quero deixar claro é que à luz da ciência atual, AINDA não se pode denominar uma dieta de anti-inflamatória. Motivo? Não existe consenso na literatura. Hoje a nutrição e a nutrologia consegue definir uma dieta low carb, uma dieta cetogênica, uma dieta high carb, dieta mediterrânea, dieta DASH, dieta low fodmap. E para a dieta anti-inflamatória? Qual o conceito? Dieta mediterrânea tem potencial antiinflamatório, dieta nórdica também, dieta de Okinawa também apresenta esse potencial. São dietas diferentes na sua composição, porém parecidas quando se trata do que não consumir. Ou seja, alimentos ricos em gordura saturada,carboidrato refinado, baixa ingestão de fibras.
- Há quem argumente que é uma "dieta composta por alimentos saudáveis". Mas o que são alimentos saudáveis? Quais são eles? Qual a quantidade deles? Toda dieta nutricionalmente equilibrada obrigatoriamente deveria ter esse tipo de alimento. Outros dirão que é uma dieta constituída por "alimentos que desinflamam". Desinflamam o que? Reduz quais marcadores? Por ação de quais compostos bioativos? Qual a quantidade mínima esses compostos para "desinflamar". Como quantificar que esse "desinflamar" veio da dieta e não da mudança de estilo de vida? Já outros falarão que é uma "dieta rica em curcumina, ômega 3 e outros compostos fenólicos". Mais uma vez, quanto de cada? Qual o desfecho disso? Terei menos risco ou melhor prognóstico com o acréscimo dessas substâncias?
- É importante pensar na importância de cada um desses marcadores, quais alimentos tem ação direta sobre eles e como eles se inter-relacionam com diversas doenças. Ou seja, é importante desvendarmos a fisiopatologia das doenças.
- As evidências de que incluir própolis, curcumina na dieta são baixíssimas. Há situações (ensaios clínicos) que mostram por exemplo melhora da dor em pacientes com artrose e que utilizam curcumina por um um período curto. Dá para utilizar? Sim, mas o efeito se perde. Então ortopedistas e reumatologistas trocam (rotacionam) por outras substâncias como colágeno UC-II, Harpagophytum procumbens entre outros. Já o própolis há poucos trabalhos na literatura mostrando capacidade de atuar como antiinflamatório. O Melhor trabalho que vi nos últimos tempos foi um publicado por nefrologistas mostrando a redução da albuminúria em pacientes diabéticos com doença renal. Qual a necessidade de acrescentar algo com potencial irritante gástrico na dieta de um paciente, logo no café da manhã? Tem evidência? Não vejo na literatura. Ou seja, não sabemos a repercussão disso nos desfechos. Suplementar esses dois compostos bioativos seria a solução? Há trabalhos favoráveis e outros não.
- Na maioria das vezes uma dieta não é um antídoto para uma inflamação. Exceto em situação em que o agende agressor é um alimento (ex. doença celíaca, alergias específicas, intolerância histaminérgica, dieta low fodmap). Para redução dessa inflamação existe todo um arsenal terapêutico e que não necessariamente engloba somente a alimentação.
- Estudem antes de tudo a fisiopatologia das doenças e lembre que não é porque in vitro um fitoquímico reduziu algum marcador inflamatório, que nos ensaios clínicos isso ocorrerá.
- Estudem imunologia antes de saírem por aí propagando mentiras.
- Estudem os nutrientes: macro, micro, fibras e alimentos funcionais. Pode ser que no futuro surjam mais evidências das ações "medicamentosas ou anti-inflamatórias" de uma série de substâncias e precisamos estar antenados com isso. Como por exemplo, a excreção urinária de polifenóis tem despertado interesse como um biomarcador da ingestão de uma dieta com potencial ação anti-inflamatória. Estudos mostram que fatores de risco como tabagismo, consumo excessivo de álcool, estilo de vida sedentário e uma dieta não saudável podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares e processos inflamatórios. No entanto, adotar uma alimentação saudável, rica em polifenóis encontrados em alimentos à base de plantas, pode contribuir para a prevenção dessas doenças. Nesse contexto, o Índice Inflamatório da Dieta (IID) foi proposto como uma forma de avaliar o potencial inflamatório da alimentação, classificando alimentos e nutrientes como pró ou anti-inflamatórios.
