sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Entidade lista 5 dicas para evitar intoxicação de crianças em casa
Um conjunto de organizações de saúde canadenses divulgou uma lista com cinco dicas para que pais evitem a contaminação de crianças por substâncias tóxicas em casa.
Elas são: evitar o acúmulo de poeira, optar por produtos de limpeza sem perfume e menos tóxicos, tomar cuidado durante reformas, evitar certos tipos de plásticos e, na alimentação, evitar certos tipos de peixe que absorvem grandes quantidades de mercúrio.
A campanha de conscientização a respeito dos efeitos da poluição ambiental sobre o cérebro em desenvolvimento foi financiada pelo governo do Canadá e inicialmente se dirige à população do país, mas se aplica na prática a pais e futuros pais em qualquer parte do mundo.
"Se os pais adotarem práticas simples nessas cinco áreas, podem reduzir significativamente a exposição dos seus filhos a substâncias tóxicas e até economizar dinheiro", disse Erica Phipps, diretora da Canadian Partnership for Children's Health and Environment (Parceria Canadense para o Ambiente e a Saúde da Criança, CPCHE).
Poeira
Aspirar o pó ou passar pano úmido com frequência para eliminar poeira é a primeira recomendação dos especialistas.
"A poeira em casa é uma grande fonte na exposição de crianças a substâncias tóxicas, incluindo o chumbo, que mesmo em níveis baixos, é conhecido por prejudicar o desenvolvimento do cérebro", disse Bruce Lanphear, especialista em saúde ambiental infantil e consultor do CPCHE.
"O cérebro em desenvolvimento de um feto ou de uma criança é particularmente sensível aos efeitos neurotóxicos do chumbo, mercúrio e outras substâncias tóxicas", explicou Lanphear. "Uma criança absorve 50% do chumbo ingerido, enquanto um adulto absorve 10%".
Segundo o especialista, a criança tende a colocar a mão na boca com frequência, o que aumenta ainda mais os riscos de que ela absorva essas substâncias tóxicas.
Produtos de Limpeza
Os pais podem reduzir o grau de exposição da família a produtos químicos tóxicos e economizar dinheiro ao optar por produtos de limpeza mais ecológicos.
O bicarbonato de sódio pode ser usado para esfregar banheiras e pias, e vinagre diluído em água funciona bem para limpar janelas, chão e outras superfícies, disseram os especialistas.
Evitar o uso de purificadores de ar e optar por sabão sem perfume para lavar roupa pode reduzir a exposição das crianças a substâncias químicas usadas na fabricação de fragrâncias - associadas, em estudos, a distúrbios nas funções hormonais.
Reforçando recomendações feitas por entidades médicas, entre elas a Canadian Medical Association, os especialistas também desaconselharam o uso de sabão bactericida.
Cuidados em Reformas
Quando houver reformas em casa, mulheres grávidas e crianças devem ficar longe das áreas afetadas pela obra. Isso evita sua exposição à poeira resultante da reforma - contaminada por substâncias tóxicas - e aos gases tóxicos liberados por tintas, cola e outros produtos.
Áreas não afetadas pela reforma devem ser cuidadosamente isoladas com o uso de plásticos. E a poeira deve ser aspirada durante e após a obra.
Cuidados com Plásticos
Certos plásticos devem ser evitados, especialmente quando se serve ou guarda alimentos. Os especialistas canadenses advertem os pais contra o uso de vasilhas de plástico ou de embalagens plásticas no micro-ondas, mesmo quando a etiqueta diz que o produto é seguro para uso no micro-ondas.
Produtos químicos presentes no plástico podem contaminar o alimento ou a bebida - eles explicam.
Comer alimentos frescos ou congelados sempre que possível reduz a exposição ao Bisfenol A, presente na maioria das embalagens de comida e bebida. O produto está associado a uma ampla gama de problemas de saúde, entre eles, problemas de desenvolvimento no cérebro e disfunções endócrinas.
Os especialistas também alertam contra produtos feitos de PVC, também conhecido como vinil. Ele contém um tipo de substância química chamada ftalato, que está associada a diversos problemas de saúde.
Ftalatos podem ser encontrados em cortinas de banheiro, babadores e até capas de chuva.
Os especialistas aconselham que os pais joguem fora brinquedos e mordedores feitos com este tipo de plástico.
Peixe Seguro
Para reduzir a exposição das crianças ao mercúrio, um metal que é tóxico para o cérebro, os especialistas aconselham que sejam escolhidas variedades de peixe que absorvem menos mercúrio, como cavala do Atlântico, truta, arenque, salmão selvagem ou em lata e tilápia.
Se for servir atum, procure as variedades "leves", que absorvem menos mercúrio do que a variedade albacore (atum branco).
Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/06/110623_dicas_intoxicacao_criancas_mv.shtml
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Dr. Frederico Lobo
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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Outro alerta sobre a água que bebemos
A água consumida na Região Metropolitana de Campinas (RMC), onde vivem cerca de 2,5 milhões de pessoas, contém vários tipos de compostos derivados de fármacos, hormônios sexuais e produtos industriais. Algumas destas substâncias são classificadas como “interferentes endócrinos”. Isso significa que, quando ingeridas em grandes concentrações ou por tempo prolongado, podem interferir no funcionamento das glândulas de espécies animais, incluindo os seres humanos. A constatação faz parte da tese de doutorado defendida recentemente pela pesquisadora Gislaine Ghiselli, do Instituto de Química (IQ) da Unicamp, sob orientação do professor Wilson de Figueiredo Jardim.
Compostos apresentam concentração muito acima do limite
Intitulado “Avaliação da Qualidade das Águas Destinadas ao Abastecimento Público na Região de Campinas: Ocorrência e Determinação dos Interferentes Endócrinos (IE) e Produtos Farmacêuticos e de Higiene Pessoal (PFHP)”, o estudo coletou durante quatro anos amostras de água bruta e água potável oriundas da Sub-Bacia do Rio Atibaia, principal manancial utilizado para o abastecimento público da região. Durante esse período, foram monitorados 21 compostos. Entre estes compostos, seis são hormônios sexuais, quatro são esteróides derivados do colesterol, cinco são classificados como produtos farmacêuticos e seis têm origem industrial.
A pesquisa revelou a presença das seguintes substâncias na água potável distribuída à população: dietilftalato, dibutilftalato, cafeína, bisfenol A, estradiol, etinilestradiol, progesterona e colesterol. A princípio, segundo a autora da pesquisa, estes compostos não deveriam estar presentes na água consumida pela população. “Alguns foram encontrados numa concentração até mil vezes maior que em países da Europa”, relata Gislaine.
É o caso, por exemplo, da cafeína, presente em produtos alimentícios e farmacêuticos. Segundo o estudo, esta substância apresentou uma concentração média na água potável de 3,3 micrograma por litro (µg/L). Para o colesterol, a média obtida na água potável foi de 2,4 µg/L. Outros compostos também chamaram a atenção, como a progesterona (1,5 µg/L), estradiol (2,4 µg/L) e etinilestradiol (1,6 µg/L), hormônios sexuais femininos. Considerando-se a média de 1 µg/L de hormônios femininos na água potável, ao beber dois litros de água por dia uma pessoa estaria ingerindo 60 µg destes compostos por mês.
Para a coleta de água potável foram selecionados dez bairros em Campinas, abrangendo as regiões Norte, Sul, Leste, Oeste e Central. “Os compostos detectados indicam que os tratamentos empregados nas estações de tratamento de esgoto da RMC não estão sendo eficientes para a destruição destes interferentes endócrinos”, diz Gislaine. “Conseqüentemente, estes hormônios são transportados para as águas superficiais, através do lançamento do esgoto tratado, e chegam na água potável porque também são resistentes aos tratamentos empregados nas estações de tratamento de água”, completa.
Águas brutas – As análises das águas brutas também revelaram uma situação preocupante. O Ribeirão Anhumas representa o caso mais gritante de poluição, com concentrações que atingem 106 µg/L para cafeína, 301 µg/L para colesterol e 41 µg/L para coprostanol. “No caso da cafeína, por exemplo, o normal em países desenvolvidos como a Alemanha, é de no máximo 1 µg/L”, compara Jardim. No Atibaia, as amostras revelaram concentrações significativas do fármaco diclofenaco (5 µg/L) e dos hormônios estradiol (3 µg/L), etinilestradiol (1,7 µg/L) e progesterona (1,4 µg/L). Para a avaliação das águas brutas foram selecionados cinco pontos de monitoramento: três no Atibaia, um no Ribeirão Anhumas e um no Ribeirão Pinheiros.
Um dos pontos de coleta no Atibaia está no distrito de Sousas, exatamente no local de captação de água utilizado pela Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A (Sanasa) para o abastecimento público, representando a água bruta que abastece 95% da população campineira.
Tantos os hormônios quanto os fármacos são excretados pela urina ou fezes, chegando aos rios por meio da rede de esgoto. Segundo Gislaine, os fármacos detectados são muito utilizados como analgésicos, antiinflamatórios e antitérmicos. “Diclofenaco, por exemplo, é um poderoso agente não-esteróide usado no combate à febre e para o alívio de dores em geral, como antigripais e no tratamento de reumatismo”, explica a pesquisadora. A cafeína é uma das substâncias mais consumidas no mundo e pode ser encontrada em diversos produtos como os alimentícios (café, chá, erva-mate, pó de guaraná, bebidas como os refrigerantes a base de cola, condimentos, etc.), tabaco, medicamentos, dentre outros.
Além de fármacos e hormônios, a pesquisa também identificou a presença de substâncias resultantes da atividade industrial, chamadas de antrópicas. Entre elas, o destaque fica por conta dos ftalatos. Derivados do ácido ftálico, são empregados basicamente como plastificantes, bem como na fabricação de tintas, adesivos, papelão, lubrificantes e fragrâncias. Têm sido utilizados há mais de 40 anos. Segundo Gislaine, ftalatos podem ser introduzidos no ambiente através da lixiviação, sobretudo dos plastificantes utilizados na fabricação de plásticos de uso comum. Entre os poluentes avaliados, tanto os antrópicos quanto os hormônios e fármacos, há substâncias consideradas interferentes endócrinos.
O interferente – A ciência descreve um interferente endócrino como sendo uma substância ou mistura química exógena que altera uma ou mais funções do sistema endócrino, constituído por diversas glândulas. Podem ser naturais ou sintéticos. Os hormônios naturais, que incluem o estrogênio, a progesterona e a testosterona, estão presentes no corpo humano e nos animais. Já os compostos sintéticos incluem os hormônios idênticos aos naturais, fabricados pelo homem e utilizados como contraceptivos orais ou aditivos na alimentação animal, e os xenoestrogênios, produzidos para a utilização nas indústrias, na agricultura e para os bens de consumo. Estão incluídos nesta categoria os pesticidas e aditivos plásticos.
De acordo com Gislaine Ghiselli, a maioria dos estudos ecotoxicológicos realizados até o momento mostram que as glândulas mais afetadas pelos interferentes endócrinos estão relacionadas aos sistemas reprodutivos masculino (testículos) e feminino (ovários). “Evidências observadas em moluscos, crustáceos, peixes, répteis, pássaros e alguns mamíferos têm sugerido que possíveis alterações de saúde humana envolvendo o sistema reprodutivo, tais como o câncer de mama e de testículo, podem estar relacionadas à exposição a estas substâncias”, diz Gislaine.
A pesquisadora explica que os interferentes endócrinos podem agir pelo menos de três formas: imitando a ação de um hormônio produzido naturalmente pelo organismo, como o estrogênio ou a testosterona, desencadeando deste modo reações químicas semelhantes no corpo; bloqueando os receptores nas células que recebem os hormônios, impedindo assim a ação dos hormônios naturais; e/ou afetando a síntese, o transporte, o metabolismo e a excreção dos hormônios naturais no organismo.
Sem alarmismo
Apesar da identificação de interferentes endócrinos na água potável, os pesquisadores são cautelosos ao avaliar as possíveis conseqüências para a população. “A simples presença de um determinado interferente endócrino no meio ambiente não significa, necessariamente, que existe um risco a ele associado”, pondera Gislaine Ghiselli. “Embora já se saiba que algumas destas substâncias, em doses elevadas, interferem no funcionamento das glândulas, ainda não há estudos sobre os efeitos da exposição crônica”, acrescenta o professor Wilson Jardim. Segundo eles, o objetivo do estudo não é fazer alarmismo, e sim apresentar um diagnóstico da água consumida na região.
Atualmente, a Sanasa atende com água potável encanada 98% da população urbana de Campinas, através de 5 estações de tratamento. Quanto ao sistema de esgotamento sanitário, a Sanasa atende atualmente 86% da população urbana de Campinas com coleta de 200 mil ligações. “Entretanto, o grande desafio é o tratamento dos esgotos”, alerta Jardim. Até o ano 2000, praticamente todo o esgoto coletado era lançado sem tratamento nos corpos d’água da região. Apenas em 2001 é que investimentos nesta área começaram a ser intensificados, com a criação do Programa Nacional de Despoluição de Bacias Hidrográficas. Em janeiro de 2001, segundo o estudo apresentado por Gislaine, a cidade de Campinas tratava somente 5% de seus esgotos domésticos e, sozinha, respondia por metade do esgoto não tratado entre os 19 municípios da Região Metropolitana. Novos investimentos elevaram esta marca para 34%. O Plano Diretor de Esgotos de Campinas prevê o tratamento de 90% dos esgotos domésticos da cidade até 2008.
Fonte: http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/dezembro2006/ju346pag03.html
Compostos apresentam concentração muito acima do limite
Intitulado “Avaliação da Qualidade das Águas Destinadas ao Abastecimento Público na Região de Campinas: Ocorrência e Determinação dos Interferentes Endócrinos (IE) e Produtos Farmacêuticos e de Higiene Pessoal (PFHP)”, o estudo coletou durante quatro anos amostras de água bruta e água potável oriundas da Sub-Bacia do Rio Atibaia, principal manancial utilizado para o abastecimento público da região. Durante esse período, foram monitorados 21 compostos. Entre estes compostos, seis são hormônios sexuais, quatro são esteróides derivados do colesterol, cinco são classificados como produtos farmacêuticos e seis têm origem industrial.
A pesquisa revelou a presença das seguintes substâncias na água potável distribuída à população: dietilftalato, dibutilftalato, cafeína, bisfenol A, estradiol, etinilestradiol, progesterona e colesterol. A princípio, segundo a autora da pesquisa, estes compostos não deveriam estar presentes na água consumida pela população. “Alguns foram encontrados numa concentração até mil vezes maior que em países da Europa”, relata Gislaine.
É o caso, por exemplo, da cafeína, presente em produtos alimentícios e farmacêuticos. Segundo o estudo, esta substância apresentou uma concentração média na água potável de 3,3 micrograma por litro (µg/L). Para o colesterol, a média obtida na água potável foi de 2,4 µg/L. Outros compostos também chamaram a atenção, como a progesterona (1,5 µg/L), estradiol (2,4 µg/L) e etinilestradiol (1,6 µg/L), hormônios sexuais femininos. Considerando-se a média de 1 µg/L de hormônios femininos na água potável, ao beber dois litros de água por dia uma pessoa estaria ingerindo 60 µg destes compostos por mês.
Para a coleta de água potável foram selecionados dez bairros em Campinas, abrangendo as regiões Norte, Sul, Leste, Oeste e Central. “Os compostos detectados indicam que os tratamentos empregados nas estações de tratamento de esgoto da RMC não estão sendo eficientes para a destruição destes interferentes endócrinos”, diz Gislaine. “Conseqüentemente, estes hormônios são transportados para as águas superficiais, através do lançamento do esgoto tratado, e chegam na água potável porque também são resistentes aos tratamentos empregados nas estações de tratamento de água”, completa.
Águas brutas – As análises das águas brutas também revelaram uma situação preocupante. O Ribeirão Anhumas representa o caso mais gritante de poluição, com concentrações que atingem 106 µg/L para cafeína, 301 µg/L para colesterol e 41 µg/L para coprostanol. “No caso da cafeína, por exemplo, o normal em países desenvolvidos como a Alemanha, é de no máximo 1 µg/L”, compara Jardim. No Atibaia, as amostras revelaram concentrações significativas do fármaco diclofenaco (5 µg/L) e dos hormônios estradiol (3 µg/L), etinilestradiol (1,7 µg/L) e progesterona (1,4 µg/L). Para a avaliação das águas brutas foram selecionados cinco pontos de monitoramento: três no Atibaia, um no Ribeirão Anhumas e um no Ribeirão Pinheiros.
Um dos pontos de coleta no Atibaia está no distrito de Sousas, exatamente no local de captação de água utilizado pela Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A (Sanasa) para o abastecimento público, representando a água bruta que abastece 95% da população campineira.
Tantos os hormônios quanto os fármacos são excretados pela urina ou fezes, chegando aos rios por meio da rede de esgoto. Segundo Gislaine, os fármacos detectados são muito utilizados como analgésicos, antiinflamatórios e antitérmicos. “Diclofenaco, por exemplo, é um poderoso agente não-esteróide usado no combate à febre e para o alívio de dores em geral, como antigripais e no tratamento de reumatismo”, explica a pesquisadora. A cafeína é uma das substâncias mais consumidas no mundo e pode ser encontrada em diversos produtos como os alimentícios (café, chá, erva-mate, pó de guaraná, bebidas como os refrigerantes a base de cola, condimentos, etc.), tabaco, medicamentos, dentre outros.
Além de fármacos e hormônios, a pesquisa também identificou a presença de substâncias resultantes da atividade industrial, chamadas de antrópicas. Entre elas, o destaque fica por conta dos ftalatos. Derivados do ácido ftálico, são empregados basicamente como plastificantes, bem como na fabricação de tintas, adesivos, papelão, lubrificantes e fragrâncias. Têm sido utilizados há mais de 40 anos. Segundo Gislaine, ftalatos podem ser introduzidos no ambiente através da lixiviação, sobretudo dos plastificantes utilizados na fabricação de plásticos de uso comum. Entre os poluentes avaliados, tanto os antrópicos quanto os hormônios e fármacos, há substâncias consideradas interferentes endócrinos.
O interferente – A ciência descreve um interferente endócrino como sendo uma substância ou mistura química exógena que altera uma ou mais funções do sistema endócrino, constituído por diversas glândulas. Podem ser naturais ou sintéticos. Os hormônios naturais, que incluem o estrogênio, a progesterona e a testosterona, estão presentes no corpo humano e nos animais. Já os compostos sintéticos incluem os hormônios idênticos aos naturais, fabricados pelo homem e utilizados como contraceptivos orais ou aditivos na alimentação animal, e os xenoestrogênios, produzidos para a utilização nas indústrias, na agricultura e para os bens de consumo. Estão incluídos nesta categoria os pesticidas e aditivos plásticos.
