Para Agenor Álvares, diretor da Anvisa, o Brasil está passando por um momento de transição no controle e na regulamentação do uso de agrotóxicos: “Nós interditamos linha de produção na BASF, na Bayer e na Syngenta, que são as três maiores do mundo”, afirma. É uma mudança de postura que obviamente não agrada a todos
por Silvio Caccia Bava
Le Monde Diplomatique Brasil: A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) vai efetivar a proibição de 14 agrotóxicos já comercializados?
Agenor Álvares: A Anvisa não colocou em lugar nenhum que ia proibir os produtos. O que a Anvisa está fazendo, inclusive regulamentada por uma resolução da diretoria colegiada, é a reavaliação de 14 produtos.
Diplomatique: Sabemos que houve uma tentativa, por parte das empresas do setor, de entrar na justiça contra essa medida. Qual era a alegação?
Álvares: A alegação é que não haveria motivo para a reavaliação porque não havia nenhum dado que motivasse isso, mesmo se esses produtos tenham sido proibidos em outros países. Argumentavam que as condições climáticas do Brasil seriam diferentes e que a reavaliação não fazia sentido. A Anvisa conseguiu derrubar na Justiça todas as ações judiciais impetradas até agora contra a reavaliação e contra o resultado de qualquer reavaliação. Estamos reavaliando. Não gosto do gerúndio, mas “estamos” no processo.
Diplomatique: O Ministério do Meio Ambiente declarou que entre junho e julho vamos ter um resultado dessa reavaliação.
Álvares: Eles também estão fazendo reavaliação, mas não na mesma quantidade de produtos que nós. Pode ser que eles estejam colocando esse prazo para a reavaliação deles. Nós estamos com atraso. Nós queremos que isso seja bem discutido pela sociedade. Na hora que produzimos um dossiê, uma nota técnica elaborada pela Fundação Oswaldo Cruz, nossa parceira nesse processo, fazemos uma revisão com cuidado dessa nota técnica e a colocamos em consulta pública. A partir daí, avisamos a todas as empresas, as indústrias, as associações interessadas, divulgamos para toda a sociedade. E abrimos um tempo para a discussão. Anteriormente estávamos dando 30 dias, mas avaliamos que era muito pouco para fazer essa discussão. Para que não houvesse nenhuma desculpa que estivéssemos sendo autoritários, independentemente do tipo de produto, estamos dando um prazo maior. Estamos dando 60 ou 90 dias. Fechando a consulta pública, nós ainda abrimos a oportunidade para que as empresas produtoras que tenham interesse venham discutir a nota técnica que preparamos. A reunião é feita em nosso parlatório e gravada. Somente depois disso tudo é que nós vamos fechar a consulta pública e convocar a reunião da comissão de avaliação, que é composta pelos três órgãos que vão analisar e sugerir o que fazer. Você pode indicar o “fade-out”, ou seja, uma retirada programada do produto, ou o seu banimento, ou nada disso.
Diplomatique: Tem uma petição ao Ministério Público que foi feita há algum tempo pelo Adão Pretto e pelo Miguel Rossetto denunciando que morrem 5 mil trabalhadores rurais por ano em função da contaminação com os agrotóxicos. E as próprias pesquisas que o Idec acompanhou mostram uma contaminação grave dos alimentos com esses materiais químicos. Isso não exigiria uma medida imediata, mais radical?
Álvares: Eu não conheço essas avaliações às quais você se referiu. Nós temos aqui na Anvisa um programa chamado PARA (Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos), que avalia em torno de 20 culturas em todo o país. As secretarias estaduais de saúde colhem o produto e mandam pelos Correios para os laboratórios credenciados para que eles façam a avaliação. Temos tido surpresas desagradáveis com a utilização de agrotóxicos que não são destinados a determinadas culturas, ou acima do permitido, e inclusive a utilização de agrotóxicos que já foram banidos do país, que estão entrando de forma clandestina.
Diplomatique: Mas isso não foi autorizado em 2005 pelo governo dentro daquela iniciativa de que o que fosse usado no Mercosul não precisava obedecer às regras brasileiras?
Álvares: Não. Tem produtos utilizados na Argentina, por exemplo, que nós não usamos. E têm produtos que o Paraguai já baniu e que aqui ainda estão em fase de avaliação. O produto que está banido não pode entrar.
Diplomatique: Qual é a capacidade da Anvisa de fiscalizar isso?
Álvares: Dependendo do tipo de produto nós informamos para o órgão de fiscalização e controle, que é o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Agora, quando é um produto clandestino, que entra por contrabando, nós comunicamos à Polícia Federal, que é uma parceira de primeira hora. Inclusive fazemos diligências junto com eles para verificar denúncias e coibir o contrabando. No ano passado fizemos uma em Luis Eduardo Magalhães (BA), onde foi apreendido um número significativo de produtos contrabandeados. A Anvisa foi junto para ver se aquele produto era indicado para aquela cultura, se tinha autorização de comercialização, se estava registrado.
Diplomatique: Há punições a respeito disso?
Álvares: Claro, as pessoas foram presas. O mesmo ocorre quando fazemos a apreensão de um medicamento falsificado. É a mesma ação. Temos uma área de segurança institucional que conta com a PF de cada região para nos apoiar.
Diplomatique: O SINDAG - Sindicato das Indústrias de Defensivos Agrícolas fala da falta de transparência e mobilizou um mandato de segurança da 13ª Vara do Distrito Federal para questionar o papel da Anvisa.
Álvares: Eles questionaram a resolução que nós publicamos que definia a reavaliação. Qual foi o problema? Bem, eles apresentaram para nós duas reivindicações em 2008. A primeira foi que a gente tornasse o processo mais transparente, dissesse como seria a reavaliação. Nós entendemos que eles tinham razão e fizemos uma modificação no processo para ter mais transparência. A segunda reivindicação é que nós acertássemos quais produtos iriam para reavaliação. Aí eu neguei. Eu conversei com eles. Disse que fizeram uma bobagem de entrar na Justiça. Com isso, paralisamos um ano o processo. Já poderíamos ter concluído isso.
Diplomatique: Mas para eles é interessante atrasar porque eles continuam comercializando os produtos.
Álvares: Continuam comercializando, mas muitos dos produtos ficam sob suspeição. Quando o produtor rural vai comprar um produto, ele fica mais exigente, pois vê que ele está em reavaliação. Isso já está muito difundido no país. Com as fiscalizações, nós constatamos que vários dos componentes que estavam presentes, autorizados para uma determinada fórmula de agrotóxicos, tinham sido mudados ou não estavam presentes. Para isso acontecer, eles têm que solicitar à Anvisa autorização para fazer a modificação. Com a fiscalização nós vimos que estava havendo mudanças, mas que não foram solicitadas. O SINDAG mandou para nós, e para o Ministério do Meio Ambiente, uma solicitação para que a gente desse prioridade na avaliação de uma série de componentes. Só que eles pediram que aqueles componentes fossem autorizados independentemente dos agrotóxicos. E nós dissemos que não. Que precisávamos ver onde e de que forma eles seriam utilizados. Então essa questão está em discussão tanto na Anvisa, quanto nos Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente.
Diplomatique: Levando para um cenário mais amplo, já existem iniciativas da Comunidade Europeia, da Índia, da África, da Argentina, banindo, por exemplo, o endossulfan. Como continuamos permitindo isso aqui?
Álvares: Ele está em fase final de avaliação aqui. Ele inclusive deve ser banido em âmbito mundial no ano que vem.
Diplomatique: Por que estamos tão atrasados nisso?
Álvares: Porque agora é que estamos fazendo a reavaliação, que já está pronta.
Diplomatique: A Anvisa existe desde quando?
Álvares: A Anvisa existe desde 1999. Essa é a segunda reavaliação de produtos. A primeira nós fizemos em 2001-2002. E alguns produtos nós inclusive tiramos de mercado. Agora nós estamos na segunda reavaliação. E você viu a confusão que deu e a quantidade de ações judiciais que nós enfrentamos. No Brasil, o agrotóxico tem uma característica diferente do medicamento na questão do registro. O medicamento tem o registro da Anvisa com uma validade de 5 anos. Ao vencer esse prazo de validade, nos seis meses anteriores, o produtor tem que pedir uma reavaliação do registro. Se houver qualquer avaliação, por parte da nossa equipe técnica, de que aquele medicamento tem algum problema, são solicitadas informações, que precisam ser fornecidas para revalidar o registro. No caso do agrotóxico é diferente, o registro vale ad eternum. Só que o legislador, vendo esse problema, disse que os órgãos poderiam, sempre que houvesse algum tipo de suspeita de risco para a saúde humana ou alerta de agências internacionais, reavaliar o produto. Seria obrigação nossa. Mas nós só conseguimos ter justificativas científicas para isso a partir de 2006, quando conseguimos coletar informações do mundo inteiro que sinalizavam problemas nesses 14 ingredientes ativos.
Diplomatique: Por outro lado, já havia um tipo de pesquisa no tomate, nas hortaliças, e em outros produtos que indicava a contaminação.
Álvares: É o PARA, esse programa nós fazemos com todos os estados, todo ano nós temos essas informações. Ele é um importante indicativo para nós. Mas os problemas que nós estamos detectando com as reavaliações podem não ser os que nós estamos detectando nessas amostragens.
Diplomatique: Mas aí não se justificaria, da parte de outros países, terem banido esses agrotóxicos antes de nós.
Álvares: Não justificaria. Muitas vezes os agrotóxicos que estamos reavaliando podem não ser aqueles que detectamos em excesso em algumas culturas. Por exemplo, o endossulfan que você citou. Tem um único país que tem uma fábrica: a Índia. E o embaixador da Índia está aqui fazendo pressão para não tirarmos ele, trazendo regras da OMC. Você sabe quem é o dono da marca? A Bayer. Ela produz na Alemanha? Claro que não. Ela tirou a fábrica dela da Alemanha e botou na Índia, e dali manda para o mundo inteiro.
Diplomatique: Temos relatos de estados como o Piauí, onde houve pulverizações por avião que fizeram secar plantações, árvores frutíferas, legumes. E há denúncias de que morreu gente. Isso não é o caso de uma ação de emergência?
Álvares: Claro que é. Mas a Anvisa fica tolhida nisso porque nós temos que atuar juntamente com o Ibama e com o Ministério da Agricultura.
Diplomatique: Nosso Ministério da Agricultura está dizendo que a Anvisa não deve mais fazer o que ela faz...
Álvares: É verdade. Inclusive nós temos notícia de uma portaria ministerial retirando da Anvisa essa competência. Mas isso é inócuo. Como uma portaria de ministro pode ter validade maior que a lei? Não pode, isso é bobagem. Eu recebi só a cópia da proposta. Nosso pessoal está fazendo uma análise, mas eu já digo que isso para nós não tem o menor significado.
Diplomatique: E a bancada ruralista não pode mudar isso?
Álvares: Pode, claro. A lei é a lei 7.802, de 1989, e o decreto 4074 é de 2002, dizem expressamente que cabe à Anvisa, ao Ibama e ao MAPA reavaliar os ingredientes ativos sobre os quais há suspeita de riscos para a saúde humana. Não tem como uma portaria de ministro revogar uma lei, seria uma completa inversão da hierarquia das leis. Nunca ouvi falar nisso. E nós temos o cuidado muito grande de não transcender o que está na legislação. Agora, se a bancada ruralista for para uma solução dessa natureza, aí é outra coisa. Mas eu não acho que consiga. Inclusive a reavaliação e as fiscalizações que a Anvisa tem feito estão demonstrando isso agora.
Diplomatique: Eu gostaria que você falasse sobre a efetividade da ação da Anvisa porque ela tem um papel importante, mas há uma impunidade total das transgressões. Não é?
Álvares: Nós começamos a fazer essas fiscalizações em 2009. Por que só agora? Porque nossa equipe era muito reduzida e a maior preocupação era a questão do registro. Desde 2008 a nossa equipe – que ainda é muito reduzida, temos em torno de 20, 25 pessoas – está se preparando para essa fiscalização. A fiscalização é você pegar o que você autoriza, o dossiê que a empresa apresenta, e de posse de tudo isso nós visitamos as empresas. Nós já fomos nas três maiores do mundo aqui no Brasil e em todas nós constatamos irregularidades. Em todas nós interditamos linhas de produção. Dependendo da gravidade do que está lá eles serão autuados dentro da legislação sanitária. E em alguns casos nós vamos aplicar multas. Há um caso de uma empresa que nós aplicamos uma multa de R$ 2,5 milhões. Você pode achar que é pouco, mas é o que nos dá a nossa lei sanitária. Por isso nós temos um termo de cooperação com o Ministério da Justiça, com o departamento de proteção e defesa do consumidor, em que fechando o processo administrativo aqui nós o encaminhamos para ele. Aí eles avaliam qual foi o prejuízo maior para o consumidor e a multa poderá ser diferente dessa e aplicada num valor monetário maior.
Diplomatique: Não existe a possibilidade de fechar a fábrica?
Álvares: Dependendo pode existir. Mas nós não trabalhamos com isso. Nós queremos é que a indústria conserte o que está fazendo, acerte a produção que está fazendo. É difícil. Você tem que pensar que a empresa que nós multamos tem 1.500 empregados. Milhares de pessoas dependem daquela empresa. A preocupação da nossa equipe é essa.
Diplomatique: Eu vou insistir em uma coisa que me parece importante. Tem um documento do IDEC de 2003 em que de 1.278 amostras analisadas de diversos alimentos, 81% estavam contaminadas com resíduos de agrotóxicos, um grande número ultrapassava os limites máximos da legislação. Isso é de uma gravidade enorme.
Álvares: Muitas vezes a mesma cultura, quando vai para fora, não tem resíduo nenhum. As frutas para exportação, muitas delas estão limpinhas e entram tranquilo. Por exemplo, nós temos um produto que nós banimos em comum acordo entre a Anvisa, o MAPA e o Ibama, a ciexatina, que os Estados Unidos, a Europa e o Japão não aceitam. Ou seja, o produtor que vai produzir para exportar vai colocar isso na fruta dele? Claro que não.
Diplomatique: Mas isso mostra a importância de um papel efetivo de regulação. Quer dizer, outros países conseguem fazer isso e nós não?
Álvares: Nós estamos conseguindo. Por que tem essa complicação toda na Justiça? Porque tem reação de setores de mercado contra a Anvisa? É exatamente por isso. Porque eles sabem que o caminho que nós estamos trilhando é esse. Não há dúvidas de que o produto indicado para banimento será banido. O produto que nós tivermos evidência científica que vai agredir a saúde humana nós vamos indicar para o banimento.
Diplomatique: Tem uma estudiosa que diz que no fundo, com as proibições dos Estados Unidos e da União Europeia, essas transnacionais acabaram despejando todo o seu lixo no Brasil.
Álvares: É verdade. Nós não podemos aceitar que o Brasil seja transformado em um lixão do mundo. Em hipótese alguma. E isso pode estar acontecendo com alguns produtos, mas em breve isso não vai mais acontecer. Nós precisamos tomar todos os cuidados e também contar com a adesão de toda a sociedade civil brasileira. O Idec é um grande parceiro. Universidades, associações de produtores, alguns movimentos campesinos, todos apoiam nossa proposta. E agora temos setores da Câmara e do Senado completamente diferentes do que eram há cinco anos. Não houve pressões parlamentares sobre a Anvisa em relação às fiscalizações e nem às interdições das linhas de produção.
Diplomatique: Quais foram as empresas que sofreram interrupções?
Álvares: Nós interditamos linha de produção na BASF, na Bayer, na Syngenta, que são as três maiores do mundo; na Milenia, que é a sétima maior do mundo; na Nufarm, que é quarta maior do mundo; e na Iharabras. Em São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Ceará. Isso foi de julho do ano passado até março de 2010. Nós fizemos inspeção em 7 indústrias. Tinha empresa que chegou ao cúmulo de colocar substância para perfumar o agrotóxico. Tivemos que interditar os produtos.
Diplomatique: No Pantanal há grandes plantações de soja que têm uso de agrotóxico aplicado por avião. Os ribeirinhos contam que, quando chove, esses produtos escorrem para os rios, justamente nas cabeceiras onde há reprodução dos peixes a partir da pororoca. Isso está acabando com o Pantanal.
Álvares: Esse é um grande dilema do Ibama e do Ministério do Meio Ambiente. Por isso que nós queremos, como uma política de governo, ter uma atuação muito próxima e conjunta. É uma política de governo que cuida principalmente do ambiente, da saúde humana, sem perder a perspectiva da eficiência agronômica, mas também sem colocar em primeiro lugar os aspectos comerciais e econômicos. O aspecto principal do Estado regulador é estabelecer regras claras e ser transparente para o setor regulado e para a sociedade que vai consumir. Isso é o papel do Estado regulador. E qual é a responsabilidade da empresa? É cumprir aquilo que ela acordou com o governo. Parte-se de um acordo que a gente faz. A responsabilidade social é que ela tem que cumprir aquele acordo, sem ver como mais importante o aspecto econômico da empresa e o acionista. Isso seria irresponsabilidade social.
Diplomatique: Qual é o orçamento da Anvisa?
Álvares: Está na casa dos R$ 500 milhões por ano para tudo, para todas as áreas. Não existe falta de recurso para que façamos fiscalização, capacitação.
Diplomatique: No fundo, são 10 grandes produtores que detêm 80% do mercado. Não precisa ir muito longe...
Álvares: Exatamente.
Diplomatique: Que boas notícias nós podemos esperar da Anvisa num futuro próximo?
Álvares: A Anvisa quer aperfeiçoar o processo regulatório – e isso ela tem feito com uma transparência muito grande. Inclusive publicamos em março no Diário Oficial a nossa agenda regulatória, que mostra para a sociedade em quê vamos trabalhar esse ano, qual tipo de regras novas e qual aperfeiçoamento. Temos que ter o cuidado de não nos deixar levar pelo furor normativo-regulatório. Nosso grande presente para a sociedade é aperfeiçoar o processo de regulação e fiscalização. E a sociedade estará beneficiada pela atuação da Anvisa em função dos impostos que ela paga. Já sobre os produtos que estão em análise, eu não tenho dúvida nenhuma: se na reavaliação nós constatarmos que eles devam ser banidos, não haverá nenhum problema nisso. Duas empresas até nos procuraram dizendo que vão retirar á-los do mercado porque não querem ter o desgaste do banimento pela imprensa.
Silvio Caccia Bava é editor de Le Monde Diplomatique Brasil e coordenador geral do Instituto Pólis.
FONTE: http://diplomatique.uol.com.br/artigo.php?id=652
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
A reavaliação que os empresários não querem
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Dr. Frederico Lobo
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12:02
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Brasil deve fechar fronteiras para os agrotóxicos proibidos, diz Marina Silva
De acordo com informações do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola (Sindage), mais de um bilhão de litros de agrotóxicos foram jogados nas lavouras brasileiras na última safra. O número coloca o Brasil em primeiro lugar no ranking dos países que mais usam agrotóxicos no mundo. Para se ter uma ideia, é como se cada brasileiro consumisse, ao longo do ano, cinco litros de veneno.
De acordo com a senadora Marina Silva (PV), o governo brasileiro deve ter mais atenção em relação a este tema. Ela enfatiza que o uso excessivo de veneno prejudica não só a população, mas também o meio ambiente. Entre os problemas citados, a senadora aponta a facilidade com que os agrotóxicos proibidos na Europa entram no mercado brasileiro.
“A discussão em torno do tema do agrotóxico deve ser feita e ganhar mais transparência. Obviamente que o governo tem um papel fundamental em relação a esta questão. Porém, a fiscalização ainda é muito baixa, principalmente nas fronteiras. Nesses lugares o contrabando de agrotóxico é muito evidente.”
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil é o principal destino de agrotóxicos proibidos no exterior. Dez variedades vendidas livremente aos agricultores, no Brasil, não circulam na União Europeia e Estados Unidos. Um exemplo é o endossulfam, uma substância considerada altamente tóxica e associada a problemas reprodutivos. Por isso é vetado em 45 países.
FONTE: http://www.radioagencianp.com.br/9330-Brasil-deve-fechar-fronteiras-para-os-agrotoxicos-proibidos-diz-Marina-Silva
De acordo com a senadora Marina Silva (PV), o governo brasileiro deve ter mais atenção em relação a este tema. Ela enfatiza que o uso excessivo de veneno prejudica não só a população, mas também o meio ambiente. Entre os problemas citados, a senadora aponta a facilidade com que os agrotóxicos proibidos na Europa entram no mercado brasileiro.
“A discussão em torno do tema do agrotóxico deve ser feita e ganhar mais transparência. Obviamente que o governo tem um papel fundamental em relação a esta questão. Porém, a fiscalização ainda é muito baixa, principalmente nas fronteiras. Nesses lugares o contrabando de agrotóxico é muito evidente.”
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil é o principal destino de agrotóxicos proibidos no exterior. Dez variedades vendidas livremente aos agricultores, no Brasil, não circulam na União Europeia e Estados Unidos. Um exemplo é o endossulfam, uma substância considerada altamente tóxica e associada a problemas reprodutivos. Por isso é vetado em 45 países.
