quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Estudo associa Bisfenol-A (BPA) com um risco maior de obesidade de crianças e adolescentes




Bisfenol está associado a obesidade em crianças – Estudo associou a presença da substância no organismo de crianças e adolescentes com um risco maior de obesidade; bisfenol aparece no plástico de garrafas e de embalagens de alimentos

Um ano depois de a Anvisa ter proibido a fabricação e a importação de mamadeiras que continham bisfenol A em sua composição, um estudo [Association Between Urinary Bisphenol A Concentration and Obesity Prevalence in Children and Adolescents] associou a presença da substância no organismo de crianças e adolescentes com um risco maior de obesidade. O bisfenol aparece no plástico de garrafas e de embalagens de alimentos. Também é usado no revestimento de latas. Matéria de Mariana Lenharo, em O Estado de S.Paulo, com informações adiconais do EcoDebate.

http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,bisfenol-esta-associado-a-obesidade-em-criancas,932446,0.htm
Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Nova York avaliaram 2.838 pessoas de 6 a 19 anos. A urina dos participantes foi analisada para quantificar a presença do bisfenol. Eles foram, então, divididos em quatro grupos de acordo com a quantidade encontrada.

No grupo com mais bisfenol na urina, havia 10,3% de crianças e adolescentes obesos. Já no grupo com menor quantidade da substância, 22,3% dos participantes tinham obesidade. O estudo foi publicado hoje no Journal of The American Medical Association (JAMA).

Estudos em laboratório já tinham detectado uma relação entre o bisfenol e a obesidade. Essa é, porém, a primeira pesquisa em crianças e adolescentes a avaliar essa hipótese. A endocrinologista Tania Bachega, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e membro do Grupo de Trabalho dos Desreguladores Endócrinos da Regional São Paulo da SBEM, explica que, em cultura de células, já foi observado que o bisfenol seria responsável pela proliferação do tecido adiposo.

Tania alerta que as principais causas da obesidade continuam sendo o aumento do consumo de calorias e o sedentarismo. “Mas especialistas estão discutindo que, apesar do aumento da ingesta calórica, a obesidade está crescendo muito mais do que o esperado.” A hipótese seria que substâncias químicas, chamadas de obesógenos, poderiam estar predispondo ao ganho de peso. O bisfenol, que interfere no funcionamento do sistema endócrino, seria uma dessas substâncias.

Mesmo assim, os pesquisadores não descartam a hipótese de que crianças obesas consumam mais produtos como refrigerantes e alimentos enlatados, que conhecidamente têm maior quantidade de bisfenol em suas embalagens.

Outros malefícios associados ao bisfenol são câncer, diabete, infertilidade, endometriose, ovários policísticos, entre outros.

Segundo a endocrinologista Ieda Verreschi, da Unifesp, estudos demonstram atuações específicas do bisfenol em alguns períodos do desenvolvimento humano, como o nascimento, a puberdade e alguns momentos da vida adulta. Nos recém-nascidos, ele pode promover a alteração no desenvolvimento das gônadas, podendo levar à ambiguidade genital. Na adolescência, eleestá relacionado à puberdade precoce. Já em adultos, ele se relaciona a alguns casos de câncer, como o de mama e o de próstata.

Association Between Urinary Bisphenol A Concentration and Obesity Prevalence in Children and Adolescents
Leonardo Trasande, MD, MPP; Teresa M. Attina, MD, PhD, MPH; Jan Blustein, MD, PhD
JAMA. 2012;308(11):1113-1121. doi:10.1001/2012.jama.11461

ABSTRACT

Context
Bisphenol A (BPA), a manufactured chemical, is found in canned food, polycarbonate-bottled liquids, and other consumer products. In adults, elevated urinary BPA concentrations are associated with obesity and incident coronary artery disease. BPA exposure is plausibly linked to childhood obesity, but evidence is lacking to date.

Objective
To examine associations between urinary BPA concentration and body mass outcomes in children.

Design, Setting, and Participants
Cross-sectional analysis of a nationally representative subsample of 2838 participants aged 6 through 19 years randomly selected for measurement of urinary BPA concentration in the 2003-2008 National Health and Nutrition Examination Surveys.

Main Outcome Measures
Body mass index (BMI), converted to sex- and age-standardized z scores and used to classify participants as overweight (BMI ?85th percentile for age/sex) or obese (BMI ?95th percentile).