De acordo com Gislaine Ghiselli, a maioria dos estudos ecotoxicológicos realizados até o momento mostram que as glândulas mais afetadas pelos interferentes endócrinos estão relacionadas aos sistemas reprodutivos masculino (testículos) e feminino (ovários). “Evidências observadas em moluscos, crustáceos, peixes, répteis, pássaros e alguns mamíferos têm sugerido que possíveis alterações de saúde humana envolvendo o sistema reprodutivo, tais como o câncer de mama e de testículo, podem estar relacionadas à exposição a estas substâncias”, diz Gislaine.
A pesquisadora explica que os interferentes endócrinos podem agir pelo menos de três formas: imitando a ação de um hormônio produzido naturalmente pelo organismo, como o estrogênio ou a testosterona, desencadeando deste modo reações químicas semelhantes no corpo; bloqueando os receptores nas células que recebem os hormônios, impedindo assim a ação dos hormônios naturais; e/ou afetando a síntese, o transporte, o metabolismo e a excreção dos hormônios naturais no organismo.
Sem alarmismo
Apesar da identificação de interferentes endócrinos na água potável, os pesquisadores são cautelosos ao avaliar as possíveis conseqüências para a população. “A simples presença de um determinado interferente endócrino no meio ambiente não significa, necessariamente, que existe um risco a ele associado”, pondera Gislaine Ghiselli. “Embora já se saiba que algumas destas substâncias, em doses elevadas, interferem no funcionamento das glândulas, ainda não há estudos sobre os efeitos da exposição crônica”, acrescenta o professor Wilson Jardim. Segundo eles, o objetivo do estudo não é fazer alarmismo, e sim apresentar um diagnóstico da água consumida na região.
Atualmente, a Sanasa atende com água potável encanada 98% da população urbana de Campinas, através de 5 estações de tratamento. Quanto ao sistema de esgotamento sanitário, a Sanasa atende atualmente 86% da população urbana de Campinas com coleta de 200 mil ligações. “Entretanto, o grande desafio é o tratamento dos esgotos”, alerta Jardim. Até o ano 2000, praticamente todo o esgoto coletado era lançado sem tratamento nos corpos d’água da região. Apenas em 2001 é que investimentos nesta área começaram a ser intensificados, com a criação do Programa Nacional de Despoluição de Bacias Hidrográficas. Em janeiro de 2001, segundo o estudo apresentado por Gislaine, a cidade de Campinas tratava somente 5% de seus esgotos domésticos e, sozinha, respondia por metade do esgoto não tratado entre os 19 municípios da Região Metropolitana. Novos investimentos elevaram esta marca para 34%. O Plano Diretor de Esgotos de Campinas prevê o tratamento de 90% dos esgotos domésticos da cidade até 2008.
Fonte: http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/dezembro2006/ju346pag03.html
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Dr. Frederico Lobo
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sábado, 11 de fevereiro de 2012
Consumo de frutose está associado à gordura visceral e a fatores de risco cardiometabólicos, de acordo com estudo do The Journal of Nutrition
Embora os adolescentes consumam mais frutose1 do que qualquer outro grupo etário, a relação entre o consumo de frutose1 e os marcadores de risco cardiometabólicos ainda não foi estabelecida nesta população.
O estudo publicado pelo The Journal of Nutrition estabelece associações de ingestão total de frutose1 (frutose1 livre mais metade da ingestão de sacarose livre) com fatores de risco cardiometabólicos e tipo de adiposidade em um grupo de 559 adolescentes com idades entre 14-18 anos, na Geórgia.
Os parâmetros estudados foram: glicemia2, insulina3, lipídios, adiponectina e proteína C-reativa. A dieta foi avaliada e a atividade física foi determinada por acelerometria4. Tecidos moles livres de gordura5 e massa gorda6 foram medidos por Dual Energy X-Ray Absorption (DEXA). Já o tecido7 adiposo abdominal e a gordura5 visceral foram avaliados através de ressonância magnética.
As avaliações estatísticas revelam que a ingestão de frutose1 está associada à gordura5 visceral, mas não parece estar relacionada ao tecido7 adiposo abdominal. Também foram observadas as relações entre o consumo de frutose1 e uma tendência de aumento da pressão arterial sistólica8, da glicemia de jejum9 e da proteína-C reativa (um sinal10 de inflamação11 sistêmica), além de uma diminuição nos níveis de HDL12-colesterol13 (colesterol13 bom) e da adiponectina.
Os resultados mostram que, em adolescentes, o maior consumo de frutose1 está associado a múltiplos marcadores de risco cardiometabólicos e parece que essas relações são mediadas pela obesidade14 visceral.
Fonte: The Journal of Nutrition, de fevereiro de 2012
NEWS.MED.BR, 2012. Consumo de frutose está associado à gordura visceral e a fatores de risco cardiometabólicos, de acordo com estudo do The Journal of Nutrition. Disponível em:. Acesso em: 11 fev. 2012. - http://www.news.med.br/p/medical-journal/259820/consumo+de+frutose+esta+associado+a.htm
O estudo publicado pelo The Journal of Nutrition estabelece associações de ingestão total de frutose1 (frutose1 livre mais metade da ingestão de sacarose livre) com fatores de risco cardiometabólicos e tipo de adiposidade em um grupo de 559 adolescentes com idades entre 14-18 anos, na Geórgia.
Os parâmetros estudados foram: glicemia2, insulina3, lipídios, adiponectina e proteína C-reativa. A dieta foi avaliada e a atividade física foi determinada por acelerometria4. Tecidos moles livres de gordura5 e massa gorda6 foram medidos por Dual Energy X-Ray Absorption (DEXA). Já o tecido7 adiposo abdominal e a gordura5 visceral foram avaliados através de ressonância magnética.
As avaliações estatísticas revelam que a ingestão de frutose1 está associada à gordura5 visceral, mas não parece estar relacionada ao tecido7 adiposo abdominal. Também foram observadas as relações entre o consumo de frutose1 e uma tendência de aumento da pressão arterial sistólica8, da glicemia de jejum9 e da proteína-C reativa (um sinal10 de inflamação11 sistêmica), além de uma diminuição nos níveis de HDL12-colesterol13 (colesterol13 bom) e da adiponectina.
Os resultados mostram que, em adolescentes, o maior consumo de frutose1 está associado a múltiplos marcadores de risco cardiometabólicos e parece que essas relações são mediadas pela obesidade14 visceral.
Fonte: The Journal of Nutrition, de fevereiro de 2012
NEWS.MED.BR, 2012. Consumo de frutose está associado à gordura visceral e a fatores de risco cardiometabólicos, de acordo com estudo do The Journal of Nutrition. Disponível em:
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Dr. Frederico Lobo
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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Métodos de Higiene do sono: o que auxilia e o que prejudica o sono
Com frequência, vários pacientes me questionam o porquê de no questionário pré-consulta, faço várias perguntas com relação ao quarto da pessoa. Se é claro, se é escuro, se há eletrodomésticos plugados na tomada durante a noite de sono, se o celular permanece ligado e próximo ao corpo.
Bem, a explicação básica para essas perguntas é a questão do eletromagnetismo. Um tema ainda pouquíssimo explorado na medicina, mas que acredito que em poucos anos muitas informações serão lançadas nas bases de dados... talvez já seja tarde.
E todo esse eletromagnetismo afeta seu sono. Mas como ? A pineal para liberar um dos maiores hormônios do nosso corpo, precisa ter o mínimo possível de eletromagnetismo ao seu redor. Portanto, abaixo algumas dicas para um sono mais saudável. É o que aprendi a denominar de Métodos de Higiene do sono.
1. Fortalecendo o ritmo circadiano:
- Manter um horário regular de sono-vigília, levantar diariamente no mesmo horário e deitar de preferência antes das 23:00
- Evitar cochilos durante o dia
- Realizar uma quantidade diária de exercícios (exceto 2 horas antes de dormir)
2. Evitar a ativação endógena do Sistema nervoso simpático:
- Principais ativadores são fome, medo, dor, preocupação, fazer força para dormir e ansiedade de desempenho no sono
- Não tentar adormecer, deixar o sono vir naturalmente
- Comer um lanche leve algumas horas antes de dormir
- Tomar um banho morno de 10 minutos antes
3. Evitar a ativação exógena do Sistema nervoso simpático:
- Principais ativadores são cafeína, nicotina, exercícios, calor, sons estranhos, barulho, luminosidade, eletroeletrônicos
- Isolar o quarto de ruídos, luminosidade e eletromagnetismo
- Certificar-se de que o quarto não está excessivamente quente
- Não fazer refeições pesadas perto da hora de dormir, evitar alimentos psicoestimulantes (canela, cafeína)
- Parar de fumar ou evitar o fumo perto da hora de dormir
4. Orientações nutricionais pró-melatonina:
- Consumir principalmente no café da manhã, alimentos ricos no aminoácido TRIPTOFANO, o precursor da serotonina (substância responsável pela promoção da sensação de bem-estar), que é quem dará origem à melatonina:
- leite e iogurte desnatado, queijo branco (caso não tenha intolerância à lactose ou alergia à proteína do leite de vaca)
- Carnes magras
- Castanhas
- Evitar: alta ingestão de gorduras e carboidratos refinados, refrigerantes, café, chá verde
Dr. Frederico Lobo (CRM-GO 13192)
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Dr. Frederico Lobo
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O que motiva as pessoas na hora de escolher os alimentos?...
Não ria ainda: cientistas descobriram que as pessoas escolhem as comidas pelo sabor.
Tal "descoberta", que parece equilibrar-se em uma tênue linha entre o óbvio e o ridículo, pode ajudar a elaborar melhores estratégias para o combate à obesidade e à indução de hábitos alimentares mais saudáveis.
As Dras. Sinéad e Mary McCarthy, das universidades de Dublin e Ulster, queriam saber se as campanhas que apregoam uma alimentação saudávelestão focando os alvos corretos.
Para isso elas estudaram não apenas os hábitos alimentares de 1.500 adultos, mas sobretudo as atitudes que levam essas pessoas a escolherem seus alimentos.
O que vale é o sabor
Estariam as pessoas se baseando nas recomendações médicas sobre comer bem?
Parece que não.
A pesquisa mostrou que o sabor é o item individual mais importante na escolha dos alimentos.
A saúde e a nutrição representam o segundo fator mais importante influenciando a escolha dos alimentos.
Somente uma pequena parcela dos consumidores relatou a preocupação com o peso e o humor como elementos que influenciam a escolha daquilo que vão comer.
Iniciantes e experientes
A pesquisa segmentou os participantes em três grupos, de acordo com os motivos que os levam a escolher sua alimentação: "iniciantes descompromissados", "adaptáveis a qualquer situação" e "experientes saudáveis".
A escolha dos alimentos pelos "iniciantes descompromissados" se dá pelo sabor e pela conveniência.
Aqueles que se adaptam às situações mostram a maior variação de fatores, mas o sabor é o mais comum dentre eles.
A maioria dos "experientes saudáveis" (46%) apontou "saúde e nutrição" como o elemento mais importante, muito acima do sabor.
Foco no sabor
As cientistas concluem que os fabricantes de alimentos saudáveis não podem basear a divulgação de seus produtos apenas no quanto eles farão bem à saúde das pessoas.
Para atingir a parcela da população que ainda não se preocupa tanto com a qualidade nutricional dos alimentos, o importante é ressaltar que esses alimentos são saborosos.
Fonte: Diário da Saúde e repostado na Liga da saúde pela Dra. Cristiane Spricigo: Nutricionista especialista em nutrição esportiva e funcional (Goiânia-GO). Blog: www.nutricorpo.blogspot.com
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Maionese de tofu
Por incrível que possa parecer, fica que nem uma maionese proibidona, mas é saudável. Se eu tivesse repolho, tinha logo feito um coleslaw. Fui com batata baroa, beterraba e vagem que era o que tinha na geladeira, salpiquei semente de chia e tomilho.
O tofu é rico em proteínas, e como é coagulado, é de mais fácil digestão que os outros derivados da soja.
Ingredientes:
Para acessar mais dicas geniais como essa acessem o site da Dra. Carol Morais:
http://www.falecomanutricionista.com.br/
O tofu é rico em proteínas, e como é coagulado, é de mais fácil digestão que os outros derivados da soja.
Ingredientes:
- 1 xícara de tofu em consistencia macia
- 1 limão siciliano (apenas o suco)
- 2 colheres de sopa de azeite extra virgem
- Sal e pimenta do reino á gosto.
Para acessar mais dicas geniais como essa acessem o site da Dra. Carol Morais:
http://www.falecomanutricionista.com.br/
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Dr. Frederico Lobo
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Segundo pesquisa, compostos bioativos presentes na erva-mate destruiriam células do câncer de cólon...
Cientistas descobriram que as células do câncer de cólon humano morrem quando são expostas aos compostos bioativos presentes na erva-mate.
As células morreram quando receberam os compostos em uma quantidade equivalente à presente em uma xícara de chá-mate.
"Os derivativos da cafeína no chá-mate não apenas induziram a morte das células do câncer de cólon humano, como também reduziram marcadores importantes da inflamação," conta a Dra. Elvira de Mejia, da Universidade de Illinois (EUA).
Isto é importante porque a inflamação pode disparar os mecanismos da progressão do câncer.
Morte celular programada
No estudo in vitro, Mejia e seu colega Sirima Puangpraphant isolaram e purificaram os derivados do ácido cafeoilquínico, ou cafeoleoquínico, presentes na erva-mate.
Conforme os cientistas aumentaram a concentração do ácido, as células de câncer começaram a disparar seu mecanismo de morte programada, conhecida como apoptose.
"Simplificando, as células do câncer se autodestruíram porque seu DNA foi danificado," explica a pesquisadora.
A capacidade para induzir a morte celular programada é uma tática promissora para intervenções terapêuticas para todos os tipos de câncer.
Intestino
Segundo a pesquisadora, os resultados do estudo sugerem fortemente que os derivativos da cafeína presentes no chá-mate têm potencial como agentes anti-câncer.
Esses derivativos também poderão ser usados em outras doenças associadas com a inflamação.
Mas como o intestino e sua microflora têm um papel importante na absorção e no metabolismo dos componentes derivados da cafeína, os efeitos anti-inflamatórios e anti-câncer do chá-mate deverá ser mais úteis nas doenças do cólon.
Fonte: Diário da Saúde e http://ligadasaude.blogspot.com/2012/02/segundo-pesquisa-compostos-bioativos.html
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Dr. Frederico Lobo
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sábado, 28 de janeiro de 2012
Composto presente em plásticos pode contribuir para a obesidade infantil
Existem alguns compostos químicos, utilizados na fabricação de diversos produtos, que podem ser extremamente prejudiciais à saúde por funcionarem como desreguladores endócrinos. Ou seja, imitam a ação de alguns hormônios naturais do organismo, podendo provocar uma série de complicações. Um deles é o bisfenol A (BPA), substância presente em alguns plásticos, principalmente nos transparentes e mais rígidos, como mamadeiras e recipientes de alimentos. Esse composto, após ter sido relacionado por diversas pesquisas com incidência de cânceres, puberdade precoce, Síndrome de Down, obesidade e hiperatividade em crianças, foi proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de estar presente na fabricação das mamadeiras.
Além do BPA, há outra substância que funciona da mesma maneira no corpo e também pode ser encontrada em produtos de plástico, mas, ao contrário do bisfenol A, é utilizada para deixar os objetos mais maleáveis. Trata-se dos ftalatos.
É autorizada no Brasil a utilização dos ftalatos na fabricação de embalagens de plástico, inclusive naquelas que costumam entrar em contato com "alimentos, matérias-primas para alimentos, águas minerais e de mesa, assim como as embalagens e equipamentos de uso doméstico, elaborados ou revestidos com material plástico", segundo a Resolução nº 105 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de 19 de maio de 1999.
Os ftalatos correspondem a um grupo de compostos químicos presente em materiais como revestimento de pisos e paredes, equipamentos médicos e produtos de cuidado pessoal. Um novo estudo, feito no Centro Médico Monte Sinai, em Nova York, encontrou uma associação entre a exposição a essa substância e o aumento da obesidade infantil. A pesquisa foi divulgada neste mês no periódico Environmental Research.
Os autores do estudo mediram a concentração de ftalato na urina de 387 crianças negras e hispânicas. Os testes de urina revelaram que 97% dos participantes haviam sido expostos a algum tipo do composto, normalmente encontrado em produtos de cuidados pessoais como perfume, loções e outros cosméticos; e também em vernizes.
Um ano após medirem a concentração do composto na urina das crianças, os pesquisadores calcularam o índice de massa corporal (IMC), a altura e a medida da circunferência da cintura de cada uma delas. Eles observaram que, entre as crianças com sobrepeso, o IMC era 10% maior naquelas que tinham a maior concentração da substância em relação às que tinham menores níveis de ftalato.
"Essa pesquisa mostra que a exposição a esses produtos químicos todos os dias pode prejudicar o desenvolvimento infantil e, pela primeira vez, demonstra que esses compostos podem contribuir para a obesidade infantil", afirma Susan Teitelbaum, uma das autoras do estudo e professora associada do Departamento de Medicina Preventiva da Escola de Medicina de Mount Sinai. "Este estudo também enfatiza a importância de reduzir a exposição a esses produtos químicos sempre que possível. Porém, mais pesquisas são necessárias para determinar definitivamente se a exposição ao ftalato causa aumento no tamanho do corpo", afirma.
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/composto-presente-em-plasticos-pode-contribuir-para-a-obesidade-infantil
Obs: leia também o Post sobre Causas não-clássicas de obesidade
Além do BPA, há outra substância que funciona da mesma maneira no corpo e também pode ser encontrada em produtos de plástico, mas, ao contrário do bisfenol A, é utilizada para deixar os objetos mais maleáveis. Trata-se dos ftalatos.
É autorizada no Brasil a utilização dos ftalatos na fabricação de embalagens de plástico, inclusive naquelas que costumam entrar em contato com "alimentos, matérias-primas para alimentos, águas minerais e de mesa, assim como as embalagens e equipamentos de uso doméstico, elaborados ou revestidos com material plástico", segundo a Resolução nº 105 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de 19 de maio de 1999.
Os ftalatos correspondem a um grupo de compostos químicos presente em materiais como revestimento de pisos e paredes, equipamentos médicos e produtos de cuidado pessoal. Um novo estudo, feito no Centro Médico Monte Sinai, em Nova York, encontrou uma associação entre a exposição a essa substância e o aumento da obesidade infantil. A pesquisa foi divulgada neste mês no periódico Environmental Research.
Os autores do estudo mediram a concentração de ftalato na urina de 387 crianças negras e hispânicas. Os testes de urina revelaram que 97% dos participantes haviam sido expostos a algum tipo do composto, normalmente encontrado em produtos de cuidados pessoais como perfume, loções e outros cosméticos; e também em vernizes.
Um ano após medirem a concentração do composto na urina das crianças, os pesquisadores calcularam o índice de massa corporal (IMC), a altura e a medida da circunferência da cintura de cada uma delas. Eles observaram que, entre as crianças com sobrepeso, o IMC era 10% maior naquelas que tinham a maior concentração da substância em relação às que tinham menores níveis de ftalato.