FONTE: http://www.radioagencianp.com.br/9330-Brasil-deve-fechar-fronteiras-para-os-agrotoxicos-proibidos-diz-Marina-Silva
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Dr. Frederico Lobo
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11:54
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Mercúrio torna aves homossexuais, diz estudo
A contaminação por mercúrio afeta o comportamento dos íbis brancos tornando-os homossexuais, segundo um estudo realizado por pesquisadores da Flórida, nos Estados Unidos, e do Sri Lanka.
A pesquisa - publicada na revista científica Proceedings of the Royal Society B - tinha o objetivo de descobrir por que as aves se reproduzem menos quando há mercúrio em seus alimentos, mas os resultados surpreenderam até mesmo os cientistas.
"Nós sabíamos que o mercúrio podia reduzir seus níveis de testosterona (hormônio masculino), mas não esperávamos isso", disse Peter Frederick, da Universidade da Flórida, que liderou o estudo.
A contaminação por mercúrio - que pode vir da queima de carvão e de lixo, além de minas - é especialmente comum em regiões pantanosas.
Macho com macho
A equipe de pesquisadores alimentou os íbis brancos com comprimidos que continham a mesma concentração de mercúrio encontrada em camarões e lagostins que servem de alimento para as aves em áreas de pântano.
Quanto mais alta a dose de mercúrio nos comprimidos, mais alta era a probabilidade de um íbis macho acasalar com outro macho.
De acordo com os cientistas, o estudo prova que o mercúrio pode reduzir drasticamente a reprodução dos pássaros e possivelmente de outros animais.
Ainda não se sabe exatamente como esse mecanismo funciona, mas é sabido que o mercúrio altera os sinais hormonais, o que poderia ter um impacto direto no comportamento sexual mediado por esses hormônios.
Além disso, os machos contaminados com taxas mais altas de mercúrio realizavam menos rituais de acasalamento, o que tornava mais provável que eles fossem "ignorados" pelas fêmeas.
Contaminação
Habitats pantanosos, como o Parque Nacional de Everglades, na Flórida, onde vivem essas aves, são especialmente vulneráveis à contaminação por mercúrio.
Bactérias encontradas na lama grossa e com pouco oxigênio alteram quimicamente o mercúrio, criando sua forma mais tóxica: o mercúrio metilado.
Essa substância química atua como uma espécie de impostor biológico, imitando hormônios responsáveis pelos sinais químicos naturais do corpo.
Alguns desses sinais são importantes no comportamento sexual. Eles podem estimular um animal a realizar um ritual de acasalamento ou motivá-lo a copular.
"Estamos vendo efeitos muito grandes no comportamento reprodutivo mesmo com baixas concentrações de mercúrio, então nós realmente deveríamos prestar mais atenção nisso", disse Frederick.
Cientistas acreditam que o próximo passo deve ser estudar o comportamento de animais contaminados por mercúrio na natureza.
FONTE: http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/2010/12/101201_aveshomossexuais_is.shtml
A pesquisa - publicada na revista científica Proceedings of the Royal Society B - tinha o objetivo de descobrir por que as aves se reproduzem menos quando há mercúrio em seus alimentos, mas os resultados surpreenderam até mesmo os cientistas.
"Nós sabíamos que o mercúrio podia reduzir seus níveis de testosterona (hormônio masculino), mas não esperávamos isso", disse Peter Frederick, da Universidade da Flórida, que liderou o estudo.
A contaminação por mercúrio - que pode vir da queima de carvão e de lixo, além de minas - é especialmente comum em regiões pantanosas.
Macho com macho
A equipe de pesquisadores alimentou os íbis brancos com comprimidos que continham a mesma concentração de mercúrio encontrada em camarões e lagostins que servem de alimento para as aves em áreas de pântano.
Quanto mais alta a dose de mercúrio nos comprimidos, mais alta era a probabilidade de um íbis macho acasalar com outro macho.
De acordo com os cientistas, o estudo prova que o mercúrio pode reduzir drasticamente a reprodução dos pássaros e possivelmente de outros animais.
Ainda não se sabe exatamente como esse mecanismo funciona, mas é sabido que o mercúrio altera os sinais hormonais, o que poderia ter um impacto direto no comportamento sexual mediado por esses hormônios.
Além disso, os machos contaminados com taxas mais altas de mercúrio realizavam menos rituais de acasalamento, o que tornava mais provável que eles fossem "ignorados" pelas fêmeas.
Contaminação
Habitats pantanosos, como o Parque Nacional de Everglades, na Flórida, onde vivem essas aves, são especialmente vulneráveis à contaminação por mercúrio.
Bactérias encontradas na lama grossa e com pouco oxigênio alteram quimicamente o mercúrio, criando sua forma mais tóxica: o mercúrio metilado.
Essa substância química atua como uma espécie de impostor biológico, imitando hormônios responsáveis pelos sinais químicos naturais do corpo.
Alguns desses sinais são importantes no comportamento sexual. Eles podem estimular um animal a realizar um ritual de acasalamento ou motivá-lo a copular.
"Estamos vendo efeitos muito grandes no comportamento reprodutivo mesmo com baixas concentrações de mercúrio, então nós realmente deveríamos prestar mais atenção nisso", disse Frederick.
Cientistas acreditam que o próximo passo deve ser estudar o comportamento de animais contaminados por mercúrio na natureza.
FONTE: http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/2010/12/101201_aveshomossexuais_is.shtml
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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Olhos revelam efeito da poluição no coração, segundo estudo
Fotos digitais de microartérias do fundo do olho permitem observar diretamente como vasos sanguíneos que irrigam o coração se contraem sob os efeitos da poluição do ar, segundo estudo publicado nesta terça-feira.
Este trabalho permite revelar que pessoas com boa saúde expostas a altos níveis de poluição sofrem uma constrição das artérias da retina, sinal de um risco mais elevado a desenvolver doenças cardiovasculares, explicaram os autores deste estudo divulgado na PloS Medicine, publicação na internet da Public Library of Science nos Estados Unidos.
Trabalhos anteriores já haviam estabelecido um vínculo entre a poluição do ar e as doenças cardíacas.
Mas este último estudo, feito com 4.607 participantes entre pessoas de 45 a 84 anos durante dois anos, é aparentemente o primeiro a examinar os efeitos da poluição nos vasos pequenos, chamados microvasos, dos humanos, segundo Sara Adar, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Michigan (norte), uma das co-autoras da pesquisa.
Durante um período de dois anos, os cientistas mediram os níveis de partículas finas em suspensão no ar nas pessoas que participaram do estudo antes de fazer exame de fundo de olho para avaliar a exposição à contaminação a curto prazo.
Nenhum dos participantes tinha antecedentes de problemas cardíacos.
O estudo mostra que quem esteve exposto durante curtos períodos ao ar pouco contaminado tinha microvasos sanguíneos equivalentes aos de uma pessoa três anos mais velha.
Mas as pessoas expostas a um ar fortemente contaminado durante períodos prolongados tinham microvasos de alguém sete anos mais velho, o que se traduz em "um crescimento de 3% das doenças cardíacas em quem vive em áreas menos contaminadas", disseram os autores.
FONTE: http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/afp/2010/11/30/olhos-revelam-efeito-da-poluicao-no-coracao-segundo-estudo.jhtm
Este trabalho permite revelar que pessoas com boa saúde expostas a altos níveis de poluição sofrem uma constrição das artérias da retina, sinal de um risco mais elevado a desenvolver doenças cardiovasculares, explicaram os autores deste estudo divulgado na PloS Medicine, publicação na internet da Public Library of Science nos Estados Unidos.
Trabalhos anteriores já haviam estabelecido um vínculo entre a poluição do ar e as doenças cardíacas.
Mas este último estudo, feito com 4.607 participantes entre pessoas de 45 a 84 anos durante dois anos, é aparentemente o primeiro a examinar os efeitos da poluição nos vasos pequenos, chamados microvasos, dos humanos, segundo Sara Adar, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Michigan (norte), uma das co-autoras da pesquisa.
Durante um período de dois anos, os cientistas mediram os níveis de partículas finas em suspensão no ar nas pessoas que participaram do estudo antes de fazer exame de fundo de olho para avaliar a exposição à contaminação a curto prazo.
Nenhum dos participantes tinha antecedentes de problemas cardíacos.
O estudo mostra que quem esteve exposto durante curtos períodos ao ar pouco contaminado tinha microvasos sanguíneos equivalentes aos de uma pessoa três anos mais velha.
Mas as pessoas expostas a um ar fortemente contaminado durante períodos prolongados tinham microvasos de alguém sete anos mais velho, o que se traduz em "um crescimento de 3% das doenças cardíacas em quem vive em áreas menos contaminadas", disseram os autores.
FONTE: http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/afp/2010/11/30/olhos-revelam-efeito-da-poluicao-no-coracao-segundo-estudo.jhtm
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Dr. Frederico Lobo
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sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Ainda sem consenso, agências reguladoras do mundo analisam a proibição ou não do Bisfenol-A, diz toxicologista da Anvisa
Um dos palestrantes do Fórum Peter Rembischevski adianta que o Brasil estuda o tema para adotar uma nova regulamentação ou proibição da substância.
‘”Proibir totalmente a utilização ou estabelecer um outro parâmetro de ingestão diária tolerável de Bisfenol-A (BPA) composto encontrado na fabricação de policarbonato, um tipo de resina utilizada na produção da maioria dos plásticos – é a grande dúvida que permeia a maioria das agências reguladoras do mundo, incluindo a ANVISA, no Brasil”, afirma Peter Rembischevski, Mestre em Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Toxicologista e Especialista em Regulação e Vigilância Sanitária da Anvisa – Agência de Vigilância Sanitária.
Durante o Fórum SBEM-SP sobre Desreguladores Endócrinos: Bioquímica, Bioética, Clínica e Cidadania que acontece dia 25 de novembro, quinta-feira, na Sede do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo(CREMESP), Peter abordará o Papel da Anvisa sobre o tema. O evento integra a Campanha contra os Desreguladores Endócrinos sob o slogan: “Diga não ao Bisfenol-A, a vida não tem plano B”, idealizada pela SBEM-SP.
Segundo ele, “a questão ainda não tem consenso na maioria das agências reguladoras no mundo porque cada uma delas interpreta os resultados das pesquisas científicas em animais por meio intra-venoso, de maneiras distintas causando controvérsias sobre o tema. E isso tem explicações sob a ótica da toxicologia. A ingestão de Bisfenol-A por meio intra-venoso é absorvida pelo organismo de modo diferente se comparada com a ingestão via oral, como acontece na maioria das vezes, por humanos. A reação do organismo é diferente dependendo da maneira que o Bisfenol-A é absorvido. O organismo dos animais e dos seres humanos são diferentes e, por isso, nem sempre o que é prejudicial para uma espécie é também para a outra. É o princípio da correlação inter-espécies. Mesmo as pesquisas realizadas com a substância em pequenas populações de pessoas ainda não é capaz de sustentar sua proibição”.
Ele reforça que talvez a discussão fique sobre o limiar da dose, abaixo da qual não produz efeito negativo, como é o caso do ferro. Afinal, a dose faz o veneno – uma dose baixa não oferece preocupação, mas destaca que o Brasil está atento e ainda estuda a melhor forma de regulamentar ou proibir a utilização da substância por isso quer também estudar o posicionamento da União Européia.
Nova Era
Peter ressalta que apesar de ainda não haver um consenso, as agências reguladoras mudaram a postura e, hoje, não esperam ter a certeza se uma substância é noviça ou não à saúde. Atualmente, diferente do passado, as agências utilizam o princípio da precaução – o que significa que mesmo antes de ter uma certeza, mas já tendo indícios, estabelece parâmetros de utilização da substância em questão para evitar maiores problemas no futuro. Antigamente, esperava-se anos até que se comprovasse a veracidade das pesquisas. Hoje, as agências incentivam os fabricantes a procurarem alternativas para substituir o produto .
Peter ainda reforça que o mercado mesmo sem uma posição da maioria das agências reguladoras já está mudando. Os produtos com Bisfenol-A estão perdendo mercado. “Para se ter uma idéia, os produtos com BPA perderam 50% do mercado no Japão, sem o governo precisar proibir a utilização da substância”, destaca Peter.
FONTE: http://sbemsp.org.br/bpa/
‘”Proibir totalmente a utilização ou estabelecer um outro parâmetro de ingestão diária tolerável de Bisfenol-A (BPA) composto encontrado na fabricação de policarbonato, um tipo de resina utilizada na produção da maioria dos plásticos – é a grande dúvida que permeia a maioria das agências reguladoras do mundo, incluindo a ANVISA, no Brasil”, afirma Peter Rembischevski, Mestre em Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Toxicologista e Especialista em Regulação e Vigilância Sanitária da Anvisa – Agência de Vigilância Sanitária.
Durante o Fórum SBEM-SP sobre Desreguladores Endócrinos: Bioquímica, Bioética, Clínica e Cidadania que acontece dia 25 de novembro, quinta-feira, na Sede do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo(CREMESP), Peter abordará o Papel da Anvisa sobre o tema. O evento integra a Campanha contra os Desreguladores Endócrinos sob o slogan: “Diga não ao Bisfenol-A, a vida não tem plano B”, idealizada pela SBEM-SP.
Segundo ele, “a questão ainda não tem consenso na maioria das agências reguladoras no mundo porque cada uma delas interpreta os resultados das pesquisas científicas em animais por meio intra-venoso, de maneiras distintas causando controvérsias sobre o tema. E isso tem explicações sob a ótica da toxicologia. A ingestão de Bisfenol-A por meio intra-venoso é absorvida pelo organismo de modo diferente se comparada com a ingestão via oral, como acontece na maioria das vezes, por humanos. A reação do organismo é diferente dependendo da maneira que o Bisfenol-A é absorvido. O organismo dos animais e dos seres humanos são diferentes e, por isso, nem sempre o que é prejudicial para uma espécie é também para a outra. É o princípio da correlação inter-espécies. Mesmo as pesquisas realizadas com a substância em pequenas populações de pessoas ainda não é capaz de sustentar sua proibição”.
Ele reforça que talvez a discussão fique sobre o limiar da dose, abaixo da qual não produz efeito negativo, como é o caso do ferro. Afinal, a dose faz o veneno – uma dose baixa não oferece preocupação, mas destaca que o Brasil está atento e ainda estuda a melhor forma de regulamentar ou proibir a utilização da substância por isso quer também estudar o posicionamento da União Européia.
Nova Era
Peter ressalta que apesar de ainda não haver um consenso, as agências reguladoras mudaram a postura e, hoje, não esperam ter a certeza se uma substância é noviça ou não à saúde. Atualmente, diferente do passado, as agências utilizam o princípio da precaução – o que significa que mesmo antes de ter uma certeza, mas já tendo indícios, estabelece parâmetros de utilização da substância em questão para evitar maiores problemas no futuro. Antigamente, esperava-se anos até que se comprovasse a veracidade das pesquisas. Hoje, as agências incentivam os fabricantes a procurarem alternativas para substituir o produto .
Peter ainda reforça que o mercado mesmo sem uma posição da maioria das agências reguladoras já está mudando. Os produtos com Bisfenol-A estão perdendo mercado. “Para se ter uma idéia, os produtos com BPA perderam 50% do mercado no Japão, sem o governo precisar proibir a utilização da substância”, destaca Peter.
FONTE: http://sbemsp.org.br/bpa/
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Dr. Frederico Lobo
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Europa proíbe bisfenol A e no Brasil médicos se mobilizam
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Dr. Frederico Lobo
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Mais proteínas e menos carboidratos refinados - New England Journal Of Medicine
Um grupo de pesquisadores europeus descobriram que comer mais proteínas e menos carboidratos refinados ajuda a ficar dentro do peso normal. A equipe mostrou que homens e mulheres que perderam pelo menos oito por cento do seu peso em uma dieta de baixas calorias foram mantidos em uma dieta de alimentos ricos em proteínas e pobre em carboidratos refinados por seis meses. Eles tinham menor probabilidade de recuperar qualquer peso, e também foram os menos propensos a abandonar o estudo. Talvez pelo fato da regulação dos níveis glicêmicos, já que uma dieta do tipo evita variações abruptas nos níveis de insulina, comum em quem ingere muito carboidrato refinado.
Os participantes foram divididos em grupos alimentares: diferentes quantidades de proteína, uma quantidade moderada de gordura, e diferentes quantidades de carboidratos classificados como de alto ou baixo índice glicêmico.
O Índice glicêmico (IG) é uma medida de quão rápido um alimento é convertido em açúcar no sangue. Alto-GI alimentos, como pão branco e outros alimentos que contenham carboidratos refinados, produzem um aumento rápido da glicose no sangue, enquanto os alimentos de baixo índice glicêmico, como pães integrais, causa um aumento mais lento do açúcar no sangue e com isso solicita menos insulina do pâncreas. Acredita-se que esse mecanismo auxilie na saciedade.
O estudo foi publicado no New England Journal of Medicine. Elaborado pelo Dr. Thomas Meinert Larsen e seus colaboradores da Universidade de Copenhague.
O autor relatou que os resultados "traduzir em recomendações dietéticas diferentes para uma utilização mais ampla, provavelmente, ainda tem que ser descoberto porque o índice glicêmico não é realmente uma ferramenta fácil e simples de usar para a maioria pessoas "
Larsen e os seus colegas selecionaram inicialmente 773 homens e mulheres e suas famílias em oito diferentes países da Europa Ocidental. Essas famílias foram distribuídas aleatoriamente em um dos cinco diferentes dietas de manutenção de peso por 26 semanas. Nenhum calorias restritas, mas quatro das dietas que ditam a proporção de proteínas, gorduras e carboidratos refinados que deveriam fazer parte da alimentação diária. Um grupo que comeu sem restrições serviram como controle. Resto dos grupos foram:
• de baixa proteína, dieta de baixo IG
• de baixa proteína, dieta de alto IG
• de alta proteína e dieta com IG baixo
• de alta proteína e dieta com IG alto
Os grupos de baixa proteína consumida 13 por cento das calorias como proteína, nos grupos de alta proteína, 25 por cento da energia total consumida foi de proteína.
Pessoas em todos os grupos puderam comer o quanto quisessem. Para se certificar de que eles seguiram suas dietas, os participantes do estudo eram orientadas sobre o que os alimentos para preparar, diários alimentares apresentados e submetidos a testes de urina para verificar a quantidade de proteína que consumiu. Uma pequena parcela dos participantes tiveram suas refeições preparadas por eles.
Os resultados mostraram que 71% completaram o estudo.
26 por cento das pessoas no grupo de alta proteína ou de grupos de baixo IG abandonaram o estudo.
As 548 pessoas que mantiveram a dieta comendo pouca proteína e e ingerindo alimentos com alto índice glicêmico ganharam uma quantidade significativa de peso (1,67 kg, em média).
Dr. David Ludwig, diretor do "Peso ideal para a Vida" Programa do Hospital Infantil de Boston, disse que a perda de peso a curto prazo é mais fácil do que mantê-lo ao longo do tempo. Ludwig co-autor de um editorial que acompanha o estudo.
Ele disse: "A natureza da dieta e como essa dieta afeta nossa biologia subjacente pode ter muito a ver com a probabilidade de que estamos a cumprir, para permanecer na dieta." Pessoas que etsavam ingerindo mais proteína alimentos com baixo IG parecem gostar deste tipo de dieta, talvez porque eles estavam sentindo menos fome e mais energia ... ou apenas de perceber que eles estavam fazendo melhor e tendo mais resultados".
"Não há nada que motive mais que o sucesso quando se trata de perda de peso ", acrescentou.
Ele disse que esta poderia ser uma dieta fácil de seguir. "Adicionando uma porção de nozes e feijão na dieta diária e abolindo os grãos refinados, associado a mudanças nos hábitos alimentares, teríamos um impacto potencialmente enorme na saúde pública, e isso é uma alteração ao alcance de todos. "
James O. Hill, diretor do Centro para Nutrição Humana da Universidade do Colorado, que não fazia parte da equipe observou: "Não há muita diferença entre os grupos agora." Mas ele elogiou a equipe para focar no peso manutenção, um aspecto muitas vezes negligenciado da perda de peso. "Este é o tipo de pesquisa que deve ser feito", disse ele.
Artigo: Diets with High or Low Protein Content and Glycemic Index for Weight-Loss Maintenance
Autores: Thomas Meinert Larsen, et al.
Ano: 2010
Periódico: New England Journal Of Medicine
Disponível em: http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1007137?query=TOC
Os participantes foram divididos em grupos alimentares: diferentes quantidades de proteína, uma quantidade moderada de gordura, e diferentes quantidades de carboidratos classificados como de alto ou baixo índice glicêmico.
O Índice glicêmico (IG) é uma medida de quão rápido um alimento é convertido em açúcar no sangue. Alto-GI alimentos, como pão branco e outros alimentos que contenham carboidratos refinados, produzem um aumento rápido da glicose no sangue, enquanto os alimentos de baixo índice glicêmico, como pães integrais, causa um aumento mais lento do açúcar no sangue e com isso solicita menos insulina do pâncreas. Acredita-se que esse mecanismo auxilie na saciedade.
O estudo foi publicado no New England Journal of Medicine. Elaborado pelo Dr. Thomas Meinert Larsen e seus colaboradores da Universidade de Copenhague.
