Estudo recomenda maior orientação no uso de pesticida e medicamento em cultivo agrícola e criação de animais. Pesquisa apresentada na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP identificou resíduos de herbicida em amostras de ovos comercializadas em São Paulo. A substância, possivelmente incorporada por intermédio da alimentação das galinhas, pode contribuir com o aparecimento de doenças crônicas em seres humanos. O estudo recomenda maior orientação aos produtores de alimentos, visando evitar o uso inadequado de pesticidas e medicamentos nos cultivos agrícolas e criações de animais.
A pesquisa buscou resíduos de agrotóxicos existentes nos ovos, por serem alimentos bastante consumidos pela população em geral. “Sabe-se que essa produção utiliza grande quantidade de agrotóxicos, para combater doenças nos animais”, afirma a bióloga Cláudia Ciscato, que realizou a pesquisa. Parte das amostras foi enviada por uma granja e as demais adquiridas no comércio, para simular o consumo do produto e verificar a presença de contaminantes.
Os ovos foram submetidos a análises capazes de identificar de 140 a 150 substâncias tóxicas diferentes, entre organoclorados, organofosforados, carbonatos, pireticidas e alguns tipos de fungicidas e herbicidas. “Durante os testes, detectou-se a presença de herbicida, possivelmente utilizado para combater pragas surgidas no cultivo do alimento fornecido aos animais”, conta. “O mais provável é que o pesticida, ao ser incorporado pela galinha durante a alimentação, tenha se translocado para o ovo.”
Segundo Cláudia, cerca de 80% das amostras alimentos de origem vegetal e animal analisados habitualmente em laboratórios não possuem resíduos de agrotóxicos, ou estes são encontrados em valores abaixo dos tolerados pela legislação. “O restante das amostras, porém, contém produtos que não possuem legislação pertinente, ou seja, são usados de forma indevida pelos produtores para o controle de doenças e pragas, podendo trazer riscos para a saúde humana.”
Riscos
O contaminante encontrado nos ovos não necessariamente irá causar impacto imediato no consumidor, aponta a pesquisadora. “Seria necessário verificar a dieta de quem consome o produto, pois as quantidades encontradas não são suficientes para causar uma intoxicação aguda”, observa. “Entretanto, a longo prazo, há a possibilidade do herbicida contribuir para alguma doença crônica, como alergia, reumatismo, problemas nos sistemas nervoso e reprodutivo, além do aparecimento de tumores.”
De acordo com Cláudia, os maiores riscos de contaminação recaem sobre os próprios animais e as pessoas que aplicam os agrotóxicos. “Em muitos casos, por falta de orientação, os aplicadores não tem ideia da dosagem adequada para aplicação”, alerta. “Também faltam indicações sobre o perigo de adotar produtos inadequados para uso animal, como defensivos agrícolas.”
Para prevenir os riscos de contaminação, a pesquisadora recomenda maior orientação aos produtores de alimentos de origem vegetal e animal. “E necessário que haja monitoramento da parte do governo, para verificar a situação da alimentação e dessa forma, orientar o pessoal do campo, para que haja produção de alimentos com qualidade”, enfatiza.
O trabalho faz parte da tese de doutorado de Cláudia Ciscato, orientada pela professora Elenice Souza Espinosa, do Departamento de Patologia Experimental Comparada da FMVZ. Os testes com as amostras de ovos aconteceram no Laboratório de Resíduos de Pesticidas do Instituto Biológico, vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura de São Paulo. A pesquisa teve apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Reportagem de Júlio Bernardes, da Agência USP de Notícias, publicada pelo EcoDebate, 21/10/2010
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Herbicida pode ter chegado aos ovos através da alimentação dos animais
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Dr. Frederico Lobo
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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Estudo alerta para ingestão de peixes contaminados com mercúrio
A ingestão de peixe contaminado com mercúrio é a principal via de exposição ao metal tóxico e uma ameaça para a saúde no mundo todo, segundo um relatório publicado na revista científica sueca "Ambio".
O estudo, elaborado a partir de cinco artigos de especialistas e divulgado hoje pela imprensa britânica, indica que, atualmente, o grau de contaminação com mercúrio industrial é três vezes maior que antes da Revolução Industrial.
A poluição de oceanos, lagos, rios e mares deixou alguns peixes com altos níveis tóxicos de mercúrio, cuja ingestão é especialmente prejudicial para grávidas, recém-nascidos e crianças.
Os danos causados, inclusive pelos baixos níveis de mercúrio, no desenvolvimento do cérebro são conhecidos há décadas, mas os cientistas do estudo ressaltam que ainda não foi feito o suficiente para reduzir a exposição ao mínimo.
O relatório, aprovado por mais de mil cientistas na Conferência Internacional sobre a Contaminação do Mercúrio, realizada no segundo semestre do ano passado, em Madison (Estados Unidos), destaca que os efeitos tóxicos do mercúrio também aumentam o risco de ataques cardíacos, especialmente entre os homens adultos.
Apesar da redução das emissões de mercúrio registradas nos países desenvolvidos nos últimos 30 anos, os níveis continuaram elevados por causa das emissões dos países em desenvolvimento.
Segundo o professor da Universidade de Wisconsin James Wienes, as implicações políticas da descoberta "são claras".
Nos Estados Unidos, a fim de reduzir a exposição ao mercúrio, o Governo lançou uma campanha para alertar as mulheres grávidas para o consumo limitado de peixes, especialmente de pescado branco e mariscos, que devem ser ingeridos em quantidades inferiores a 340 gramas por semana.
Uma medida similar é promovida pela agência sanitária britânica, a Food Standards Agency, que aconselha as grávidas a evitar o consumo de tubarão e peixe-espada, e limitar o de atum, já que estes são os peixes com os níveis de mercúrio mais elevados.
No entanto, pesquisadores britânicos da Universidade de Bristol descobriram que o pescado também contém ácidos ômega 3 e outros nutrientes essenciais para o desenvolvimento do cérebro, apesar da ameaça que supõe para a saúde sua contaminação com mercúrio.
A partir de um estudo com 9.000 famílias, o relatório, publicado na revista britânica "The Lancet", concluiu que os riscos do consumo de peixes são superados por seus benefícios.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2007/03/08/ult1766u20692.jhtm
O estudo, elaborado a partir de cinco artigos de especialistas e divulgado hoje pela imprensa britânica, indica que, atualmente, o grau de contaminação com mercúrio industrial é três vezes maior que antes da Revolução Industrial.
A poluição de oceanos, lagos, rios e mares deixou alguns peixes com altos níveis tóxicos de mercúrio, cuja ingestão é especialmente prejudicial para grávidas, recém-nascidos e crianças.
Os danos causados, inclusive pelos baixos níveis de mercúrio, no desenvolvimento do cérebro são conhecidos há décadas, mas os cientistas do estudo ressaltam que ainda não foi feito o suficiente para reduzir a exposição ao mínimo.
O relatório, aprovado por mais de mil cientistas na Conferência Internacional sobre a Contaminação do Mercúrio, realizada no segundo semestre do ano passado, em Madison (Estados Unidos), destaca que os efeitos tóxicos do mercúrio também aumentam o risco de ataques cardíacos, especialmente entre os homens adultos.
Apesar da redução das emissões de mercúrio registradas nos países desenvolvidos nos últimos 30 anos, os níveis continuaram elevados por causa das emissões dos países em desenvolvimento.
Segundo o professor da Universidade de Wisconsin James Wienes, as implicações políticas da descoberta "são claras".
Nos Estados Unidos, a fim de reduzir a exposição ao mercúrio, o Governo lançou uma campanha para alertar as mulheres grávidas para o consumo limitado de peixes, especialmente de pescado branco e mariscos, que devem ser ingeridos em quantidades inferiores a 340 gramas por semana.
Uma medida similar é promovida pela agência sanitária britânica, a Food Standards Agency, que aconselha as grávidas a evitar o consumo de tubarão e peixe-espada, e limitar o de atum, já que estes são os peixes com os níveis de mercúrio mais elevados.
No entanto, pesquisadores britânicos da Universidade de Bristol descobriram que o pescado também contém ácidos ômega 3 e outros nutrientes essenciais para o desenvolvimento do cérebro, apesar da ameaça que supõe para a saúde sua contaminação com mercúrio.
A partir de um estudo com 9.000 famílias, o relatório, publicado na revista britânica "The Lancet", concluiu que os riscos do consumo de peixes são superados por seus benefícios.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2007/03/08/ult1766u20692.jhtm
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Dr. Frederico Lobo
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Pressão de consumidores provoca mudanças de embalagens na indústria
Preocupada com o crescente temor do público em relação ao bisfenol A, químico associado a doenças como diabetes, câncer de mama e de próstata, a indústria alimentícia começa a trabalhar com novas embalagens - Artigo de Harriet Weinstein*
Mesmo quando certos alimentos enlatados alegam não ter bisfenol A (BPA), eles ainda podem conter o químico. O BPA, que é encontrado em certos plásticos de policarbonato como garrafas de água e mamadeiras e também como revestimento interno de latas, migra da embalagem para os alimentos. O grupo de defesa ao consumidor “Consumer Reports” testou 19 tipos de enlatados em 2009 e quase todos continham bisfenol A, mesmo aqueles que alegavam ser “BPA free”e orgânicos. Os resultados revelaram que a lata de atum da marca Vital Choice que diz ser BPA-free continha em média o químico na quantidade de 20 partes por bilhão (ppb).
Mas a maior quantidade de BPA foi encontrada em latas de sopas e legumes. Legumes da marca Del Monte apresentaram níveis de BPA de 35.9 ppb até 191 ppb; a sopa da marca Progresso tinha níveis de BPA que variavam de 67 a 134 ppb e a sopa da marca Campbell apresentou níveis de BPA de 54.5 até 102 ppb. “Acreditamos que já existe informação suficiente para não termos mais que ingerir BPA e que é preciso agora evitar a exposição,” disse Urvashi Rangan, PhD, diretor de política do grupo Consumer Reports. “Não se sabe hoje em dia a quantidade de bisfenol A que você pode ingerir ao consumir qualquer tipo de enlatado.”
Preocupação válida
O BPA age como um interferente endócrino, ou seja, ele pode interferir nas funções hormonais e causar sérios impactos na saúde de animais de laboratório. Durante a gravidez, altas doses de BPA consumidas por ratos de laboratório reduziram a sobrevivência e o peso dos filhotes. Em doses menores, de acordo com um relatório escrito pelo Programa Federal de Toxicologia dos Estados Unidos, o BPA impacta o desenvolvimento neurológico e o comportamento e também causa lesões potencialmente cancerígenas na próstata e no tecido mamário. O Canadá declarou em outubro de 2010 o BPA uma substância tóxica.
Frederick S. vom Saal, professor da Universidade de Missouri e um importante endocrinologista e pesquisador de BPA, diz: “Uma das coisas que a indústria química está fazendo é dizer que o BPA é um hormônio fraco. Isso é o mesmo que dizer que Arnold Schwarzenegger é um fracote se comparado ao Super homem.”
A pesquisa nacional mais recente que avalia a saúde e nutrição nos Estados Unidos revelou que 93% dos americanos que participaram dos testes apresentam o bisfenol em sua corrente sanguínea. No Japão, onde o bisfenol A foi voluntariamente retirado de enlatados, os níveis de bisfenol A caíram pela metade na população. “O BPA em embalagens alimentícias é claramente uma grande fonte de exposição aos seres humanos”, explica vom Saal.
Dr. Richard W. Stahl-hut, autor de uma pesquisa sobre BPA feita em 2009, diz que o químico não sai do corpo tão rápido quando se pensa. “A história oficial é que o BPA é eliminado do corpo dentro de 24 horas, mas nem sempre esse é o caso”.
Mudanças na embalagem de alimentos
A indústria alimentícia americana está respondendo às crescentes preocupação com o BPA da seguinte forma:
• Eden Foods: começou a utilizar latas BPA-free em produtos com feijão em 1999 e esse ano passará a vender molho de tomate em jarras de vidro. “Estamos colocando um terço de nossos tomates orgânicos em jarras de vidro,”disse Michael Potter, presidente e fundador da empresa. A maioria dos produtos da marca Eden é vendida em supermercados naturais e a empresa vende em torno de $ 50 milhões por ano. Uma indústria que produz embalagens para a Eden, em Ontário, no Canadá, investiu em torno de 1 milhão de dólares numa nova linha de embalagens de vidro.
• Vital Choice: a empresa vende frutos do mar e suplementos pela internet e descobriu rapidamente a dificuldade em manter seus produtos BPA-free. Quando o BPA foi achado na pesquisa do grupo Consumer Reports em seu atum enlatado, a empresa concluiu que a revista do grupo tinha testado versões antigas do enlatado. No entando, depois de investigar por 3 anos onde os peixes eram processados e conversar com químicos, Vital Choice ainda não tinha sido capaz de identificar a fonte de BPA. Os rótulos dos produtos agora apresentam a seguinte explicação: “Nossos produtos enlatados são embalados por fornecedores que certificam que as embalagens são BPA-free”.
• Whole Foods: a maior cadeia de supermercados orgânicos, dos Estados Unidos, embala 27% de seus produtos enlatados em latas sem BPA, disse Joe Dickson, coordenador do padrão de qualidade da empresa. “Conversamos com nossos maiores fornecedores e estamos trabalhando em parceria para identificar materiais alternativos. Minha esperança é que ao trabalharmos juntos nossas vozes serão mais fortes e os produtores de alimentos enlatados prestarão mais atenção”.
• General Mills: sexta maior empresa alimentícia do mundo, alterou as latas de algumas linhas que trabalham com tomate. Essas latas não possuem bisfenol A. A empresa não informa o total de vendas por produto, mas a divisão Small Planets Foods Division que inclui a linha sem bisfenol A gerou em torno de $ 200 milhões de vendas no ano passado. Essa linha é vendida em supermercados naturais e também tradicionais.
• ConAgra: uma das maiores empresas alimentícias dos Estados Unidos, começou a vender sua linha de tomates enlatados Hunt em latas sem BPA. Uma porta voz da empresa disse que a empresa está atualmente testando novos revestimentos para outros produtos. Eles vendem em torno de $ 1.9 bilhões de enlatados por ano.
Texto originalmente publicado no Emagazine.com em 12 de janeiro de 2011 (http://www.emagazine.com/view/?5479)
*Harriet Weinsten é jornalista de Connecticut e escreve sobre negócios e desenvolvimento
Fonte: http://www.otaodoconsumo.com.br/voce-e-o-que-come-na-embalagem-que-consome/pressao-de-consumidores-provoca-mudancas-de-embalagens-na-industria
Mesmo quando certos alimentos enlatados alegam não ter bisfenol A (BPA), eles ainda podem conter o químico. O BPA, que é encontrado em certos plásticos de policarbonato como garrafas de água e mamadeiras e também como revestimento interno de latas, migra da embalagem para os alimentos. O grupo de defesa ao consumidor “Consumer Reports” testou 19 tipos de enlatados em 2009 e quase todos continham bisfenol A, mesmo aqueles que alegavam ser “BPA free”e orgânicos. Os resultados revelaram que a lata de atum da marca Vital Choice que diz ser BPA-free continha em média o químico na quantidade de 20 partes por bilhão (ppb).
Mas a maior quantidade de BPA foi encontrada em latas de sopas e legumes. Legumes da marca Del Monte apresentaram níveis de BPA de 35.9 ppb até 191 ppb; a sopa da marca Progresso tinha níveis de BPA que variavam de 67 a 134 ppb e a sopa da marca Campbell apresentou níveis de BPA de 54.5 até 102 ppb. “Acreditamos que já existe informação suficiente para não termos mais que ingerir BPA e que é preciso agora evitar a exposição,” disse Urvashi Rangan, PhD, diretor de política do grupo Consumer Reports. “Não se sabe hoje em dia a quantidade de bisfenol A que você pode ingerir ao consumir qualquer tipo de enlatado.”
Preocupação válida
O BPA age como um interferente endócrino, ou seja, ele pode interferir nas funções hormonais e causar sérios impactos na saúde de animais de laboratório. Durante a gravidez, altas doses de BPA consumidas por ratos de laboratório reduziram a sobrevivência e o peso dos filhotes. Em doses menores, de acordo com um relatório escrito pelo Programa Federal de Toxicologia dos Estados Unidos, o BPA impacta o desenvolvimento neurológico e o comportamento e também causa lesões potencialmente cancerígenas na próstata e no tecido mamário. O Canadá declarou em outubro de 2010 o BPA uma substância tóxica.
Frederick S. vom Saal, professor da Universidade de Missouri e um importante endocrinologista e pesquisador de BPA, diz: “Uma das coisas que a indústria química está fazendo é dizer que o BPA é um hormônio fraco. Isso é o mesmo que dizer que Arnold Schwarzenegger é um fracote se comparado ao Super homem.”
