sábado, 19 de março de 2011

Saúde, meio-ambiente e sua responsabilidade por Dr. Carlos Braghini Jr.


Não é só o quê você come que faz diferença para a saúde. É o que você não come. Hoje em dia, uma pessoa média ingere num ano 5 kg de aditivos alimentares e 4,5 litros de pesticidas e herbicidas espalhados nas frutas e verduras que ingere. Seis mil novos agentes químicos foram introduzidos em nossa alimentação, nossa casa e no mundo ao nosso redor nos últimos vinte anos. Hoje são sete novos produtos químicos a cada dia.

Esses poluentes somam-se a cargas que nosso corpo já enfrenta com as substâncias nocivas que escolhemos voluntariamente:

  • Café: além da cafeína, diminui em mais de 2/3 a absorção de ferro pelo organismo. Além de ser uma das culturas mais pulverizadas com agrotóxicos, a torrefação do café produz mantrol, que induz ao câncer (carcinógeno).
  • Alimentos queimados: acostume-se a retirar do alimento as partes queimadas em pães, bolos e torradas tostadas, que também aumentam a carga de carcinógenos.
  • Frituras: as gorduras aquecidas acima de 200 °C são carcinogênicas. Além disso, destroem as vitaminas e enzimas dos alimentos.
  • Álcool: destrói as vitaminas do complexo B.
  • Açúcar refinado: Antes um condimento dosado na ponta dos dedos, passou a ser um produto do qual qualquer pessoa consome até 200 gramas por dia. Seu uso indiscriminado trouxe uma série de doenças e um total condicionamento do gosto em direção ao doce. O açúcar é uma espécie de vingança dos escravos. Causa a perda de cromo, além das cáries e outros males.
  • Adoçantes artificiais: o aspartame (e seu subproduto DKP – dicetopiperazina) é uma droga neurotóxica que está presente em cerca de 7.000 produtos alimentícios e está ligado a mais de 90 sintomas. Mas, o mais grave é a relação estreita entre o uso de aspartame e doenças graves, como os tumores cerebrais.
  • Refrigerantes: uma lata de coca-cola contém o equivalente a seis colheres de sopa de açúcar (quase 8 vezes a quantidade de glicose que uma criança tem em seu sangue). Isso provoca um estresse do pâncreas e o consequente desequilíbrio no metabolismo dos açúcares. Além disso, o alto teor de fósforo retira o cálcio dos ossos induzindo à osteoporose.
  • Farinha refinada: tem teores desproporcionalmente altos de cádmio, que rouba zinco do corpo. O cádmio também está associado com o declínio da inteligência em crianças e com distúrbios de comportamento. A farinha começou a ser refinada para prolongar o tempo de armazenagem, e nesse processo industrial as partes vitais são retiradas, transformando-a num mero comestível.
  • Alumínio: é um cátion trivalente com o mais alto poder agregante de hemácias dentre os elementos que entra em contato com nosso corpo. Seu uso é disseminado nas embalagens de alimentos, nas panelas, nos desodorantes e antiácidos. É outro antagonista do zinco. Além disso, está associado com a senilidade prematura (Alzheimer) e à perda da memória.
Então, o que podemos fazer para diminuirmos a carga de toxinas? O primeiro passo é diminuir a carga de poluentes que absorvemos. Mesmo que não possamos evitar toda a poluição, o efeito global sobre o corpo é definitivamente positivo. Aqui vão algumas orientações:
  • Evite comprar desembrulhadas as frutas e verduras que não são descascáveis e que foram expostas ao trânsito urbano.
  • Lave todas as frutas e verduras, mas não use as folhas externas de hortaliças como alface e outros.
  • Minimize as quantidades de alimentos que sejam embalados em alumínio; não grelhe, nem os embrulhe em folhas de papel-alumínio (troque por papel manteiga). Não tome antiácidos que contenham alumínio.
  • Jogue fora suas panelas de alumínio e revestidas com Teflon por panelas de aço inoxidável de boa qualidade, cerâmica ou vidro.
  • Evite alimentos que contenham nitritos e nitratos como conservantes – principalmente os embutidos (presunto, mortadela etc.).
  • Dê preferência para produtos orgânicos, e descasque os não orgânicos. Isso minimiza instantaneamente a sua exposição aos pesticidas e herbicidas. Quando estiver lavando produtos não orgânicos acrescente vinagre na bacia para lavar os alimentos. Lavar com água corrente e uma escova reduz os pesticidas.
  • Evite alimentos industrializados. Crie o hábito de ler os rótulos dos alimentos e mantenha-se afastado de conservantes e aditivos químicos. Lembre-se, os conservantes aumentam a vida dos alimentos e encurtam a sua vida.
  • Use azeite de oliva ou manteiga para cozinhar. Evite os óleos vegetais poli-insaturados, como girassol, milho, soja e canola. Dê preferência ao óleo de coco ou babaçu.
  • Cuidado com os alimentos embalados em plástico, principalmente os gordurosos. Salgadinhos gordurosos e crocantes, queijos, sucos de caixinha e alimentos enlatados estão dentre os que devem ser evitados. Nunca use copos de plástico para tomar chás ou café. Nunca aqueça o alimento em recipientes de plástico. Se for inevitável, transfira assim que possível o alimento para um recipiente de vidro.
  • Não cozinhe no microondas. Se for usá-lo, somente para aquecer os alimentos e diminua a potência e aumente o tempo de aquecimento. Nunca fique perto do aparelho quando ele estiver em funcionamento.
  • Reduza a ingestão de alimentos gordurosos. Os agentes químicos não biodegradáveis se acumulam na cadeia alimentar na gordura animal. Diminuir a ingestão de gordura animal — carne e laticínios — diminui sua exposição. Não há necessidade de limitar as gorduras essenciais nas amêndoas e sementes.
  • Para lavar a louça, as roupas e produtos de higiene pessoal, use somente detergentes naturais. Use sabão de coco em pasta ou em barra na cozinha e sabão de coco em pó para lavar roupas (uma sugestão é os da marca Ruth). Não use amaciantes e outros produtos artificialmente perfumados.
  • Na limpeza de casa use somente água sanitária e álcool diluído em água para limpar o piso. Evite produtos químicos e “cheirosos”, pois contém neurotoxinas que se acumulam no tecido nervoso.
  • Abandone os desodorantes artificiais que contém alumínio. Use nas axilas Leite de Magnésia da Phillips.
  • Abandone as pastas de dente que contém fluoretos (quase todas). Uma sugestão: creme dental Phillips.
  • Não use pesticidas em casa. A incidência de câncer na infância é maior em lares que utilizam pesticidas. Eles deixam uma ação residual que atua por semanas após a aplicação
Você pode estar se perguntando por que simplesmente não acabamos com essas substâncias químicas desintegradoras? O professor Loius Guillette, da Universidade da Flórida, pergunta: “Devíamos ficar aborrecidos? Acho que devíamos ficar profundamente aborrecidos. Penso que devíamos estar gritando nas ruas". A realidade, até que uma ação governamental em grande escala seja tomada, é que ainda não é fácil eliminar esses agentes porque eles se encontram ao nosso redor, na nossa alimentação, na água, no ar e nos produtos industrializados.

O quadro é tão estarrecedor que um estudo feito nos Estados Unidos analisando o cordão umbilical de recém-nascidos mostra que eles já nascem contaminados. Foram encontradas 287 substâncias químicas, em média, no sangue de cada bebê: mercúrio (neurotóxico), dibenzodioxinas e dibenzofuranos polibromados (retardantes da propagação do fogo presente nos carpetes), DDT e clordano (pesticidas), a substância PFOA (presente no Teflon), e outros compostos químicos usados para fazer mamadeiras, embalagem de comida e outros produtos que a indústria química jura que são seguros, e agora, estão aparecendo em nosso sangue.

Veja o relatório deste trabalho em: http://www.ewg.org/reports/bodyburden2/
Lembre-se: até que a indústria pare de usar todos os agentes suspeitos ou revele quais os seus produtos que contêm esses agentes químicos, não se tem como saber se os hormônios químicos desintegradores estão presentes ou não. Por isso, faça a sua parte!

Fonte: http://www.ecologiacelular.com.br/content/saude_meio_ambiente_e_sua_responsabilidade

Ministério da Justiça processa indústrias que não informam presença de transgênicos em alimentos

Uma ação coordenada pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça em diferentes regiões do país identificou pelo menos dez produtos alimentícios que usam ingredientes transgênicos em suas composições, mas essa informação não é apresentada ao consumidor. Com isso, caracteriza-se o descumprimento das regras de rotulagem para produtos que utilizam organismos geneticamente modificados (OGM). A fiscalização foi feita em parceria com os Procons de São Paulo, Bahia e Mato Grosso. As empresas responsáveis responderão a processos administrativos do DPDC, instaurados nesta quarta-feira (16).

Os produtos onde foi constadada a presença de transgênicos sem a respectiva informação no rótulo são: biscoito recheado Tortinha de Chocolate com Cereja (Adria Alimentos do Brasil), farinha de milho Fubá Mimoso (Alimentos Zaeli), biscoito de morango Tortini (Bangley do Brasil Alimentos), bolinho Ana Maria Tradicional sabor chocolate (Bimbo do Brasil), mistura para bolo sabor côco Dona Benta (J. Macedo), biscoito recheado Trakinas (Kraft Foods), biscoito Bono de morango (Nestlé), barras de cereais Nutry (Nutrimental), mistura para panquecas Salgatta (Oetker) e Baconzitos Elma Chips (Pepsico do Brasil).

Os testes foram feitos por um laboratório credenciado pelo Ministério da Agricultura e os resultados apontaram substâncias transgênicas no milho e na soja usados como ingredientes dos produtos listados. Os processos foram instaurados com base no descumprimento do Código de Defesa do Consumidor e do Decreto 4.680/2003, que estabelece a obrigatoriedade de informar no rótulo do produto a presença de OGM em quantidade superior a 1%.

“O Código de Defesa do Consumidor há vinte e um anos estabelece que a informação é um direito básico do consumidor e uma obrigação do fornecedor. Assegura a transparência nas relações de consumo e garante ao consumidor o exercício pleno de escolha”, explicou a diretora do DPDC, Juliana Pereira.

Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2011/03/17/ministerio-da-justica-processa-industrias-que-nao-informam-presenca-de-transgenicos-em-alimentos/

quarta-feira, 16 de março de 2011

Poluentes orgânicos podem afetar os níveis estresse

Segundo uma nova pesquisa, poluentes orgânicos persistentes (POPs), como o PCB, afetam a maneira como o córtex adrenal funciona e,portanto, afetam a síntese do hormônio do estresse, cortisol.

Os POPs são amplamente encontrados na natureza e todos os animais e seres humanos estão expostos a eles no dia a dia, principalmente através dos alimentos. Recentemente, tem havido grandes preocupações quanto à capacidade potencial destes poluentes de afetar o equilíbrio hormonal do corpo.

O novo estudo tenta compreender como a exposição a esses poluentes durante fases iniciais da vida interfere nos níveis hormonais e, portanto, podem causar danos à saúde mais tarde. Os pesquisadores também estudaram como a produção de hormônios, como o cortisol e hormônios sexuais, são afetadas pelas misturas ambientais de POPs extraídas de peixes.

O cortisol tem um papel importante no desenvolvimento fetal normal e, mais tarde na vida, na retenção de funções normais do corpo durante períodos de estresse. Até hoje, menos pesquisas foram realizadas sobre o efeito dos POPs sobre os níveis de cortisol do que sobre os hormônios sexuais.

O estudo revela que a exposição à PCBs durante a vida fetal e o período de amamentação causa níveis alterados de cortisol no sangue de fetos e animais adultos. Isso indica que a exposição a estes poluentes durante as fases iniciais da vida pode ter consequências a longo prazo.

As descobertas são importantes porque a alteração do equilíbrio de cortisol durante a infância pode levar a uma predisposição a desenvolver várias doenças na idade adulta, como diabetes e doenças cardiovasculares.

O conhecimento sobre como funcionam e agem os diferentes POPs é importante para a avaliação dos riscos para a saúde humana.

Os pesquisadores utilizaram células produtoras de hormônios em seu estudo. Uma mistura POP extraída de peixes de um lago norueguês, com altos níveis de “retardadores de chama bromados”, não era mais potente quanto ao aumento da síntese de hormônios do que uma mistura de peixe similar de outro lago, com níveis significativamente inferiores.

Outra mistura POP extraída de fígado de bacalhau cru também teve um efeito pronunciado sobre a síntese dos hormônios cortisol e do sexo, enquanto uma mistura de óleo de fígado de bacalhau, tratado comercialmente e frequentemente consumida como suplemento dietético, tinha apenas efeitos limitados.

A conclusão da pesquisa é que a síntese de cortisol parece ser um alvo sensível para os poluentes, e que esforços devem ser feitos para descobrir até que ponto isso pode ameaçar a saúde humana e animal.

Fonte: http://www.sciencedaily.com/releases/2010/12/101228103328.htm?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+sciencedaily+%28ScienceDaily%3A+Latest+Science+News%29&utm_content=Google+Reader

terça-feira, 15 de março de 2011

Entenda os riscos para a saúde de um desastre nuclear como o de Fukushima

Após uma terceira explosão em um de seus reatores nucleares, a usina da Fukushima Daiichi, no Japão, começou a deixar escapar radiação em níveis que se aproximam do preocupante, alertaram nesta terça-feira as autoridades japonesas.

Leia a seguir sobre a seriedade do incidente nuclear e o risco destes vazamentos para a saúde no Japão e nos países vizinhos.

Qual é a escala do vazamento de material radioativo?

O governo japonês afirmou que os níveis de radiação após as explosões na usina de Fukushima podem afetar a saúde humana. Foram detectados níveis de radiação mais altos ao sul da instalação. Moradores que vivem em um raio de 30 km da usina foram aconselhados a deixar suas residências ou permanecer em casa a portas fechadas para evitar exposição. Em Tóquio, os níveis estariam acima do normal, mas sem apresentar riscos à saúde. Na segunda-feira, as autoridades em Fukushima haviam informado que 190 pessoas foram expostas a radiação e um navio militar americano, o porta-aviões USS Ronald Reagan, havia detectado baixos níveis de radiação a uma distância de 160 km da usina de Fukushima.

O vazamento pode se espalhar para os países vizinhos?

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) descreveu o vazamento como um evento de nível quatro em uma escala internacional, o que significa um incidente "com consequências locais". Na Rússia, por exemplo, não foram detectados níveis anormais de radiação e por ora o problema não representa um problema para outras partes do mundo.

Que tipo de material radioativo escapou?

As informações são de que houve vazamento de isótopos de césio e iodo nas redondezas da usina. Especialistas dizem que seria natural haver também um escape de isótopos de nitrogênio e argônio. Mas não há evidências de que tenham escapado plutônio ou urânio.

Qual é o risco destas substâncias radioativas para a saúde?

Em um primeiro momento, a exposição a níveis moderados de radiação pode resultar em náusea, vômito, diarreia, dor de cabeça e febre. Em altos níveis, essa exposição pode incluir também danos possivelmente fatais aos órgãos internos do corpo. No longo prazo, o maior risco do iodo radioativo é o câncer, e as crianças são potencialmente mais vulneráveis. A explicação para isso é que, nas crianças, as células estão se multiplicando e reproduzindo mais rapidamente os efeitos da radiação. O desastre de Chernobyl, em 1986, resultou em um aumento de casos de câncer de tireóide (região em que o iodo radioativo absorvido pelo corpo tende a se concentrar) na população infantil da vizinhança da usina.

Há prevenção e tratamento?

Sim, é possível prevenir o problema com pastilhas de iodo não-radioativo, porque o corpo não absorve iodo da atmosfera se já estiver "satisfeito" com todo o iodo de que necessita. Especialistas dizem que a dieta dos japoneses já é rica em iodo, o que ajuda na prevenção. Césio, urânio e plutônio radioativos são prejudiciais, mas não atacam nenhum órgão do corpo em particular. O nitrogênio radioativo se dissipa em segundos após a sua liberação, e o argônio não apresenta riscos para a saúde.

Como se deu o vazamento do material radioativo?

A usina de Fukushima teve problemas com o sistema de resfriamento de seus reatores, que superaqueceram. A produção de vapor gerou um acúmulo de pressão dentro do reator e a consequente liberação de pequenas quantidades de vapor. Para especialistas, a presença de vapores de césio e iodo – que resultam do processo de fissão nuclear – sugere que o invólucro de metal que guarda alguns dos bastões de combustível pode ter se quebrado ou fundido. Mas o combustível de urânio em si tem um altíssimo ponto de fusão e é improvável que tenha se liquefeito, e ainda mais improvável que tenha se convertido em vapor.

De que outras formas pode haver vazamento?

Como plano de contingência, os técnicos estão usando água do mar para resfriar os reatores. Na passagem pelo reator, esta água é contaminada. Ainda não está claro se o líquido ou parte dele foi liberado na natureza.

Quanto tempo vai durar a contaminação?

O iodo radioativo se dissipa rapidamente e a estimativa é de que a maior parte terá se dissipado em um mês. O césio radioativo não permanece no corpo por muito tempo – a maior parte terá saído em um ano. Entretanto, a substância fica no ambiente e pode continuar a representar um risco por muitos anos.

Pode haver um desastre nos moldes de Chernobyl?

Especialistas dizem que essa possibilidade é improvável. As explosões ocorreram do lado de fora do compartimento de aço e concreto que envolve os reatores, que aparentemente permanecem sólidos. Foram danificados apenas o teto e os muros erigidos ao redor dos compartimentos de proteção. No caso de Chernobyl, a explosão expôs o núcleo do reator ao ar. Por vários dias, seguiu-se um incêndio que lançou na atmosfera nuvens de fumaça carregadas de conteúdo radioativo.

Pode haver uma explosão nuclear?

Não. Uma bomba nuclear e um reator nuclear são coisas diferentes.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/bbc/2011/03/15/entenda-os-riscos-para-a-saude-de-um-desastre-nuclear-como-o-de-fukushima.jhtm


Efeitos da radiação variam de acordo com a quantidade e com os órgãos atingidos

Câncer, hemorragia, problemas digestivos, infecções ou doenças autoimunes: o impacto da radiação nuclear, potencialmente devastador, varia dependendo da dosagem.

Em grandes doses, existe uma relação direta entre a quantidade de radiação recebida e a patologia induzida. As contaminações brutais, como aquelas provocadas pelas bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, podem causar problemas durante décadas.

Os efeitos biológicos variam também segundo a natureza da radiação e os órgãos atingidos (ovários ou testículos são considerados 20 vezes mais sensíveis do que a pele) pelo câncer ou pela via de absorção (oral ou cutânea) e a suscetibilidade individual (capacidade de reparar o DNA).

No Japão, nuvens invisíveis carregadas de elementos radioativos (iodo, césio) são expelidas pela usina nuclear danificada de Fukushima e se deslocam em função da meteorologia e do vento.

Para a população, exposta a uma contaminação por tais dejetos radioativos, o principal perigo é o de desenvolver câncer (leucemia, pulmonar, cólon...) com "um risco proporcional à dose recebida", destacou Patrick Gourmelon, diretor da radioproteção do homem no Instituto francês de Radioproteção e Segurança Nuclear (IRSN).

As distribuições de pastilhas de iodo têm como objetivo combater o câncer de tireoide, principalmente entre a população jovem (bebês, crianças, adolescentes, mulheres grávidas e assim por diante...). A finalidade é saturar a tireoide para evitar que o iodo radioativo se fixe na glândula.

Quanto ao césio 137 inalado, o organismo leva cerca de dois anos para o eliminar, mas ele persiste por décadas no meio ambiente, segundo Gourmelon.

"Atualmente, não há uma medida particular a ser tomada pelos habitantes de Tóquio", informou nesta terça-feira a professora Agnès Buzyn, hematologista do IRSN, desaconselhando o uso prematuro de pastilhas de iodo.

"Há um impacto ambiental e possivelmente na saúde das pessoas que habitam as redondezas da central", estimou a especialista, ainda que, por ora, a zona de evacuação de 20/30 km lhe pareça "suficiente".

"As pessoas que receberam doses fracas correm o risco de desenvolver cânceres (leucemia, pulmonar, cólon, esôfago, mama...), como foi em Hiroshima", notou Gourmelon.

"Estamos falando de doses fracas, abaixo dos 100 milisieverts (mSv)", acrescentou.

As doses de risco são calculadas e expressas em sievert (Sv) para câncer. A exposição máxima à radioativdade artificial admitida para o grande público é de um milisievert (mSv) por ano.

