domingo, 16 de julho de 2023

Aspartame: IARC inclui na lista de substâncias potencialmente cancerígenas

A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou o aspartame – um dos adoçantes artificiais mais populares do mundo e amplamente utilizado em medicamentos – como substância “possivelmente cancerígena”.

A OMS informou, no entanto, que a decisão não representa uma recomendação para substituir ou eliminar o edulcorante de seus usos atuais.

"O consumo ocasional de aspartame provavelmente não será associado a riscos à saúde para a maioria dos indivíduos”, disse o Dr. Francesco Branca, diretor do Departamento de Nutrição para Saúde e Desenvolvimento da OMS. "Consumidores ocasionais não devem se preocupar em consumir alguns produtos, sejam bebidas, chicletes ou outros produtos que contenham esse adoçante.”

A mudança na classificação de risco da substância, divulgada oficialmente nesta sexta-feira (14), já havia sido antecipada em uma reportagem da Agência Reuters no fim de junho. O anúncio oficial foi retido para que a divulgação fosse realizada junto com outra avaliação do aspartame, realizada por um segundo painel, o Joint Expert Committee on Food Additives (JECFA), que reúne a OMS e a Organização para Agricultura e Alimentação (FAO).

Em uma revisão independente de estudos, os especialistas do JECFA consideraram que "as evidências de associação entre consumo de aspartame e câncer em humanos não é convincente”. A entidade decidiu, portanto, manter os limites aceitáveis de ingestão diária da substância em 40 mg por quilograma de peso corporal.

Na prática, isso significa, por exemplo, que um adulto de 70 kg precisaria consumir entre 9 e 14 latinhas de refrigerante dietético diariamente para ultrapassar a dose aceitável.

A decisão da IARC em declarar o aspartame como “potencialmente cancerígeno” – a terceira classificação mais elevada, em uma escala com quatro estágios – foi feita por 25 especialistas, tendo como base evidências científicas oriundas da revisão de artigos científicos com trabalhos in vivo e in vitro. Um resumo dos procedimentos e conclusões foi publicado, conjuntamente com o anúncio formal da mudança, no periódico The Lancet Oncology. [1]

Os especialistas consideraram haver “evidências limitadas” do potencial cancerígeno do aspartame em humanos, sobretudo para o carcinoma hepatocelular, um tipo de câncer de fígado. Representantes da IARC, no entanto, reconheceram que volume de dados ainda é pequeno, e pediram mais pesquisas sobre o potencial cancerígeno do aspartame. O anúncio acontece cerca de dois meses depois da publicação das novas diretrizes da OMS sobre o uso de adoçantes artificiais. [2]

Entre agências reguladoras e sociedades médicas do mundo todo, o anúncio da IARC sobre o potencial de carcinogenicidade do aspartame foram recebidos com cautela.

Entidade reguladora de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, a Food and Drugs Administration (FDA), fez críticas públicas pouco habituais à decisão da agência da OMS, e reiterou sua posição sobre a segurança do aspartame. Ao jornal The New York Times, a FDA afirmou que “discorda da conclusão da IARC de que esses estudos apoiam a classificação do aspartame como um possível carcinógeno para humanos”.

A Dra. Melanie Rodacki, vice-presidente do Departamento de Diabetes Mielitus da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), também pediu cautela quanto à nova classificação do aspartame por parte da IARC. “É importante que se saiba que a IARC não é uma agência de segurança alimentar. E ela tem sido muito criticada por fazer as avaliações sem considerar um ponto importante: a quantidade de exposição em um determinado período”, afirmou.

Destacando que as sociedades médicas ainda precisam ter acesso à integra do relatório da IARC para se pronunciarem com a devida propriedade, Dra. Melanie relembrou agência lista como possivelmente associados com o câncer o uso de telefone celular, o trabalho noturno e o consumo de carne vermelha.

“São situações que possivelmente têm a ver com outras atividades humanas. Por exemplo: alguém que trabalha à noite pode ter mais chances de comer mais alimentos ultraprocessados e de não ter hábitos tão saudáveis, de ser mais sedentário. Outras coisas estão envolvidas, não é uma relação causal”, completou.

“Essa é uma grande revisão de dados e temos de ficar atentos a isso. Não podemos ser displicentes e achar que os dados [de segurança do aspartame] não precisam ser revistos, mas também não podemos ser sensacionalistas e gerar pânico na população”, completou.

Higiene do sono

A qualidade do sono é sinônimo de qualidade de vida. Ano após ano surgem cada vez mais estudos mostrando a importância do sono na nossa homeostase, longevidade e qualidade de vida. 

O sono é um dos nosso pilares para ter uma boa vida. Portanto, se você apresenta algum sintoma relacionado sono, recomendamos fortemente que procure auxílio médico. De preferência um médico especialista em Medicina do sono. Inúmeras são as causas que podem levar a alterações no sono. 

Alguns estudos tem evidenciado que:
  • 23% dos adultos jovens têm uma qualidade ruim de sono;
  • 61% delas têm dificuldade em manter o sono, 
  • 7,7% têm dificuldade de iniciar o sono,
  • 2,2% despertam muito cedo;
  • 25% não têm sono reparador;
  • A prevalência da insônia entre mulheres é maior, tem início já na adolescência e se agrava na menopausa;
  • Sono não reparador está associado à obesidade, diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, doenças cardíacas, depressão, ansiedade, piora de doenças autoimunes e alteração na percepção da dor.


Medidas simples que podem te ajudar a ter melhor higiene do sono

1) Exposição a luz solar no período matutino
2) Reduzir uso de telas (luz azul) 2 a 3 horas antes de deitar.
3) Praticar regularmente atividade física, mas fique atento se a prática de atividade física após as 18:00 não te deixa muito desperto e atrapalha o sono. Yoga é uma atividade que vários pacientes relatam que ajuda no sono.
4) Manejo do estresse: faça psicoterapia, meditação, mindfulness, orações, mantras ou o que a sua crença permitir
5) Construa boas relações interpessoais e isso começa no lar. Conflitos em relacionamentos agravam insônia.
6) Procure auxílio de um nutricionista que entenda de sono e faça uma dieta balanceada, sem muita gordura e carboidratos no período próximo de deitar. Refeições pesadas atrapalham o sono. Ingestão de lácteos e alimentos protéicos (não volumosos) podem auxiliar em uma boa noite de sono. Nutrientes importantes: magnésio, ácido fólico, vitamina B12, Ferro, Vitamina B6 e vitamina D.
7) Consuma no período noturno: chás que podem ter ação sedativa: camomila, erva-cidreira, erva-doce, mulungu. 
8) Tome um banho morno antes de deitar.
9) Pingue algumas gotas de óleo de lavanda no travesseiro.
10) Acupuntura pode ser uma ótima terapia para auxiliar na higiene do sono.
11) A temperatura do quarto deve ser adequada. Temperatura acima de 15,5° e abaixo de 19.4°C demonstraram ser a melhor temperatura para indução do sono.
12) Estabeleça uma rotina: hora de deitar e hora de acordar.
13) Evite cafeína, álcool e nicotina (cigarro) perto do horário de dormir.
14) Evite cochilos de mais de 30 minutos ao longo do dia.

Fontes: 

Autor: Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 - RQE 11915 / CRM-SC 32949 - RQE 22416
Revisores: 
Rodrigo Lamonier - Nutricionista e Profissional da Educação física
Márcio José de Souza - Profissional de Educação física e Graduando em Nutrição.
Dra. Edite Melo Magalhães - Médica especialista em Clínica médica - CRM-PE 23994 - RQE 9351 


Texto que a minha afilhada Dra. Helena Bacha preparou com minha orientação.

Vamos falar sobre SONO? 😴

Você sabia que muitos dos problemas de sono podem ser resolvidos com a adoção de bons hábitos chamados de "higiene do sono"? 💤

O termo "higiene do sono" foi cunhado pelo cientista e especialista em medicina do sono, Peter Hauri. Peter Hauri introduziu o conceito de higiene do sono na década de 1970, quando percebeu a importância de adotar comportamentos e práticas saudáveis relacionadas ao sono para promover uma noite de descanso adequada. 🌙

O termo "higiene do sono" foi escolhido porque faz uma analogia direta com a higiene pessoal. Assim como cuidamos da nossa higiene diária para mantermos nosso corpo limpo e saudável, a higiene do sono refere-se às práticas e rotinas que contribuem para um sono saudável e reparador.

Através de estudos e pesquisas, a higiene do sono tem se consolidado como uma abordagem eficaz para melhorar a saúde e o bem-estar a longo prazo. 🧘🏻‍♀️

Não negligencie o seu sono!

Como anda seu sono por aí? Me conta nos comentários! ❣️

📚 Referências bibliográficas:
1. American Academy of Sleep Medicine. (2020) Healthy sleep habits. Disponível em: http://sleepeducation.org/healthy-sleep/healthy-sleep-habits/
2. National Sleep Foundation. (2006). Sleep hygiene tips. Disponível em: https://www.sleepfoundation.org/articles/sleep-hygiene
3. Watson, N. F., et al. (2015). Recommended amount of sleep for a healthy adult: A joint consensus statement of the American Academy of Sleep Medicine and Sleep Research Society. Sleep, 38(6), 843-844.
















sábado, 15 de julho de 2023

Será que a Berberina é um Ozempic natural?

Esqueça as afirmações do TikTok: “Ozempic Natural” não existe, dizem especialistas

Se acreditarmos nos influenciadores do TikTok, o composto à base de plantas chamado berberina pode ser um substituto para medicamentos populares para diabetes e perda de peso, como Ozempic e Wegovy.