A pesquisa nacional mais recente que avalia a saúde e nutrição nos Estados Unidos revelou que 93% dos americanos que participaram dos testes apresentam o bisfenol em sua corrente sanguínea. No Japão, onde o bisfenol A foi voluntariamente retirado de enlatados, os níveis de bisfenol A caíram pela metade na população. “O BPA em embalagens alimentícias é claramente uma grande fonte de exposição aos seres humanos”, explica vom Saal.
Dr. Richard W. Stahl-hut, autor de uma pesquisa sobre BPA feita em 2009, diz que o químico não sai do corpo tão rápido quando se pensa. “A história oficial é que o BPA é eliminado do corpo dentro de 24 horas, mas nem sempre esse é o caso”.
Mudanças na embalagem de alimentos
A indústria alimentícia americana está respondendo às crescentes preocupação com o BPA da seguinte forma:
• Eden Foods: começou a utilizar latas BPA-free em produtos com feijão em 1999 e esse ano passará a vender molho de tomate em jarras de vidro. “Estamos colocando um terço de nossos tomates orgânicos em jarras de vidro,”disse Michael Potter, presidente e fundador da empresa. A maioria dos produtos da marca Eden é vendida em supermercados naturais e a empresa vende em torno de $ 50 milhões por ano. Uma indústria que produz embalagens para a Eden, em Ontário, no Canadá, investiu em torno de 1 milhão de dólares numa nova linha de embalagens de vidro.
• Vital Choice: a empresa vende frutos do mar e suplementos pela internet e descobriu rapidamente a dificuldade em manter seus produtos BPA-free. Quando o BPA foi achado na pesquisa do grupo Consumer Reports em seu atum enlatado, a empresa concluiu que a revista do grupo tinha testado versões antigas do enlatado. No entando, depois de investigar por 3 anos onde os peixes eram processados e conversar com químicos, Vital Choice ainda não tinha sido capaz de identificar a fonte de BPA. Os rótulos dos produtos agora apresentam a seguinte explicação: “Nossos produtos enlatados são embalados por fornecedores que certificam que as embalagens são BPA-free”.
• Whole Foods: a maior cadeia de supermercados orgânicos, dos Estados Unidos, embala 27% de seus produtos enlatados em latas sem BPA, disse Joe Dickson, coordenador do padrão de qualidade da empresa. “Conversamos com nossos maiores fornecedores e estamos trabalhando em parceria para identificar materiais alternativos. Minha esperança é que ao trabalharmos juntos nossas vozes serão mais fortes e os produtores de alimentos enlatados prestarão mais atenção”.
• General Mills: sexta maior empresa alimentícia do mundo, alterou as latas de algumas linhas que trabalham com tomate. Essas latas não possuem bisfenol A. A empresa não informa o total de vendas por produto, mas a divisão Small Planets Foods Division que inclui a linha sem bisfenol A gerou em torno de $ 200 milhões de vendas no ano passado. Essa linha é vendida em supermercados naturais e também tradicionais.
• ConAgra: uma das maiores empresas alimentícias dos Estados Unidos, começou a vender sua linha de tomates enlatados Hunt em latas sem BPA. Uma porta voz da empresa disse que a empresa está atualmente testando novos revestimentos para outros produtos. Eles vendem em torno de $ 1.9 bilhões de enlatados por ano.
Texto originalmente publicado no Emagazine.com em 12 de janeiro de 2011 (http://www.emagazine.com/view/?5479)
*Harriet Weinsten é jornalista de Connecticut e escreve sobre negócios e desenvolvimento
Fonte: http://www.otaodoconsumo.com.br/voce-e-o-que-come-na-embalagem-que-consome/pressao-de-consumidores-provoca-mudancas-de-embalagens-na-industria
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terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Obesidade causa o encolhimento do cérebro, diz estudo
Pesquisadores americanos mostraram que a inflamação crônica causada pela obesidade no organismo pode ser responsáveis pela diminuição do tamanho do cérebro. Quanto maior sua cintura, menor seu cérebro. Esta é a conclusão de um grupo de pesquisadores da New York University School of Medicine, liderado por Antonio Convit. A literatura científica já provou que a obesidade está ligada à diabetes tipo 2, que é associada ao comprometimento cognitivo. O grupo desejava descobrir o impacto da obesidade sobre a estrutura física do cérebro. Com a ajuda da ressonância magnética, a equipe compararou o cérebro de 44 obesos com o de 19 pessoas magras da mesma idade e background semelhante.
Eles descobriram que os obesos têm mais água na amígdala, parte do cérebro envolvida no comportamento alimentar. Já o córtex orbitofrontal é menor em indivíduos obesos. Essa área do córtex é importante para controlar o impulso e também está envolvida com os hábitos alimentares. "Isso pode significar que existem neurônios a menos, ou que esses neurônios estão contraídos", diz Convit. A obesidade também está associada a um estado crônico de inflamação no organismo, inclusive no hipotálamo, estrutura chave para a alimentação. Isso poderia explicar a mudança no tamanho do cérebro.
Este é o primeiro estudo a relatar que a inflamação oriunda da obesidade pode diminuir a integridade de algumas estruturas cerebrais envolvidas no comportamento alimentar. O trabalho foi publicado no dia 8 de janeiro na New Scientist.
A obesidade atinge 400 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, pelo menos 3,5 milhões de pessoas estão em estado de obesidade mórbida.
Além das constatações de perdas neurológicas apontadas no estudo, a obesidade provoca uma série de outros problemas, como diabetes tipo 2, que prejudica a sensibilidade das pessoas à insulina, resultando no acúmulo de açúcar no sangue. A falta da insulina provoca perturbações na atividade da dopamina (neurotransmissor que desempenha um papel importante na sensação de amor e prazer), podendo causar outros distúrbios cerebrais, como a depressão, doença de Parkinson, esquizofrenia, défcit de atenção e hiperatividade.
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI201587-15257,00-OBESIDADE+CAUSA+O+ENCOLHIMENTO+DO+CEREBRO.html
Eles descobriram que os obesos têm mais água na amígdala, parte do cérebro envolvida no comportamento alimentar. Já o córtex orbitofrontal é menor em indivíduos obesos. Essa área do córtex é importante para controlar o impulso e também está envolvida com os hábitos alimentares. "Isso pode significar que existem neurônios a menos, ou que esses neurônios estão contraídos", diz Convit. A obesidade também está associada a um estado crônico de inflamação no organismo, inclusive no hipotálamo, estrutura chave para a alimentação. Isso poderia explicar a mudança no tamanho do cérebro.
Este é o primeiro estudo a relatar que a inflamação oriunda da obesidade pode diminuir a integridade de algumas estruturas cerebrais envolvidas no comportamento alimentar. O trabalho foi publicado no dia 8 de janeiro na New Scientist.
A obesidade atinge 400 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, pelo menos 3,5 milhões de pessoas estão em estado de obesidade mórbida.
Além das constatações de perdas neurológicas apontadas no estudo, a obesidade provoca uma série de outros problemas, como diabetes tipo 2, que prejudica a sensibilidade das pessoas à insulina, resultando no acúmulo de açúcar no sangue. A falta da insulina provoca perturbações na atividade da dopamina (neurotransmissor que desempenha um papel importante na sensação de amor e prazer), podendo causar outros distúrbios cerebrais, como a depressão, doença de Parkinson, esquizofrenia, défcit de atenção e hiperatividade.
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI201587-15257,00-OBESIDADE+CAUSA+O+ENCOLHIMENTO+DO+CEREBRO.html
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WikiLeaks revela 'guerra dos transgênicos'
Um novo vazamento de despachos diplomáticos dos Estados Unidos revelou que o governo americano foi orientado a travar uma guerra comercial contra países da União Europeia que se opusessem a alimentos geneticamente modificados. O país é o maior produtor de transgênicos do mundo.
A reportagem é de Bettina Barros e publicada pelo jornal Valor, 04-01-2011.
Segundo o documento revelado ao jornal britânico "The Guardian" pelo WikiLeaks, a embaixada americana em Paris advertiu Washington a iniciar uma guerra comercial "ao estilo militar" em resposta à proibição da França de comercialização do milho transgênico da Monsanto, em 2007. O despacho foi assinado por Craig Stapleton, embaixador em Paris e também amigo e parceiro de negócios com o ex-presidente George Bush.
"Recomendamos a elaboração de uma lista de retaliação que cause alguma dor na União Europeia - já que essa é uma responsabilidade coletiva -, mas também mire os piores culpados", afirma o documento divulgado ontem. "A lista deve ser de longo prazo, já que não esperamos uma vitória tão cedo".
Outros despachos, acrescenta o "The Guardian", mostram que os diplomatas americanos pelo mundo encaram o progresso das culturas geneticamente modificadas como uma estratégia governamental e comercial "imperativa".
O diário britânico afirma ainda que os EUA deveria exercer "particular pressão" sobre os conselheiros do papa, uma vez que bispos de países em desenvolvimento se posicionam "veementemente contra culturas controversas". "As oportunidades existem para pressionar o Vaticano e influenciar um amplo segmento da população europeia e de países em desenvolvimento".
Dados do Serviço Internacional para Aquisições de Aplicações de Biotecnologia (ISAAA, em inglês), organização favorável à tecnologia, os Estados Unidos estão na dianteira de produtos e área plantada com variedades modificadas. Em 2009, plantaram soja, milho, algodão, beterraba, canola e alfafa transgênicos em 64 milhões de hectares. O Brasil está em segundo lugar, com 21,4 milhões de hectares de soja, algodão e milho.
As culturas transgênicas são controversas devido à falta de uma série histórica científica que aponte seus possíveis impactos no ambiente e na saúde humana.
Fonte: http://www.portaldomeioambiente.org.br/meio-ambiente-urbano/6519-wikileaks-revela-guerra-dos-transgenicos.html
A reportagem é de Bettina Barros e publicada pelo jornal Valor, 04-01-2011.
Segundo o documento revelado ao jornal britânico "The Guardian" pelo WikiLeaks, a embaixada americana em Paris advertiu Washington a iniciar uma guerra comercial "ao estilo militar" em resposta à proibição da França de comercialização do milho transgênico da Monsanto, em 2007. O despacho foi assinado por Craig Stapleton, embaixador em Paris e também amigo e parceiro de negócios com o ex-presidente George Bush.
"Recomendamos a elaboração de uma lista de retaliação que cause alguma dor na União Europeia - já que essa é uma responsabilidade coletiva -, mas também mire os piores culpados", afirma o documento divulgado ontem. "A lista deve ser de longo prazo, já que não esperamos uma vitória tão cedo".
Outros despachos, acrescenta o "The Guardian", mostram que os diplomatas americanos pelo mundo encaram o progresso das culturas geneticamente modificadas como uma estratégia governamental e comercial "imperativa".
O diário britânico afirma ainda que os EUA deveria exercer "particular pressão" sobre os conselheiros do papa, uma vez que bispos de países em desenvolvimento se posicionam "veementemente contra culturas controversas". "As oportunidades existem para pressionar o Vaticano e influenciar um amplo segmento da população europeia e de países em desenvolvimento".
Dados do Serviço Internacional para Aquisições de Aplicações de Biotecnologia (ISAAA, em inglês), organização favorável à tecnologia, os Estados Unidos estão na dianteira de produtos e área plantada com variedades modificadas. Em 2009, plantaram soja, milho, algodão, beterraba, canola e alfafa transgênicos em 64 milhões de hectares. O Brasil está em segundo lugar, com 21,4 milhões de hectares de soja, algodão e milho.
As culturas transgênicas são controversas devido à falta de uma série histórica científica que aponte seus possíveis impactos no ambiente e na saúde humana.
Fonte: http://www.portaldomeioambiente.org.br/meio-ambiente-urbano/6519-wikileaks-revela-guerra-dos-transgenicos.html
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Dr. Frederico Lobo
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O escândalo da dioxina: as maquinações criminosas da indústria de alimentos
Mais uma vez, alimentos de origem animal contaminados estão ameaçando a saúde dos consumidores. O sistema de controle é muito frouxo, e a política de informações é um desastre. O mais recente susto com as dioxinas revela que as autoridades alemãs aprenderam muito pouco com os escândalos referentes à segurança dos alimentos no passado.
Bélgica, primavera de 1999: inspetores descobrem altos níveis de dioxina, bem como de outras toxinas, em ovos. Uma companhia de reciclagem de óleo e gordura havia fornecido ao produtor de alimentos gorduras que continham elevados índices de dioxina e da substância tóxica acabou por contaminar frangos, suínos e bovinos – chegando dessa forma aos estômagos dos consumidores alemães.
Os prejuízos foram bilionários. O ministro da Saúde da Alemanha ficou indignado com os belgas, e a União Europeia anunciou mudanças drásticas.
Alemanha, inverno de 2011: ovos se acumulam nas prateleiras dos supermercados, sem serem vendidos. As mães temem dar leite de vaca aos filhos. As autoridades fecharam quase 5.000 unidades de produção e ordenaram que milhares de ovos fossem destruídos. Cerca de 150 mil toneladas de alimentos foram contaminados com gordura contendo dioxina fornecida por um produtor de Uetersen, perto de Hamburgo.
A ministra alemã da Proteção ao Consumidor, Ilse Aigner, diz achar “totalmente deplorável o fato de um setor produtivo inteiro ter sido afetado por infratores individuais”. Aigner, que é da conservadora União Social-Cristã na Baviera (em alemão, Christlich-Soziale Union in Bayern, ou CSU), o partido bávaro aliado da União Democrata-Cristã (em alemão, Christlich-Demokratische Union, ou CDU), da chanceler Angela Merkel, anuncia conversações com os Estados alemães com o objetivo de aperfeiçoar no futuro a proteção do consumidor.
As imagens, as reclamações e as promessas de melhoria são todas muitos similares.
A Alemanha tem agora nas mãos um novo escândalo na área de segurança de alimentos. E mais uma vez isso é anunciado como um caso isolado. Mas, seria isso de fato a irresponsabilidade isolada de uma única companhia? Os especialistas acreditam que a posição de Aigner é ingênua. Existem muitos sinais de deficiências dentro do sistema.
As reformas radicais no setor agropecuário, que o ex-ministro da Proteção do Consumidor, Renate Künast, um membro do Partido Verde (em alemão, Bündnis 90/Die Grünen), solicitou de forma bastante enérgica em 2001 foram há muito esquecidas. Atualmente, a indústria de alimentos baseia-se tanto quanto as outras indústrias na divisão de trabalho. O fator mais importante é o preço. Para serem capazes de vender ovos, carne e frango pelo menor preço possível em supermercados que oferecem descontos ao consumidor, os produtores são obrigados a cortar os custos, especialmente no que se refere à alimentação dos animais.
Uma indústria com uma reputação abalada
Certos setores da indústria de alimentos de origem animal não são particularmente escrupulosos, e estão dispostos a acrescentar aos seus produtos qualquer coisa que traga a promessa de reduzir os custos – e fazem tudo o que podem para driblar as regulamentações inconvenientes.
É difícil encontrar em Berlim alguém que deseje prejudicar o sucesso financeiro da indústria alimentícia alemã, o quarto maior setor econômico do país. Este setor fatura atualmente um quarto dos seus 150 bilhões de euros (US$ 194 bilhões, R$ 327,8 bilhões) em vendas anuais em outros países.
Sob tais circunstâncias, que político ousaria impor leis mais rígidas e regulações mais estritas que provavelmente implicariam em um aumento de custos para os produtores alemães?
O mais recente escândalo no setor de alimentos envolvendo gorduras contaminadas com dioxina demonstra o quão negligentemente as autoridades lidam com uma indústria que tem uma reputação abalada por incontáveis infrações. “Até agora, nós vínhamos lidando basicamente com produtos alimentares, e não com rações para animais”, admite Eberhard Haunhorst, diretor do Departamento de Proteção do Consumidor e Segurança dos Alimentos do Estado da Baixa Saxônia, no norte do país.
No ano passado, os funcionários de Haunhorst coletaram apenas 2.500 amostras aleatórias de 3.600 produtores comerciais de rações. A situação não é muito melhor no resto do país, onde os inspetores realizaram 14.557 inspeções em 2010. Um número mais ou menos igual de exames antidoping foram feitos em uma quantidade relativamente pequena de atletas alemães de primeira linha.
Carecendo de pessoal suficiente para realizar as suas próprias inspeções, as agências governamentais recorrem às autoinspeções feitas pelas companhias. Segundo as regulamentações algo vagas, toda companhia tem que garantir que os produtos que ela coloca em circulação são seguros. Segundo Haunhorst, não existem regulamentações especificando o que exatamente os produtores de ração precisam inspecionar. Embora várias companhias tenham criado o seu próprio sistema de garantia de qualidade, nenhum desses sistemas têm caráter obrigatório, e os testes regulares para determinar a presença de dioxinas não são explicitamente exigidos.
