quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Contaminação ambiental e grávidas

Segundo um estudo feito pela Universidade da Califórnia (UCLA) e divulgado semana passada pelo Instituto Nacional de Ciências de Saúde Ambiental dos Estados Unidos, a grande maioria das mulheres grávidas possuem no organismo substâncias químicas potencialmente danosas para a própria saúde e do concepto.

Background: O estudo avaliou dados de monitorização do National Health and Nutritional Examination Survey (NHANES) para caracterizar tanto exposição individual ou múltipla em gestantes americanas.

Metodologia: O estudo utilizou 268 gestantes (no período de 2003-2004) e avaliou 163 analitos químicos em 12 classes quimicas. Para cada analito quimico, foi calculado descritivo estatístico. Os autores calcularam o numero de produtos quimicos detectados dentro das classes químicas de:
  1. Éteres difenil polibromados (PBDEs): PBB-153; PBDE-17; PBDE-28; PBDE-47; PBDE-66; PBDE-85; PBDE-99; PBDE-100; PBDE-153; BDE-154; PBDE-183. O que eles fazem: PBDEs são um grupo de químicos utilizados como anti-inflamáveis, o que significa que eles reduzem a possibilidade de um material pegar fogo ou diminuem a velocidade da queima. Onde são encontrados: PBDEs são encontrados em TVs, computadores, insulação de cabos e espuma de móveis. Ao longo do tempo, TVs e outros produtos liberam PBDEs que se acumula na poeira. Mais de 56 milhões de PBDEs são produzidos anualmente no mundo e eles não se desintegram facilmente. Como estamos expostos: Engolir poeira contaminada com PBDE e o contato com essa poeira são as duas principais rotas do químico para nosso corpo, eles depois se acumulam no tecido adiposo. Podemos também nos expor pela comida ou água. Bebês recém-nascidos que são amamentados estão expostos aos PBDEs pelo leite da mãe e possuem uma exposição maís alta comparada ao seu peso, seguida de bebês e crianças pequenas de acordo com dados do Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (Centers for Disease Control and Prevention). Níveis em humanos têm crescido rapidamente desde que os PBDEs foram introduzidos nas décadas de 1960 e 1970. Efeitos na saúde: PBDEs acumulam no corpo. Testes toxicológicos mostram que o PBDEs podem danificar o fígado e os rins e afetar o cérebro e o comportamento, de acordo com o EPA. Regulamentação nos Estados Unidos: Em dezembro o EPA classificou os PBDEs como “químicos preocupantes”. O que você pode fazer para diminuir sua exposição: Evite comprar produtos que sejam anti-inflamáveis e não deixe poeira acumular em sua casa.
  2. Compostos perfluorados (PFCs): Perfluorooctanoic acid (PFOA); Perfluorooctane sulfonic acid (PFOS); Perfluorohexane sulfonic acid (PFHxS); 2-(n-Ethyl-perfluorooctane sulfonamido) acetic acid (Et-PFOSA-AcOH); 2-(n-Methyl- perfluorooctane sulfonamido) acetate (Me-PFOSA-AcOH); Perfluorodecanoic acid (PFDeA); Perfluorobutane sulfonic acid (PFBuS); Perfluoroheptanoic acid (PFHpA); Perfluorononanoic acid (PFNA); Perfluorooctane sulfonamide (PFOSA); Perfluoroundecanoic acid (PFUA); Perfluorododecanoic acid (PFDoA).  O que faz: O PFOA é usado na produção de Teflon e milhares de outros produtos não aderentes e resistentes a manchas e à água. Onde é encontrado: O PFOA está presente no Teflon e em outros revestimentos não aderentes e resistentes a manchas ou à água. Esses revestimentos são usados em equipamentos culinários, roupas resistentes à água, móveis, carpetes e milhares de outras aplicações industriais. O PFOA também pode se formar na quebra ou degradação desses produtos. Como estamos expostos: Respirando ar contaminado e comendo bebidas e alimentos contaminados. Alguns pesquisadores afirmam que panelas não aderentes soltam vapores de PFOA que contaminam a comida preparada. Efeitos na saúde: Quase todas as pessoas possuem PFOA em seu sangue. O PFOA causa câncer e problemas de desenvolvimento em animais de laboratório. O EPA concluiu em sua pesquisa que o PFOA provavelmente é carcinogênico mas as pesquisas não foram suficientes para determinar seu potencial carcinogênico em humanos. Regulamentação nos Estados Unidos: O PFOA é considerado um “químico preocupante”pelo EPA. O que você pode fazer para diminuir sua exposição: O EPA não recomenda nenhuma ação para diminuir a exposição ao PFOA. Você pode reduzir sua exposição usando panelas de aço inox ou ferro. Caso utilize panelas não aderentes, não as esquente demasiadamente, pois podem liberar gases tóxicos.
  3. Bifenilo policlorados (PCBs): PCB-28;PCB-44;PCB-49;PCB-52;PCB-66;PCB-74;PCB-81;PCB-87;PCB-99;PCB-101;PCB-105;PCB-110;PCB-118;PCB-126;PCB-128;PCB-138;PCB-146;PCB-149;PCB-151;PCB-153;PCB-156;PCB-157;PCB-167;PCB-169;PCB-170;PCB-172;PCB-177;PCB-178;PCB-180;PCB-183;PCB-187;PCB-189;PCB-194;PCB-195;PCB-196;PCB-199;PCB-203;PCB-206;PCB-209
  4. Dioxinasfuranos policlorados: 1,2,3,7,8-Pentachlorodibenzo-ρ-dioxin (PeCDD); 1,2,3,4,7,8-Hexachlorodibenzo-ρ-dioxin (HxCDD); 1,2,3,6,7,8-Hexachlorodibenzo-ρ-dioxin (HxCDD); 1,2,3,7,8,9-Hexachlorodibenzo-ρ-dioxin (HxCDD); 1,2,3,4,6,7,8-Heptachlororodibenzo-ρ-dioxin (HpCDD); 1,2,3,4,6,7,8,9-Octachlorodibenzo-ρ-dioxin(OCDD); 2,3,7,8-Tetrachlorodienzo-ρ-dioxin (TCDD); 2,3,7,8,-Tetrachlorodibenzofuran (TCDF); 1,2,3,7,8-Pentachlorodibenzofuran (PeCDF); 2,3,4,7,8-Pentachlorodibenzofuran (PeCDF); 1,2,3,4,7,8-Hexachlorodibenzofuran (HxCDF); 1,2,3,6,7,8-Hexachlorodibenzofuran (HxCDF); 1,2,3,7,8,9-Hexachlorodibenzofuran (HxCDF); 2,3,4,6,7,8-Hexchlorodibenzofuran (HxCDF); 1,2,3,4,6,7,8-Heptachlorodibenzofuran (HpCDF); 1,2,3,4,7,8,9-Heptachlorodibenzofuran (HpCDF); 1,2,3,4,6,7,8,9-Octachlorodibenzofuran (OCDF)
  5. Pesticidas organoclorados: Aldrin e Dieldrin; Oxychlordane; Heptachlor epoxide; trans-Nonachlor; Dichlorodiphenyltrichloroethane (DDT); p,p’ - Dichlorodiphenyltrichloroethane (DDT); p,p’ - Dichlorodiphenyldichloroethene (DDE); o,p’ - Dichlorodiphenyltrichloroethene; Endrin; Hexachlorobenzene; beta- Hexachlorocyclohexane; gamma- Hexachlorocyclohexane (Lindane); Mirex.
  6. Pesticidas organofosforados: Dimethylphosphate (DMP); Diethylphosphate (DEP); Dimethylthiophosphate (DMTP); Diethylthiophosphate (DETP); Dimethyldithiophosphate (DMDTP); Diethyldithiophosphate (DEDTP).
  7. Fenóis ambientais: Bisphenol-A; Triclosan; Benzophenone-3; 4-tert-Octylphenol
  8. Ftalatos:  Mono-benzyl phthalate (MBzP); Mono-isobutyl phthalate (MiBP); Mono-n-butyl phthalate (MnBP); Mono-cyclohexyl phthalate (MCHP); Mono-ethyl phthalate (MEP); Mono-2-ethylhexyl phthalate (MEHP); Mono-(2-ethyl-5-hydroxyhexyl) phthalate (MEHHP); Mono-(2-ethyl-5-oxohexyl) phthalate (MEOHP); Mono-(2-ethyl-5-carboxypentyl) phthalate (MECPP); Mono-isononyl phthalate (MiNP); Mono-methyl phthalate (MMP);  Mono-(3-carboxypropyl) phthalate (MCPP); Mono-n-octyl phthalate (MOP).  O que eles fazem: Essa família de químicos torna o plástico mais maleável. Eles também são usados como conectores de químicos. Onde são encontrados: Xampus, condicionadores, sprays de cabelo, perfumes, colônias, sabão, esmalte de unha, cortinas de plástico de banheiro, cânulas médicas, bolsa para administração intravenosa, pisos de vinil, papéis de parede, embalagens alimentares e revestimento externo de capsulas programadas farmacêuticas. Como estamos expostos: Ftalatos são absorvidos pela no uso de produtos de higiene pessoal, ingerido em medicamentos, alimentos, água e poeira. Recém-nascidos podem ser expostos através do uso de xampus, loções e talcos. Fetos podem ser expostos ainda na barriga. Virtualmente todos estão expostos aos ftalatos. Efeitos na saúde: Um novo estudo feito pelo Mount Sinai Center for Children’s Environmental Health and Disease Prevention Research revelou uma associação estatística entre a exposição pré-natal de ftalatos e a incidência de ADHD – Transtorno do déficit de Atenção/Hiperatividade anos depois. Ftalatos são considerados interferentes endócrinos e estudos também revelaram uma associação estatística entre a exposição aos ftalatos e o desenvolvimento sexual masculino. Pesquisas também observaram que os ftalatos interferem no desenvolvimento reprodutivo em animais do sexo masculino em laboratório. Regulamentação nos Estados Unidos: Ftalatos estão na lista de “químicos preocupantes”do EPA. O FDA permite o uso de ftalatos em embalagens alimentares. O governo americano proibiu no ano passado o uso de 6 ftalatos na fabricação de brinquedos e produtos infantis. O que você pode fazer para diminuir sua exposição: Evite xampus, condicionadores e outros produtos de higiene pessoal que listem “fragrância”como um ingrediente. Elas podem conter ftalatos. (Empresas não precisam divulgar o ingrediente das fragrâncias e a indústria afirma que esse ftalato é seguro.) O governo americano recentemente eliminou uma fonte de exposição ao proibir a venda de brinquedos que contenham qualquer um dos 6 ftalatos.
  9. Compostos orgânicos voláteis (VOCs): Benzene; Chlorobenzene; 1,2-Dichlorobenzene; 1,3-Dichlorobenzene; 1,4-Dichlorobenzene; 1,2-Dibromo-3-chloropropane; 2,5-Dimethylfuran; Ethylbenzene; Dichloromethane (Methylene chloride); Trichloroethene; Tetrachloroethene; Dibromomethane; 1,1-Dichloroethane; 1,2-Dichloroethane; 1,1-Dichloroethene; cis-1,2-Dichloroethene; trans-1,2-Dichloroethene; 1,2-Dichloropropane ; 1,1,1-Trichloroethane; 1,1,2-Trichloroethane; 1,1,2,2-Tetrachloroethane; Tetrachloromethane (Carbon tetrachloride); Hexachloroethane; Methyl tert-butyl ether (MTBE); Nitrobenezene; Styrene; Toluene; o-Xylene; m- and p-Xylene; Bromodichloromethane; Dibromochloromethane; Tribromomethane (bromoform); Trichloromethane (chloroform). Os Compostos Orgânicos Voláteis (COVs) podem ser definidos como todos os compostos contendo carbono e que  participam de reações fotoquímicas na atmosfera, excluindo carbono elementar, monóxido e dióxido de carbono dentre outros. Estes compostos constituem uma classe de poluentes do ar emitidos na atmosfera predominantemente pela frota veicular (combustão de combustíveis fósseis e perdas evaporativas) e por processos industriais. Ultimamente, os COVs vêm sendo mais estudados devido aos problemas que podem acarretar ao meio ambiente, dentre os quais destacam-se a toxicidade intrínseca que alguns desses compostos apresentam aos seres vivos, além de outros prejuízos oriundos da formação fotoquímica de substâncias oxidantes.
  10. Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos: 2-Hydroxyfluorene; 3-Hydroxyfluorene; 9-Hydroxyfluorene; 1-Naphthol; 2-Naphthol; 1-Hydroxyphenanthrene; 2-Hydroxyphenanthrene; 3-Hydroxyphenanthrene; 4-Hydroxyphenanthrene; 1-Hydroxypyrene. Tem ação cancerígena bem estabelecida,nefrotoxicidade in vitro, imunotoxicidade, cardiotoxicidade (lesão endotelial), infertilidade.
  11. Cotinine
  12. Perclorato
  13. Metais: Cádmio, Chumbo e mercúrio
Foi comparado as concentrações do analito quimico para grávidas e não grávidas usando métodos estatísticos, ajustando para covariantes demográficas e fisiológicas. O percentual de mulheres grávidas com níveis detectáveis de um ou mais pesticidas variaram de 0 a 100%. 
Alguns Bifenilo policlorados (PCBs), Pesticidas organoclorados e fosforados, Compostos perfluorados (PFCs, Fenóis ambientais (Bisfenol-A,Triclosan; Benzophenone-3; 4-tert-Octylphenol), Éteres difenil polibromados (PBDEs); Fftalatos, Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos e Percloratos foram detectados em 99 a 100% das mulheres grávidas.




