O autor relatou que os resultados "traduzir em recomendações dietéticas diferentes para uma utilização mais ampla, provavelmente, ainda tem que ser descoberto porque o índice glicêmico não é realmente uma ferramenta fácil e simples de usar para a maioria pessoas "
Larsen e os seus colegas selecionaram inicialmente 773 homens e mulheres e suas famílias em oito diferentes países da Europa Ocidental. Essas famílias foram distribuídas aleatoriamente em um dos cinco diferentes dietas de manutenção de peso por 26 semanas. Nenhum calorias restritas, mas quatro das dietas que ditam a proporção de proteínas, gorduras e carboidratos refinados que deveriam fazer parte da alimentação diária. Um grupo que comeu sem restrições serviram como controle. Resto dos grupos foram:
• de baixa proteína, dieta de baixo IG
• de baixa proteína, dieta de alto IG
• de alta proteína e dieta com IG baixo
• de alta proteína e dieta com IG alto
Os grupos de baixa proteína consumida 13 por cento das calorias como proteína, nos grupos de alta proteína, 25 por cento da energia total consumida foi de proteína.
Pessoas em todos os grupos puderam comer o quanto quisessem. Para se certificar de que eles seguiram suas dietas, os participantes do estudo eram orientadas sobre o que os alimentos para preparar, diários alimentares apresentados e submetidos a testes de urina para verificar a quantidade de proteína que consumiu. Uma pequena parcela dos participantes tiveram suas refeições preparadas por eles.
Os resultados mostraram que 71% completaram o estudo.
26 por cento das pessoas no grupo de alta proteína ou de grupos de baixo IG abandonaram o estudo.
As 548 pessoas que mantiveram a dieta comendo pouca proteína e e ingerindo alimentos com alto índice glicêmico ganharam uma quantidade significativa de peso (1,67 kg, em média).
Dr. David Ludwig, diretor do "Peso ideal para a Vida" Programa do Hospital Infantil de Boston, disse que a perda de peso a curto prazo é mais fácil do que mantê-lo ao longo do tempo. Ludwig co-autor de um editorial que acompanha o estudo.
Ele disse: "A natureza da dieta e como essa dieta afeta nossa biologia subjacente pode ter muito a ver com a probabilidade de que estamos a cumprir, para permanecer na dieta." Pessoas que etsavam ingerindo mais proteína alimentos com baixo IG parecem gostar deste tipo de dieta, talvez porque eles estavam sentindo menos fome e mais energia ... ou apenas de perceber que eles estavam fazendo melhor e tendo mais resultados".
"Não há nada que motive mais que o sucesso quando se trata de perda de peso ", acrescentou.
Ele disse que esta poderia ser uma dieta fácil de seguir. "Adicionando uma porção de nozes e feijão na dieta diária e abolindo os grãos refinados, associado a mudanças nos hábitos alimentares, teríamos um impacto potencialmente enorme na saúde pública, e isso é uma alteração ao alcance de todos. "
James O. Hill, diretor do Centro para Nutrição Humana da Universidade do Colorado, que não fazia parte da equipe observou: "Não há muita diferença entre os grupos agora." Mas ele elogiou a equipe para focar no peso manutenção, um aspecto muitas vezes negligenciado da perda de peso. "Este é o tipo de pesquisa que deve ser feito", disse ele.
Artigo: Diets with High or Low Protein Content and Glycemic Index for Weight-Loss Maintenance
Autores: Thomas Meinert Larsen, et al.
Ano: 2010
Periódico: New England Journal Of Medicine
Disponível em: http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1007137?query=TOC
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Dr. Frederico Lobo
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quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Alzheimer: prevenção baseada na combinação de alimentos antioxidantes
Azeite de oliva, castanhas, peixes, aves, frutas, saladas, vegetais crucíferos (couve, couve-flor, couve-de-bruxela, repolho, brócolis) e vegetais folhosos verde-escuros: se esses itens costumam entrar no seu prato em porções generosas, ótimo.
Entre outros benefícios o consumo combinado (não isolado) diário pode diminuir o risco de progressão e surgimento da Doença de Alzheimer. A conclusão é de uma pesquisa da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, publicada na revista científica Archives of Neurology.
Tais nutrientes possuem potencial antioxidante, sendo assim, diminuem o estresse oxidativo cerebral e com isso evita a progressão da doença.
Hoje alguns sites noticiaram que um grupo de cientistas suecos da Universidade Dundee criaram uma fórmula barata e eficaz na prevenção do Alzheimer. Encontrei artigos isolados sobre o tema na revista " Proceedings of the National Academy of Sciences". A fórmula consiste na combinação de um antidiabético chamado Metformina e de um polifenol denominado Resveratrol, encontrado na semente e casca de uvas, principalmente as mais escuras. Como não encontrei o artigo, apenas cito a combinação do estudo.
Autores: Yian Gu; Jeri W. Nieves; Yaakov Stern; Jose A. Luchsinger; Nikolaos Scarmeas.
Ano: 2010
Periódico: Archives of Neurology
Disponível em: http://archneur.ama-assn.org/cgi/content/abstract/67/6/699
Entre outros benefícios o consumo combinado (não isolado) diário pode diminuir o risco de progressão e surgimento da Doença de Alzheimer. A conclusão é de uma pesquisa da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, publicada na revista científica Archives of Neurology.
A explicação do estudo é que tais alimentos são ricos em: Gordura monoinsaturada; Gordura polinsaturada (omega 3 e 6); Vitamina E; Vitamina B12; Folato.
Tais nutrientes possuem potencial antioxidante, sendo assim, diminuem o estresse oxidativo cerebral e com isso evita a progressão da doença.
Hoje alguns sites noticiaram que um grupo de cientistas suecos da Universidade Dundee criaram uma fórmula barata e eficaz na prevenção do Alzheimer. Encontrei artigos isolados sobre o tema na revista " Proceedings of the National Academy of Sciences". A fórmula consiste na combinação de um antidiabético chamado Metformina e de um polifenol denominado Resveratrol, encontrado na semente e casca de uvas, principalmente as mais escuras. Como não encontrei o artigo, apenas cito a combinação do estudo.
Artigo:
Título: Food Combination and Alzheimer Disease Risk: A Protective DietAutores: Yian Gu; Jeri W. Nieves; Yaakov Stern; Jose A. Luchsinger; Nikolaos Scarmeas.
Ano: 2010
Periódico: Archives of Neurology
Disponível em: http://archneur.ama-assn.org/cgi/content/abstract/67/6/699
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Dr. Frederico Lobo
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Garçom! Tem um potencial carcinogênico na minha sopa!
Yolande Sprague pode ser perdoada por se sentir virtuosa. Quatro anos atrás depois de ter seu segundo filho, a dona de casa ouviu falar pela primeira vez sobre o BPA, um químico presente em plásticos que pode migrar para a água ou alimento, potencialmente causando sérios problemas de saúde como o câncer. Ela não estava disposta a arriscar e correu para a loja Babies “R”Us, que tinha um programa de troca de mamadeiras com BPA, e saiu de lá com $100 de crédito.
Seria bom se fosse fácil assim.
O que Sprague não se deu conta é que o BPA, ou bisfenol A, é onipresente, isso quer dizer, que quase tudo o que você come, que vem de uma lata, contem o químico.
A exposição ao BPA de enlatados “é muito mais extensiva” do que de garrafas plásticas, disse Shanna Swan, professora e pesquisadora da Universidade de Rochester em Nova York. “É principalmente preocupante nas latas de fórmula para crianças.”
O BPA é um componente essencial no revestimento de resina epóxi que mantem alimentos frescos por mais tempo e previne que interajam com o metal alterando o sabor. Já foi associado em pesquisas com ratos ao câncer, obesidade, diabetes e problemas cardíacos.
A indústria de enlatados diz que apoia o uso do químico e que alguns estudos feitos por agências governamentais consideraram o BPA seguro para o contato com alimentos. Eles também mencionam que seu uso reduziu significativamente o número de mortes de intoxicação alimentar.
Mas em janeiro, a FDA (Food and Drug Administration), correspondente a Anvisa nos Estados Unidos, pela primeira vez expressou “alguma preocupação” com o BPA. Motivada em parte por estudos recentes e também por uma crescente preocupação do público e de grupos de defesa ao consumidor, a agência anunciou que investirá 30 milhões de dólares em pesquisas que estudem os potenciais efeitos do químico no corpo humano.
Embora não esteja claro como esse estímulo econômico vai se dar, seus resultados estão sendo esperados ansiosamente pela indústria e consumidores. O relatório, previsto para o fim de 2011 está sendo feito em colaboração com o Instituto Nacional da Saúde (National Institutes of Health).
“Ainda não foi provado categoricamente que o BPA prejudica crianças ou adultos, mas como crianças no início de seu desenvolvimento estão expostas ao BPA, a informação que estamos buscando merece uma maior atenção”, disse o vice secretário do Health and Human Services, Bill Corr no começo do ano.
O que é claro no entanto é que ao contrário do plástico não existem ainda no momento alternativas à resina epóxi viáveis.
“Se está presente em mamadeiras, imagino então que está em muitos outros produtos também,” diz Sprague, que tem um histórico de partos prematuros. O nascimento de seu próximo filho está previsto para setembro.” Todo mundo está tendo câncer de mama agora. É assustador. Será que é por causa do BPA? Eu não sei.”
BPA x DNA
Um cientista que está envolvido na luta contra o BPA é o médico e professor da Universidade de Yale, Hugh Taylor. Sua pesquisa revelou que o químico altera como os genes reagem ao estrogênio, e que isso pode levar as crianças a desenvolver o câncer na fase adulta.
“Eu digo às minhas pacientes grávidas que evitem produtos com bisfenol A”, ele disse. “Mesmo uma pequena exposição durante a gravidez pode causar danos a longo prazo.”
Os estudos de Taylor são certamente surpreendentes. Eles revelaram que o químico altera como o DNA trabalha, um processo conhecido como mudança epigenética.
Em cada filamento do DNA um grupo de moléculas de carbono se liga a receptores que ajudam a determinar que genes serão acionados ou não. Na presença do BPA, no entanto, muitas dessas moléculas de carbono podem ser removidas do DNA, e com elas a definição do acionamento.
Imagine que os grupos de carbono são um tipo de fechadura e os receptores de DNA são o portão. Quando a fechadura é removida, o portão fica permanentemente aberto, aumentando significativamente o risco do estrogênio entrar na fase adulta, interagir com o DNA e causar câncer.
“Os efeitos são permanentes e duradouros,” disse Taylor. A exposição de adultos é preocupante, mas acho que a exposição de fetos é pior.”
Para estudar como o BPA pode afetar bebês no útero, Taylor injetou ratas grávidas com altas doses de bisfenol A por 5 dias. Ele descobriu que as ratas expostas ao BPA no útero não tinham o “portão” nos receptores de DNA e se tornaram mais suscetíveis ao estrogênio durante o resto de suas vidas.
Como muitos alimentos possuem estrogênio natural – soja, por exemplo – Taylor acredita que seus estudos sugerem que complicações podem aparecer mais para frente simplesmente como resultado de uma alimentação básica, sem falar de suplementos de estrogênio que muitas mulheres tomam ao entrar na menopausa. “Nos modelos com ratas, elas são mais suscetíveis ao câncer,”diz Taylor.
Por ser ginecologista, Taylor estudou os efeitos primariamente em ratas. O impacto a longo prazo do BPA em receptores de DNA em machos, ele disse, ainda é desconhecido. Sua pesquisa também é limitada porque ele não pode testar o BPA em humanos não contaminados. “Todos temos o BPA em nossos corpos, então não existe uma maneira de testar uma população não contaminada,”ele disse. Você nunca terá o perfeito experimento com humanos para uma prova definitiva.”
Atualmente Taylor está estudando como o BPA remove os grupos de carbono do DNA – o processo específico pelo qual o BPA remove as “fechaduras”- e espera que essa pesquisa traga uma maior compreensão de como o químico interage com o corpo.
Ele reconhece o papel do BPA na segurança de alimentos mas diz que as pessoas devem estar conscientes do perigo em potencial. “Sempre equilibramos em nossas vidas os riscos com os benefícios que trazem”, ele disse. “Pagamos um preço pela sociedade moderna e conveniente.”
Frederick vom Saal, professor da Universidade de Missouri que também estuda o BPA é muito menos diplomático. Conhecido com um intenso ativista contra o químico, ele disse que se o BPA fosse considerado um remédio, “ele seria proibido imediatamente”.
Uma descoberta
Dentro de enlatados, a fina camada de resina epóxi separa o alimento do metal da lata, evitando que os dois interajam e prevenindo a ferrugem.
A resina é pulverizada na lata e seca quase que instantaneamente. Milhares de empresas, como a Campbell Soup e Coca-Cola, utilizam a resina como revestimento interno. Sem essa proteção, o alimento estragaria mais rápido. Latas sem o químico explodiriam nas prateleiras de lojas quando o alimento reagisse com o metal.
O BPA foi sintetizado pela primeira vez em 1891, o BPA endurece o plástico, possibilitando sua utilização em vários produtos, de canoas plásticas a recibos. É um componente essencial da resina epóxi agindo como parte da base do polímero e foi usado pela primeira vez em uma lata em 1940.
Foi um produto revolucionário e sua utilização só cresceu. “Ele é especial”, disse Steve Russel, líder da divisão de plástico do Conselho Americano de Química (American Chemistry Council). “Quando se deram conta foi um daqueles momentos ‘eureka’.
Como o BPA foi considerado seguro sem ser questionado por tanto tempo, poucas pesquisas foram feitas na busca de alternativas comerciais viáveis para enlatados. “ No momento não existe uma resina única que ofereça o mesmo grau de segurança para recipientes de alimentos, tempo de prateleira e custo benefício para o acondicionamento de frutas e vegetais,”disse Russel.
O mesmo não aconteceu com as garrafas plásticas. Nessa indústria, substituições foram muito mais fáceis de achar. Alternativas ao plástico com BPA incluem polietileno, mais usado na fabricação de sacolas plásticas e o polipropileno, que é utilizado em squeezes (garrafas plásticas reutilizáveis destinadas a esportistas).
É certo que resinas sem BPA já existem, mas são muito mais caras. Este é um desafio para a indústria que é sensível a mudanças de preço em frações de centavos.
A empresa Eden Foods que está localizada em Michigan, por exemplo, comercializa feijão e arroz em latas sem BPA feitas pela Ball Corp, mas elas custam 14% a mais do que as tradicionais. As latas representam um dos maiores custos para a indústria de alimentos enlatados e a mudança para uma resina mais cara provavelmente acarretaria em um aumento de preços e prejudicaria os consumidores, especialmente os que compram cestas básicas e têm baixo poder aquisitivo.
A fábrica Ball utiliza um mix de esmalte que contem resinas naturais de pinho e balsamo, uma mistura que era utilizada antes do BPA se tornar tão popular, mais de 50 anos atrás. “Quando falamos que a lata corresponde a metade do preço de um enlatado isso significa que é um mercado altamente competitivo,”afirmou Michael Potter, presidente da Eden Foods.
Mesmo assim, a empresa conseguiu sobreviver graças ao interesse crescente em alimentos naturais, ele comentou. Eden ainda comercializa produtos que contêm BPA. É importante salientar que o FDA (Federal Drug Administration) ainda não aprovou nenhum outro tipo de revestimento para alimentos ácidos. Mas Potter diz que ele está trabalhando juntamente com Ball em uma alternativa a qual ele espera colocar nas prateleiras nos próximos anos.
Outras alternativas estão sendo desenvolvidas. No começo do ano, Michal Jafffe, um pesquisador e professor do Instituto de Tecnologia de New Jersey, recebeu uma patente para uma resina a base de açúcar de milho que imita a estrutura do BPA mas não tem seus efeitos negativos.
No entanto, a resina ainda está a anos de ser comercializada e o preço da mudança ainda é desconhecido. “O custo final será claramente dependente do volume,”disse Jaffe. “Mas não vejo razão para que essa resina não seja competitiva em relação ao BPA.”
De volta à Universidade de Rochester, Swan e sua equipe estão estudando o quanto o BPA é absorvido pelo corpo dependendo da quantidade de alimentos enlatados consumidos. O resultado da pesquisa está previsto para ser divulgado até o final do ano.
Ratos e metabolismo
No momento, a indústria química não só continua promovendo o BPA como também alerta consumidores para que fiquem atentos a substitutos que não foram ainda rigorosamente testados.
Também somos pais e entendemos que todos querem o melhor para seus filhos,” disse Russel do Conselho Químico Americano. “Mas temos que entender que ao buscar evitar o BPA, fazemos isso não porque agências governamentais dizem que ele não é seguro mas porque algumas pessoas querem ser muito cautelosas. Isso se resume no grau de incerteza que é aceitável para cada um.”
Parte da preocupação que muitos da indústria química têm está nos estudos realizados como o de Taylor que tendem a usar altas doses de BPA. Taylor injetou ratos com 5 miligramas do químico – muito mais do que qualquer um estaria exposto ao comer somente um enlatado.
A indústria química afirma que o BPA é metabolizado rapidamente pelo corpo e que é excretado antes que possa interagir com células. “Os níveis do químico aos quais uma pessoa poderia estar exposta ao usar produtos que contenham o BPA, incluindo a resina epóxi em recipientes alimentares, são tão pequenos que agências governamentais que avaliaram o BPA disseram, “Sim, mesmo que todas essas coisas horríveis que dizem que o BPA causa fossem verdadeiras, os níveis de exposição são tão pequenos que não estamos convencidos que exista um risco real,” disse Russel. “É por isso que continuam a permitir o seu uso.”
Para Taylor (Yale), qualquer quantidade do químico tóxico é muita para alguns. “Podemos argumentar sobre qual é a dose segura, mas se eu fosse mulher e estivesse grávida, evitaria o consumo de BPA,” ele disse. “A exposição de adultos é preocupante, mas eu acho que a exposição de fetos é pior.”
Considerando a polêmica, todos estão de olho no FDA. A agência insiste, faz tempo, que o químico é seguro, então não passou desapercebido quando afirmou que usaria fundos do Ato de Recuperação e Reinvestimento de 2009 para estudar o que o BPA causa no corpo humano. “Precisamos saber mais,” disse a jornalistas no começo do ano Dr. Josh Sharfstein, representante do FDA.
Para aumentar a confusão, a agência reguladora do Canadá que proibiu o uso de BPA em mamadeiras, no início de junho divulgou que os níveis de BPA em enlatados “não representam um risco à saúde.”
Empresas líderes e organizações de indústrias usam como referência a posição atual tanto do FDA quanto da agência canadense, e diz que concordam com essas e outras agências que afirmam que o químico é seguro. “Nós apoiamos as novas pesquisas do FDA com o BPA,”disse Scott Openshaw da Associação de Fabricantes de Produtos de Supermercados. “Nós confiamos nas autoridades para determinar quando uma substância não é segura.”
A Aliança de Embalagens Metálicas Norte Americana afirma que o BPA oferece “benefícios importantes, reais e quantitativos para a saúde,”disse John Rost, que é um Ph.D. em química e é presidente da aliança. “Com o uso da resina epóxi em recipientes alimentares de metal, não tivemos nenhuma intoxicação alimentar relacionada às embalagens nos últimos 33 anos.”
Mesmo assim, a onda contra o BPA chegou no mundo corporativo americano. Em abril, acionistas da Coca-Cola rejeitaram uma proposta que pedia à empresa que divulgasse um relatório sobre possíveis alternativas ao BPA e como o químico poderia afetar o valor das ações. Executivos insistiram que um relatório não ofereceria “nenhuma informação útil adicional.”
Uma pessoa que pesa 61 kg precisaria ingerir mais de 14,400 de bebidas em lata em um só dia para se aproximar do limite diário aceitável estabelecido pelo FDA, disse a Coca-Cola.
Para os fabricantes de BPA, que incluem Dow Chemical e Hexion Specialty Chemicals, o químico não representa grande parte do lucro. Se fosse proibido hoje, as duas empresas continuariam seus negócios sem maiores problemas.
De acordo com consultoria SRI, foram utilizadas 4.1 milhões de toneladas de resina no mundo em 2006 (dados mais recentes disponíveis). A indústria tem capacidade para produzir 4.6 milhões de toneladas e o Oeste Europeu atualmente consome mais BPA do que os Estados Unidos.
A sopa está pronta
De volta à casa de Sprague em Dover, New Hampshire, seu filho de cinco anos, Eddie está procurando um lanche na despensa.
Seus pais não querem enlouquecer com o BPA; eles sabem que estatisticamente o BPA já salvou vidas evitando intoxicações alimentares. É certo que a chance de Eddie fazer 6 anos é muito maior porque ele nasceu em 2004 ao invés de 1804, quando era comum crianças morrerem por intoxicação alimentar.
Mesmo assim, muitos pais estão preocupados. Qual a quantidade segura de BPA que pode ser ingerida? Será que devemos conscientemente ingerir um carcinogênico em potencial mesmo que em doses mínimas? Por que não existem alternativas mais baratas?
No momento, famílias como a de Sprague começam a pensar se vale a pena ou não comer alimentos enlatados. E de acordo com a Taylor (Yale), se isso os levar a comer mais frutas e verduras frescas, o esforço terá valido a pena.