Johannes Remmel, membro do Partido Verde e ministro do Meio Ambiente e da Proteção do Consumidor do Estado da Renânia do Norte Vestfália, no oeste da Alemanha, está pedindo aos seus congêneres de outros Estados que criem legislações que imporiam uma regulamentação mais estrita sobre os produtores de alimentos. No entanto, Estados tradicionalmente produtores de produtos agropecuários como a Baixa Saxônia e a Baviera não estão dispostos a implementar mudanças significativas das práticas existentes. Eles esperam que a oposição que vêm fazendo em breve convença o seu combativo congênere a cair em si.
Maquinações da Indústria
Harles e Jentzsch, a companhia de reciclagem de óleo e gordura da região próxima a Hamburgo, que encontra-se no cerne do escândalo, é um exemplo claro daquilo que acontece quando os padrões de conduta exigidos dos produtores são lenientes. Quando o diretor executivo Siegfriend Sievert deparou-se com os resultados iniciais do teste de dioxina, a sua primeira reação foi minimizar o problema, o que é uma prática comum na indústria sempre que informações internas desagradáveis tornam-se públicas. As chamadas “gorduras técnicas” (gorduras já utilizadas, impróprias para o consumo) acabam se misturando inadvertidamente às gorduras utilizadas na alimentação animal, diz ele. Sievert chamou isso de um erro lamentável – nada mais do que um simples erro.
No entanto, é surpreendente constatar que um fornecedor de rações para animais esteja manipulando essas chamadas gorduras técnicas, que não poder ser utilizadas na cadeira alimentar. Ao comentar a questão das gorduras técnicas, Siebert afirmou que a sua companhia mantém “uma linha de produção paralela voltada para a indústria de papel”. E quando lhe perguntamos por que essa parte do negócio não é mencionada no website da companhia, ele declarou a “Der Spiegel”: “Neste momento é difícil determinar qual é o motivo”.
Wolfgang N. trabalha na indústria de rações há mais de 15 anos. Ele conhece a companhia de Uetersen e todos os outros negócios da indústria, e está familiarizado com as maquinações da empresa. Segundo ele, não é nenhuma coincidência o fato de esta companhia, com os seus 15 empregados, estar neste momento sob os holofotes da mídia. Ele diz que muitas empresas menores e de tamanho médio recorrem a truques e operações nebulosas para esconder a verdade. As companhias maiores têm condições de inspecionar as matérias primas que compram, diz N., e elas fazem isso para evitarem escândalos que poderiam prejudicar os seus negócios.
Mas até mesmo esses líderes de mercado não inspecionam todas as remessas de matérias-primas adquiridas, explica N. Os testes, incluindo aquele para determinar se há dioxinas no produto, são caros, custando cerca de 400 euros (R$ 873) cada, e o resultado demora várias semanas. Ele diz que uma possível maneira de evitar as atenções é diluir as gorduras prejudiciais com outros materiais a fim de manter os níveis de contaminação abaixo dos limites máximos permitidos no produto final.
Reduzindo custos
Especialistas como N. também criticam o fato de vários recicladores de gorduras também lidarem com resíduos especiais. Não é de surpreender que dificilmente alguma outra indústria extraia tanto resíduo quando a indústria de rações. Ela transforma resíduos em alimentos e reduz animais a sistemas de eliminação de resíduos. Nesse sistema, pode facilmente ocorrer que penas de aves e serragem coletadas no piso das granjas sejam utilizadas como material para dar mais volume às rações. Não existem limites para a audácia de algumas empresas da indústria de rações, que são conhecidas por usarem resíduos de esgotos nos seus produtos e de fazerem experiências com esterco líquido e água usada por curtumes.
Ironicamente, o atual escândalo teve início com uma companhia que acreditava-se que seria a resposta para os escândalos de contaminação por dioxinas ocorridos na virada do século. A Petrotec Biodiesel é especializada em transformar gordura de cozinha em combustível não agressivo ao meio ambiente. A companhia opera uma moderna refinaria em Emden, no noroeste da Alemanha, desde 2000. Já no início da década de noventa a empresa oferecia uma alternativa limpa à prática anterior de aproveitar resíduos em decomposição oriundos da indústria alimentícia acrescentando-os às rações para animais.
A empresa recebeu um estímulo em 2002, quando foi instituída a proibição, em toda a Europa, do acréscimo de gorduras de cozinha usadas a rações. Roger Boeing, diretor da Petrotec até o ano passado, afirma que sempre esteve claro que os subprodutos da operação de refino “não poderiam ser acrescentados a rações”. Afinal, acrescenta ele, ninguém poderia descartar uma contaminação das gorduras já usadas que estavam sendo fornecidas à indústria de rações. A Petrotec não realizava testes porque traços de dioxinas são um fator irrelevante no biodiesel, explica Boeing.
Companhias como a Petrotec obtêm a sua matéria prima do mundo inteiro. Como resultado disso, remessas dos Estados Unidos são às vezes processadas na Alemanha. E como as gorduras são movimentadas em um determinado terreno, a contaminação pode ocorrer facilmente durante o transporte. Wolfgang N., o conhecedor da indústria alega que as companhias de transporte procuram reduzir custos deixando de limpar rotineiramente os seus tambores e tanques nos intervalos entre transportes.
Parte dois: “Isso só pode ser o resultado de iniciativas criminosas”
A origem das dioxinas que no momento estão arruinando os negócios de milhares de fabricantes de produtos agropecuários alemães ainda é desconhecida. Quando os especialistas do Instituto de Inspeção Química e Veterinária de Münster, no noroeste da Alemanha, examinaram as amostras, eles ficaram surpresos. “Nós nunca antes tínhamos presenciado esse padrão específico”, diz Axel Preuss, o diretor do instituto. Segundo Preuss, é altamente improvável que a toxina tenha sido produzida durante o processamento na Petrotec. Agora o Estado da Renânia do Norte Vestfália pretende encomendar um estudo para determinar de onde veio a dioxina.
É possível que o mistério jamais seja resolvido. Entretanto, os políticos estão no momento discutindo publicamente as mudanças que segundo eles são urgentemente necessárias, embora alguns deles tivessem a princípio subestimado completamente a dimensão do escândalo da contaminação de alimentos. Vários ministérios nos Estados alemães afetados sabiam antes do Natal que um novo escândalo envolvendo as dioxinas estava em formação. Até mesmo o Ministério Federal da Agricultura sabia do que estava acontecendo, mas mesmo assim a informação foi sonegada. A agência da União Europeia encarregada desse tipo de problema também não foi imediatamente informada.
Na antevéspera do Ano Novo, David McAllister, o governador do Estado da Baixa Saxônia e membro da conservadora União Democrata-Cristã, estava sentado na sala de maquiagem em um estúdio de televisão da estação de televisão alemã NDR, preparando-se para a gravação da sua mensagem de fim de ano, quando recebeu um telefonema de Düsseldorf. Do outro lado da linha estava o ministro do Meio Ambiente da Renânia do Norte Vestfália que, reagindo à descoberta das dioxinas, queria que McAllister lhe fornecesse as listas completas de fornecedores dos produtores suspeitos de rações na Baixa Saxônia.
Remmel já havia passado dias tentando obter informações importantes de autoridades em Hanover, a capital da Baixa Saxônia. Mas foi só depois que ele telefonou para McAllister que algo foi feito a respeito do seu pedido. Sete dias após a divulgação de que havia dioxinas nos alimentos, as listas de fornecedores foram finalmente recebidas na Renânia do Norte Vestfália.
A avalanche não foi provocada pelas agências de inspeção governamentais ou pela fábrica de reciclagem de gorduras, Harles und Jentzsch, mas sim por um cliente que anunciou a descoberta de dioxinas. Uma inspeção laboratorial na Wulfa-Mast, uma fábrica de rações, também revelou níveis significativamente elevados de dioxinas em dois lotes de suas rações para galinhas poedeiras, segundo o Ministério da Agricultura em Hanover. Em 23 de dezembro, o Estado da Baixa Saxônia fechou as granjas para as quais essas rações haviam sido enviadas.
Uma iniciativa lucrativa
A seguir os inspetores seguiram para um depósito da Harles und Jentzsch em Bösel, uma cidade da Baixa Saxônia, onde os funcionários tinham uma explicação simples para o problema. Eles disseram que gorduras técnicas também também eram armazenadas no local, e que uma válvula no tanque número 11 provavelmente havia sido incorretamente operada durante um processo de mistura em 11 de novembro. Foi um erro humano, afirmaram os funcionários, e como resultado disso a gordura técnica pode ter sido acidentalmente misturada à gordura destinada à fabricação de rações. Aparentemente a gordura contaminada foi fornecida a seis outros produtores de rações.
Depois disso as autoridades intervieram. No entanto, elas acreditavam que a percentagem de gordura nas amostras de ração eram tão pequenas que, apesar do teor de dioxinas, os limites máximos legais aparentemente não teriam sido ultrapassados.
Quando os inspetores da Baixa Saxônia visitaram novamente o armazém de Bösel em 29 de dezembro, eles descobriram ácidos graxos técnicos impróprios para consumo em outros tanques de gorduras destinadas à fabricação de rações. O mesmo problema foi descoberto na sede da companhia em Uetersen, onde quatro tanques estavam cheios de gordura contaminada. Desta vez, no entanto, o problema não podia mais ser atribuído a erro humano.
“Isso só pode ser o resultado de iniciativas criminosas”, denunciou Hans-Michael Goldmann, membro do Partido Democrático Liberal (em alemão, Freie Demokratische Partei, ou FDP), a agremiação que defende os interesses do empresariado alemão, e presidente do Comitê de Proteção do Consumidor no parlamento alemão, o Bundestag. “E eu acreditava que essa história de acrescentar resíduos a rações fosse coisa do passado”. Aparentemente esse era um negócio lucrativo, já que as gorduras técnicas custam cerca de um terço do valor das gorduras apropriadas para a fabricação de rações.
A Associação Alemã de Alimentos de Origem Animal gaba-se de que o caso foi descoberto por meio de “autoinspeções e medidas de segurança”, afirmando que isso prova que, afinal de contas, o sistema de fato funciona.
Mas não inteiramente. A Harles und Jentzsch inspecionou os seus ácidos graxos três vezes no ano passado. Em cada uma dessas autoinspeções, descobriu-se que os níveis de dioxinas eram substancialmente mais elevados do que o máximo permitido, que é de 0,75 nanogramas por quilograma. Especificamente, esses testes revelaram níveis de dioxinas de 1,60 nanogramas por quilograma em 19 de março, 1,40 nanogramas em 21 de junho e 1,44 nanograma em 7 de outubro. Mas em nenhum desses casos a companhia informou as autoridades, ou sequer notificou os consumidores ou recolheu os produtos do mercado.
Quando os inspetores do governo visitaram a Harles und Jentzsch em 28 de julho, eles aparentemente não receberam os resultados dos testes. Quando eles testaram as suas próprias amostras em busca de dioxinas, os resultados teriam sido negativos. Os inspetores não chegaram sequer a suspeitar quando viram notas de entrega indicando que os ácidos graxos comprados não eram apropriados para a fabricação de rações. Agora a diretoria da empresa afirma que também foram vendidas gorduras para a indústria de fabricação de papel.
Inspeções “orientadas para o risco”
Aparentemente as autoridades confiavam na companhia. Devido às reduções de pessoal, os inspetores do Estado de Schleswig-Holstein, no norte da Alemanha, trabalhavam de forma “orientada para o risco”, significando que as companhias que atraíam maior atenção eram inspecionadas mais frequentemente do que aquelas sob as quais não pairavam suspeitas. Como resultado disso, a Harles und Jentzsch poderia esperar apenas uma inspeção por ano, ainda que a companhia forneça matéria prima para quase todas as fábricas de rações misturadas no norte da Alemanha. Após a visita em julho, sabendo que seria improvável uma nova inspeção durante algum tempo, a companhia sentiu-se segura para continuar adulterando as gorduras sem temer ser detectada.
O fato de o escândalo ter provocado relativamente poucos efeitos sobre a saúde dos consumidores até agora pode ser atribuído às propriedades da dioxina. Embora a substância seja considerada altamente tóxica, os ovos e a carne contaminados não representam um perigo específico. “As concentrações detectadas são tão baixas que só podem ocorrer problemas em casos de consumo regular durante um grande período de tempo”, explica Helmut Schafft, encarregado das questões relativas à alimentação de animais no Instituto Federal de Avaliação de Risco, em Berlim.
O limite estabelecido pela União Europeia de três picogramas de dioxina por grama de gordura em cada ovo só foi ultrapassado em uns poucos casos, e até mesmo esse limite é contestado entre os especialistas. A Organização Mundial de Saúde (OMS), por exemplo, considera “tolerável” que um indivíduo ingira quatro picogramas de dioxina por quilograma de massa corporal por dia.
Dessa forma, uma pessoa que pesa 75 quilogramas, poderia ingerir sem problemas uma dose diária de 300 picogramas, o que significaria uma grande quantidade de ovos contaminados, mas apenas umas poucas refeições à base de peixes como enguia e salmão, que muitas vezes contêm quantidades relativamente elevadas de dioxina. “As dioxinas estão em toda parte, e todo mundo ingere automaticamente quantidades diminutas todos os dias”, afirma o cientista Schafft.
Necessidade de mais transparência
Estritamente falando, até mesmo os ovos orgânicos, que estão se tornando cada vez mais populares, são contraproducentes se as galinhas ciscam em solo contaminado. “Os ovos de galinhas que ciscam no terreiro da casa da vovó e em volta do lixo já possuem cinco picogramas de dioxina”, admite Rudolf Joost-Meyer zu Bakum, diretor da Sociedade de Nutrição Animal Ecológica. E o mais natural de todos os alimentos, que é especialmente saudável, teria sido proibido caso os limites máximos de dioxina estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde fossem o único padrão utilizado: os níveis de dioxina no leite materno são muitas vezes superiores aos limites da Organização Mundial de Saúde.
Para complicar ainda mais a situação, as autoridades fazem com que seja difícil para os consumidores determinarem qual o risco a que já foram expostos. Os nomes das companhias e os códigos nos seus ovos precisam ser “revelados imediatamente”, afirma Günther Hörmann, diretor da agência de proteção ao consumidor com sede em Hamburgo. Isso é algo de trivial na Escandinávia, diz Hörmann, e um procedimento desse tipo também seria possível segundo a legislação alemã.
“Mas foi aí que autoridades nervosas se atrapalharam consultando os seus departamentos jurídicos”, reclama Hörmann.
Faz três semanas que o escândalo veio a público, mas até o momento só foram anunciados os códigos de ovos de dez empresas afetadas.
Tradução: UOL
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/derspiegel/2011/01/11/o-escandalo-da-dioxina-as-maquinacoes-criminosas-da-industria-de-alimentos.jhtm
Bélgica, primavera de 1999: inspetores descobrem altos níveis de dioxina, bem como de outras toxinas, em ovos. Uma companhia de reciclagem de óleo e gordura havia fornecido ao produtor de alimentos gorduras que continham elevados índices de dioxina e da substância tóxica acabou por contaminar frangos, suínos e bovinos – chegando dessa forma aos estômagos dos consumidores alemães.
Os prejuízos foram bilionários. O ministro da Saúde da Alemanha ficou indignado com os belgas, e a União Europeia anunciou mudanças drásticas.
Alemanha, inverno de 2011: ovos se acumulam nas prateleiras dos supermercados, sem serem vendidos. As mães temem dar leite de vaca aos filhos. As autoridades fecharam quase 5.000 unidades de produção e ordenaram que milhares de ovos fossem destruídos. Cerca de 150 mil toneladas de alimentos foram contaminados com gordura contendo dioxina fornecida por um produtor de Uetersen, perto de Hamburgo.
A ministra alemã da Proteção ao Consumidor, Ilse Aigner, diz achar “totalmente deplorável o fato de um setor produtivo inteiro ter sido afetado por infratores individuais”. Aigner, que é da conservadora União Social-Cristã na Baviera (em alemão, Christlich-Soziale Union in Bayern, ou CSU), o partido bávaro aliado da União Democrata-Cristã (em alemão, Christlich-Demokratische Union, ou CDU), da chanceler Angela Merkel, anuncia conversações com os Estados alemães com o objetivo de aperfeiçoar no futuro a proteção do consumidor.
As imagens, as reclamações e as promessas de melhoria são todas muitos similares.
A Alemanha tem agora nas mãos um novo escândalo na área de segurança de alimentos. E mais uma vez isso é anunciado como um caso isolado. Mas, seria isso de fato a irresponsabilidade isolada de uma única companhia? Os especialistas acreditam que a posição de Aigner é ingênua. Existem muitos sinais de deficiências dentro do sistema.