O uso da berberina como suplemento tornou-se tão recorrente, na verdade, que foi apelidado de “Ozempic Natural” pelos usuários de mídia social. Alguns fabricantes estão pulando na tendência.

“A berberina se tornou minha nova melhor amiga porque tem me ajudado na perda de peso”, disse uma influenciadora, acrescentando que um dos fabricantes do suplemento de ervas está oferecendo a ela – e a alguns de seus telespectadores – o suprimento para um ano

Alguns especialistas médicos com quem a CNN conversou, no entanto, tinham preocupações sobre o uso deste suplemento não regulamentado.

Como um extrato de plantas como goldenseal, bérberis e várias papoulas, a berberina é considerada um suplemento dietético pela Food and Drug Administration, agência dos Estados Unidos semelhante à Anvisa, e, portanto, é regulamentada como alimento, não como medicamento.

“Esse é o problema com a berberina e todas essas substâncias à base de plantas – elas normalmente não são rigorosamente estudadas em grandes ensaios clínicos randomizados pelos quais submetemos drogas reais. Portanto, você deve ter muito cuidado”, disse a Dra. Caroline Apovian, professora de medicina na Harvard Medical School e codiretora do Centro de Controle de Peso e Bem-Estar do Brigham and Women’s Hospital em Boston.

“Quanto a ser o Ozempic da natureza, não há evidências que sugiram que isso seja verdade”, acrescentou Apovian, que foi o principal autor das diretrizes de prática clínica da Endocrine Society para o tratamento farmacológico da obesidade.

O efeito de perda de peso da berberina é significativo?

Isso não significa que a erva não tenha nenhum impacto nos sistemas metabólicos do corpo.

Uma meta-análise agrupada de vários pequenos estudos clínicos sobre o impacto da berberina nos fatores de risco cardiovascular, incluindo obesidade, encontrou um benefício de perda de peso muito pequeno, mas estatisticamente significativo.

“Mas a significância estatística não significa clinicamente significativo”, disse o Dr. Justin Ryder, pesquisador de obesidade pediátrica e professor associado de cirurgia e pediatria na Feinberg School of Medicine da Northwestern University, em Chicago.

“O que quero dizer com isso? Em média, entre os estudos, a resposta combinada foi de cerca de 0,25 redução no índice de massa corporal ou IMC em comparação com o placebo”, disse.

O índice de massa corporal é uma medida da gordura corporal de uma pessoa com base na altura e no peso.

“Para Ozempic e Wegovy, a diminuição do IMC em comparação com o placebo foi de 4,61 unidades de IMC, ou 18 vezes mais eficaz do que a berberina, acrescentou Ryder.

“Então, a berberina tem efeito? Os dados sugerem que sim. O efeito é significativo? Provavelmente não.”

História da berberina

Algumas das cerca de 500 espécies diferentes de plantas que pertencem ao gênio Berberis têm sido usadas há séculos no Ayurveda e na medicina tradicional chinesa para combater inflamações e curar feridas, curar constipação e hemorróidas e combater infecções do ouvido, olho, boca e aparelho digestivo.

“Faz parte do arsenal de ervas usadas pelos médicos naturopatas”, disse o Dr. Joshua Levitt, um médico naturopata em Hamden, Connecticut.

“Quando se trata de controle glicêmico e regulação do colesterol e outros lipídios e usos antimicrobianos, há algumas coisas legais a serem feitas com ervas e nutrientes.”

Na verdade, a biblioteca do imperador assírio Ashurbanipal tem tabuletas de argila que datam de 650 aC, afirmando que o fruto picante da planta bérberis era usado como agente purificador do sangue.

“Geralmente é usado em sua forma de extrato de planta inteira – folhas, raízes, casca, tudo transformado em uma tintura em pó ou algo assim”, disse Levitt.

Os cientistas conseguiram extrair a berberina como ingrediente ativo nessas plantas há mais de 100 anos, disse ele, e começaram a estudar o composto para problemas metabólicos como colesterol, diabetes e obesidade.

A berberina pode aumentar a produção natural do corpo de GLP-1, ou peptídeo 1 semelhante ao glucagon, um hormônio gastrointestinal usado no Ozempic e em outros novos medicamentos para perda de peso.

É assim que o composto “se encaixa nessa discussão. No entanto, em termos de benefícios de perda de peso, eles são modestos na melhor das hipóteses”, disse ele.

Possíveis efeitos colaterais da berberina

A berberina pode ter efeitos colaterais quando misturada com outros medicamentos, incluindo o medicamento metformina, frequentemente prescrito para pessoas com diabetes e síndrome do ovário policístico e, mais recentemente, para perda de peso.

“A metformina reduz o açúcar no sangue e a berberina reduz o açúcar no sangue”, disse Levitt.

“E se você tomar dois itens que reduzem o açúcar no sangue ao mesmo tempo, pode ter um problema como hipoglicemia excessiva, quando o açúcar no sangue cai.”

Além disso, a berberina é “diretamente antimicrobiana”, que era seu uso mais comum na medicina herbal histórica, Levitt disse: “Os efeitos antimicrobianos podem irritar o trato GI, a menos que uma pessoa tenha um crescimento excessivo de insetos ruins podem causar problemas digestivos”.

A berberina pode ser perigosa se tomada com ciclosporina, um medicamento imunossupressor usado para tratar a rejeição de órgãos pós-transplante, pois pode aumentar os efeitos desse medicamento e possíveis efeitos colaterais.

Outra interação conhecida é com medicamentos sedativos, pois a berberina pode causar sonolência adicional e respiração lenta, de acordo com a Biblioteca Nacional de Medicina.

Além disso, a berberina não deve ser tomada durante a gravidez ou amamentação.

“A berberina pode atravessar a placenta e causar danos ao feto. Kernicterus, um tipo de dano cerebral, se desenvolveu em recém-nascidos expostos à berberina”, observa a Biblioteca Nacional de Medicina em seu site.

Por esses motivos, é importante consultar seu médico primeiro se estiver pensando em tomar berberina ou qualquer outro suplemento não regulamentado.

Apesar da pesquisa que investiga o impacto potencial da erva na diabetes, colesterol alto e doenças cardíacas, o FDA “ainda não aprovou a berberina para qualquer prescrição ou uso de medicamentos sem receita e enviou avisos de violação a empresas que fizeram reivindicações de medicamentos em seus sites”, de acordo com a American Chemical Society.

Vinagre - O que as evidências científicas falam sobre esse condimento?


Alimento da vez nos questionamentos do consultório: Vinagre. 
" - Dr, o que o senhor acha do vinagre, posso utilizá-lo?"

Um monte de fake news por aí, profissionais de qualidade duvidosa disseminando informações falsas, pacientes deixando de utilizar medicações para usar vinagre e alguns ganhando de brinde uma gastrite...

Poucos alimentos desempenham o papel de ingrediente culinário valioso e ao mesmo tempo de auxiliar na limpeza doméstica. 

A palavra vinagre deriva do francês “vin aigre”, ou vinho azedo. Ele foi rastreado até 5000 aC na Babilônia, não apenas para cozinhar, mas como remédio, conservante e bebida para aumentar a força e promover o bem-estar. 

A lenda descreve a descoberta do vinagre quando um vinho esquecido foi deixado armazenado por vários meses, fazendo com que fermentasse e azedasse.

O vinagre é uma combinação de ácido acético e água feita por um processo de fermentação em duas etapas. Primeiro, a levedura se alimenta do açúcar ou amido de qualquer líquido de um alimento vegetal, como frutas, grãos integrais, batatas ou arroz. 

Este líquido fermenta em álcool. O álcool é então exposto ao oxigênio e às bactérias do ácido acético Acetobacterfermentar novamente ao longo de semanas ou meses, formando vinagre. 

A Food and Drug Administration dos EUA exige que o vinagre contenha pelo menos 4% de ácido acético, mas pode variar até 8% em vinagres comumente usados. Embora o ácido acético seja responsável pelos sabores e odores azedos e pungentes que reconhecemos, o vinagre também contém traços de vitaminas, sais minerais, aminoácidos e compostos polifenólicos,

Os sabores variam de azedo a salgado e doce. Alguns vinagres, como o balsâmico, podem fermentar por até 25 anos.

Composição nutricional

A composição nutricional do vinagre pode variar ligeiramente dependendo do tipo e do processo de produção, mas, em geral, o vinagre contém os seguintes nutrientes em quantidades muito pequenas:
  • Calorias: O vinagre é extremamente baixo em calorias. Geralmente, contém cerca de 3 a 4 calorias por colher de sopa (15 ml).
  • Carboidratos: O vinagre contém carboidratos em pequenas quantidades, geralmente menos de 1 grama por colher de sopa.
  • Gorduras: O vinagre não contém gorduras.
  • Proteínas: O vinagre não contém proteínas significativas.
  • Além disso, o vinagre pode conter traços de minerais e vitaminas presentes no ingrediente original utilizado para a fermentação, como o vinho ou a cidra. No entanto, essas quantidades são geralmente insignificantes do ponto de vista nutricional.
  • O vinagre contém ácido acético e ácidos orgânicos (ácido fórmico, ácido lático, ácido málico , ácido cítrico, ácido saxônico, ácido tartárico), vitaminas do complexo B, minerais, além de um alto teor de flavonóides: catequinas, ácido cafeico, ácido ferúlico.
É importante lembrar que o vinagre não é consumido em grandes quantidades, sendo utilizado principalmente como tempero ou ingrediente em preparações culinárias. Portanto, sua contribuição nutricional geralmente é considerada mínima.