"Essa pesquisa mostra que a exposição a esses produtos químicos todos os dias pode prejudicar o desenvolvimento infantil e, pela primeira vez, demonstra que esses compostos podem contribuir para a obesidade infantil", afirma Susan Teitelbaum, uma das autoras do estudo e professora associada do Departamento de Medicina Preventiva da Escola de Medicina de Mount Sinai. "Este estudo também enfatiza a importância de reduzir a exposição a esses produtos químicos sempre que possível. Porém, mais pesquisas são necessárias para determinar definitivamente se a exposição ao ftalato causa aumento no tamanho do corpo", afirma.
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/composto-presente-em-plasticos-pode-contribuir-para-a-obesidade-infantil
Obs: leia também o Post sobre Causas não-clássicas de obesidade
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Dr. Frederico Lobo
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23:29
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10 motivos médicos por trás da fadiga
Ela parece uma companheira chata que insiste em não se ausentar. Durante o dia, à noite, no trabalho e até mesmo logo após acordar, marca presença e teima em sugar as nossas energias. Estamos falando da fadiga, aquele cansaço interminável e persistente que dá a sensação de que qualquer atividade cotidiana exige um esforço sobre- humano para ser realizada.
O problema pode ser, sem dúvida, um reflexo da vida moderna. Afinal, passar horas no trânsito todos os dias, trabalhar demais e viver naquele estresse constante acaba levando ao esgotamento do corpo e da mente. Porém, existem outros casos em que a fadiga pode ser consequência de uma noite maldormida ou, mais grave ainda, sintoma de uma doença. "Muitas vezes, os pacientes se queixam de falta de energia. Mas trata-se de uma expressão muito vaga, capaz de indicar desde sonolência até depressão", analisa o neurologista Israel Roitman, especialista em medicina do sono do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista.
O fato é que a canseira exacerbada tem origem de fato no cérebro. Ele envia a todo momento impulsos elétricos para o corpo, e esses impulsos, ao chegarem aos músculos, sofrem reações químicas, resultando em energia mecânica — ou seja, nos movimentos. "A fadiga é fruto de um desequilíbrio, ou seja, quando não há harmonia entre esses estímulos", afirma Cláudio Pavanelli, fisiologista do Flamengo, no Rio de Janeiro.
É claro que ninguém está fadado a viver lutando para manter o pique em alta. Algumas mudanças no estilo de vida já ajudam a repor o gás total. Além disso, entender as causas do esgotamento é primordial para domá-lo, principalmente nos casos em que ele vem de enfermidades. Por isso, nada de desanimar: o importante é se mexer e recarregar as baterias.
A síndrome da fadiga crônica Quando o cansaço persiste por meses a fio e não tem causa definida, ele pode ganhar essa alcunha. Apesar de não ter sido completamente desvendada, os pesquisadores acreditam que a síndrome da fadiga crônica decorre de infecções e doenças autoimunes. Para contorná-la, exercícios físicos e hábitos alimentares saudáveis são essenciais.
Por que a pilha fica fraca?
1. Pré-diabetes e Diabetes
Como a principal marca da doença é a dificuldade de o açúcar entrar nas células, seja pela falta de produção de insulina, seja pela incapacidade desse hormônio de trabalhar, a glicose no sangue se eleva. "e a glicemia alta faz o indivíduo urinar mais, emagrecer e perder massa magra. Por isso, é comum diabéticos terem cansaço muscular", afirma Maria Ângela Zaccarelli, euroendocrinologista do Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo. Além disso pacientes diabéticos frequentemente apresentam deficiência de magnésio, zinco e vitaminas do complexo B, o que por sí só ja determina a fadiga.
2. Anemia
A escassez de ferro não tem como sinal único a pele pálida. a fadiga é uma de suas características predominantes. "a anemia pode causar cansaço, sono, desânimo, queda de cabelos e até mesmo falta de ar", afirma a nutricionista Roseli Ueno, da Universidade de São Paulo. Nas mulheres, é um fenômeno mais recorrente durante a menstruação, quando a perda de sangue aumenta o déficit de ferro no organismo.
3. Apnéia
O popular ronco destrói a qualidade do sono do indivíduo. ele é duas vezes mais frequente nos homens do que nas mulheres e, por se distinguir pela interrupção da passagem do ar pela garganta, provoca o ruído e despertares breves durante a noite. essa insconstância durante o repouso noturno pode ter como consequência uma leseira sem hora para acabar no dia seguinte.
4. Depressão
Vigor abaixo de zero é um traço de quem padece desse problema. apesar de ser uma doença de origem psíquica, a depressão mina a disposição física. "Nela, ocorre um processo inflamatório dentro dos neurônios que atrapalha seu funcionamento. e isso acaba gerando o cansaço", afirma o psiquiatra teng Chei tung, do instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.
5. Fibromialgia
Essa síndrome aflora a sensibilidade para a dor. estima-se que apenas um homem a cada oito mulheres apresenta a doença, que tem raiz genética, podendo passar de mãe para filha. as dores constantes levam à debilitação. "a pessoa pode ter o sono perturbado e levantar fatigada, sem falar que a própria dor já gera indisposição", explica o reumatologista Roberto Heymann, da Sociedade Brasileira de Reumatologia.
6. Doença cardíaca
Piripaques no peito também estão na lista dos motivos por trás de uma letargia. arritmia e entupimento de artérias são alguns dos precursores da canseira exacerbada. "o coração problemático não bombeia direito o sangue para todos os órgãos. Com isso, eles tendem a entrar em falência", avisa Ricardo Pavanello, supervisor de cardiologia do Hospital do Coração de São Paulo. Sinal do perigo: uma baita fadiga
7. Distúrbios da tireóide
os hormônios tireoidianos são vitais para manter o metabolismo aceso. Uma característica comum entre o hipertireoidismo, quando a tireoide trabalha demais, e o hipotireoidismo, situação em que a glândula fica lenta, é a apatia total. "o coração bate muito rápido e o indivíduo se queixa de cansaço extremo", afirma Maria Ângela Zaccarelli.
8. Infecções
Além da febre, outro sinal que deve ser notado nesses casos é a diminuição, por assim dizer, da vitalidade. Seja naquela gripe passageira, seja em um quadro mais severo, como a hepatite, a pessoa fica enfraquecida, em maior ou menor grau. "é que o organismo concentra suas forças na luta contra o agente infeccioso", justifica o infectologista Plínio trabasso, da Universidade estadual de Campinas, no interior paulista. daí o esgotamento do indivíduo.
10. Síndrome da Fadiga crônica
Patologia ainda pouco estudada, mas que determinada uma sensação de cansaço sem fim, no qual mesmo após o repouso físico e mental a sensação persiste. Existem várias possíveis etiologias, porém nada 100% estabelecido pela ciência.
11. Deficiência nutricional
Diversas vitaminas, minerais, aminoácidos e ácidos graxos quando em deficiência, podem ocasionar a sensação de cansaço. O nosso solo está cada vez mais desgastado, a reposição correta de tais substâncias não é feita de forma adequada e as pessoas também não ingerem diariamente quantidades suficientes de inúmeros micronutrientes, o que favorece a sensação. Muitas vezes as dosagem sanguíneas de minerais, vitaminas e aminoácidos não corresponde à realidade no tecido, então é comum pacientes apresentarem por exemplo, baixa de magnésio e no exame de sangue o mesmo apresentar-se dentro dos níveis de referência.
6 táticas para recarregar as baterias: Hábitos e atitudes que energizam o dia a dia
1.Checkups
Se a fadiga não vai embora, o importante é procurar auxílio de um médico. ele poderá pedir exames como hemograma, teste de glicemia, dosagem hormonal e outros mais específicos, caso do eletrocardiograma e do teste de função hepática, que ajudam a identificar o que está prejudicando a disposição.
2. Hidratação
Para quem não quer se cansar, um conselho: manter o corpo abastecido de líquidos pode ser uma tática de sucesso. "Se a pessoa não se hidratar, as células vão extrair a água da circulação. o sangue se torna mais denso e a absorção da energia também vai ser dificultada", explica o fisiologista Cláudio Pavanelli.
3. Alimentar-se regularmente
Fazer refeições a cada três horas é outro segredo para afastar a fadiga ao evitar a queda brusca das taxas de açúcar no sangue. "a maioria dos indivíduos que reclamam de falta de energia não come direito", ressalta Roseli Ueno. Proteínas, carboidratos, fibras e gorduras como o ômega-3 devem estar no cardápio.
4. Exercícios físicos
Exercitar o corpo melhora a captação, o transporte e a utilização do oxigênio em nosso organismo. Coração, pulmão e músculos conseguem converter mais desse gás em energia. Por isso, deixar a preguiça de lado e mexer o corpo é um excelente começo para driblar o cansaço constante.
5. Dormir bem
Pregar os olhos por pelo menos oito horas é sinônimo de disposição. o neurologista israel Roitman dá a receita do bom sono: evitar álcool, bebidas cafeinadas e refeições pesadas; ir para a cama sempre no mesmo horário; por fim, nada de ver tv, usar o computador e se exercitar até três horas antes de dormir.
6. Atividades prazerosas
Atenuar o estresse é fundamental para fugir da indisposição. e nada melhor do que fazer aquilo de que se gosta para chacoalhar a rotina. "as atividades prazerosas são estimulantes para o cérebro e para o corpo. enfim, evitam que a gente enferruje", afirma o psiquiatra teng Chei tung.
Fonte: http://saude.abril.com.br/edicoes/0340/medicina/motivos-medicos-fadiga-637065.shtml
O problema pode ser, sem dúvida, um reflexo da vida moderna. Afinal, passar horas no trânsito todos os dias, trabalhar demais e viver naquele estresse constante acaba levando ao esgotamento do corpo e da mente. Porém, existem outros casos em que a fadiga pode ser consequência de uma noite maldormida ou, mais grave ainda, sintoma de uma doença. "Muitas vezes, os pacientes se queixam de falta de energia. Mas trata-se de uma expressão muito vaga, capaz de indicar desde sonolência até depressão", analisa o neurologista Israel Roitman, especialista em medicina do sono do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista.
O fato é que a canseira exacerbada tem origem de fato no cérebro. Ele envia a todo momento impulsos elétricos para o corpo, e esses impulsos, ao chegarem aos músculos, sofrem reações químicas, resultando em energia mecânica — ou seja, nos movimentos. "A fadiga é fruto de um desequilíbrio, ou seja, quando não há harmonia entre esses estímulos", afirma Cláudio Pavanelli, fisiologista do Flamengo, no Rio de Janeiro.
É claro que ninguém está fadado a viver lutando para manter o pique em alta. Algumas mudanças no estilo de vida já ajudam a repor o gás total. Além disso, entender as causas do esgotamento é primordial para domá-lo, principalmente nos casos em que ele vem de enfermidades. Por isso, nada de desanimar: o importante é se mexer e recarregar as baterias.
A síndrome da fadiga crônica Quando o cansaço persiste por meses a fio e não tem causa definida, ele pode ganhar essa alcunha. Apesar de não ter sido completamente desvendada, os pesquisadores acreditam que a síndrome da fadiga crônica decorre de infecções e doenças autoimunes. Para contorná-la, exercícios físicos e hábitos alimentares saudáveis são essenciais.
Por que a pilha fica fraca?
1. Pré-diabetes e Diabetes
Como a principal marca da doença é a dificuldade de o açúcar entrar nas células, seja pela falta de produção de insulina, seja pela incapacidade desse hormônio de trabalhar, a glicose no sangue se eleva. "e a glicemia alta faz o indivíduo urinar mais, emagrecer e perder massa magra. Por isso, é comum diabéticos terem cansaço muscular", afirma Maria Ângela Zaccarelli, euroendocrinologista do Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo. Além disso pacientes diabéticos frequentemente apresentam deficiência de magnésio, zinco e vitaminas do complexo B, o que por sí só ja determina a fadiga.
2. Anemia
A escassez de ferro não tem como sinal único a pele pálida. a fadiga é uma de suas características predominantes. "a anemia pode causar cansaço, sono, desânimo, queda de cabelos e até mesmo falta de ar", afirma a nutricionista Roseli Ueno, da Universidade de São Paulo. Nas mulheres, é um fenômeno mais recorrente durante a menstruação, quando a perda de sangue aumenta o déficit de ferro no organismo.
3. Apnéia
O popular ronco destrói a qualidade do sono do indivíduo. ele é duas vezes mais frequente nos homens do que nas mulheres e, por se distinguir pela interrupção da passagem do ar pela garganta, provoca o ruído e despertares breves durante a noite. essa insconstância durante o repouso noturno pode ter como consequência uma leseira sem hora para acabar no dia seguinte.
4. Depressão
Vigor abaixo de zero é um traço de quem padece desse problema. apesar de ser uma doença de origem psíquica, a depressão mina a disposição física. "Nela, ocorre um processo inflamatório dentro dos neurônios que atrapalha seu funcionamento. e isso acaba gerando o cansaço", afirma o psiquiatra teng Chei tung, do instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.
5. Fibromialgia
Essa síndrome aflora a sensibilidade para a dor. estima-se que apenas um homem a cada oito mulheres apresenta a doença, que tem raiz genética, podendo passar de mãe para filha. as dores constantes levam à debilitação. "a pessoa pode ter o sono perturbado e levantar fatigada, sem falar que a própria dor já gera indisposição", explica o reumatologista Roberto Heymann, da Sociedade Brasileira de Reumatologia.
6. Doença cardíaca
Piripaques no peito também estão na lista dos motivos por trás de uma letargia. arritmia e entupimento de artérias são alguns dos precursores da canseira exacerbada. "o coração problemático não bombeia direito o sangue para todos os órgãos. Com isso, eles tendem a entrar em falência", avisa Ricardo Pavanello, supervisor de cardiologia do Hospital do Coração de São Paulo. Sinal do perigo: uma baita fadiga
7. Distúrbios da tireóide
os hormônios tireoidianos são vitais para manter o metabolismo aceso. Uma característica comum entre o hipertireoidismo, quando a tireoide trabalha demais, e o hipotireoidismo, situação em que a glândula fica lenta, é a apatia total. "o coração bate muito rápido e o indivíduo se queixa de cansaço extremo", afirma Maria Ângela Zaccarelli.
8. Infecções
Além da febre, outro sinal que deve ser notado nesses casos é a diminuição, por assim dizer, da vitalidade. Seja naquela gripe passageira, seja em um quadro mais severo, como a hepatite, a pessoa fica enfraquecida, em maior ou menor grau. "é que o organismo concentra suas forças na luta contra o agente infeccioso", justifica o infectologista Plínio trabasso, da Universidade estadual de Campinas, no interior paulista. daí o esgotamento do indivíduo.
10. Síndrome da Fadiga crônica
Patologia ainda pouco estudada, mas que determinada uma sensação de cansaço sem fim, no qual mesmo após o repouso físico e mental a sensação persiste. Existem várias possíveis etiologias, porém nada 100% estabelecido pela ciência.
11. Deficiência nutricional
Diversas vitaminas, minerais, aminoácidos e ácidos graxos quando em deficiência, podem ocasionar a sensação de cansaço. O nosso solo está cada vez mais desgastado, a reposição correta de tais substâncias não é feita de forma adequada e as pessoas também não ingerem diariamente quantidades suficientes de inúmeros micronutrientes, o que favorece a sensação. Muitas vezes as dosagem sanguíneas de minerais, vitaminas e aminoácidos não corresponde à realidade no tecido, então é comum pacientes apresentarem por exemplo, baixa de magnésio e no exame de sangue o mesmo apresentar-se dentro dos níveis de referência.
6 táticas para recarregar as baterias: Hábitos e atitudes que energizam o dia a dia
1.Checkups
Se a fadiga não vai embora, o importante é procurar auxílio de um médico. ele poderá pedir exames como hemograma, teste de glicemia, dosagem hormonal e outros mais específicos, caso do eletrocardiograma e do teste de função hepática, que ajudam a identificar o que está prejudicando a disposição.
2. Hidratação
Para quem não quer se cansar, um conselho: manter o corpo abastecido de líquidos pode ser uma tática de sucesso. "Se a pessoa não se hidratar, as células vão extrair a água da circulação. o sangue se torna mais denso e a absorção da energia também vai ser dificultada", explica o fisiologista Cláudio Pavanelli.
3. Alimentar-se regularmente
Fazer refeições a cada três horas é outro segredo para afastar a fadiga ao evitar a queda brusca das taxas de açúcar no sangue. "a maioria dos indivíduos que reclamam de falta de energia não come direito", ressalta Roseli Ueno. Proteínas, carboidratos, fibras e gorduras como o ômega-3 devem estar no cardápio.
4. Exercícios físicos
Exercitar o corpo melhora a captação, o transporte e a utilização do oxigênio em nosso organismo. Coração, pulmão e músculos conseguem converter mais desse gás em energia. Por isso, deixar a preguiça de lado e mexer o corpo é um excelente começo para driblar o cansaço constante.
5. Dormir bem
Pregar os olhos por pelo menos oito horas é sinônimo de disposição. o neurologista israel Roitman dá a receita do bom sono: evitar álcool, bebidas cafeinadas e refeições pesadas; ir para a cama sempre no mesmo horário; por fim, nada de ver tv, usar o computador e se exercitar até três horas antes de dormir.
6. Atividades prazerosas
Atenuar o estresse é fundamental para fugir da indisposição. e nada melhor do que fazer aquilo de que se gosta para chacoalhar a rotina. "as atividades prazerosas são estimulantes para o cérebro e para o corpo. enfim, evitam que a gente enferruje", afirma o psiquiatra teng Chei tung.
Fonte: http://saude.abril.com.br/edicoes/0340/medicina/motivos-medicos-fadiga-637065.shtml
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Dr. Frederico Lobo
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Qual a diferença entre sucos naturais, polpa congelada, néctar...
Especialistas comparam o suco natural, a polpa congelada e o néctar
Você ainda tem dúvida sobre qual suco é a melhor opção (especialmente quando a possibilidade de preparar uma bebida fresquinha com frutas in natura é remota)?
Confira os esclarecimentos de experts no assunto e entenda os benefícios, características e “poréns” do suco natural, o néctar, o suco de caixinha e a polpa congelada
Suco natural
O QUE É: o líquido que vem do esmagamento da fruta. De acordo com a legislação brasileira, a maioria dos sucos não pode conter água para pertencer à categoria. “Isso só não vale para os sucos feitos de frutas tropicais, como pitanga, tamarindo, caju, cupuaçu. Neste caso, sem adicionar água não é possível extrair o suco”, observa o coordenador geral de vinhos e bebidas do Ministério da Agricultura, Helder Moreira Borges.