As reformas radicais no setor agropecuário, que o ex-ministro da Proteção do Consumidor, Renate Künast, um membro do Partido Verde (em alemão, Bündnis 90/Die Grünen), solicitou de forma bastante enérgica em 2001 foram há muito esquecidas. Atualmente, a indústria de alimentos baseia-se tanto quanto as outras indústrias na divisão de trabalho. O fator mais importante é o preço. Para serem capazes de vender ovos, carne e frango pelo menor preço possível em supermercados que oferecem descontos ao consumidor, os produtores são obrigados a cortar os custos, especialmente no que se refere à alimentação dos animais.
Uma indústria com uma reputação abalada
Certos setores da indústria de alimentos de origem animal não são particularmente escrupulosos, e estão dispostos a acrescentar aos seus produtos qualquer coisa que traga a promessa de reduzir os custos – e fazem tudo o que podem para driblar as regulamentações inconvenientes.
É difícil encontrar em Berlim alguém que deseje prejudicar o sucesso financeiro da indústria alimentícia alemã, o quarto maior setor econômico do país. Este setor fatura atualmente um quarto dos seus 150 bilhões de euros (US$ 194 bilhões, R$ 327,8 bilhões) em vendas anuais em outros países.
Sob tais circunstâncias, que político ousaria impor leis mais rígidas e regulações mais estritas que provavelmente implicariam em um aumento de custos para os produtores alemães?
O mais recente escândalo no setor de alimentos envolvendo gorduras contaminadas com dioxina demonstra o quão negligentemente as autoridades lidam com uma indústria que tem uma reputação abalada por incontáveis infrações. “Até agora, nós vínhamos lidando basicamente com produtos alimentares, e não com rações para animais”, admite Eberhard Haunhorst, diretor do Departamento de Proteção do Consumidor e Segurança dos Alimentos do Estado da Baixa Saxônia, no norte do país.
No ano passado, os funcionários de Haunhorst coletaram apenas 2.500 amostras aleatórias de 3.600 produtores comerciais de rações. A situação não é muito melhor no resto do país, onde os inspetores realizaram 14.557 inspeções em 2010. Um número mais ou menos igual de exames antidoping foram feitos em uma quantidade relativamente pequena de atletas alemães de primeira linha.
Carecendo de pessoal suficiente para realizar as suas próprias inspeções, as agências governamentais recorrem às autoinspeções feitas pelas companhias. Segundo as regulamentações algo vagas, toda companhia tem que garantir que os produtos que ela coloca em circulação são seguros. Segundo Haunhorst, não existem regulamentações especificando o que exatamente os produtores de ração precisam inspecionar. Embora várias companhias tenham criado o seu próprio sistema de garantia de qualidade, nenhum desses sistemas têm caráter obrigatório, e os testes regulares para determinar a presença de dioxinas não são explicitamente exigidos.
Johannes Remmel, membro do Partido Verde e ministro do Meio Ambiente e da Proteção do Consumidor do Estado da Renânia do Norte Vestfália, no oeste da Alemanha, está pedindo aos seus congêneres de outros Estados que criem legislações que imporiam uma regulamentação mais estrita sobre os produtores de alimentos. No entanto, Estados tradicionalmente produtores de produtos agropecuários como a Baixa Saxônia e a Baviera não estão dispostos a implementar mudanças significativas das práticas existentes. Eles esperam que a oposição que vêm fazendo em breve convença o seu combativo congênere a cair em si.
Maquinações da Indústria
Harles e Jentzsch, a companhia de reciclagem de óleo e gordura da região próxima a Hamburgo, que encontra-se no cerne do escândalo, é um exemplo claro daquilo que acontece quando os padrões de conduta exigidos dos produtores são lenientes. Quando o diretor executivo Siegfriend Sievert deparou-se com os resultados iniciais do teste de dioxina, a sua primeira reação foi minimizar o problema, o que é uma prática comum na indústria sempre que informações internas desagradáveis tornam-se públicas. As chamadas “gorduras técnicas” (gorduras já utilizadas, impróprias para o consumo) acabam se misturando inadvertidamente às gorduras utilizadas na alimentação animal, diz ele. Sievert chamou isso de um erro lamentável – nada mais do que um simples erro.
No entanto, é surpreendente constatar que um fornecedor de rações para animais esteja manipulando essas chamadas gorduras técnicas, que não poder ser utilizadas na cadeira alimentar. Ao comentar a questão das gorduras técnicas, Siebert afirmou que a sua companhia mantém “uma linha de produção paralela voltada para a indústria de papel”. E quando lhe perguntamos por que essa parte do negócio não é mencionada no website da companhia, ele declarou a “Der Spiegel”: “Neste momento é difícil determinar qual é o motivo”.
Wolfgang N. trabalha na indústria de rações há mais de 15 anos. Ele conhece a companhia de Uetersen e todos os outros negócios da indústria, e está familiarizado com as maquinações da empresa. Segundo ele, não é nenhuma coincidência o fato de esta companhia, com os seus 15 empregados, estar neste momento sob os holofotes da mídia. Ele diz que muitas empresas menores e de tamanho médio recorrem a truques e operações nebulosas para esconder a verdade. As companhias maiores têm condições de inspecionar as matérias primas que compram, diz N., e elas fazem isso para evitarem escândalos que poderiam prejudicar os seus negócios.
Mas até mesmo esses líderes de mercado não inspecionam todas as remessas de matérias-primas adquiridas, explica N. Os testes, incluindo aquele para determinar se há dioxinas no produto, são caros, custando cerca de 400 euros (R$ 873) cada, e o resultado demora várias semanas. Ele diz que uma possível maneira de evitar as atenções é diluir as gorduras prejudiciais com outros materiais a fim de manter os níveis de contaminação abaixo dos limites máximos permitidos no produto final.
Reduzindo custos
Especialistas como N. também criticam o fato de vários recicladores de gorduras também lidarem com resíduos especiais. Não é de surpreender que dificilmente alguma outra indústria extraia tanto resíduo quando a indústria de rações. Ela transforma resíduos em alimentos e reduz animais a sistemas de eliminação de resíduos. Nesse sistema, pode facilmente ocorrer que penas de aves e serragem coletadas no piso das granjas sejam utilizadas como material para dar mais volume às rações. Não existem limites para a audácia de algumas empresas da indústria de rações, que são conhecidas por usarem resíduos de esgotos nos seus produtos e de fazerem experiências com esterco líquido e água usada por curtumes.
Ironicamente, o atual escândalo teve início com uma companhia que acreditava-se que seria a resposta para os escândalos de contaminação por dioxinas ocorridos na virada do século. A Petrotec Biodiesel é especializada em transformar gordura de cozinha em combustível não agressivo ao meio ambiente. A companhia opera uma moderna refinaria em Emden, no noroeste da Alemanha, desde 2000. Já no início da década de noventa a empresa oferecia uma alternativa limpa à prática anterior de aproveitar resíduos em decomposição oriundos da indústria alimentícia acrescentando-os às rações para animais.
A empresa recebeu um estímulo em 2002, quando foi instituída a proibição, em toda a Europa, do acréscimo de gorduras de cozinha usadas a rações. Roger Boeing, diretor da Petrotec até o ano passado, afirma que sempre esteve claro que os subprodutos da operação de refino “não poderiam ser acrescentados a rações”. Afinal, acrescenta ele, ninguém poderia descartar uma contaminação das gorduras já usadas que estavam sendo fornecidas à indústria de rações. A Petrotec não realizava testes porque traços de dioxinas são um fator irrelevante no biodiesel, explica Boeing.
Companhias como a Petrotec obtêm a sua matéria prima do mundo inteiro. Como resultado disso, remessas dos Estados Unidos são às vezes processadas na Alemanha. E como as gorduras são movimentadas em um determinado terreno, a contaminação pode ocorrer facilmente durante o transporte. Wolfgang N., o conhecedor da indústria alega que as companhias de transporte procuram reduzir custos deixando de limpar rotineiramente os seus tambores e tanques nos intervalos entre transportes.
Parte dois: “Isso só pode ser o resultado de iniciativas criminosas”
A origem das dioxinas que no momento estão arruinando os negócios de milhares de fabricantes de produtos agropecuários alemães ainda é desconhecida. Quando os especialistas do Instituto de Inspeção Química e Veterinária de Münster, no noroeste da Alemanha, examinaram as amostras, eles ficaram surpresos. “Nós nunca antes tínhamos presenciado esse padrão específico”, diz Axel Preuss, o diretor do instituto. Segundo Preuss, é altamente improvável que a toxina tenha sido produzida durante o processamento na Petrotec. Agora o Estado da Renânia do Norte Vestfália pretende encomendar um estudo para determinar de onde veio a dioxina.
É possível que o mistério jamais seja resolvido. Entretanto, os políticos estão no momento discutindo publicamente as mudanças que segundo eles são urgentemente necessárias, embora alguns deles tivessem a princípio subestimado completamente a dimensão do escândalo da contaminação de alimentos. Vários ministérios nos Estados alemães afetados sabiam antes do Natal que um novo escândalo envolvendo as dioxinas estava em formação. Até mesmo o Ministério Federal da Agricultura sabia do que estava acontecendo, mas mesmo assim a informação foi sonegada. A agência da União Europeia encarregada desse tipo de problema também não foi imediatamente informada.
Na antevéspera do Ano Novo, David McAllister, o governador do Estado da Baixa Saxônia e membro da conservadora União Democrata-Cristã, estava sentado na sala de maquiagem em um estúdio de televisão da estação de televisão alemã NDR, preparando-se para a gravação da sua mensagem de fim de ano, quando recebeu um telefonema de Düsseldorf. Do outro lado da linha estava o ministro do Meio Ambiente da Renânia do Norte Vestfália que, reagindo à descoberta das dioxinas, queria que McAllister lhe fornecesse as listas completas de fornecedores dos produtores suspeitos de rações na Baixa Saxônia.
Remmel já havia passado dias tentando obter informações importantes de autoridades em Hanover, a capital da Baixa Saxônia. Mas foi só depois que ele telefonou para McAllister que algo foi feito a respeito do seu pedido. Sete dias após a divulgação de que havia dioxinas nos alimentos, as listas de fornecedores foram finalmente recebidas na Renânia do Norte Vestfália.
A avalanche não foi provocada pelas agências de inspeção governamentais ou pela fábrica de reciclagem de gorduras, Harles und Jentzsch, mas sim por um cliente que anunciou a descoberta de dioxinas. Uma inspeção laboratorial na Wulfa-Mast, uma fábrica de rações, também revelou níveis significativamente elevados de dioxinas em dois lotes de suas rações para galinhas poedeiras, segundo o Ministério da Agricultura em Hanover. Em 23 de dezembro, o Estado da Baixa Saxônia fechou as granjas para as quais essas rações haviam sido enviadas.
Uma iniciativa lucrativa
A seguir os inspetores seguiram para um depósito da Harles und Jentzsch em Bösel, uma cidade da Baixa Saxônia, onde os funcionários tinham uma explicação simples para o problema. Eles disseram que gorduras técnicas também também eram armazenadas no local, e que uma válvula no tanque número 11 provavelmente havia sido incorretamente operada durante um processo de mistura em 11 de novembro. Foi um erro humano, afirmaram os funcionários, e como resultado disso a gordura técnica pode ter sido acidentalmente misturada à gordura destinada à fabricação de rações. Aparentemente a gordura contaminada foi fornecida a seis outros produtores de rações.
Depois disso as autoridades intervieram. No entanto, elas acreditavam que a percentagem de gordura nas amostras de ração eram tão pequenas que, apesar do teor de dioxinas, os limites máximos legais aparentemente não teriam sido ultrapassados.
Quando os inspetores da Baixa Saxônia visitaram novamente o armazém de Bösel em 29 de dezembro, eles descobriram ácidos graxos técnicos impróprios para consumo em outros tanques de gorduras destinadas à fabricação de rações. O mesmo problema foi descoberto na sede da companhia em Uetersen, onde quatro tanques estavam cheios de gordura contaminada. Desta vez, no entanto, o problema não podia mais ser atribuído a erro humano.
“Isso só pode ser o resultado de iniciativas criminosas”, denunciou Hans-Michael Goldmann, membro do Partido Democrático Liberal (em alemão, Freie Demokratische Partei, ou FDP), a agremiação que defende os interesses do empresariado alemão, e presidente do Comitê de Proteção do Consumidor no parlamento alemão, o Bundestag. “E eu acreditava que essa história de acrescentar resíduos a rações fosse coisa do passado”. Aparentemente esse era um negócio lucrativo, já que as gorduras técnicas custam cerca de um terço do valor das gorduras apropriadas para a fabricação de rações.
A Associação Alemã de Alimentos de Origem Animal gaba-se de que o caso foi descoberto por meio de “autoinspeções e medidas de segurança”, afirmando que isso prova que, afinal de contas, o sistema de fato funciona.
Mas não inteiramente. A Harles und Jentzsch inspecionou os seus ácidos graxos três vezes no ano passado. Em cada uma dessas autoinspeções, descobriu-se que os níveis de dioxinas eram substancialmente mais elevados do que o máximo permitido, que é de 0,75 nanogramas por quilograma. Especificamente, esses testes revelaram níveis de dioxinas de 1,60 nanogramas por quilograma em 19 de março, 1,40 nanogramas em 21 de junho e 1,44 nanograma em 7 de outubro. Mas em nenhum desses casos a companhia informou as autoridades, ou sequer notificou os consumidores ou recolheu os produtos do mercado.
Quando os inspetores do governo visitaram a Harles und Jentzsch em 28 de julho, eles aparentemente não receberam os resultados dos testes. Quando eles testaram as suas próprias amostras em busca de dioxinas, os resultados teriam sido negativos. Os inspetores não chegaram sequer a suspeitar quando viram notas de entrega indicando que os ácidos graxos comprados não eram apropriados para a fabricação de rações. Agora a diretoria da empresa afirma que também foram vendidas gorduras para a indústria de fabricação de papel.
Inspeções “orientadas para o risco”
Aparentemente as autoridades confiavam na companhia. Devido às reduções de pessoal, os inspetores do Estado de Schleswig-Holstein, no norte da Alemanha, trabalhavam de forma “orientada para o risco”, significando que as companhias que atraíam maior atenção eram inspecionadas mais frequentemente do que aquelas sob as quais não pairavam suspeitas. Como resultado disso, a Harles und Jentzsch poderia esperar apenas uma inspeção por ano, ainda que a companhia forneça matéria prima para quase todas as fábricas de rações misturadas no norte da Alemanha. Após a visita em julho, sabendo que seria improvável uma nova inspeção durante algum tempo, a companhia sentiu-se segura para continuar adulterando as gorduras sem temer ser detectada.
O fato de o escândalo ter provocado relativamente poucos efeitos sobre a saúde dos consumidores até agora pode ser atribuído às propriedades da dioxina. Embora a substância seja considerada altamente tóxica, os ovos e a carne contaminados não representam um perigo específico. “As concentrações detectadas são tão baixas que só podem ocorrer problemas em casos de consumo regular durante um grande período de tempo”, explica Helmut Schafft, encarregado das questões relativas à alimentação de animais no Instituto Federal de Avaliação de Risco, em Berlim.
O limite estabelecido pela União Europeia de três picogramas de dioxina por grama de gordura em cada ovo só foi ultrapassado em uns poucos casos, e até mesmo esse limite é contestado entre os especialistas. A Organização Mundial de Saúde (OMS), por exemplo, considera “tolerável” que um indivíduo ingira quatro picogramas de dioxina por quilograma de massa corporal por dia.
Dessa forma, uma pessoa que pesa 75 quilogramas, poderia ingerir sem problemas uma dose diária de 300 picogramas, o que significaria uma grande quantidade de ovos contaminados, mas apenas umas poucas refeições à base de peixes como enguia e salmão, que muitas vezes contêm quantidades relativamente elevadas de dioxina. “As dioxinas estão em toda parte, e todo mundo ingere automaticamente quantidades diminutas todos os dias”, afirma o cientista Schafft.
Necessidade de mais transparência
Estritamente falando, até mesmo os ovos orgânicos, que estão se tornando cada vez mais populares, são contraproducentes se as galinhas ciscam em solo contaminado. “Os ovos de galinhas que ciscam no terreiro da casa da vovó e em volta do lixo já possuem cinco picogramas de dioxina”, admite Rudolf Joost-Meyer zu Bakum, diretor da Sociedade de Nutrição Animal Ecológica. E o mais natural de todos os alimentos, que é especialmente saudável, teria sido proibido caso os limites máximos de dioxina estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde fossem o único padrão utilizado: os níveis de dioxina no leite materno são muitas vezes superiores aos limites da Organização Mundial de Saúde.