Eu não uso enlatados todos os dias,” disse Sprague (26 anos). “Mas se eu comesse, eu diminuiria a quantidade.”
O vento bate levemente na porta de tela da casa de Sprague. Papéis saem voando dos imãs da geladeira. Seu filho, Eddie, corre para a cozinha, pega uma lata e pergunta à mãe:
“Mãe, que tipo de sopa é essa?”
Fonte – Ernest Schneyder; Edição de Jim Impoco e Claudia Parsons, Tradução: Fabiana Dupont, Reuters EUA de 09 de junho de 2010 / O Tao do Consumo
http://www.funverde.org.br/blog/archives/7897
Seria bom se fosse fácil assim.
O que Sprague não se deu conta é que o BPA, ou bisfenol A, é onipresente, isso quer dizer, que quase tudo o que você come, que vem de uma lata, contem o químico.
A exposição ao BPA de enlatados “é muito mais extensiva” do que de garrafas plásticas, disse Shanna Swan, professora e pesquisadora da Universidade de Rochester em Nova York. “É principalmente preocupante nas latas de fórmula para crianças.”
O BPA é um componente essencial no revestimento de resina epóxi que mantem alimentos frescos por mais tempo e previne que interajam com o metal alterando o sabor. Já foi associado em pesquisas com ratos ao câncer, obesidade, diabetes e problemas cardíacos.
A indústria de enlatados diz que apoia o uso do químico e que alguns estudos feitos por agências governamentais consideraram o BPA seguro para o contato com alimentos. Eles também mencionam que seu uso reduziu significativamente o número de mortes de intoxicação alimentar.
Mas em janeiro, a FDA (Food and Drug Administration), correspondente a Anvisa nos Estados Unidos, pela primeira vez expressou “alguma preocupação” com o BPA. Motivada em parte por estudos recentes e também por uma crescente preocupação do público e de grupos de defesa ao consumidor, a agência anunciou que investirá 30 milhões de dólares em pesquisas que estudem os potenciais efeitos do químico no corpo humano.
Embora não esteja claro como esse estímulo econômico vai se dar, seus resultados estão sendo esperados ansiosamente pela indústria e consumidores. O relatório, previsto para o fim de 2011 está sendo feito em colaboração com o Instituto Nacional da Saúde (National Institutes of Health).
“Ainda não foi provado categoricamente que o BPA prejudica crianças ou adultos, mas como crianças no início de seu desenvolvimento estão expostas ao BPA, a informação que estamos buscando merece uma maior atenção”, disse o vice secretário do Health and Human Services, Bill Corr no começo do ano.
O que é claro no entanto é que ao contrário do plástico não existem ainda no momento alternativas à resina epóxi viáveis.
“Se está presente em mamadeiras, imagino então que está em muitos outros produtos também,” diz Sprague, que tem um histórico de partos prematuros. O nascimento de seu próximo filho está previsto para setembro.” Todo mundo está tendo câncer de mama agora. É assustador. Será que é por causa do BPA? Eu não sei.”
BPA x DNA
Um cientista que está envolvido na luta contra o BPA é o médico e professor da Universidade de Yale, Hugh Taylor. Sua pesquisa revelou que o químico altera como os genes reagem ao estrogênio, e que isso pode levar as crianças a desenvolver o câncer na fase adulta.
“Eu digo às minhas pacientes grávidas que evitem produtos com bisfenol A”, ele disse. “Mesmo uma pequena exposição durante a gravidez pode causar danos a longo prazo.”
Os estudos de Taylor são certamente surpreendentes. Eles revelaram que o químico altera como o DNA trabalha, um processo conhecido como mudança epigenética.
Em cada filamento do DNA um grupo de moléculas de carbono se liga a receptores que ajudam a determinar que genes serão acionados ou não. Na presença do BPA, no entanto, muitas dessas moléculas de carbono podem ser removidas do DNA, e com elas a definição do acionamento.
Imagine que os grupos de carbono são um tipo de fechadura e os receptores de DNA são o portão. Quando a fechadura é removida, o portão fica permanentemente aberto, aumentando significativamente o risco do estrogênio entrar na fase adulta, interagir com o DNA e causar câncer.
“Os efeitos são permanentes e duradouros,” disse Taylor. A exposição de adultos é preocupante, mas acho que a exposição de fetos é pior.”
Para estudar como o BPA pode afetar bebês no útero, Taylor injetou ratas grávidas com altas doses de bisfenol A por 5 dias. Ele descobriu que as ratas expostas ao BPA no útero não tinham o “portão” nos receptores de DNA e se tornaram mais suscetíveis ao estrogênio durante o resto de suas vidas.
Como muitos alimentos possuem estrogênio natural – soja, por exemplo – Taylor acredita que seus estudos sugerem que complicações podem aparecer mais para frente simplesmente como resultado de uma alimentação básica, sem falar de suplementos de estrogênio que muitas mulheres tomam ao entrar na menopausa. “Nos modelos com ratas, elas são mais suscetíveis ao câncer,”diz Taylor.
Por ser ginecologista, Taylor estudou os efeitos primariamente em ratas. O impacto a longo prazo do BPA em receptores de DNA em machos, ele disse, ainda é desconhecido. Sua pesquisa também é limitada porque ele não pode testar o BPA em humanos não contaminados. “Todos temos o BPA em nossos corpos, então não existe uma maneira de testar uma população não contaminada,”ele disse. Você nunca terá o perfeito experimento com humanos para uma prova definitiva.”
Atualmente Taylor está estudando como o BPA remove os grupos de carbono do DNA – o processo específico pelo qual o BPA remove as “fechaduras”- e espera que essa pesquisa traga uma maior compreensão de como o químico interage com o corpo.
Ele reconhece o papel do BPA na segurança de alimentos mas diz que as pessoas devem estar conscientes do perigo em potencial. “Sempre equilibramos em nossas vidas os riscos com os benefícios que trazem”, ele disse. “Pagamos um preço pela sociedade moderna e conveniente.”
Frederick vom Saal, professor da Universidade de Missouri que também estuda o BPA é muito menos diplomático. Conhecido com um intenso ativista contra o químico, ele disse que se o BPA fosse considerado um remédio, “ele seria proibido imediatamente”.
Uma descoberta
Dentro de enlatados, a fina camada de resina epóxi separa o alimento do metal da lata, evitando que os dois interajam e prevenindo a ferrugem.
A resina é pulverizada na lata e seca quase que instantaneamente. Milhares de empresas, como a Campbell Soup e Coca-Cola, utilizam a resina como revestimento interno. Sem essa proteção, o alimento estragaria mais rápido. Latas sem o químico explodiriam nas prateleiras de lojas quando o alimento reagisse com o metal.
O BPA foi sintetizado pela primeira vez em 1891, o BPA endurece o plástico, possibilitando sua utilização em vários produtos, de canoas plásticas a recibos. É um componente essencial da resina epóxi agindo como parte da base do polímero e foi usado pela primeira vez em uma lata em 1940.
Foi um produto revolucionário e sua utilização só cresceu. “Ele é especial”, disse Steve Russel, líder da divisão de plástico do Conselho Americano de Química (American Chemistry Council). “Quando se deram conta foi um daqueles momentos ‘eureka’.
Como o BPA foi considerado seguro sem ser questionado por tanto tempo, poucas pesquisas foram feitas na busca de alternativas comerciais viáveis para enlatados. “ No momento não existe uma resina única que ofereça o mesmo grau de segurança para recipientes de alimentos, tempo de prateleira e custo benefício para o acondicionamento de frutas e vegetais,”disse Russel.
O mesmo não aconteceu com as garrafas plásticas. Nessa indústria, substituições foram muito mais fáceis de achar. Alternativas ao plástico com BPA incluem polietileno, mais usado na fabricação de sacolas plásticas e o polipropileno, que é utilizado em squeezes (garrafas plásticas reutilizáveis destinadas a esportistas).
É certo que resinas sem BPA já existem, mas são muito mais caras. Este é um desafio para a indústria que é sensível a mudanças de preço em frações de centavos.
A empresa Eden Foods que está localizada em Michigan, por exemplo, comercializa feijão e arroz em latas sem BPA feitas pela Ball Corp, mas elas custam 14% a mais do que as tradicionais. As latas representam um dos maiores custos para a indústria de alimentos enlatados e a mudança para uma resina mais cara provavelmente acarretaria em um aumento de preços e prejudicaria os consumidores, especialmente os que compram cestas básicas e têm baixo poder aquisitivo.
A fábrica Ball utiliza um mix de esmalte que contem resinas naturais de pinho e balsamo, uma mistura que era utilizada antes do BPA se tornar tão popular, mais de 50 anos atrás. “Quando falamos que a lata corresponde a metade do preço de um enlatado isso significa que é um mercado altamente competitivo,”afirmou Michael Potter, presidente da Eden Foods.
Mesmo assim, a empresa conseguiu sobreviver graças ao interesse crescente em alimentos naturais, ele comentou. Eden ainda comercializa produtos que contêm BPA. É importante salientar que o FDA (Federal Drug Administration) ainda não aprovou nenhum outro tipo de revestimento para alimentos ácidos. Mas Potter diz que ele está trabalhando juntamente com Ball em uma alternativa a qual ele espera colocar nas prateleiras nos próximos anos.
Outras alternativas estão sendo desenvolvidas. No começo do ano, Michal Jafffe, um pesquisador e professor do Instituto de Tecnologia de New Jersey, recebeu uma patente para uma resina a base de açúcar de milho que imita a estrutura do BPA mas não tem seus efeitos negativos.
No entanto, a resina ainda está a anos de ser comercializada e o preço da mudança ainda é desconhecido. “O custo final será claramente dependente do volume,”disse Jaffe. “Mas não vejo razão para que essa resina não seja competitiva em relação ao BPA.”
De volta à Universidade de Rochester, Swan e sua equipe estão estudando o quanto o BPA é absorvido pelo corpo dependendo da quantidade de alimentos enlatados consumidos. O resultado da pesquisa está previsto para ser divulgado até o final do ano.
Ratos e metabolismo
No momento, a indústria química não só continua promovendo o BPA como também alerta consumidores para que fiquem atentos a substitutos que não foram ainda rigorosamente testados.
Também somos pais e entendemos que todos querem o melhor para seus filhos,” disse Russel do Conselho Químico Americano. “Mas temos que entender que ao buscar evitar o BPA, fazemos isso não porque agências governamentais dizem que ele não é seguro mas porque algumas pessoas querem ser muito cautelosas. Isso se resume no grau de incerteza que é aceitável para cada um.”
Parte da preocupação que muitos da indústria química têm está nos estudos realizados como o de Taylor que tendem a usar altas doses de BPA. Taylor injetou ratos com 5 miligramas do químico – muito mais do que qualquer um estaria exposto ao comer somente um enlatado.
A indústria química afirma que o BPA é metabolizado rapidamente pelo corpo e que é excretado antes que possa interagir com células. “Os níveis do químico aos quais uma pessoa poderia estar exposta ao usar produtos que contenham o BPA, incluindo a resina epóxi em recipientes alimentares, são tão pequenos que agências governamentais que avaliaram o BPA disseram, “Sim, mesmo que todas essas coisas horríveis que dizem que o BPA causa fossem verdadeiras, os níveis de exposição são tão pequenos que não estamos convencidos que exista um risco real,” disse Russel. “É por isso que continuam a permitir o seu uso.”
Para Taylor (Yale), qualquer quantidade do químico tóxico é muita para alguns. “Podemos argumentar sobre qual é a dose segura, mas se eu fosse mulher e estivesse grávida, evitaria o consumo de BPA,” ele disse. “A exposição de adultos é preocupante, mas eu acho que a exposição de fetos é pior.”
Considerando a polêmica, todos estão de olho no FDA. A agência insiste, faz tempo, que o químico é seguro, então não passou desapercebido quando afirmou que usaria fundos do Ato de Recuperação e Reinvestimento de 2009 para estudar o que o BPA causa no corpo humano. “Precisamos saber mais,” disse a jornalistas no começo do ano Dr. Josh Sharfstein, representante do FDA.
Para aumentar a confusão, a agência reguladora do Canadá que proibiu o uso de BPA em mamadeiras, no início de junho divulgou que os níveis de BPA em enlatados “não representam um risco à saúde.”
Empresas líderes e organizações de indústrias usam como referência a posição atual tanto do FDA quanto da agência canadense, e diz que concordam com essas e outras agências que afirmam que o químico é seguro. “Nós apoiamos as novas pesquisas do FDA com o BPA,”disse Scott Openshaw da Associação de Fabricantes de Produtos de Supermercados. “Nós confiamos nas autoridades para determinar quando uma substância não é segura.”
A Aliança de Embalagens Metálicas Norte Americana afirma que o BPA oferece “benefícios importantes, reais e quantitativos para a saúde,”disse John Rost, que é um Ph.D. em química e é presidente da aliança. “Com o uso da resina epóxi em recipientes alimentares de metal, não tivemos nenhuma intoxicação alimentar relacionada às embalagens nos últimos 33 anos.”
Mesmo assim, a onda contra o BPA chegou no mundo corporativo americano. Em abril, acionistas da Coca-Cola rejeitaram uma proposta que pedia à empresa que divulgasse um relatório sobre possíveis alternativas ao BPA e como o químico poderia afetar o valor das ações. Executivos insistiram que um relatório não ofereceria “nenhuma informação útil adicional.”
Uma pessoa que pesa 61 kg precisaria ingerir mais de 14,400 de bebidas em lata em um só dia para se aproximar do limite diário aceitável estabelecido pelo FDA, disse a Coca-Cola.
Para os fabricantes de BPA, que incluem Dow Chemical e Hexion Specialty Chemicals, o químico não representa grande parte do lucro. Se fosse proibido hoje, as duas empresas continuariam seus negócios sem maiores problemas.
De acordo com consultoria SRI, foram utilizadas 4.1 milhões de toneladas de resina no mundo em 2006 (dados mais recentes disponíveis). A indústria tem capacidade para produzir 4.6 milhões de toneladas e o Oeste Europeu atualmente consome mais BPA do que os Estados Unidos.
A sopa está pronta
De volta à casa de Sprague em Dover, New Hampshire, seu filho de cinco anos, Eddie está procurando um lanche na despensa.
Seus pais não querem enlouquecer com o BPA; eles sabem que estatisticamente o BPA já salvou vidas evitando intoxicações alimentares. É certo que a chance de Eddie fazer 6 anos é muito maior porque ele nasceu em 2004 ao invés de 1804, quando era comum crianças morrerem por intoxicação alimentar.
Mesmo assim, muitos pais estão preocupados. Qual a quantidade segura de BPA que pode ser ingerida? Será que devemos conscientemente ingerir um carcinogênico em potencial mesmo que em doses mínimas? Por que não existem alternativas mais baratas?
No momento, famílias como a de Sprague começam a pensar se vale a pena ou não comer alimentos enlatados. E de acordo com a Taylor (Yale), se isso os levar a comer mais frutas e verduras frescas, o esforço terá valido a pena.
Eu não uso enlatados todos os dias,” disse Sprague (26 anos). “Mas se eu comesse, eu diminuiria a quantidade.”
O vento bate levemente na porta de tela da casa de Sprague. Papéis saem voando dos imãs da geladeira. Seu filho, Eddie, corre para a cozinha, pega uma lata e pergunta à mãe:
“Mãe, que tipo de sopa é essa?”
Fonte – Ernest Schneyder; Edição de Jim Impoco e Claudia Parsons, Tradução: Fabiana Dupont, Reuters EUA de 09 de junho de 2010 / O Tao do Consumo
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Dr. Frederico Lobo
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Alemanha em alerta: produtores de bisfenol A devem encontrar alternativa ao químico
Agência Federal do Meio Ambiente apresenta relatório histórico questionando a segurança do bisfenol A
Uma semana após a proibição do bisfenol A no estado americano de Vermont, é a vez do bisfenol A retornar aos holofotes mundiais. Desta vez, a Alemanha entra em alerta contra o químico. Relatório sobre químicos tóxicos da Agência Federal do Meio Ambiente da Alemanha, publicado nesta quarta-feira, destaca a periculosidade do bisfenol A.
O relatório contempla o que é uma substância química, onde ela acontece e quais são os riscos para a saúde humana e o meio ambiente. O bisfenol A recebeu destaque pelas novas pesquisas realizadas e a crescente preocupação dos consumidores em relação ao químico. No documento, a Agência Federal do Meio Ambiente explica os riscos do BPA e aponta as opções políticas para o futuro.
O presidente da Agência, Jochen Flasbarth, recomenda aos produtores e usuários de produtos químicos que busquem substâncias alternativas e pede que o princípio de precaução seja aplicado para proteção dos seres humanos e do meio ambiente.
O bisfenol A está presente em muitos objetos do cotidiano: alimentos enlatados, mamadeiras, garrafas e recipientes plásticos, DVDs, papel térmico e embalagens de alimentos. O químico migra do plástico, já que possui moléculas instáveis, contaminando alimentos e seres humanos. A produção, transformação e reciclagem do bisfenol A pode também contaminar rios e lagos. A produção mundial anual do BPA, matéria-prima para a fabricação de plásticos policarbonatos e resinas epóxi, é de 3,8 milhões de toneladas.
Como já foi demonstrado por muitas pesquisas com animais, o bisfenol A age como o hormônio sexual feminino estrogênio. O produto químico é menos potente que o hormônio sexual natural, mas há evidências de que interfere principalmente na reprodução. O bisfenol A já foi associado em pesquisas ao câncer de mama, de próstata, diabetes, obesidade, síndrome de hiperatividade, infertilidade, aborto e puberdade precoce e tardia.
A EFSA, correspondente a Anvisa na Europa está reavaliando a utilização do bisfenol A e tem a previsão de publicação de um novo relatório ainda este ano. O Canadá, Dinamarca, Costa Rica e França, no entanto, já proibiram, como medida de precaução, o bisfenol A em mamadeiras e outros produtos infantis. Segundo Jochen Flasbarth, ainda há alguma lacunas em relação ao bisfenol A, no entanto, como precaução, as evidências disponíveis são suficientes para limitar o uso de certos produtos contendo o químico.
A agência que regula produtos químicos na Europa – REACH (Registro, Avaliação e Autorização de Substâncias Químicas)- reforça a responsabilidade da indústria química. As empresas que fabricam o bisfenol A, ou que utilizam a substância, são responsáveis pela avaliação dos riscos do químico em todo seu ciclo de vida e devem minimizá-los. A Agência Federal do Meio Ambiente da Alemanha vai analisar a questão cuidadosamente para decidir quais medidas adicionais serão tomadas para proteger os seres humanos e o meio ambiente.
Como precaução, a Agência recomenda aos fabricantes, importadores e usuários de bisfenol A que substituam o químico imediatamente.
Fonte – umweltbundesamt.de / dw-online.de / O Tao do Consumo
Uma semana após a proibição do bisfenol A no estado americano de Vermont, é a vez do bisfenol A retornar aos holofotes mundiais. Desta vez, a Alemanha entra em alerta contra o químico. Relatório sobre químicos tóxicos da Agência Federal do Meio Ambiente da Alemanha, publicado nesta quarta-feira, destaca a periculosidade do bisfenol A.
O relatório contempla o que é uma substância química, onde ela acontece e quais são os riscos para a saúde humana e o meio ambiente. O bisfenol A recebeu destaque pelas novas pesquisas realizadas e a crescente preocupação dos consumidores em relação ao químico. No documento, a Agência Federal do Meio Ambiente explica os riscos do BPA e aponta as opções políticas para o futuro.
O presidente da Agência, Jochen Flasbarth, recomenda aos produtores e usuários de produtos químicos que busquem substâncias alternativas e pede que o princípio de precaução seja aplicado para proteção dos seres humanos e do meio ambiente.
O bisfenol A está presente em muitos objetos do cotidiano: alimentos enlatados, mamadeiras, garrafas e recipientes plásticos, DVDs, papel térmico e embalagens de alimentos. O químico migra do plástico, já que possui moléculas instáveis, contaminando alimentos e seres humanos. A produção, transformação e reciclagem do bisfenol A pode também contaminar rios e lagos. A produção mundial anual do BPA, matéria-prima para a fabricação de plásticos policarbonatos e resinas epóxi, é de 3,8 milhões de toneladas.
Como já foi demonstrado por muitas pesquisas com animais, o bisfenol A age como o hormônio sexual feminino estrogênio. O produto químico é menos potente que o hormônio sexual natural, mas há evidências de que interfere principalmente na reprodução. O bisfenol A já foi associado em pesquisas ao câncer de mama, de próstata, diabetes, obesidade, síndrome de hiperatividade, infertilidade, aborto e puberdade precoce e tardia.
A EFSA, correspondente a Anvisa na Europa está reavaliando a utilização do bisfenol A e tem a previsão de publicação de um novo relatório ainda este ano. O Canadá, Dinamarca, Costa Rica e França, no entanto, já proibiram, como medida de precaução, o bisfenol A em mamadeiras e outros produtos infantis. Segundo Jochen Flasbarth, ainda há alguma lacunas em relação ao bisfenol A, no entanto, como precaução, as evidências disponíveis são suficientes para limitar o uso de certos produtos contendo o químico.