- Avaliação dietética: QFA semiquantitativo e um questionário sobre adesão à dieta tradicional do Mediterrâneo e ingestão de energia e nutrientes (estimada por tabelas de composição de alimentos espanholas).
- Avaliação do estilo de vida: questionário geral sobre estilo de vida, educação, histórico de doenças e uso de medicamentos e atividade física (avaliada por Questionário de Atividade Física de Lazer do Minnesota).
- Avaliação antropométrica e clínica: peso, altura, IMC, pressão arterial sistólica e diastólica, amostras biológicas de plasma e urina (coletadas no início do estudo após um jejum de 12 horas), glicose no sangue, colesterol total, triglicerídeos e colesterol HDL.
- Avaliação da excreção total de polifenóis: amostras de urina espontânea. A excreção total de polifenóis foi determinada utilizando o método de Folin-Ciocalteu com uma extração em fase sólida, removendo interferências urinárias (a PTE é expressa em mg de equivalente de ácido gálico – EAG – por grama de creatinina).
- pró-inflamatório (+1), anti-inflamatório (1) ou nulo (0) nos biomarcadores.
- Circunferência da cintura aumentada: Homens = >102cm | Mulheres = >88cm.
- Concentrações elevadas de triglicerídeos: >150mg/dL | Tratamento medicamentoso para triglicerídeos elevados.
- Baixo colesterol HDL: Homens = <40mg/dL | Mulheres = <50mg/dL.
- Pressão arterial alta: Sistólica = >130mmHg | Diastólica = >85mmHg | Tratamento medicamentoso anti-hipertensivo.
- Concentrações elevadas de glicose em jejum: >100mg/dL | Tratamento medicamentoso para glicose elevada.
- Mulheres: aumento no potencial inflamatório da dieta inversamente associado às mudanças na PTE urinária; dietas mais inflamatórias apresentaram uma PTE menor em comparação com as menos inflamatórias, e a relação foi linear.
- Homens: nenhuma relação significativa observada entre os grupos de mudança no escore IID e as mudanças na PTE urinária quando comparados os níveis de inflamação nas dietas.
- Dieta DASH
- Dieta Mediterrânea
- Dieta Nórdica
- Dieta de Okinawa
Cozinha, o coração da casa.
Quem é Carol Morais?
É minha ex-sócia, amiga, confidente. Alguém que por 2 anos confiei os meus pacientes. Nos conhecemos via twitter em 2009 e rapidamente dividimos o mesmo consultório. Eu fazia a parte médica (nutrológica) e ela a parte nutricional.
O que me espantava (e aos pacientes também) era a sagacidade e poder de transformar processos dolorosos em experiências saborosas. Não a toa, ganhou a fama de melhor nutricionista de Goiânia na época. Um misto de conhecimento nutricional atrelado à capacidade de ensinar um paciente a se permitir degustar novos sabores. Esse era o seu grande diferencial.
Na mão da Carol, um café da manhã se tornava uma experiência gastronômica. Descoberta de alimentos, sabores, aromas, texturas. Pronto, um processo de reeducação alimentar deixava de ser monótono para se transformar em uma rotina de autocuidado, auto-amor. Então hoje, apesar da relutância inicial, vejo que a troca do jaleco pelo avental fez muito sentido no cumprimento de um propósito. Por isso, indico de olhos fechados o curso.
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- Não consegue ter uma rotina
- Quer uma alimentação mais saudável
- Tem dificuldade de criar cardápios
- Tá cansada de comer sempre o mesmo
- Juntas da Cozinha é um treinamento sobre os princípios básicos da cozinha. Foi desenvolvido para você que deseja estruturar uma rotina de alimentação saudável adaptada ao seu estilo de vida de forma leve e eficiente.
- No curso você vai desenvolver as habilidades necessárias para você economizar tempo, economizar dinheiro e comer gostoso de forma saudável todos os dias.
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- MÃO NA MASSA: RECEITAS E DICAS: Huuuuum! Essa é a hora mais gostosa. Vou dividir com você algumas das minhas receitas favoritas e te dar dicas valiosas na hora de mexer as panelas.
sábado, 17 de setembro de 2022
Sorbet refrescante
O que não é especialidade médica de acordo com o Conselho Federal de Medicina
quinta-feira, 15 de setembro de 2022
Pele in forma - Ciência na prática
https://peleinforma.com.br/
Medicina esportiva e prática dermatológica: efeitos dos suplementos na pele
Para quem é o evento?