Muito se fala da presença de pectina no vinagre. A presença de fibras em vinagres é ínfima, geralmente presente no vinagre oriundo da maçã. São apenas traços e isso não teria repercussão metabólica, como redução do apetite, redução da absorção de glicose.

Vinagre e Saúde

Os primeiros registros da China, Oriente Médio e Grécia descrevem o vinagre para fins medicinais: como auxiliar digestivo, bálsamo antibacteriano para curar feridas e tratamento para tosse. Hoje, o vinagre é frequentemente apresentado como um tratamento para todos os fins, desde doenças menores até doenças crônicas. Para ser claro, a pesquisa científica existente não apóia o uso do vinagre como um tratamento eficaz para nenhuma dessas condições. No entanto, alguns estudos em animais e pequenos estudos em humanos sugeriram um benefício para a saúde do vinagre, o que alimentou sua popularidade na grande mídia.

Abaixo, damos uma olhada em algumas das alegações de saúde mais populares associadas ao vinagre e revisamos a pesquisa limitada por trás delas.

Nutrientes

O vinagre é baixo em calorias e nutrientes. Dependendo do tipo, uma colher de sopa de vinagre contém de 2 a 15 calorias. As versões com menos calorias, como o vinagre destilado, não têm valor nutritivo; outros contêm vestígios de nutrientes. 

Como a maioria dos vinagres não contém sódio e açúcar, eles são um ingrediente ideal para dar sabor a alimentos em dietas restritas. No entanto, nem todos são isentos de calorias. 

Alguns vinagres são uma mistura de suco de uva e vinagre de vinho, às vezes com adição de açúcar, por isso é importante ler o rótulo das informações nutricionais e a lista de ingredientes para saber exatamente o que você está recebendo.

Como usar

A acidez ou acidez do vinagre ilumina o sabor dos alimentos e adiciona equilíbrio a um prato rico. É encontrado em alimentos básicos da cozinha, como molhos para salada, marinadas, molhos, maionese e ketchup.

O vinagre pode alterar a textura dos alimentos. Ele quebra a estrutura química da proteína, como quando usado como marinada para amaciar carnes e peixes. O vinagre também pode ser usado para fazer queijo cottage, adicionando-o ao leite. O ácido do vinagre separa a coalhada sólida do leite do soro líquido.

O vinagre pode ser usado para conservar alimentos, um método de preservação que prolonga a vida útil de alimentos perecíveis, matando as bactérias. A decapagem envolve a imersão de um alimento em uma solução de salmoura feita de vinagre, água, sal e açúcar, o que também altera o sabor do alimento.

Existem vários tipos de vinagres disponíveis. Vinagres especiais podem ter adicionado ervas como manjericão, cravo ou canela, ou são adoçados com sucos de frutas. A seguir estão os tipos comuns e como eles são usados:

  1. Destilado Branco: Feito pela fermentação de um álcool destilado, que muitas vezes se origina de grãos fermentados. Observe que o papel dos grãos é apenas indireto em seu uso para produzir álcool, que é então destilado para produzir uma solução aquosa de álcool etílico quase puro, seguida de fermentação em uma solução de ácido acético quase puro (em água). Este processo é responsável pela falta de sabores salgados e aromáticos encontrados nos vinagres de vinho. A acidez resultante é ideal para decapagem porque não altera a cor das frutas e vegetais. Também é uma escolha popular e barata para limpeza.
  2. Balsâmico: Feito de mosto de uva fermentado (uvas prensadas inteiras). Este espesso vinagre marrom escuro pode ter um sabor um pouco mais doce e suave em comparação com outros vinagres. Pode ser usado em molhos para salada e marinadas, ou fervido em um molho espesso chamado “redução” para ser regado em frutas ou sorvete.
  3. Arroz: feito de arroz fermentado. Não muito ácido com um sabor mais suave e doce. Usado para pratos com sabores asiáticos como sushi, legumes em conserva e refogados.
  4. Vinho: Feito a partir de vinho tinto ou branco. Tem um sabor ácido e acentuado que varia com o tipo de vinho utilizado. Usado em marinadas e molhos para saladas, e para cozinhar carnes e peixes.
  5. Cidra de maçã: Feito a partir do líquido de maçãs esmagadas. Acidez mais baixa do que outros tipos com um leve sabor de maçã. Usado para saladas, molhos para salada, marinadas e pratos mais doces.
  6. Malte: Feito de cerveja fermentada sem lúpulo. Tem um forte sabor ácido que é selecionado para molhos ou molhos.
  7. Aromatizado: Uma base de vinagre (geralmente vinagre de vinho) que é infundida com purês de frutas ou ervas como alecrim ou sálvia para criar sabores únicos para molhos vinagrete e marinadas.
Efeitos do vinagre na saúde humana

O vinagre tem sido objeto de pesquisas para investigar seus possíveis efeitos benéficos em várias patologias, entretanto, é importante notar que as evidências científicas ainda são fraquíssimas e mais pesquisas são necessárias para confirmar esses benefícios. Alguns dos possíveis benefícios postulados ao vinagre que foram observados em estudos preliminares incluem:
  1. Controle da glicemia: O vinagre poderia ajudar a melhorar a sensibilidade à insulina e reduzir a resposta glicêmica após as refeições, o que pode ser benéfico para pessoas com diabetes tipo 2 ou pré-diabetes. Os estudos são fracos, mas há alguns trabalhos maiores evidenciando um retardo no esvaziamento gástrico, o que favoreceria uma menor elevação da glicemia pós-prandial. Mas nada comparado ao efeito das medicações hipoglicemiantes. Além disso, alguns trabalhos in vitro mostraram que os ácidos do vinagre (acético, málico e tartárico) são capaz de inativar a enzima que quebra o carboidrato na boca. A amilase salivar. Porém, o trabalho in vitro mostrou que para que ocorre essa inibição da quebra pela amilase, faz-se necessário a mesma quantidade de vinagre e que a solução "amilase salivar + vinagre + carboidrato) fique em contato pelo menos por 30 minutos. Algo inviável. Além disso, não é só a amilase salivar que faz a quebra dos carboidratos, o nosso pâncreas também faz quebra de carboidratos através da enzima amilase pancreática. Ou seja, até o momento, não há justificativa para se prescrever vinagre com finalidade de inibir a atividade das amilases.
  2. Controle do peso e emagrecimento: Alguns estudos fracos questionam se o consumo de vinagre poderia auxiliar no emagrecimento, seja por redução do apetite ou por aumento a saciedade (mecanismo de retardo do esvaziamento gástrico). No entanto, os efeitos são geralmente modestos. Entre usar o vinagre e o limão para essa "finalidade", prefiro indicar que o meu paciente utilize limão no molho da salada.
  3. Redução dos níveis de colesterol e pressão arterial: Alguns estudos em animais e em laboratório sugerem que o vinagre poderia ajudar a reduzir os níveis de colesterol e a pressão arterial, mas mais pesquisas são necessárias para confirmar esses efeitos em seres humanos. Uma metanálise de 2020 mostrou que a ingestão de 30ml/dia promoveu redução da pressão arterial diastólica e sistólica. Porém, os próprios autores afirmam que há viéses. Ou seja, talvez o vinagre tenha auxiliado na perda de peso e isso promoveu redução da pressão arterial. Postula-se também que o ácido acético favoreça uma maior absorção de cálcio e com isso alteração no sistema de controle pressórico.
  4. Efeito antimicrobiano: O vinagre pode ter propriedades antimicrobianas e antifúngicas, podendo ajudar a inibir o crescimento de certos microrganismos, como bactérias e leveduras.
  5. Outros: redução da esteatose hepática, efeitos anticancerígenos: estudos bem fracos.
É importante ressaltar que os estudos sobre os efeitos do vinagre ainda são limitados e muitos foram realizados em animais ou em laboratório. Além disso, o consumo excessivo de vinagre pode ter efeitos indesejados, como irritação do trato gastrointestinal (gerando até mesmo úlceras no esôfago, estômago/duodeno) ou danos às dentina dos dentes. Portanto, é sempre recomendado consultar um profissional de saúde antes de adotar o vinagre como parte de um tratamento ou regime específico para uma condição médica.

Você sabia?

Depois de cozinhar, o próximo uso mais popular para o vinagre - especialmente o vinagre branco - é a limpeza. Embora o ácido acético a 5% no vinagre seja forte o suficiente para matar alguns patógenos domésticos, ele não mata todos (por exemplo, salmonela) e não é recomendado como substituto de desinfetantes comerciais.

No entanto, o vinagre branco destilado é um produto “verde” barato e não tóxico que pode ser útil para certas tarefas domésticas. Parece funcionar particularmente bem na remoção de depósitos minerais e espuma de sabão, como em pias, ralos e chuveiros.