BPA – BISFENOL-A

O que faz: BPA é um polimero usado na fabricação de plástico policarbonato, leve, transparente, resistente ao calor e quase inquebrável. É também usado em resinas epoxy.
Onde é encontrado: Garrafas de água, mamadeiras, embalagens plásticas para acondicionamento de alimentos reutilizáveis, talheres plásticos, copos infantis, revestimento interno (resina epóxi) em latas, tampas de jarras, CDs, equipamentos elétricos e eletrônicos e seladores dentais.
Como estamos expostos: Ao consumir alimentos ou bebidas acondicionadas em embalagens que contenham BPA. Crianças e bebês também podem se expor no contato com materiais que contenham BPA pela mão e depois a boca. O BPA também migra de seladores dentais em bocas de pacientes. Fetos são expostos já na barriga da mãe. Quase todos já se expos alguma vez na vida. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças no Estados Unidos encontrou BPA na urina de 93% das pessoas testadas.
Efeitos na saúde: O Conselho Americano da Indústria Química (American Chemistry Council), afirma que a exposição é tão baixa que não prejudica a saúde. Um estudo de 5 anos promovido pela organização Kaiser Permanente com trabalhadores chineses revelou a associação de altas doses de exposição ao BPA à redução na atividade sexual de homens. Essa pesquisa, juntamente com estudos recentes, sugere que o BPA é um potencial cancerígeno que atua como o estrogênio, hormônio feminino e interfere no extremamente delicado sistema endócrino. De acordo com o FDA (Food and Drug Administration), esses estudos sugerem que o BPA pode afetar o cérebro, o comportamento e a glândula da próstata em fetos, bebês e crianças.
Regulamentação nos Estados Unidos: O BPA foi declarado recentemente como um químico preocupante, uma das cinco substâncias que a agência está focando para obter maiores esclarecimentos e possivelmente uma regulamentação mais rígida. (As outras substâncias são: ftalatos, parafinas cloradas de cadeia curta, PBDEs e químicos perfluorados incluindo o PFOA). O FDA permite o uso do BPA em embalagens alimentares
O que você pode fazer para diminuir sua exposição: Compre embalagens e garrafas reutilizáveis para acondicionar alimentos e líquidos de aço inox e vidro. Se preferir o plástico, olhe o número de reciclagem na parte posterior do produto. Se ele tem o número 7, assuma que tem BPA, a não ser que esteja explicitamente dizendo que é BPA fere. Consuma alimentos congelados ou frescos ao invés de enlatados. Outras precauções incluem não esquentar no microondas ou colocar alimentos e bebidas quentes em embalagens plásticas e descartar mamadeiras e copos infantis de plástico que estejam arranhados.