- Para dermatologistas que não sabem tão bem como lidar com a procedência do uso de suplementos esportivos por parte do paciente – e desejam aprimorar seus diagnósticos;
- Para nutrólogos ou médicos do esporte que querem dominar essa área tão pouco discutida entre os profissionais do meio, tornando-se atuantes diferenciados e mais completos.
15 de Setembro - Dia do Nutrólogo
terça-feira, 13 de setembro de 2022
O que é o movimento Nutrologia Brasil ?
- Luta árdua e intensa pela moralização da especialidade, pois, infelizmente nos deparamos com o preconceito que os demais médicos possuem com relação à Nutrologia;
- Esclarecimento sobre práticas não reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela ABRAN, práticas estas que muitos médicos utilizam e induzem os pacientes a acreditarem que fazem parte da Nutrologia;
- Divulgação da especialidade para profissionais da área da saúde e para leigos, com a finalidade de esclarecer o que é a real Nutrologia ensinada pela ABRAN;
- Educação continuada através de aulas online, ministradas pelos próprios membros do movimento, a fim de trocar experiência clínica;
- Necessidade de levar aos acadêmicos de Medicina a verdadeira Nutrologia, visto que a maioria das faculdades ainda não possuem o ensino da Nutrologia na grade;
- Auxílio mútuo entre os membros, com o objetivo de fortalecer a especialidade;
- Suporte às ligas acadêmicas de Nutrologia de todo o território Nacional.
- Grupo Nutrologia Brasil (WhatsApp)
- Grupo Nutrologia Brasil acad (WhatsApp)
- Grupo NUTRO PDFs (Telegram), para compartilhamento de artigos
- Curso de Nutrologia para acadêmicos de Medicina - Online e com duração de 2 anos. 100% gratuito
- Instagram: @nutrologiabrasil e @cursodenutrologia
- Site: Movimento Nutrologia Brasil, no qual fazemos divulgação de eventos da área e listamos profissionais titulados que atuam em todo o território nacional.
sexta-feira, 9 de setembro de 2022
Selênio: o que é, onde encontrar, quais suas funções
- NUTRITOTAL PRO: voltado para profissionais da área da saúde, em especial Médicos e Nutricionistas: https://nutritotal.com.br/pro/
- NUTRITOTAL PARA TODOS: focado no público leigo: https://nutritotal.com.br/publico-geral/
- Selenometionina: advindas de vegetais e cereais. Apresenta uma alta taxa de absorção, pois pode ser incorporado no lugar da metionina em tecidos como músculo, eritrócitos e albumina plasmática.
- Selenocisteína: oriunda de carnes bovina, de ave e de peixe. Essa forma está presente nas selenoproteínas, responsáveis por exercer as principais funções biológicas relacionadas a este micronutriente.
- Seleniometilselenocisteína: forma presente em vegetais cultivados em solos enriquecidos com selênio, com participação no pool para a síntese de selenoproteínas.
- Selenito: tende a ser preferida na suplementação direta aos animais. Sua absorção não ultrapassa 60%, mas pode aumentar na presença de glutationa reduzida (GSH).
- Selenato: é a opção usual para ser adicionada aos fertilizantes. É absorvida de forma eficiente (90%) por um processo de difusão passiva.
- Participar do metabolismo da tireoide;
- Atuar como antioxidante;
- Manutenção do sistema imunológico;
- Função neurológica;
- Promover a fertilidade masculina.
- Proteção do estresse oxidativo no epitélio intestinal;
- Manutenção da homeostase da mucosa;
- Neutralização da ação oxidativa de ácidos graxos nas membranas celulares;
- Redução de hidroperóxidos de colesterol e ésteres de colesterol nas membranas celulares e LDL-colesterol;
- Bloqueio da peroxidação lipídica no metabolismo dos eicosanóides;
- Entre outros.
- Sistema imunológico
- Diversas evidências mostram o papel do selênio na proteção do sistema imune, tal como na modulação da resposta inflamatória. A suplementação com selenito de sódio, por exemplo, foi capaz de reduzir a expressão gênica de TNFα e da enzima COX2 por meio da modulação das vias da MAP quinase e do NFκB.
- Castanha-do-Pará;
- Peixes;
- Ovo;
- Farinha de trigo integral;
- Carne bovina.