Fonte:
https://www.hsph.harvard.edu/nutritionsource/food-features/vinegar/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7541927/pdf/PNFS-25-319.pdf
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30230497/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7541927/pdf/PNFS-25-319.pdf

quarta-feira, 28 de junho de 2023

Novo medicamento para obesidade (Retatrutida) reduz até 24% do peso, mostra estudo

Na semana passada foi apresentado no Congresso da Associação Americana de Diabetes (ADA), um novo fármaco para tratamento da obesidade. A droga está em fase de teste, porém, até o momento mostrou resultados altamente promissores, comparado a perda ponderal igual cirurgia bariátrica, quando administrada a dose máxima. A  retatrutida ocasionou a perda de peso média de 24,2% após 48 semanas de uso semanal

Isso é um resultado inédito em um teste com menos de um ano de duração para tratar obesidade —o estudo é de fase 2, que testa eficácia, dosagem e segurança

Paralelamente estão conduzindo outros 2 trabalhos, com a Retatrutida e ambos mostraram redução da gordura no fígado e melhora significativa na glicemia de jejum e hemoglobina glicada no diabetes tipo 2. 

Qual o mecanismo de ação da Retatrutida?

Ela consiste em uma substância que se liga a três receptores hormonais: 
  1. O GLP1, que também é o foco de medicações já conhecidas à base de semaglutida; 
  2. O GIP, que é alvo da também promissora tirzepatida; 
  3. O glucagon, hormônio que atua na supressão do apetite e tem poder de reduzir a gordura no fígado.
Como a pesquisa foi feita?

A pesquisa  incluiu 338 adultos com IMCigual ou superior a 30 ou com IMC de 27 a menos que 30 que tinham pelo menos uma condição de saúde relacionada ao peso. 

De forma aleatória, eles foram divididos para receber diferentes doses de retatrutida subcutânea ou placebo ao longo de 48 semanas. 

Com 24 semanas de estudo, já foi possível notar redução de peso, que seguiu até o fim da pesquisa.

Resultados do estudo 

Após 48 semanas, a Retatrutida promoveu: 
  • -8,7% de peso no grupo que tomou 1 mg; 
  • -17,1% no grupo que tomou 4 mg (iniciando com dose de 2mg ou 4 mg); 
  • -22,8% do peso em pessoas que tomaram 8 mg (começando com dose de 2mg ou 4mg);
  • -22,8% do peso em pessoas que tomaram 8 mg (começando com dose de 2mg ou 4mg); 
  • -24,2% no grupo que tomou 12 mg. 
As reduções são notórias quando comparadas ao grupo placebo, que diminuiu 2,1% do peso corporal. Além disso, o composto teve efeito maior na perda de peso em pessoas com obesidade mais grave (IMC superior a 35) e em mulheres. Os efeitos colaterais mais comuns foram semelhantes aos provocados por medicamentos já conhecidos, com intensidade de leve a moderada: 
  • Náusea
  • Diarreia
  • Vômito
  • Constipação.
O artigo publicado no The New England Journal of Medicine, conclui que, em adultos com obesidade, a droga mostrou "reduções substanciais" no peso corporal ao longo de 48 semanas. Agora, estudos maiores são necessários para comprovar segurança, eficácia comparativa, riscos e benefícios da substância.

Aguardemos cenas dos próximos capítulos. Como citei acima, ainda está em fase de teste.

segunda-feira, 26 de junho de 2023

Cremego divulga nota repudiando declarações de Natalia Pasternak sobre acupuntura e homeopatia

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) divulgou, 22/06/2023, uma nota repudiando declarações da bióloga Natalia Pasternak, em entrevista sobre seu novo livro. De acordo com o texto, ela “desmerece e ataca a acupuntura e a homeopatia, duas especialidades médicas reconhecidas”.

Ainda conforme o Cremego, Pasternak “demonstra flagrante ignorância em relação à vasta literatura que comprova a eficácia e segurança dessas abordagens terapêuticas”. Além disso, a nota ainda cita pesquisas, revisões sistemáticas e meta-análises da acupuntura e homeopatia para reforçar o repúdio.

O Cremego também afirmou que a bióloga “menospreza” a formação e compromisso dos profissionais, além da “busca contínua pela excelência nos cuidados com a saúde”. Na nota, o conselho ainda garante que “reconhece e apoia todas as especialidades médicas validadas e embasadas em evidências científicas”.

Confira nota na íntegra:

“O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) manifesta seu veemente repúdio às declarações proferidas nesta quarta-feira, 21, pela bióloga Natalia Pasternak em entrevista sobre seu novo livro, nas quais desmerece e ataca a acupuntura e a homeopatia, duas especialidades médicas reconhecidas.

Ao afirmar que essas práticas não possuem fundamento científico, a bióloga demonstra flagrante ignorância em relação à vasta literatura que comprova a eficácia e segurança dessas abordagens terapêuticas e a inúmeras pesquisas, revisões sistemáticas e meta-análises que têm corroborado os benefícios proporcionados pela acupuntura e homeopatia

Ao desrespeitar os médicos especialistas que se dedicam a essas áreas e milhões de pacientes que têm se beneficiado dessas práticas em todo o mundo, a bióloga menospreza não apenas a formação e o compromisso desses profissionais, mas também a busca contínua pela excelência nos cuidados com a saúde.

O Cremego, como órgão responsável pela defesa da ética e boas práticas no exercício da Medicina, reconhece e apoia todas as especialidades médicas validadas e embasadas em evidências científicas. A acupuntura e a homeopatia são reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina e por órgãos de saúde do Brasil e de vários países, já tendo se consagrado como práticas terapêuticas principais e complementares.

Convidamos a bióloga a ampliar seu conhecimento sobre essas especialidades antes de emitir opiniões que prejudicam a imagem e o trabalho dos profissionais que se dedicam a elas.

O Cremego continuará a zelar pela excelência da prática médica e pela promoção do diálogo respeitoso e fundamentado em evidências científicas, sempre visando o benefício dos pacientes e a garantia de uma assistência médica de qualidade.“

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Certamente, quem me segue  (aqui ou no instagram) perguntará se acredito em Homeopatia e Acupuntura. A resposta é sim.

Minha primeira formação (2009 a 2011) foi em Medicina Tradicional Chinesa, porém, não cheguei a prestar a prova de título pois, eu era um péssimo acupunturista. Não tinha habilitada para colocar as agulhas, tremia e acabei desistindo após 3 anos de curso intensivo. Além disso a formação que fiz foi baseada em Medicina Tradicional Chinesa. Hoje acredito e defendo a Acupuntura Neurofucional, exercida por médicos habilitados e encaminho  diariamente vários pacientes para amigos acupunturiatras (acupunturistas). É uma terapia excelente para manejo não-medicamentoso da dor, para reduzir ansiedade. 

Em Goiânia: tenho grandes amigos acupunturiatras
Dr. Pedro Prudente – CRM-GO 12.744. Médico, especialista em Medicina do Exercício e do Esporte e em Acupuntura (titulado pelo CMA). Atua na área de dor, neuromodulação. Clínica Supere – Setor Oeste. Fone: (62) 98165-4079 (agendamento WhatsApp) e (62) 3638-1034. 
Dr. Rodrigo Suarez – Médico acupunturista, neuromodulador, com área de atuação em dor. Faz e lauda o exame de Termografia médica – Clínica Vitae – Av T15, nº500 – Setor Bueno, em frente ao Parque Vaca Brava. Fones: (62) 3251-9050 e 3251-0033.
Dra. Mirelly Suarez – Médica acupunturista, neuromoduladora, com área de atuação em dor- Clínica Vitae – Av T15, nº500 – Setor Bueno, em frente ao Parque Vaca Brava. Fones: (62) 3251-9050 e 3251-0033.

Em Joinville há 2 grandes profissionais na área de acupunturiatria
Dr. Luiz Eduardo Faria Coura – Médico (CRM-SC 6375), Acupunturista Joinville (RQE 8804). Atende na Clínica Coura – Rua Alexandre Schlemm, 861 – Anita Garibaldi, Joinville – SC, 89202-430. Fone: (47) 3202-5435, WhatsApp: (47) 99697-5861.
Dra. Graziela Caria Maciel – Médica (CRM-SC 99250), especialista em Acupuntura (RQE 15791). Atende no Instituto Vivace situado na Rua João Pessoa . nº 587 . América . Joinville – SC. Fone: (47) 99197-7630 e (47) 3085 0414

E a Homeopatia? Aqui entra um ponto polêmico. Meu pai era Reumatologista, preceptor na residência de Reumatologia do HGG. Apesar de prescrever muito corticóide, tratava os filhos apenas com Homeopatia. Então desde pequeno tratei com Homeopatia. Ao longo da faculdade de Medicina vamos ficando céticos e a tendência é ignorar e taxar como Charlatanismo aquilo que não se adequa a nossa metodologia científica tradicional. 

Por ironia do destino, acabei indo trabalhar na clínica do ex-sogro da minha irmã (Dr. Hélio Gonçalves). Um dos maiores Homeopatas do Centro-oeste. Professor de Homeopatia e que formou muitos profissionais da Homeopatia Goianiense ao longo de quase 40 anos atuando na área. Confesso que tenho dificuldades em acreditar nos princípios homeopáticos, mas não nego que já presenciei pacientes melhorarem muito, quando encaminhei para colegas homeopatas. Talvez por essa melhora, que a Homeopatia é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina do Brasil como uma especialidade médica. Ainda sou ignorante no assunto, não tenho opinião formada, mas pretendo me aprofundar nos estudos da Homeopatia nos próximos anos. Talvez para me despir do preconceito e entender como funciona. Entender principalmente o porquê de tanta gente buscar essa terapia e relatar melhoras.