A agência que regula produtos químicos na Europa – REACH (Registro, Avaliação e Autorização de Substâncias Químicas)- reforça a responsabilidade da indústria química. As empresas que fabricam o bisfenol A, ou que utilizam a substância, são responsáveis pela avaliação dos riscos do químico em todo seu ciclo de vida e devem minimizá-los. A Agência Federal do Meio Ambiente da Alemanha vai analisar a questão cuidadosamente para decidir quais medidas adicionais serão tomadas para proteger os seres humanos e o meio ambiente.
Como precaução, a Agência recomenda aos fabricantes, importadores e usuários de bisfenol A que substituam o químico imediatamente.
Fonte – umweltbundesamt.de / dw-online.de / O Tao do Consumo
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Dr. Frederico Lobo
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Nova pesquisa revela que exposição ao bisfenol A é gravemente subestimada
Americanos estão expostos a quantidade oito vezes superior que a permitida por lei; químico presente no plástico e em latas é associado a câncer e diabetes infantil
Nos Estados Unidos, a Agência de Proteção Ambiental (EPA) afirma que a ingestão diária de até 50 microgramas de bisfenol A (BPA) por peso corporal não traza problemas para a saúde. Mas uma nova pesquisa publicada no jornal científico Environmental Health Perspectives sugere que diariamente estamos expostos a uma quantidade no mínimo oito vezes superior. “Os números encontrados na pesquisa são assustadores porque indicam que as agências reguladoras subestimaram substancialmente o nível atual de exposição humana”, afirma o estudo. A pesquisa também confirma que o BPA é processado de maneira similar por ratos, macacos e humanos, o que torna possível extrapolar estudos feitos com animais para humanos.
Embora o bisfenol A venha sendo bastante pesquisado nas últimas décadas ainda é considerado um assunto polêmico entre cientistas e políticos. A senadora democrata Dianne Feistein está preparando uma emenda proibindo o químico em embalagens alimentares infantis para o “Ato de Modernização na Segurança Alimentar”, que está no Senado a espera de aprovação. Republicanos e representantes da indústria plástica e alimentar se opõem à emenda. Afirmam que as pesquisas ainda não são conclusivas.
O bisfenol A é um composto químico e seu uso foi associado a uma maior incidência de problemas cardíacos, diabetes, anormalidades no fígado e também problemas cerebrais e no desenvolvimento hormonal em crianças e recém-nascidos. Alguns estudos também provam que o bisfenol é responsável pelo crescimento de células cancerígenas, diminuição de esperma e micropenia.
Atualmente, o bisfenol A é proibido em quatro países: França, Canadá, Costa Rica e Dinamarca. Nos Estados Unidos, pelo menos sete estados também já proibiram a fabricação de mamadeiras com o policarbonato. No Brasil, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), todas as determinações de produtos devem ser adotadas pelo Mercosul e, portanto, precisam ser aceitas dentro do bloco econômico antes de serem incorporadas na legislação de cada país.
Hormônios são essenciais durante o desenvolvimento de fetos e bebês e podem determinar entre outras coisas o sexo do bebê. Como o BPA imita o funcionamento do estrogênio, ele é um interferente endócrino. De acordo com Thomas Zoeller, professor de biologia na Universidade de Massachusetts, o bisfenol A não se limita a interagir com um receptor. “Ele tem a habilidade de se ligar a três receptores, o estrogênio, o hormônio masculino e receptores de hormônios da tireoide”, disse Zoeller.
Método – Alguns cientistas não têm certeza se a habilidade do BPA de se ligar a receptores pode mesmo acarretar danos à saúde. Todos concordam, porém, que o BPA é parecido com o estrogênio e de fato, foi primeiro sintetizado com o objetivo de ser utilizado com um substituto do estrogênio antes de ser usado como revestimento interno de latas e em plásticos de policarbonato.
Dentro da esfera científica, a controvérsia é a seguinte: Será que o fígado processa o químico e o expele quase completamente pela urina ou será que o BPA entra para a corrente sanguínea onde pode agir como hormônio?
De acordo com Zoeller para responder essa pergunta seria necessário realizar uma pesquisa onde humanos recebessem uma dose de BPA conhecida e tivessem seu sangue analisado, mas um experimento assim levantaria questões éticas. O único estudo com humanos foi feito em 2002 pelo pesquisador alemão Wolfgang Völkel, da Universidade de Würzburg.
Segundo Völkel, o fígado remove mais de 99% do BPA da corrente sanguínea e humanos o excretam dentro de seis horas. Ele registrou a presença de BPA no sangue depois das seis horas em alguns voluntários, mas considerou a quantidade insignificante.
Esse é um dos pontos da controvérsia. Alguns pesquisadores dizem que o método que Völkel usou para medir o BPA no sangue não era sensível o suficiente e que ele superestimou a habilidade do químico passar por nosso sistema sem causar danos.
O novo estudo, liderado por Julia Taylor, uma bióloga da Universidade de Missouri, utiliza um tipo de teste mais sensível. Ela alimentou os ratos e macacos com uma quantidade fixa de BPA por dia. E então analisou o sangue dos animais e achou quantidades “biologicamente ativas”do BPA.
O estudo sugere que o bisfenol A não é completamente removido pelo fígado e que circula no sangue em quantidades que são preocupantes, diz Taylor. “Foi a primeira vez que se comparou em um estudo ratos e macacos e macacos e humanos”, disse Taylor. “Para nós cientistas, pelo menos no senso acadêmico, o resultado da pesquisa é uma confirmação do que já pensávamos.” O estudo também possibilita extrapolar os resultados de ratos e macacos para humanos, já que todos processam o bisfenol A de maneira similar.
O estudo sugere que nem todas as formas de exposição ao bisfenol A são conhecidas. “Os dados provam que é preciso reconsiderar hipóteses anteriores sobre o BPA, como por exemplo que o químico é rapidamente excretado do corpo e a diferença do metabolismo entre espécies,” disse Linda Birnbaum, diretora do Instituto Nacional de Ciências de Saúde Ambiental. “O artigo destaca a necessidade de compreender melhor todas as possíveis fontes de exposição humana.”
O que fazer?
Mas e os consumidores que continuam se preocupando com sua própria exposição diária a esse polêmico químico? Como podem reduzir a exposição? O Instituto Nacional de Ciências de Saúde Ambiental recomenda os seguintes passos:
• Utilizar mamadeiras sem bisfenol A (BPA free);
• Não aquecer no microondas embalagens que sejam feitas com plástico de policarbonato;
• Reduzir o consumo de enlatados;
• Utilizar recipientes para guardar e armazenar alimentos feitos de vidro, porcelana ou aço inox sempre que possível, especialmente para alimentos ainda quentes;
• Evitar comprar produtos de plástico feitos com BPA.
FONTE: http://www.funverde.org.br/blog/archives/7867
Nos Estados Unidos, a Agência de Proteção Ambiental (EPA) afirma que a ingestão diária de até 50 microgramas de bisfenol A (BPA) por peso corporal não traza problemas para a saúde. Mas uma nova pesquisa publicada no jornal científico Environmental Health Perspectives sugere que diariamente estamos expostos a uma quantidade no mínimo oito vezes superior. “Os números encontrados na pesquisa são assustadores porque indicam que as agências reguladoras subestimaram substancialmente o nível atual de exposição humana”, afirma o estudo. A pesquisa também confirma que o BPA é processado de maneira similar por ratos, macacos e humanos, o que torna possível extrapolar estudos feitos com animais para humanos.
Embora o bisfenol A venha sendo bastante pesquisado nas últimas décadas ainda é considerado um assunto polêmico entre cientistas e políticos. A senadora democrata Dianne Feistein está preparando uma emenda proibindo o químico em embalagens alimentares infantis para o “Ato de Modernização na Segurança Alimentar”, que está no Senado a espera de aprovação. Republicanos e representantes da indústria plástica e alimentar se opõem à emenda. Afirmam que as pesquisas ainda não são conclusivas.
O bisfenol A é um composto químico e seu uso foi associado a uma maior incidência de problemas cardíacos, diabetes, anormalidades no fígado e também problemas cerebrais e no desenvolvimento hormonal em crianças e recém-nascidos. Alguns estudos também provam que o bisfenol é responsável pelo crescimento de células cancerígenas, diminuição de esperma e micropenia.
Atualmente, o bisfenol A é proibido em quatro países: França, Canadá, Costa Rica e Dinamarca. Nos Estados Unidos, pelo menos sete estados também já proibiram a fabricação de mamadeiras com o policarbonato. No Brasil, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), todas as determinações de produtos devem ser adotadas pelo Mercosul e, portanto, precisam ser aceitas dentro do bloco econômico antes de serem incorporadas na legislação de cada país.
Hormônios são essenciais durante o desenvolvimento de fetos e bebês e podem determinar entre outras coisas o sexo do bebê. Como o BPA imita o funcionamento do estrogênio, ele é um interferente endócrino. De acordo com Thomas Zoeller, professor de biologia na Universidade de Massachusetts, o bisfenol A não se limita a interagir com um receptor. “Ele tem a habilidade de se ligar a três receptores, o estrogênio, o hormônio masculino e receptores de hormônios da tireoide”, disse Zoeller.
Método – Alguns cientistas não têm certeza se a habilidade do BPA de se ligar a receptores pode mesmo acarretar danos à saúde. Todos concordam, porém, que o BPA é parecido com o estrogênio e de fato, foi primeiro sintetizado com o objetivo de ser utilizado com um substituto do estrogênio antes de ser usado como revestimento interno de latas e em plásticos de policarbonato.
Dentro da esfera científica, a controvérsia é a seguinte: Será que o fígado processa o químico e o expele quase completamente pela urina ou será que o BPA entra para a corrente sanguínea onde pode agir como hormônio?
De acordo com Zoeller para responder essa pergunta seria necessário realizar uma pesquisa onde humanos recebessem uma dose de BPA conhecida e tivessem seu sangue analisado, mas um experimento assim levantaria questões éticas. O único estudo com humanos foi feito em 2002 pelo pesquisador alemão Wolfgang Völkel, da Universidade de Würzburg.
Segundo Völkel, o fígado remove mais de 99% do BPA da corrente sanguínea e humanos o excretam dentro de seis horas. Ele registrou a presença de BPA no sangue depois das seis horas em alguns voluntários, mas considerou a quantidade insignificante.
Esse é um dos pontos da controvérsia. Alguns pesquisadores dizem que o método que Völkel usou para medir o BPA no sangue não era sensível o suficiente e que ele superestimou a habilidade do químico passar por nosso sistema sem causar danos.
O novo estudo, liderado por Julia Taylor, uma bióloga da Universidade de Missouri, utiliza um tipo de teste mais sensível. Ela alimentou os ratos e macacos com uma quantidade fixa de BPA por dia. E então analisou o sangue dos animais e achou quantidades “biologicamente ativas”do BPA.
O estudo sugere que o bisfenol A não é completamente removido pelo fígado e que circula no sangue em quantidades que são preocupantes, diz Taylor. “Foi a primeira vez que se comparou em um estudo ratos e macacos e macacos e humanos”, disse Taylor. “Para nós cientistas, pelo menos no senso acadêmico, o resultado da pesquisa é uma confirmação do que já pensávamos.” O estudo também possibilita extrapolar os resultados de ratos e macacos para humanos, já que todos processam o bisfenol A de maneira similar.
O estudo sugere que nem todas as formas de exposição ao bisfenol A são conhecidas. “Os dados provam que é preciso reconsiderar hipóteses anteriores sobre o BPA, como por exemplo que o químico é rapidamente excretado do corpo e a diferença do metabolismo entre espécies,” disse Linda Birnbaum, diretora do Instituto Nacional de Ciências de Saúde Ambiental. “O artigo destaca a necessidade de compreender melhor todas as possíveis fontes de exposição humana.”
O que fazer?
Mas e os consumidores que continuam se preocupando com sua própria exposição diária a esse polêmico químico? Como podem reduzir a exposição? O Instituto Nacional de Ciências de Saúde Ambiental recomenda os seguintes passos:
• Utilizar mamadeiras sem bisfenol A (BPA free);
• Não aquecer no microondas embalagens que sejam feitas com plástico de policarbonato;
• Reduzir o consumo de enlatados;
• Utilizar recipientes para guardar e armazenar alimentos feitos de vidro, porcelana ou aço inox sempre que possível, especialmente para alimentos ainda quentes;
• Evitar comprar produtos de plástico feitos com BPA.
FONTE: http://www.funverde.org.br/blog/archives/7867
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Dr. Frederico Lobo
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domingo, 21 de novembro de 2010
TEDxSP 2009 - Paulo Saldiva: Exclusão e racismo ambiental
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Dr. Frederico Lobo
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15:57
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Instituto Saúde e Sustentabilidade
Excelente vídeo elaborado pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade. Vale a pena assistir.
O que o vídeo relata não acontece apenas em São Paulo, mas sim em todas as cidades em que seus governantes não possuem uma visão ecossustentável e acreditam que o correto é o "Progresso" a qualquer custo !
No site do Instituto está disponível um Sumário de evidências criado num Workshop que aconteceu ano passado na USP. O sumário intitulado: Sumário de evidências: Saúde, sustentabilidade e cidadania - um observatório de caso urbano tendo como cénário a região metropolitana de São Paulo está disponível no seguinte link e vale a pena ser lido.
Os exemplos utilizados valem para todas as cidades que enfrentam diversos problemas relacionados à alterações ambientais e que geram impacto em todo ecossistema. Isso inclui impacto na saúde humana com perda de qualidade de vida, diversas doenças relacionadas às múltiplas poluições (água, solo, atmosférica, sonora, eletromagnética), rombos nos cofres públicos (internação hospitalar, medicações)...
É como o Dr. Paulo Saldiva disse em uma entrevista: os nossos governantes deveriam receber Formação para gerir cidades, pensando sempre em impactos ambientais a curto, médio e longo prazo.
Acredito que deveriam utilizar a cabecinha e perceber que gastos inteligentes no presente podem evitar rombos futuros. Porém, infelizmente não é assim que a banda toca. Tem palhaço querendo descobri o que faz um deputado federal...
Para conhecer mais sobre o trabalho do Instituto Saúde e Sustentabilidade visite o site: http://www.saudeesustentabilidade.org.br/
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Dr. Frederico Lobo
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15:23
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Novo livro de Ecologia médica: “Meio ambiente e saúde: o desafio das metrópoles”, do médico patologista Paulo Saldiva.
No Brasil, 80% da população reside em áreas urbanas, mas será que fazemos ideia dos problemas que a falta de cuidados com o meio ambiente nas metrópoles pode causar para a nossa saúde física e mental? Alertar para os possíveis malefícios da vida na cidade é a intenção do livro “Meio ambiente e saúde: o desafio das metrópoles”, do médico patologista Paulo Saldiva.
Na obra, que está sendo lançada pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade, o autor pretende mostrar como os problemas de mobilidade, a constante exposição à poluição do ar, a contaminação das águas, a grande quantidade de ruídos, a falta de saneamento, as inundações e as ilhas de calor, entre outros malefícios da vida moderna, afetam a nossa saúde.
A intenção do livro não é causar pânico nas pessoas, mas sim alertar para o fato de que, habituados à vida na cidade, nos acostumamos com uma porção de problemas que, pouco a pouco, destroem nossa saúde. A partir da leitura da obra, o autor espera despertar nas pessoas a consciência a respeito da importância de darmos mais atenção a ecologia urbana.
Para ser produzido, o livro contou com a contribuição de pesquisadores e estudiosos de renome na área de saúde ambiental, como o ex-diretor da Cetesb – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, Alfred Szwarc. O lançamento da obra acontecerá em São Paulo, no dia 23 de novembro. Na ocasião, além de sessão de autógrafos, o autor ministrará a palestra “O homem e a questão ambiental: vilão ou vítima?”, que fala de um dos temas do livro. Os interessados em participar não precisam fazer inscrição prévia e, após o lançamento, o livro estará disponível para compra no site do Instituto Saúde e Sustentabilidade.
Lançamento e palestra do livro “Meio ambiente e saúde: o desafio das metrópoles”
Data: 23 de novembro
Horário: a partir das 19h
Local: Livraria Cultura do Shopping Villa-Lobos
Endereço: Av. das Nações Unidas, nº 4777, Pinheiros – São Paulo/SP
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Dr. Frederico Lobo
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quinta-feira, 18 de novembro de 2010
O consumo de grãos integrais está inversamente relacionado a gordura visceral
Estudos observacionais têm ligado o maior consumo de grãos integrais à diminuição da adiposidade abdominal, no entanto, a associação entre consumo de grãos integrais e refinados e a gordura nos compartimentos de corporal ainda não foi relatada. Diferentes aspectos da dieta podem ser diferencialmente relacionados com a distribuição de gordura corporal.
Pesquisadores da Harvard Medical School avaliaram a associação entre o consumo de grãos integrais e refinados e o tecido adiposo abdominal subcutâneo (TAS) e tecido adiposo visceral (TAV). A ingestão de grãos integrais foi inversamente associada com a TAS (P <0,001) e TAV (P <0,001), após ajuste para idade, sexo, tabagismo e consumo total de energia e álcool. Em contraste, a ingestão de grãos refinados foi positivamente associada com a TAS (P = 0,01) e TAV (P <0,001).
Os dados mostraram que o aumento do consumo de grãos integrais está associado com redução do TAV nos adultos, enquanto o consumo mais elevado de grãos refinados está associado a maior TAV.
A pesquisa foi publicada na revista The American Journal of Clinical Nutrition.
Fonte: The American Journal of Clinical Nutrition, Volume 92, Number 5, 2010, Pages 1165-1171
Pesquisadores da Harvard Medical School avaliaram a associação entre o consumo de grãos integrais e refinados e o tecido adiposo abdominal subcutâneo (TAS) e tecido adiposo visceral (TAV). A ingestão de grãos integrais foi inversamente associada com a TAS (P <0,001) e TAV (P <0,001), após ajuste para idade, sexo, tabagismo e consumo total de energia e álcool. Em contraste, a ingestão de grãos refinados foi positivamente associada com a TAS (P = 0,01) e TAV (P <0,001).
Os dados mostraram que o aumento do consumo de grãos integrais está associado com redução do TAV nos adultos, enquanto o consumo mais elevado de grãos refinados está associado a maior TAV.
A pesquisa foi publicada na revista The American Journal of Clinical Nutrition.
Fonte: The American Journal of Clinical Nutrition, Volume 92, Number 5, 2010, Pages 1165-1171
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Dr. Frederico Lobo
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terça-feira, 16 de novembro de 2010
Harvard diz que Bisfenol-A (BPA) também compromete a formação de cromossomos
De acordo com pesquisa da Escola de Medicina de Harvard, publicada esta semana, o bisfenol A (BPA) causa a infertilidade em vermes podendo matar embriões e danificar cromossomos.
Os testes foram realizados com o verme C. elegans, muito utilizado por pesquisadores por ter sua biologia muito similar à dos seres humanos.
Geneticistas da Escola revelaram que em vermes expostos ao BPA, alguns processos de reparação do DNA foram prejudicados nas células que são essências na formação de esperma e ovos. Reportagem de Fabiana Dupont e Fernanda Medeiros, do sítio O Tao do Consumo.
A exposição ao químico também danificou a integridade de cromossomos e causou a morte de células. Cromossomos do grupo de controle permaneceram normais, já os cromossomos no grupo exposto ao BPA se apresentaram frágeis e fragmentados. A consequência foi a morte de embriões e vermes menos férteis na pesquisa publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.
“Demonstramos que a exposição de vermes ao BPA em concentrações internas correspondentes a modelos em mamíferos, causa um aumento de infertilidade e morte embrionária,” escreveram os autores. “Os resultados mostraram que o mecanismo dos efeitos do bisfenol A nos vermes tem o potencial de ser paralelo na reprodução humana,” de acordo com observações que acompanham a publicação do estudo.
A conclusão da pesquisa com certeza esquentará ainda mais o debate sobre a segurança do BPA. O bisfenol A é um químico usado na fabricação de plásticos e como revestimento interno de latas. O problema de sua utilização em embalagens alimentares é que suas moléculas não são estáveis e migram da embalagem para os alimentos.
BPA: uma “substância tóxica”
Pesquisas já associaram o BPA a doenças cardíacas, diabetes, infertilidade, obesidade, puberdade precoce e câncer em humanos. Gestantes e crianças pequenas são o grupo mais afetado. O bisfenol A passa da placenta para o feto e sua presença em bebês e crianças pode comprometer seriamente o sistema reprodutivo já que eles não metabolizam a substância da mesma maneira que adultos.
A preocupação é grande já que o químico foi estimado estar presente em mais de 90% da população dos Estados Unidos e do Canadá.
No mês passado o bisfenol A foi incluído na lista de substâncias tóxicas no Canadá. Ele já foi proibido em mamadeiras e copos infantis na França, Canadá, Dinamarca e Costa Rica além de 7 estados americanos. As proibições foram baseadas no princípio de precaução que pede que quando pesquisas sugerem que uma substância é prejudicial à saúde, sua utilização seja suspensa até prova ao contrário.
A Organização Mundial da Saúde publicou ontem relatório com o resultado da reunião de especialistas sobre o BPA que aconteceu na semana passada no Canadá e afirmou que a maior fonte de exposição ao bisfenol A vem de alimentos, já que ele migra de embalagens para o conteúdo interno.