Além dos 100 mSv, o risco de câncer aumenta em 5,5% por sievert adicional, de acordo com a Comissão Internacional de Proteção Radiológica (CIPR), informou o professor Yves-Sébastien Cordoliani, especialista em radioproteção da companhia francesa de radiologia. No entanto, as "taxas" e o caráter homogêneo ou não da irradiação intervêm na avaliação do risco acidental.

"60 anos após as explosões das bombas atômicas no Japão, ainda há um leve excesso de câncer entre a população contaminada", revelou o professor Cordoliani. O pico de casos de leucemia foi registrado sete anos após Hiroshima, informou.

Em caso de um acidente, a irradiação pode atingir vários sieverts em pessoas próximas ao reator.

Quando há uma grande exposição a irradiação, as células da medula óssea, que fabricam os glóbulos vermelhos e brancos e as plaquetas sanguíneas, podem ser destruídas e a pessoa morre. As células do tubo digestivo são também muito sensíveis à radiação, segundo especialistas. Sem tratamento, um nível de 6 Sv de exposição é letal.

As consequências das doses baixas são pouco conhecidas. Elas podem influenciar no desenvolvimento de cataratas, um risco monitorado por profissionais de saúde expostos a radiologia (como cardiologistas, por exemplo).

Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/2011/03/15/efeitos-da-radiacao-variam-de-acordo-com-a-quantidade-e-com-os-orgaos-atingidos.jhtm?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

Zumbido tem se tornado cada vez mais comum em jovens

O zumbido no ouvido, considerado até pouco tempo atrás um problema de pessoas de meia idade ou de idosos, tem se tornado comum entre os jovens, alertam especialistas. Entre as causas apontadas estão o uso crescente e inadequado de aparelhos sonoros, estresse e erros alimentares, como consumo excessivo de doces e cafeína. Há quem aponte o celular como culpado.

O tema será destaque na décima edição do Congresso Mundial de Zumbido, que ocorre nesta semana, pela primeira vez no Brasil. Pesquisas recentes têm mostrado que a incidência do zumbido - barulho constante, que pode parecer um apito, um canto de cigarra ou um chiado de TV fora do ar - tem crescido na população como um todo.

Pesquisa feita há 15 anos pelo National Institutes of Health, dos EUA, indicava que 15% da população sofria com o problema. Novo levantamento feito no ano passado apontou índice de 24%.

"Se o problema continuar a crescer nessa proporção, em menos de 30 anos poderá alcançar 42%. Isso representa quase metade da população", alerta a otorrinolaringologista Tanit Ganz Sanchez. Ela coordenou um levantamento com 840 pacientes atendidos no Hospital das Clínicas de São Paulo, entre 2005 e 2007, que mostra um aumento de 20% por ano na incidência de zumbido entre pessoas com menos de 25 anos. Para Tanit, a poluição sonora é a principal explicação para esse crescimento.

Por falta de informação, diz, muitas pessoas acreditam que a única solução é aprender a conviver com o zumbido. Até mesmo entre os médicos é comum esse discurso. "Em muitos casos é possível curar o problema e, mesmo quando não for, é possível minimizar o desconforto. Mas faltam médicos especializados."

O primeiro passo para combater o zumbido é identificar a causa - e elas podem ser muitas. A mais frequente é a degeneração das células auditivas causada pelo processo natural de envelhecimento. Em segundo lugar vem a poluição sonora, que, com o tempo, acaba lesando as células do ouvido. Há, porém, fatores que a maioria das pessoas desconhece que podem ter ligação com o problema auditivo, como colesterol elevado, diabete, hipotireoidismo, estresse e maus hábitos alimentares.

"O ouvido interno é um espelho da nossa saúde. Como as células auditivas são muito sensíveis, são facilmente danificadas por problemas metabólicos ou vasculares", explica Rita de Cássia Guimarães, responsável pelo ambulatório de zumbido do hospital de clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A boa notícia, diz ela, é que, se o paciente corrigir a alimentação e regularizar os níveis de glicose e gordura no sangue, o sintoma costuma diminuir.

Dores. No caso do economista Ronaldo Buzzo, de 26 anos, o zumbido surgiu por uma causa ainda mais inesperada. "Há cerca de um ano e meio comecei a sentir o zumbido no ouvido esquerdo acompanhado de dores no rosto", conta. Após muitos exames, descobriu que tinha um desvio na mandíbula e isso estava pressionando a região do ouvido. Hoje, ele usa placas nos dentes para corrigir a articulação e faz fisioterapia, aplicações de ultrassom e laser e tem acompanhamento médico.

"No início era um apito bem alto, durante todo o dia, que não me deixava dormir nem conversar direito. Agora virou um pequeno chiado que, na maior parte do dia, não incomoda", diz.

O uso frequente de celular como causa de zumbido ainda é polêmico. "Há pessoas mais sensíveis à radiação eletromagnética e alguns estudos associam uso de celular à perda auditiva. Mas pessoas que usam muito o celular normalmente são mais estressadas. É difícil separar as causas", diz Tanit. Em todo caso, a especialista recomenda que se use o viva-voz ou alterne o lado de uso do aparelho.

CAUSAS MÚLTIPLAS

Otológicas
Lesão nas células auditivas causadas por envelhecimento, ruído, infecções e tumores.

Metabólicas
Diabete, alteração no colesterol ou nos hormônios tireoidianos.

Cardiovasculares
Anemia, hipertensão arterial e insuficiência cardíaca.

Neurológicas
Esclerose múltipla, traumatismo de crânio e sequelas de infecções como meningite.

Farmacológicas
Existem pelo menos 70 medicamentos que podem causar zumbido, entre eles a aspirina e certos antibióticos.

Odontológicas
Disfunção da articulação mandibular (ATM).

Erros alimentares
Jejuns prolongados matam as células auditivas de fome, excesso de cafeína, álcool, fumo, sal, açúcar e gorduras.

Psicológicas
Estresse, ansiedade e depressão

Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110315/not_imp691960,0.php

segunda-feira, 14 de março de 2011

Carta aberta dos ambientalistas de Portugal sobre acidente nuclear no Japão

“Uma preocupação acrescida”

O acidente nuclear do Japão alerta ambientalistas de Portugal que lutam contra usinas nucleares e novas minas de urânio em Portugal e na Espanha. Representantes da Associação Ambientalista Quercus e da Ambiente nas Zonas Uraníferas – ADA mandam esta carta ao mundo lusofonico:

Sismo e tsunami no Japão expõem riscos das centrais nucleares

Dia 11 de Março o Japão foi devastado por um sismo de magnitude 8,9 graus na escala de Richter e consequente tsunami. Para além da significativa perda de vidas humanas e de bens, as consequências podem ser ainda mais graves devido a problemas registados nas centrais nucleares. Esta situação, que se espera venha a ser resolvida de forma rápida e sem consequências de maior, expõe as fragilidades e os riscos associados ao uso da energia nuclear de fissão, não obstante o enorme investimento feito em segurança e o discurso tecnocrata de que tudo é controlável.

Uma preocupação acrescida

Desde o momento da ocorrência do sismo no Japão que o mundo passou a olhar para o país com preocupação e ansiedade, sempre a aguardar por notícias que contextualizem o que se passou e as consequências desta catástrofe natural. Contudo, esta preocupação e ansiedade estão aumentadas, neste caso, devido à presença de centrais nucleares no centro deste desastre e às recorrentes notícias que, desde ontem, têm surgido e que parecem espelhar uma escalada da situação, principalmente num dos reactores da central de Fukushima. A ocorrência do sismo em conjunto com o tsunami que se seguiu provocaram uma falha no sistema de refrigeração da central o que parece ter despoletado uma série de eventos, os quais não foi ainda possível anular. Notícias muito recentes dão conta de uma explosão na central e a Agência Nuclear Japonesa já veio reconhecer a presença de material radioactivo nas imediações do reactor 1 da central de Fukushima, o que poderá indicar uma fusão do combustível de urânio.

Não ao Nuclear em Portugal

Portugal tem sido palco de alguns debates em torno da adopção, ou não, desta forma de produzir electricidade. Felizmente, a opção nunca foi essa e esta experiência japonesa deve-nos relembrar que também o nosso território é marcado por um elevado risco sísmico, particularmente nas áreas onde a localização de uma central poderia ser mais apetecível.

Perante a nossa experiência em relação às externalidades do uso da energia nuclear associadas à exploração do urânio, a nossa inexperiência na regulamentação, acompanhamento e fiscalização de centrais nucleares, a nossa tendência para deixar as regulamentações no papel, a actual crise económica e o potencial que temos em energias renováveis, parece-nos claro que a aposta do país deve ser nas energias renováveis e nunca na energia nuclear.

Se queremos uma sociedade sustentável, não podemos apostar em formas de produzir energia que possam pôr em causa as gerações presentes e as futuras, seja através da exploração do urânio, da ocorrência de acidentes ou através do legado futuro em termos de desmantelamento e deposição final dos resíduos nucleares.

Ao passarem 35 anos da manifestação da população de Ferrel (localidade situada numa zona de sismicidade elevada) contra a construção de um empreendimento destes na sua terra, é tempo de reavaliar estas unidades industriais e desde já reforçar a segurança e acompanhamento das centrais nucleares espanholas e investir aceleradamente na recuperação do passivo de todo o ciclo do urânio.

Esperamos que a situação se resolva sem danos significativos para as pessoas e para o ambiente, mas o aviso é claro e não pode deixar de ser ouvido por todos aqueles que desejam uma sociedade sustentável e com futuro.

Lisboa, 12 de Março de 2011

* Colaboração de Marcia Gomes de Oliveira & Norbert Suchanek para o EcoDebate,

Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2011/03/14/carta-aberta-dos-ambientalistas-de-portugal-sobre-acidente-nuclear-no-japao/

Pesquisadores encontram provas de que peixes do Pacífico estão comendo plástico

Segundo pesquisadores que percorreram 1,6 mil km da Costa Oeste dos EUA, entrada do detrito na cadeia alimentar deve afetar os humanos

Pesquisadores do sul da Califórnia, nos Estados Unidos, encontraram provas de que pequenos peixes do norte do Oceano Pacífico estão ingerindo plástico. O estudo desses cientistas chama a atenção para os efeitos preocupantes do lixo que flutua nas águas sobre a vida marinha em áreas remotas dos oceanos.