CONTRAS: em termos de composição nutricional rica em vitaminas, o suco é sempre campeão. “Mas, por ser mais concentrado, tem mais calorias, o que pode ser ruim para quem precisa emagrecer. Além disso, algumas frutas têm índice glicêmico alto, o que dificulta o controle da diabete. Este é o caso de uva, pêssego, goiaba e laranja. Prefira manga”, indica o médico Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrição (Abran).
Néctar
O QUE É: já ouviu a expressão ‘néctar dos deuses’? Ela tem um sentido muito positivo. É por isso que o governo estuda outra nomenclatura para classificar este tipo de bebida. “O nome sugere que o néctar é superior ao suco, o que não é verdade”, diz Moreira Borges, do Ministério da Agricultura. “Néctar significa doce. É uma bebida que já vem adoçada e diluída em água, pronta para consumir”, diz Vera Barral, do Idec.
CONTRAS: O teor de polpa é menor do que no suco. “No néctar, coloca-se de 20% a 30% de polpa, o resto é água e açúcar”, diz Ribas Filho, da Abran. Além disso, os produtos nacionais ainda não trazem no rótulo o volume de açúcar. “A dica é escolher frutas pouco ácidas, que precisem de menos açúcar. O néctar de limão sempre levará mais açúcar do que o néctar de banana ou goiaba, naturalmente doces”, lembra o pesquisador Rogério Tochinni, consultor técnico do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital).
Bebida de fruta (em caixinha)
O QUE É: Também aparece no mercado com o nome de refresco de fruta. “É a bebida com a menor concentração de fruta da categoria. Pode ser até levemente gaseificada”, detalha Vera Barral. “Cerca de 8% de sua composição corresponde à polpa de fruta”, frisa o médico Ribas Filho, da Abran.
CONTRAS: Nesta versão está liberado o uso de corantes artificiais - substâncias proibidas tanto no suco como no néctar. “Alguns são especialmente nocivos para as crianças, pois podem provocar alergias”, salienta Vera. “Por outro lado, costumam ser menos calóricos, o que favorece adultos que precisam controlar o peso”, completa Ribas Filho.
Polpa congelada
O QUE É: Suco ou néctar de fruta vendida em porções individuais, em saquinhos. Em geral, é batida com água no liquidificador. “Se não tiver açúcar, é boa opção”, indica Vera.
CONTRA: Para o consumo fora de casa, a preocupação é com a qualidade da água. “Se ela for ruim, clorada, altera o sabor do suco. Prefira a mineral”, diz Tochinni, do Ital. “O mecanismo de conservação é rústico, com difícil comercialização e transporte. No processo de congelamento a fruta perde algumas propriedades nutricionais , fica mais suscetível à oxidação”, explica Ribas Filho.
Desidratado
O QUE É: Conhecido como suco de pozinho, para diluição em água, embora não devesse ser chamado de suco. É bastante artificial. “Para cada 100g de produto seco (pó) há só 1g de polpa de fruta - o que equivale ao teor de um refrigerante à base de fruta”, compara Tochinni, do Ital.
CONTRAS: Nem todas as frutas podem ser convertidas em pó com facilidade. “Essa questão limita um pouco a diversidade de sabores. Além disso, não me lembro de ver suco integral em pó, apenas bebidas com baixíssima quantidade de polpa”, completa Tochinni.
Orgânico
O QUE É: Feito a partir de frutas cultivadas sem agrotóxicos. “Quando você compra um orgânico, leva mais do que um produto, compra uma filosofia de produto. Não é só um item que não recebeu defensivos agrícolas no plantio. Também há condições de trabalho adequadas para quem está envolvido na produção e um mecanismo de transporte e distribuição que respeita o meio ambiente. Para crianças, mais sensíveis aos agrotóxicos, são bem-vindos”, diz Tochinni, do Ital.
CONTRAS: Como não levam conservantes, tendem a durar menos que itens tradicionais e costumam ser mais caros
Fonte: http://www.nutricaosadia.com.br/2010/03/qual-diferenca-entre-eles.html#!/2010/03/qual-diferenca-entre-eles.html
Você ainda tem dúvida sobre qual suco é a melhor opção (especialmente quando a possibilidade de preparar uma bebida fresquinha com frutas in natura é remota)?
Confira os esclarecimentos de experts no assunto e entenda os benefícios, características e “poréns” do suco natural, o néctar, o suco de caixinha e a polpa congelada
Suco natural
O QUE É: o líquido que vem do esmagamento da fruta. De acordo com a legislação brasileira, a maioria dos sucos não pode conter água para pertencer à categoria. “Isso só não vale para os sucos feitos de frutas tropicais, como pitanga, tamarindo, caju, cupuaçu. Neste caso, sem adicionar água não é possível extrair o suco”, observa o coordenador geral de vinhos e bebidas do Ministério da Agricultura, Helder Moreira Borges.
CONTRAS: em termos de composição nutricional rica em vitaminas, o suco é sempre campeão. “Mas, por ser mais concentrado, tem mais calorias, o que pode ser ruim para quem precisa emagrecer. Além disso, algumas frutas têm índice glicêmico alto, o que dificulta o controle da diabete. Este é o caso de uva, pêssego, goiaba e laranja. Prefira manga”, indica o médico Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrição (Abran).
Néctar
O QUE É: já ouviu a expressão ‘néctar dos deuses’? Ela tem um sentido muito positivo. É por isso que o governo estuda outra nomenclatura para classificar este tipo de bebida. “O nome sugere que o néctar é superior ao suco, o que não é verdade”, diz Moreira Borges, do Ministério da Agricultura. “Néctar significa doce. É uma bebida que já vem adoçada e diluída em água, pronta para consumir”, diz Vera Barral, do Idec.
CONTRAS: O teor de polpa é menor do que no suco. “No néctar, coloca-se de 20% a 30% de polpa, o resto é água e açúcar”, diz Ribas Filho, da Abran. Além disso, os produtos nacionais ainda não trazem no rótulo o volume de açúcar. “A dica é escolher frutas pouco ácidas, que precisem de menos açúcar. O néctar de limão sempre levará mais açúcar do que o néctar de banana ou goiaba, naturalmente doces”, lembra o pesquisador Rogério Tochinni, consultor técnico do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital).
Bebida de fruta (em caixinha)
O QUE É: Também aparece no mercado com o nome de refresco de fruta. “É a bebida com a menor concentração de fruta da categoria. Pode ser até levemente gaseificada”, detalha Vera Barral. “Cerca de 8% de sua composição corresponde à polpa de fruta”, frisa o médico Ribas Filho, da Abran.
CONTRAS: Nesta versão está liberado o uso de corantes artificiais - substâncias proibidas tanto no suco como no néctar. “Alguns são especialmente nocivos para as crianças, pois podem provocar alergias”, salienta Vera. “Por outro lado, costumam ser menos calóricos, o que favorece adultos que precisam controlar o peso”, completa Ribas Filho.
Polpa congelada
O QUE É: Suco ou néctar de fruta vendida em porções individuais, em saquinhos. Em geral, é batida com água no liquidificador. “Se não tiver açúcar, é boa opção”, indica Vera.
CONTRA: Para o consumo fora de casa, a preocupação é com a qualidade da água. “Se ela for ruim, clorada, altera o sabor do suco. Prefira a mineral”, diz Tochinni, do Ital. “O mecanismo de conservação é rústico, com difícil comercialização e transporte. No processo de congelamento a fruta perde algumas propriedades nutricionais , fica mais suscetível à oxidação”, explica Ribas Filho.
Desidratado
O QUE É: Conhecido como suco de pozinho, para diluição em água, embora não devesse ser chamado de suco. É bastante artificial. “Para cada 100g de produto seco (pó) há só 1g de polpa de fruta - o que equivale ao teor de um refrigerante à base de fruta”, compara Tochinni, do Ital.
CONTRAS: Nem todas as frutas podem ser convertidas em pó com facilidade. “Essa questão limita um pouco a diversidade de sabores. Além disso, não me lembro de ver suco integral em pó, apenas bebidas com baixíssima quantidade de polpa”, completa Tochinni.
Orgânico
O QUE É: Feito a partir de frutas cultivadas sem agrotóxicos. “Quando você compra um orgânico, leva mais do que um produto, compra uma filosofia de produto. Não é só um item que não recebeu defensivos agrícolas no plantio. Também há condições de trabalho adequadas para quem está envolvido na produção e um mecanismo de transporte e distribuição que respeita o meio ambiente. Para crianças, mais sensíveis aos agrotóxicos, são bem-vindos”, diz Tochinni, do Ital.
CONTRAS: Como não levam conservantes, tendem a durar menos que itens tradicionais e costumam ser mais caros
Fonte: http://www.nutricaosadia.com.br/2010/03/qual-diferenca-entre-eles.html#!/2010/03/qual-diferenca-entre-eles.html
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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Químico de panela reduz efeito de vacina em criança, diz estudo
Um novo estudo afirma que uma classe de compostos químicos, usados para revestir panelas antiaderentes, está associada a uma menor resposta imunológica às vacinas em crianças. É o que mostra uma pesquisa publicada no "Journal of the American Medical Association".
Essa é a primeira abordagem a descrever esse efeito em humanos. Antes, ficou demonstrado que os compostos perfluorados (PFC, na sigla em inglês) suprimiam a resposta imune em ratos, mas as informações sobre a ação em pessoas eram insuficientes.
Os pesquisadores analisaram dados de recém-nascidos entre 1999 e 2001 nas ilhas Faroe, território da Dinamarca. Cerca de 580 participaram dos exames seguintes e fizeram testes para verificar a resposta imunológica às vacinas contra tétano e difteria quando tinham cinco e sete anos.
O nível do composto químico foi medido durante a gravidez e nas crianças de cinco anos.
Os resultados indicaram que a exposição ao químico estava relacionada a uma menor eficácia da vacina e a um risco maior de a criança ter níveis de anticorpos menores que o necessário para oferecer proteção a longo prazo.
Uma concentração duas vezes maior de três tipos dos compostos perfluorados interferiu em uma resposta imunológica 49% menor em crianças de sete anos.
Os estudiosos, no entanto, não avaliaram se as crianças com resposta imunológica menor de fato desenvolveram tétano ou difteria mais tarde.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1039408-quimico-de-panela-reduz-efeito-de-vacina-em-crianca-diz-estudo.shtml
Essa é a primeira abordagem a descrever esse efeito em humanos. Antes, ficou demonstrado que os compostos perfluorados (PFC, na sigla em inglês) suprimiam a resposta imune em ratos, mas as informações sobre a ação em pessoas eram insuficientes.
Os pesquisadores analisaram dados de recém-nascidos entre 1999 e 2001 nas ilhas Faroe, território da Dinamarca. Cerca de 580 participaram dos exames seguintes e fizeram testes para verificar a resposta imunológica às vacinas contra tétano e difteria quando tinham cinco e sete anos.
O nível do composto químico foi medido durante a gravidez e nas crianças de cinco anos.
Os resultados indicaram que a exposição ao químico estava relacionada a uma menor eficácia da vacina e a um risco maior de a criança ter níveis de anticorpos menores que o necessário para oferecer proteção a longo prazo.
Uma concentração duas vezes maior de três tipos dos compostos perfluorados interferiu em uma resposta imunológica 49% menor em crianças de sete anos.
Os estudiosos, no entanto, não avaliaram se as crianças com resposta imunológica menor de fato desenvolveram tétano ou difteria mais tarde.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1039408-quimico-de-panela-reduz-efeito-de-vacina-em-crianca-diz-estudo.shtml
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terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Os benefícios dos agrotóxicos no ‘Mundo de Veja’, artigo de Flavia Londres
“A revista Veja afirma que chamar os venenos da agricultura de “agrotóxicos” seria uma imprecisão ultrapassada.”
A revista Veja publicou uma matéria buscando “esclarecer” os brasileiros sobre os alegados “mitos” que vêm sendo difundidos sobre os agrotóxicos desde a divulgação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), dos dados Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos referentes ao ano 2010. A revista se propõe a tranquilizar a população, certamente alarmada pelo conhecimento dos níveis de contaminação da comida que põe à mesa.
Os entrevistados na matéria são conhecidos defensores dos venenos agrícolas, alguns dos quais com atuação direta junto a indústrias do ramo – como é o caso do Prof. José Otávio Menten, que já foi diretor executivo da ANDEF (Associação Nacional de Defesa Vegetal), que reúne as empresas fabricantes de veneno.
A revista afirma que chamar os venenos da agricultura de “agrotóxicos” seria uma imprecisão ultrapassada e injustamente pejorativa, alertando os leitores que “o certo” seria adotar o termo “defensivos agrícolas”. Não menciona que a própria legislação sobre a matéria refere-se aos produtos como agrotóxicos mesmo.
A Veja passa então para a relativização dos resultados apresentados pelo relatório do Programa de Análise, elaborado pela Anvisa, fundamentalmente minimizando a gravidade da presença de resíduos de agrotóxicos acima dos limites permitidos. Para isso, cita especialistas alegando que os limites seriam “altíssimos”, e que, portanto, quando “um pouco ultrapassados”, não representariam qualquer risco para a saúde dos consumidores.
A verdade é que a ciência que embasa a determinação desses limites é imprecisa e fortemente criticada. Evidência disso é o fato de os limites comumente variarem ao longo do tempo – à medida que novas descobertas sobre riscos relacionados aos produtos são divulgadas, os limites tendem a ser diminuídos. Os limites “aceitáveis” no Brasil são em geral superiores àqueles permitidos na Europa – isso pra não dizer que aqui ainda se usa produtos já proibidos em quase todo o mundo.
A revista também relativiza os riscos de longo prazo para a saúde dos consumidores, bem como os riscos para os trabalhadores expostos aos agrotóxicos nas lavouras. Mesmo diante de tantas provas, a Veja alega que, não haveria comprovações científicas nesse sentido.
A reportagem termina tentando colocar em cheque as reais vantagens do consumo de alimentos orgânicos, a eficácia dos sistemas de certificação e mencionando supostos “riscos” do consumo de orgânicos. A revista alega que esses alimentos “podem ser contaminadas por fungos ou por bactérias como a salmonela e a Escherichia coli.” Só não esclarece que, ao contrário dos resíduos de agrotóxicos, esses patógenos – que também ocorrem nos alimentos produzidos com agrotóxicos – podem ser eliminados com a velha e boa lavagem ou com o simples cozimento.
Da revista Veja, sabemos, não se poderia esperar nada diferente. Trata-se do principal veículo de comunicação da direita conservadora e dos grandes conglomerados multinacionais no País. Mas podemos destacar que a publicação desse suposto “guia de esclarecimento” revela que o alerta sobre os impactos do modelo da agricultura industrial está se alastrando e informações mais independentes estão alcançando mais setores da população – ao ponto de merecerem tentativa de desmentido pela Veja e pela indústria.
Flavia Londres é engenheira agrônoma e consultora da AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia.
Fonte: http://www.radioagencianp.com.br/node/10520
A revista Veja publicou uma matéria buscando “esclarecer” os brasileiros sobre os alegados “mitos” que vêm sendo difundidos sobre os agrotóxicos desde a divulgação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), dos dados Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos referentes ao ano 2010. A revista se propõe a tranquilizar a população, certamente alarmada pelo conhecimento dos níveis de contaminação da comida que põe à mesa.
Os entrevistados na matéria são conhecidos defensores dos venenos agrícolas, alguns dos quais com atuação direta junto a indústrias do ramo – como é o caso do Prof. José Otávio Menten, que já foi diretor executivo da ANDEF (Associação Nacional de Defesa Vegetal), que reúne as empresas fabricantes de veneno.
A revista afirma que chamar os venenos da agricultura de “agrotóxicos” seria uma imprecisão ultrapassada e injustamente pejorativa, alertando os leitores que “o certo” seria adotar o termo “defensivos agrícolas”. Não menciona que a própria legislação sobre a matéria refere-se aos produtos como agrotóxicos mesmo.
A Veja passa então para a relativização dos resultados apresentados pelo relatório do Programa de Análise, elaborado pela Anvisa, fundamentalmente minimizando a gravidade da presença de resíduos de agrotóxicos acima dos limites permitidos. Para isso, cita especialistas alegando que os limites seriam “altíssimos”, e que, portanto, quando “um pouco ultrapassados”, não representariam qualquer risco para a saúde dos consumidores.
A verdade é que a ciência que embasa a determinação desses limites é imprecisa e fortemente criticada. Evidência disso é o fato de os limites comumente variarem ao longo do tempo – à medida que novas descobertas sobre riscos relacionados aos produtos são divulgadas, os limites tendem a ser diminuídos. Os limites “aceitáveis” no Brasil são em geral superiores àqueles permitidos na Europa – isso pra não dizer que aqui ainda se usa produtos já proibidos em quase todo o mundo.
A revista também relativiza os riscos de longo prazo para a saúde dos consumidores, bem como os riscos para os trabalhadores expostos aos agrotóxicos nas lavouras. Mesmo diante de tantas provas, a Veja alega que, não haveria comprovações científicas nesse sentido.
A reportagem termina tentando colocar em cheque as reais vantagens do consumo de alimentos orgânicos, a eficácia dos sistemas de certificação e mencionando supostos “riscos” do consumo de orgânicos. A revista alega que esses alimentos “podem ser contaminadas por fungos ou por bactérias como a salmonela e a Escherichia coli.” Só não esclarece que, ao contrário dos resíduos de agrotóxicos, esses patógenos – que também ocorrem nos alimentos produzidos com agrotóxicos – podem ser eliminados com a velha e boa lavagem ou com o simples cozimento.
Da revista Veja, sabemos, não se poderia esperar nada diferente. Trata-se do principal veículo de comunicação da direita conservadora e dos grandes conglomerados multinacionais no País. Mas podemos destacar que a publicação desse suposto “guia de esclarecimento” revela que o alerta sobre os impactos do modelo da agricultura industrial está se alastrando e informações mais independentes estão alcançando mais setores da população – ao ponto de merecerem tentativa de desmentido pela Veja e pela indústria.
Flavia Londres é engenheira agrônoma e consultora da AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia.
Fonte: http://www.radioagencianp.com.br/node/10520
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Psiquiatra aponta prescrição indiscriminada de ansiolíticos no país
Prescrição indiscriminada e uso excessivo podem ser algumas das explicações para o alto consumo de ansiolíticos, remédios usados para controlar ansiedade e tensão. A avaliação é do psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Dados divulgados nesta sexta-feira (20) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostram que os ansiolíticos foram os medicamentos com receita controlada mais consumidos no país entre 2007 e 2010. O princípio ativo clonazepam, base do remédio Rivotril, lidera o ranking, com cerca de 10 milhões de caixas vendidas somente em 2010.
Segundo o psiquiatra, os ansiolíticos têm sido indicados por profissionais de diversas áreas. “Sabemos que médicos de várias especialidades prescrevem esses remédios, sem necessariamente ser psiquiatras. Não há restrição, mas é como se eu [psiquiatra] passasse a receitar antibiótico. Não sou a pessoa mais adequada”, diz Silveira.