Fontes:
CBC News
Organização Mundial da Saúde
LA Times
Proceedings of the National Academy of Sciences
FONTE: http://www.ecodebate.com.br/2010/11/16/harvard-diz-que-bisfenol-abpa-tambem-compromete-a-formacao-de-cromossomos/
Os testes foram realizados com o verme C. elegans, muito utilizado por pesquisadores por ter sua biologia muito similar à dos seres humanos.
Geneticistas da Escola revelaram que em vermes expostos ao BPA, alguns processos de reparação do DNA foram prejudicados nas células que são essências na formação de esperma e ovos. Reportagem de Fabiana Dupont e Fernanda Medeiros, do sítio O Tao do Consumo.
A exposição ao químico também danificou a integridade de cromossomos e causou a morte de células. Cromossomos do grupo de controle permaneceram normais, já os cromossomos no grupo exposto ao BPA se apresentaram frágeis e fragmentados. A consequência foi a morte de embriões e vermes menos férteis na pesquisa publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.
“Demonstramos que a exposição de vermes ao BPA em concentrações internas correspondentes a modelos em mamíferos, causa um aumento de infertilidade e morte embrionária,” escreveram os autores. “Os resultados mostraram que o mecanismo dos efeitos do bisfenol A nos vermes tem o potencial de ser paralelo na reprodução humana,” de acordo com observações que acompanham a publicação do estudo.
A conclusão da pesquisa com certeza esquentará ainda mais o debate sobre a segurança do BPA. O bisfenol A é um químico usado na fabricação de plásticos e como revestimento interno de latas. O problema de sua utilização em embalagens alimentares é que suas moléculas não são estáveis e migram da embalagem para os alimentos.
BPA: uma “substância tóxica”
Pesquisas já associaram o BPA a doenças cardíacas, diabetes, infertilidade, obesidade, puberdade precoce e câncer em humanos. Gestantes e crianças pequenas são o grupo mais afetado. O bisfenol A passa da placenta para o feto e sua presença em bebês e crianças pode comprometer seriamente o sistema reprodutivo já que eles não metabolizam a substância da mesma maneira que adultos.
A preocupação é grande já que o químico foi estimado estar presente em mais de 90% da população dos Estados Unidos e do Canadá.
No mês passado o bisfenol A foi incluído na lista de substâncias tóxicas no Canadá. Ele já foi proibido em mamadeiras e copos infantis na França, Canadá, Dinamarca e Costa Rica além de 7 estados americanos. As proibições foram baseadas no princípio de precaução que pede que quando pesquisas sugerem que uma substância é prejudicial à saúde, sua utilização seja suspensa até prova ao contrário.
A Organização Mundial da Saúde publicou ontem relatório com o resultado da reunião de especialistas sobre o BPA que aconteceu na semana passada no Canadá e afirmou que a maior fonte de exposição ao bisfenol A vem de alimentos, já que ele migra de embalagens para o conteúdo interno.
Fontes:
CBC News
Organização Mundial da Saúde
LA Times
Proceedings of the National Academy of Sciences
FONTE: http://www.ecodebate.com.br/2010/11/16/harvard-diz-que-bisfenol-abpa-tambem-compromete-a-formacao-de-cromossomos/
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Dr. Frederico Lobo
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domingo, 14 de novembro de 2010
Aditivos alimentares e seus possíveis efeitos
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Dr. Frederico Lobo
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Pro teste realiza pesquisa com 24 refrigerantes e o resultado: 7 deles têm Benzeno
Em uma pesquisa com 24 refrigerantes, a Pro Teste – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor – verificou que 7 têm benzeno, substância potencialmente cancerígena:
1) Sukita Zero
2) Fanta Laranja Light
3) Fanta Laranja,
4) Sprite Zero,
5) Sukita,
6) Dolly Guaraná,
7) Dolly Guaraná Diet
O benzeno surge da reação do ácido benzoico com a vitamina C. Como não há regra para a quantidade do composto em refrigerantes, usou-se o limite para água potável: 5 microgramas por litro.
Os casos mais preocupantes foram o da Sukita Zero, que tinha 20 microgramas, e o da Fanta Light, com 7,5 microgramas. Os outros cinco produtos estavam abaixo desse limite (Dolly Guaraná, Dolly Guaraná Diet, Fanta Laranja, Sprite Zero e Sukita)
Fernanda Ribeiro, técnica da Pro Teste, diz que é difícil estudar a relação direta entre o benzeno e o câncer em humanos, mas que já se sabe que a substância tem alto potencial carcinogênico e que, se consumida regularmente, pode favorecer tumores. “Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), não há limite seguro para ingestão dessa substância”, diz. Matéria de Flávia Mantovani, da Folha de S. Paulo, em 05/05/2009
A química Arline Abel Arcuri, pesquisadora da Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho) e integrante da Comissão Nacional Permanente do Benzeno, diz que o composto vem sendo relacionado especialmente a leucemias e, mais recentemente, também ao linfoma.
O fato de entrar em contato com o benzeno não significa necessariamente que a pessoa vá ter câncer –há organismos mais e menos suscetíveis. “Mas não somos um tubo de ensaio para saber se resistimos ou não, e não há limites seguros de tolerância. O ideal, então, é não consumir”, diz Arcuri.
O benzeno está presente no ambiente, decorrente principalmente da fumaça do cigarro e da queima de combustível. Na indústria, é matéria-prima de produtos como detergente, borracha sintética e náilon.
Nesse caso, não contamina o consumidor por se transformar em outros compostos. A principal preocupação é proteger o trabalhador da indústria.
O efeito do benzeno é lento, mas, quanto maior o tempo de exposição e a quantidade do composto, maior a probabilidade de desenvolver o tumor.
Adoçantes e corantes
A pesquisa da Pro Teste encontrou, ainda, adoçantes na versão tradicional do Grapette, não informados no rótulo. O problema é maior no caso de crianças, que devem ingerir menos adoçantes.
Foram reprovados outros seis produtos [Fanta Laranja, Fanta Laranja Light, Grapette, Grapette Diet, Sukita e Sukita Zero] que tinham os corantes amarelo crepúsculo –que, segundo estudos, favorece a hiperatividade infantil– e amarelo tartrazina –com alto potencial alergênico. “O amarelo crepúsculo já foi proibido na Europa. E muitas crianças têm alergia a alguns alimentos e, depois, descobre-se que o problema é o amarelo tartrazina”, diz Ribeiro.
Os corantes são aprovados no Brasil, mas, para a Pro Teste, as empresas deveriam substituí-los por outros que não sejam problemáticos, assim como no caso do ácido benzoico. “É um problema fácil de ser resolvido”, diz Ribeiro.
Outro lado
A Coca-Cola, responsável pela Fanta, afirmou, em nota, que cumpre a lei e que os corantes de bebidas são descritos no rótulo. Afirma, ainda, que o benzeno está presente em alimentos e bebidas em níveis muito baixos.
A AmBev, que fabrica a Sukita, informou que trabalha “sob os mais rígidos padrões de qualidade e em total atendimento à legislação brasileira”.
Cláudio Rodrigues, gerente-geral da Refrigerantes Pakera, que fabrica o Grapette, diz que a bebida tradicional pode ter sido contaminada por adoçantes porque as duas versões são feitas na mesma máquina. “Os tanques são lavados, mas pode ter ficado resíduo de adoçante no lote testado.”
Comentário de Carol Salsa
Especulamos mais sobre o assunto e, verificamos que o benzeno vem sendo investigado há mais tempo. Em 01 de abril de 2006, um artigo intitulado “ Refrigerantes são tirados das prateleiras”, escrito por Valerie Elliot, da Times online veiculado na web através da página http://www.nossofuturoroubado.com.br/old/0606te%20refri.htm com tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, em maio de 2006, discute a ação do benzeno em refrigerantes no Reino Unido.
Outro artigo , de 04/06/2007 , indica o link http://www.ksd.uscounts.gov/opinions/062163KHV-78.pdf para a leitura na íntegra da decisão da juíza Kathryn H. Vratil da Justiça Federal de Kansas em relação ao assunto.
No Brasil, onde estão as autoridades de segurança alimentar para endossarem ou não as argumentações das técnicas da Pro Teste ?
Carol Salsa, colaboradora e articulista do EcoDebate
FONTE: http://www.ecodebate.com.br/2009/05/15/pesquisa-revela-que-sete-refrigerantes-tem-tem-benzeno-substancia-potencialmente-cancerigena/
Para ler mais sobre Testes do Pro Teste: http://www.proteste.org.br/
Para ler mais sobre corantes: http://www.ecologiamedica.net/2010/11/aditivos-alimentares.html
1) Sukita Zero
2) Fanta Laranja Light
3) Fanta Laranja,
4) Sprite Zero,
5) Sukita,
6) Dolly Guaraná,
7) Dolly Guaraná Diet
O benzeno surge da reação do ácido benzoico com a vitamina C. Como não há regra para a quantidade do composto em refrigerantes, usou-se o limite para água potável: 5 microgramas por litro.
Os casos mais preocupantes foram o da Sukita Zero, que tinha 20 microgramas, e o da Fanta Light, com 7,5 microgramas. Os outros cinco produtos estavam abaixo desse limite (Dolly Guaraná, Dolly Guaraná Diet, Fanta Laranja, Sprite Zero e Sukita)
Fernanda Ribeiro, técnica da Pro Teste, diz que é difícil estudar a relação direta entre o benzeno e o câncer em humanos, mas que já se sabe que a substância tem alto potencial carcinogênico e que, se consumida regularmente, pode favorecer tumores. “Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), não há limite seguro para ingestão dessa substância”, diz. Matéria de Flávia Mantovani, da Folha de S. Paulo, em 05/05/2009
A química Arline Abel Arcuri, pesquisadora da Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho) e integrante da Comissão Nacional Permanente do Benzeno, diz que o composto vem sendo relacionado especialmente a leucemias e, mais recentemente, também ao linfoma.
O fato de entrar em contato com o benzeno não significa necessariamente que a pessoa vá ter câncer –há organismos mais e menos suscetíveis. “Mas não somos um tubo de ensaio para saber se resistimos ou não, e não há limites seguros de tolerância. O ideal, então, é não consumir”, diz Arcuri.
O benzeno está presente no ambiente, decorrente principalmente da fumaça do cigarro e da queima de combustível. Na indústria, é matéria-prima de produtos como detergente, borracha sintética e náilon.
Nesse caso, não contamina o consumidor por se transformar em outros compostos. A principal preocupação é proteger o trabalhador da indústria.
O efeito do benzeno é lento, mas, quanto maior o tempo de exposição e a quantidade do composto, maior a probabilidade de desenvolver o tumor.
Adoçantes e corantes
A pesquisa da Pro Teste encontrou, ainda, adoçantes na versão tradicional do Grapette, não informados no rótulo. O problema é maior no caso de crianças, que devem ingerir menos adoçantes.
Foram reprovados outros seis produtos [Fanta Laranja, Fanta Laranja Light, Grapette, Grapette Diet, Sukita e Sukita Zero] que tinham os corantes amarelo crepúsculo –que, segundo estudos, favorece a hiperatividade infantil– e amarelo tartrazina –com alto potencial alergênico. “O amarelo crepúsculo já foi proibido na Europa. E muitas crianças têm alergia a alguns alimentos e, depois, descobre-se que o problema é o amarelo tartrazina”, diz Ribeiro.
Os corantes são aprovados no Brasil, mas, para a Pro Teste, as empresas deveriam substituí-los por outros que não sejam problemáticos, assim como no caso do ácido benzoico. “É um problema fácil de ser resolvido”, diz Ribeiro.
Outro lado
A Coca-Cola, responsável pela Fanta, afirmou, em nota, que cumpre a lei e que os corantes de bebidas são descritos no rótulo. Afirma, ainda, que o benzeno está presente em alimentos e bebidas em níveis muito baixos.
A AmBev, que fabrica a Sukita, informou que trabalha “sob os mais rígidos padrões de qualidade e em total atendimento à legislação brasileira”.
Cláudio Rodrigues, gerente-geral da Refrigerantes Pakera, que fabrica o Grapette, diz que a bebida tradicional pode ter sido contaminada por adoçantes porque as duas versões são feitas na mesma máquina. “Os tanques são lavados, mas pode ter ficado resíduo de adoçante no lote testado.”
Comentário de Carol Salsa
Especulamos mais sobre o assunto e, verificamos que o benzeno vem sendo investigado há mais tempo. Em 01 de abril de 2006, um artigo intitulado “ Refrigerantes são tirados das prateleiras”, escrito por Valerie Elliot, da Times online veiculado na web através da página http://www.nossofuturoroubado.com.br/old/0606te%20refri.htm com tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, em maio de 2006, discute a ação do benzeno em refrigerantes no Reino Unido.
Outro artigo , de 04/06/2007 , indica o link http://www.ksd.uscounts.gov/opinions/062163KHV-78.pdf para a leitura na íntegra da decisão da juíza Kathryn H. Vratil da Justiça Federal de Kansas em relação ao assunto.
No Brasil, onde estão as autoridades de segurança alimentar para endossarem ou não as argumentações das técnicas da Pro Teste ?
Carol Salsa, colaboradora e articulista do EcoDebate
FONTE: http://www.ecodebate.com.br/2009/05/15/pesquisa-revela-que-sete-refrigerantes-tem-tem-benzeno-substancia-potencialmente-cancerigena/
Para ler mais sobre Testes do Pro Teste: http://www.proteste.org.br/
Para ler mais sobre corantes: http://www.ecologiamedica.net/2010/11/aditivos-alimentares.html
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sábado, 13 de novembro de 2010
Pesquisa relaciona aumento do risco de obesidade à contaminação pelo agrotóxico atrazina
Um novo estudo [Chronic Exposure to the Herbicide, Atrazine, Causes Mitochondrial Dysfunction and Insulin Resistance], publicado na PLos One, mostra que ratos submetidos à exposição prolongada ao agrotóxico atrazina tiveram sobrepeso quando alimentados com dieta normal e obesidade quando alimentados com dietas de alto teor de gordura. Estas condições de saúde podem levar à diabetes e podem ser responsáveis por danos às estruturas críticas nas células responsáveis pela elaboração de energia.
Os resultados sugerem um novo mecanismo para explicar resultados de estudos anteriores que encontraram uma associação entre as áreas dos Estados Unidos com pesada aplicação de atrazina e a alta prevalência de obesidade.
Para os primeiros meses de estudo os ratos expostos à atrazina e alimentados com dieta normal pesaram o mesmo. No entanto, ao final do estudo, os ratos alimentados com a dieta normal, expostos à água potável com resíduos de atrazina, ficaram 5% mais pesados do que os ratos não expostos ao agrotóxico. Os ratos expostos à atrazina, que foram alimentados com a dieta com alto teor de gordura ficaram 10% mais pesados do que os que não foram expostos mas que foram alimentados com a mesma dieta com alto teor de gordura.
Não foram observadas diferenças no consumo alimentar e no nível de atividade entre os grupos de ratos.
A gordura visceral, ou a gordura que envolve os órgãos do corpo, bem como a gordura dentro dos próprios órgãos, foi a razão para o excesso de peso.
Os ratos expostos à atrazina foram mais resistentes à insulina e os níveis de glicose e insulina em ambos foram significativamente maiores do que nos ratos não expostos à atrazina.
Ensaios de atividade mitocondrial mostrou que a atrazina atuou diretamente , prejudicando o funcionamento das mitocôndrias.
O excesso de gordura em seres humanos é atualmente uma ‘epidemia’ nos Estados Unidos e está associada a doenças cardiovasculares, diabetes e uma série de outros problemas.
Embora as concentrações de atrazina utilizadas neste estudo fossem inferiores aos limites tolerados na água potável (3 microgramas por litro), a dose de baixa concentração utilizada neste estudo foi de mais de 10 mil vezes menor do que a dose necessária para causar efeitos reprodutivos, de acordo com outros estudos em ratos e está no intervalo das doses requeridas para aumentar o risco de câncer em células humanas (Wetzel et al. 1994; Sanderson et al., 2000).
Outras fontes de consulta:
Hayes TB, A Collins, M Lee, M Mendoza, N Noriega, AA Stuart and A Vonk 2002. Hermaphroditic, demasculinized frogs after exposure to the herbicide atrazine at low ecologically relevant doses. Proceedings of the National Academy of Sciences 99:5476-5480.
National Tap Water Database. Environmental Working Group.
Petersen KF, D Befroy, S Dufour, J Dziura, C Ariyan, DL Rothman, L DiPietro, GW Cline and GI Shulman 2003. Mitochondrial dysfunction in the elderly: possible role in insulin resistance. Science 300:1140-1142.
Sanderson JT, W Seinen, JP Giesy and M van den Berg 2000. 2-chloro-s-triazine herbicides induce aromatase (CYP19) activity in H295R human adrenocortical carcinoma cells: A novel mechanism for estrogenicity? Toxicological Sciences 54:121-127.
Wetzel LT, LG Luempert, CB Breckenridge, MO Tisdel, JT Stevens, AK Thaker, PJ Extrom and JC Eldridge 1994. Chronic effects of atrazine on estrus and mammary-tumor formation in female Sprague-Dawley and Fischer-344 rats. Journal of Toxicology and Environmental Health 43:169-182.
O artigo “Chronic Exposure to the Herbicide, Atrazine, Causes Mitochondrial Dysfunction and Insulin Resistance“, publicado na PLos One, está disponível para acesso integral no formato HTML. Para acessar o artigo clique aqui.
Para maiores informações transcrevemos, abaixo, o abstract:
Chronic Exposure to the Herbicide, Atrazine, Causes Mitochondrial Dysfunction and Insulin Resistance
Soo Lim1, Sun Young Ahn4, In Chan Song2, Myung Hee Chung3, Hak Chul Jang1, Kyong Soo Park1, Ki-Up Lee5, Youngmi Kim Pak4*, Hong Kyu Lee1*
1 Department of Internal Medicine, Seoul National University College of Medicine, Seoul, Korea, 2 Department of Radiology, Seoul National University College of Medicine, Seoul, Korea, 3 Department of Pharmacology, Seoul National University College of Medicine, Seoul, Korea, 4 Age-Related and Brain Diseases Research Center, Department of Nanopharmaceutical and Life Sciences, Department of Physiology, Kyung Hee University College of Medicine, Seoul, Korea, 5 Department of Internal Medicine, University of Ulsan College of Medicine, Seoul, Korea
Abstract
There is an apparent overlap between areas in the USA where the herbicide, atrazine (ATZ), is heavily used and obesity-prevalence maps of people with a BMI over 30. Given that herbicides act on photosystem II of the thylakoid membrane of chloroplasts, which have a functional structure similar to mitochondria, we investigated whether chronic exposure to low concentrations of ATZ might cause obesity or insulin resistance by damaging mitochondrial function. Sprague-Dawley rats (n = 48) were treated for 5 months with low concentrations (30 or 300 µg kg?1 day?1) of ATZ provided in drinking water. One group of animals was fed a regular diet for the entire period, and another group of animals was fed a high-fat diet (40% fat) for 2 months after 3 months of regular diet. Various parameters of insulin resistance were measured. Morphology and functional activities of mitochondria were evaluated in tissues of ATZ-exposed animals and in isolated mitochondria. Chronic administration of ATZ decreased basal metabolic rate, and increased body weight, intra-abdominal fat and insulin resistance without changing food intake or physical activity level. A high-fat diet further exacerbated insulin resistance and obesity. Mitochondria in skeletal muscle and liver of ATZ-treated rats were swollen with disrupted cristae. ATZ blocked the activities of oxidative phosphorylation complexes I and III, resulting in decreased oxygen consumption. It also suppressed the insulin-mediated phosphorylation of Akt. These results suggest that long-term exposure to the herbicide ATZ might contribute to the development of insulin resistance and obesity, particularly where a high-fat diet is prevalent.
Citation: Lim S, Ahn SY, Song IC, Chung MH, Jang HC, et al. (2009) Chronic Exposure to the Herbicide, Atrazine, Causes Mitochondrial Dysfunction and Insulin Resistance. PLoS ONE 4(4): e5186. doi:10.1371/journal.pone.0005186
Editor: German Malaga, Universidad Peruana Cayetano Heredia, Peru
Received: February 10, 2009; Accepted: February 19, 2009; Published: April 13, 2009
Copyright: © 2009 Lim et al. This is an open-access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original author and source are credited.
Funding: This work is supported by the IT R&D program of MIC/IITA [2006-S075-01 to HK Lee, Development of an early diagnostic system of metabolic syndrome based on nanosensor integrated network computing], a Korea Science and Engineering Foundation (KOSEF) grant (M10642140004-06N4214-00410 to YK Pak) and a grant from the 21C Frontier Functional Proteomics Project (FPR08A1-070 to YK Pak) from the Ministry of Education, Science & Technology, Korea. The funders had no role in study design, data collection and analysis, decision to publish, or preparation of the manuscript.
Competing interests: The authors have declared that no competing interests exist.
* E-mail: ykpak{at}khu.ac.kr (YKP); hkleemd{at}snu.ac.kr (HKL)
FONTE: http://www.ecodebate.com.br/2009/05/30/pesquisa-relaciona-aumento-do-risco-de-obesidade-a-contaminacao-pelo-agrotoxico-atrazina/
Os resultados sugerem um novo mecanismo para explicar resultados de estudos anteriores que encontraram uma associação entre as áreas dos Estados Unidos com pesada aplicação de atrazina e a alta prevalência de obesidade.