Em Goiânia os Homeopatas que indico são:
Dr. Hélio Gonçalves – Médico Homeopata – CRM-GO 1862 – RQE 5367 Um dos pioneiros na homeopatia no centro-oeste. Atende na Clínica Medicare – Rua 115-H, N31, St Sul, Goiânia – GO. Fone (62): 3941-2998 ou 3941-2974.
Dr. Heisler Lima – Médico Psiquiatra e Homeopata. Atende na Av. T-63 (esquina com T-15), Ed. New World Concept Office, sala 315, qd 145, n°1296 – Setor Bueno, Goiânia – GO. Fone: (62)  99646-8400.
Dra. Germana Sabino Cunha – CRM-GO 4520 e RQE 2669. Atende somente por telemedicina – Goiânia – GO. Fone: (62) 99614-2303
Dra. Amélia Fortunato – Médica Homeopata, Pediatra e Infectologista. Fone: 3281-5097
Dr. Plínio Florentino –  Médico Homeopata com foco em Homeopatia Pediátrica. Atende na rua 1124, 330 – St. Marista, Goiânia – GO. Fone: (62) 3281-2992
Dra. Irma Juliana Pfrimer Capuzzo – Médica Homeopata, Pediatra. CRM 4288, RQE 4408, RQE 13433. Atende na Ganden Clinica – Rua 1131, n755, St. Marista. Goiânia – GO. Fone: (62) 3218-1616

att

Dr. Frederico Lobo
Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 - RQE 11915 / CRM-SC 32949 - RQE 22416

sexta-feira, 23 de junho de 2023

Número de diabéticos no mundo dobrará para 1,3 bilhão até 2050

Pesquisadores atribuem rápida taxa de crescimento a aumento de obesidade e mudanças demográficas

Todos os países do mundo verão as taxas de diabetes aumentarem nos próximos 30 anos se nenhuma ação for tomada, indica um novo estudo global.

Existem 529 milhões de pessoas no mundo com diabetes, segundo estudo liderado por pesquisadores do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde da Universidade de Washington.

Pesquisadores projetaram que o número mais do que dobrará, para cerca de 1,3 bilhão de pessoas, até 2050.

A maioria dos casos é de diabetes tipo dois, a forma da doença ligada à obesidade e amplamente evitável, disseram os pesquisadores.

[Conteúdo exclusivo para médicos] - Agonista Oral Diário do Receptor GLP-1 Orforglipron para Adultos portadores de Obesidade

A obesidade é um importante fator de risco para muitas das principais causas de doença e morte em todo o mundo. 

São necessários dados sobre a eficácia e segurança do agonista do receptor não peptídeo semelhante ao glucagon-1 (GLP-1) orforglipron como uma terapia oral uma vez ao dia para redução de peso em adultos com obesidade.

MÉTODOS

Neste estudo duplo-cego randomizado de fase 2, incluímos adultos com obesidade ou com sobrepeso mais pelo menos uma condição coexistente relacionada ao peso e sem diabetes. 

Os participantes foram aleatoriamente designados para receber orforglipron em uma das quatro doses (12, 24, 36 ou 45 mg) ou placebo uma vez ao dia por 36 semanas.

A alteração percentual da linha de base no peso corporal foi avaliada na semana 26 (ponto final primário) e na semana 36 (ponto final secundário).

RESULTADOS

Um total de 272 participantes foram randomizados. No início do estudo, o peso corporal médio era de 108,7 kg e o índice de massa corporal médio (o peso em quilogramas dividido pelo quadrado da altura em metros) era de 37,9. 

Na semana 26, a alteração média desde a linha de base no peso corporal variou de -8,6% a -12,6% nas coortes de dose de orforglipron e foi de -2,0% no grupo placebo. 

Na semana 36, ​​a variação média variou de -9,4% a -14,7% com orforglipron e foi de -2,3% com placebo.

Uma redução de peso de pelo menos 10% na semana 36 ocorreu em 46 a 75% dos participantes que receberam orforglipron, em comparação com 9% que receberam placebo. 

O uso de orforglipron levou à melhora em todas as medidas pré-especificadas relacionadas ao peso e cardiometabólicas. 

Os eventos adversos mais comuns relatados com orforglipron foram eventos gastrointestinais, que foram leves a moderados, ocorreram principalmente durante o aumento da dose e levaram à descontinuação de orforglipron em 10 a 17% dos participantes em coortes de dose. 

O perfil de segurança do orforglipron foi consistente com o da classe de agonistas do receptor GLP-1.

CONCLUSÕES

Orforglipron oral diário, um agonista não peptídico do receptor GLP-1, foi associado à redução de peso.

Os eventos adversos relatados com orforglipron foram semelhantes aos dos agonistas injetáveis ​​dos receptores GLP-1. (Financiado por Eli Lilly; GZGI ClinicalTrials).

Introdução

A obesidade é uma condição crônica que impõe um fardo substancial aos pacientes, aos sistemas de saúde e à economia em geral, afetando mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo.

As diretrizes clínicas agora recomendam o tratamento com medicamentos para controle de peso para pessoas com obesidade e para aquelas com sobrepeso e condições coexistentes relacionadas ao peso.

Os agonistas do receptor do peptídeo-1 semelhante ao glucagon (GLP-1) estão sendo cada vez mais usados ​​como um componente do tratamento da obesidade.

Os agonistas do receptor GLP-1 mimetizam o hormônio incretina GLP-1, que promove a redução de peso por diminuir o apetite e retardar o esvaziamento gástrico, levando a uma melhora no balanço energético. 

Ensaios de agonistas injetáveis ​​do receptor GLP-1 para controle de peso mostraram eficácia a longo prazo.

Apenas dois agonistas do receptor GLP-1 foram aprovados para controle de peso: liraglutida (3,0 mg uma vez ao dia) e semaglutida (2,4 mg uma vez por semana), ambos peptídeos em formulações injetáveis. 

Embora esses tratamentos sejam eficazes, a injeção tem sido associada a barreiras à aceitação e aceitabilidade pelos pacientes.

Uma formulação oral de semaglutida que usa um intensificador de absorção para permitir a absorção no estômago foi aprovada para o tratamento do diabetes tipo 2. 

Esta formulação oral uma vez ao dia é eficaz apenas quando tomada 30 minutos antes do café da manhã, e a dose aprovada (14 mg) é menos eficaz para redução de peso do que a dose aprovada de semaglutida injetável.

Doses mais altas de semaglutida oral (25 e 50 mg) estão em desenvolvimento para o tratamento da obesidade e diabetes tipo 2. 

Há uma necessidade de opções de tratamento oral que sejam fáceis de usar e tenham eficácia na redução de peso semelhante à dos agonistas injetáveis ​​do receptor de GLP-1 aprovados e atualmente disponíveis.

Orforglipron é um agonista do receptor GLP-1 não peptídico oral uma vez ao dia que está em desenvolvimento para controle de peso e tratamento de diabetes tipo 2.

O orforglipron é um potente agonista parcial do receptor GLP-1 que tem um efeito maior na sinalização do AMP cíclico (cAMP) do que no recrutamento de β-arrestina - um perfil farmacológico que pode oferecer menor dessensibilização do receptor do que os agonistas totais do receptor GLP-1. 

O perfil farmacocinético do orforglipron, com meia-vida de 29 a 49 horas, suporta a administração oral uma vez ao dia. 

Neste estudo, avaliamos a eficácia e segurança de orforglipron em adultos com obesidade ou com sobrepeso mais pelo menos uma condição coexistente relacionada ao peso e sem diabetes.

Discussão

Neste estudo de fase 2, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo de orforglipron, os participantes em todas as coortes de dose (12, 24, 36 e 45 mg) tiveram uma diminuição maior desde a linha de base no peso corporal do que aqueles no grupo placebo, tanto em 26 semanas (ponto final primário) quanto em 36 semanas (ponto final secundário).

As reduções no IMC e na circunferência da cintura também foram maiores com orforglipron do que com placebo. 

O orforglipron foi associado à eficácia na redução de peso e à segurança semelhante à dos agonistas dos receptores GLP-1 injetáveis ​​que foram aprovados para o controle do peso.

Dadas as opções de tratamento atualmente disponíveis para controle de peso, há uma necessidade não atendida de uma terapia oral baseada em incretina com eficácia semelhante à dos agonistas injetáveis ​​do receptor GLP-1. 

Essa terapia tem o potencial de aumentar a aceitação do tratamento, adesão ao tratamento, facilidade de uso e uso persistente.

A liraglutida (3,0 mg uma vez ao dia) e a semaglutida (2,4 mg uma vez por semana) são os únicos agonistas do receptor GLP-1 aprovados para controle de peso; ambos são injetáveis ​​à base de peptídeos.

Os estudos de fase 3 de liraglutida (estudo SCALE) e semaglutida (o estudo STEP 1) mostraram redução significativa de peso em 56 semanas e 68 semanas, respectivamente, com uma redução média de 9,2% com liraglutida e 16,9% com semaglutida.

Este estudo de fase 2 de orforglipron mostrou redução de peso variando de 8,6% a 12,6% em 26 semanas e variando de 9,4% a 14,7% em 36 semanas.

A semaglutida (3, 7 ou 14 mg uma vez ao dia) com o intensificador de permeação salcaprozato sódico (SNAC) é o único agonista do receptor oral de GLP-1 disponível e foi aprovado para o tratamento do diabetes tipo 2, mas não para controle de peso. 

Para absorção suficiente, este medicamento deve ser tomado pelo menos 30 minutos antes da primeira ingestão de alimentos, bebidas ou outros medicamentos orais do dia e com não mais de 30 ml de água pura. 