Em cerca de 35% dos peixes apanhados em uma expedição de pesquisa realizada em 2008, na Costa Oeste dos Estados Unidos, foram encontrados pedaços de plástico em seus estômagos, de acordo com o estudo, apresentado na semana passada pelas instituições de pesquisa Algalita Marine Research Foundation (Fundação de Pesquisa Marinha Algalita) e California Coastal Water Research Project (Projeto de Pesquisa das Águas Costeiras da Califórnia). Reportagem [Ingestion of plastic found among small ocean fish] de Tony Barboza, Los Angeles Times, em O Estado de S.Paulo.

Cada um dos peixes apanhados nessa expedição tinha em seu estômago, em média, dois pedaços de plástico. Mas os pesquisadores, que dissecaram centenas de peixes-lanterna – espécie que se alimenta de plâncton -, chegaram a encontrar 83 fragmentos de plástico em um único animal.

O estudo das duas instituições levanta o temor de que o lixo, à medida que vai se introduzindo na cadeia alimentar, pode terminar sendo ingerido pelos seres humanos.

E destaca também um problema que tem chamado muito a atenção nos últimos anos: os detritos marinhos – em sua maior parte constituído de plástico – que se acumulam nas vastas correntes oceânicas conhecidas como turbilhões.

Embora as garrafas, os contêineres e as varas de pesca aos poucos se fragmentem com o impacto das ondas e a luz do Sol, os cientistas ainda não sabem se um dia esse lixo se dissolverá totalmente.

Efeitos quantificados. Os estudiosos já documentaram os perigos apresentados por esse lixo flutuante para as tartarugas, os pássaros marinhos e os mamíferos que se alimentam desse lixo ou ficam presos nos detritos. Mas, segundo os pesquisadores, o presente estudo foi o primeiro a tentar quantificar os efeitos sobre os peixes menores.

A Algalita Marine Research Foundation, instituição sem fins lucrativos com sede em Long Beach, Califórnia, que tem esse nome por causa de seu catamarã de 50 pés, realiza pesquisas científicas sobre a propagação global dos detritos marinhos, mas também luta para limitar “o rastro de plásticos” deixados pela sociedade em rios e oceanos.

O Coastal Water Research Project, baseado em Costa Mesa, também na Califórnia, é um instituto de pesquisa ambiental financiado por 14 agências governamentais diferentes.

Para realizar o estudo, os pesquisadores das duas instituições avançaram por cerca de 1,6 mil quilômetros da costa, em busca de peixes vivendo em meio às partículas de lixo flutuante numa área do Pacífico conhecida como Eastern Garbage Patch. Eles dissecaram e analisaram os peixes num laboratório em Costa Mesa.

A vasta maioria dos peixes encontrada era de peixes-lanterna, que vivem nas profundezas do oceano e sobem à superfície quando escurece em busca do plâncton. Como são um dos peixes mais comuns no oceano e uma fonte de alimento para peixes populares na pesca, como o atum e o dourado, a descoberta dos fragmentos de plástico levanta questões quanto aos efeitos sobre a vida marinha e o consumo humano.

“À medida que os pedaços grandes de plástico se fragmentam, eles vão ficando do tamanho e com a textura de um alimento natural”, disse Charles Mooore, fundador da Fundação Algalita e autor do estudo. “O que estamos observando é toda a rede alimentar sendo contaminada pelo plástico”.

Ideias. O estudo foi publicado na revista científica Marine Pollution Bulletin e os autores devem apresentar suas descobertas na Plastics Are Forever Youth Summit, em Long Beach, reunião na qual adolescentes dos Estados Unidos e de mais 13 países trocarão ideias sobre como combater a poluição provocada pelo plástico nos oceanos.

A pesquisa também será apresentada no fim deste mês na Quinta Conferência Internacional sobre Detritos Marinhos, em Honolulu, Havaí. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO.

Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2011/03/14/pesquisadores-encontram-provas-de-que-peixes-do-pacifico-estao-comendo-plastico/

domingo, 13 de março de 2011

Alimentos que não podem faltar na mesa dos Intolerantes/Alérgicos


quinta-feira, 10 de março de 2011

Estudo inédito na Europa mede impacto da poluição sobre a saúde

A poluição atmosférica reduz a expectativa de vida dos europeus, provoca asma entre as crianças e bronquite crônica e doenças cardiovasculares entre os maiores de 65 anos, e custa bilhões de euros à sociedade. Mas, entre os moradores de Bucareste, que são os menos favorecidos, e os de Estocolmo, onde o ar é mais puro, a situação não é a mesma. Essas são as conclusões, em parte inéditas, de um programa europeu chamado Aphekom, que mobilizou durante três anos cerca de sessenta pesquisadores em 12 países e 25 cidades, envolvendo no total 39 milhões de habitantes, cujos primeiros resultados foram divulgados na quarta-feira (2). Reportagem de Gaëlle Dupont, em Le Monde.

“Esses números mostram que, apesar das medidas de combate, a poluição do ar continua sendo uma questão séria de saúde pública na Europa”, comenta Sylvia Medina, epidemiologista no Instituto de Vigilância Sanitária (InVS), coordenadora do estudo. A rede, constituída de cientistas voluntários, é relativamente representativa, com a exceção notável da Alemanha, onde nenhum estabelecimento quis participar.

Os pesquisadores calcularam, a partir de medições de poluição efetuadas nas 25 cidades escolhidas e dos dados publicados na literatura científica, os ganhos potenciais de expectativa de vida entre a população com mais de 30 anos se a poluição pelas partículas finas fosse reduzida em toda parte para 10 microgramas por metro cúbico (#g/m3)em média anual, o valor defendido pela Organização Mundial de Saúde (OMS). As partículas finas de tamanho inferior a 2,5 mícrons (PM2,5) penetram profundamente no organismo, afetando as vias respiratórias e o coração.

Os resultados, que permitem ler implicitamente as perdas de expectativa de vida associadas à poluição, são impressionantes. O excesso de partículas finas – emitidas especialmente pelos veículos a diesel e pelas fontes individuais e coletivas de aquecimento – reduz em quase dois anos em média a expectativa de vida dos habitantes de Bucareste, e em quase seis meses a dos parisienses. Isso não acontece em Estocolmo, onde a poluição está dentro das normas da OMS.

Em uma segunda parte do estudo realizado em dez cidades (entre elas Barcelona, Bruxelas e Roma), os epidemiologistas Nino Künzli e Laura Perez avaliaram pela primeira vez o impacto da poluição atmosférica ao levar em conta seu papel de desencadeador de doenças crônicas, e não unicamente de fator agravante. O fato de que em média 50% da população vive nas proximidades de um eixo rodoviário bastante movimentado (mais de 10 mil veículos ao dia) seria responsável por 15% dos casos de asma entre os menores de 17 anos, por 23% das bronquites crônicas e por 25% das doenças cardiovasculares entre os maiores de 65 anos. Um valor de 10 mil veículos ao dia é “frequentemente atingido nas grandes cidades”, afirma Karine Léger, engenheira da Airparif, o organismo de vigilância da qualidade de ar na região de Ile-de-France. O tráfego chega em média a 270 mil veículos por dia na periferia parisiense e a 20 mil veículos na rua de Rivoli.

Pela primeira vez nessa escala, está sendo avaliado o impacto econômico da poluição. O custo do impacto das partículas finas é estimado em 31,5 bilhões de euros anuais. A avaliação leva em conta sobretudo a hospitalização dos doentes e os dias de trabalho perdidos. “É um custo elevado, que recai diretamente sobre os sistemas de saúde”, ressalta Olivier Chanel, do CNRS. “O interesse em reduzir os níveis médios de exposição é considerável”. Ora, embora tenham sido feitos progressos em certas moléculas, como o dióxido de enxofre, a poluição por partículas finas não tem baixado.

Sob pressão dos novos membros da União Europeia, um valor limite muito elevado de 25#g/m3 foi estabelecido na União. Esse valor poderá ser revisto para baixo em 2020, após uma avaliação em 2013. Na França, o estabelecimento de uma norma obrigatória de 15#g/m3 em 2015, prevista pela Grenelle do meio ambiente, foi substituído por um valor meta de 20#g/m3 (um nível raramente ultrapassado no país), acompanhado de uma “meta de qualidade” não obrigatória de 10#g. Nos Estados Unidos, o valor-limite é de 15#g, na Austrália é de 10.

Valores-limite em queda

Ninguém duvida que os resultados da Aphekom serão muito comentados na França, num momento em que Bordeaux, Lyon, Grenoble, Nice, Clermont-Ferrand, Aix-en-Provence e Plaine Commune (Seine-Saint-Denis) são voluntárias, a pedido do ministério do Meio Ambiente, para experimentar as zonas de ação prioritárias para o ar (ZAPA), e proibir seu acesso aos veículos mais poluentes em 2012. Após um tumultuoso debate, um pedágio urbano também foi possibilitado pela lei Grenelle 2, para os municípios voluntários com mais de 300 mil habitantes. Ora, cidades como Estocolmo e Londres, onde a poluição é controlada, já o implementaram.

Os poderes públicos não são os únicos preocupados com esse estudo, Medina faz questão de lembrar. Todos podem limitar os riscos, ficando longe dos motores que rodam parados, não abrindo as janelas nos horários de pico, andando pelas ruas de pouca circulação, e fazendo um “uso mais racional” dos meios de transporte.

Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2011/03/10/estudo-inedito-na-europa-mede-impacto-da-poluicao-sobre-a-saude/

Associação entre Tabagismo e artrite reumatóide

Um mecanismo que desencadeia a artrite reumatoide em fumantes foi identificado por pesquisa da FMRP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto), da USP.

Já se sabia que quem tem predisposição genética e fuma pode sofrer dessa doença inflamatória crônica, que causa dores e rigidez matinal nas mãos e nos pés.

Agora, o estudo do biomédico Jhimmy Talbolt, defendido como dissertação de mestrado na última semana, revela como isso acontece.

Quando a pessoa fuma, uma das células do sistema de defesa -a TH17- é sensibilizada e fica doente.

Ao ser estimulada pelos hidrocarbonetos aromáticos da fumaça do cigarro, a TH17 passa a orientar o sistema de defesa a destruir articulações das mãos, pés, joelhos, punhos, cotovelos e tornozelo.

O professor de reumatologia da FMRP e orientador de Talbot, Paulo Louzada Junior, disse que o resultado pode ser o ponto de partida para o desenvolvimento de uma droga que reduza os sintomas da doença com mais eficiência ou até interrompa o processo de deterioração das articulações periféricas.