O psiquiatra citou pesquisa feita em 2011 pela Unifesp, segundo a qual os ansiolíticos, conhecidos como calmantes, correspondem a 35% dos medicamentos psiquiátricos prescritos nos hospitais gerais da cidade de São Paulo.
Este não é, porém, o único fator que pode explicar o boom dos calmantes no Brasil, ressalta Silveira. O uso descontrolado também está entre os fatores. É cada vez mais comum recorrer aos tranquilizantes para enfrentar o estresse e as dificuldades da vida cotidiana. O pior é esse tipo de remédio provoca dependência. “As pessoas tendem a buscar uma pílula mágica para lidar com os problemas”, diz o médico.
De acordo com Silveira, das 600 consultas mensais feitas pelo Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Unifesp, 50 são de pessoas viciadas em calmantes. A princípio, a maioria usa o remédio com indicação médica. Depois, passa a querer doses maiores e acaba partindo para a compra ilegal.
Para Dartiu Silveira, o melhor monitoramento do consumo dos ansiolíticos no país reflete também os números elevados. Atualmente, o Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) da Anvisa têm cadastradas 41.032 farmácias e drogarias, equivalente a 58,2% do total dos estabelecimentos autorizados pela agência reguladora a vender medicamentos controlados.
Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2012/01/23/psiquiatra-aponta-prescricao-indiscriminada-de-ansioliticos-no-pais/
Dados divulgados nesta sexta-feira (20) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostram que os ansiolíticos foram os medicamentos com receita controlada mais consumidos no país entre 2007 e 2010. O princípio ativo clonazepam, base do remédio Rivotril, lidera o ranking, com cerca de 10 milhões de caixas vendidas somente em 2010.
Segundo o psiquiatra, os ansiolíticos têm sido indicados por profissionais de diversas áreas. “Sabemos que médicos de várias especialidades prescrevem esses remédios, sem necessariamente ser psiquiatras. Não há restrição, mas é como se eu [psiquiatra] passasse a receitar antibiótico. Não sou a pessoa mais adequada”, diz Silveira.
O psiquiatra citou pesquisa feita em 2011 pela Unifesp, segundo a qual os ansiolíticos, conhecidos como calmantes, correspondem a 35% dos medicamentos psiquiátricos prescritos nos hospitais gerais da cidade de São Paulo.
Este não é, porém, o único fator que pode explicar o boom dos calmantes no Brasil, ressalta Silveira. O uso descontrolado também está entre os fatores. É cada vez mais comum recorrer aos tranquilizantes para enfrentar o estresse e as dificuldades da vida cotidiana. O pior é esse tipo de remédio provoca dependência. “As pessoas tendem a buscar uma pílula mágica para lidar com os problemas”, diz o médico.
De acordo com Silveira, das 600 consultas mensais feitas pelo Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Unifesp, 50 são de pessoas viciadas em calmantes. A princípio, a maioria usa o remédio com indicação médica. Depois, passa a querer doses maiores e acaba partindo para a compra ilegal.
Para Dartiu Silveira, o melhor monitoramento do consumo dos ansiolíticos no país reflete também os números elevados. Atualmente, o Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) da Anvisa têm cadastradas 41.032 farmácias e drogarias, equivalente a 58,2% do total dos estabelecimentos autorizados pela agência reguladora a vender medicamentos controlados.
Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2012/01/23/psiquiatra-aponta-prescricao-indiscriminada-de-ansioliticos-no-pais/
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Oceanos já estão até cem vezes mais ácidos devido a emissões de CO2
Emissão de CO2 aumenta acidez do oceano e prejudica corais, diz estudo. Mudanças causadas pelo homem são cem vezes maiores que as naturais. Em 90 anos, a calcificação de corais e moluscos pode cair 40%, afirma estudo científico. Do Globo Natureza.
O aumento da acidez dos oceanos verificado nos últimos 100 a 200 anos foi muito maior que as transformações que ocorreriam naturalmente, sem a interferência da ação do homem. A conclusão é de um time de cientistas internacionais ligados ao Centro de Pesquisa Internacional do Pacífico, da Universidade do Havaí, em um estudo publicado neste domingo (22), na “Nature Climate Change”.
De acordo com a pesquisa, cerca de 65% do gás proveniente de atividades humanas entram no mar e, em contato com a água salgada, aumentam sua acidez. O fenômeno reduz a taxa de calcificação de organismos marinhos, como corais e moluscos.
As conclusões do estudo são baseadas em simulações de condições do clima e do oceano verificadas na Terra nos últimos 21 mil anos, desde a última Era Glacial até o século 21. Durante as simulações, os pesquisadores analisaram o nível de concentração do aragonito, um tipo de carbonato de sódio que ajuda a medir a acidez dos oceanos. Quanto mais ácida é a água do mar, menor é a quantidade de aragonito.
Os resultados obtidos revelaram que o nível atual de aragonito é cinco vezes menor que o verificado na fase pré-industrial. De acordo com a pesquisa, essa redução pode representar uma queda de 15% na calcificação de corais e moluscos. Já nos próximos 90 anos, a redução da calcificação pode cair 40% em relação aos valores pré-industriais, considerando o contínuo uso de combustíveis fósseis, que emitem CO2.
“Em algumas regiões, as mudanças na acidez do oceano provocadas pelo homem desde a Revolução Industrial são cem vezes maiores que as mudanças naturais verificadas entre a última Era Glacial e os tempos pré-industriais”, disse Tobias Friedrich, um dos cientistas que lideraram a pesquisa, em material de divulgação.
Segundo ele, após o fim do último período glacial, a concentração de CO2 atmosférico aumentou de 190 partes por milhão (ppm) para 280 ppm ao longo de seis mil anos. Assim, os ecossistemas marinhos tiveram tempo suficiente para se adaptar. Já o aumento para o nível atual, de 392 ppm, levou apenas entre 100 e 200 anos, prejudicando a vida marinha.
De acordo com a pesquisa, os corais são vistos em locais com concentração de aragonito presentes em 50% do oceano atualmente. Até o final do século 21, essas condições seriam encontradas em apenas 5%.
“Nosso estudo sugere que severas reduções devem ocorrer na diversidade, complexidade e resistência dos corais até metade deste século”, afirmou o co-autor do estudo, Alex Timmermann.
Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2012/01/24/oceanos-ja-estao-ate-cem-vezes-mais-acidos-devido-a-emissoes-de-co2/
O aumento da acidez dos oceanos verificado nos últimos 100 a 200 anos foi muito maior que as transformações que ocorreriam naturalmente, sem a interferência da ação do homem. A conclusão é de um time de cientistas internacionais ligados ao Centro de Pesquisa Internacional do Pacífico, da Universidade do Havaí, em um estudo publicado neste domingo (22), na “Nature Climate Change”.
De acordo com a pesquisa, cerca de 65% do gás proveniente de atividades humanas entram no mar e, em contato com a água salgada, aumentam sua acidez. O fenômeno reduz a taxa de calcificação de organismos marinhos, como corais e moluscos.
As conclusões do estudo são baseadas em simulações de condições do clima e do oceano verificadas na Terra nos últimos 21 mil anos, desde a última Era Glacial até o século 21. Durante as simulações, os pesquisadores analisaram o nível de concentração do aragonito, um tipo de carbonato de sódio que ajuda a medir a acidez dos oceanos. Quanto mais ácida é a água do mar, menor é a quantidade de aragonito.
Os resultados obtidos revelaram que o nível atual de aragonito é cinco vezes menor que o verificado na fase pré-industrial. De acordo com a pesquisa, essa redução pode representar uma queda de 15% na calcificação de corais e moluscos. Já nos próximos 90 anos, a redução da calcificação pode cair 40% em relação aos valores pré-industriais, considerando o contínuo uso de combustíveis fósseis, que emitem CO2.
“Em algumas regiões, as mudanças na acidez do oceano provocadas pelo homem desde a Revolução Industrial são cem vezes maiores que as mudanças naturais verificadas entre a última Era Glacial e os tempos pré-industriais”, disse Tobias Friedrich, um dos cientistas que lideraram a pesquisa, em material de divulgação.
Segundo ele, após o fim do último período glacial, a concentração de CO2 atmosférico aumentou de 190 partes por milhão (ppm) para 280 ppm ao longo de seis mil anos. Assim, os ecossistemas marinhos tiveram tempo suficiente para se adaptar. Já o aumento para o nível atual, de 392 ppm, levou apenas entre 100 e 200 anos, prejudicando a vida marinha.
De acordo com a pesquisa, os corais são vistos em locais com concentração de aragonito presentes em 50% do oceano atualmente. Até o final do século 21, essas condições seriam encontradas em apenas 5%.
“Nosso estudo sugere que severas reduções devem ocorrer na diversidade, complexidade e resistência dos corais até metade deste século”, afirmou o co-autor do estudo, Alex Timmermann.
Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2012/01/24/oceanos-ja-estao-ate-cem-vezes-mais-acidos-devido-a-emissoes-de-co2/
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Anvisa constata uso de agrotóxicos não autorizados no plantio de diversos alimentos
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) constatou que os produtores rurais têm usado agrotóxicos não autorizados no plantio de determinados alimentos. Em 2010, a Vigilâncias Sanitária avaliou 2.488 amostras de alimentos, sendo que 28% apresentaram resultado insatisfatório para a presença de resíduos dos produtos. Deste total, 605 (24,3%) amostras estavam contaminadas com agrotóxicos não autorizados.
Quando o uso de um agrotóxico é autorizado no país, os órgãos responsáveis por essa liberação, indicam para que tipo de plantação ele é adequado e em que quantidade pode ser aplicado.
Em 42 amostras (1,7%), o nível de agrotóxico estava acima do permitido. Em 37% dos lotes avaliados, não foram detectados resíduos de agrotóxicos.
“Os resultados insatisfatórios devido à utilização de agrotóxicos não autorizados resultam de dois tipos de irregularidades, seja porque foi aplicado um agrotóxico não autorizado para aquela cultura, mas cujo [produto] está registrado no Brasil e com uso permitido para outras culturas, ou seja, porque foi aplicado um agrotóxico banido do Brasil ou que nunca teve registro no país, logo, sem uso permitido em nenhuma cultura”, conclui o relatório do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos (Para).
O pimentão lidera a lista dos alimentos com grande número de amostras contaminadas por agrotóxico. Em quase 92% das amostras foram identificados problemas. Em seguida, aparecem o morango e o pepino, com 63% e 57% das amostras com avaliação ruim.
Em uma amostra de pimentão, foram encontrados sete tipos diferentes de agrotóxicos irregulares. A batata foi o único alimento sem nenhum caso de contaminação nas 145 amostras analisadas.
A agência reguladora constatou também que, das 684 amostras consideradas insatisfatórias, 208 (30%) tinham resíduos de produtos que estão sendo revistos pela Vigilância Sanitária ou serão banidos do país, como é o caso do endossulfan e do metamidófos, que serão proibidos no Brasil nos próximos dois anos.
Em 2010, foram avaliados resíduos de agrotóxicos em 18 tipos de alimentos em 25 estados e no Distrito Federal. São Paulo não participou do programa.
A lista com os dez alimentos com mais amostras contaminadas com resíduos de agrotóxicos é a seguinte:
1) pimentão
2) morango
3) pepino
4) cenoura
5) alface
6) abacaxi
7) beterraba
8) couve
9) mamão
10) tomate
Reportagem de Carolina Pimentel, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 24/01/2012
Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2012/01/24/anvisa-constata-uso-de-agrotoxicos-nao-autorizados-no-plantio-de-diversos-alimentos/
Quando o uso de um agrotóxico é autorizado no país, os órgãos responsáveis por essa liberação, indicam para que tipo de plantação ele é adequado e em que quantidade pode ser aplicado.
Em 42 amostras (1,7%), o nível de agrotóxico estava acima do permitido. Em 37% dos lotes avaliados, não foram detectados resíduos de agrotóxicos.
“Os resultados insatisfatórios devido à utilização de agrotóxicos não autorizados resultam de dois tipos de irregularidades, seja porque foi aplicado um agrotóxico não autorizado para aquela cultura, mas cujo [produto] está registrado no Brasil e com uso permitido para outras culturas, ou seja, porque foi aplicado um agrotóxico banido do Brasil ou que nunca teve registro no país, logo, sem uso permitido em nenhuma cultura”, conclui o relatório do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos (Para).
O pimentão lidera a lista dos alimentos com grande número de amostras contaminadas por agrotóxico. Em quase 92% das amostras foram identificados problemas. Em seguida, aparecem o morango e o pepino, com 63% e 57% das amostras com avaliação ruim.
Em uma amostra de pimentão, foram encontrados sete tipos diferentes de agrotóxicos irregulares. A batata foi o único alimento sem nenhum caso de contaminação nas 145 amostras analisadas.
A agência reguladora constatou também que, das 684 amostras consideradas insatisfatórias, 208 (30%) tinham resíduos de produtos que estão sendo revistos pela Vigilância Sanitária ou serão banidos do país, como é o caso do endossulfan e do metamidófos, que serão proibidos no Brasil nos próximos dois anos.
Em 2010, foram avaliados resíduos de agrotóxicos em 18 tipos de alimentos em 25 estados e no Distrito Federal. São Paulo não participou do programa.
A lista com os dez alimentos com mais amostras contaminadas com resíduos de agrotóxicos é a seguinte:
1) pimentão
2) morango
3) pepino
4) cenoura
5) alface
6) abacaxi
7) beterraba
8) couve
9) mamão
10) tomate
Reportagem de Carolina Pimentel, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 24/01/2012
Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2012/01/24/anvisa-constata-uso-de-agrotoxicos-nao-autorizados-no-plantio-de-diversos-alimentos/
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Tratar insônia pode reduzir o risco de desenvolver outras doenças, diz estudo
A insônia é o distúrbio do sono mais comum que existe e também um dos mais fáceis de ser diagnosticado. Apesar disso, a demora em aceitar o problema e em iniciar um tratamento pode aumentar o risco de desenvolver outras doenças, como a depressão, a diabetes, a hipertensão e até mesmo a morte - no caso de adultos com idade avançada -, diz um novo estudo, publicado na versão online da revista inglesa The Lancet.
De acordo com o texto, é preciso identificar e tratar a insônia inicial com diretrizes clínicas, de modo a garantir o bem-estar dos pacientes e evitar o uso de medicamentos que não têm eficácia comprovada. "Tendo em vista a alta prevalência e morbidade significativa da insônia, os pacientes devem ser rotineiramente questionados pelos médicos sobre possíveis problemas no sono", dizem os pesquisadores e autores Charles Morin, da Universidade Laval, em Quebec, no Canadá, e Benca Ruth, da Universidade de Wisconsin, em Madison, nos Estados Unidos.
Aproximadamente um quarto da população adulta tem dificuldades na hora de dormir e uma estimativa aponta que de 6% a 10% vivem um transtorno de insônia. Indivíduos com insônia ou dificuldade para dormir bem sofrem com a falta do sono reparador e apresentam sintomas diurnos, tais como fadiga, dificuldade de concentração e distúrbios de humor.
Segundo o estudo, pessoas com insônia têm mais do que cinco vezes mais chances de desenvolver ansiedade e depressão, mais que o dobro do risco de sofrer com insuficiência cardíaca congestiva e diabetes, além de viver com um elevado risco de morte. Ainda de acordo com a análise, pessoas que dormem pouco e mal são sete vezes mais propensas ao abuso de álcool ou drogas durante os próximos três anos e meio em comparação com aqueles sem a condição.
A insônia também resulta em problemas econômicos para a sociedade em geral: baixa de produtividade, faltas ao trabalho e alta dos custos de saúde.
Dados da pesquisa sugerem que a maioria das pessoas com a doença são vulneráveis a episódios recorrentes. Segundo uma pesquisa longitudinal, cerca de 70% continuam a sentir os sintomas da insônia um ano depois. Além disso, metade deles ainda sofre de insônia até 3 anos mais tarde.
Para os autores, o uso de remédios, com ou sem prescrição médica, não se mostra benéfico, já que há pouca evidência de que realmente funcionem.
Além disso, acrescentam, alguns dos medicamentos mais comumente prescritos (antidepressivos e anti-histamínicos) ainda precisam ser aprovados para o tratamento da insônia. Para os estudiosos, é necessário que hajam mais pesquisas para avaliar a efetiva ação das drogas no tratamento desta doença.
Isso levou o Instituto Nacional de Saúde, nos EUA, a afirmar que existem apenas duas opções eficazes parar o tratamento da insônia: terapia cognitivo-comportamental e drogas hipnóticas aprovadas.
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é um tratamento que utiliza métodos psicológicos, como técnicas de relaxamento, restrição de sono, controle de estímulos e educação sobre higiene do sono (por exemplo, dieta e exercício). Segundo os especialistas, TCC é altamente eficaz no tratamento da insônia e não apresenta riscos de efeitos colaterais adversos, além de ter benefícios duradouros - que é uma clara vantagem em comparação com o tratamento medicamentoso. Entretanto, no momento, há uma escassez de profissionais de saúde treinados neste tipo de terapia.
Para os autores, "embora a terapia cognitivo-comportamental não esteja prontamente disponível na maior parte das clínicas, o acesso pode ser facilitado por meio de métodos inovadores, tais como consultas telefônicas, terapia de grupo e abordagens psicológicas feitas pela internet".
Eles concluem: "há uma necessidade urgente de mais educação pública sobre o sono e maior divulgação de terapias baseadas em evidências científicas para tratar a insônia. Além disso, é importante haver formação para preparar os profissionais de saúde que desejam atender e tratar queixas de insônia".
Fonte: http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=2&idnot=13564
De acordo com o texto, é preciso identificar e tratar a insônia inicial com diretrizes clínicas, de modo a garantir o bem-estar dos pacientes e evitar o uso de medicamentos que não têm eficácia comprovada. "Tendo em vista a alta prevalência e morbidade significativa da insônia, os pacientes devem ser rotineiramente questionados pelos médicos sobre possíveis problemas no sono", dizem os pesquisadores e autores Charles Morin, da Universidade Laval, em Quebec, no Canadá, e Benca Ruth, da Universidade de Wisconsin, em Madison, nos Estados Unidos.
Aproximadamente um quarto da população adulta tem dificuldades na hora de dormir e uma estimativa aponta que de 6% a 10% vivem um transtorno de insônia. Indivíduos com insônia ou dificuldade para dormir bem sofrem com a falta do sono reparador e apresentam sintomas diurnos, tais como fadiga, dificuldade de concentração e distúrbios de humor.
Segundo o estudo, pessoas com insônia têm mais do que cinco vezes mais chances de desenvolver ansiedade e depressão, mais que o dobro do risco de sofrer com insuficiência cardíaca congestiva e diabetes, além de viver com um elevado risco de morte. Ainda de acordo com a análise, pessoas que dormem pouco e mal são sete vezes mais propensas ao abuso de álcool ou drogas durante os próximos três anos e meio em comparação com aqueles sem a condição.