No estudo PIONEER 1, o uso da dose mais alta de semaglutida oral (14 mg) levou a uma redução de peso de 2,3 kg após 26 semanas em pacientes com diabetes tipo 2.

Doses mais altas de semaglutida oral (25 e 50 mg) estão na fase 3 de desenvolvimento para o tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade. 

Um comunicado de imprensa recente relatou que o uso de semaglutida oral levou à perda de peso semelhante à observada com semaglutida injetável entre pacientes com obesidade (no estudo STEP 1), com eventos adversos gastrointestinais semelhantes aos observados com a classe do agonista do receptor GLP-1 injetável; no entanto, as doses mais altas ainda requerem restrições estritas de alimentos e água e um intensificador de absorção. 

Danuglipron, um agonista oral do receptor de GLP-1 de pequena molécula, também está em desenvolvimento e foi associado a poucos eventos adversos em estudos de fase 1 e fase 2 envolvendo pacientes com diabetes tipo 2.

Para o orforglipron, o mecanismo de ativação do receptor GLP-1 pode contribuir para a eficácia do medicamento. 

A ação do orforglipron no receptor GLP-1 produz sinalização de cAMP semelhante à produzida pelo GLP-1 nativo, mas leva a baixa ativação da via β-arrestina, que regula a internalização do receptor. 

Este efeito de sinalização tendencioso também é uma característica da ação da tirzepatida no receptor GLP-1, e a tirzepatida demonstrou eficácia potente na redução da glicose e na redução de peso nos ensaios SURPASS e SURMOUNT.

Neste ensaio, o orforglipron produziu redução de peso em todas as doses avaliadas. 

Uma redução de peso de pelo menos 10% em 26 semanas ocorreu em até 71% dos participantes que receberam orforglipron. 

Apesar do período experimental relativamente curto, a perda de peso observada neste estudo foi semelhante à observada com agonistas injetáveis ​​do receptor GLP-1 que foram aprovados para controle de peso. 

Além disso, a perda de peso ainda não havia estabilizado em 36 semanas, o que sugere a possibilidade de perda de peso adicional com tratamento mais longo.

A magnitude da perda de peso observada neste estudo atende à meta atualmente recomendada para redução de peso, que deve resultar em melhora em muitas condições coexistentes associadas à obesidade. 

Mais estudos são necessários para estabelecer se os benefícios para a saúde observados com os agonistas injetáveis ​​dos receptores GLP-1 são compartilhados pelo orforglipron.

O perfil de segurança do orforglipron foi consistente com o da classe dos agonistas do receptor GLP-1 nos estudos de fase 2. 

Os eventos adversos mais comuns relatados com orforglipron foram eventos gastrointestinais leves a moderados. 

A coorte de dose de 24 mg teve a maior incidência de eventos gastrointestinais, possivelmente por causa da dose inicial mais alta (3 mg por 2 semanas) seguida pelo escalonamento rápido da dose (semanal) até atingir a dose de manutenção. 

Nesta coorte de dose, a incidência de náuseas e vômitos foi maior nas primeiras 2 semanas e depois diminuiu.

Embora os eventos gastrointestinais tenham ocorrido com incidência maior do que o desejado, eles nos permitiram encontrar as doses mais eficazes. 

O padrão de eventos gastrointestinais foi informativo, assim como a incidência (para náusea, 37 a 58% com orforglipron e 10% com placebo; para vômito, 14 a 32% com orforglipron e 6% com placebo). 

Esses achados sugerem que doses iniciais mais baixas e escalonamento de dose mais lento são indicados para reduzir eventos gastrointestinais e atingir a dose alvo; este é o conceito usado para agonistas injetáveis ​​do receptor GLP-1. 

No entanto, mesmo as doses de manutenção mais baixas avaliadas de orforglipron tiveram benefícios clinicamente relevantes em relação à redução de peso. 

Ajustes na dose inicial e no esquema de escalonamento de dose no programa de fase 3 estão planejados para a possível redução de eventos gastrointestinais.

Semelhante a outros agonistas do receptor de GLP-1, o orforglipron produziu melhorias na pressão sanguínea e nos níveis de lipídios circulantes. 

Quando anormais, esses níveis são fatores de risco cardiovascular, portanto, tais melhorias podem levar a benefícios cardiovasculares, que foram observados com a classe de agonistas do receptor GLP-1. 

Se esses efeitos de classe são compartilhados por orforglipron ainda precisa ser investigado. 

Orforglipron foi associado a aumentos de pulso consistentes, em magnitude e duração, com aqueles observados com outros agonistas do receptor GLP-1. 

Os aumentos do pulso resultaram no escrutínio dos agentes da classe, mas vários ensaios desses agentes que avaliaram os resultados cardiovasculares mostraram um benefício líquido geral, o que atenua as preocupações com relação aos efeitos a longo prazo desses aumentos do pulso.

As limitações deste estudo estão relacionadas às características do projeto de um estudo de fase 2, ou seja, o número relativamente pequeno de pessoas em cada grupo de estudo e a população de estudo homogênea, que foi incluída em apenas três países e incluiu uma alta porcentagem de mulheres e participantes brancos. 

Esses recursos podem limitar a generalização. Eventos gastrointestinais ocorreram com uma incidência maior do que o desejado devido à necessidade de exploração de esquemas alternativos de escalonamento de dose. 

Os pontos fortes deste estudo incluem o design randomizado, duplo-cego e controlado por placebo; a exploração do intervalo de dose; e os bons níveis de adesão e retenção dos participantes.

O orforglipron oral diário foi associado à redução de peso e benefícios relacionados que pareciam ser semelhantes aos resultados de eficácia observados com agonistas injetáveis ​​do receptor de GLP-1 que já foram aprovados para controle de peso.

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domingo, 18 de junho de 2023

A terapia com testosterona não aumenta o risco cardíaco em um grupo de homens COM DÉFICIT DE TESTOSTERONA (Hipogonádicos)

Novos resultados de um grande estudo são tranquilizadores, mas permanecem dúvidas sobre a segurança a longo prazo e sobre o uso por homens sem condições médicas.

O maior estudo já feito para avaliar a segurança da reposição hormonal para homens traz notícias tranquilizadoras para um grupo limitado de pacientes cujos corpos não produzem testosterona suficiente, descobrindo que o hormônio não aumenta os ataques cardíacos, derrames e mortes cardíacas.

Os novos resultados, que vêm de um grande ensaio clínico do tipo considerado padrão-ouro na medicina, não acabam com todas as preocupações. 

Mas eles parecem resolver décadas de descobertas contraditórias sobre a segurança cardíaca do tratamento com testosterona para homens que têm uma condição médica chamada deficiência androgênica, ou hipogonadismo.

Os autores enfatizaram que os resultados não se aplicam aos muitos homens de meia-idade e mais velhos que tomam testosterona oferecida em centros antienvelhecimento na esperança de construir músculos ou aumentar sua energia e desejo sexual, muitas vezes sem serem devidamente avaliados. 

Em vez disso, refere-se apenas à pequena porcentagem da população masculina do país, que se acredita estar na casa dos dígitos, com um verdadeiro diagnóstico médico de hipogonadismo ou com níveis consistentemente baixos de testosterona e sintomas que podem incluir osteoporose e anemia, bem como baixa libido.

“Nunca tivemos um estudo com mais de 5.000 homens acompanhados por quatro anos, com seus ataques cardíacos e derrames cuidadosamente rastreados”, disse o Dr. Bradley Anawalt, endocrinologista e professor de medicina na Escola de Medicina da Universidade de Washington, que não estava envolvido no julgamento.

“A ressalva importante é que isso não deve ser interpretado como uma afirmação de que a testosterona não causa ataques cardíacos e derrames em homens sem hipogonadismo”, disse ele. 

“Não é um sinal de que é seguro tomar testosterona em grandes quantidades, para homens normais.”

Embora os níveis de testosterona tendam a diminuir com a idade, bem como com o ganho de peso, acredita-se que o verdadeiro hipogonadismo seja muito menos comum, de acordo com os autores do estudo, e especialistas dizem que a prevalência e a incidência não foram bem estudadas.

O estudo inscreveu 5.246 homens em todos os Estados Unidos com idades entre 45 e 80 anos com o diagnóstico e os designou aleatoriamente para receber um adesivo com uma dose padrão de testosterona ou um placebo sem ingrediente ativo.

Todos os homens tinham doenças cardíacas ou corriam alto risco. 

Mas após uma média de dois anos de acompanhamento, os pesquisadores descobriram que a testosterona não aumentou o risco de ataques cardíacos, derrames ou outras mortes por doenças cardíacas.

Cerca de 7% dos homens em cada grupo experimentaram algum tipo de evento cardíaco durante o período de acompanhamento – estivessem eles tomando testosterona ou não.

Mas o estudo identificou outras complicações potencialmente sérias que ocorreram em taxas baixas entre os pacientes que receberam o tratamento, incluindo um risco maior de doença renal aguda, coágulos sanguíneos nos vasos que enviam sangue para os pulmões e uma arritmia cardíaca chamada fibrilação atrial.

“Resolvemos uma questão importante: podemos dar testosterona a homens com deficiência androgênica para tentar ajudá-los sem prejudicá-los?” disse o Dr. Steven Nissen, autor sênior do estudo e cardiologista da Cleveland Clinic. "E a resposta é, 'sim'."

O verdadeiro hipogonadismo envolve baixos níveis de testosterona, bem como sintomas e muitas vezes tem uma causa clara, como uma síndrome genética, quimioterapia, traumatismo craniano ou um tumor hipofisário, disse o Dr. Anawalt.