Para os primeiros meses de estudo os ratos expostos à atrazina e alimentados com dieta normal pesaram o mesmo. No entanto, ao final do estudo, os ratos alimentados com a dieta normal, expostos à água potável com resíduos de atrazina, ficaram 5% mais pesados do que os ratos não expostos ao agrotóxico. Os ratos expostos à atrazina, que foram alimentados com a dieta com alto teor de gordura ficaram 10% mais pesados do que os que não foram expostos mas que foram alimentados com a mesma dieta com alto teor de gordura.
Não foram observadas diferenças no consumo alimentar e no nível de atividade entre os grupos de ratos.
A gordura visceral, ou a gordura que envolve os órgãos do corpo, bem como a gordura dentro dos próprios órgãos, foi a razão para o excesso de peso.
Os ratos expostos à atrazina foram mais resistentes à insulina e os níveis de glicose e insulina em ambos foram significativamente maiores do que nos ratos não expostos à atrazina.
Ensaios de atividade mitocondrial mostrou que a atrazina atuou diretamente , prejudicando o funcionamento das mitocôndrias.
O excesso de gordura em seres humanos é atualmente uma ‘epidemia’ nos Estados Unidos e está associada a doenças cardiovasculares, diabetes e uma série de outros problemas.
Embora as concentrações de atrazina utilizadas neste estudo fossem inferiores aos limites tolerados na água potável (3 microgramas por litro), a dose de baixa concentração utilizada neste estudo foi de mais de 10 mil vezes menor do que a dose necessária para causar efeitos reprodutivos, de acordo com outros estudos em ratos e está no intervalo das doses requeridas para aumentar o risco de câncer em células humanas (Wetzel et al. 1994; Sanderson et al., 2000).
Outras fontes de consulta:
Hayes TB, A Collins, M Lee, M Mendoza, N Noriega, AA Stuart and A Vonk 2002. Hermaphroditic, demasculinized frogs after exposure to the herbicide atrazine at low ecologically relevant doses. Proceedings of the National Academy of Sciences 99:5476-5480.
National Tap Water Database. Environmental Working Group.
Petersen KF, D Befroy, S Dufour, J Dziura, C Ariyan, DL Rothman, L DiPietro, GW Cline and GI Shulman 2003. Mitochondrial dysfunction in the elderly: possible role in insulin resistance. Science 300:1140-1142.
Sanderson JT, W Seinen, JP Giesy and M van den Berg 2000. 2-chloro-s-triazine herbicides induce aromatase (CYP19) activity in H295R human adrenocortical carcinoma cells: A novel mechanism for estrogenicity? Toxicological Sciences 54:121-127.
Wetzel LT, LG Luempert, CB Breckenridge, MO Tisdel, JT Stevens, AK Thaker, PJ Extrom and JC Eldridge 1994. Chronic effects of atrazine on estrus and mammary-tumor formation in female Sprague-Dawley and Fischer-344 rats. Journal of Toxicology and Environmental Health 43:169-182.
O artigo “Chronic Exposure to the Herbicide, Atrazine, Causes Mitochondrial Dysfunction and Insulin Resistance“, publicado na PLos One, está disponível para acesso integral no formato HTML. Para acessar o artigo clique aqui.
Para maiores informações transcrevemos, abaixo, o abstract:
Chronic Exposure to the Herbicide, Atrazine, Causes Mitochondrial Dysfunction and Insulin Resistance
Soo Lim1, Sun Young Ahn4, In Chan Song2, Myung Hee Chung3, Hak Chul Jang1, Kyong Soo Park1, Ki-Up Lee5, Youngmi Kim Pak4*, Hong Kyu Lee1*
1 Department of Internal Medicine, Seoul National University College of Medicine, Seoul, Korea, 2 Department of Radiology, Seoul National University College of Medicine, Seoul, Korea, 3 Department of Pharmacology, Seoul National University College of Medicine, Seoul, Korea, 4 Age-Related and Brain Diseases Research Center, Department of Nanopharmaceutical and Life Sciences, Department of Physiology, Kyung Hee University College of Medicine, Seoul, Korea, 5 Department of Internal Medicine, University of Ulsan College of Medicine, Seoul, Korea
Abstract
There is an apparent overlap between areas in the USA where the herbicide, atrazine (ATZ), is heavily used and obesity-prevalence maps of people with a BMI over 30. Given that herbicides act on photosystem II of the thylakoid membrane of chloroplasts, which have a functional structure similar to mitochondria, we investigated whether chronic exposure to low concentrations of ATZ might cause obesity or insulin resistance by damaging mitochondrial function. Sprague-Dawley rats (n = 48) were treated for 5 months with low concentrations (30 or 300 µg kg?1 day?1) of ATZ provided in drinking water. One group of animals was fed a regular diet for the entire period, and another group of animals was fed a high-fat diet (40% fat) for 2 months after 3 months of regular diet. Various parameters of insulin resistance were measured. Morphology and functional activities of mitochondria were evaluated in tissues of ATZ-exposed animals and in isolated mitochondria. Chronic administration of ATZ decreased basal metabolic rate, and increased body weight, intra-abdominal fat and insulin resistance without changing food intake or physical activity level. A high-fat diet further exacerbated insulin resistance and obesity. Mitochondria in skeletal muscle and liver of ATZ-treated rats were swollen with disrupted cristae. ATZ blocked the activities of oxidative phosphorylation complexes I and III, resulting in decreased oxygen consumption. It also suppressed the insulin-mediated phosphorylation of Akt. These results suggest that long-term exposure to the herbicide ATZ might contribute to the development of insulin resistance and obesity, particularly where a high-fat diet is prevalent.
Citation: Lim S, Ahn SY, Song IC, Chung MH, Jang HC, et al. (2009) Chronic Exposure to the Herbicide, Atrazine, Causes Mitochondrial Dysfunction and Insulin Resistance. PLoS ONE 4(4): e5186. doi:10.1371/journal.pone.0005186
Editor: German Malaga, Universidad Peruana Cayetano Heredia, Peru
Received: February 10, 2009; Accepted: February 19, 2009; Published: April 13, 2009
Copyright: © 2009 Lim et al. This is an open-access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original author and source are credited.
Funding: This work is supported by the IT R&D program of MIC/IITA [2006-S075-01 to HK Lee, Development of an early diagnostic system of metabolic syndrome based on nanosensor integrated network computing], a Korea Science and Engineering Foundation (KOSEF) grant (M10642140004-06N4214-00410 to YK Pak) and a grant from the 21C Frontier Functional Proteomics Project (FPR08A1-070 to YK Pak) from the Ministry of Education, Science & Technology, Korea. The funders had no role in study design, data collection and analysis, decision to publish, or preparation of the manuscript.
Competing interests: The authors have declared that no competing interests exist.
* E-mail: ykpak{at}khu.ac.kr (YKP); hkleemd{at}snu.ac.kr (HKL)
FONTE: http://www.ecodebate.com.br/2009/05/30/pesquisa-relaciona-aumento-do-risco-de-obesidade-a-contaminacao-pelo-agrotoxico-atrazina/
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Dr. Frederico Lobo
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Pesquisadores associam lúpus e artrite reumatoide à exposição a inseticidas, por Henrique Cortez
Um estudo [Farm History, Insecticide Use and Risk of Autoimmune Rheumatic Disease in the Women's Health Initiative Observational Study] recente mostra que as mulheres que usam inseticidas possuem elevado risco de desenvolvimento de doenças auto-imunes, como artrite reumatoide e lúpus. Os resultados do estudo, ainda não publicado, foram apresentados, em 17 de outubro de 2009, durante a reunião anual do Colégio Americano de Reumatologia, realizada em Filadélfia, PA, EUA.
O estudo, que analisou mais de 75.000 mulheres, mostra que a exposição a inseticidas, pelo menos, seis vezes por ano, eleva em quase duas vezes e meia o risco de desenvolver artrite reumatoide e lúpus em relação às que não foram expostas aos inseticidas. O risco duplica se os inseticidas foram utilizados em casa por 20 anos ou mais.
Contratar um jardineiro ou sociedade comercial para aplicar inseticidas também resultou em uma duplicação do risco, mas apenas se eles foram usados a longo prazo, diz Christine G. Parks, PhD, epidemiologista do National Institute of Environmental Health Sciences em Research Triangle Park, NC, uma das principais pesquisadores que analisaram dados do Women’s Health Initiative (WHI) Observational Study*.
“Nossos novos resultados fornecem suporte para a idéia de que fatores ambientais podem aumentar a susceptibilidade ou desencadear o desenvolvimento de doenças auto-imunes em alguns indivíduos”, disse Parks. Embora o estudo não confirme a relação direta de causa e efeito, a Dra. Parks acrescentou: “Precisamos começar a pensar sobre o que os produtos químicos ou outros fatores relacionados ao uso de inseticidas pode mexplicar estes resultados.”
Das 76.861 mulheres na pós-menopausa, principalmente mulheres brancas, com idades entre 50 a 79, no estudo WHI, 178 delas tinham artrite reumatóide e 27 tinham lúpus. Um adicional de oito mulheres tinham ambos os transtornos.
Como parte do estudo, as mulheres foram consultadas sobre uma série de questões relacionadas à agricultura e uso de inseticidas. “O mais importante, as relações que observamos não foram explicadas por outros fatores que foram considerados, incluindo a história de fazenda, idade, raça, etnia, fatores socioeconômicos, como educação e ocupação, tabagismo e outros fatores de risco para a doença,” Dra. Parks diz.
“Os resultados são bastante consistentes porque eles mostram que quanto maior a exposição, maior o risco”, diz Darcy Majka, MD, professor assistente de medicina da Northwestern University Feinberg School of Medicine, outro pesquisador que analisou os dados da WHI .
Segundo a Dra. Parks, os estudos mostram que cerca de três quartos das famílias dos EUA relatam o uso de inseticidas em casa, nos jardim ou ambos. A exposição doméstica a inseticidas em casa pode ser bastante persistente, não só porque os produtos degradam lentamente como porque sua aplicação tende a ser continuada ao longo do tempo.
* O Women’s Health Initiative (WHI) foi um importante programa de 15 anos de pesquisa, instituído para avaliar e identificar as causas de morte mais comuns, a deficiência e má qualidade de vida em mulheres na pós-menopausa, com especial foco nas doenças cardiovasculares, câncer e osteoporose.
Para maiores informações transcrevemos, abaixo, o abstract da apresentação:
Farm History, Insecticide Use and Risk of Autoimmune Rheumatic Disease in the Women’s Health Initiative Observational Study
Christine G. Parks1, Brian T. Walitt2, Mary Pettinger3, Jiu-Chiuan Chen4, Anneclaire de Roos3, Julie Hunt3, Gloria Sarto5 and Barbara V. Howard6, 1National Institute of Environmental Health Science, Research Triangle Park, NC, 2Washington Hospital Center, Washington, DC, 3Fred Hutcinson Cancer Research Center, Seattle, WA, 4USC Keck School of Medicine, Los Angeles, 5University of Wisconsin Medical Center, Madison, 6Medstar Research Institute, Washington, DC
Presentation Number: 614
Purpose: Farming has been previously associated with the autoimmune rheumatic diseases (ARD), including rheumatoid arthritis (RA) and systemic lupus erythematosus (SLE). The exposure(s) underlying this association are not well-understood, and few studies have directly addressed the role of pesticides, including personal and residential insecticide use.
Method: Using data from the Women’s Health Initiative Observational Study (n=76,861, aged 50-79 years), we examined self-reported lifetime personal or commercial residential insecticide use and having lived or worked on a farm in relation to risk of incident ARD, confirmed by use of disease modifying anti-rheumatic drugs at year 3 of follow-up (n=213; 178 with RA only, 27 with SLE only, and 8 with both RA and SLE), and excluding unconfirmed cases. Hazard ratios (HR) and 95% confidence intervals (CI) were estimated by multivariate models adjusting for age and covariates, including race, region, education, occupation, history of smoking, asthma, other autoimmune diseases, co-morbidity, and reproductive factors.
Results: Compared with never use, personal insecticide use (mixing or applying) was associated with ARD risk, with stronger associations among those with a greater frequency (age-adjusted HR=2.47; 95%CI 1.51, 4.03 for ? 6 times per year) and duration of use (age-adjusted HR=2.07; 95% CI 1.31, 3.25 for ? 20 years). Increasing cumulative insecticide use (years X applications) also showed a significant trend of association (p=0.0004) with ARD risk, and these associations persisted after adjusting for farming and covariates. Having lived or worked on a farm was also associated with ARD risk (age-adjusted HR=1.97; 95% CI 1.14, 3.42 for ?20 years), but the effect size was diminished after adjusting for covariates and insecticide use. Despite the small number of SLE cases, disease-stratified analyses indicated similar associations as seen for RA. In those who had lived or worked on a farm, frequent commercial application to home or garden was also associated with ARD risk, even after adjusting for covariates and personal insecticide use (adjusted HR=2.73; 95%CI 1.1, 6.78 for ?6 times per year). Long-term commercial residential insecticide exposure was significantly associated with ARD risk regardless of farming history (age-adjusted HR=1.85; 95% CI 1.13, 3.04 for ?20 years).
Conclusion: Insecticide exposure may increase risk of ARD in post-menopausal women. These findings, based on self-report, provide rationale for further investigation of specific personal and environmental insecticide exposures in relation to ARD.
FONTE: http://www.ecodebate.com.br/2009/11/30/pesquisadores-associam-lupus-e-artrite-reumatoide-a-exposicao-a-inseticidas-por-henrique-cortez/
O estudo, que analisou mais de 75.000 mulheres, mostra que a exposição a inseticidas, pelo menos, seis vezes por ano, eleva em quase duas vezes e meia o risco de desenvolver artrite reumatoide e lúpus em relação às que não foram expostas aos inseticidas. O risco duplica se os inseticidas foram utilizados em casa por 20 anos ou mais.
Contratar um jardineiro ou sociedade comercial para aplicar inseticidas também resultou em uma duplicação do risco, mas apenas se eles foram usados a longo prazo, diz Christine G. Parks, PhD, epidemiologista do National Institute of Environmental Health Sciences em Research Triangle Park, NC, uma das principais pesquisadores que analisaram dados do Women’s Health Initiative (WHI) Observational Study*.
“Nossos novos resultados fornecem suporte para a idéia de que fatores ambientais podem aumentar a susceptibilidade ou desencadear o desenvolvimento de doenças auto-imunes em alguns indivíduos”, disse Parks. Embora o estudo não confirme a relação direta de causa e efeito, a Dra. Parks acrescentou: “Precisamos começar a pensar sobre o que os produtos químicos ou outros fatores relacionados ao uso de inseticidas pode mexplicar estes resultados.”
Das 76.861 mulheres na pós-menopausa, principalmente mulheres brancas, com idades entre 50 a 79, no estudo WHI, 178 delas tinham artrite reumatóide e 27 tinham lúpus. Um adicional de oito mulheres tinham ambos os transtornos.
Como parte do estudo, as mulheres foram consultadas sobre uma série de questões relacionadas à agricultura e uso de inseticidas. “O mais importante, as relações que observamos não foram explicadas por outros fatores que foram considerados, incluindo a história de fazenda, idade, raça, etnia, fatores socioeconômicos, como educação e ocupação, tabagismo e outros fatores de risco para a doença,” Dra. Parks diz.
“Os resultados são bastante consistentes porque eles mostram que quanto maior a exposição, maior o risco”, diz Darcy Majka, MD, professor assistente de medicina da Northwestern University Feinberg School of Medicine, outro pesquisador que analisou os dados da WHI .
Segundo a Dra. Parks, os estudos mostram que cerca de três quartos das famílias dos EUA relatam o uso de inseticidas em casa, nos jardim ou ambos. A exposição doméstica a inseticidas em casa pode ser bastante persistente, não só porque os produtos degradam lentamente como porque sua aplicação tende a ser continuada ao longo do tempo.
* O Women’s Health Initiative (WHI) foi um importante programa de 15 anos de pesquisa, instituído para avaliar e identificar as causas de morte mais comuns, a deficiência e má qualidade de vida em mulheres na pós-menopausa, com especial foco nas doenças cardiovasculares, câncer e osteoporose.
Para maiores informações transcrevemos, abaixo, o abstract da apresentação:
Farm History, Insecticide Use and Risk of Autoimmune Rheumatic Disease in the Women’s Health Initiative Observational Study
Christine G. Parks1, Brian T. Walitt2, Mary Pettinger3, Jiu-Chiuan Chen4, Anneclaire de Roos3, Julie Hunt3, Gloria Sarto5 and Barbara V. Howard6, 1National Institute of Environmental Health Science, Research Triangle Park, NC, 2Washington Hospital Center, Washington, DC, 3Fred Hutcinson Cancer Research Center, Seattle, WA, 4USC Keck School of Medicine, Los Angeles, 5University of Wisconsin Medical Center, Madison, 6Medstar Research Institute, Washington, DC
Presentation Number: 614
Purpose: Farming has been previously associated with the autoimmune rheumatic diseases (ARD), including rheumatoid arthritis (RA) and systemic lupus erythematosus (SLE). The exposure(s) underlying this association are not well-understood, and few studies have directly addressed the role of pesticides, including personal and residential insecticide use.
Method: Using data from the Women’s Health Initiative Observational Study (n=76,861, aged 50-79 years), we examined self-reported lifetime personal or commercial residential insecticide use and having lived or worked on a farm in relation to risk of incident ARD, confirmed by use of disease modifying anti-rheumatic drugs at year 3 of follow-up (n=213; 178 with RA only, 27 with SLE only, and 8 with both RA and SLE), and excluding unconfirmed cases. Hazard ratios (HR) and 95% confidence intervals (CI) were estimated by multivariate models adjusting for age and covariates, including race, region, education, occupation, history of smoking, asthma, other autoimmune diseases, co-morbidity, and reproductive factors.
Results: Compared with never use, personal insecticide use (mixing or applying) was associated with ARD risk, with stronger associations among those with a greater frequency (age-adjusted HR=2.47; 95%CI 1.51, 4.03 for ? 6 times per year) and duration of use (age-adjusted HR=2.07; 95% CI 1.31, 3.25 for ? 20 years). Increasing cumulative insecticide use (years X applications) also showed a significant trend of association (p=0.0004) with ARD risk, and these associations persisted after adjusting for farming and covariates. Having lived or worked on a farm was also associated with ARD risk (age-adjusted HR=1.97; 95% CI 1.14, 3.42 for ?20 years), but the effect size was diminished after adjusting for covariates and insecticide use. Despite the small number of SLE cases, disease-stratified analyses indicated similar associations as seen for RA. In those who had lived or worked on a farm, frequent commercial application to home or garden was also associated with ARD risk, even after adjusting for covariates and personal insecticide use (adjusted HR=2.73; 95%CI 1.1, 6.78 for ?6 times per year). Long-term commercial residential insecticide exposure was significantly associated with ARD risk regardless of farming history (age-adjusted HR=1.85; 95% CI 1.13, 3.04 for ?20 years).
Conclusion: Insecticide exposure may increase risk of ARD in post-menopausal women. These findings, based on self-report, provide rationale for further investigation of specific personal and environmental insecticide exposures in relation to ARD.
FONTE: http://www.ecodebate.com.br/2009/11/30/pesquisadores-associam-lupus-e-artrite-reumatoide-a-exposicao-a-inseticidas-por-henrique-cortez/
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sexta-feira, 12 de novembro de 2010
O que é a nutrigenômica ?
Nutrigenômica e biodisponibilidade de nutrientes: Fundamentos da nutrigenômica
A nutrigenômica representa área-chave para a nutrição que surgiu no contexto do pós-genoma humano. Seu foco de investigação é a interação nutriente-gene que pode ocorrer de duas formas:
1) nutrientes podem influenciar no funcionamento do genoma
2) variações no genoma podem influenciar a resposta individual à alimentação.
Prevê-se que o principal impacto da nutrigenômica será a personalização, com base no genótipo, das recomendações nutricionais para promoção da saúde e redução do risco de doenças crômicas não-transmissíveis.
Essa disciplina científica recente baseia-se em um conjunto de princípios:
1) Dietas inadequadas, em determinados indivíduos e em determinadas situações, representam fatores de risco para doenças crônicas não-transmissíveis.
2) Nutrientes e compostos bioativos normalmente presentes nos alimentos alteram a expressão gênica e/ou estrutura do genoma.
3) A influência da dieta na saúde depende da estrutura genética do indivíduo.
4) Determinados genes e suas variantes comuns são regulados pela dieta e podem participar de doenças crônicas não-transmissíveis.
5) Intervenções dietéticas baseadas na necessidade e estado nutricional, bem como no genótipo, podem ser utilizadas para desenvolver uma nutrição personalizada que otimize a saúde e previna ou mitigue doenças crônicas não-transmissíveis.
De acordo com o mapeamento do genoma humano, temos cerca de 30 mil genes distribuídos em nossos cromossomos. Parte desses genes codifica para proteínas como enzimas, transportadores, hormônios e receptores necessários a processos, como digestão, absorção, metabolismo e excreção de nutrientes. Essas macromoléculas sao produzidas a partir de informações codificadas no DNA por meio da expressão gênica.