Results
Median urinary BPA concentration was 2.8 ng/mL (interquartile range, 1.5-5.6). Of the participants, 1047 (34.1% [SE, 1.5%]) were overweight and 590 (17.8% [SE, 1.3%]) were obese. Controlling for race/ethnicity, age, caregiver education, poverty to income ratio, sex, serum cotinine level, caloric intake, television watching, and urinary creatinine level, children in the lowest urinary BPA quartile had a lower estimated prevalence of obesity (10.3% [95% CI, 7.5%-13.1%]) than those in quartiles 2 (20.1% [95% CI, 14.5%-25.6%]), 3 (19.0% [95% CI, 13.7%-24.2%]), and 4 (22.3% [95% CI, 16.6%-27.9%]). Similar patterns of association were found in multivariable analyses examining the association between quartiled urinary BPA concentration and BMI z score and in analyses that examined the logarithm of urinary BPA concentration and the prevalence of obesity. Obesity was not associated with exposure to other environmental phenols commonly used in other consumer products, such as sunscreens and soaps. In stratified analysis, significant associations between urinary BPA concentrations and obesity were found among whites (P < .001) but not among blacks or Hispanics.

Conclusions
Urinary BPA concentration was significantly associated with obesity in this cross-sectional study of children and adolescents. Explanations of the association cannot rule out the possibility that obese children ingest food with higher BPA content or have greater adipose stores of BPA.

Fonte: http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=2737621885114110105#editor/src=header


Caso queira ler mais sobre o Bisfenol A, abaixo segue um texto de minha autoria e publicado aqui no blog em 2011: http://www.ecologiamedica.net/2011/07/bisfenol-voce-come-sem-saber-e-adoece.html


Bisfenol-A (BPA) nome estranho, mas que tem aparecido com frequência na imprensa. Na semana passada, foi noticiado que Piracicaba - SP é a primeira cidade do Brasil a aprovar, na Câmara Municipal, uma lei que proíbe a comercialização de mamadeiras, chupetas, alimentos e bebidas que contenham o químico bisfenol A.

Em 2010 a regional de São Paulo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e metabologia (SBEM-SP) criou a Campanha Contra os Desreguladores Endócrinos, com slogan ”Diga não ao bisfenol-A, a vida não tem plano B” para fomentar a sociedade com informações com objetivo de prevenção. Como primeira ação realizou o Fórum SBEM-SP sobre Desreguladores Endócrinos Bioquímica, Bioética, Clínica e Cidadania na Sede do CREMESP (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo). Para isso criaram um grupo de Trabalho em Desreguladores Endócrinos, para estudar os efeitos de tais disruptores sobre a saúde humana. Tema até então muito negligenciado pelos endocrinologistas brasileiros.

Inúmeros países estão proibindo a comercialização de produtos à base de BPA e a discussão chegou ao Brasil.

Mas afinal, o que é o Bisfenol-A ou BPA?

O Bisfenol-A (BPA) é um composto utilizado na fabricação do policarbonato, um tipo de plástico rígido e transparente. Serve para diluir a resina de poliéster a fim de torná-la mais líquida e facilitar sua laminação.

Onde está presente?

O BPA está presente em recipientes de alimentos e bebidas, como mamadeiras, embalagens plásticas e copos infantis. Além disso, pode ser encontrado no revestimento interno (forro) de enlatados (para evitar a oxidação), garrafas reutilizáveis de água (do tipo squeeze) e garrafões de água mineral. Também é encontrado em uma variedade de produtos, incluindo lentes de óculos, CDs e DVDs, computadores,  eletrodomésticos, ferramentas pesadas, equipamentos esportivos, equipamentos médicos. As resinas epóxi são facilmente formadas e resistem a químicos, o que fazem delas úteis em produtos tais como placas de circuito impresso, tintas e adesivos, selantes dentais e película de revestimento interno de latas de metal. Os produtos plásticos compostos por BPA, comercialmente produzidos desde a década de 50, tornaram-se onipresentes devido a resistência de seus fragmentos, transparência visual e por ter alta resistência ao calor e à eletricidade.

O BPA pode ser considerado fator de risco para diversas doenças ?

Sim, diversas patologias (inúmeros estudos tem mostrando essa correlação pelo menos in vitro). A questão é que com o tempo ou quando aquecido, a colagem que conecta os blocos feitos com o BPA, deteriora, liberando moléculas de BPA. A quantidade liberada é realmente muito baixa, mas os plásticos estão tão dispersos, presentes nas mamadeiras infantis, nas garrafas d’água, nas latas de metal para alimentos, nas embalagens para estocar alimentos, que a população está constantemente sendo exposta a estas pequenas contaminações. Ou seja, vai acumulando.