O número médio de agentes quimicos detectados variaram de 4 a 9. Foi encontrado que geralmente as gestantes tinham níveis similares ou menores que as não-grávidas. Ajuste para covariantes tenderam a aumentar o nivel de mulheres grávidas comparados a não-grávidas.

Com relação ao metais tóxicos:







































Conclusão: O estudo conclui que da amostragem de 268 mulheres grávidas, 99% estavam expostas a diversos agentes químicos, tais como o mercúrio, cádmio e chumbo, metais pesados que podem atravessar a placenta e atingir o feto. Muitas das substâncias químicas presentes no sangue e na urina das gestantes estão associadas a múltiplas patologias (alterações neurológicas, infertilidade, disrupção endócrina, câncer). O que torna a situação mais preocupante é saber que muitas dessas substâncias já foram banidas há décadas no USA (como o DDT, um pesticida organoclorado) o que demonstra seu efeito acumulativo no ecossistema. Os responsáveis pelo estudo encontraram as mesmas substâncias químicas no corpo das não-grávidas, mas advertiram que os riscos são maiores entre as gestantes, pela possibilidade de os poluentes interferirem no desenvolvimento do feto.

Devido aos efeitos tóxicos que ainda não está bem estabelecidos, o diretor do estudo, Tracey Woodruff, aconselha que a população (principalmente as gestantes) tome medidas especiais para reduzir ao máximo a presença dessas substâncias.

1) Optar por produtos orgânicos;
2) Limpar (tirar o pó) a casa frequentemente evitando exposição a produtos químicos;
3) Lavar bem as mãos antes de comer;
4) Escolher os produtos de higiene que contenham menos ingredientes tóxicos;
5) Substituir talhes de alumínio pelos de aço inox;
6) Evitar utilizar plásticos, optanto sempre que possível por utensílios de vidro
7) Evitar aquecer recipientes plásticos

As gestantes devem cumprir também as recomendações de uma dieta saudável, como não fumar e não consumir álcool durante os nove meses.

Artigo: Environmental Chemicals in Pregnant Women in the US: NHANES 2003-2004
Autores: Woodruff TJ, Zota AR, Schwartz JM
Periódico: Environ Health Perspect
Data: Janeiro/2011

Fontes:
1) http://www.naturalnews.com/031033_toxic_chemicals_pregnant_women.html
2) http://ehp03.niehs.nih.gov/article/fetchArticle.action?articleURI=info%3Adoi%2F10.1289%2Fehp.1002727
3) http://edition.cnn.com/2010/HEALTH/05/31/chemical.dangers/?hpt=Sbin



terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Consumo de frutas e vegetais está associado com menores taxas de câncer de pulmão

Tava relendo alguns artigos que baixei ano passado e tem um bastante interessante sobre alimentação e risco de câncer de pulmão.  É um artigo que foi publicado numa renomada revista de oncologia a Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. O artigo me faz lembrar uma frase que um professor disse há um tempo: "Nenhuma vitamina sintética supera a natural, nenhuma cápsula substitui de forma eficiente uma alimentação saudável e bons hábitos de vida".

Consumo de frutas e vegetais está associado com menores taxas de câncer de pulmão
Fundamentos:  Nós investigamos se um consumo variado de vegetais e frutas é associado com risco mais baixo de câncer de pulmão no European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition study.

Métodos: Após um seguimento médio de 8,7 anos, 1.613 dos 452.187 participantes com informação incompleta foram diagnosticados com câncer de pulmão. Escores de diversidade de dieta foram usados para quantificar a variedade no consumo de frutas e vegetais. Modelos de riscos multivariáveis e proporcionais foram usados para descrever as associações entre DDS e risco de câncer de pulmão. Todos os modelos foram ajustados para fumo e para o consumo total de frutas e vegetais.

Resultados:  Com aumento na variedade em subgrupos de vegetais o risco de câncer de pulmão diminui [hazard ratios (HR), 0,77; 95% intervalo de confiança (CI), 0,64-0,94 mais alto versus o mais baixo quartil; P = 0,02]. Essa associação inversa é restrita a fumantes (HR, 0,73; 95% CI, 0,57-0,93 mais alto versus o mais baixo quartil; P = 0,03). Em análises contínuas em fumantes os menores riscos foram observados em carcinomas de células escamosas com mais variedades em frutas e vegetais combinados (HR/dois produtos, 0,88; 95% IC, 0,82-0,95), subgrupos vegetais (HR/subgrupo, 0,88; 95% CI, 0,79-0,97), produtos vegetais (HR/dois produtos, 0,87; 95% CI, 0,79-0,96), e frutas (HR/dois produtos, 0,84; 95% CI, 0,72-0,97).

Conclusão: Variedade no consumo de vegetais foi inversamente associado com risco de câncer de pulmão entre fumantes. O risco de carcinomas de células escamosas foi reduzido com o aumento da variedade no consume de frutas e/ou vegetais, que foi incentivada principalmente pelo efeito em fumantes.

Impacto: Independentemente da quantidade do consumo, a variedade no consumo de frutas e vegetais pode diminuir o risco de câncer de pulmão.


Artigo: Variety in fruit and vegetable consumption and the risk of lung cancer in the European prospective investigation into cancer and nutrition.
Autores: Büchner FL, et al.
Periódico: Cancer Epidemiol Biomarkers Prev.
Data: Setembro/2010

Fonte: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20807832

Estudo da Universidade Estadual de IOWA informa que o Aquecimento Global pode aumentar a violência

Uma nova pesquisa da IOWA State University defende que o aumento da temperatura média do planeta pode também “esquentar” o problema da violência.

“Quando as pessoas ficam “quentes”, elas agem de forma mais agressiva. Este fenômeno foi exaustivamente estudado e eu o chamo de Hipótese do calor“ Diz Craig Anderson

De co-autoria de Craig Anderson, professor emérito de psicologia e diretor do centro do estado de Iowa para o Estudo da Violência e Matt DeLisi, professor de sociologia e diretor do programa ISU de justiça penal, o trabalho foi apresentado por Anderson na semana passada em Sydney (Austrália) no Simpósio de Psicologia Social.

Os pesquisadores cruzaram os dados da temperatura média dos Estados Unidos e o número de crimes violentos ocorridos entre 1950 e 2008. Os pesquisadores estimam que se a temperatura aumentar 4.4°C aocorrência de assaltos e assassinatos irá subir para 34 ocorrências em um grupo de 100.000 habitantes,ou seja um aumento de 100.000 ocorrências por ano em uma população de 305 milhões.

O estudo também relata que um dos efeitos mais catastróficos da mudança climática será a escassez de alimentos e a consequente subnutrição e a insegurança alimentar que aumentará a agressividade de indivíduos propensos à violência

A mudança rápida do clima pode levar a mudanças na disponibilidade de alimentos, água, abrigo e outras necessidades da vida, essa escassez também pode levar à guerra civil,instabilidade, a migração e até ao genocídio e guerras.

Anderson cita um relatório da Onu: “Sempre que houve um desastre ecológico, as mulheres e as crianças tendem a ser os mais vitimados em termos de violência. O raciocínio é que as mulheres, na maioria das culturas de subsistência, muitas vezes são responsáveis pela a alimentação e os filhos, e então elas não podem simplesmente fazer as malas e sair. E assim, eles ficam vulneráveis a ações violentas”

Artigo completo: http://www.news.iastate.edu/news/2010/mar/violentclimate

Fonte: http://www.coletivoverde.com.br/estudo-da-universidade-estadual-de-iowa-informa-que-aquecimento-global-pode-aumentar-a-violencia/

Cientistas descobrem que o clima altera a qualidade do leite

Segundo um novo estudo britânico, verões mais frescos e úmidos têm um efeito negativo sobre o leite. A pesquisa descobriu que o leite coletado durante um verão fresco e o inverno seguinte apresentou maior teor de gordura saturada e menos ácidos graxos do que em um ano mais quente.

Baixos níveis dos benefícios ômega-3 e ácidos graxos poliinsaturados foram descobertos em algumas marcas de leite comum. As amostras também mostraram evidências de que as vacas são suplementadas com um produto de gorduras saturadas derivado de óleo de palma.