Para complicar ainda mais a situação, as autoridades fazem com que seja difícil para os consumidores determinarem qual o risco a que já foram expostos. Os nomes das companhias e os códigos nos seus ovos precisam ser “revelados imediatamente”, afirma Günther Hörmann, diretor da agência de proteção ao consumidor com sede em Hamburgo. Isso é algo de trivial na Escandinávia, diz Hörmann, e um procedimento desse tipo também seria possível segundo a legislação alemã.
“Mas foi aí que autoridades nervosas se atrapalharam consultando os seus departamentos jurídicos”, reclama Hörmann.
Faz três semanas que o escândalo veio a público, mas até o momento só foram anunciados os códigos de ovos de dez empresas afetadas.
Tradução: UOL
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/derspiegel/2011/01/11/o-escandalo-da-dioxina-as-maquinacoes-criminosas-da-industria-de-alimentos.jhtm
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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Boas noites de sono fortalecem a memória e a criatividade, diz estudo
Os benefícios do sono para a saúde já são amplamente reconhecidos e, por isso, é recomendado que durmamos uma quantidade suficiente para descansarmos - em média, de sete a oito horas por noite. Agora, um recente estudo da Universidade de Notre Dame, nos EUA, indica que, além de ajudar a consolidar memórias, uma boa noite de sono parece reorganizar as memórias, coletando detalhes emocionais, para ajudar a produzir ideias novas e criativas.
Em artigo recentemente publicado na revista Current Directions in Psychological Science, a pesquisadora Jessica D. Payne afirma que uma das primeiras coisas que as pessoas abrem mão nesta “sociedade de ritmo acelerado” é o sono, e isso acontece porque muitos acreditam erroneamente que o cérebro não faz nada durante o sono. Entretanto, ela destaca que “o sono deixa a memória mais forte e parece fazer algo muito mais interessante, que é reorganizar e re-estruturar memórias”.
Estudando o que acontece às memórias durante o sono, os especialistas descobriram que as pessoas tendem a “cair” na parte mais emocional de suas memórias quando estão dormindo - por exemplo, se a pessoa viu um “objeto emocional”, como um carro destruído, elas são mais propensas a, após uma noite de sono, se lembrar desse objeto do que de palmeiras que estavam na mesma imagem. Além disso, as regiões cerebrais envolvidas na consolidação das emoções e da memória seriam as mais ativas durante o sono.
“Durante o sono, o cérebro está ocupado, e não é apenas consolidando as memórias. Ele está as organizando e escolhendo as mais importantes”, explica a pesquisadora, destacando que isso é o que pode fazer com que as pessoas tenham ideias novas e criativas. “Permito-me ter oito horas de sono todas as noites. E não costumava fazer isso até começar a avaliar esses dados. Podemos ir longe com menos horas de sono, mas isso tem um efeito profundo em nossas habilidades cognitivas”, conclui a especialista.
Fonte: http://boasaude.uol.com.br/news/index.cfm?news_id=8811&mode=browse
Em artigo recentemente publicado na revista Current Directions in Psychological Science, a pesquisadora Jessica D. Payne afirma que uma das primeiras coisas que as pessoas abrem mão nesta “sociedade de ritmo acelerado” é o sono, e isso acontece porque muitos acreditam erroneamente que o cérebro não faz nada durante o sono. Entretanto, ela destaca que “o sono deixa a memória mais forte e parece fazer algo muito mais interessante, que é reorganizar e re-estruturar memórias”.
Estudando o que acontece às memórias durante o sono, os especialistas descobriram que as pessoas tendem a “cair” na parte mais emocional de suas memórias quando estão dormindo - por exemplo, se a pessoa viu um “objeto emocional”, como um carro destruído, elas são mais propensas a, após uma noite de sono, se lembrar desse objeto do que de palmeiras que estavam na mesma imagem. Além disso, as regiões cerebrais envolvidas na consolidação das emoções e da memória seriam as mais ativas durante o sono.
“Durante o sono, o cérebro está ocupado, e não é apenas consolidando as memórias. Ele está as organizando e escolhendo as mais importantes”, explica a pesquisadora, destacando que isso é o que pode fazer com que as pessoas tenham ideias novas e criativas. “Permito-me ter oito horas de sono todas as noites. E não costumava fazer isso até começar a avaliar esses dados. Podemos ir longe com menos horas de sono, mas isso tem um efeito profundo em nossas habilidades cognitivas”, conclui a especialista.
Fonte: http://boasaude.uol.com.br/news/index.cfm?news_id=8811&mode=browse
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Estudo associa mecanismo da depressão a respostas inflamatórias
A depressão pode ser desencadeada pelos mesmos mecanismos que permitem ao sistema imunológico responder a infecções, segundo recente estudo da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos. Em testes com ratos, os cientistas ativaram o sistema imunológico para produzir um comportamento “semelhante ao desespero”, que é equivalente à depressão humana.
“Muitas pessoas exibem sinais de letargia e humor depressivo durante doenças semelhantes à gripe”, destacou o pesquisador Randy Blakely, em artigo publicado na edição de dezembro da revista científica Neuropsychopharmacology. “Geralmente, isso tem sido tratado como apenas uma consequência de se estar fisicamente doente, mas acreditamos que possa haver algo mais centrado no cérebro em jogo aqui”, acrescentou o especialista.
Em estudos anteriores, os cientistas já haviam relatado que citocinas inflamatórias poderiam aumentar a atividade do transportador de serotonina (a serotonina é um neurotransmissor cujos baixos níveis são associados à depressão). E, na nova pesquisa, eles descobriram que, de 30 a 60 minutos após ativarem a produção de citocinas inflamatórias em ratos, esses roedores tinham ativação do transportador no cérebro e apresentavam comportamento “similar ao desespero”.
De acordo com os pesquisadores, esse comportamento não foi observado quando a produção dos marcadores inflamatórios foi ativada em ratos que não tinham o gene do transportador de serotonina. E uma droga que bloqueava os sinais inflamatórios também evitava a ativação do transportador e o comportamento depressivo dos animais. “É como se essas moléculas inflamatórias fossem um ‘anti-Prozac’”, destacou o pesquisador.
Entretanto, os especialistas alertam que mais estudos são necessários para confirmação dos resultados. “Não presumimos que apenas as mudanças na atividade do transportador de serotonina são suficientes para induzir um completo espectro de traços depressivos, nem que nosso modelo animal possa reproduzir todos os elementos de um transtorno neuropsiquiátrico complexo”, explicou Randy Blakely. “No entanto, fomos capazes de identificar um mecanismo que pode ser um partícipe, mesmo sem inflamação, para impactar o risco de doenças depressivas”, concluiu.
Fonte: http://boasaude.uol.com.br/news/index.cfm?news_id=8815&mode=browse
“Muitas pessoas exibem sinais de letargia e humor depressivo durante doenças semelhantes à gripe”, destacou o pesquisador Randy Blakely, em artigo publicado na edição de dezembro da revista científica Neuropsychopharmacology. “Geralmente, isso tem sido tratado como apenas uma consequência de se estar fisicamente doente, mas acreditamos que possa haver algo mais centrado no cérebro em jogo aqui”, acrescentou o especialista.
Em estudos anteriores, os cientistas já haviam relatado que citocinas inflamatórias poderiam aumentar a atividade do transportador de serotonina (a serotonina é um neurotransmissor cujos baixos níveis são associados à depressão). E, na nova pesquisa, eles descobriram que, de 30 a 60 minutos após ativarem a produção de citocinas inflamatórias em ratos, esses roedores tinham ativação do transportador no cérebro e apresentavam comportamento “similar ao desespero”.
De acordo com os pesquisadores, esse comportamento não foi observado quando a produção dos marcadores inflamatórios foi ativada em ratos que não tinham o gene do transportador de serotonina. E uma droga que bloqueava os sinais inflamatórios também evitava a ativação do transportador e o comportamento depressivo dos animais. “É como se essas moléculas inflamatórias fossem um ‘anti-Prozac’”, destacou o pesquisador.
Entretanto, os especialistas alertam que mais estudos são necessários para confirmação dos resultados. “Não presumimos que apenas as mudanças na atividade do transportador de serotonina são suficientes para induzir um completo espectro de traços depressivos, nem que nosso modelo animal possa reproduzir todos os elementos de um transtorno neuropsiquiátrico complexo”, explicou Randy Blakely. “No entanto, fomos capazes de identificar um mecanismo que pode ser um partícipe, mesmo sem inflamação, para impactar o risco de doenças depressivas”, concluiu.
Fonte: http://boasaude.uol.com.br/news/index.cfm?news_id=8815&mode=browse
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Caminhadas podem ajudar a combater os efeitos da doença de Alzheimer
A caminhada pode ajudar a retardar o declínio cognitivo de idosos com problemas cognitivos leves e daqueles com doença de Alzheimer, segundo recente estudo da Universidade de Pittsburgh, nos EUA. Acompanhando, por 20 anos, 426 pessoas - entre adultos saudáveis e aqueles com problemas cognitivos -, os pesquisadores descobriram que caminhar cerca de 8 km por semana pode proteger, por até 10 anos, o cérebro de pessoas com Alzheimer e aquelas com transtorno cognitivo leve.
Os resultados do estudo mostraram uma relação entre os níveis de exercícios físicos e o volume de áreas do cérebro importantes para a memória e o aprendizado. “O volume é um sinal vital para o cérebro. Quando ele reduz, isso quer dizer que as células cerebrais estão morrendo. Mas, quando permanece maior, a saúde cerebral está sendo mantida”, destacou o pesquisador Cyrus Raji. “Descobrimos também que essas pessoas (que caminham cerca de 8 km por semana) tinham menos perda de memória em cinco anos”, acrescentou.
Os especialistas destacam que a doença de Alzheimer é uma condição progressiva e irreversível que destrói a memória e outras habilidades cognitivas. De acordo com o Instituto Nacional do Envelhecimento, entre 2,4 milhões e 5 milhões de americanos têm a doença, e a tendência é que esses números aumentem significativamente na próxima década.
Por isso, a descoberta de intervenções no estilo de vida que possam retardar o progresso da doença é muito importante. “Porque a cura para o Alzheimer ainda não é uma realidade, esperamos descobrir formas de aliviar a progressão da doença ou os sintomas em pessoas que já apresentam prejuízo cognitivo”, destacam os pesquisadores. “O Alzheimer é uma doença devastadora e, infelizmente, a caminhada não é uma cura. Mas caminhar pode melhorar a resistência de nosso cérebro à doença e reduzir a perda de memória ao longo do tempo”, concluiu o líder da pesquisa.
Fonte: http://boasaude.uol.com.br/news/index.cfm?news_id=8821&mode=browse
Os resultados do estudo mostraram uma relação entre os níveis de exercícios físicos e o volume de áreas do cérebro importantes para a memória e o aprendizado. “O volume é um sinal vital para o cérebro. Quando ele reduz, isso quer dizer que as células cerebrais estão morrendo. Mas, quando permanece maior, a saúde cerebral está sendo mantida”, destacou o pesquisador Cyrus Raji. “Descobrimos também que essas pessoas (que caminham cerca de 8 km por semana) tinham menos perda de memória em cinco anos”, acrescentou.
Os especialistas destacam que a doença de Alzheimer é uma condição progressiva e irreversível que destrói a memória e outras habilidades cognitivas. De acordo com o Instituto Nacional do Envelhecimento, entre 2,4 milhões e 5 milhões de americanos têm a doença, e a tendência é que esses números aumentem significativamente na próxima década.
Por isso, a descoberta de intervenções no estilo de vida que possam retardar o progresso da doença é muito importante. “Porque a cura para o Alzheimer ainda não é uma realidade, esperamos descobrir formas de aliviar a progressão da doença ou os sintomas em pessoas que já apresentam prejuízo cognitivo”, destacam os pesquisadores. “O Alzheimer é uma doença devastadora e, infelizmente, a caminhada não é uma cura. Mas caminhar pode melhorar a resistência de nosso cérebro à doença e reduzir a perda de memória ao longo do tempo”, concluiu o líder da pesquisa.
Fonte: http://boasaude.uol.com.br/news/index.cfm?news_id=8821&mode=browse
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Dieta rica em carne vermelha aumenta risco de derrame nas mulheres, diz estudo
Um estudo realizado recentemente na Suécia traz más notícias para as mulheres que adoram um churrasco. Realizada pelo renomado Instituto Karolinska, a pesquisa com mais de 30 mil mulheres de 39 a 73 anos de idade indicou que aquelas que consomem maiores quantidades de carnes vermelhas - pelo menos 102 gramas por dia - seriam 42% mais propensas a sofrer um derrame, comparadas àquelas que comem menos de 25 gramas diários.
De acordo com os pesquisadores, a alimentação rica em carnes vermelhas é associada a diversos problemas de saúde, incluindo maior risco de alguns tipos de câncer, doença cardíaca e pressão alta. E os resultados do novo estudo “sugerem que o consumo de carnes vermelhas e carnes processadas podem aumentar os riscos de infarto cerebral em mulheres”.
Durante 10 anos, 1.680 participantes (4% das voluntárias) tiveram derrame, principalmente causado pelo bloqueio de uma artéria que leva sangue ao cérebro - conhecido como “infarto cerebral”. E, dividido as mulheres em grupos de acordo com a quantidade de carne consumida diariamente, os especialistas notaram que a ingestão de mais de 85 g por dia estava associado a 22% mais chances de sofrer derrame, em relação ao consumo de menos de 36 g de carne por dia. Além disso, a ingestão excessiva de carnes processadas (41 g, comparado a 12 g), como o presunto, foi associada a 24% maiores riscos.
Publicados na edição de dezembro da revista científica Stroke, os resultados indicaram, ainda, que o consumo de carnes vermelhas não estava associado a outros tipos de derrame, senão o “infarto cerebral”. E, segundo os pesquisadores, outros tipos de carne, como o frango, não foram relacionados a nenhum tipo de acidente vascular cerebral.
Embora não estejam muito claras as razões exatas para essa relação entre uma dieta rica em carnes vermelhas e processadas e o risco de derrame, diversos mecanismos são apontados como responsáveis por isso. Um deles é que a ingestão excessiva desses tipos de carne pode aumentar a pressão arterial, principal causa do derrame. Além disso, o ferro contido nas carnes vermelhas poderia acelerar a produção de radicais livres, que danificam os tecidos. Entretanto, mais estudos são necessários para confirmação.
Fonte: http://boasaude.uol.com.br/news/index.cfm?news_id=8823&mode=browse
De acordo com os pesquisadores, a alimentação rica em carnes vermelhas é associada a diversos problemas de saúde, incluindo maior risco de alguns tipos de câncer, doença cardíaca e pressão alta. E os resultados do novo estudo “sugerem que o consumo de carnes vermelhas e carnes processadas podem aumentar os riscos de infarto cerebral em mulheres”.
Durante 10 anos, 1.680 participantes (4% das voluntárias) tiveram derrame, principalmente causado pelo bloqueio de uma artéria que leva sangue ao cérebro - conhecido como “infarto cerebral”. E, dividido as mulheres em grupos de acordo com a quantidade de carne consumida diariamente, os especialistas notaram que a ingestão de mais de 85 g por dia estava associado a 22% mais chances de sofrer derrame, em relação ao consumo de menos de 36 g de carne por dia. Além disso, a ingestão excessiva de carnes processadas (41 g, comparado a 12 g), como o presunto, foi associada a 24% maiores riscos.
Publicados na edição de dezembro da revista científica Stroke, os resultados indicaram, ainda, que o consumo de carnes vermelhas não estava associado a outros tipos de derrame, senão o “infarto cerebral”. E, segundo os pesquisadores, outros tipos de carne, como o frango, não foram relacionados a nenhum tipo de acidente vascular cerebral.
Embora não estejam muito claras as razões exatas para essa relação entre uma dieta rica em carnes vermelhas e processadas e o risco de derrame, diversos mecanismos são apontados como responsáveis por isso. Um deles é que a ingestão excessiva desses tipos de carne pode aumentar a pressão arterial, principal causa do derrame. Além disso, o ferro contido nas carnes vermelhas poderia acelerar a produção de radicais livres, que danificam os tecidos. Entretanto, mais estudos são necessários para confirmação.
Fonte: http://boasaude.uol.com.br/news/index.cfm?news_id=8823&mode=browse
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Atividades físicas em portadores de câncer de próstata
A prática de atividades físicas pode ser ainda mais importante para homens com câncer de próstata, pois parece reduzir seus riscos de morte, segundo recente estudo da Universidade de Harvard e da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. De acordo com os pesquisadores, homens que fazem atividades físicas mais vigorosas têm menor risco de morte não apenas por câncer de próstata, mas por qualquer causa.