As descobertas do estudo foram apresentadas na sexta-feira na reunião anual da Endocrine Society em Chicago e publicadas no New England Journal of Medicine. Embora o estudo tenha sido realizado pelo Cleveland Clinic Coordinating Center for Clinical Research e por uma organização de pesquisa contratada, ele foi financiado por empresas farmacêuticas que produzem testosterona, a pedido da Food and Drug Administration.

No entanto, o estudo não resolve todas as questões de segurança que perseguem a testosterona há décadas. 

O ensaio clínico não incluiu o tipo de homem mais velho que frequenta centros antienvelhecimento. 

Muitos desses centros prescrevem testosterona, muitas vezes sem testar os níveis hormonais, de acordo com o FDA. 

Apenas pacientes com diagnóstico claro de deficiência de testosterona com base em testes repetidos e com sintomas de deficiência foram incluídos.

Ainda faltam dados de longo prazo e a taxa de retenção do estudo foi baixa, com 60% dos pacientes em cada grupo descontinuando o uso do adesivo antes do final do estudo.

Os pesquisadores tomaram medidas para explicar essas limitações, mas disseram que as deficiências permaneceram.

“Este não foi um estudo perfeito e não responde definitivamente à pergunta de todos os tempos – e certamente não para pacientes diferentes daqueles no estudo”, disse o Dr. Nissen, em uma referência direta aos homens que tomam testosterona sem diagnóstico de hipogonadismo.

Mas os resultados do estudo fornecem informações importantes para médicos e pacientes com hipogonadismo, porque muitos médicos e pacientes podem ter relutado em tratar a doença devido a preocupações com doenças cardíacas.

“Isso permite que os médicos que tratam pacientes com hipogonadismo possam ter menos preocupações sobre se há risco cardiovascular que supere qualquer benefício e se concentrem mais em quais pacientes provavelmente se beneficiarão da reposição de testosterona”, disse o Dr. Michael Lincoff , principal autor do estudo, que também está na Cleveland Clinic.

Outros pesquisadores estão analisando os dados para determinar a eficácia do tratamento com testosterona no alívio dos sintomas de hipogonadismo, que incluem depressão, osteoporose, anemia, perda de massa muscular e uma condição incômoda chamada hipertrofia prostática benigna, que bloqueia o fluxo de urina, além dos sintomas sexuais.

A Food and Drug Administration aprovou produtos de testosterona apenas para homens cujos baixos níveis de testosterona são causados ​​por uma condição médica como o hipogonadismo, mas os médicos podem usar medicamentos para outros fins “fora do rótulo”.

A agência revisou a terapia de reposição de testosterona em 2010, depois que um ensaio clínico do hormônio foi interrompido quando os pacientes começaram a ter ataques cardíacos e, em 2015, o FDA exigiu que os fabricantes de testosterona conduzissem um ensaio clínico para avaliar o risco.

A agência também adicionou um chamado rótulo de caixa preta aos produtos de testosterona, alertando sobre um possível aumento do risco de ataques cardíacos e derrames.

Shalender Bhasin, endocrinologista do Brigham and Women's Hospital em Boston e co-investigador principal do estudo, está analisando os resultados do estudo para verificar se a terapia com testosterona realmente melhora a função sexual e resolve outros sintomas de hipogonadismo.

“O folclore é que a testosterona melhora a função sexual, mas mesmo nessa área existem apenas três ou quatro ensaios randomizados, e a maioria durou apenas de três a seis meses”, disse ele, observando que houve um “efeito placebo substancial sobre sintomas sexuais”.

Os estudos do Dr. Bhasin, que ainda não foram publicados, analisarão os efeitos da testosterona na próstata, fraturas ósseas e progressão do diabetes, entre outros.


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sábado, 17 de junho de 2023

O uso do IMC sozinho é uma medida clínica imperfeita

O índice de massa corporal (IMC) é fácil de medir e barato. Ele também possui pontos de corte padronizados para sobrepeso e obesidade e está fortemente correlacionado com os níveis de gordura corporal medidos pelos métodos mais precisos. Mas o IMC é uma medida imperfeita porque não avalia diretamente a gordura corporal.

Além disso, o atual sistema de classificação do IMC é enganoso sobre os efeitos da massa de gordura corporal nas taxas de mortalidade, de acordo com um relatório do Conselho de Ciência e Saúde Pública da AMA apresentado na Reunião Anual da AMA de 2023 em Chicago.

“Numerosas comorbidades, questões de estilo de vida, gênero, etnias, efetores de mortalidade clinicamente significativos determinados pela família, duração do tempo que uma pessoa passa em certas categorias de IMC e o acúmulo esperado de gordura com o envelhecimento provavelmente afetarão significativamente a interpretação dos dados do IMC, particularmente em relação a taxas de morbidade e mortalidade”, diz o relatório do conselho. “Além disso, o uso do IMC é problemático quando usado para diagnosticar e tratar indivíduos com transtornos alimentares porque não capta toda a gama de transtornos alimentares anormais”.

Para adultos, medir o IMC e a circunferência da cintura pode ser uma maneira melhor de prever o risco relacionado ao peso. Mas para crianças, não há bons dados de referência para a circunferência da cintura, o que torna o IMC para a idade o padrão-ouro.

“Existem inúmeras preocupações com a forma como o IMC tem sido usado para medir a gordura corporal e diagnosticar a obesidade, mas alguns médicos acham que é uma medida útil em certos cenários”, disse o ex-presidente imediato da AMA, Jack Resneck, Jr. MD. “É importante que os médicos entendam os benefícios e as limitações do uso do IMC em ambientes clínicos para determinar o melhor atendimento para seus pacientes.”

A Câmara dos Delegados adotou uma nova política reconhecendo os problemas com o uso do IMC como medida porque:

• Do dano histórico do IMC.

• Do uso do IMC para exclusão racista.

• Os pontos de corte do IMC são baseados principalmente em dados coletados de gerações anteriores de populações brancas não hispânicas e não consideram o gênero ou a etnia de uma pessoa.

Além disso, diz a política, existem limitações significativas associadas ao uso generalizado do IMC em ambientes clínicos e sugere que seu uso seja em conjunto com outras medidas válidas de risco, como, entre outras, medidas de:

• Gordura visceral.

• Índice de adiposidade corporal.

• Composição do corpo.

• Massa relativa de gordura.

• Circunferência da cintura.

• Fatores genéticos ou metabólicos.

A política AMA recém-adotada também afirma que:

• O IMC está significativamente correlacionado com a quantidade de massa gorda na população em geral, mas perde a previsibilidade quando aplicado em nível individual.

• A forma relativa do corpo e a heterogeneidade da composição entre raças e grupos étnicos, sexos, gêneros e faixa etária são essenciais para considerar ao aplicar o IMC como uma medida de adiposidade.

• O uso do IMC não deve ser usado como único critério para negar o reembolso adequado do seguro.

A AMA também apoiará:

• Mais pesquisas sobre a aplicação dos percentis estendidos de IMC e escores z e sua associação com outras medidas antropométricas, fatores de risco e resultados de saúde.

• Esforços para educar os médicos sobre os problemas do IMC e medidas alternativas para diagnosticar a obesidade.

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sábado, 10 de junho de 2023

Por que "sigo" a dieta e não emagreço?

Recentemente uma afilhada (Dra. Helena Bacha - residente de Nutrologia da USP) fez uma postagem excelente, mostrando algumas das razões para a ausência de emagrecimento em alguns pacientes. Abaixo as imagens. Complemento com um post meu e do Rodrigo Lamonier (o nutricionista que atende comigo).

Vamos falar de como uma alimentação equilibrada pode ajudar não só na sua saúde, mas também no processo de perda de peso!

O foco não deve ser só nas calorias, mas também na qualidade desses nutrientes! 🍓🥬🌽🍌🍇🥗🌾🐟

Lembrando também que quando falamos em "peso corporal" estamos incluindo aí a composição corporal. Um mesmo peso pode ter diferentes composições corporais! Perder peso não significa necessariamente perder gordura - porém isso é assunto para outro post hehe 🤭

📚 Referências bibliográficas (algumas já estão citadas nas imagens do post):

1. Calder PC, Ahluwalia N, et al. Dietary factors and low-grade inflammation in relation to overweight and obesity. Br J Nutr. 2011 Dec;106 Suppl 3:S5-78.

2. Thaler JP, Schwartz MW. Minireview: Inflammation and obesity pathogenesis: the hypothalamus heats up. Endocrinology. 2010 Sep;151(9):4109-15.

3. Kawai T, Autieri MV, Scalia R. Adipose tissue inflammation and metabolic dysfunction in obesity. Am J Physiol Cell Physiol. 2021 Mar 1;320(3):C375-C391.

4. Galland, Leo. "Diet and inflammation." Nutrition in Clinical Practice 25.6 (2010): 634-640.

5. Canada’s Dietary Guidelinesfor Health Professionals and Policy Makers, January 2019.

6. Slavin JL. Dietary fiber and body weight. Nutrition. 2005 Mar;21(3):411-8.

7. Davis CD. The Gut Microbiome and Its Role in Obesity. Nutr Today. 2016 Jul-Aug;51(4):167-174

8. Texto do blog Dr. Frederico Lobo. Disponível em: https://www.ecologiamedica.net/2022/09/existe-dieta-antiinflamatoria.html?m=1&fbclid=PAAaZxKJhgtzDUKRRIFN08O6_TKWzKl_rjdTMyRBruRq48kXjsM5YdNdxTWlo

























Engordou sem motivo aparente? Não consegue emagrecer mesmo fazendo atividade física e dieta? 