Uma solução, embora obviamente cara, é mudar para o chamado leite orgânico. Os pesquisadores descobriram que o leite orgânico apresenta maiores teores de ácidos graxos nutricionalmente vantajosos, independentemente da época do ano ou das condições meteorológicas.

Apesar de proteínas, antioxidantes, vitaminas, minerais e alguns e ácidos graxos no leite serem considerados benéficos, os pesquisadores acreditam que os ácidos graxos saturados têm um efeito negativo sobre a saúde humana. O leite orgânico pode cortar as gorduras saturadas em 30 a 50% e ainda obter a mesma ingestão de ácidos benéficos.

Os resultados do estudo mostram uma ligação surpreendente entre a qualidade do leite e o nosso clima atualmente em mudança. Os pesquisadores analisaram a qualidade do leite nos supermercados em diferentes épocas do ano, durante um período de dois anos.

Eles concluíram que as marcas de leite orgânico disponíveis nos supermercados são mais elevadas em ácidos gordos benéficos tanto no inverno quanto no verão. Mas notaram uma diferença entre o leite comprado no primeiro período de amostragem (julho de 2006 e janeiro de 2007) e nos tempos correspondentes de um ano depois.

O segundo conjunto de amostras, após um verão particularmente úmido em 2007, foi superior em gorduras saturadas e inferior em ácidos gordos benéficos. No nordeste da Inglaterra, por exemplo, o verão de 2007 foi particularmente chuvoso, com cerca de 30% mais pluviosidade e 12% temperaturas mais baixas em comparação com 2006.

Se esses padrões climáticos continuarem, os pesquisadores acreditam que os agricultores terão que se adaptar para manter a qualidade atual do leite. Os níveis mais elevados de gorduras benéficas no leite orgânico mais do que compensaria a depressão provocada por condições climáticas relativamente pobres em ano mais molhados. [Science2.0]

Fonte: http://hypescience.com/cientistas-descobrem-que-o-clima-altera-a-qualidade-do-leite/ baseado em: http://www.science20.com/news_articles/global_warming_means_better_milk-75418

Cápsula de óleo reduz sintomas de TPM

Um aliado para atenuar os sintomas da TPM (tensão pré-menstrual) agora tem comprovação científica. Cápsulas de ácidos graxos essenciais, substâncias da classe das gorduras, podem diminuir cefaléia, dores no seio, inchaço e irritabilidade. É o que aponta um estudo feito por pesquisadores da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e publicado no "Reproductive Health".

As substâncias já eram indicadas há anos para mulheres com TPM, mas, segundo médicos ouvidos pela Folha, sua eficácia não tinha sido provada por estudos confiáveis.

Foram avaliadas 120 mulheres de 16 a 49 anos que, durante seis meses, tomaram pílulas de 1 g ou 2 g de ácidos graxos (como óleo linoleico (ômefga 6), ácido oleico (Ômega 9) e outros ácidos graxos poli-insaturados) ou placebo, com óleo mineral.

Elas foram divididas em grupos de forma aleatória e não sabiam se tomavam as pílulas de óleo ou placebo.
Nesse período, elas tomaram as pílulas por 15 dias a partir da metade do ciclo e preenchiam, diariamente, uma lista com sintomas, aos quais atribuíam notas.

As notas foram comparadas após três meses e, depois, após seis meses do início do teste. Quem tomou a pílula de ácidos graxos teve uma redução nos sintomas físicos e emocionais da TPM.

Os valores foram comparados a uma nota padrão (99). No grupo que tomou a cápsula de 1 g, as notas atribuídas à gravidade dos sintomas foram 58 no terceiro mês e 35 no sexto mês.
O grupo de 2 g relatou melhora ainda mais expressiva.

Segundo Edilberto Rocha, ginecologista do Hospital das Clínicas da UFPE e um dos autores da pesquisa, os ácidos graxos levam à formação do mediador químico prostaglandina E1. Este, por sua vez, regula a ação do hormônio prolactina, um dos responsáveis pelos sintomas da TPM.



RESSALVAS

Carlos Alberto Petta, professor de ginecologia da Unicamp, afirma que esse é um dos primeiros estudos sérios a respeito da ação dos ácidos graxos na TPM.

"A pesquisa traz uma nova luz a respeito de complementos alimentares que podem resolver os sintomas, ajudar a diminuí-los ou interagir com outros medicamentos."

Mas Petta afirma que faltam trabalhos para medir efeitos a longo prazo. "Apesar dos méritos do estudo, não acredito que o tratamento possa ser colocado na prática imediatamente e trocar os tratamentos convencionais eficazes", afirmou César Eduardo Fernandes, presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo.

As cápsulas de ácido graxo são vendidas em farmácias. No entanto, os especialistas alertam para a necessidade da consulta médica antes de tomá-las e lembram que o alívio não é imediato.
"Outras doenças podem causar sintomas semelhantes e exigir tratamentos diferentes", afirma Rocha, um dos autores do estudo.

Além disso, fatores como hereditariedade, sedentarismo e hábitos alimentares também podem estar ligados à TPM. Se a mulher tem sintomas mais leves, uma simples mudança, como reduzir a ingestão de chocolate e café, pode ajudar, diz Petta.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd1801201101.htm

Artigo: Essential fatty acids for premenstrual syndrome and their effect on prolactin and total cholesterol levels: a randomized, double blind, placebo-controlled study

Autores: Edilberto A Rocha Filho, Jose C Lima, Joao S Pinho Neto, Ulisses Montarroyos
Periódico: Reproductive Health
Data: Janeiro de 2011
Disponível completo para download em: http://www.reproductive-health-journal.com/content/pdf/1742-4755-8-2.pdf


Mais um: Agrotóxico metamidofós será banido do mercado brasileiro

O agrotóxico metamidofós só poderá ser utilizado, no Brasil, até 30 de junho de 2012. É o que determina a Resolução RDC 01/2011 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada nesta segunda-feira (17/1).

A decisão da Anvisa é fundamentada em estudos toxicológicos que apontam o metamidofós como responsável por prejuízos ao desenvolvimento embriofetal. Além disso, o produto apresenta características neurotóxicas, imunotóxicas e causa toxicidade sobre os sistemas endócrino e reprodutor, conforme referências científicas e avaliação elaborada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“Ao longo do processo de discussão com os diversos setores da sociedade sobre a retirada do produto do mercado, não foram apresentadas provas de que o produto é seguro para a saúde das pessoas”, explica o diretor da Anvisa, Agenor Álvares. O metamidofós já teve o uso banido em países como China, Paquistão, Indonésia, Japão, Costa do Marfim, Samoa e no bloco de países da Comunidade Europeia. O produto também encontra-se em processo de retirada do mercado norte-americano.

Atualmente, o referido inseticida pode ser utilizado para controle de pragas nas culturas de algodão, amendoim, batata, feijão, soja, tomate para uso industrial e trigo. O metamidofós já havia passado por reavaliação da Anvisa no ano de 2002. Na ocasião, haviam sido excluídas várias culturas agrícolas e o modo de aplicação costal, devido à não segurança do agrotóxico para os agricultores expostos.

Retirada do metamidofós

De acordo com o cronograma de retirada programada do produto do mercado brasileiro, as empresas só poderão produzir agrotóxicos com o ingrediente ativo metamidofós com base nos quantitativos históricos de comercialização de anos anteriores de cada empresa e com base nos estoques já existentes no país de matérias-primas, produtos técnicos e formulados. A comercialização destes produtos só poderá ser feita até 31 de dezembro de 2011 e a utilização, até 30 de junho de 2012. “O procedimento é aplicado para que, neste período, os agricultores substituam o metamidofós por outros inseticidas”, afirma Álvares.

De imediato, não serão autorizados novos registros de agrotóxicos à base de metamidofós, bem como não serão autorizadas novas importações do agrotóxico pelo Brasil. As deliberações finais e recomendações para retirada do metamidofós foram discutidas na Comissão de Reavaliação da qual também fizeram parte a Fiocruz, o Ministério da Agricultura e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama).