Acompanhando, por 18 anos, mais de 2,7 mil homens diagnosticados com câncer de próstata, os especialistas descobriram que “os homens podem reduzir seu risco de progressão do câncer de próstata após o diagnóstico ao adicionar atividades físicas à sua rotina diária”. “Esta é uma boa notícia para os homens que vivem com câncer de próstata e se perguntam quais práticas de estilo de vida devem seguir para melhorar sua sobrevivência”, escreveu a pesquisadora Stacey Kenfield, nesta semana, no Journal of Clinical Oncology.
De acordo com os autores, tanto exercícios vigorosos quanto atividades físicas mais leves podem trazer benefícios para os homens diagnosticados com câncer de próstata. Os resultados indicaram que, comparados a homens que caminham menos de 90 minutos por semana em passo leve, aqueles que caminham mais do que isso em ritmo rápido teriam 46% menor risco de morrer. E apenas as atividades vigorosas - mais de três horas por semana - foram associadas a uma redução da mortalidade pela doença - 61% menor risco.
“Observamos os benefícios de níveis possíveis de atividades, e nossos resultados sugerem que homens com câncer de próstata devem fazer alguma atividade física para sua saúde geral, mesmo em pequenas quantidades, como 15 minutos de atividade por dia de caminhada, corrida, ciclismo ou jardinagem”, destacou a pesquisadora. “Entretanto, fazer atividades vigorosas por três ou mais horas por semana pode ser especialmente benéfico no câncer de próstata, assim como para a saúde geral”, concluiu a especialista.
Fonte: Journal of Clinical Oncology. 04 de janeiro de 2011.
Extraído de: http://boasaude.uol.com.br/news/index.cfm?news_id=8829&mode=browse
Acompanhando, por 18 anos, mais de 2,7 mil homens diagnosticados com câncer de próstata, os especialistas descobriram que “os homens podem reduzir seu risco de progressão do câncer de próstata após o diagnóstico ao adicionar atividades físicas à sua rotina diária”. “Esta é uma boa notícia para os homens que vivem com câncer de próstata e se perguntam quais práticas de estilo de vida devem seguir para melhorar sua sobrevivência”, escreveu a pesquisadora Stacey Kenfield, nesta semana, no Journal of Clinical Oncology.
De acordo com os autores, tanto exercícios vigorosos quanto atividades físicas mais leves podem trazer benefícios para os homens diagnosticados com câncer de próstata. Os resultados indicaram que, comparados a homens que caminham menos de 90 minutos por semana em passo leve, aqueles que caminham mais do que isso em ritmo rápido teriam 46% menor risco de morrer. E apenas as atividades vigorosas - mais de três horas por semana - foram associadas a uma redução da mortalidade pela doença - 61% menor risco.
“Observamos os benefícios de níveis possíveis de atividades, e nossos resultados sugerem que homens com câncer de próstata devem fazer alguma atividade física para sua saúde geral, mesmo em pequenas quantidades, como 15 minutos de atividade por dia de caminhada, corrida, ciclismo ou jardinagem”, destacou a pesquisadora. “Entretanto, fazer atividades vigorosas por três ou mais horas por semana pode ser especialmente benéfico no câncer de próstata, assim como para a saúde geral”, concluiu a especialista.
Fonte: Journal of Clinical Oncology. 04 de janeiro de 2011.
Extraído de: http://boasaude.uol.com.br/news/index.cfm?news_id=8829&mode=browse
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Hábitos saudáveis na juventude faz grande diferença nos níveis de colesterol na idade adulta
Praticar exercícios físicos regulares, ter uma alimentação equilibrada, manter um peso saudável e não fumar na adolescência pode fazer grande diferença nos níveis de colesterol na idade adulta, segundo estudo publicado na edição de janeiro da revista científica Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine.
Acompanhando 539 pessoas desde o ano de 1985, quando tinham nove, 12 ou 15 anos, até o ano de 2005, pesquisadores australianos e finlandeses observaram que grande proporção daqueles que eram considerados de alto risco para dislipidemia (problemas de colesterol ou triglicérides) no início do estudo não apresentavam o mesmo perfil 20 anos mais tarde. E essa melhoria foi atribuída a mudanças positivas no estilo de vida.
Segundo os autores, os níveis de alto risco foram definidos como colesterol total de 240 mg/dL ou mais, LDL (colesterol ruim) de pelo menos 160 mg/dL, HDL (colesterol bom) de menos de 40 mg/dL, ou triglicérides de 200 mg/dL ou maior. E as pessoas que mantiveram esse perfil entre a infância e a idade adulta apresentaram maior ganho de gordura corporal, além de serem mais propensas a começar ou a continuar a fumar durante o acompanhamento. O mesmo ocorria com aqueles que mudaram de baixo para alto risco durante o estudo, apresentando também pior condicionamento físico do que adultos de baixo risco.
Os resultados indicaram, ainda, que o grupo de participantes que não melhorou nenhum fator do estilo de vida entre o final da infância e o início da vida adulta tinha o dobro da prevalência de baixos níveis de “bom” colesterol - 26,2%, contra 11,9% da média dos participantes. E aqueles que apresentaram melhora de pelo menos dois fatores de estilo de vida tiveram prevalência de baixos níveis de HDL de menos de um quarto da média do estudo.
“Nossas descobertas são importantes por duas razões. Primeiro, sugere que alterações benéficas nos fatores de risco modificáveis, como tabagismo e adiposidade, no período entre a juventude e a idade adulta têm o potencial de mudança para aqueles com níveis de alto risco de lipídeos e lipoproteínas no sangue na juventude”, escreveram os pesquisadores. “Segundo, elas enfatizam que programas preventivos direcionados àqueles que não têm alto risco na juventude são igualmente importantes se a proporção de adultos com níveis de alto risco for ser reduzida”, concluíram os especialistas.
Fonte: Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine. Janeiro de 2011.
Extraído de: http://boasaude.uol.com.br/news/index.cfm?news_id=8828&mode=browse
Acompanhando 539 pessoas desde o ano de 1985, quando tinham nove, 12 ou 15 anos, até o ano de 2005, pesquisadores australianos e finlandeses observaram que grande proporção daqueles que eram considerados de alto risco para dislipidemia (problemas de colesterol ou triglicérides) no início do estudo não apresentavam o mesmo perfil 20 anos mais tarde. E essa melhoria foi atribuída a mudanças positivas no estilo de vida.
Segundo os autores, os níveis de alto risco foram definidos como colesterol total de 240 mg/dL ou mais, LDL (colesterol ruim) de pelo menos 160 mg/dL, HDL (colesterol bom) de menos de 40 mg/dL, ou triglicérides de 200 mg/dL ou maior. E as pessoas que mantiveram esse perfil entre a infância e a idade adulta apresentaram maior ganho de gordura corporal, além de serem mais propensas a começar ou a continuar a fumar durante o acompanhamento. O mesmo ocorria com aqueles que mudaram de baixo para alto risco durante o estudo, apresentando também pior condicionamento físico do que adultos de baixo risco.
Os resultados indicaram, ainda, que o grupo de participantes que não melhorou nenhum fator do estilo de vida entre o final da infância e o início da vida adulta tinha o dobro da prevalência de baixos níveis de “bom” colesterol - 26,2%, contra 11,9% da média dos participantes. E aqueles que apresentaram melhora de pelo menos dois fatores de estilo de vida tiveram prevalência de baixos níveis de HDL de menos de um quarto da média do estudo.
“Nossas descobertas são importantes por duas razões. Primeiro, sugere que alterações benéficas nos fatores de risco modificáveis, como tabagismo e adiposidade, no período entre a juventude e a idade adulta têm o potencial de mudança para aqueles com níveis de alto risco de lipídeos e lipoproteínas no sangue na juventude”, escreveram os pesquisadores. “Segundo, elas enfatizam que programas preventivos direcionados àqueles que não têm alto risco na juventude são igualmente importantes se a proporção de adultos com níveis de alto risco for ser reduzida”, concluíram os especialistas.
Fonte: Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine. Janeiro de 2011.
Extraído de: http://boasaude.uol.com.br/news/index.cfm?news_id=8828&mode=browse
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Consumo de frutas e vegetais e o risco de câncer de mama
Pesquisadores da Boston University examinaram prospectivamente a relação entre o consumo de frutas e vegetais e o risco de câncer de mama entre as 51.928 mulheres com idades entre 21 e 69 anos.
Durante 12 anos de seguimento, houve 1.268 casos de câncer de mama. O consumo total de frutas e vegetais não foi significativamente associado com o risco total de câncer de mama. No entanto, o consumo de vegetais foi associado com um risco reduzido de câncer de mama com receptor de estrógeno negativo e receptor de progesterona negativo (razão da taxa de incidência = 0,57, IC 95% 0,38 a 0,85, para ≥ 2 porções / dia em relação a <4 / semana; P = 0,02). Além disso, houve alguma evidência de associação inversa com o risco de câncer de mama em geral e o consumo de cenoura (P = 0,02).
Os resultados do estudo sugerem que o consumo frequente de vegetais é inversamente associado com o risco de câncer de mama com receptor de estrógeno negativo e receptor de progesterona negativo, e que vegetais específicos podem ser associados com um risco reduzido de câncer de mama em geral.
A pesquisa foi publicado no último número da revista American Journal of Epidemiology.
Fonte: American Journal of Epidemiology, Volume 172, Issue 11, 2010, Pages 1268-1279
Durante 12 anos de seguimento, houve 1.268 casos de câncer de mama. O consumo total de frutas e vegetais não foi significativamente associado com o risco total de câncer de mama. No entanto, o consumo de vegetais foi associado com um risco reduzido de câncer de mama com receptor de estrógeno negativo e receptor de progesterona negativo (razão da taxa de incidência = 0,57, IC 95% 0,38 a 0,85, para ≥ 2 porções / dia em relação a <4 / semana; P = 0,02). Além disso, houve alguma evidência de associação inversa com o risco de câncer de mama em geral e o consumo de cenoura (P = 0,02).
Os resultados do estudo sugerem que o consumo frequente de vegetais é inversamente associado com o risco de câncer de mama com receptor de estrógeno negativo e receptor de progesterona negativo, e que vegetais específicos podem ser associados com um risco reduzido de câncer de mama em geral.
A pesquisa foi publicado no último número da revista American Journal of Epidemiology.
Fonte: American Journal of Epidemiology, Volume 172, Issue 11, 2010, Pages 1268-1279
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Pesquisa indica que chá verde protege contra Alzheimer e câncer
Um estudo da Universidade de Newcastle, na Grã-Bretanha, indica que o chá verde pode proteger o cérebro de doenças como o Mal de Alzheimer e outros tipos de demência. A pesquisa, divulgada na publicação especializada Phytomedicine, também sugere que o antigo remédio chinês que tem se popularizado no mundo todo também pode ter um papel muito importante na proteção do corpo contra o câncer.
No estudo, os cientistas investigaram se as propriedades benéficas do chá verde, que já tinham sido comprovadas no chá recém-preparado e não digerido, ainda se mantinham ativas uma vez que o chá fosse digerido.
De acordo com Ed Okello, professor da Escola de Agricultura, Alimento e Desenvolvimento da Universidade de Newcastle e que liderou o estudo, a digestão é um processo vital para conseguir os nutrientes necessários, mas também significa que nem sempre os compostos mais saudáveis dos alimentos serão absorvidos pelo corpo, podendo se perder ou modificar no processo.
"O que foi realmente animador neste estudo é que descobrimos que, quando o chá verde é digerido pelas enzimas do intestino, os compostos químicos resultantes são até mais eficazes contra gatilhos importantes do Alzheimer do que a forma não digerida do chá", disse. "Além disso, também descobrimos que os compostos digeridos (do chá verde) tinham propriedades contra o câncer, desacelerando de forma significativa o crescimento de células do tumor que usamos em nossas experiências", acrescentou.
Na pesquisa, a equipe da Universidade de Newcastle trabalhou em conjunto com cientistas da Escócia, que desenvolveram uma tecnologia que simula o sistema digestivo humano. Graças a esta tecnologia, a equipe de Newcastle conseguiu analisar as propriedades protetoras dos produtos da digestão do chá.
Fonte: Bom dia Doutor
No estudo, os cientistas investigaram se as propriedades benéficas do chá verde, que já tinham sido comprovadas no chá recém-preparado e não digerido, ainda se mantinham ativas uma vez que o chá fosse digerido.
De acordo com Ed Okello, professor da Escola de Agricultura, Alimento e Desenvolvimento da Universidade de Newcastle e que liderou o estudo, a digestão é um processo vital para conseguir os nutrientes necessários, mas também significa que nem sempre os compostos mais saudáveis dos alimentos serão absorvidos pelo corpo, podendo se perder ou modificar no processo.
"O que foi realmente animador neste estudo é que descobrimos que, quando o chá verde é digerido pelas enzimas do intestino, os compostos químicos resultantes são até mais eficazes contra gatilhos importantes do Alzheimer do que a forma não digerida do chá", disse. "Além disso, também descobrimos que os compostos digeridos (do chá verde) tinham propriedades contra o câncer, desacelerando de forma significativa o crescimento de células do tumor que usamos em nossas experiências", acrescentou.
Na pesquisa, a equipe da Universidade de Newcastle trabalhou em conjunto com cientistas da Escócia, que desenvolveram uma tecnologia que simula o sistema digestivo humano. Graças a esta tecnologia, a equipe de Newcastle conseguiu analisar as propriedades protetoras dos produtos da digestão do chá.
Fonte: Bom dia Doutor
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Estilo de vida tem mais peso sobre a fertilidade
As salas de espera das clínicas de reprodução assistida estão cada vez mais cheias. E, mais do que problemas genéticos, especialistas são unânimes em apontar que os principais responsáveis pelo aumento da infertilidade dos casais são os fatores ambientais - como a exposição à poluição e aos agrotóxicos - e o estilo de vida nada saudável das grandes cidades.
"Desde que comecei nesta área, há 30 anos, a procura por especialistas cresce gradativamente", afirma o ginecologista Dirceu Henrique Mendes Pereira, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. Para ele, a parcela genética na infertilidade contribui bem menos que o estilo de vida. Um casal é considerado infértil quando não consegue conceber depois de um ano seguido de tentativas. Segundo especialistas, em 40% das vezes a causa está no homem; em 40%, na mulher; e em 20%, nos dois.
"Antigamente, a infertilidade sempre era considerada feminina. Hoje o homem também é investigado e se sabe que ele é responsável por metade dos casos", diz o ginecologista Flávio Garcia de Oliveira, da Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo. Para o médico Gustavo Kröger, da Clínica Genics Medicina Reprodutiva e Genômica, os homens estão um pouco mais vulneráveis a fatores ambientais que a mulher. "Os homens produzem espermatozoides continuamente, enquanto as mulheres já nascem com os óvulos prontos."
Recentemente, pesquisa da Universidade Estadual de Nova York concluiu que o uso de laptops no colo pode levar à infertilidade masculina, por elevar a temperatura do testículo, impossibilitando a produção adequada dessas células. Pereira enfatiza que os alimentos são essenciais para o sucesso na reprodução. "Alimentação com muita gordura saturada e carboidratos e carente de frutas e verduras resulta no que chamaria de metabolismo inflamatório, responsável pelo declínio da fertilidade."
Fonte: Bom dia Doutor
"Desde que comecei nesta área, há 30 anos, a procura por especialistas cresce gradativamente", afirma o ginecologista Dirceu Henrique Mendes Pereira, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. Para ele, a parcela genética na infertilidade contribui bem menos que o estilo de vida. Um casal é considerado infértil quando não consegue conceber depois de um ano seguido de tentativas. Segundo especialistas, em 40% das vezes a causa está no homem; em 40%, na mulher; e em 20%, nos dois.
"Antigamente, a infertilidade sempre era considerada feminina. Hoje o homem também é investigado e se sabe que ele é responsável por metade dos casos", diz o ginecologista Flávio Garcia de Oliveira, da Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo. Para o médico Gustavo Kröger, da Clínica Genics Medicina Reprodutiva e Genômica, os homens estão um pouco mais vulneráveis a fatores ambientais que a mulher. "Os homens produzem espermatozoides continuamente, enquanto as mulheres já nascem com os óvulos prontos."
Recentemente, pesquisa da Universidade Estadual de Nova York concluiu que o uso de laptops no colo pode levar à infertilidade masculina, por elevar a temperatura do testículo, impossibilitando a produção adequada dessas células. Pereira enfatiza que os alimentos são essenciais para o sucesso na reprodução. "Alimentação com muita gordura saturada e carboidratos e carente de frutas e verduras resulta no que chamaria de metabolismo inflamatório, responsável pelo declínio da fertilidade."