Segundo Louzada Junior, a artrite reumatoide atinge 1% da população adulta brasileira e a descoberta é inédita na literatura científica.

A pesquisa, com financiamento do CNPq e da Fapesp, acompanhou durante dois anos 138 pacientes com artrite reumatoide (metade fumante) e um grupo-controle com 129 pessoas sadias.

Foram comparadas as mutações genéticas do sangue de pacientes fumantes e não fumantes com o sangue do grupo-controle.

Essas informações foram relacionadas aos dados clínicos de cada um, constatando que a fumaça do cigarro e a célula TH17 estavam ligadas à artrite reumatoide.

"Em modelos experimentais em camundongos, constatamos que os receptores de hidrocarboneto arila [da fumaça do cigarro] provocavam o aumento do número das células TH17 e a piora da doença", diz Talbot.

Louzada Junior explica que o receptor da célula TH17 se danifica com a fumaça porque é sensível ao hidrocarboneto arila.

"Esse receptor elimina poluentes dentro do corpo. Só que, se tiver essa alteração genética, o sistema pode estimular a célula do sistema de defesa a causar a doença."

FATOR AGRAVANTE

Para o reumatologista José Goldemberg, da Unifesp, conhecer esse mecanismo possibilita tratar o problema com conhecimento científico. "Sem a "achometria", que é a medida do achismo."

Segundo Ari Halpern, reumatologista do hospital Albert Einstein, muitos estudos têm demonstrado relação entre o cigarro e a artrite e, entre os fatores que alteram o prognóstico da doença, o fumo é um dos mais importantes.

Fonte: http://pheventosbr.com.br/ph-eventos-noticias-texto.asp?Noticia=238

Composto da mostarda pode ajudar no combate ao câncer de bexiga

Plantas como a mostarda, a raiz-forte comum e a versão japonesa - que dá origem ao tempero wasabi, típico na culinária oriental - podem ter propriedades anti-câncer, segundo um estudo publicado na publicação científica "Carcinogenesis", da Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha.

Os autores, ligados a institutos de pesquisa sobre o câncer nos Estados Unidos, sugerem que uma substância presente nesses vegetais conhecida como isotiocianato de alila - composto responsável pelo sabor forte desses vegetais - pode ajudar no combate ao câncer de bexiga.

Durante o estudo, feito em ratos, os cientistas notaram que o avanço da doença foi interrompido em 30% dos casos e a contaminação de outros órgãos por células cancerígenas (metástase) foi completamente impedida em todos as cobaias.

Plantas normalmente utilizam o isotiocianato de alila como uma arma para combater ameaças como insetos herbívoros. Na pesquisa, os ratos foram alimentados com pó de semente de mostarda. O tratamento durou três semanas. Os roedores com a dieta especial foram comparados com um grupo controle - que não recebeu nenhuma comida especial para combater o câncer.

Apesar do trabalho não ser conclusivo sobre a aplicação direta dos benefícios da mostarda em humanos, os pesquisadores acreditam que outras pesquisas podem surgir para provar o benefício dos vegetais no combate ao câncer.

O isoticianato também aparece em outros vegetais do grupo conhecido como crucífero, dos quais os principais representantes são a couve-flor, o repolho, a couve e o brócolis. Segundo o Instituto Nacional do Câncer norte-americano, esta família de plantas possui propriedades capazes de reduzir o risco de câncer de cólon.

Já o câncer de bexiga pode gerar a contaminação de outros órgãos em até 30% dos casos em humanos. Após as células cancerígenas se espalharem, o paciente normalmente precisa de um tratamento agressivo e, em alguns casos, remover a bexiga, com chances pequenas de sobrevivência.

Fonte: http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=2&idnot=10248

Parar de fumar melhora o colesterol - Universidade americana avaliou o impacto do cigarro na produção do "bom colesterol"

O fim do hábito de fumar promove rapidamente outro benefício ao fumante logo de cara: a melhora de seu colesterol. Com o adeus ao cigarro, o ex-fumante observa a alta da taxa do bom colesterol. O HDL é uma proteção natural contra doenças cardiovasculares e baixas concentrações dele são um fator de risco para doenças como a arteriosclerose.

A nova descoberta lança luz sobre a relação do tabagismo com a saúde do coração. Quase 20% das mortes por essa doença são atribuídas ao cigarro, mas os cientistas ainda não têm uma compreensão clara sobre o que está por trás deste efeito.

Fumar afeta o sistema cardiovascular reduzindo os níveis de oxigênio. O teste para analisar o impacto do tabagismo sobre os níveis de colesterol de forma mais rigorosa feito pela University of Wisconsin School of Medicine, nos EUA, analisou 1.500 fumantes. A maioria apresentava sobrepeso. Os fumantes analisados consumiam cerca de 21 cigarros por dia antes do início do estudo.

Depois de um ano, em um dos cinco programas para pôr fim ao tabagismo, 334 tinham conseguido deixar o cigarro. Os que pararam tiveram um aumento de cerca de 5% ou 2,4 miligramas por decilitro do colesterol HDL.

Fonte: http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=2&idnot=10255

sábado, 5 de março de 2011

Pesquisadores criam índice para calcular obesidade

O Índice de Massa Corporal (IMC), usado para medir o grau de magreza ou obesidade de uma pessoa, tem quase 200 anos de idade e defeitos.

Oito pesquisadores liderados por Richard Bergman, da Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles, criaram "Um Índice Melhor de Adiposidade do Corpo". Esse é o título do artigo científico em que descrevem o método, na revista médica "Obesity".

O novo método chama-se Índice de Adiposidade Corporal (IAC) e usa uma equação e apenas duas medidas -a circunferência do quadril e a altura da pessoa- para chegar à porcentagem de gordura no corpo.

O método tradicional de calcular é obtido ao se dividir o peso da pessoa em quilos pelo quadrado de sua altura em metros.

O velho índice foi criado em 1832 pelo matemático e astrônomo belga Lambert Adolphe Jacques Quetelet (1796-1874). O Índice de Quetelet foi rebatizado de IMC em 1972, e depois adotado pela Organização Mundial de Saúde como um método simples de medir a obesidade.

SÓ PARA MAIORES

O IMC é impreciso, pois não leva em conta o sexo ou a massa muscular (mulheres têm mais gordura; e músculos pesam mais que gordura). Também não é adequado para menores de 18 anos.

Saber a prevalência de obesidade em uma população é importante em termos de saúde pública. Trata-se de fator de risco para doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, hipertensão e câncer.

Por exemplo: estudo com 24.508 pessoas de 45 a 79 anos, no Reino Unido, revelou que 1.708 homens e 892 mulheres desenvolveram doença coronária cerca de nove anos depois.

Homens com as maiores cinturas em relação aos seus quadris tiveram 55% maior chance de desenvolver a doença; entre elas, o risco foi 91% maior.

Bergman e colegas testaram várias equações para checar qual corresponderia melhor à realidade. Eles tinham a porcentagem de gordura no corpo de duas populações estudadas antes, uma de 1.733 americanos descendentes de mexicanos, outra de 223 afro-americanos.

A gordura tinha sido medida por uma técnica de raio-X, a DXA (sigla em inglês para Absorciometria de Raios-x de Dupla Energia).

A fórmula conseguiu prever com precisão a gordura corporal nos casos acima de 20%; nos casos de gordura de 25% a 30%, a precisão foi total, erro de 0% na estimativa. Apenas nos casos de adiposidade abaixo de 10% a equação não foi tão precisa, indicando um erro de 17,4% a mais de gordura.

"O número de pessoas estudadas ainda é pequeno para generalizar para a população mundial", diz a brasileira Rosana Radominski, presidente da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica). "O percentual de gordura é muito relativo."

Entre o grupo de mexicanos-americanos, o porcentual de gordura medido pela técnica DXA variava de 8,7% a 61,2% da massa corporal. "Acima de 32% já há excesso, 60% vai ser sempre negativo", afirma Radominski.

Os extremos em saúde não costumam ser positivos. "Mas o porcentual pequeno de gordura em um atleta com massa muscular grande não é ruim", diz a médica; afinal, músculo pesa mais, e o atleta tem boa saúde geral.

Já em uma adolescente normal, esse mesmo porcentual de gordura pode significar que a garota está subnutrida e até incapaz de menstruar, com risco grave de desenvolver anorexia.

Os autores do estudo reconhecem que é preciso mais medidas e de diferentes populações para validar o novo índice.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/884296-pesquisadores-criam-indice-para-calcular-obesidade.shtml

Distância entre ânus e testículos é associada à fertilidade

Homens que têm a medida entre o ânus e a base do escroto menor do que a média (que é de 52 mm) sofrem risco sete vezes maior de infertilidade. O dado é de estudo publicado ontem no "Environmental Health Perspectives".

A distância, segundo a pesquisa, é ligada à contagem de esperma. Quando menor a distância, menor a contagem.

Essa descoberta oferece um método simples de teste, afirma Shanna Swan, da Universidade de Rochester, nos EUA, coautora do estudo. A pesquisadora afirma que o exame não é invasivo e seu resultado não é influenciado por estresse ou pelo clima, fatores que podem alterar a contagem de esperma.

Para chegar ao resultado, os pesquisadores tomaram medidas de 126 homens nascidos a partir de 1988.

O estudo não explica por que alguns homens têm essa distância menor. Mas pesquisas anteriores analisaram a ligação entre a exposição das grávidas a certos compostos químicos, os ftalatos, e o nascimento de meninos com medida anogenital menor.

Os ftalatos são usados em perfumes, xampus, plásticos e pesticidas. Nesses estudos, foi demonstrado que mulheres com níveis mais altos de ftalatos na urina tiveram um risco dez vezes maior de ter filhos com distância anogenital menor que a média.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/884891-distancia-entre-anus-e-testiculos-e-associada-a-fertilidade.shtml

Obs: Mais sobre Ftalatos nos seguintes posts:
Obs: Mais sobre Infertilidade e contaminantes ambientais nos seguintes posts:

quarta-feira, 2 de março de 2011

Não Confunda: Hidropônico não é Orgânico, Melhoramento genético não é Transgenia



Com a atual variedade de produtos nos supermercados, fica difícil para o consumidor não se confundir entre tantos nomes: natural, hidropônico, processado, orgânico… A seguir, veremos com mais detalhes cada uma dessas denominações.