A insônia também resulta em problemas econômicos para a sociedade em geral: baixa de produtividade, faltas ao trabalho e alta dos custos de saúde.
Dados da pesquisa sugerem que a maioria das pessoas com a doença são vulneráveis a episódios recorrentes. Segundo uma pesquisa longitudinal, cerca de 70% continuam a sentir os sintomas da insônia um ano depois. Além disso, metade deles ainda sofre de insônia até 3 anos mais tarde.
Para os autores, o uso de remédios, com ou sem prescrição médica, não se mostra benéfico, já que há pouca evidência de que realmente funcionem.
Além disso, acrescentam, alguns dos medicamentos mais comumente prescritos (antidepressivos e anti-histamínicos) ainda precisam ser aprovados para o tratamento da insônia. Para os estudiosos, é necessário que hajam mais pesquisas para avaliar a efetiva ação das drogas no tratamento desta doença.
Isso levou o Instituto Nacional de Saúde, nos EUA, a afirmar que existem apenas duas opções eficazes parar o tratamento da insônia: terapia cognitivo-comportamental e drogas hipnóticas aprovadas.
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é um tratamento que utiliza métodos psicológicos, como técnicas de relaxamento, restrição de sono, controle de estímulos e educação sobre higiene do sono (por exemplo, dieta e exercício). Segundo os especialistas, TCC é altamente eficaz no tratamento da insônia e não apresenta riscos de efeitos colaterais adversos, além de ter benefícios duradouros - que é uma clara vantagem em comparação com o tratamento medicamentoso. Entretanto, no momento, há uma escassez de profissionais de saúde treinados neste tipo de terapia.
Para os autores, "embora a terapia cognitivo-comportamental não esteja prontamente disponível na maior parte das clínicas, o acesso pode ser facilitado por meio de métodos inovadores, tais como consultas telefônicas, terapia de grupo e abordagens psicológicas feitas pela internet".
Eles concluem: "há uma necessidade urgente de mais educação pública sobre o sono e maior divulgação de terapias baseadas em evidências científicas para tratar a insônia. Além disso, é importante haver formação para preparar os profissionais de saúde que desejam atender e tratar queixas de insônia".
Fonte: http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=2&idnot=13564
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Dr. Frederico Lobo
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sábado, 24 de dezembro de 2011
Como se beneficiar da ação dos neurotransmissores do bem-estar
Em casos específicos, os médicos podem recomendar remédios à base de serotonina e dopamina, como antidepressivos ou drogas que interagem com receptores de um ou de ambos os neurotransmissores, usadas em desordens afetivas. Já a oxitocina pode ser oferecida, na forma injetável, às grávidas, na hora do parto, para acelerar o processo. Ou, em spray nasal, às mães que amamentam, para aumentar a ejeção de leite durante as primeiras semanas de aleitamento. Mas a melhor maneira de estimular a atividade dos neurotransmissores serotonina e dopamina e do hormônio oxitocina é ter prazer, diz a cientista Denise Pires de Carvalho, professora titular do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ.
Veja a seguir recomendações para estimular seu organismo a aumentar a produção dos neurotransmissores relacionados ao bem-estar:
EXERCITE-SE: Atividade física sempre ajuda, diz o clínico geral Gilberto Ururahy, especializado em medicina preventiva. Neste caso, o exercício ajudará a estimular a produção de serotonina.
AGRADEÇA: Estudos compilados pela Universidade de Harvard mostram que agradecer a alguém por algo de bom que lhe tenha feito aumenta a senação de felicidade tanto de quem faz quanto de quem recebe o cumprimento — e, de quebra, fortalece o relacionamento.
REZE: Quem é religoso pode usar o momento da oração para agradecer a Deus. E a Organização Mundial de Saúde lista a espiritualidade como um dos componentes da saúde.
MEDITE: Isso significa focar no momento presente, sem julgá-lo, procurando respirar profundamente — o que, por si só, já ajuda a acalmar o corpo. Você pode também pensar em algo que lhe seja caro, como o calor do sol ou o som das risadas de um bebê.
REGISTRE: Quem começa a anotar as coisas boas que lhe acontecem pode se surpreender ao constatar quantas delas permeiam seu dia.
RELEMBRE: Se estiver se sentindo deprimido, e não encontrar no momento presente motivos para se animar, procure lembrar-se de ocasiões que lhe trouxeram alegria.
SEJA GENEROSO, OU SOLIDÁRIO: Não estamos falando só de caridade. Quem ajuda outra pessoa é tomado por uma profunda sensação de bem-estar, garantem pessoas como a dona de casa Ana Lúcia Fraga, que todos os anos se veste de Papai Noel para alegrar as crianças da creche Novo Palmares, em Vargem Grande.
RELAXE: Reserve, em sua rotina, tempo para fazer algo de que goste, sozinho ou acompanhado da família e de amigos. Desta vez, é a neurociência que atesta: quem sente prazer estimula a ação dos neurotransmissores do bem-estar. E uma coisa acaba puxando a outra, num círculo virtuoso.
Fonte: http://oglobo.globo.com/saude/como-se-beneficiar-da-acao-dos-neurotransmissores-do-bem-estar-3505538
Veja a seguir recomendações para estimular seu organismo a aumentar a produção dos neurotransmissores relacionados ao bem-estar:
EXERCITE-SE: Atividade física sempre ajuda, diz o clínico geral Gilberto Ururahy, especializado em medicina preventiva. Neste caso, o exercício ajudará a estimular a produção de serotonina.
AGRADEÇA: Estudos compilados pela Universidade de Harvard mostram que agradecer a alguém por algo de bom que lhe tenha feito aumenta a senação de felicidade tanto de quem faz quanto de quem recebe o cumprimento — e, de quebra, fortalece o relacionamento.
REZE: Quem é religoso pode usar o momento da oração para agradecer a Deus. E a Organização Mundial de Saúde lista a espiritualidade como um dos componentes da saúde.
MEDITE: Isso significa focar no momento presente, sem julgá-lo, procurando respirar profundamente — o que, por si só, já ajuda a acalmar o corpo. Você pode também pensar em algo que lhe seja caro, como o calor do sol ou o som das risadas de um bebê.
REGISTRE: Quem começa a anotar as coisas boas que lhe acontecem pode se surpreender ao constatar quantas delas permeiam seu dia.
RELEMBRE: Se estiver se sentindo deprimido, e não encontrar no momento presente motivos para se animar, procure lembrar-se de ocasiões que lhe trouxeram alegria.
SEJA GENEROSO, OU SOLIDÁRIO: Não estamos falando só de caridade. Quem ajuda outra pessoa é tomado por uma profunda sensação de bem-estar, garantem pessoas como a dona de casa Ana Lúcia Fraga, que todos os anos se veste de Papai Noel para alegrar as crianças da creche Novo Palmares, em Vargem Grande.
RELAXE: Reserve, em sua rotina, tempo para fazer algo de que goste, sozinho ou acompanhado da família e de amigos. Desta vez, é a neurociência que atesta: quem sente prazer estimula a ação dos neurotransmissores do bem-estar. E uma coisa acaba puxando a outra, num círculo virtuoso.
Fonte: http://oglobo.globo.com/saude/como-se-beneficiar-da-acao-dos-neurotransmissores-do-bem-estar-3505538
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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Pratique os “Oito R’s” neste fim de ano
Planeje bem suas compras, festas e férias:
1. Refletir: Lembre-se de que qualquer ato de consumo causa impactos do consumo na sua vida, na sociedade, no país e no planeta. Procure potencializar os impactos positivos e minimizar os negativos;
2. Reduzir: Exagere no carinho e no amor, mas evite desperdícios de produtos, serviços, água e energia;
3. Reutilizar: Use até o fim, não compre novo por impulso. Invente, inove, use de outra maneira. Talvez vire brinquedo, talvez um enfeite, talvez um adereço…
4. Reciclar: Mais de 800 mil famílias vivem da reciclagem hoje no Brasil. Quer fazer o bem? Separe em casa o lixo sujo do limpo. Só descarte na coleta comum o sujo. Entregue o limpo na reciclagem ou para o catador;
5. Respeitar: Você mesmo, o seu trabalho, as pessoas e o meio ambiente. As palavras mágicas sempre funcionam: “por favor” e “obrigado”;
6. Reparar: Quebrou? Conserte. Brigou? Peça desculpas e também desculpe;
7. Responsabilizar-se: Por você, pelos impactos bons e ruins de seus atos, pelas pessoas, por sua cidade;
8. Repassar: As informações que você tiver e que ajudam na prática do consumo consciente. Retuite, reenvie e-mails.
Fonte: http://www.mundosustentavel.com.br/2011/12/pratique-os-“oito-r’s”-neste-fim-de-ano/#.TuyaaPwqW-l.facebook
1. Refletir: Lembre-se de que qualquer ato de consumo causa impactos do consumo na sua vida, na sociedade, no país e no planeta. Procure potencializar os impactos positivos e minimizar os negativos;
2. Reduzir: Exagere no carinho e no amor, mas evite desperdícios de produtos, serviços, água e energia;
3. Reutilizar: Use até o fim, não compre novo por impulso. Invente, inove, use de outra maneira. Talvez vire brinquedo, talvez um enfeite, talvez um adereço…
4. Reciclar: Mais de 800 mil famílias vivem da reciclagem hoje no Brasil. Quer fazer o bem? Separe em casa o lixo sujo do limpo. Só descarte na coleta comum o sujo. Entregue o limpo na reciclagem ou para o catador;
5. Respeitar: Você mesmo, o seu trabalho, as pessoas e o meio ambiente. As palavras mágicas sempre funcionam: “por favor” e “obrigado”;
6. Reparar: Quebrou? Conserte. Brigou? Peça desculpas e também desculpe;
7. Responsabilizar-se: Por você, pelos impactos bons e ruins de seus atos, pelas pessoas, por sua cidade;
8. Repassar: As informações que você tiver e que ajudam na prática do consumo consciente. Retuite, reenvie e-mails.
Fonte: http://www.mundosustentavel.com.br/2011/12/pratique-os-“oito-r’s”-neste-fim-de-ano/#.TuyaaPwqW-l.facebook
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Meditação é o remédio
"Meditar é a mesma coisa que ir a um spa e ficar relaxando". Se você pensa assim, não está distante do senso comum, mas pode estar perdendo a oportunidade de experimentar os benefícios da meditação. Técnica tradicional no Oriente, a meditação é objeto de estudo entre especialistas ocidentais há décadas. Aos poucos, vem ganhando adeptos no Brasil e seus benefícios já são detectados até mesmo em experiências clínicas.
Ricardo Zanardi Ramalho é médico da família e clínico geral em São Paulo. Há seis meses, vem aplicando, em Unidades Básicas de Saúde da cidade, técnicas de meditação para grupos da terceira idade, dependentes químicos e pessoas com transtorno de ansiedade, depressão e estresse. Alongamentos, exercícios leves, e de concentração e respiração completam o tratamento. Os resultados ainda não são rigorosamente científicos, mas Ramalho conta que, ao fim da prática, os pacientes apresentavam melhorias: muitos tinham a pressão arterial reduzida, alguns portadores de distúrbios do sono relataram grande melhora e deixaram de usar medicações controladas. “A meditação exige esforço, empenho, é um processo ativo”, diz Ramalho. “Ela envolve desenvolvimento cerebral e provoca mudanças estruturais no cérebro”.
Essas mudanças observadas pelo médico vêm sendo detectadas em estudos científicos há várias décadas. Desde meados dos anos 1970, o médico Herbert Benson publica livros e artigos científicos sobre o tema. Hoje, além de professor da Faculdade de Medicina de Harvard, é diretor do Instituto Benson-Henri (BHI), do Hospital Geral de Massachusetts, que investiga a interação mente/corpo por meio de preceitos da medicina, ou o que ele chama de relaxation response (resposta de relaxamento). Benson, sua equipe e inúmeros cientistas mundo afora já conseguiram provar que meditar diminui o metabolismo, os batimentos cardíacos e o ritmo da respiração, provoca relaxamento muscular e sensação de bem-estar, reduz a pressão sanguínea e aumenta a temperatura corporal periférica. Este último reflexo, dizem os especialistas, seria a razão de os monges budistas não sentirem frio mesmo em baixas temperaturas.
A ciência provou até que quem medita por um longo período pode sentir menos dor do que aqueles que não meditam. Um grupo da Universidade de Montreal publicou um trabalho, há quatro meses, mostrando por meio de imagens de ressonância magnética, como o cérebro de quem medita reage a estímulos de dor. Embora o praticante conheça a dor, ela não é processada na parte do cérebro responsável por avaliar, raciocinar e memorizar informações. "Achamos que [quem medita] sente as sensações, mas encurta o processo, impedindo a interpretação dos estímulos dolorosos”, diz o principal autor do trabalho, Pierre Rainville. É como se quem medita desligasse certas áreas do cérebro receptivas da dor, mesmo experimentando-a.
Para os budistas, há uma fórmula subjetiva para essa explicação científica da dor. Em recente visita ao Brasil, na qual palestrou sobre meditação para especialistas e leigos na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, uma das mais respeitados do país, o monge Bhante Yogavacara Rahula, do monastério Bhavana Forest, nos Estados Unidos, explicou que sofrimento = dor x resistência. A fórmula significa que quanto mais resistência você oferece à dor, mais você se apega a ela, causando mais sofrimento. Em caso de resistência zero, o sofrimento decorrente da dor é nulo. Uma mente bem treinada faz com que você não dê tanto peso às intempéries, e isso o afasta daquilo que é ruim. “O segredo é não lutar contra as realidades da vida, contra a impermanência”, afirma Rahula. “Dor é dada, sofrimento é opcional”, diz.
Rafael Ortiz, ortopedista do Hospital das Clínicas, explica. "Toda experiência cognitiva surge por um tempo e desaparece. Só que as nossas lembranças fazem com que o Sistema Nervoso Central continue reverberando aquela sensação já experimentada por meio de estímulos nervosos”, afirma. Por exemplo: se você estiver de olhos fechados e sentir algo tocando sua bochecha, pode concluir várias coisas. Se acontecer no meio de uma floresta, e sentir medo, pode achar que é uma aranha. Se estiver com o namorado, que se trata da mão dele. “A experiência adquirida muda como você interpreta as sensações”, diz. A intenção da meditação é fazer com que as pessoas se desapeguem dessas memórias e, com isso, consigam se livrar da dor rapidamente.
Ortiz começou a meditar há nove anos mais por uma busca existencial do que por problemas de saúde. Hoje diz que os benefícios da meditação Vipassana – a que ele pratica e uma das várias técnicas existentes – são inúmeros. Antes, o médico tinha muita dificuldade para respirar com o nariz por conta de uma má formação do palato e por crises de rinite – agora não mais. Ele também sofria de asma e tomava muitos remédios, abandonados atualmente. Quando criança, era avaliado como se tivesse transtorno de déficit de atenção. “Eu me tornei uma pessoa mais calma nos últimos anos. E, sem dúvida, tem a ver com a meditação”, afirma. Segundo Ortiz, as pessoas confundem felicidade com excitação. Depois da meditação, ele descobriu que a felicidade está ligada à paz e à tranquilidade.
A hoje empresária chocolatier Cintia Sanches Lima era executiva de marketing de uma multinacional antes de descobrir o que diz serem os benefícios da meditação. Por estresse e desconforto físico, teve duas infecções respiratórias fortes, que a obrigavam a dormir apenas três horas por noite. Resolveu pedir demissão. "A meditação foi uma surpresa pra mim", diz, sobre seu primeiro contato com esta técnica milenar: uma reportagem de TV. Ela viajou para o Nepal e passou 45 dias em um monastério para aprender técnicas de meditação. Hoje pratica todos os dias e há mais de um ano não tem mais crises respiratórias. "Minha saúde melhorou muito. Se começa um resfriado, eu sinto bem no começo, muito antes de se manifestar, e passo a me cuidar melhor", afirma. Além da saúde, Cintia percebeu uma mudança em seu comportamento. "Eu comecei a pensar melhor, a mente fica clara e aberta. Também ajuda na criatividade", afirma. Segundo ela, foi assim que conseguiu empreender, com sucesso, seu próprio negócio. Mas ela avisa: a meditação não é um remédio que começa a fazer efeito rapidamente. "Você continua com os problemas, mas sabe lidar melhor com eles. São ferramentas que ajudam no seu controle mental", diz.
No budismo, a sensação de paz interior tem a ver com a clareza mental que a técnica permite aos praticantes. Segundo os ensinamentos de Buda, o sofrimento humano é decorrência de um tripé: cobiça (desejar além do necessário para satisfazer prazeres e vícios), raiva (o apego estimula a raiva, a vingança e a violência) e ignorância (não conhecer a interação corpo/mente). Desapegado desses sentimentos, prossegue a teoria, o homem consegue manter um afastamento sadio das situações para tomar atitudes mais bem pensadas, justas. A meditação, por meio de transformações fisiológicas, teria a função de fazer com que o praticante alcance uma capacidade cognitiva acima da média e experimente a vida com menos agressividade, com menor resposta ao estresse.
A calma produzida pela meditação foi explicada cientificamente em 2009, por pesquisadores ligados ao Hospital Geral de Massachusetts. Eles analisaram a densidade da massa cinzenta em uma área do cérebro chamada amígdala (que nada tem a ver com a amígdala da garganta), reguladora da resposta ao estresse, como liberação de hormônios, aumento da pressão sanguínea e expressão facial de medo. Os participantes relataram altos níveis de estresse no mês anterior ao experimento. Depois de oito semanas de práticas como meditação, yoga e vivências em grupo, todos os participantes relataram uma significante redução do estresse. E, quanto maior a diminuição do estresse experimentada, maior a diminuição da densidade da amígdala direita. Isso significa, também, que essa parte do cérebro modela o comportamento inicial de percepção automática do estresse (como xingar o motorista do carro da frente que te deu uma fechada). Se a densidade da amígdala diminui, esse tipo de resposta ao estresse será menos frequente.
Foi por isso que Natália Parizotto, pesquisadora e estudante de Serviço Social, começou a meditar há três anos. “Para parar de chorar e brigar, melhorar o relacionamento com as outras pessoas. Eu reagia de uma forma que não era devida”, diz. Hoje ela consegue ter controle sobre suas reações, pensa melhor antes de agir – ou seja, não tem mais um comportamento automático frente aos estímulos de estresse. “Eu consigo fazer atividades mais chatas e dou menos peso (a elas). Eu diferencio o que é a coisa em si do meu estado de espírito”, diz. Mas essa tranquilidade em tomar decisões diminui quando ela fica muito tempo sem meditar –Natália relata que perde a paciência mais facilmente e volta a ter um pouco do comportamento explosivo anterior.
Esse processo também é explicado pela ciência. Em janeiro deste ano, pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison publicaram um artigo dizendo que a resposta automática ao estresse até então conhecida – aquela que aumenta os níveis de adrenalina, faz você correr ou gritar em situações de perigo, o chamado “instinto de sobrevivência” – confunde o cérebro. Essa resposta pode romper com a habilidade de pensar claramente e tomar decisões complexas. Já o praticante de meditação fica menos alerta diante de um estímulo de estresse, mas com maior capacidade de tomar decisões estratégicas.