Empresas

Após o cancelamento da comercialização e utilização, as empresas fabricantes do agrotóxico deverão recolher os estoques remanescentes em distribuidores e em poder dos agricultores, no prazo máximo de 30 dias, a partir do vencimento dos respectivos prazos. Além disso, essas empresas deverão controlar a quantidade de todos os estabelecimentos comerciais e de produtores que adquirirem metamidofós, apresentando semestralmente este controle à Anvisa.

Confira aqui a integra da RDC 01/2011 da Anvisa.

Veja também a nota técnica que indicou proibição do produto no Brasil

Fonte: http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/home/!ut/p/c5/04_SB8K8xLLM9MSSzPy8xBz9CP0os3hnd0cPE3MfAwMDMydnA093Uz8z00B_AwN_Q_1wkA48Kowg8gY4gKOBvp9Hfm6qfkF2dpqjo6IiAJYj_8M!/dl3/d3/L0lDU0lKSWdra0EhIS9JTlJBQUlpQ2dBek15cUEhL1lCSlAxTkMxTktfMjd3ISEvN19DR0FINDdMMDAwNkJDMElHNU42NVFPMDg3NQ!!/?WCM_PORTLET=PC_7_CGAH47L0006BC0IG5N65QO0875_WCM&WCM_GLOBAL_CONTEXT=/wps/wcm/connect/anvisa/anvisa/sala+de+imprensa/noticias/agrotoxico+metamidofos+sera+banido+do+mercado+brasileiro


Comentário:

Segundo o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) de 2007 :
Alface: 135 amostras, 40% com metamidofós (agrotóxicos não autorizado para a cultura de alface)
Morango: 94 amostras, 43,62% continham agrotóxicos não autorizados, entre eles o Metamidofós e Endossulfan
Tomate: 123 amostras, 44,72% continham agrotóxicos não autorizados, entre eles o Metamidofós e Endossulfan

Ou seja, metamidofós estava com certeza no seu prato nos últimos anos, agindo no seu organismo, causando "lesões silenciosas" e nada foi feito. Apenas agora a Anvisa resolve bani-lo. Demorou !

Para ler mais sobre o PARA: http://www.ecologiamedica.net/2010/08/nota-tecnica-de-esclarecimento-sobre-o.html

Para entender o porquê da demora da Anvisa, leia esse post sobre Reavaliação de agrotóxicos: http://www.ecologiamedica.net/2010/12/reavaliacao-de-agrotoxicos.html

sábado, 15 de janeiro de 2011

Mulheres com síndrome do ovário policístico podem ser mais vulneráveis ao BPA

Um estudo recente aceito para publicação (março de 2011) no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism (JCEM) encontrou altos níveis de BPA em mulheres com síndrome do ovario policístico quando comparado ao grupo controle. Além disso, os pesquisadores encontraram uma associação significativa entre hormônios sexuais masculinos e BPA nessas mulheres sugerindo um potencial papel do BPA na disfunção ovariana

O BPA é um composto industrial muito comum em embalagens de alimentos e bebidas e materiais dentários.

A SOP é o distúrbio mais comum do sistema endócrino nas mulheres em idade fértil, sendo caracterizado pela secreção excessiva de andrógenos (hormônios com ação masculinizante). A síndrome aumenta o risco de obesidade, diabetes tipo 2, infertilidade e doenças cardíacas.

"Nossa pesquisa mostrou que o BPA pode ser mais prejudicial às mulheres que já apresentam desequilíbrios hormonais e alterações relacionadas à fertilidade, como os encontrados na SOP", disse Evanthia Diamanti-Kandarakis, MD, PhD, co-autor do estudo e professor da Universidade da Escola Médica de Atenas, na Grécia. "Essas mulheres devem estar alertadas para os riscos potenciais do BPA, evitando o consumo diário de alimentos ou bebidas armazenadas em recipientes de plástico"

No estudo os pesquisadores dividiram 71 mulheres com SOP e 100 indivíduos saudáveis (grupo controle) em subgrupos de acordo com a idade e composição corporal. Os níveis sangüíneos de BPAeram cerca de 60% maior nas mulheres magras com SOP e 30 por cento maior em mulheres obesas com SOP quando comparados aos controles. Além disso,  assim como os níveis de BPA mostraram-se altos, também foram detectados altas concentrações de testosterona e androstenediona.

A secreção excessiva de adrogênios, como é vista na SOP, interfere na detoxificação do BPA pelo fígado, levando ao acúmulo de BPA no sangue" disse Diamanti-Kandarakis." O BPA também afeta o metabolismo do andrógeno, criando um círculo vicioso entre andrógenos e BPA"

FONTE: http://www.healthcanal.com/female-reproductive/13756-Women-with-polycystic-ovary-syndrome-may-more-vulnerable-BPA.html

Danos genéticos são causados logo após inalação de fumo, diz estudo

Pesquisadores da Universidade de Minnesota, nos EUA, dizem ter descoberto que a fumaça do cigarro começa a causar danos genéticos minutos após a inalação das substâncias tóxicas.

Os cientistas apontam que o câncer de pulmão mata cerca de 3 mil pessoas por dia, e grande parte dessas vidas se perdem por causa do cigarro. O fumo também está ligado a outros 18 tipos de câncer.

Evidências científicas mostram que substâncias danosas presentes no tabaco, os chamados hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs), são um dos culpados pelo câncer de pulmão. Até agora, contudo, os cientistas não haviam detalhado como os HAPs causavam estragos no DNA humano.

Na experiência, os cientistas acompanharam o caminho da substância fenantreno (um tipo de HAP) em 12 voluntários fumantes. Eles descobriram que esse hidrocarboneto rapidamente forma uma substância tóxica no sangue, que estraga o DNA das células, causando mutações que podem causar câncer.

Os fumantes desenvolveram níveis máximos dessa substância em um tempo que surpreendeu os pesquisadores: entre 15 a 30 minutos aos a inalação da fumaça. Segundo os cientistas, é um efeito tão rápido que equivale a injetar a substância tóxica diretamente na corrente sanguínea.

“Os resultados reportados servem como um aviso severo a quem está considerando começar a fumar”, indicam os pesquisadores no estudo, divulgado na publicação científica “Chemical Research in Toxicology”.

Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/01/danos-geneticos-sao-causados-logo-apos-inalacao-de-fumo-diz-estudo.html?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Kefir e saúde intestinal - Nutrólogo Joinville - Nutrólogo Goiânia



O texto abaixo foi publicado na edição desse mês da revista Saúde é vital. Fala sobre o uso do Kefir, um excelente alimento que poucos ainda conhecem no nosso país. Abaixo relatarei os prós e contras, por duas óticas: médico e ex-consumidor. 

Bem, já fiz uso do de de água e tive bons resultados, mas por problemas técnicos parei de utilizá-los. Para agendar consulta para saber se deve ou não utiliza-lo, clique aqui.

Mas antes de explicar, sugiro que você me siga no instagram: @drfredericolobo para mais informações de qualidade em Nutrologia e Medicina. Lá, posto principalmente nos stories, informação de qualidade e no feed, junto com meus afilhados postamos sobre vários temas.

A praticidade dos lactobacilos manipulados (além de diversos estudos sobre as principais cepas: lactobacilos acidophilus, casei, bifidus, rhamnosus e bulgaricus) acabam superando o "trabalhoso Kefir".

Prós:
1) É de graça, acho legal essa idéia de que não se compra e nem se vende, apenas doação. Quando morava na Chapada dos veadeiros (Alto Paraíso) nas épocas de surto de diarréia eu indicava muito pra população carente e tinha bons resultados.
2) Tem uma boa quantidade de lactobacilos, diversas cepas, cerca de 30 cepas de probióticos.
3) Para os que não possuem alergia à proteína do leite de vaca e gostam de leite podem optar pelo Kefir de leite. Isso serve também para os intolerantes à lactose, já que os lactobacilos consomem a lactose, que é um carboidrato (açúcar). Acima de 24h de fermentação raramente causa sintomas nos intolerantes à lactose.
4) Por ter benefícios para a nossa saúde e ser alimento, é considerado um alimento funcional. Portanto seu uso deve ser estimulado.
5) Os grãos são praticamente "etenos" podem ser congelados e as "sementes" enviadas pelo correio.
6) Como é um laticínio, é fonte rica em cálcio, de boa biodisponibilidade. Pode ser utilizado em iogurtes, coalhadas, shakes. Pode-se até fazer queijo de Kefir (uma amiga faz e fica uma delícia).