“Natural”

Em princípio, vale lembrar de que toda verdura, fruta ou legume é natural, já que o homem pode apenas reproduzir plantas a partir de sementes ou outras partes de plantas, multiplicando-as através da agricultura. Ou seja, independentemente do sistema em que foram produzidos (convencional ou orgânico), do grau de contaminação ou da qualidade nutricional que apresentem, qualquer verdura, legume ou fruta é natural. Portanto, a palavra “natural” indicada nas embalagens não significa que o produto esteja isento de agrotóxicos e outras substâncias que trazem riscos para a saúde humana.

“Processado”

Os produtos lavados, cortados e embalados, usados para facilitar a vida da dona de casa, continuam sendo verduras e legumes convencionais, ou seja, que receberam agrotóxicos e adubos químicos; apenas já foram selecionados pela indústria. Atualmente, é possível encontrar produtos higienizados e processados que foram produzidos no sistema orgânico e que por isso, não contêm agrotóxicos nem qualquer outro produto potencialmente tóxico. Para encontrá-los, basta verificar na embalagem a palavra “orgânico” juntamente com o selo de uma instituição certificadora. Desta forma, o consumidor terá a certeza de que os produtos processados seguiram, de fato, todas as normas de produção que geram alimentos saudáveis, como são os orgânicos.

“Hidropônico”

O hidropônico é um alimento produzido sem a presença do solo e sempre em ambiente protegido, ou seja, em estufa. Cultivado sobre suportes artificiais, em água, recebe soluções químicas para nutrição e tratamento de eventuais doenças.

“Orgânico”

O produto orgânico, ao trazer este nome na embalagem juntamente com o selo de uma Instituição Certificadora, demonstra a quem o compra muito mais que um alimento isento de substâncias nocivas à saúde. Ao ser gerado dentro de um sistema produtivo que preservou o ambiente natural, o produto orgânico contribui para a melhor qualidade de vida não de um consumidor isolado, mas de toda a sociedade.

Para ressaltar bem um produto hidropônico de um orgânico, veja a comparação abaixo:

Hidroponia
Orgânicos
Produção de alimentos sem o uso
do solo
Plantas recebem agrotóxicos
Plantas precisam receber
fertilizantes químicos, devido a
ausência de solo.
Eventuais excessos de nutrientes
ou impurezas na solução nutritiva 
podem se acumular no produto
hidropônico.
Plantas com metabolismo
desequilibrado, suscetíveis ao
ataque de pragas e doenças.
A beleza garante ao consumidor
que o produto é saudável.

Produção de alimentos no solo
Plantas não recebem agrotóxicos.
Plantas recebem apenas
fertilizantes orgânicos ou
minerais moídos.
O solo filtra e neutraliza as
eventuais impurezas e a planta
aproveita os nutrientes sem
acumular excessos.
Plantas com metabolismo
equilibrado, mais resistentes a
pragas e doenças.
O sistema de produção
certificado garante ao consumidor
que o produto é saudável.



Transgênicos VERSUS Melhoramento genético (aperfeiçoamento genético)

São duas técnicas completamente diferentes. Os transgênicos são produzidos pela modificação genética, e nunca por melhoramento genético.

Melhoramento genético


Há séculos o homem utiliza a prática de melhoramento genético para aperfeiçoar espécies animais e vegetais de interesse. Tudo começou quando o homem passou a realizar cruzamentos, seguidos de seleção artificial, das variedades que mais lhe interessavam. Esse procedimento originou inúmeras raças de animais e variedades vegetais que, hoje, fazem parte de nosso dia-a-dia.

Cavalos e jumentos são cruzados para produzir híbridos – mulas e burros – utilizados para serviços de tração; o gado leiteiro e o de corte são hoje muito mais produtivos que os de antigamente; plantas como milho, feijão e soja produzem atualmente grãos de excelente valor nutritivo.

Para preservar as qualidades das inúmeras variedades vegetais obtidas em cruzamentos, o homem aprendeu a fazer a propagação vegetativa, processo executado principalmente pelo plantio de pedaços de caule (estaquia) ou de enxertos (enxertia) das plantas de boa qualidade. Esse tipo de reprodução assexuada forma clones das plantas com melhores características.

Bons exemplos desse processo são a estaquia, atualmente praticada pelo Instituto Florestal de São Paulo, de pedaços de galho de eucalipto na propagação de variedades produtoras de madeira de excelente qualidade para a construção de casas, e a enxertia de inúmeras variedades de laranja, entre elas a laranja-da-baía, também conhecida como laranja-de-umbigo.

Vimos que, desde os tempos antigos, o homem aprendeu, por meio da observação e da experimentação, a praticar o melhoramento de espécies animais e vegetais que apresentam algum interesse econômico, alimentar ou medicinal. Essas bases deram início a uma tecnologia conhecida como biotecnologia, que pode ser definida como um conjunto de técnicas que utilizam organismos vivos ou partes deles para a produção de produtos ou processos para usos específicos. Analisando a definição, podemos pensar que a biotecnologia já é praticada pelo homem a milhares de anos, quando ele aprendeu a utilizar, por exemplo, microorganismos fermentadores para a produção de pães, iogurtes e vinhos.

Transgênicos ou Organismos geneticamente modificados (OGM)

Depois do conhecimento da estrutura do DNA, na década de 1950, e do entendimento do seu processo de duplicação e da sua participação na produção de proteínas, surgiu em 1973 uma vertente da biotecnologia conhecida como engenharia genética, que, por meio de técnicas de manipulação do DNA, permite a seleção e modificação de organismos vivos, com a finalidade de obter produtos úteis ao homem e ao meio ambiente.

Na transgenia, seqüências do código genético são removidos de um ou mais organismos e inseridos em outro organismo, de espécie diferente. A principal implicação da transgenia é a quebra da barreira sexual entre diferentes espécies, permitindo cruzamentos impossíveis de ocorrerem naturalmente, como entre uma planta e um animal, uma bactéria e um vírus. A inserção de genes exóticos em uma planta, por exemplo, pode resultar em efeitos imprevisíveis em seus processos bioquímicos e metabólicos.

Riscos para a saúde humana

E o consumo humano de alimentos transgênicos? Se há riscos, porque eles foram liberados?

Na semana retrasada um estudo com ratos, publicados pela Food and Chemical Toxicology
mostrou que ratos alimentados com organismos geneticamente modificados (OGM) morrem antes e sofrem de câncer com mais frequência do que os demais. Os pesquisadores consideraram os resultados alarmantes.


Para ler mais sobre o tema:
Artigo na íntegrahttp://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0278691512005637
Artigo publicado aqui no Bloghttp://www.ecologiamedica.net/2012/09/estudo-revela-toxicidade-alarmante-dos.html

No Brasil maior parte da soja e milho são transgênicos. Ainda não sabemos a repercussão disso. Ano passado a Embrapa em parceria com empresas internacionais anunciou que irá produzir um feijão transgênico desenvolvido por ela.  Essa parceria com as maiores corporações agronômicas do mundo e desenvolvimento de variedades de sementes transgênicas colocam em discussão o papel da Embrapa. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária é a maior autarquia em agricultura tropical do mundo e goza de uma credibilidade alcançada por poucos órgãos. Dispõe, além disso, de um orçamento de R$ 1,8 bilhão neste ano, ou quase três vezes mais do que ostentava em 2002.


Fruto de uma trajetória de desenvolvimento de soluções para o campo, esta credibilidade é capaz de atrair muitos interesses, para o bem e para o mal. Quando a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou o feijão transgênico desenvolvido pela estatal, no mês passado, colocou seu próprio trabalho em discussão. Ao batalhar durante mais de uma década pelo desenvolvimento de uma semente geneticamente modificada, a Embrapa inscreveu um marco na ciência nacional ou colaborou para a perda de soberania alimentar e para riscos à saúde dos brasileiros?

"O que se deve questionar é por que a Embrapa produz de maneira direta, ou em parceria com empresas capitalistas transnacionais, sementes transgênicas”, afirma Horacio Martins de Carvalho, membro da Associação Brasileira de Reforma Agrária e engenheiro agrônomo. “Além de serem patenteadas e, portanto, tornarem-se mercadorias, (as sementes transgênicas) contribuem de forma decisiva para a erosão genética. Os contrários ao feijão alterado geneticamente viram na atuação da Embrapa no caso uma violação ao princípio da precaução, assegurado pela Constituição e base da atuação científica: na dúvida, não se leve adiante. A sessão da CTNBio, a comissão responsável por liberar novas variedades de transgênicos, ficou marcada por acusações de que a estatal teve uma conduta como a de qualquer transnacional, deixando de lado as possibilidades de que o grão represente riscos à saúde humana e ao meio ambiente. A pressa na tramitação do processo e os estudos inconclusivos sobre os impactos do produto são o centro da argumentação.

Renato Maluf, presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), um órgão consultivo ligado à Presidência da República, adverte que não se pode condenar a empresa como um todo, lembrando que dentro dela há quem queira discutir a necessidade de desenvolvimento de transgênicos, mas não deixa de manifestar contrariedade com o novo feijão. “O que nós não aprovamos é que uma empresa de pesquisa – ainda mais uma empresa pública – tenha pressa em liberar uma coisa que ainda não está suficientemente testada em todos os seus aspectos.”

Entre outros problemas, o número de cobaias sacrificadas para analisar alterações fisiológicas era muito pequeno – apenas três. Todas eram machos, e com isso não se sabe sobre possíveis efeitos em gestantes. “Em retrospectiva, vemos os resultados negativos de estudos semelhantes no passado”, afirma Maria Izabel Radomski, pesquisadora da Embrapa Florestas, ao recordar agrotóxicos desenvolvidos pela empresa e que pareciam seguros, mas posteriormente se mostraram nocivos à saúde. “Este feijão transgênico não vai ter alguma deficiência? Não existe uma superplanta.”

Fontes:


  1. http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidadania/2011/10/transgenicos-e-parcerias-com-empresas-colocam-em-debate-o-papel-da-embrapa
  2. http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Biotecnologia/transgenicos.php 
  3. http://www.greenpeace.org.br
  4. http://www.casadoorganico.com/blog/nao-confunda-hidroponico-nao-e-organico/
  5. http://www.ecologiamedica.net/2012/09/os-reais-riscos-de-consumir-transgenicos.html


Críticas e Mal Entendidos sobre Agricultura Orgânica – Contra Argumentos



MAL ENTENDIDO 1: Resíduos de agrotóxicos em alimentos convencionais seguem padrões de segurança e estão dentro dos limites de segurança.
Contra Argumentos: A pesquisa brasileira da ANVISA (PARA 2001-2009) mostra que infelizmente isso não acontece com nossos vegetais.