Obviamente essas mudanças nas tomadas de decisões surtem efeitos sobre o estado psicológico do indivíduo. Segundo um trabalho do Centro de Dependência e Saúde Mental (CAMH), no Canadá, publicado no Archives of General Psychiatry em dezembro de 2010, a meditação oferece a mesma proteção que antidepressivos contra recaídas. Durante 18 meses após uma crise e posterior melhora, pacientes que foram tratados com remédios tiveram o mesmo índice de recaída que aqueles tratados apenas com meditação. Há, nessa descoberta, duas boas notícias: 1) os pacientes costumam parar de tomar remédios por conta dos efeitos colaterais, mas ninguém para de meditar, e, 2) meditar não gera despesa financeira.
Foi com meditação que a terapeuta Andreza Gonçalves de Oliveira conseguiu sair de um quadro de depressão que envolvia síndrome do pânico. Ela trabalhava em uma multinacional e adoeceu, tamanha era a pressão cotidiana. Largou a área administrativa há um ano e meio, e, em 2010, passou a se dedicar à meditação e ao estudo de terapias holísticas. Foi nessa época que desistiu de buscar ajuda médica e psicológica para os sintomas do pânico. “Você simplesmente não aceita sua condição quando entra em depressão. Com a meditação, a sua mente vai se aquietando e passa a observar melhor a realidade”, afirma. Foi então que ela percebeu que estava doente e que tinha que se cuidar. Os 10 dias em um retiro “me libertaram dos sentimentos que eu tinha de apego pelas coisas, de medo, de raiva, sentimentos guardados durante muitos e muitos anos”, afirma. Foi o fim do problema psiquiátrico e das visitas assíduas a médicos, e um novo recomeço
Algumas descobertas científicas sobre a meditação
• 2002: um grupo de cientistas ligado à Faculdade de Medicina de Harvard provaram que a resposta de relaxamento (RR) melhora a memória de idosos saudáveis, de forma mais efetiva quando eles realizam tarefas simples de atenção. Já os estados de ansiedade diminuem de forma marginal.
• 2003: pela primeira vez, cientistas relataram aumento do número de anticorpos em pessoas que meditaram durante oito semanas após serem vacinados contra a gripe, em relação ao grupo controle. A descoberta foi feita por um grupo liderado por Richard Davidson, da Universidade de Wisconsin.
• 2005: em dezembro, Sara Lazar, do Hospital Geral de Massachusetts, conseguiu mostrar, através de imagens de ressonância magnética, que a meditação aumenta a espessura do córtex pré-frontral cerebral – região associada ao planejamento de comportamentos cognitivos complexos. A espessura da ínsula direita – ligada às sensações corporais e às emoções – também se mostrou mais grossa em praticantes de RR em relação ao grupo de controle. Foi a primeira evidência de que a meditação está associada a as alterações na estrutura do cérebro.
• 2008: estudo publicado em julho pelo BHI mostrou, pela primeira vez, que a RR produz uma mudança no padrão de ativação dos genes – e maior ela é quanto mais tempo a meditação é praticada. O mesmo trabalho mostrou que os praticantes tiveram menos danos fisiológicos celulares ligados ao estresse do que o grupo de controle.
• 2009: a amígdala direita é responsável pela resposta automática ao estresse: produz hormônios, aumenta os batimentos cardíacos... cientistas ligados ao Hospital Geral de Massachusetts descobriram que, depois de oito semanas de prática de meditação, houve redução da densidade da massa cinzenta da amígdala dos participantes. Quanto menos relatavam estresse, maior a redução.
• 2009: pesquisadores do Centro Médico de Pesquisa Avançada em Yoga e Neurofisiologia, na Índia, descobriram que praticar meditação cíclica duas vezes ao dia melhora a qualidade objetiva e subjetiva do sono na noite seguinte. Meditação cíclica é uma técnica que combina posturas de yoga intercaladas com repouso.
• 2010: em junho, um grupo da Universidade do Estado da Flórida publicou estudo mostrando que o treinamento mental reduz significativamente o estresse e a supressão do pensamento e aumenta a recuperação fisiológica de alterações relacionadas ao alcoolismo. Dessa maneira, a meditação atinge os principais mecanismos ligados à dependência alcoólica e pode ser um tratamento alternativo para prevenir recaídas entre os mais vulneráveis.
• 2010: um grupo ligado ao BHI, liderado por Marlene Samuelson, provou que mulheres brancas submetidas a um programa de 2,5 horas semanais de práticas mente/corpo durante 12 semanas tiveram uma significativa redução na frequência de 12 queixas cotidianas, como dor de cabeça, confusão visual, tontura, náusea, prisão de ventre, diarréia, dor abdominal, dor nas costas, dor no peito, papitações, insônia e fadiga.
• 2010: em dezembro, um grupo da Universidade de Montreal descobriu por que quem medita sente menos dor. Essas pessoas têm a capacidade de desligar algumas áreas cerebrais responsáveis pela sensação da dor, mesmo experimentando-a. Dois grupos, um de controle outro de pessoas que meditavam, fora submetidos a estímulos de dor. Os que meditavam tiveram respostas menores para a dor, bem como um funcionamento menor das áreas do cérebro responsáveis pela cognição, emoção e memória. Eles sentiam dor, mas cortavam o processo rapidamente, refreando a interpretação que o cérebro tinha desse estímulo.
• 2010: em dezembro, um grupo do Centro de Dependência e Saúde Mental (CAMH), no Canadá, publicou um estudo provando que a meditação tem o mesmo efeito protetor que os remédios contra recaídas em pessoas com depressão.
• 2010: estudo da Universidade da Pennsylvania mostrou melhora na função neuropsicológica e aumentos significativos no fluxo sangüíneo cerebral em indivíduos com perda de memória submetidos a um programa de meditação de oito semanas.
• 2011: ao passo que a meditação faz diminuir a densidade de massa cinzenta da amígdala, ela aumenta a densidade de uma região do cérebro chamada hipocampo, responsável pelo aprendizado e memória, e associada ao bem-estar, compaixão e introspecção. Foi o que descobriu um grupo do Hospital Geral de Massachussets, que publicou o estudo em janeiro na Psychiatry Research: Neuroimaging.
• 2011: pesquisadores da Universidade da Cidade de Nova York publicaram em fevereiro um trabalho que mostra a meditação pode ser útil na redução da ansiedade. Os participantes relataram que se sentiram mais calmos, relaxados, equilibrados e centrados após um mês de prática.
A meditação pode ser usada no combate a:
• hipertensão;
• doenças ligadas ao estresse;
• depressão, ansiedade e raiva excessiva;
• insônia;
• infertilidade;
• artrite;
• irregularidades nos batimentos cardíacos;
• no tratamento da dor em doenças crônicas,
• e para melhorar o sistema imunológico.
Em casos em que não a doença não pode ser curada, a meditação pode ser usada como recurso terapêutico a quem não responde bem a tratamentos convencionais, ou em conjunto com eles.
Você pensa que meditar é fácil?
Na população em geral, principalmente no Ocidente, onde desde cedo as pessoas têm seus cérebros treinados a serem hiperativos e muito mais focados nos aspectos externos do que internos, este treinamento pode gerar um certo desconforto, ansiedade e fazê-la desistir antes mesmo que possa alcançar os benefícios iniciais (que são muitos) e conhecer de fato o processo. É como um macaco que pula de galho em galho e fica extremamente irritado quando necessita fixar-se a um mesmo galho por um longo período de tempo.
O aviso é do médico Ricardo Zanardi Ramalho. No começo, ficar na mesma posição durante muito tempo causa dores. Além disso, a concentração profunda exige muito esforço e dedicação. Alguém já tentou se concentrar em sua própria respiração e no funcionamento do seu organismo, sem pensar em mais nada? Esta repórter tentou várias vezes durante a apuração da reportagem e, das duas, uma: ou relaxava tanto que adormecia ou se pegava pensando em milhões de coisas ao mesmo tempo, sem nem perceber em como os pensamentos tinham ido da concentração aos problemas que perturbam diariamente...
Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI222969-15257,00.html
Ricardo Zanardi Ramalho é médico da família e clínico geral em São Paulo. Há seis meses, vem aplicando, em Unidades Básicas de Saúde da cidade, técnicas de meditação para grupos da terceira idade, dependentes químicos e pessoas com transtorno de ansiedade, depressão e estresse. Alongamentos, exercícios leves, e de concentração e respiração completam o tratamento. Os resultados ainda não são rigorosamente científicos, mas Ramalho conta que, ao fim da prática, os pacientes apresentavam melhorias: muitos tinham a pressão arterial reduzida, alguns portadores de distúrbios do sono relataram grande melhora e deixaram de usar medicações controladas. “A meditação exige esforço, empenho, é um processo ativo”, diz Ramalho. “Ela envolve desenvolvimento cerebral e provoca mudanças estruturais no cérebro”.
Essas mudanças observadas pelo médico vêm sendo detectadas em estudos científicos há várias décadas. Desde meados dos anos 1970, o médico Herbert Benson publica livros e artigos científicos sobre o tema. Hoje, além de professor da Faculdade de Medicina de Harvard, é diretor do Instituto Benson-Henri (BHI), do Hospital Geral de Massachusetts, que investiga a interação mente/corpo por meio de preceitos da medicina, ou o que ele chama de relaxation response (resposta de relaxamento). Benson, sua equipe e inúmeros cientistas mundo afora já conseguiram provar que meditar diminui o metabolismo, os batimentos cardíacos e o ritmo da respiração, provoca relaxamento muscular e sensação de bem-estar, reduz a pressão sanguínea e aumenta a temperatura corporal periférica. Este último reflexo, dizem os especialistas, seria a razão de os monges budistas não sentirem frio mesmo em baixas temperaturas.
A ciência provou até que quem medita por um longo período pode sentir menos dor do que aqueles que não meditam. Um grupo da Universidade de Montreal publicou um trabalho, há quatro meses, mostrando por meio de imagens de ressonância magnética, como o cérebro de quem medita reage a estímulos de dor. Embora o praticante conheça a dor, ela não é processada na parte do cérebro responsável por avaliar, raciocinar e memorizar informações. "Achamos que [quem medita] sente as sensações, mas encurta o processo, impedindo a interpretação dos estímulos dolorosos”, diz o principal autor do trabalho, Pierre Rainville. É como se quem medita desligasse certas áreas do cérebro receptivas da dor, mesmo experimentando-a.
Para os budistas, há uma fórmula subjetiva para essa explicação científica da dor. Em recente visita ao Brasil, na qual palestrou sobre meditação para especialistas e leigos na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, uma das mais respeitados do país, o monge Bhante Yogavacara Rahula, do monastério Bhavana Forest, nos Estados Unidos, explicou que sofrimento = dor x resistência. A fórmula significa que quanto mais resistência você oferece à dor, mais você se apega a ela, causando mais sofrimento. Em caso de resistência zero, o sofrimento decorrente da dor é nulo. Uma mente bem treinada faz com que você não dê tanto peso às intempéries, e isso o afasta daquilo que é ruim. “O segredo é não lutar contra as realidades da vida, contra a impermanência”, afirma Rahula. “Dor é dada, sofrimento é opcional”, diz.
Rafael Ortiz, ortopedista do Hospital das Clínicas, explica. "Toda experiência cognitiva surge por um tempo e desaparece. Só que as nossas lembranças fazem com que o Sistema Nervoso Central continue reverberando aquela sensação já experimentada por meio de estímulos nervosos”, afirma. Por exemplo: se você estiver de olhos fechados e sentir algo tocando sua bochecha, pode concluir várias coisas. Se acontecer no meio de uma floresta, e sentir medo, pode achar que é uma aranha. Se estiver com o namorado, que se trata da mão dele. “A experiência adquirida muda como você interpreta as sensações”, diz. A intenção da meditação é fazer com que as pessoas se desapeguem dessas memórias e, com isso, consigam se livrar da dor rapidamente.
Ortiz começou a meditar há nove anos mais por uma busca existencial do que por problemas de saúde. Hoje diz que os benefícios da meditação Vipassana – a que ele pratica e uma das várias técnicas existentes – são inúmeros. Antes, o médico tinha muita dificuldade para respirar com o nariz por conta de uma má formação do palato e por crises de rinite – agora não mais. Ele também sofria de asma e tomava muitos remédios, abandonados atualmente. Quando criança, era avaliado como se tivesse transtorno de déficit de atenção. “Eu me tornei uma pessoa mais calma nos últimos anos. E, sem dúvida, tem a ver com a meditação”, afirma. Segundo Ortiz, as pessoas confundem felicidade com excitação. Depois da meditação, ele descobriu que a felicidade está ligada à paz e à tranquilidade.
A hoje empresária chocolatier Cintia Sanches Lima era executiva de marketing de uma multinacional antes de descobrir o que diz serem os benefícios da meditação. Por estresse e desconforto físico, teve duas infecções respiratórias fortes, que a obrigavam a dormir apenas três horas por noite. Resolveu pedir demissão. "A meditação foi uma surpresa pra mim", diz, sobre seu primeiro contato com esta técnica milenar: uma reportagem de TV. Ela viajou para o Nepal e passou 45 dias em um monastério para aprender técnicas de meditação. Hoje pratica todos os dias e há mais de um ano não tem mais crises respiratórias. "Minha saúde melhorou muito. Se começa um resfriado, eu sinto bem no começo, muito antes de se manifestar, e passo a me cuidar melhor", afirma. Além da saúde, Cintia percebeu uma mudança em seu comportamento. "Eu comecei a pensar melhor, a mente fica clara e aberta. Também ajuda na criatividade", afirma. Segundo ela, foi assim que conseguiu empreender, com sucesso, seu próprio negócio. Mas ela avisa: a meditação não é um remédio que começa a fazer efeito rapidamente. "Você continua com os problemas, mas sabe lidar melhor com eles. São ferramentas que ajudam no seu controle mental", diz.
No budismo, a sensação de paz interior tem a ver com a clareza mental que a técnica permite aos praticantes. Segundo os ensinamentos de Buda, o sofrimento humano é decorrência de um tripé: cobiça (desejar além do necessário para satisfazer prazeres e vícios), raiva (o apego estimula a raiva, a vingança e a violência) e ignorância (não conhecer a interação corpo/mente). Desapegado desses sentimentos, prossegue a teoria, o homem consegue manter um afastamento sadio das situações para tomar atitudes mais bem pensadas, justas. A meditação, por meio de transformações fisiológicas, teria a função de fazer com que o praticante alcance uma capacidade cognitiva acima da média e experimente a vida com menos agressividade, com menor resposta ao estresse.
A calma produzida pela meditação foi explicada cientificamente em 2009, por pesquisadores ligados ao Hospital Geral de Massachusetts. Eles analisaram a densidade da massa cinzenta em uma área do cérebro chamada amígdala (que nada tem a ver com a amígdala da garganta), reguladora da resposta ao estresse, como liberação de hormônios, aumento da pressão sanguínea e expressão facial de medo. Os participantes relataram altos níveis de estresse no mês anterior ao experimento. Depois de oito semanas de práticas como meditação, yoga e vivências em grupo, todos os participantes relataram uma significante redução do estresse. E, quanto maior a diminuição do estresse experimentada, maior a diminuição da densidade da amígdala direita. Isso significa, também, que essa parte do cérebro modela o comportamento inicial de percepção automática do estresse (como xingar o motorista do carro da frente que te deu uma fechada). Se a densidade da amígdala diminui, esse tipo de resposta ao estresse será menos frequente.
Foi por isso que Natália Parizotto, pesquisadora e estudante de Serviço Social, começou a meditar há três anos. “Para parar de chorar e brigar, melhorar o relacionamento com as outras pessoas. Eu reagia de uma forma que não era devida”, diz. Hoje ela consegue ter controle sobre suas reações, pensa melhor antes de agir – ou seja, não tem mais um comportamento automático frente aos estímulos de estresse. “Eu consigo fazer atividades mais chatas e dou menos peso (a elas). Eu diferencio o que é a coisa em si do meu estado de espírito”, diz. Mas essa tranquilidade em tomar decisões diminui quando ela fica muito tempo sem meditar –Natália relata que perde a paciência mais facilmente e volta a ter um pouco do comportamento explosivo anterior.
Esse processo também é explicado pela ciência. Em janeiro deste ano, pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison publicaram um artigo dizendo que a resposta automática ao estresse até então conhecida – aquela que aumenta os níveis de adrenalina, faz você correr ou gritar em situações de perigo, o chamado “instinto de sobrevivência” – confunde o cérebro. Essa resposta pode romper com a habilidade de pensar claramente e tomar decisões complexas. Já o praticante de meditação fica menos alerta diante de um estímulo de estresse, mas com maior capacidade de tomar decisões estratégicas.
Obviamente essas mudanças nas tomadas de decisões surtem efeitos sobre o estado psicológico do indivíduo. Segundo um trabalho do Centro de Dependência e Saúde Mental (CAMH), no Canadá, publicado no Archives of General Psychiatry em dezembro de 2010, a meditação oferece a mesma proteção que antidepressivos contra recaídas. Durante 18 meses após uma crise e posterior melhora, pacientes que foram tratados com remédios tiveram o mesmo índice de recaída que aqueles tratados apenas com meditação. Há, nessa descoberta, duas boas notícias: 1) os pacientes costumam parar de tomar remédios por conta dos efeitos colaterais, mas ninguém para de meditar, e, 2) meditar não gera despesa financeira.
Foi com meditação que a terapeuta Andreza Gonçalves de Oliveira conseguiu sair de um quadro de depressão que envolvia síndrome do pânico. Ela trabalhava em uma multinacional e adoeceu, tamanha era a pressão cotidiana. Largou a área administrativa há um ano e meio, e, em 2010, passou a se dedicar à meditação e ao estudo de terapias holísticas. Foi nessa época que desistiu de buscar ajuda médica e psicológica para os sintomas do pânico. “Você simplesmente não aceita sua condição quando entra em depressão. Com a meditação, a sua mente vai se aquietando e passa a observar melhor a realidade”, afirma. Foi então que ela percebeu que estava doente e que tinha que se cuidar. Os 10 dias em um retiro “me libertaram dos sentimentos que eu tinha de apego pelas coisas, de medo, de raiva, sentimentos guardados durante muitos e muitos anos”, afirma. Foi o fim do problema psiquiátrico e das visitas assíduas a médicos, e um novo recomeço
Algumas descobertas científicas sobre a meditação
• 2002: um grupo de cientistas ligado à Faculdade de Medicina de Harvard provaram que a resposta de relaxamento (RR) melhora a memória de idosos saudáveis, de forma mais efetiva quando eles realizam tarefas simples de atenção. Já os estados de ansiedade diminuem de forma marginal.