Fonte: Bom dia Doutor
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Ouvir música provoca liberação de dopamina e dá prazer
O intenso prazer que se sente ao escutar música provoca no cérebro a liberação de dopamina, um neurotransmissor que serve para avaliar ou recompensar prazeres específicos associados à alimentação, drogas ou dinheiro, de acordo com um estudo publicado no domingo, 09 de janeiro.
A dopamina é uma substância química da molécula do "sistema de recompensa", que serve para reforçar alguns comportamentos essenciais à sobrevivência (alimentação), ou que desempenha um papel na motivação (recompensa secundária através do dinheiro). Então como pode estar envolvida em um prazer abstrato como o de ouvir música, que não parece ser diretamente indispensável para a sobrevivência da espécie?
Para entender isso, pesquisadores da Universidade McGill, em Montreal (Canadá), selecionaram dez voluntários de 19 a 24 anos entre os 217 que responderam a um anúncio solicitando pessoas que sentiram "estremecimentos", sinais de extremo prazer, ao escutar música. Graças a vários aparelhos de diagnóstico por imagens, a equipe de Salimpoor Valorie e Robert Zatorre mediu a liberação de dopamina e a atividade do cérebro. Paralelamente, sensores informavam a frequência cardíaca e respiratória dos voluntários, bem como sua temperatura ou sinais de estremecimento de prazer no nível da pele.
Os resultados publicados na revista científica Nature Neuroscience mostram que a dopamina é secretada antes do prazer associado à música ouvida, e durante o próprio "estremecimento" de prazer, ou seja, no auge emocional. Tratam-se de dois processos fisiológicos distintos que envolvem diferentes regiões no "coração" do cérebro.
Durante o auge do prazer, é ativado o núcleo "accumbens", envolvido na euforia produzida pela ingestão de psicoestimulantes, como a cocaína. Antes, no prazer por antecipação, a atividade da dopamina é observada em outra área do cérebro.
Fonte: Bom dia Doutor
A dopamina é uma substância química da molécula do "sistema de recompensa", que serve para reforçar alguns comportamentos essenciais à sobrevivência (alimentação), ou que desempenha um papel na motivação (recompensa secundária através do dinheiro). Então como pode estar envolvida em um prazer abstrato como o de ouvir música, que não parece ser diretamente indispensável para a sobrevivência da espécie?
Para entender isso, pesquisadores da Universidade McGill, em Montreal (Canadá), selecionaram dez voluntários de 19 a 24 anos entre os 217 que responderam a um anúncio solicitando pessoas que sentiram "estremecimentos", sinais de extremo prazer, ao escutar música. Graças a vários aparelhos de diagnóstico por imagens, a equipe de Salimpoor Valorie e Robert Zatorre mediu a liberação de dopamina e a atividade do cérebro. Paralelamente, sensores informavam a frequência cardíaca e respiratória dos voluntários, bem como sua temperatura ou sinais de estremecimento de prazer no nível da pele.
Os resultados publicados na revista científica Nature Neuroscience mostram que a dopamina é secretada antes do prazer associado à música ouvida, e durante o próprio "estremecimento" de prazer, ou seja, no auge emocional. Tratam-se de dois processos fisiológicos distintos que envolvem diferentes regiões no "coração" do cérebro.
Durante o auge do prazer, é ativado o núcleo "accumbens", envolvido na euforia produzida pela ingestão de psicoestimulantes, como a cocaína. Antes, no prazer por antecipação, a atividade da dopamina é observada em outra área do cérebro.
Fonte: Bom dia Doutor
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Risco de contrair HIV em transfusão no Brasil é 20 vezes maior que nos EUA
Uma pesquisa feita em três hemocentros brasileiros no período entre 2007 e 2008 indica que o risco de contrair HIV em transfusões de sangue no Brasil é 20 vezes maior que nos Estados Unidos.
O trabalho, feito por estimativa, calcula que uma em cada 100 mil bolsas de sangue do País podem estar contaminadas pelo vírus causador da aids. Nos EUA, a relação é de 1 para cada 2 milhões de bolsas. Embora muito mais elevados do que americanos e de alguns países europeus, os índices brasileiros melhoraram. Uma versão anterior do levantamento indicava que 1 em cada 60 mil bolsas poderiam estar contaminadas pelo HIV.
"Precisamos avançar na segurança. Mas não há dúvida de que muito já foi feito", afirma a coordenadora desse trabalho, Ester Sabino, da Fundação Pró-Sangue de São Paulo.
De acordo com os números atuais, entre 30 e 60 pessoas por ano podem ser contaminadas por sangue doado. Na versão anterior da pesquisa, a estimativa era de que entre 50 e 100 indivíduos pudessem se infectar. O coordenador nacional da Política de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Guilherme Genovez, questiona os índices apresentados no estudo. "Eles estão mais para um oráculo. Foram feitos por estatística, não podem ser considerados fato", observou.
Para mostrar a segurança do sangue no Brasil, Genovez cita um levantamento feito em 130 mil bolsas de sangue coletadas em hemocentros de Santa Catarina, São Paulo, Rio e Pernambuco: o vírus não foi identificado em nenhuma amostra.
Financiado pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, em inglês), o levantamento coordenado por Ester foi feito a partir da análise de bolsas de sangue coletadas nos hemocentros de São Paulo, Minas e Pernambuco. Durante a apresentação dos resultados, em congresso da Associação Americana de Bancos de Sangue, a autora classificou como "alto" o risco residual para HIV em transfusões de sangue no Brasil.
A doação no País, no entanto, é precedida de uma série de cuidados: os candidatos passam por entrevistas para detectar situações de risco de contaminação recente com o vírus. Passada essa fase, o sangue é submetido a testes para identificar a presença do HIV.
O problema está no que médicos chamam de janela imunológica, período no qual a presença do vírus não é descoberta pelo exame. O mesmo problema ocorre com hepatite C, cuja janela imunológica é de 50 dias.
Fonte: Bom dia Doutor
O trabalho, feito por estimativa, calcula que uma em cada 100 mil bolsas de sangue do País podem estar contaminadas pelo vírus causador da aids. Nos EUA, a relação é de 1 para cada 2 milhões de bolsas. Embora muito mais elevados do que americanos e de alguns países europeus, os índices brasileiros melhoraram. Uma versão anterior do levantamento indicava que 1 em cada 60 mil bolsas poderiam estar contaminadas pelo HIV.
"Precisamos avançar na segurança. Mas não há dúvida de que muito já foi feito", afirma a coordenadora desse trabalho, Ester Sabino, da Fundação Pró-Sangue de São Paulo.
De acordo com os números atuais, entre 30 e 60 pessoas por ano podem ser contaminadas por sangue doado. Na versão anterior da pesquisa, a estimativa era de que entre 50 e 100 indivíduos pudessem se infectar. O coordenador nacional da Política de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Guilherme Genovez, questiona os índices apresentados no estudo. "Eles estão mais para um oráculo. Foram feitos por estatística, não podem ser considerados fato", observou.
Para mostrar a segurança do sangue no Brasil, Genovez cita um levantamento feito em 130 mil bolsas de sangue coletadas em hemocentros de Santa Catarina, São Paulo, Rio e Pernambuco: o vírus não foi identificado em nenhuma amostra.
Financiado pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, em inglês), o levantamento coordenado por Ester foi feito a partir da análise de bolsas de sangue coletadas nos hemocentros de São Paulo, Minas e Pernambuco. Durante a apresentação dos resultados, em congresso da Associação Americana de Bancos de Sangue, a autora classificou como "alto" o risco residual para HIV em transfusões de sangue no Brasil.
A doação no País, no entanto, é precedida de uma série de cuidados: os candidatos passam por entrevistas para detectar situações de risco de contaminação recente com o vírus. Passada essa fase, o sangue é submetido a testes para identificar a presença do HIV.
O problema está no que médicos chamam de janela imunológica, período no qual a presença do vírus não é descoberta pelo exame. O mesmo problema ocorre com hepatite C, cuja janela imunológica é de 50 dias.
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Qualidade do ar em São Paulo piora em 2010
O número de vezes em que a qualidade do ar ficou imprópria na Região Metropolitana de São Paulo aumentou 76% em 2010, na comparação com 2008.
As estações de medição da qualidade do ar indicaram que os níveis de poluição para ozônio estiveram acima do padrão aceitável 257 vezes - sendo que em 54 delas chegou-se ao estado de atenção. Esse poluente é hoje o mais preocupante do Estado.
Em 2009, foram 201 vezes em que a poluição ficou alta na região (com 43 estados de atenção) e, em 2008, foram 146 ultrapassagens do padrão (39 estados de atenção). Em um único dia pode ocorrer de mais de uma estação ficar com qualidade ruim.
No ano passado, por 61 dias o ar ficou impróprio - 19,6% mais dias poluídos do que 2008, que teve 51 dias. O Parque Ibirapuera liderou com folga a lista das estações com maior poluição em 2010: em 49 vezes teve ozônio acima do recomendado. Este poluente é chamado de secundário e se forma a partir das reações entre óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis, na presença de luz solar. Por sua formação estar relacionada a outros compostos e depender muito das condições meteorológicas, seu controle é mais difícil.
Dias bonitos, com muito sol e com céu claro, são os piores para ozônio.
Para a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), responsável pelas estações de medição, a grande estiagem, principalmente em agosto do ano passado, contribuiu para a piora da qualidade do ar. A chuva e o vento ajudam a dispersar os poluentes.
Enquanto 2010 foi um ano marcado pela estiagem, o ano de 2009 teve muita chuva. Segundo Maria Helena Martins, gerente da Divisão de Qualidade do Ar da Cetesb, 2009 foi um ano “atípico”, muito favorável para a dispersão dos poluentes.
Fonte: Bom dia Doutor
As estações de medição da qualidade do ar indicaram que os níveis de poluição para ozônio estiveram acima do padrão aceitável 257 vezes - sendo que em 54 delas chegou-se ao estado de atenção. Esse poluente é hoje o mais preocupante do Estado.
Em 2009, foram 201 vezes em que a poluição ficou alta na região (com 43 estados de atenção) e, em 2008, foram 146 ultrapassagens do padrão (39 estados de atenção). Em um único dia pode ocorrer de mais de uma estação ficar com qualidade ruim.
No ano passado, por 61 dias o ar ficou impróprio - 19,6% mais dias poluídos do que 2008, que teve 51 dias. O Parque Ibirapuera liderou com folga a lista das estações com maior poluição em 2010: em 49 vezes teve ozônio acima do recomendado. Este poluente é chamado de secundário e se forma a partir das reações entre óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis, na presença de luz solar. Por sua formação estar relacionada a outros compostos e depender muito das condições meteorológicas, seu controle é mais difícil.
Dias bonitos, com muito sol e com céu claro, são os piores para ozônio.
Para a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), responsável pelas estações de medição, a grande estiagem, principalmente em agosto do ano passado, contribuiu para a piora da qualidade do ar. A chuva e o vento ajudam a dispersar os poluentes.
Enquanto 2010 foi um ano marcado pela estiagem, o ano de 2009 teve muita chuva. Segundo Maria Helena Martins, gerente da Divisão de Qualidade do Ar da Cetesb, 2009 foi um ano “atípico”, muito favorável para a dispersão dos poluentes.
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terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Chemical Causes of Diabetes: Overeating Is Not the Only Problem
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Dr. Frederico Lobo
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terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Alimentos orgânicos - Algumas considerações importantes
A produção de orgânicos sempre que possível, baseia-se:
1)No uso de estercos animais,
2)Rotação de culturas,
3)Adubação verde,
4)Compostagem,
5)Controle biológico de pragas e doenças.
Tem como principal objetivo a manutenção da estrutura do solo além da sua produtividade, gerando alimentos saudáveis e produzidos baseados em uma relação harmônica com a natureza (homem/natureza, homem/animais homem/homem).
Por esses motivos, eu como médico e ecologista defendo essa causa. Alguns aspectos que sempre ressalto para quem me pergunta "Dr. porque vc está nessa de defender ecologia associada à medicina?":
1) Aspectos sanitários: alimentos orgânicos não possuem "defensivos" agrícolas sintéticos ou qualquer tipo de venenos que possa comprometer a saúde de qualquer ser na escala evolutiva, seja ele um invertebrado, seja ele um homo sapiens. Princípio este que jurei na minha formatura, princípio este criado pelo pai da Medicina (Hipócrates) "primum non nocere" que significa em primeiro lugar não lesar.
2) Aspectos ecológicos: a agricultura orgânica por não utilizar métodos agressivos e nocivos para a natureza, evita a degradação do meio ambiente. Isso inclui: manutenção das características do solo (as vezes adubando através de rochagem, mas sem utilizar fertilizantes sintéticos), manutenção da potabilidade da água e pureza do ar. A agricultura orgânica geralmente é familiar e ocorre de forma sustentável, na qual se respeita ciclos milenares (plantio/colheita). Desenvolvimento e preservação ambiental andam de forma conjunta.
De formal geral, a agricultura orgânica é baseada em três idéias. São elas:
1) Cultivo natural: é proibido o uso de agrotóxicos, adubos químicos e artificiais e conservantes no processo de produção.
2) Equilíbrio ecológico: A produção respeita o equilíbrio microbiológico do solo e as diferentes épocas de safra. O processo fica mais sustentável, não degradando a biodiversidade.
3) Respeito ao homem: o trabalhador tem que ser respeitado (leis trabalhistas, ganho por produtividade, treinamento profissional e qualidade de vida).
Para se obter um alimento verdadeiramente orgânico, é necessário conhecer diversas ciências (agronomia, ecologia, nutrição, medicina, economia, entre outras). Assim, o agricultor, através de um trabalho harmonizado com a natureza, tem condições de oferecer ao consumidor alimentos que promovam não apenas a saúde deste último, mas também do planeta em que vivemos.
O número crescente de produtores orgânicos no Brasil está dividido basicamente em dois grupos:
1) Pequenos produtores familiares ligados a associações e grupos de movimentos sociais, que representam 90% do total de agricultores, sendo responsáveis por cerca de 70% da produção orgânica brasileira;
2) Grandes produtores empresariais (10%) ligados a empresas privadas.
Enquanto na região sul cresce o número de pequenas propriedades familiares que aderem ao sistema, no sudeste a adesão é representada em sua maioria por grandes propriedades.
Atualmente, o Brasil ocupa a 34ª posição no mundo no ranking dos países exportadores de produtos orgânicos, sendo que na última década foi assistido um crescimento de 50%nas vendas por ano.
Calcula-se que já estão sendo cultivados perto de 100 mil há (hectares) em cerca de 4.500 unidades de produção orgânica espalhadas por todo o país. A maior parte da produção brasileira (cerca de 70%) encontra-se nos estados do Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Espírito Santo. Apesar da tendência de crescimento, o Brasil ainda perde para a vizinha Argentina em termos de área certificada para o cultivo de orgânicos na América do Sul.
Da produção nacional de orgânicos, cerca de 75% é exportada, principalmente para a Europa, Estados Unidos e Japão. A soja, o café e o açúcar lideram as exportações. No mercado interno, os produtos mais comuns são as hortaliças, seguidos de café, açúcar, sucos, mel, geleias, feijão, cereais, laticínios, doces, chás e ervas medicinais. Infelizmente ainda não temos muitas frutas produzidas nos moldes correto.
Os países com maiores áreas de produção orgânicas são, respectivamente:
1) Austrália com 12,29 milhões de ha;
2) China com 2,3 milhões de ha;
3) Argentina com 2,22 milhões de ha.
Esses países têm como principal atividade nessas áreas orgânicas a pastagem não intensiva. Entretanto, alguns cuidados devem ser tomados na comparação entre países, pois a produtividade é extremamente variável entre eles. O Brasil se encontra na oitava posição, com 880 mil ha. Em termos de continente, a Oceania detém 40,7% da área sob manejo orgânico, seguida da Europa com 24,3%, América Latina com 16,2%, Ásia com 10,2%, América do Norte com 7,3% e África com 1,4%.
O Japão hoje é considerado um dos maiores mercados mundiais para produtos orgânicos. Devido à pequena dimensão territorial, a produção orgânica própria é pequena, principalmente se comparada à variedade e volume de produtos que importam, como cereais, legumes, frutas frescas, carne bovina, frango, queijo, entre outros.
Nos Estados Unidos, os produtores orgânicos certificados produzem principalmente cereais, com destaque para soja e trigo. O desenvolvimento da agricultura orgânica americana tem sido comparado ao da Europa, assistindo um volume de venda próximo dos U$5 bilhões anuais. Segundo dados da Organic Farming Research Fundation (Fundação de Pesquisa em Agricultura Orgânica), aproximadamente 1% do mercado americano de alimentos é proveniente de métodos orgânicos de produção.
Na Europa o desenvolvimento da agricultura orgânica e do consumo de produtos sem agrotóxico cresce a passos largos.