Contras:
1) O kefir de água é um pouco ácido e pode causar "azia" em pacientes com gastrite, esofagite, refluxo. Se o paciente possui "intestino-solto" também pode ocasionar diarréias. O de kefir leite por ter cálcio também pode  piorar sintomas dispépticos. É uma queixa muito comum nos pacientes com gastrite e refluxo que indico Kefir de leite. Principalmente quando a fermentação é de 24h. Nesse caso indico a utilização de 50ml de fermentação de 12 horas, duas vezes ao dia e observar. Se tiver intolerância não utilizar.
2) Algumas pessoas consideram trabalhoso ter que "alimentá-los" diariamente (kefir de água com açúcar mascavo ; Kefir de leite com leite integral), portanto quem não permanece todos os dias em casa deixará os "grãozinhos" morrerem.
3) Risco de contaminação comum a qualquer alimento: água, açúcar e lactobacilos em frasco fora da geladeira, semi-coberto = possível contaminação.
4) Como são inúmeras cepas de probióticos presentes, elas podem interagir entre si. Se você apresenta algum problema digestivo ou intolerância alimentar (frutose, sacarose, lactose), sugiro que antes procure um médico, confirme o diagnóstico, inicie um tratamento e só posteriormente utilize kefir. É assim que tenho feito com meus pacientes com candidíase crônica, intolerância à lactose, à frutose, sacarose, síndrome do intestino irritável, diarréia crônica e constipação intestinal. Solicito os exames necessários para se fechar o diagnóstico, faço o exame clínico, instituo o tratamento, geralmente com cepas específicas de probióticos para cada caso. Somente depois que inicio o kefir conforme tolerância.

A reportagem é interessante.

Bom final de semana

Dr. Frederico Lobo - Médico - CRM-GO 13192


Quefir: basta um copo por dia

Nas nossas primeiras semanas de vida, o intestino é habitado por cerca de 500 espécies de micro-organismos que ajudam na digestão e lutam contra agentes que causam doenças. Com o envelhecimento, o estresse e a alimentação incorreta, esse exército é desfalcado e se reduz a 30 divisões, por assim dizer. Para recuperar as várias tropas de choque, no entanto, há quem aposte em uma solução: ingerir bactérias e leveduras benéficas do quefir.

Trata-se de um punhado de grãos formados por mais de 50 espécies de bichinhos pró-saúde. Eles são colocados no leite, no qual fermentam. Logo em seguida, são coados — e podem ser usados de novo porque, dizem, os micróbios se renovam sem perder suas propriedades. “Mas a bebida retém parte dos micro-organismos, que, ao serem ingeridos, repõem a flora intestinal e agem como laxantes naturais”, diz a farmacêutica Márcia Barreto Feijó, da Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro. Segundo alguns estudos, as mesmas bactérias produziriam uma espécie de açúcar capaz de estimular o sistema imunológico a fabricar substâncias para combater inflamações.

“Puro, o leite fermentado com quefir se assemelha ao iogurte natural quanto a sabor, aroma e consistência”, garante Raquel Teresinha Czamanski, pesquisadora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, em Bento Gonçalves, no interior do estado. E, à base dele, podem ser feitos queijos, vitaminas e sobremesas. Mas, segundo Márcia Feijó, não basta adicionar o quefir a qualquer leite para seus micróbios se proliferarem pra valer. De acordo com um trabalho conduzido por ela, o tipo desnatado é a melhor opção. “O número de bactérias láticas aumenta quando há um menor nível de gordura”, diz. Sem falar que essa alternativa é menos calórica, já que as variantes integrais e de soja possuem mais que o dobro de proteínas e lipídeos.

Os grãos de quefir foram descobertos na região do Cáucaso, localizada entre o Mar Negro e o Mar Cáspio, nos limites entre a Europa e a Ásia, há 4 mil anos. Suas bactérias sempre se proliferam e os grãos encontrados hoje são descendentes diretos dos originários. Não se sabe ao certo as condições climáticas que propiciaram a união de tantos micro-organismos do bem e por isso é difícil reproduzi-los em laboratório. Fora esse obstáculo, há outro motivo para o quefir ainda não ter chegado às prateleiras dos supermercados. As bactérias transferidas para o leite fermentam continuamente, produzindo gases. Imagine esse processo em um recipiente fechado por meses a fio: a embalagem se destruiria com tamanha pressão.

No entanto, uma descoberta de pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (ITP) cria esperanças de que, em breve, sua industrialização se torne realidade. “Isolamos oito microorganismos do quefir e conseguimos a estabilidade de pressão nos produtos finais”, afirma Djalma Marques, coordenador do Laboratório Nacional de Probióticos do ITP. Ou seja, haverá uma menor produção de gases.

Segundo o pesquisador, o isolamento de um número de bactérias reduzido não diminui tanto as propriedades do leite, mas garante que as embalagens não se rompam. Por enquanto, os produtos feitos no ITP só podem ser comprados no próprio laboratório. É também no ITP que os poderes do quefir para a pele vêm sendo avaliados. O mecanismo não está esclarecido, mas os pesquisadores perceberam que os micro-organismos potencializam o efeito de produtos naturais contra queimaduras e dermatites.

A maneira mais simples de conseguir os grãos, ainda hoje, é por doação. Foi assim que a catarinense Sueli Quadros, de 44 anos, conheceu o quefir. “Minha bisavó migrou da Alemanha para Santa Catarina quando eu tinha 10 anos e trouxe uma porção, que dividiu com os netos”, lembra a secretária, que hoje mora em Curitiba. Para quem não conhece doadores, é possível encontrá-los pela internet. O fundamental é buscar fontes confiáveis. O site http://tinyurl. com/quefir, por exemplo, reúne doadores de todas as regiões do país.

LEITE X ÁGUA

Leite
Os grãos povoados de bactérias e leveduras do quefir, ao fermentarem essa bebida, a tornam levemente ácida. Ela então pode, inclusive, ser consumida por quem tem intolerância à lactose. Isso porque, durante a fermentação, esse açúcar vai embora.

Água
Quando o quefir é fermentado na água com açúcar mascavo, o resultado é o que os especialistas chamam de tibico. A mudança de substrato favorece o surgimento de um novo grupo de micro-organismos. O produto final também traz benefícios ao sistema gastrointestinal, mas seu sabor é amargo, e o uso, restrito por causa do açúcar.

COMPARE

LEITE FERMENTADO: as espécies de lactobacilos se resumem a uma ou duas. É uma ótima opção para intolerantes à lactose

IOGURTES PROBIÓTICOS: conta com bactérias como as do quefir, mas em geral duas ou três espécies. Têm a vantagem de ser comercializados em larga escala

COALHADA CASEIRA: também possui micróbios do bem, mas em pequena quantidade. Chega a ser seis vezes mais digerível que o leite integral

LEITE QUEFIRADO: possui mais de 50 micro-organismos, sendo que pelo menos 20% deles podem ajudar na reposição da flora intestinal

Fonte: http://saude.abril.com.br/edicoes/0331/nutricao/quefir-basta-copo-dia-612719.shtml


No intestino humano, existem mais de 400 espécies diferentes de microorganismos que convivem em harmonia com o homem. Esta é uma relação ecológica classificada como simbiose ou mutualismo, pois ambos dependem um do outro para sua sobrevivência. Se não existissem estes microorganismos, com certeza nosso sistema digestivo seria um prato cheio para outros microorganismos patogênicos, favorecendo o surgimento de doenças no homem. E tais espécies benéficas dependem das condições químicas e físico-químicas do nosso intestino para poder sobreviver, como a baixa concentração de oxigênio, temperatura em torno de 36°C e umidade.