MAL ENTENDIDO 2: Não há evidência consistente de diferenças entre alimentos orgânicos e convencionais
Contra Argumentos: Alimentos orgânicos têm menores níveis de agrotóxicos, drogas veterinárias e teor de nitrato. Além disso, têm maior teor de antioxidantes, fitoquímicos, minerais e algumas vitaminas. Quanto ao teor de carboidratos, proteínas e gorduras eles não diferem muito, mas acredita-se que os orgânicos têm valor nutricional mais equilibrado (e não maior). Alimentos orgânicos de origem animal têm melhor qualidade de gordura e menos teor de ácidos graxos saturados e os processados não têm gordura hidrogenada, nem aditivos químicos sintéticos e não são irradiados. Por isso são, sem dúvida, mais saudáveis.

MAL ENTENDIDO 3: Grupos de empresários orgânicos divulgam informações sobre o perigo dos alimentos convencionais para aumentar seu lucro e espaço de mercado.
Contra Argumentos: Na verdade, a maioria das comunicações sobre os benefícios dos alimentos orgânicos – que são cada vez mais conhecidas – são divulgadas pelos consumidores, pela mídia, por associações e organizações não governamentais de incentivo à agricultura orgânica, e por profissionais da saúde que não têm interesse comercial no setor. As grandes empresas que têm condições de assumir os altos custos do marketing dos orgânicos não se interessam por esse setor, pois também produzem alimentos convencionais que ainda mantém a maior parte de seus lucros.

MAL ENTENDIDO 4: A Agricultura Orgânica aumenta o risco de contaminação alimentar. Exemplos: alimentos orgânicos contêm mais bactérias como E. coli porque utilizam adubo de origem animal; e micotoxinas por causa da falta de agrotóxicos no cultivo.
Contra Argumentos: Os padrões orgânicos de utilização de esterco seguem rígidas recomendações: ou o esterco deve ser preparado antes como composto e sofre degradação térmica, ou deve ser aplicado somente após 90 dias de coletado. Dessa forma, não existe mais risco de contaminação patogênica entre orgânicos que devem ser corretamente higienizados antes de serem consumidos, como qualquer outro vegetal. Mas é bom lembrar que a agricultura convencional utiliza toneladas de esterco de vaca e de galinha in natura, sem qualquer tipo de processamento ou regras para utilização. A E.coli é encontrada em todo lugar e as práticas de higienização são necessárias para prever qualquer tipo de contaminação, em qualquer tipo de alimento. A aplicação de composto não figura entre a maior causa de contaminação de E.coli nos seres humanos, que segundo a US Centers for Disease Control ocorre por consumo de carne infectada durante o abate. Além disso, em pesquisa realizada pela FAO, descobriu-se que vacas soltas, tratadas a pasto ou feno (como no caso dos animais orgânicos) produzem menos (de – tirei) E.coli no seu material fecal do que os animais confinados tratados com cereais. Quanto às micotoxinas, a AO não usa fungicidas, mas apresenta outras vantagens que previnem a contaminação dos alimentos por micotoxinas e reduzem a concentração de fungos, como plantas com células e tecidos mais estáveis e resistentes a fungos; esquemas de rotação de culturas e manejo animal mais saudável. A FAO também publicou estudo que demonstra que níveis menores de micotoxinas são encontrados em leites de origem orgânica quando comparadas com leites de origem convencional.

MAL ENTENDIDO 5: Muitos alimentos naturais contêm substâncias alergênicas que têm impacto sobe a saúde. A transgenia pode ajudar a minimizar tais efeitos.
Contra Argumentos: Existem realmente agentes naturais nos alimentos que podem ser tóxicos como os glicoalcalóides nas batatas, o ácido cianídrico em frutas como ameixa, damasco, maçã e pêssego, e os glicosinolatos no espinafre e couves. Mas tudo é uma questão de dose, modo de preparo e sensibilidades individuais. Além disso, ressalta-se que tais substâncias se encontram nos alimentos orgânicos e convencionais e não há estudo que mostre que as substâncias tóxicas naturais são mais potentes nos orgânicos. A transgenia poderia ser um processo para amenizar tais substâncias, mas a intoxicação rara que tais substâncias causam nos seres humanos são bem menos problemáticas e preocupantes do que os efeitos ainda não delineados dos alimentos transgênicos. E ao tentar solucionar problemas de alergia, a transgenia acaba produzindo novos alergênicos como no caso das intoxicações com o suplememto alimentar transgênico L- triptofano e com o milho StarLink, com o gene contendo a toxina Bt. Isso sem falar dos problemas sociais, ambientais e éticos das sementes transgênicas, liberadas no Brasil sem rotulagem, infringindo normas básicas de biossegurança.

MAL ENTENDIDO 6: Alguns pesticidas “verdes” ou “orgânicos” podem causar danos à saúde e são usados em grandes doses. Por isso não há razão para confiar nos alimentos orgânicos.
Contra Argumentos: Com certeza, pesticidas naturais (e também adubos orgânicos) podem causar danos se forem usados de forma inconseqüente, em altas doses, sem respeito aos prazos de carência. Mas uma Agricultura Orgânica séria e comprometida deve buscar seguir princípios de segurança e equilíbrio no uso de tais substâncias. Outra questão importante é que uma propriedade orgânica, à medida que consegue equilibrar o ecossistema ao seu redor com um manejo correto, depende cada vez menos de fertilizantes e pesticidas naturais. Com o tempo, o solo se enriquece, o policultivo e a rotação de culturas se estabelecem, a biodiversidade aumenta e as espécies nativas se proliferam, atingindo um estado de equilíbrio que prescinde de insumos externos para produzir alimentos. Ou seja, a AO usa pesticidas no inicio da produção, mas a proposta é, a médio e longo prazo promover o equilíbrio do agroecossistema e evitar o uso de pesticidas. Isso vale também para a produção animal. Uma produção orgânica de qualidade não deve almejar granjas orgânicas com uso de probióticos, fitoterapia e rações orgânicas, mas deve criar animais livres e saudáveis, capazes de procriar, de se alimentar e de se comportar de acordo com sua espécie. É como o ser humano que chega doente e desequilibrado ao médico e precisa do medicamento. Mas se ele passa a ter uma vida equilibrada, cuida da alimentação, do sono, do ritmo, do exercício físico e das suas emoções, ele se torna saudável e adoece raramente, evitando o uso de drogas – naturais ou sintéticas. É esse “estado de saúde” e independência que uma propriedade orgânica deve almejar e alcançar.

MAL ENTENDIDO 7: Alimentos orgânicos são muito caros e estão se tornando “comida de rico”.

Contra Argumentos: Resumidamente, essa é uma questão que envolve de que forma e onde o consumidor compra seu alimento orgânico e qual o seu parâmetro de alimento “caro e barato”. Outra questão diz respeito ao quanto o consumidor deseja se envolver para mudar esse conceito e quais são suas prioridades de consumo alimentar. Ressaltamos que, em geral, os custos para produzir alimentos convencionais são bem mais altos do que para a produção de orgânicos. As externalidades ambientais ( contaminação de águas, solo e ar, perda de biodiversidade), sociais ( exclusão de agricultores) e sobre a saúde humana(contaminações químicas) não são levadas em conta no preço da comida. Em longo prazo, consumir alimentos orgânicos significa menos doenças, menos intervenções médicas e hospitalares e um meio ambiente preservado e saudável.
Em países como o Brasil, a produção orgânica tem custo mais baixo que a convencional e há regiões que produzem orgânicos com o mesmo preço que os convencionais. Isso depende da organização dos agricultores e do circuito de vendas que o consumidor deseja apoiar. Resumidamente, comprar direto dos agricultores (cestas, feiras, etc) é mais barato do que em lojas especializadas, e muito mais acessível que nas grandes redes de supermercados. Essa é uma dimensão real e bem complexa que um parágrafo não vai responder bem.

MAL ENTENDIDO 8: As pessoas não podem comprar orgânicos, então promover a Agricultura Orgânica reduzirá o consumo de frutas e verduras, alimentos saudáveis, porém caros quando orgânicos.
Contra Argumentos: Primeiramente, é preciso levar em conta o contexto anteriormente indicado. Não há dúvida de que promover o consumo de alimentos saudáveis deveria ser uma das prioridades da área da saúde. Não podemos esquecer que as frutas e verduras, mesmo sendo nutricionalmente saudáveis, podem ser ainda mais potentes promotoras da saúde se forem orgânicas. Isso porque além de terem maior quantidade de minerais e fitoquímicos, elas têm menos agrotóxicos e resíduos de fertilizantes sintéticos. Frutas e verduras são saudáveis. Se orgânicas, mais ainda! A área da saúde não pode ignorar esse fato e os especialistas devem indicar o que é superior.
As evidências mostram que os consumidores orgânicos consomem mais frutas e verduras e menos alimentos insalubres do que a maioria da população. Promover a AO significa, a médio prazo, maior oferta e demanda de alimentos orgânicos e menor preço; e essa ação faz parte da necessária estratégia de promoção de hábitos alimentares saudáveis e da saúde ambiental e social que queremos ver na sociedade atual.
Ressaltamos que o preço relativamente barato de alimentos como óleo, gorduras, açúcar e alimentos industrializados, que promovem obesidade e muitas doenças não transmissíveis, não reflete o preço real desses alimentos, que é distorcido por políticas de subsídios agrícolas. Futuras intervenções políticas serão necessárias para apoiar a AO (e toda cadeia de alimentos saudáveis), se todos os consumidores se envolverem e desejarem essa perspectiva produtiva e escolherem políticos comprometidos com essa causa.