Inicialmente, ocorre transcrição de sequência do DNA em RNA, que é, então traduzido na proteína. Os genes apresentam regiões que codificam ou não para proteínas. Os promotores representam sequências regulatórias que, apesar de não serem codificantes, apresentam papel fundamental para indução de transcrição. Mais especificamente, a ligação de fatores de transcrição a essas regiões específicas nos genes resulta em alterações conformacionais na molécula de DNA que possibilitam que a RNA polimerase (enzima que participa da transcrição) inicie a transcrição. Nesse sentido, promotores podem ser entendidos como "interruptores" que ligam e desligam genes.
Na fase de tradução o RNA mensageiro tem sua sequência traduzida na proteína. Diferentemente da transcrição que acontece no núcleo celular, a tradução ocorre no citoplasma, especificamente nos ribossomos. Cada trinca de bases representa um códon, que codifica um aminoácido ou pode, ainda, sinalizar o término da proteína. Apesar de existirem 64 possibilidades de códons (4X4X4 = 64 combinações de bases adenina, citosina, guanina e uracila), existem apenas 20 aminoácidos. Isso acontece porque diferentes códons podem codificar para um mesmo aminoácdo. Nesse sentido, diz-se que o nosso código genético é degenerado ou redundante.
Nutrientes, além de serem importantes como provedores de energia (carboidratos e lipídios) ou cofatores enzimáticos (determinados minerais e vitaminas) também apresentam a capacidade de alterar a expressão gênica. Os efeitos mais importantes dos alimentos no organismo ocorrem em nível molecular e podem ser tantos benéficos como deletérios, dependendo de quais genes têm a atividade alterada.
Nutrientes e compostos bioativos dos alimentos (CBAs) podem alterar a expressão gênica em nível transcricional, de forma direta ou indireta.
No primeiro caso, um nutriente ou seu metabólico tem atuação no núcleo celular ao se ligar diretamentea um fator de transcrição e induzir a expressão gênica. Existem diferentes classes de fatores de transcrição e parte delas é ativada por nutrientes. Assim, por exemplo, destacam-se os receptores de Vitamina D (vitamin D receptor - VDR) e vitamina A (retinoic acid receptor - RAR)), que são ativiados por calcitriol e ácido retinóico respectivamente.
No segundo caso, o nutriente ou CBAs atua no citoplasma, ativando por exemplo, quinases que irão fosforilar um fator de transcrição que estava inativo. O fator de transcrição, ativado indiretamente, será translocado para o núcleo celular e ligado a regiões promotoras, induzindo a expressão gênica. Exemplos de CBAs que atuam desa forma são o sulforanos (brócolis) e as catequinas (chá verde). Descreve-se, ainda, que componentes dos alimentos podem modular a expressão gênica em nível pós-transcricional. Exemplos são o Ferro e o Betacaroteno.
Vale destacar que todo processo metabólico envolve a ação de diversas proteínas, que são produzidas a partir da informação contida nas moléculas de RNAm, transcritas em uma determinada cpelula, tecido ou organismo. Alterações nos níveis de RNAm e de proteínas, como transportadores, enzimas, receptores, fatores de transcrição, entre outros, são importantes determinantes do fluxo de nutrientes ou metabólitos através de uma via bioquímica.
Verifica-se que apesar de existirem diferenças significativas entre humanos quanto ao fenótipo, a identidade genética é de 99,9%. Nesse sentido, essa pequena diferença de 0,1% na sequência dos genomas está relacionada com características como altura, peso, cor do cabelo e também, risco para doenças crônicas não-transmissíveis e necessidades nutricionais. Entre as diferentes formas de variação genética, destacam-se os polimorfos de nucleotídeo único (single nucleotide polymorphims - SNPs; pronuncia-se Snips). Nesse caso, substituições de uma base do DNA, que resultam na alterações do aminoácido codificado, podem ter importantes repercussões na função das proteínas sintetizadas.
Do ponto de vista nutricional, os SNPs poderiam ter papel importante na variação individdual quanto à absorção e metabolismo de nutrientes. Nesse contexto, o genótipo poderia influenciar tanto a biodisponibilidade como as necessidades de micronutrientes. Um exemplo de polimorfismo que parece alterar a RDA do ácido fólico é o C677T no gene que codifica a enzima metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR). Nesse caso, a substituição de uma citosina por timina na posição 677 do referido gene resulta em uma MTHFR mais termolábil e, em uma consequente menor atividade enzimática. Indivíduos com esse SNP parecem necessidade d recomendações aumentadas de ácido fólico.
Apesar da importância nutricional dos minerais, são poucos, ainda os estudos que têm avaliado o impacto do genótipo na biodisponibilidade e necessidades de micronutrientes, como Cálcio, Ferro e Zinco. Nesse contexto são de particular interesse polimorfismos em genes envolvidos na homeostase desses minerais.
Para que a nutrição personalizada, objetivo maior da nutrigenômica, torne-se realidade, é necessário que diferentes desafios sejam superados. Entre eles, destaca-se a elucidação dos aspectos moleculares relacionados à biodisponibilidade de nutrientes.
Bibliografia:
COZZOLINO, Silvia M F; ONG, Thomas P. Nutrigenômica e biodisponibilidade de nutrientes. In: COZZOLINO, Silvia M F. Biodisponibilidade de nutrientes. 3ªed. Barueri - SP: Manole, 2009. Cap. 04, p. 71-75.
A nutrigenômica representa área-chave para a nutrição que surgiu no contexto do pós-genoma humano. Seu foco de investigação é a interação nutriente-gene que pode ocorrer de duas formas:
1) nutrientes podem influenciar no funcionamento do genoma
2) variações no genoma podem influenciar a resposta individual à alimentação.
Prevê-se que o principal impacto da nutrigenômica será a personalização, com base no genótipo, das recomendações nutricionais para promoção da saúde e redução do risco de doenças crômicas não-transmissíveis.
Essa disciplina científica recente baseia-se em um conjunto de princípios:
1) Dietas inadequadas, em determinados indivíduos e em determinadas situações, representam fatores de risco para doenças crônicas não-transmissíveis.
2) Nutrientes e compostos bioativos normalmente presentes nos alimentos alteram a expressão gênica e/ou estrutura do genoma.
3) A influência da dieta na saúde depende da estrutura genética do indivíduo.
4) Determinados genes e suas variantes comuns são regulados pela dieta e podem participar de doenças crônicas não-transmissíveis.
5) Intervenções dietéticas baseadas na necessidade e estado nutricional, bem como no genótipo, podem ser utilizadas para desenvolver uma nutrição personalizada que otimize a saúde e previna ou mitigue doenças crônicas não-transmissíveis.
De acordo com o mapeamento do genoma humano, temos cerca de 30 mil genes distribuídos em nossos cromossomos. Parte desses genes codifica para proteínas como enzimas, transportadores, hormônios e receptores necessários a processos, como digestão, absorção, metabolismo e excreção de nutrientes. Essas macromoléculas sao produzidas a partir de informações codificadas no DNA por meio da expressão gênica.
Inicialmente, ocorre transcrição de sequência do DNA em RNA, que é, então traduzido na proteína. Os genes apresentam regiões que codificam ou não para proteínas. Os promotores representam sequências regulatórias que, apesar de não serem codificantes, apresentam papel fundamental para indução de transcrição. Mais especificamente, a ligação de fatores de transcrição a essas regiões específicas nos genes resulta em alterações conformacionais na molécula de DNA que possibilitam que a RNA polimerase (enzima que participa da transcrição) inicie a transcrição. Nesse sentido, promotores podem ser entendidos como "interruptores" que ligam e desligam genes.
Na fase de tradução o RNA mensageiro tem sua sequência traduzida na proteína. Diferentemente da transcrição que acontece no núcleo celular, a tradução ocorre no citoplasma, especificamente nos ribossomos. Cada trinca de bases representa um códon, que codifica um aminoácido ou pode, ainda, sinalizar o término da proteína. Apesar de existirem 64 possibilidades de códons (4X4X4 = 64 combinações de bases adenina, citosina, guanina e uracila), existem apenas 20 aminoácidos. Isso acontece porque diferentes códons podem codificar para um mesmo aminoácdo. Nesse sentido, diz-se que o nosso código genético é degenerado ou redundante.
Nutrientes, além de serem importantes como provedores de energia (carboidratos e lipídios) ou cofatores enzimáticos (determinados minerais e vitaminas) também apresentam a capacidade de alterar a expressão gênica. Os efeitos mais importantes dos alimentos no organismo ocorrem em nível molecular e podem ser tantos benéficos como deletérios, dependendo de quais genes têm a atividade alterada.
Nutrientes e compostos bioativos dos alimentos (CBAs) podem alterar a expressão gênica em nível transcricional, de forma direta ou indireta.
No primeiro caso, um nutriente ou seu metabólico tem atuação no núcleo celular ao se ligar diretamentea um fator de transcrição e induzir a expressão gênica. Existem diferentes classes de fatores de transcrição e parte delas é ativada por nutrientes. Assim, por exemplo, destacam-se os receptores de Vitamina D (vitamin D receptor - VDR) e vitamina A (retinoic acid receptor - RAR)), que são ativiados por calcitriol e ácido retinóico respectivamente.
No segundo caso, o nutriente ou CBAs atua no citoplasma, ativando por exemplo, quinases que irão fosforilar um fator de transcrição que estava inativo. O fator de transcrição, ativado indiretamente, será translocado para o núcleo celular e ligado a regiões promotoras, induzindo a expressão gênica. Exemplos de CBAs que atuam desa forma são o sulforanos (brócolis) e as catequinas (chá verde). Descreve-se, ainda, que componentes dos alimentos podem modular a expressão gênica em nível pós-transcricional. Exemplos são o Ferro e o Betacaroteno.
Vale destacar que todo processo metabólico envolve a ação de diversas proteínas, que são produzidas a partir da informação contida nas moléculas de RNAm, transcritas em uma determinada cpelula, tecido ou organismo. Alterações nos níveis de RNAm e de proteínas, como transportadores, enzimas, receptores, fatores de transcrição, entre outros, são importantes determinantes do fluxo de nutrientes ou metabólitos através de uma via bioquímica.
Verifica-se que apesar de existirem diferenças significativas entre humanos quanto ao fenótipo, a identidade genética é de 99,9%. Nesse sentido, essa pequena diferença de 0,1% na sequência dos genomas está relacionada com características como altura, peso, cor do cabelo e também, risco para doenças crônicas não-transmissíveis e necessidades nutricionais. Entre as diferentes formas de variação genética, destacam-se os polimorfos de nucleotídeo único (single nucleotide polymorphims - SNPs; pronuncia-se Snips). Nesse caso, substituições de uma base do DNA, que resultam na alterações do aminoácido codificado, podem ter importantes repercussões na função das proteínas sintetizadas.
Do ponto de vista nutricional, os SNPs poderiam ter papel importante na variação individdual quanto à absorção e metabolismo de nutrientes. Nesse contexto, o genótipo poderia influenciar tanto a biodisponibilidade como as necessidades de micronutrientes. Um exemplo de polimorfismo que parece alterar a RDA do ácido fólico é o C677T no gene que codifica a enzima metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR). Nesse caso, a substituição de uma citosina por timina na posição 677 do referido gene resulta em uma MTHFR mais termolábil e, em uma consequente menor atividade enzimática. Indivíduos com esse SNP parecem necessidade d recomendações aumentadas de ácido fólico.
Apesar da importância nutricional dos minerais, são poucos, ainda os estudos que têm avaliado o impacto do genótipo na biodisponibilidade e necessidades de micronutrientes, como Cálcio, Ferro e Zinco. Nesse contexto são de particular interesse polimorfismos em genes envolvidos na homeostase desses minerais.
Para que a nutrição personalizada, objetivo maior da nutrigenômica, torne-se realidade, é necessário que diferentes desafios sejam superados. Entre eles, destaca-se a elucidação dos aspectos moleculares relacionados à biodisponibilidade de nutrientes.
Bibliografia:
COZZOLINO, Silvia M F; ONG, Thomas P. Nutrigenômica e biodisponibilidade de nutrientes. In: COZZOLINO, Silvia M F. Biodisponibilidade de nutrientes. 3ªed. Barueri - SP: Manole, 2009. Cap. 04, p. 71-75.
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quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Atividade física e sintomas depressivos
Pessoas que se engajaram em uma rotina de atividades físicas, independentemente da intensidade, apresentam menos riscos de sintomas depressivos, aponta um estudo publicado no British Journal of Psychiatry.
O ponto mais curioso da pesquisa, entretanto, foi quanto ao horário que esses exercícios físicos eram feitos, que se traduzia em bem-estar mental: pessoas que se exercitavam fora do horário de trabalho (e não em horários de folga no meio do dia) se beneficiavam mais dos efeitos dos exercícios físicos.
Os pesquisadores do Instituto de Psiquiatria da Universidade King’s College London, juntos com uma equipe da Universidade de Bergen, na Noruega, acompanharam mais de 40 mil indivíduos que afirmaram fazer atividades físicas durante seu tempo de folga.
Essas atividades podiam ser de baixíssimo impacto (sem resultar em suor excessivo ou falta de ar, por exemplo) ou de impactos maiores. Todos os grupos foram entrevistados separadamente, além de fornecerem informações sobre suas rotinas de trabalho, fichas de exames físicos e responderem a um teste para sintomas de depressão e ansiedade.
Os resultados indicaram uma relação inversamente proporcional entre o tempo de atividade física no horário de folga e os sintomas de depressão. Em outras palavras, pessoas que faziam exercícios físicos antes ou após o expediente eram menos propensas a desenvolverem depressão. E a intensidade desses exercícios não importava, pelo menos para afastar o risco desse transtorno especificamente.
As pessoas que não faziam nenhum tipo de exercício eram até duas vezes mais propensas a desenvolver o transtorno depressivo do que essas pessoas que se exercitavam. E os indivíduos que faziam exercícios físicos no meio do horário de trabalho tiveram resultados nulos para o desenvolvimento de sintomas depressivos.
“Nosso estudo mostrou que pessoas engajadas em uma rotina regular de atividade física em qualquer nível protegem-se contra a depressão. Nós também chegamos à conclusão de que o local ou o horário em que ocorre essa atividade também estão associados aos benefícios que o exercício traz”, diz Samuel Harvey, pesquisador e líder do estudo.
“Isso pode ter a ver com o aumento do círculo social, por exemplo, ou outros contextos sociais, o que seria bastante positivo para a saúde do indivíduo não somente em nível biológico. Isso talvez explicaria por que a atividade física nos horários de lazer seria mais impactante do que aquela realizada no meio do expediente de trabalho”, finaliza Harvey.
Periódico: British Journal of Psychiatry
Título: Physical activity and common mental disorders
Ano: 20010 - Novembro
Autores: Samuel B; Simon O; Arnstein M.
Disponível em: http://bjp.rcpsych.org/cgi/content/abstract/197/5/357
O ponto mais curioso da pesquisa, entretanto, foi quanto ao horário que esses exercícios físicos eram feitos, que se traduzia em bem-estar mental: pessoas que se exercitavam fora do horário de trabalho (e não em horários de folga no meio do dia) se beneficiavam mais dos efeitos dos exercícios físicos.
Os pesquisadores do Instituto de Psiquiatria da Universidade King’s College London, juntos com uma equipe da Universidade de Bergen, na Noruega, acompanharam mais de 40 mil indivíduos que afirmaram fazer atividades físicas durante seu tempo de folga.
Essas atividades podiam ser de baixíssimo impacto (sem resultar em suor excessivo ou falta de ar, por exemplo) ou de impactos maiores. Todos os grupos foram entrevistados separadamente, além de fornecerem informações sobre suas rotinas de trabalho, fichas de exames físicos e responderem a um teste para sintomas de depressão e ansiedade.
Os resultados indicaram uma relação inversamente proporcional entre o tempo de atividade física no horário de folga e os sintomas de depressão. Em outras palavras, pessoas que faziam exercícios físicos antes ou após o expediente eram menos propensas a desenvolverem depressão. E a intensidade desses exercícios não importava, pelo menos para afastar o risco desse transtorno especificamente.
As pessoas que não faziam nenhum tipo de exercício eram até duas vezes mais propensas a desenvolver o transtorno depressivo do que essas pessoas que se exercitavam. E os indivíduos que faziam exercícios físicos no meio do horário de trabalho tiveram resultados nulos para o desenvolvimento de sintomas depressivos.
“Nosso estudo mostrou que pessoas engajadas em uma rotina regular de atividade física em qualquer nível protegem-se contra a depressão. Nós também chegamos à conclusão de que o local ou o horário em que ocorre essa atividade também estão associados aos benefícios que o exercício traz”, diz Samuel Harvey, pesquisador e líder do estudo.
“Isso pode ter a ver com o aumento do círculo social, por exemplo, ou outros contextos sociais, o que seria bastante positivo para a saúde do indivíduo não somente em nível biológico. Isso talvez explicaria por que a atividade física nos horários de lazer seria mais impactante do que aquela realizada no meio do expediente de trabalho”, finaliza Harvey.
Periódico: British Journal of Psychiatry
Título: Physical activity and common mental disorders
Ano: 20010 - Novembro
Autores: Samuel B; Simon O; Arnstein M.
Disponível em: http://bjp.rcpsych.org/cgi/content/abstract/197/5/357
Postado por
Dr. Frederico Lobo
às
17:12
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Falta de sol pode acelerar ganho de peso das crianças
Muitas pesquisas têm indicado que as crianças que ficam muito tempo em frente à televisão ou ao computador são mais propensas à obesidade, e atribuem essa relação ao menor tempo que elas passam fazendo atividades físicas.
Agora, um estudo americano aponta uma nova explicação para o sobrepeso desses jovens que passam tempo demais dentro de casa vendo TV: o fato de serem pouco expostas ao sol poderia acelerar o ganho de peso.
Em pesquisa com 479 crianças colombianas com idades entre cinco e 12 anos, especialistas da Universidade de Michigan, nos EUA, notaram que aquelas que apresentavam deficiência de vitamina D - nutriente produzido pelo organismo com a exposição ao sol - ganhavam peso e gordura corporal mais rapidamente do que as crianças que tinham maiores níveis da vitamina.
Segundo os autores, aquelas com deficiência do nutriente tinham maior aumento anual do índice de massa corporal, das dobras cutâneas e da circunferência da cintura.
Publicados na edição de outubro do American Journal of Clinical Nutrition, os resultados, segundo os autores, sugerem que “o status sérico da vitamina D seria inversamente associado com o desenvolvimento de adiposidade em crianças em idade escolar” em todo o mundo - mesmo em áreas subtropicais, como a Colômbia e algumas regiões do Brasil, onde o sol e a vitamina D parecem ser mais “abundantes”.
Entretanto, eles destacam que mais estudos são necessários para confirmação e para avaliar se a suplementação com o nutriente poderia ajudar a combater a obesidade infantil.
Periódico: The American Journal Clinical Nutrition
Título: Vitamin D deficiency and anthropometric indicators of adiposity in school-age children: a prospective study
Ano: 2010 - Outubro
Autores: Diane Gilbert-Diamond, Ana Baylin, Mercedes Mora-Plazas, Constanza Marin, Joanne E Arsenault, Michael D Hughes, Walter C Willett and Eduardo Villamor
Disponível em: http://www.ajcn.org/cgi/content/abstract/ajcn.2010.29746v1
Agora, um estudo americano aponta uma nova explicação para o sobrepeso desses jovens que passam tempo demais dentro de casa vendo TV: o fato de serem pouco expostas ao sol poderia acelerar o ganho de peso.
Em pesquisa com 479 crianças colombianas com idades entre cinco e 12 anos, especialistas da Universidade de Michigan, nos EUA, notaram que aquelas que apresentavam deficiência de vitamina D - nutriente produzido pelo organismo com a exposição ao sol - ganhavam peso e gordura corporal mais rapidamente do que as crianças que tinham maiores níveis da vitamina.
Segundo os autores, aquelas com deficiência do nutriente tinham maior aumento anual do índice de massa corporal, das dobras cutâneas e da circunferência da cintura.
Publicados na edição de outubro do American Journal of Clinical Nutrition, os resultados, segundo os autores, sugerem que “o status sérico da vitamina D seria inversamente associado com o desenvolvimento de adiposidade em crianças em idade escolar” em todo o mundo - mesmo em áreas subtropicais, como a Colômbia e algumas regiões do Brasil, onde o sol e a vitamina D parecem ser mais “abundantes”.
Entretanto, eles destacam que mais estudos são necessários para confirmação e para avaliar se a suplementação com o nutriente poderia ajudar a combater a obesidade infantil.
Periódico: The American Journal Clinical Nutrition
Título: Vitamin D deficiency and anthropometric indicators of adiposity in school-age children: a prospective study
Ano: 2010 - Outubro
Autores: Diane Gilbert-Diamond, Ana Baylin, Mercedes Mora-Plazas, Constanza Marin, Joanne E Arsenault, Michael D Hughes, Walter C Willett and Eduardo Villamor
Disponível em: http://www.ajcn.org/cgi/content/abstract/ajcn.2010.29746v1
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Dr. Frederico Lobo
às
14:01
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