Portanto, os PROBIÓTICOS podem ser definidos como microorganismos vivos que, administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro (Food and Agriculture ONU, 2001; Sanders, 2003). A influência benéfica dos probióticos na microbiota intestinal humana inclui fatores como competição por nutrientes e sítios de ligações celulares e efeitos imunomodularores direta e indireta, resultando em um aumento da resistência contra patógenos. Quanto maior for a concentração de probióticos no intestino, maior será sua capacidade competitiva e, assim, maior a capacidade de defesa humana (Puupponen-Pimiä et al., 2002).

O íleo e o cólon parecem ser, respectivamente, o local de preferência para colonização intestinal dos lactobacilos e bifidobactérias (Charteris et al., 1998; Bielecka et al., 2002).

QUAIS SÃO AS FONTES DE OBTENÇÃO DOS PROBIÓTICOS?


Os probióticos podem ser obtidos pela alimentação, especialmente por produtos lácteos devidamente cultivados, como iogurtes, leites fermentados e alguns tipos de queijos. Além disso, para dietas pobres em probióticos, é possível também consumi-los como suplementos nutricionais, na forma de cápsulas ou envelopes, manipulados em farmácias ou industrializados.

QUAIS SÃO OS EFEITOS BENÉFICOS NO HOMEM?

Diversos estudos mostram benefícios dos probióticos no homem. O quadro abaixo mostra por quais mecanismos atuam nos respectivos sistemas:

Sistema
Função
Nutricional
Síntese de Vitaminas (B1, B2, B3, B5, B6, B7, B9, B12, Vitamina K)
Digestivo
Síntese de enzimas digestivas (lactase)
Regulação da peristalse, dos movimentos intestinais e da absorção de nutrientes
Detoxificação intestinal (reduzindo a absorção de materiais tóxicos e toxinas alimentares)
Atividade enzimática fitase-like (hidrólise do Inositol Hexafosfato, liberando PO4- e íons)
Cardiovascular
Metabolização dos sais biliares e aumento da demanda de colesterol sérico colesterol para produção de bile
Metabolismo
Produção e enzimas citocromo P450-like que estimulam a expressão gênica do citocromo no fígado
Degradação e inibição da re-síntese de hormônios
Conversão dos flavonóides às suas formas ativas
Sistema Imune
Produção de antibióticos e antifúngicos
Produção de ácidos graxos de cadeia curta
Estímulo da maturação normal das células do sistema imunológico
Efeitos imunomoduladores: modulação de citocinas, aumento da atividade fagocitária, efeitos específicos na resposta humoral, função dos linfócitos T e atividade das células natural-killers
Metabolização de medicamentos, hormônios, carcinógenos, metais tóxicos e xenobióticos
Efeitos antimutagênicos, antitumorais e antineoplásicos
Anticancerígena
Ligação a substâncias mutagênicas
Degradação de genotoxina e promotores de tumor
Reparação e prevenção da lesão do DNA
Aumento da atividade de enzimas e processo de proteção a células  contra carcinógenos
Aumento da apoptose de células em proliferação
Produção de componentes bioativos de membrana
Aumento da produção de muco, diminuição do tempo de trânsito intestinal

QUAIS SÃO AS INDICAÇÕES DOS PROBIÓTICOS?

Não existe um dado oficial sobre recomendação de probióticos, como acontece com minerais e vitaminas, porém a comunidade científica internacional entende que o papel dos probióticos no organismo humano, está seus efeitos fisiológicos, porém existem evidências mostrando que estes podem também ser utilizados com fins terapêuticos.

Existem fortes evidências científicas no tratamento da diarréia infantil; diarréia associada à antibioticoterapia, diarréia pós-radioterapia pélvica, síndromes de má-absorção de nutrientes, pacientes com intolerância à lactose e na síndrome do intestino irritável.

Estudos clínicos mostram haver efeitos na redução dos níveis de colesterol plasmático, da pressão arterial sistêmica, da atividade ulcerativa por Helicobacter pylori, além do controle da colite induzida por rotavírus e por Clostridium difficile, prevenção de infecções urogenitais, além de efeitos inibitórios sobre a mutagenicidade (Shah, Lankaputhra, 1997; Charteris et al., 1998; Jelen, Lutz, 1998; Klaenhammer, 2001; Kaur, Chopra, Saini, 2002; Tuohy et al., 2003).

QUAIS AS DOSAGENS DIÁRIAS RECOMENDADAS DOS PROBIÓTICOS?


Apesar de serem estudadas por várias décadas, não existe um consenso terapêutico sobre a posologia dos probióticos para uma determinada doença. Existem vários estudos clínicos comprovando sua eficácia e segurança em diversas faixas de concentração, combinando ou não as espécies. As doses de cada espécie varia numa concentração de 100 mi de UFC até 1 bi de UFC, por dose posológica, segundo estudos clínicos. Existem estudos com dosagem total de probióticos com 20 bi UFC, com bom perfil de segurança.

Segundo alguns autores, é prudente combinar as espécies disponíveis para obter melhores resultados, já que existem diferenças quanto ao local de ação de uma cepa e outra, havendo assim uma preferência entre o íleo ou o cólon, por exemplo. As referências citam que os probióticos podem ter a <!--[if !vml]--><!--[endif]-->tividades enzimáticas distintas, o que poderia ampliar a ação destes microorganismos no hospedeiro, trazendo assim melhores resultados.

Um exemplo disso, é a atividade enzimática dos Lactobacillus sp. na lactose, e as Bifidobactérias com atividade imunomoduladora, estimulando a produção das imunoglobulinas IgA e IgM (Saad, 2006).

É preferível consumir os probióticos logo após as refeições, pois estudos experimentais mostraram que pode haver degradação das cepas benéficas pela ação do suco gástrico. Ao tomar junto com as refeições, ocorre uma “dilução” do suco gástrico e com isso, redução da acidez, o que pode contribuir com a manutenção de suas concentrações.

EXISTEM REAÇÕES ADVERSAS, PRECAUÇÕES, CONTRA-INDICAÇÕES PREVISTAS COM O USO DE PROBIÓTICOS?

Estudos clínicos controlados com lactobacilos e bifidobactérias não revelaram efeitos maléficos causados por esses microrganismos. Efeitos benéficos causados por essas bactérias foram observados durante o tratamento de infecções intestinais, incluindo a estabilização da barreira da mucosa intestinal, prevenção da diarréia e melhora da diarréia infantil e da associada ao uso de antibióticos (Lee et al, 1999).

EXISTEM RISCOS DE INTERAÇÕES COM MEDICAMENTOS COM O USO DE PROBIÓTICOS?

Deve-se evitar o uso concomitante com antibióticos, pois pode haver redução da ação do medicamento. Porém, após uma antibioticoterapia, é racional fazer suplementação de probióticos para recolonizar a microbiota intestinal, já que estes medicamentos podem diminuir as concentrações intestinais de probióticos, antes mesmo de serem absorvidos pelo organismo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1.       SANDERS, M.E. Probiotics: considerations for human health. Nutr. Rev., New York, v.61, n.3, p.91-99, 2003.
2.     FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS, WORLD HEALTH ORGANIZATION. Evaluation of health and nutritional properties of probiotics in food including powder milk with live lactic acid bacteria. Córdoba, 2001. 34p. Disponível em: . Acesso em: 03 fev. 2005. [Report of a Joint FAO/WHO Expert Consultation].
3.     PUUPPONEN-PIMIÄ, R.; AURA, A.M.; OKSMANCALDENTEY, K.M.; MYLLÄRINEN, P.; SAARELA, M.; MATTILA-SANHOLM, T.; POUTANEN, K. Development of functional ingredients for gut health. Trends Food Sci. Technol., Amsterdam, v.13, p.3-11, 2002.
4.     CHARTERIS, W.P.; KELLY, P.M.; MORELLI, L.; COLLINS, J.K. Ingredient selection criteria for probiotic microorganisms in functional dairy foods. Int. J. Dairy Technol., Long Hanborough, v.51, n.4, p.123-136, 1998.
5.     BIELECKA, M.; BIEDRZYCKA, E.; MAJKOWSKA, A. Selection of probiotics and prebióticos for synbiotics and confirmation of their in vivo effectiveness. Food Res. Int., Amsterdam, v.35, n.2/3, p.125-131, 2002
6.     SHAH, N.P.; LANKAPUTHRA, W.E.V. Improving viability of Lactobacillus acidophilus and Bifidobacterium spp. in yogurt. Int. Dairy J., Amsterdam,
v.7, p.349-356, 1997.
7.     JELEN, P.; LUTZ, S. Functional milk and dairy products. In: MAZZA, G., ed. Functional foods: biochemical and processing aspects. Lancaster: Technomic Publishing, 1998. p.357-381.
8.     KLAENHAMMER, T.R. Probiotics and prebiotics. In: DOYLE, M.P.; BEUCHAT, L.R.; MONTVILLE, T.J. Food microbiology: fundamentals and frontiers. 2.ed. Washington: ASM, 2001. p.797-811.
9.     TUOHY, K.M.; PROBERT, H.M.; SMEJKAL, C.W.; GIBSON, G.R. Using probiotics and prebiotics to improve gut health. Drug Discovery Today,Haywards Heath, v.8, n.15, p.692-700, 2003.
10.      SAAD, S.M.I; Prebióticos e Probióticos: o estado da arte; Rev Bras Cienc Farmac 2006; 42(1): 1-16




