Veja 5 motivos que podem estar provocando o aumento de peso

1. TALVEZ VOCÊ NÃO DURMA O SUFICIENTE

A privação do sono pode favorecer o ganho de peso, ou seja, quem não dorme direito:

1) Produz mais cortisol (que engorda por estimular a diferenciação de pré-adipócitos em adipócitos);
2) Produz menos leptina (hormônio relacionado à saciedade e que também facilita o gasto de energia pelo organismo);
3) Produz mais grelina (substância responsável por estimular o apetite e aumentar  a avidez por alimentos ricos e carboidrato e gordura);

Além disso, a privação do sono pode gerar estresse, irritabilidade, aumento da incidência de doenças cardiovasculares, labilidade emocional, indisposição e fadiga no dia seguinte. Portanto qualidade de sono é igual Qualidade de vida. Nos últimos 10 anos o que mais tenho visto tanto no consultório quando no ambulatório de Nutrologia são pessoas que correlacionam ganho de peso após piora da qualidade do sono. Principalmente profissionais da área da saúde ou profissionais que trabalhadores noturnos.

2. TALVEZ A MEDICAÇÃO QUE VOCÊ FAZ USO POSSA  FAVORECER GANHO DE PESO

Quando você ganha peso, a primeira hipótese que você avalia é sua dieta. Na maioria das vezes é, conforme citado na postagem da Dra. Helena. 

Porém, as vezes a culpa pode ser de algumas medicações. Por isso os Nutrólogos sempre enviam "cartinhas" para os colegas, que se possível troquem algumas medicações por outras que não estejam relacionadas ao ganho de peso. 

Muitos medicamentos, incluindo os que tratam enxaquecas e distúrbios do humor, assim como alguns anticoncepcionais, podem causar ganho de peso por uma variedade de razões. Se você suspeitar que um medicamento pode estar te fazendo engordar, converse com seu médico para discutir outras opções.

Resumo das principais medicações que podem alterar o peso:


  • As medicações psiquiátricas são as que mais possuem potencial para favorecer o ganho de peso. Na tabela acima listei quais são as que favorecem ganho de peso, as que são "relativamente" neutras e as que promovem a perda de peso. Créditos para o meu primo e Psiquiatra e professor de Nutrologia (Hewdy Lobo) que me passou a tabela. 
  • Anticoncepcionais, Corticoides, Anti-histamínicos, Insulina, Sulfoniluréias, Tiazolidinedionas, Beta-bloqueadores também pode favorecer o ganho de peso.
Minhas considerações: desde que comecei no ambulatório de Nutrologia no começo de 2015, tenho recebido centenas de pacientes utilizando medicações listas acima e durante a anamnese eles mostram uma associação muito forte de ganho de peso quanto utilizam as seguintes medicações: 
  • Duloxetina: Velija, Cymbi, Dual, Abretia.
  • Paroxetina: Parox, Paroxiliv, Paxil CR, Paxtrat, Pondera, Pondix, Roxetin, Sertero, Zyparox.
  • Escitalopram: Lexapro, Espran, Exodus, Reconter.
  • Amitriptilina: Tryptanol, Amytril, Neo Amitriptilina ou Neurotrypt.
  • Clomipramina: Clo, Fenatil e Clomipran.
  • Imipramina: Tofranil, Tofranil Pamoato, Depramina, Mepramin, Praminan, Uni Imiprax. 
  • Nortriptilina: Pamelor.
  • Carbonato de Lítio: Carlit XR, Carbolim, Carbolitium, Carlit.
  • Valproato ou ácido valpróico: Depakene, Depakine, Depakote, Divalproex, Epilim, Valparin, Valpakine,Torval CR, Epilenil.
  • Carbamazepina: Tegretol.
  • Gabapentina: Neurotin.
  • Quetiapina: Neuroquel, Queropax, Quetiel, Quetifren, Quetibux, Neotiapim, Atip, Aebol, Queopine.
  • Olanzapina: Axonium, Midax, Zyprexa, Zydis, Zap, Zalasta, Zolafren, Olzapin, Rexapin.
  • Risperidona:Zargus, Respidon, Viverdal.
  • Pregabalina: Lyrica, Prebictal, Dorene, Proleptol, Preneurim
  • Prednisona: Metcorten, Predsin.
  • Contraceptivos (Anticoncepcionais): na maioria das vezes é apenas uma leve retenção de líquido, mas algumas pacientes relatam ganho de peso com os injetáveis como o Depo-provera.
  • Insulinas
  • Sulfoniuluréias: Clorpropamida, Glibenclamida, Glipizida, Gliclazida, Gliclazida MR, Glimepirida. 
  • Tiazolidinedionas: Pioglitazona: Actos, Aglitil, Gliactis, Glicopio, Glitasolin, Pioglit, Pioglizon, Piotaz, Stanglit.
  • Beta-bloqueadores: Propranolol (Inderal, Rebaten), Atenolol (Atenol, Angipress, Ablok, Atenopress), Nadolol, Metoprolol (Selozok, Seloken, Lopressor), Bisoprolol (Concardio, Concor) teoricamente diminuem a conversão periférica do T4 (hormônio tireoideano com menor atividade) em T3 (hormônio tireoideano mais ativo) e com isso estudos mostram um maior ganho de peso. Além disso agem "segurando" a frequência cardíaca e assim o indivíduo não consegue elevar a frequência cardíaca durante uma atividade física mais intensa. E também agem bloqueando um receptor chamado Beta 3 adrenérgico, responsável pela quebra da gordura. Entretanto o impacto no peso, dependerá da seletividade do fármaco. Alguns são mais seletivos para atuar no coração, outros como o propranolol agem de forma mais sistêmica e com isso tem-se mais efeitos indesejáveis. 

3. TALVEZ VOCÊ ESTEJA EM UM ESTADO DE ESTRESSE CRÔNICO

“O estresse leva ao aumento do hormônio cortisol, que facilita a diferenciação de células gordurosas (aumento do número de células gordurosas), aumenta a formação de gordura (entrada de triglicérides no adipócito – célula de gordura), dificulta o emagrecimento”, afirma o endocrinologista, Dr. Marcio Mancini, Presidente do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e médico responsável pelo Grupo de Obesidade do Hospital das Clínicas.

Além disso ocorre um desequilíbrio na massa magra pois uma das ações do cortisol é a utilização da massa magra (degradação das proteínas) e com isso alteração do metabolismo basal, fraqueza muscular.
Se você está ocupada demais em seu escritório levando uma vida sedentária é provável que seu trabalho esteja causando o aumento de peso. Talvez, em meio a tantas tarefas, você não esteja prestando atenção em sua alimentação ao longo do dia, e esteja ingerindo calorias extras.

4. TALVEZ O SEU TREINO NÃO ESTEJA ADEQUADO

É comum achar que você "ganhou" peso depois de começar a fazer academia, e isto acontece por duas razões. A musculação aumenta a massa muscular e maior retenção de água dentro do músculo. 

Outro fato interessante é que muitos afirmam ficar horas nos exercícios aeróbicos e não perderem peso. Aeróbico só favorecer queima de gordura de forma significativa quando a frequência cardíaca é acima de 60% da Frequência cardíaca máxima. Ou seja, treine pesado.

Muitas mulheres optam por fazer apenas aeróbico com medo da musculação. Musculação emagrece mais a longo prazo do que o exercício aeróbico. Primeiro pq ela favorece o ganho de massa magra, já o aeróbico não, pelo contrário, você pode perder gordura mas também massa magra. Segundo pq o treinamento de força (musculação) mantém seu metabolismo basal alterado (gastando calorias mesmo em repouso) por mais tempo.

5. TALVEZ A SUA INGESTÃO DE FIBRAS E ALIMENTOS QUE MODULAM A MICROBIOTA INTESTINAL PODE ESTAR BAIXA

A baixa ingestão de fibras, alta ingestão de gorduras saturadas, aditivos alimentares, baixa ingestão de água e consumo excessivo de alimentos que podem ocasionar inflamação intestinal (FODMAPS) podem estar modulando o seu microbioma intestinal e isso pode de forma indireta atrapalhar o emagrecimento. Hoje já sabemos que existe uma correlação entre uma microbiota variada, baixa concentração de bactérias patogênicas e o nosso metabolismo. Indivíduos obesos possuem mais um tipo de bactérias chamadas firmicutes e os com peso adequado ou baixo peso possuem mais bacteriodetes. 

Ainda há muito que se elucidar nessa área, esclarecer os mecanismos entre obesidade e microbioma intestinal. Interrelação cérebro-intestino e como isso afeta o nosso peso. Portanto, apesar de não termos tantas evidências sobre estratégias que possam modular o peso através de uma modulação intestinal seja através de probióticos ou de alimentos, a dica é: 
  1. Consuma pelo menos 35g de fibras por dia, principalmente fibras solúveis. 
  2. Além disso evite o consumo de gordura saturadas, os trabalhos mostram que excesso de gordura saturada favorece a proliferação de bactérias patogênicas além de agravar a inflamação na mucosa intestinal. 
  3. Ingira água, pelo menos 30ml por kilo de peso. 

Autores: Dr. Frederico Lobo (Médico Nutrólogo) e Rodrigo Lamonier (Nutricionista e Profissional da educação física).