- Uso de terapia de nutrição parenteral;
- Problemas gastrointestinais (como a Doença de Crohn e a Síndrome do Intestino Curto);
- Fenilcetonúria;
- Indivíduos com hepatopatias, principalmente em decorrência de alcoolismo, em indivíduos que substituem refeições por bebidas alcoólicas;
- Baixa ingestão proteica;
- Indivíduos de áreas com solo pobre em selênio.
- Hipotensão;
- Estresse respiratório;
- Disfunção gastrointestinal e neurológica;
- Síndrome respiratória aguda;
- Infarto do miocárdio;
- Falência renal.
Dicas para quem passará em uma consulta com Nutrólogo
Dica 1: Saiba se o profissional que você irá consultar é
realmente *Nutrólogo*. Como saber se o
médico em questão é especialista? É bem simples, basta acessar:
https://portal.cfm.org.br/busca-medicos/ e digitar o nome do médico e o estado
onde ele atua. Se ele tem RQE (registro de qualificação de especialista) de
Nutrologia, ele é Nutrólogo. Ou seja, ele só pode divulgar em redes sociais que
é Nutrólogo se tiver o RQE, do contrário configura uma infração ética e
propaganda enganosa.
Nesse texto explico como, na minha opinião, deve ser uma consulta nutrológica: https://nutrologojoinville.com.br/a-nutrologia/a-consulta-nutrologica/
Dica 4: Tratamento nutrológico geralmente é um
acompanhamento por toda a vida, desconfie de tratamentos miraculosos e de
difícil adesão (quantidades excessivas de medicações a serem tomadas, fórmulas
com preços exorbitantes). Eles geralmente não são sustentáveis ao longo
prazo. Ninguém quer ficar dependente de várias medicações por toda a vida.
Dica 5: Desconfie de tratamentos que são proibidos pelo
Conselho Federal de Medicina, tais como terapia antienvelhecimento, modulação
hormonal. Sendo que a própria ABRAN tem em seu site um parecer sobre Modulação
Hormonal: https://abran.org.br/2018/03/04/posicionamento-sobre-a-modulacao-hormonal/
Dica 6: A prática de comercializar medicações/suplementos dentro
do consultório é proibida. Está vetada no código de ética médica no
capítulo VIII e artigo 69: “ Exercer simultaneamente a medicina e a farmácia ou
obter vantagem pelo encaminhamento de procedimentos, pela prescrição e/ou
comercialização de medicamentos, órteses, próteses ou implantes de qualquer
natureza, cuja compra decorra de influência direta em virtude de sua atividade
profissional.”
quinta-feira, 8 de setembro de 2022
Tem diabetes e dificuldade no controle da glicemia ?
sábado, 3 de setembro de 2022
Setembro amarelo - A importância da escuta especializada
Por quase 15 anos relutei adentrar esse tema. Perdi meu pai no dia 10 de setembro de 2003, ironicamente ele suicidou no dia mundial de prevenção do suicídio. Assunto espinhoso e que por muitos anos foi tabu pra mim.
O setembro amarelo começou nos Estados Unidos, quando Mike Emme, de 17 anos, cometeu suicídio, em 1994. Era um jovem muito habilidoso e restaurou um automóvel Mustang 68, pintando-o de amarelo. Por conta disso, ficou conhecido como "Mustang Mike". Seus pais e amigos não perceberam que o jovem tinha sérios problemas psicológicos e não conseguiram evitar sua morte.
No dia do velório, foi feita uma cesta com muitos cartões decorados com fitas amarelas. Dentro deles tinha a mensagem "Se você precisar, peça ajuda.". A iniciativa foi o estopim para um movimento importante de prevenção ao suicídio, pois os cartões chegaram realmente às mãos de pessoas que precisavam de apoio. Em consequência dessa triste história, foi escolhido como símbolo da luta contra o suicídio, o laço amarelo.
Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, organiza, em todo o país a campanha do setembro amarelo. Na qual durante todo o mês procuramos conscientizar as pessoas sobre o suicídio, bem como evitar o seu acontecimento. Falar sobre suicídio é importante.
Ao longo dos anos fui sabendo de várias histórias de médicos que, assim como meu pai suicidaram. Pai e mães de colegas médicos, amigos, profissionais da área da saúde, familiares, professores e alguns pacientes. Baseado nesse histórico, ao longo de quase toda minha vida profissional sempre questionei na consulta sobre ideação suicida. As vezes durante a consulta, as vezes no questionário pós-consulta. E pasmem, é muito prevalente. Uma boa parte das pessoas tiveram alguma vez na vida ideação suicida e isso não quer dizer que elas um dia suicidarão. Porém, atenção deve ser dada!