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Luz antes da hora de dormir altera sono, pressão e diabetes, diz estudo

A exposição à luz no período entre o pôr do sol e a hora de dormir pode afetar a produção do hormônio melatonina, que regula o sono, a pressão arterial e a glicose no sangue. A conclusão é de um estudo divulgado pela publicação “Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism”.

A melatonina é produzida à noite pela glândula pineal, no cérebro, e sua principal função é determinar a hora do sono e do despertar. Além desse papel, o hormônio também diminui a pressão arterial e a temperatura do corpo, e tem sido estudado como tratamento para insônia, hipertensão e câncer.

O estudo, realizado pela Faculdade de Medicina de Harvard, nos EUA, avaliou 116 voluntários sadios. Um grupo foi exposto à luz comum, que iluminava todo o cômodo, e outro grupo a uma luz fraca. Em ambos os casos, a iluminação foi usada em oito horas antes do horário de dormir, em cinco dias consecutivos. Um cateter mediu a quantidade de melatonina no sangue.

A conclusão foi de que o grupo exposto à luz mais forte teve redução de 90 minutos no período de presença de melatonina no sangue em relação ao outro grupo. Além disso, quem se expôs à luz durante as horas de sono teve redução de mais de 50% na presença do hormônio.

De acordo com Joshua Gooley, um dos autores do estudo, a descoberta é um alerta importante para trabalhadores que passam a noite em ambientes fechados, com luzes fortes. Segundo ele, além dos problemas já comprovados, a falta crônica de melatonina pode estar ligada também a alguns tipos de câncer e ao diabetes tipo 2.

Título: Exposure to Room Light before Bedtime Suppresses Melatonin Onset and Shortens Melatonin...

Autores: Gooley et al.
Periódico: J Clin Endocrinol Metab
Ano e data: Dezembro/2010;
http://jcem.endojournals.org/cgi/content/abstract/jc.2010-2098v1?maxtoshow=&hits=10&RESULTFORMAT=&author1=Joshua+Gooley&searchid=1&FIRSTINDEX=0&sortspec=relevance&resourcetype=HWCIT

Agricultura mal manejada está gerando erosão do solo e contaminação de rios do Cerrado

Expansão agrícola causa degradação ambiental do Cerrado – Estudo do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP em Piracicaba, revela que o avanço da agricultura para o Cerrado está causando transformações radicais na paisagem natural do bioma, devido à retirada quase total de sua vegetação nativa. Este processo gera a perda da cobertura natural do solo, o que é a principal causa da erosão e compactação do mesmo e da contaminação dos rios deste bioma.

A tese de doutorado desenvolvida pelo pesquisador Robson Clayton Jacques Arthur, do CENA, orientada pelo professor Osny Oliveira Santos Bacchi, avalia como os diferentes sistemas de manejo de solo aplicados pelos agricultores, na região dos municípios de Goiatuba e Jandaia, ambos no estado de Goiás, contribuem para estes processos de degradação.

Segundo o pesquisador, foram estudados três tipos de uso e manejo do solo no Cerrado: o Sistema de pastagens — voltado para a agropecuária —, o Sistema de Plantio Convencional (SPC) — em que o arado ou equipamentos agrícolas revolvem a terra antes do processo de semeadura — e o Sistema de Plantio Direto (SPD) — que procura manter a cobertura natural do solo ou deixar sobre ele os restos vegetais da safra anterior, mantendo níveis de umidade e de nutrientes e minimizando os efeitos do cultivo sobre a desagregação e desestruturação do solo.

Método de estudo
Foram tomadas amostras do solo em três anos diferentes (2006, 2008 e 2009) e em três camadas: da superfície do solo a 20 centímetros (cm) de profundidade, de 20cm a 40cm de profundidade; e de 40cm a 60cm de profundidade. As amostras foram colhidas em fazendas que utilizavam os três tipos de sistemas de uso e manejo do solo.

Para determinar as movimentações do solo e de seus sedimentos, buscou-se detectar e traçar as movimentações do elemento químico Césio, que possui a característica de se prender às partículas de argila presentes no solo. Dessa forma, ao acompanhar a movimentação do Césio também acompanha-se a movimentação do solo transportado pela erosão que pode depositar-se tanto dentro da própria área de cultivo como em rios e lagos.

O elemento químico escolhido, Césio-137, é proveniente de testes nucleares ocorridos no hemisfério norte nas décadas de 1950 e 1960, e foi espalhado na atmosfera do planeta por meio de correntes de ventos, posteriormente, depositado no solo pelas chuvas. Este elemento teve seu pico de deposição no hemisfério sul por volta de 1963. Com isso, esse elemento permite comparar dados de áreas não perturbadas pela ação humana, desde 1963, com áreas que sofreram algum tipo de interferência. Dessa forma, é possível estimar as taxas de erosão e deposição de sedimentos em diferentes condições de uso e manejo do solo e verificar quais as práticas agrícolas de maior impacto do ponto de vista da conservação do solo.

Com os dados obtidos no estudo, concluiu-se que tanto o Sistema de pastagens quanto o Sistema de Plantio Convencional apresentam grande movimentação de sedimentos devido ao processo de erosão hídrica, o que acaba contribuindo para o processo de degradação.

“O sistema de Plantio Convencional, por fazer uso de equipamentos agrícolas que revolvem as camadas superficiais do solo, retira sua cobertura natural o que favorece o escoamento superficial da enxurrada. Ao mesmo tempo destrói a estrutura do solo, facilitando o arraste de suas partículas pela enxurrada. As pastagens naturais, geralmente mal manejadas, favorecem a compactação do solo, o que dificulta a infiltração e armazenamento da água das chuvas gerando o processo da erosão. Dependendo das condições topográficas da região, grande parte dos sedimentos produzidos dentro das áreas de produção podem escapar para os rios provocando assoreamentos e contaminando-os”, relata Arthur.

Manejo do solo
Atualmente, a técnica de manejo predominante no Cerrado ainda é o Sistema de Plantio Convencional (SPC), porém o Sistema de Plantio Direto (SPD) vêm ganhando espaço entre a preferência dos agricultores. “O agricultor percebeu que o SPD pode garantir e sustentar, a mais longo prazo, uma boa produtividade física e econômica das culturas e assegurar a manutenção da qualidade ambiental mesmo fora dos limites de sua propriedade agrícola.”

O estudo também revelou a necessidade de revisão do Código Florestal Brasileiro. Segundo os dados obtidos na pesquisa, as larguras mínimas de matas ciliares, estipuladas no Código e estabelecidas empiricamente segundo a largura dos rios que margeiam, é muitas vezes insuficiente para evitar que grande parte dos sedimentos produzidos na exploração agrícola atinjam e contaminem os cursos d’água. Considerando apenas a função de filtragem de sedimentos de uma mata ciliar, cada bacia hidrográfica é um caso a ser analisado e as larguras mínimas dessas matas dependerão de inúmeros fatores, tais como: topografia do terreno, regime hídrico, tipos de solo, tipos de coberturas vegetais e manejos das culturas.

Reportagem de Marcelo Pellegrini, da Agência USP de Notícias, publicada pelo EcoDebate, 13/10/2010