No final de 2009, na França, havia 16.446 fazendas orgânicas, um aumento de 23,7% em relação a 2008, e 677.513 hectares de terra orgânica, um aumento de 16% comparado a 2008. O país obteve destaque devido ao aumento significativo de algumas produções animais na linha orgânica, sobretudo o frango orgânico, que teve taxas de crescimento de 135% nos últimos dois anos.
A Alemanha foi o primeiro país do mundo a criar um organismo para inspeção e controle da produção orgânica e hoje o mercado alemão de produtos orgânicos é considerado um dos mais importantes da Europa. Em 1998, foram contabilizadas cerca de 6.786 unidades de produção (1,9% de sua área total).
Será que é orgânico mesmo? Como saber?
Se você pretende consumir alimentos orgânicos fique atento para não ser enganado. Procure sempre pelo selo de qualidade emitido por certificadoras reconhecidas pelo Ministério da Agricultura. São entidades como a Associação de Agricultura Orgânica (AAO), o Instituto Biodinâmico (IBD), entre outros. Essas entidades, ao todo cerca de 30 em todo Brasil, avaliam se a produção do alimento segue os critérios estabelecidos pela agricultura orgânica. Para ganhar o selo, os produtores seguem várias precauções e têm suas lavouras fiscalizadas a cada semestre. A presença do selo garante, portanto, a procedência e a qualidade dos produtos.
10 MOTIVOS PARA CONSUMIR PRODUTOS ORGÂNICOS
1) SÃO ALIMENTOS NUTRITIVOS E SABOROSOS
Com solos balanceados e fertilizados com adubos naturais, se obtém alimentos mais nutritivos. A comida fica mais saborosa, conservam-se suas propriedades naturais como vitaminas, sais minerais, carboidratos e proteínas. Um alimento orgânico não contém substâncias tóxicas e nocivas à saúde. Em solos equilibrados as plantas crescem mais saudáveis, preservam-se suas características originais como aroma, cor e sabor.
Consumindo produtos orgânicos é possível apreciar o sabor natural dos alimentos. Além disso, quando se utiliza o sistema de Rochagem na adubagem o alimento fica mais rico devido a inserção de minerais ESSENCIAIS na composição do solo. Pesquisas internacionais demonstram que alimentos orgânicos apresentam, em média, 63% a mais cálcio, 73% mais ferro, 118% mais magnésio, 178% mais molibdênio, 91% mais fósforo, 125% mais potássio, 60% mais zinco que os alimentos convencionais. Possuem menor quantidade de mercúrio (29%), substancia que pode causar doenças graves (informação publicada no Journal of Applied Nutricion, 1993).
No ano passado pesquisadores da London School of Hygiene & Tropical Medicine, em Londres, Inglatrra, realizaram um levantamento com 162 artigos científicos publicadas nos últimos 50 anos, que mostrou que não existe uma diferença tão grande entre o alimento orgânico e o normal. Erro na metodologia ? Interesses exclusos ? Mesmo que não tivesse superioridade nutricional, só de não conter agrotóxicos ja É SUPERIOR !
2) SAÚDE GARANTIDA
Vários pesticidas utilizados hoje em dia no Brasil estão proibidos em muitos países, em razão de consequências provocadas à saúde, tais como:
1) Cânceres dos mais diversos tipos
2) Alergias alimentares
3) Asma
4) Infertilidade
5) Alterações hormonais principalmente quando se trata de hormônios sexuais
6) Hiperatividade em adultos e crianças
7) Déficit de atenção
8) Doenças neurodegenerativas
9) Aumento da produção de radicais livres e diminuição da produção de antioxidantes.
10) Intoxicação por metais pesados
Um relatório da Academia Americana de Ciências, de 1982, calculou em 1.400.000 o número de novos casos de câncer provocados por agrotóxicos. Além disso, os alimentos de origem animal estão contaminados pela ação dos perigosos coquetéis de antibióticos, hormônios e outros medicamentos que são aplicados na pecuária convencional, quer o animal esteja doente ou não.
Consumindo orgânicos protegemos nossa saúde e a saúde de nossos familiares com a garantia adicional de não estarmos consumindo alimentos geneticamente modificados.
Vale a pena ler o Post sobre a recente pesquisa da Anvisa, na qual a mesma detectou irregularidade em 29% dos alimentos analisados.
Veja também esse post sobre a Reavaliação de agrotóxicos e veja o quão grave é a situação.
3) PROTEÇÃO ÀS FUTURAS GERAÇÕES
As crianças são os alvos mais vulneráveis da agricultura com agrotóxicos. “Quando uma criança completa um ano de idade, já recebeu a dose máxima aceitável para uma vida inteira, de agrotóxicos que provocam câncer”, diz um relatório recente do Environmental Working Group (Grupo de Trabalho Ambiental). A agricultura orgânica, além disso mais, tem a grande tarefa de legar às futuras gerações um planeta reconstruído.
4) AMPARO AO PEQUENO PRODUTOR
O trabalhador rural precisa ser preservado, tanto quanto a qualidade ecológica dos alimentos. Adquirindo produtos ecológicos, contribuímos com a redução da migração de famílias para as cidades, evitando o êxodo rural e ajudando a acabar com o envenenamento por agrotóxicos sofrido por cerca de 1 milhão de agricultores no mundo inteiro.
5) SOLOS FÉRTEIS
Uma das principais preocupações da Agricultura Orgânica é o solo. O mundo presencia a maior perda de solo fértil pela erosão em função do uso inadequado de práticas agrícolas convencionais. Com a Agricultura Orgânica é possível reverter essa situação.
6) ÁGUA PURA
Quando são utilizados agrotóxicos e grande quantidade de nitrogênio, ocorre a contaminação nas fontes de água potável. Cuidando desse recurso natural, garante-se o consumo de água pura para o futuro.
7) BIODIVERSIDADE
A perda das espécies é um dos principais problemas ambientais. A Agricultura Orgânica preserva sementes por muitos anos e impede o desaparecimento de numerosas espécies, incentivando as culturas mistas e fortalecendo o ecossistema. A Fauna permanece em equilíbrio e todos os seres convivem em harmonia, graças à não utilização de agrotóxicos. A Agricultura Orgânica respeita o equilíbrio da natureza e cria ecossistemas saudáveis.
8) REDUÇÃO DO AQUECIMENTO GLOBAL E ECONOMIA DE ENERGIA
O solo tratado com substâncias químicas libera uma quantidade enorme de gás carbônico, gás metano e óxido nitroso. A agricultura e administração florestal sustentáveis podem eliminar 25% do aquecimento global. Atualmente, mais energia é consumida para produzir fertilizantes artificiais do que para plantar e colher todas as safras.
9) CUSTO SOCIAL E AMBIENTAL
O alimento orgânico não é, na realidade, mais caro que o alimento convencional se consideramos que, indiretamente, estaremos reduzindo:
1) Gastos com MÉDICOS e MEDICAMENTOS
2) CUSTOS com a recuperação ambiental.
10) CIDADANIA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
Consumindo orgânicos, estamos exercitando nosso papel social, contribuindo com a conservação e preservação do meio ambiente e apoiando causas sociais relacionadas com a proteção do trabalhador e com a eliminação da mão-de-obra infantil.
Maiores Informações: http://www.prefiraorganicos.com.br/
Vale a pena pagar mais por certos orgânicos?
Os adeptos da culinária saudável já estão cansados de saber dos benefícios dos alimentos orgânicos, infelizmente, investir 100% nesse tipo de frutas, legumes, folhas e até sucos e carnes ainda custa caro e é privilégio de poucos.
Pensando nisso, conversamos com especialistas para garimpar alguns itens nesse universo orgânico e saber exatamente por quais deles e em que situações realmente vale a pena se pagar mais em nome da saúde.
Um bom começo para começar a mudar os hábitos à mesa, sem pesar muito no bolso, seria substituir os campeões em agrotóxicos por suas versões orgânicas. Não é à toa. De acordo com a nutróloga Lívia Zimmermann, o consumo diário dessas substâncias nocivas pode intoxicar o organismo, criando um "ambiente" propício ao desenvolvimento de doenças - desde alergias até o câncer a longo prazo. "Há, inclusive, estudos que sugerem que os aditivos químicos, principalmente os corantes encontrados em alimentos industrializados, podem ter relação até com distúrbios psicológicos", alerta Lívia, membro da diretoria da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).
Reveja sua lista de supermercado
Comer uma salada de tomates, hoje, pode ser uma aventura e tanto, graças ao nível de contaminação dessa fruta - que aparece nas feiras e sacolões cada vez maior e mais vermelha (como um típico efeito do uso de agrotóxicos). "A dona de casa mais atenta pode observar uma película meio esbranquiçada na casca do tomate. É o sinal da presença dos aditivos químicos", explica a nutróloga Lívia Zimmermann.
Trocar o tomate convencional pelo orgânico, portanto, pode valer a pena, especialmente no prato das crianças. Sabe-se que os efeitos dos agrotóxicos são cumulativos - por isso, de acordo com os especialistas, o quanto antes barrarmos boa parte desse contato, melhor.
O tomate é o vilão maior, mas entre os reis da contaminação ainda estão o morango, a melancia, o melão, a abóbora, enfim as frutas rasteiras, além do mamão e das verduras (legumes e folhas). No geral, nos cultivos tradicionais, esses alimentos recebem uma quantidade grande de químicos, por serem mais suscetíveis à ação de pragas, como as ervas daninhas.
Segundo Fernanda Pisciolaro, nutricionista Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), os cuidados devem ser redobrados com alimentos que se come com a casca e com aqueles que não têm casca (a exemplo do morango). Nem as carnes vermelhas escapam dos alimentos que merecem atenção (e que poderiam ser substituídos por sua versão orgânica). Os hormônios de crescimento e antibióticos usados na criação bovina podem causar prejuízos ao organismo. Isso não ocorre com a carne orgânica, resultado de um gado criado em pasto orgânico, com alimentação orgânica e sem o uso de remédios alopáticos.
Ganhos na qualidade e no sabor
"O agrotóxico deixa o morango com gosto de acetona. A fruta orgânica é bem diferente, muito mais saborosa", completa Raquel Diniz, coordenadora do Instituto Akatu, uma organização não-governamental que busca estimular o consumo consciente e sustentável.
José Pedro Santiago e Alexandre Harkaly, diretores da associação de certificação de orgânicos, o Instituto Biodinâmico (IBD), garantem que os alimentos orgânicos contêm uma concentração mais elevada de nutrientes. Para confirmar o que dizem, eles lembram de 41 estudos científicos divulgados, em 2005, pela Soil Association, da Inglaterra, que atestavam uma presença maior de vitamina C, magnésio e fósforo nos orgânicos.
"A laranja, por exemplo, contém 12% mais vitamina C e menos resíduos de nitratos em relação à convencional", comenta José Pedro. Essa maior concentração de nutrientes, segundo o especialista, pode ser vista também no leite orgânico, que apresenta maior quantidade de cálcio e vitaminas.
Reconheça um alimento orgânico
Para ser considerado orgânico, o alimento deve seguir alguns padrões essenciais de plantio e colheita. De início, nada de agrotóxicos ou agentes químicos, como os pesticidas, para "reforçar" a terra e evitar pragas e ervas daninhas.
Normalmente, os produtos vendidos em supermercados apresentam um selo de certificação, desde que tenham, no mínimo, 95% de ingredientes orgânicos. "Para certificar um produto, seguimos diretrizes que vão da produção primária à industrialização, armazenamento e transporte do produto. Além de questões de conservação do solo", afirma Alexandre Harkaly, diretor do IBD. O selo vale tanto para frutas e vegetais, quanto para laticínios e carnes.
Mas, se você tem o hábito de freqüentar feiras ou sacolões e mercadinhos próximos da sua casa, vai uma dica: alimentos orgânicos tendem a ter um aspecto mais feio. Isso reflete tanto no tamanho da fruta, quanto na coloração. Portanto, se você não quer abrir mão dos tomates "vermelhões" e gigantes, porém cheios de agrotóxicos, nem passe perto das prateleiras orgânicas. Ali, a fruta é menor e de um vermelho mais discreto.
Fonte: Redação Terra
Serviços:
Alexandre Harkaly - diretor do IBD (Associação de Certificação Instituto Biodinâmico)
www.ibd.com.br
Fernanda Pisciolaro - nutricionista, membro da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica)
www.abeso.org.br
José Pedro Santiago - diretor do IBD (Associação de Certificação Instituto Biodinâmico)
www.ibd.com.br
Lívia Zimmermann - nutróloga, membro da diretoria da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia)
www.abran.org.br
Raquel Diniz - coordenadora do Instituto Akatu
www.akatu.org
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Dr. Frederico Lobo
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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Multivitamínicos podem perturbar o sono, indicam estudos
Por Anahad O'Connor do The New York Times
Cientistas descobriram um índice levemente maior de sono insuficiente ou interrompido em pessoas que tomavam suplementos multivitamínicos
Milhões de americanos tomam suplementos multivitamínicos todos os dias, na esperança de obter vários tipos de benefícios para a saúde. Mas quando se trata de uma boa noite de sono, será que essas pílulas podem prestar um desserviço?
Ao longo dos anos, relatos sugeriram isso. Alguns usuários alegam que esses suplementos reduzem seu sono e levam a despertar mais frequente no meio da noite. Em um estudo realizado em 2007, pesquisadores recrutaram centenas de participantes e investigaram seus hábitos de sono - incluindo seu uso de vitaminas e medicações -, e então pediram que eles mantivessem um "diário do sono" por duas semanas.
Após controlar fatores como gênero, idade e outras variáveis, os cientistas descobriram um índice levemente maior de sono insuficiente ou interrompido em pessoas que tomavam suplementos multivitamínicos. Mas por terem encontrado apenas uma associação, eles não puderam excluir a possibilidade de que as pessoas com sono mais pobre simplesmente são as com maior tendência a buscar os multivitamínicos.
Se há um efeito, o problema é separar os efeitos das vitaminas individuais. Há alguma evidência de que a vitamina B produz alguma consequência. Alguns estudos mostram que ingerir vitamina B6 antes de ir para a cama pode levar a sonhos muito vívidos, o que pode acordar as pessoas. A B6 ajuda o corpo a converter triptofano em serotonina, um hormônio que afeta o sono. Outros estudos mostram que a vitamina B12 pode afetar os níveis de melatonina, promovendo a vigília.
Para aqueles que suspeitam que seus suplementos multivitamínicos podem estar abreviando seu sono, a melhor solução pode ser simplesmente tomar as pílulas pela manhã, ou pelo menos algumas horas antes de ir para a cama.
Sendo assim, há evidências de que suplementos multivitamínicos podem perturbar o sono noturno.
FONTE: http://tinyurl.com/348no8l
Cientistas descobriram um índice levemente maior de sono insuficiente ou interrompido em pessoas que tomavam suplementos multivitamínicos
Milhões de americanos tomam suplementos multivitamínicos todos os dias, na esperança de obter vários tipos de benefícios para a saúde. Mas quando se trata de uma boa noite de sono, será que essas pílulas podem prestar um desserviço?
Ao longo dos anos, relatos sugeriram isso. Alguns usuários alegam que esses suplementos reduzem seu sono e levam a despertar mais frequente no meio da noite. Em um estudo realizado em 2007, pesquisadores recrutaram centenas de participantes e investigaram seus hábitos de sono - incluindo seu uso de vitaminas e medicações -, e então pediram que eles mantivessem um "diário do sono" por duas semanas.
Após controlar fatores como gênero, idade e outras variáveis, os cientistas descobriram um índice levemente maior de sono insuficiente ou interrompido em pessoas que tomavam suplementos multivitamínicos. Mas por terem encontrado apenas uma associação, eles não puderam excluir a possibilidade de que as pessoas com sono mais pobre simplesmente são as com maior tendência a buscar os multivitamínicos.
Se há um efeito, o problema é separar os efeitos das vitaminas individuais. Há alguma evidência de que a vitamina B produz alguma consequência. Alguns estudos mostram que ingerir vitamina B6 antes de ir para a cama pode levar a sonhos muito vívidos, o que pode acordar as pessoas. A B6 ajuda o corpo a converter triptofano em serotonina, um hormônio que afeta o sono. Outros estudos mostram que a vitamina B12 pode afetar os níveis de melatonina, promovendo a vigília.
Para aqueles que suspeitam que seus suplementos multivitamínicos podem estar abreviando seu sono, a melhor solução pode ser simplesmente tomar as pílulas pela manhã, ou pelo menos algumas horas antes de ir para a cama.
Sendo assim, há evidências de que suplementos multivitamínicos podem perturbar o sono noturno.
FONTE: http://tinyurl.com/348no8l
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Dr. Frederico Lobo
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