De acordo com a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde - OMS em 2019, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados, pois com isso, estima-se mais de 1 milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas suicidam por dia no Brasil, o que significa que o suicídio mata mais brasileiros do que doenças como a AIDS e o câncer.
O assunto é envolto em tabus, por isso, a organização da campanha da ABP acredita que falar sobre o tema é uma forma de entender quem passa por situações que levem a ideias suicidas.
Com isso, podemos ajudá-las a partir do momento em que as ideações são identificadas. É por isso que “Falar é a melhor solução” é o slogan da campanha, cujos envolvidos na sua organização acreditam que conscientizando as pessoas poderemos prevenir 9 em cada 10 situações de atos suicidas.
Embora os números estejam diminuindo em todo o mundo, os países da América vão na contramão dessa tendência, com índices que não param de aumentar, segundo a OMS. Sabe-se que praticamente 100% de todos os casos de suicídio estavam relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente. Dessa forma, a maioria dos casos poderia ter sido evitada se esses pacientes tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico e informações de qualidade. Pós-pandemia o cenário é ainda pior.
Falar importa?
Sim, falar importa, ouvir também, mas, quando falamos de ideação suicida devemos ter em mente que o mais adequado é uma escuta especializada. E o que seria isso? É a escuta feita por um profissional que entende do tema e que inclusive conhece técnicas para fazer o paciente falar e essa fala ser terapêutica. Competência técnica e científica.
Cansei de ver nos últimos anos pessoas totalmente despreparadas falando em redes sociais (no mês de setembro) que estavam abertas para conversar com quem estivesse em sofrimento psíquico. "Quem estiver mal me chame no direct para conversar", Isso é irresponsável.
Os profissionais mais habilitados para isso são os psicólogos e psiquiatras. Eles tem estudo/formação na área, formas de manejar, técnicas para lidar com a prevenção do suicídio. Isso não quer dizer que essas pessoas não possam dar suporte, mas se realmente quer ajudar, oriente essa pessoa a ter um suporte especializado. Isso é o correto. O paciente com sofrimento psíquico precisa de escuta especializada. Saber ouvir também é uma arte.
O suicídio é um fenômeno presente ao longo de toda a história da humanidade, em todas as culturas. É um comportamento com determinantes multifatoriais e resultado de uma complexa interação de fatores psicológicos e biológicos, inclusive genéticos, culturais e socioambientais. Sendo assim, deve ser considerado como o desfecho de uma série de fatores que se acumulam na história do paciente, não podendo ser considerado de forma causal e simplista apenas a determinados acontecimentos pontuais da vida do sujeito. É a consequência final de um processo.
Pessoas que já tentaram suicídio tem de 5 a 6 vezes mais chance de tentar o ato novamente. A posvenção inclui as habilidades e estratégias para cuidar de si mesmo ou ajudar outra pessoa a se curar após a experiência de pensamentos suicidas, tentativas ou morte.
Fatores protetores: existem alguns fatores relacionados à vida de uma pessoa, que podem atuar como proteção para o suicídio.
- Ausência de doença mental
- Autoestima elevada
- Bom suporte familiar
- Capacidade de adaptação positiva
- Capacidade de resolução de problemas
- Estar empregado
- Realização de pré-natal
- Laços sociais bem estabelecidos com amigos e familiares
- Relação terapêutica positiva
- Frequência a atividades religiosas
- Ter sentido existencial
- Senso de responsabilidade com a família
- Ter crianças em casa
Fatores de risco: existem alguns fatores que aumentam o risco de suicídio:
- Câncer, HIV, doenças neurológicas, como esclerose múltipla, doença de Parkinson, doença de Huntington e epilepsia; doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico. doença pulmonar obstrutiva crônica, além de doenças reumatológicas, como o lúpus eritematoso sistêmico.
- Aumentar contato com familiares e amigos
- Buscar e seguir tratamento adequado para doença mental
- Envolvimento em atividades religiosas ou espirituais
- iniciar atividades prazerosas ou que tenham significado para a pessoa, como trabalho voluntário e/ou hobbies
- Reduzir ou evitar o uso de álcool e outras drogas