MAL ENTENDIDO 9: Alimentos orgânicos não são saborosos e atraentes.
Contra Argumentos: Bem, primeiramente o que é saboroso é um conceito muito subjetivo. Há pessoas que não gostam do sabor de leites in natura e frangos orgânicos de carnes rígidas e preferem leites de caixinha (UHT) e aves de granja, de carnes “macias”. O que as poucas pesquisas na área indicam é que os alimentos orgânicos têm sabor, textura, cor e odores originais; mostram alimentos como tomates, morangos, maçãs e cenouras mais adocicados e cascas de ovos e carnes mais firmes. Se vierem de uma agricultura orgânica de qualidade, os produtos orgânicos são atraentes e devem apresentar excelente aspecto. Mas eles não são padronizados em formas e tamanhos, o que é perfeitamente natural, na concepção da palavra.
E é preciso ressaltar que muitos chefes de cozinha no Brasil e no mundo recomendam e sinalizam a superioridade dos orgânicos em termos de sabor e qualidade. Mas só experimentando os orgânicos, é que o consumidor pode comparar.

MAL ENTENDIDO 10: Alimentos orgânicos são para vegetarianos
Contra Argumentos: Existe uma infinidade de linhas e padrões alimentares vinculados a determinadas religiões ou filosofias que restringem grupos de alimentos. No caso dos vegetarianos restritos (ou veganos), eles evitam todos os alimentos de origem animal (mel, carnes, leite e ovos) e alguns incorporam alguns desses alimentos tornando-se lacto ou ovolactovegetarianos. Muitos indivíduos vegetarianos inserem vegetais orgânicos na dieta por acreditarem que eles são mais saudáveis do que os convencionais. E o fator saúde é um aspecto importante da opção pelo vegetarianismo (não o único). Mas há vegetarianos que não consomem orgânicos, simplesmente restringem os produtos de origem animal. A dieta orgânica, a principio, é mista, até mesmo porque existe uma forma de manejo animal orgânica, que se preocupa com o bem estar dos animais e com a produção de alimentos de qualidade, tanto quanto na agricultura orgânica.
MAL ENTENDIDO 11: A certificação orgânica não é confiável e muitos alimentos convencionais são vendidos como orgânicos. Além disso, os consumidores não entendem o processo de certificação e, sendo assim, não podem confiar nele.
Contra Argumentos: Fraudes e faltas de regulação no sistema alimentar nunca serão completamente erradicadas, mas no momento, a certificação de orgânicos como um todo (porque há diferentes tipos de certificação) é um dos melhores sistemas de segurança alimentar e está em continuo processo de adaptação e mudanças.
Relembramos que na legislação brasileira, o termo orgânico incorpora outras terminologias como biodinâmicos, ecológicos, naturais, biológicos, provenientes de permacultura, etc., dependendo do tipo de agricultura praticada. Isso realmente confunde o consumidor e, por isso, a proposta de assumir o termo orgânico deve ser repensada pelas diferentes correntes de agricultura sustentável, sem perder de vista as diferenças e peculiaridades de cada proposta.
Quanto às dúvidas do consumidor, elas realmente existem, e também os diferentes especialistas estão confusos. Realmente a dúvida surge do desconhecimento. O processo é recente e ressaltamos a necessidade de um amplo e contínuo sistema de divulgação, educação e sensibilização de leigos e especialistas para que eles possam conhecer o sistema orgânico e suas vantagens, e, assim, entender tipos de certificação e suas diferenças.

Fonte: http://www.casadoorganico.com/blog/

terça-feira, 1 de março de 2011

Plano nacional de gerenciamento e eliminação de bifenilas policloradas (PCBs)

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) ampliará este ano a capacitação laboratorial de seu Centro de Metrologia Química (CMQ). O objetivo é executar ensaios e testes que darão suporte ao projeto do Ministério do Meio Ambiente (MMA) para elaborar um plano nacional de gerenciamento e eliminação de bifenilas policloradas (PCBs).

Essas substâncias são definidas como compostos organoclorados com 209 possibilidades de estruturas congêneres, das quais 130 tiveram uso comercial no passado.

As PCBs também são conhecidas como ascaréis e foram fabricadas no século 20, entre as décadas de 1920 e 1980, para conferir, principalmente, propriedades dielétricas a líquidos condutores, como os fluidos de transformadores.

Segundo o IPT, esses contaminantes são encontrados também em capacitores elétricos, bombas de vácuo, turbinas de transmissão a gás, fluidos hidráulicos, plastificantes para borrachas, pesticidas, papel carbono, entre outros sistemas e materiais.

O MMA representa o compromisso do país com a Convenção de Estocolmo, que está em vigor desde 2004 e prevê a eliminação dos passivos ambientais de poluentes orgânicos persistentes até 2025.

As PCBs estão entre as substâncias dessa categoria, que abriga também agrotóxicos, insumos da indústria química e resíduos industriais. Todos são nocivos à saúde humana e extremamente estáveis, podendo migrar de um meio para outro – como do solo para a água – com facilidade de permanecer no ambiente por muito tempo.

O IPT já conta com os padrões para a realização da implantação da metodologia analítica. “Depois, teremos de passar pelo processo de acreditação do Inmetro, que é uma exigência do MMA para aceitação do relatório do ensaio”, disse Helena Lima de Araújo Glória, do CMQ.

Para a implantação da metodologia analítica será utilizada a cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas para identificação dos vários congêneres das bifenilas e a cromatografia gasosa com detector de captura de elétrons para separação e quantificação desses compostos.

O detector de captura de elétrons é o mais seletivo para os organoclorados, sendo capaz de detectar teores em níveis de partes por bilhão (ppb).

Estima-se que a produção mundial de PCBs seja de 1,2 milhão de toneladas, sendo que 40% devem ter migrado para a natureza por meio de descartes indevidos, enquanto o restante ainda está em uso em equipamentos antigos.

Os problemas de saúde associados à intoxicação por PCB podem ocorrer no sistema reprodutivo, segundo estudos em cobaias feitos a partir dos anos 1960, quando houve maior conscientização dos efeitos nocivos dessa substância.

Nos seres humanos, os sintomas são problemas de circulação, complicações renais, câncer no fígado e vesícula biliar, hiperpigmentação, problemas oculares, entre outros.

Mais informações: http://www.ipt.br/

Fonte: http://www.agencia.fapesp.br/materia/13512/noticias/combate-ao-passivo-de-pcbs.htm
OBS: Para ler mais  posts sobre efeitos das PCBs:
  1. Exposição ao Chumbo e PCBs são fatores de risco pra Déficit de Atenção com Hiperatividade em crianças
  2. Chemical Causes of Diabetes: Overeating Is Not the Only Problem
  3. Contaminação ambiental e grávidas
  4. Toxinas ambientais e a influência na saúde humana
  5. Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) e Metais tóxicos   
  6. Disruptores endócrinos no meio ambiente: um problema de saúde

Refrigerantes podem aumentar pressão arterial, diz estudo

O consumo de refrigerantes e outras bebidas com grande quantidade de açúcar traz risco de aumento da pressão arterial.
Segundo afirma uma pesquisa feita com 2,5 mil pessoas e publicada na revista científica "Hypertension". Os autores afirmam que beber mais de 355 ml diários de bebidas com gás ou sucos de fruta contendo açúcar é o suficiente para desequilibrar a pressão.  Embora o motivo exato desta relação entre pressão e refrigerantes ainda não seja clara, os cientistas acreditam que o excesso de açúcar no sangue prejudica o tônus das veias sanguíneas e desequilibra os níveis de sal no organismo.

Na pesquisa, os participantes --todos americanos e britânicos, com idades entre 40 e 59 anos-- anotaram o que haviam comido nas 24 horas anteriores e fizeram um exame de urina, além de terem medida a sua pressão arterial.

De acordo com a pesquisa, para cada lata de bebida com açúcar consumida por dia, os participantes tinham em média uma alta de 1,6mmHg (milímetro de mercúrio) em sua pressão sistólica (quando o coração se contrai e bombeia sangue no corpo).

Já a pressão diastólica --quando o coração relaxa e recebe o sangue do sistema circulatório-- teve um acréscimo de 0,8mmHg para cada lata de refrigerante ou suco contendo açúcar bebido por dia.

Os cientistas descobriram que o consumo de açúcar era maior entre aqueles que tomavam mais de uma bebida açucarada por dia.

Além disto, segundo o estudo, os indivíduos que consumiam mais de uma dose diária de refrigerantes e bebidas açucaradas ingeriam em torno de 397 calorias a mais por dia do que as pessoas que bebiam produtos sem açúcar.

A entidade American Heart Association, sediada nos Estados Unidos, recomenda que não se consuma mais do que três latas de refrigerante de 355ml por semana.

Os cientistas também verificaram que, em geral, as pessoas que consumiam muitas bebidas açucaradas tinham dietas menos saudáveis e tinham uma tendência maior para o sobrepeso.

No entanto, segundo o estudo, a ligação entre refrigerantes e o aumento da pressão foi verificada nas pessoas entrevistadas independentemente destes fatores.

No estudo, a relação entre bebidas açucaradas e pressão alta foi muito evidente em pessoas que consomem grandes quantidades tanto de sal quanto de açúcar. Médicos afirmam que o excesso de sal na dieta contribui para o aumento da pressão arterial.

"É amplamente sabido que, se você tiver muito sal em sua dieta, você terá mais chance de ter pressão alta", diz o cientista responsável pelo estudo, Paul Elliott, da Escola de Saúde Pública do Imperial College (Londres).

"Os resultados deste estudo sugerem que as pessoas também devem ter cuidado com quanto açúcar consomem", afirma.

A pressão alta é o maior fator de risco para doenças cardiovasculares. Médicos estimam que uma pessoa com uma pressão de 135mmHg por 85mmHg tem duas vezes mais chance de ter um enfarte ou um derrame cerebral do que alguém com 114mmHg por 75mmHg.

A entidade British Heart Foundation, com sede no Reino Unido, afirma que mais estudos são necessários para entender melhor a relação entre pressão arterial e açúcar.

A nutricionista-chefe da fundação, Victoria Taylor, diz que evitar o consumo em excesso de bebidas açucaradas é o melhor caminho para impedir a obesidade, outro fator de risco para doenças cardíacas.


Artigo:
Título: Sugar-Sweetened Beverage, Sugar Intake of Individuals, and Their Blood Pressure - International Study of Macro/Micronutrients and Blood Pressure
Autores: Ian J. Brown; et al.
Periódico: Hypertension.
Data: Fev/2011
Abstract disponível em: http://hyper.ahajournals.org/cgi/content/abstract/HYPERTENSIONAHA.110.165456v1?maxtoshow=&hits=10&RESULTFORMAT=&fulltext=Paul+Elliott&searchid=1&FIRSTINDEX=0&resourcetype=HWCIT