• 2003: pela primeira vez, cientistas relataram aumento do número de anticorpos em pessoas que meditaram durante oito semanas após serem vacinados contra a gripe, em relação ao grupo controle. A descoberta foi feita por um grupo liderado por Richard Davidson, da Universidade de Wisconsin.
• 2005: em dezembro, Sara Lazar, do Hospital Geral de Massachusetts, conseguiu mostrar, através de imagens de ressonância magnética, que a meditação aumenta a espessura do córtex pré-frontral cerebral – região associada ao planejamento de comportamentos cognitivos complexos. A espessura da ínsula direita – ligada às sensações corporais e às emoções – também se mostrou mais grossa em praticantes de RR em relação ao grupo de controle. Foi a primeira evidência de que a meditação está associada a as alterações na estrutura do cérebro.
• 2008: estudo publicado em julho pelo BHI mostrou, pela primeira vez, que a RR produz uma mudança no padrão de ativação dos genes – e maior ela é quanto mais tempo a meditação é praticada. O mesmo trabalho mostrou que os praticantes tiveram menos danos fisiológicos celulares ligados ao estresse do que o grupo de controle.
• 2009: a amígdala direita é responsável pela resposta automática ao estresse: produz hormônios, aumenta os batimentos cardíacos... cientistas ligados ao Hospital Geral de Massachusetts descobriram que, depois de oito semanas de prática de meditação, houve redução da densidade da massa cinzenta da amígdala dos participantes. Quanto menos relatavam estresse, maior a redução.
• 2009: pesquisadores do Centro Médico de Pesquisa Avançada em Yoga e Neurofisiologia, na Índia, descobriram que praticar meditação cíclica duas vezes ao dia melhora a qualidade objetiva e subjetiva do sono na noite seguinte. Meditação cíclica é uma técnica que combina posturas de yoga intercaladas com repouso.
• 2010: em junho, um grupo da Universidade do Estado da Flórida publicou estudo mostrando que o treinamento mental reduz significativamente o estresse e a supressão do pensamento e aumenta a recuperação fisiológica de alterações relacionadas ao alcoolismo. Dessa maneira, a meditação atinge os principais mecanismos ligados à dependência alcoólica e pode ser um tratamento alternativo para prevenir recaídas entre os mais vulneráveis.
• 2010: um grupo ligado ao BHI, liderado por Marlene Samuelson, provou que mulheres brancas submetidas a um programa de 2,5 horas semanais de práticas mente/corpo durante 12 semanas tiveram uma significativa redução na frequência de 12 queixas cotidianas, como dor de cabeça, confusão visual, tontura, náusea, prisão de ventre, diarréia, dor abdominal, dor nas costas, dor no peito, papitações, insônia e fadiga.
• 2010: em dezembro, um grupo da Universidade de Montreal descobriu por que quem medita sente menos dor. Essas pessoas têm a capacidade de desligar algumas áreas cerebrais responsáveis pela sensação da dor, mesmo experimentando-a. Dois grupos, um de controle outro de pessoas que meditavam, fora submetidos a estímulos de dor. Os que meditavam tiveram respostas menores para a dor, bem como um funcionamento menor das áreas do cérebro responsáveis pela cognição, emoção e memória. Eles sentiam dor, mas cortavam o processo rapidamente, refreando a interpretação que o cérebro tinha desse estímulo.
• 2010: em dezembro, um grupo do Centro de Dependência e Saúde Mental (CAMH), no Canadá, publicou um estudo provando que a meditação tem o mesmo efeito protetor que os remédios contra recaídas em pessoas com depressão.
• 2010: estudo da Universidade da Pennsylvania mostrou melhora na função neuropsicológica e aumentos significativos no fluxo sangüíneo cerebral em indivíduos com perda de memória submetidos a um programa de meditação de oito semanas.
• 2011: ao passo que a meditação faz diminuir a densidade de massa cinzenta da amígdala, ela aumenta a densidade de uma região do cérebro chamada hipocampo, responsável pelo aprendizado e memória, e associada ao bem-estar, compaixão e introspecção. Foi o que descobriu um grupo do Hospital Geral de Massachussets, que publicou o estudo em janeiro na Psychiatry Research: Neuroimaging.
• 2011: pesquisadores da Universidade da Cidade de Nova York publicaram em fevereiro um trabalho que mostra a meditação pode ser útil na redução da ansiedade. Os participantes relataram que se sentiram mais calmos, relaxados, equilibrados e centrados após um mês de prática.
A meditação pode ser usada no combate a:
• hipertensão;
• doenças ligadas ao estresse;
• depressão, ansiedade e raiva excessiva;
• insônia;
• infertilidade;
• artrite;
• irregularidades nos batimentos cardíacos;
• no tratamento da dor em doenças crônicas,
• e para melhorar o sistema imunológico.
Em casos em que não a doença não pode ser curada, a meditação pode ser usada como recurso terapêutico a quem não responde bem a tratamentos convencionais, ou em conjunto com eles.
Você pensa que meditar é fácil?
Na população em geral, principalmente no Ocidente, onde desde cedo as pessoas têm seus cérebros treinados a serem hiperativos e muito mais focados nos aspectos externos do que internos, este treinamento pode gerar um certo desconforto, ansiedade e fazê-la desistir antes mesmo que possa alcançar os benefícios iniciais (que são muitos) e conhecer de fato o processo. É como um macaco que pula de galho em galho e fica extremamente irritado quando necessita fixar-se a um mesmo galho por um longo período de tempo.
O aviso é do médico Ricardo Zanardi Ramalho. No começo, ficar na mesma posição durante muito tempo causa dores. Além disso, a concentração profunda exige muito esforço e dedicação. Alguém já tentou se concentrar em sua própria respiração e no funcionamento do seu organismo, sem pensar em mais nada? Esta repórter tentou várias vezes durante a apuração da reportagem e, das duas, uma: ou relaxava tanto que adormecia ou se pegava pensando em milhões de coisas ao mesmo tempo, sem nem perceber em como os pensamentos tinham ido da concentração aos problemas que perturbam diariamente...
Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI222969-15257,00.html
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Dr. Frederico Lobo
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Suplementação nutricional melhora estado nutricional de pacientes com Alzheimer
Pesquisadores brasileiros da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) publicaram na revista Nutrition Journal estudo demonstrando que a suplementação nutricional via oral é mais eficaz do que apenas a educação nutricional para melhorar o estado nutricional de pacientes com doença de Alzheimer (DA).
O estudo foi prospectivo e randomizado que avaliou, durante seis meses, 90 indivíduos (≥ 65 anos) com doença de Alzheimer, divididos em três grupos: grupo controle (n=27), grupo educação (n=25) e grupo suplementação (n=26).
Os participantes do grupo controle foram monitorados por avaliações nutricionais mensais e não receberam nenhuma intervenção nutricional. A intervenção no grupo educação consistiu de um programa educacional voltado para os cuidadores de cada paciente, em que participaram de 10 aulas interativas entre os profissionais e cuidadores. As aulas foram desenvolvidas com temas relevantes para as necessidades de intervenção nutricional, tais como: a importância da nutrição na doença, mudanças de comportamento durante as refeições, refeições atraentes, constipação, hidratação, administração de medicamentos, deglutição, suplementação nutricional, falta de apetite e esclarecimento de dúvidas. Os pacientes do grupo suplementação receberam suplementação nutricional via oral (em pó diluída em água), duas vezes ao dia (totalizando 680 kcal) durante seis meses, além da dieta habitual. Todos os participantes foram avaliados mensalmente quanto ao estado clínico e nutricional.
O déficit cognitivo de pacientes com Doença de Alzheimer é considerado como fator de risco para perda de peso e desnutrição, aumentando o risco de infecções, desenvolvimento de úlcera de pressão e má cicatrização, o que pode prejudicar a qualidade de vida.
O grupo suplementação apresentou aumento significativo nas medidas antropométricas, como peso (p ≤ 0,001), índice de massa corporal (IMC, p ≤ 0,001), circunferência do braço (p ≤ 0,002) e área muscular do braço (p ≤ 0,013), em comparação com o grupo controle e educação. Ao final do estudo, o IMC do grupo educação foi significativamente maior em comparação com o grupo controle. O grupo suplementação também se mostrou superior a todos os outros grupos em relação aos níveis sanguíneos de proteínas totais que foram significativamente maiores (p =< 0,046) e na contagem total de linfócitos (p = 0,019). “No Brasil, não existem estudos de pacientes ambulatoriais com qualquer tipo de suplementos nutricionais por via oral. No entanto, este estudo indica claramente que é importante que todos os profissionais de saúde, envolvidos no tratamento de pacientes com Doença de Alzheimer, sejam capazes de detectar a presença de déficits nutricionais. Isso permite que os profissionais de saúde encaminhem o paciente para um profissional de saúde qualificado, que possa instituir a intervenção nutricional adequada”, destacam os autores. “A suplementação nutricional oral deve ser parte da dieta usual desses pacientes, como forma de fornecer nutrientes adicionais e, assim, contribuir para a melhoria do estado nutricional de pacientes com Doença de Alzheimer”, concluem. Referência(s)
Pivi GA, da Silva RV, Juliano Y, Novo NF, Okamoto IH, Brant CQ, Bertolucci PH. A prospective study of nutrition education and oral nutritional supplementation in patients with Alzheimer's disease. Nutr J. 2011;10:98.
Fonte: http://www.nutritotal.com.br/notas_noticias/?acao=bu&id=525
O estudo foi prospectivo e randomizado que avaliou, durante seis meses, 90 indivíduos (≥ 65 anos) com doença de Alzheimer, divididos em três grupos: grupo controle (n=27), grupo educação (n=25) e grupo suplementação (n=26).
Os participantes do grupo controle foram monitorados por avaliações nutricionais mensais e não receberam nenhuma intervenção nutricional. A intervenção no grupo educação consistiu de um programa educacional voltado para os cuidadores de cada paciente, em que participaram de 10 aulas interativas entre os profissionais e cuidadores. As aulas foram desenvolvidas com temas relevantes para as necessidades de intervenção nutricional, tais como: a importância da nutrição na doença, mudanças de comportamento durante as refeições, refeições atraentes, constipação, hidratação, administração de medicamentos, deglutição, suplementação nutricional, falta de apetite e esclarecimento de dúvidas. Os pacientes do grupo suplementação receberam suplementação nutricional via oral (em pó diluída em água), duas vezes ao dia (totalizando 680 kcal) durante seis meses, além da dieta habitual. Todos os participantes foram avaliados mensalmente quanto ao estado clínico e nutricional.
O déficit cognitivo de pacientes com Doença de Alzheimer é considerado como fator de risco para perda de peso e desnutrição, aumentando o risco de infecções, desenvolvimento de úlcera de pressão e má cicatrização, o que pode prejudicar a qualidade de vida.
O grupo suplementação apresentou aumento significativo nas medidas antropométricas, como peso (p ≤ 0,001), índice de massa corporal (IMC, p ≤ 0,001), circunferência do braço (p ≤ 0,002) e área muscular do braço (p ≤ 0,013), em comparação com o grupo controle e educação. Ao final do estudo, o IMC do grupo educação foi significativamente maior em comparação com o grupo controle. O grupo suplementação também se mostrou superior a todos os outros grupos em relação aos níveis sanguíneos de proteínas totais que foram significativamente maiores (p =< 0,046) e na contagem total de linfócitos (p = 0,019). “No Brasil, não existem estudos de pacientes ambulatoriais com qualquer tipo de suplementos nutricionais por via oral. No entanto, este estudo indica claramente que é importante que todos os profissionais de saúde, envolvidos no tratamento de pacientes com Doença de Alzheimer, sejam capazes de detectar a presença de déficits nutricionais. Isso permite que os profissionais de saúde encaminhem o paciente para um profissional de saúde qualificado, que possa instituir a intervenção nutricional adequada”, destacam os autores. “A suplementação nutricional oral deve ser parte da dieta usual desses pacientes, como forma de fornecer nutrientes adicionais e, assim, contribuir para a melhoria do estado nutricional de pacientes com Doença de Alzheimer”, concluem. Referência(s)
Pivi GA, da Silva RV, Juliano Y, Novo NF, Okamoto IH, Brant CQ, Bertolucci PH. A prospective study of nutrition education and oral nutritional supplementation in patients with Alzheimer's disease. Nutr J. 2011;10:98.
Fonte: http://www.nutritotal.com.br/notas_noticias/?acao=bu&id=525
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Dr. Frederico Lobo
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Baixos níveis de vitamina D estão relacionados com pré-diabetes por Dra. Rita de Cassia Borges de Castro
Pesquisadores norte-americanos publicaram na revista Diabetes Care um estudo demonstrando que os baixos níveis de 25-hidroxivitamina D (25 [OH] D, forma circulante da vitamina D no sangue e indicador funcional do estoque desta vitamina no organismo, estão relacionados com pré-diabetes.
Os autores idealizaram este estudo com base em estudos de experimentação animal que verificaram que os baixos níveis séricos de 25 (OH) D prejudicam a síntese e secreção de insulina. Segundo os pesquisadores, a pré-diabetes é uma fase anterior à hiperglicemia do diabetes, em que os indivíduos apresentam maior risco de desenvolver diabetes do tipo 2. As estratégias terapêuticas instituídas nesta fase têm se mostrado eficaz em retardar ou prevenir o aparecimento do diabetes tipo 2.
Neste sentido, foram avaliados 12.719 participantes, com idade > 20 anos, dos quais 4.057 tinham pré-diabetes, sendo os demais saudáveis. A pré-diabetes foi definida pela glicemia de jejum de 110-125 mg/dL ou após 2 horas de sobrecarga de glicose entre 140-199 mg/dL, ou valor de hemoglobina glicada de 5,7-6,4%. Em seguida, foram dosados os níveis séricos de 25 (OH) D, em que foram categorizados em quartis (≤17,7; 17,8 - 24,5; 24,6-32,4; e >32,4 ng/mL). A ingestão dietética de vitamina D e o consumo de leite foram avaliados a partir de recordatório de 24 h, aplicado uma única vez. A exposição à luz solar foi avaliada a partir de atividades físicas auto relatadas realizadas ao ar livre, incluindo caminhada, corrida, ciclismo, natação e atividades de jardim/quintal.
Os pesquisadores observaram que os baixos níveis séricos de 25 (OH) D foram associados com pré-diabetes, após ajuste para idade, sexo, etnia, estação do ano, região geográfica, tabagismo, ingestão de álcool, índice de massa corporal, atividade física ao ar livre, consumo de leite, pressão arterial, colesterol sérico, proteína C-reativa e taxa de filtração glomerular. Os indivíduos do 1º quartil (que representa os menores níveis de 25 (OH) D, ≤17,7 ng/mL) apresentaram 1,47 vezes mais chance de desenvolver pré-diabetes (p = 0,001), quando comparados aos indivíduos do 4º quartil (que representa os maiores níveis de 25 (OH) D, >32,4 ng/mL).
“Nossos resultados contribuem para a literatura existente sobre o efeito dos baixos níveis séricos de 25 (OH) D e o desenvolvimento do diabetes tipo 2 demonstrando, pela primeira vez, que os baixos níveis desta vitamina estão independentemente associados com pré-diabetes, fase em que os esforços são eficazes na prevenção do aparecimento do diabetes”, ressaltam os autores.
“Em resumo, em uma amostra representativa de adultos, baixos níveis séricos de 25 (OH) D foram associados positivamente com pré-diabetes. Com isso, seria de relevância para a saúde pública verificar se a suplementação de vitamina D poderia ajudar a prevenir ou retardar o aparecimento do diabetes tipo 2”, concluem.
Referência(s)
Shankar A, Sabanayagam C, Kalidindi S. Serum 25-hydroxyvitamin d levels and prediabetes among subjects free of diabetes. Diabetes Care. 2011;34(5):1114-9.
Fonte: http://www.nutritotal.com.br/notas_noticias/?acao=bu&id=531
Os autores idealizaram este estudo com base em estudos de experimentação animal que verificaram que os baixos níveis séricos de 25 (OH) D prejudicam a síntese e secreção de insulina. Segundo os pesquisadores, a pré-diabetes é uma fase anterior à hiperglicemia do diabetes, em que os indivíduos apresentam maior risco de desenvolver diabetes do tipo 2. As estratégias terapêuticas instituídas nesta fase têm se mostrado eficaz em retardar ou prevenir o aparecimento do diabetes tipo 2.
Neste sentido, foram avaliados 12.719 participantes, com idade > 20 anos, dos quais 4.057 tinham pré-diabetes, sendo os demais saudáveis. A pré-diabetes foi definida pela glicemia de jejum de 110-125 mg/dL ou após 2 horas de sobrecarga de glicose entre 140-199 mg/dL, ou valor de hemoglobina glicada de 5,7-6,4%. Em seguida, foram dosados os níveis séricos de 25 (OH) D, em que foram categorizados em quartis (≤17,7; 17,8 - 24,5; 24,6-32,4; e >32,4 ng/mL). A ingestão dietética de vitamina D e o consumo de leite foram avaliados a partir de recordatório de 24 h, aplicado uma única vez. A exposição à luz solar foi avaliada a partir de atividades físicas auto relatadas realizadas ao ar livre, incluindo caminhada, corrida, ciclismo, natação e atividades de jardim/quintal.
Os pesquisadores observaram que os baixos níveis séricos de 25 (OH) D foram associados com pré-diabetes, após ajuste para idade, sexo, etnia, estação do ano, região geográfica, tabagismo, ingestão de álcool, índice de massa corporal, atividade física ao ar livre, consumo de leite, pressão arterial, colesterol sérico, proteína C-reativa e taxa de filtração glomerular. Os indivíduos do 1º quartil (que representa os menores níveis de 25 (OH) D, ≤17,7 ng/mL) apresentaram 1,47 vezes mais chance de desenvolver pré-diabetes (p = 0,001), quando comparados aos indivíduos do 4º quartil (que representa os maiores níveis de 25 (OH) D, >32,4 ng/mL).
“Nossos resultados contribuem para a literatura existente sobre o efeito dos baixos níveis séricos de 25 (OH) D e o desenvolvimento do diabetes tipo 2 demonstrando, pela primeira vez, que os baixos níveis desta vitamina estão independentemente associados com pré-diabetes, fase em que os esforços são eficazes na prevenção do aparecimento do diabetes”, ressaltam os autores.
“Em resumo, em uma amostra representativa de adultos, baixos níveis séricos de 25 (OH) D foram associados positivamente com pré-diabetes. Com isso, seria de relevância para a saúde pública verificar se a suplementação de vitamina D poderia ajudar a prevenir ou retardar o aparecimento do diabetes tipo 2”, concluem.
Referência(s)
Shankar A, Sabanayagam C, Kalidindi S. Serum 25-hydroxyvitamin d levels and prediabetes among subjects free of diabetes. Diabetes Care. 2011;34(5):1114-9.
Fonte: http://www.nutritotal.com.br/notas_noticias/?acao=bu&id=531
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