Num estudo de 2003-2004, feito pelo CDC/U.S. Centers for Disease Control (Centro de Controle de Doenças dos EUA, equivale ao Ministério da Saúde brasileiro), perto de 93% das pessoas testadas, com idade de 6 anos e acima, tinham BPA  detectável em suas urinas; as fêmeas tinham níveis um pouco mais altos do que os machos. 

Em num novo estudo (Use of Polycarbonate Bottles and Urinary Bisphenol A Concentrations) da Harvard School of Public Health (HSPH) pesquisadores descobriram que os participantes que, ao longo de uma semana, beberam em garrafas de policarbonato , comumente usado garrafas plásticas e mamadeiras, apresentaram um aumento de dois terços do BPA na urina. O estudo é o primeiro a demonstrar que beber em garrafas de policarbonato (em garrafas plásticas o policarbonato pode ser identificado pelo código de reciclagem número 7) aumenta o nível de BPA na urina. Estudos anteriores já haviam demonstrado que ferver garrafas plásticas acelera a liberação de substâncias tóxicas, mas este novo estudo elaborado por Harvard demonstra que isto também ocorre durante o consumo de líquidos frios. Para acessar o estudo: http://www.ehponline.org/members/2009/0900604/0900604.pdf

Um outro estudo recente e publicado pela Universidade da California, mostrou que 96% das gestantes estudas na California, apresentavam BPA na urina. Para acessar: http://ehp03.niehs.nih.gov/article/fetchArticle.action?articleURI=info%3Adoi%2F10.1289%2Fehp.1002727

Numerosos estudos têm mostrado que o BPA age como um disruptor endócrino, incluindo o início precoce da maturação sexual, desenvolvimento e tecidos alterados na organização da glândula mamária e diminuição da produção espermática. Pode ser mais prejudicial nas etapas de desenvolvimento precoce. Isso que tem chamado a atenção dos endocrinologistas.

Mas afinal o que é um disruptor endócrino ?

O próprio nome já diz, é uma substância química semelhante a um hormônio que promove alterações no sistema endócrino (mimetiza (imita) hormônios, se liga a receptores hormonais, ativa substâncias hormônio-dependentes). Inúmeros são os disruptores endócrinos, para ler mais visite o link: http://www.ecologiamedica.net/2010/06/disruptores-endocrinos-no-meio-ambiente.html

BPA e patologias

Diversos estudos científicos têm encontrado efeitos notáveis da exposição perinatal do BPA, que incluem:
1) Alterações no desenvolvimento da próstata e da glândula mamária;
2) Hiperplasia intraductal e lesões pré-neoplásicas da glândula mamária na idade adulta;
3) Alterações no útero e ovário;
4) Alterações ligadas ao dimorfismo sexual no adulto;
5) Alterações comportamentais, tais como hiperatividade, aumento de agressividade e déficit de atenção;
6) Alterações no comportamento sexual;
7) Aumento da susceptibilidade ao vício de drogas.
8) Alterações tireoideanas

Embora os riscos inerentes à exposição ao BPA sejam no desenvolvimento fetal, bebês, crianças e mulheres grávidas, há também uma grande preocupação com os efeitos dessa substância em adultos.
Tem sido relatado em estudos científicos que o bisfenol-A pode estar relacionado com doença cardiovascular, diabetes, obesidade e disfunção hepática.

Os principais estudos realizados até o momento mostram que o BPA pode se ligar a 3 principais receptores:
1) receptores estrogênicos (levando a produção de estrogênios: estradiol, estriol, estrona),
2) receptores androgênicos (levando a produção de testosterona , dehidroepiandrosterona (DHEA), androstenediona (Andro), dihidrotestosterona (DHT): 
3) Receptores dos hormônios tireoideanos (levando a mimetizar a ação dos hormônios tireoideanos que são o Triiodotironina (T3) e a Tetraiodotironina (T4).

Ao se ligar a um receptor pode ter uma maior ou menor afinidade, além de se ligar de forma incompleta e com isso não ocorrer uma ativação semelhante aos hormônios naturais. Tais ativações podem levar ao surgimento de inúmeros distúrbios, principalmente hormonais. Por isso o BPA é considerado um disruptor endócrino (ou desregulador).

Vejamos abaixo alguns estudos:

Distúrbios metabólicos: Em 2008 o American Journal of American Medical Association publicou um artigo sobre os riscos metabólicos do BPA. Para acessar: http://jama.ama-assn.org/content/300/11/1353.full

Obesidade: Foi mostrado, através de dados do National Health and Nutrition Survey (NHANES) 2003/04 que altas concentrações de BPA estavam associadas com diagnóstico de doenças cardiovasculares e diabetes.  Sendo lipofílico, pode ser armazenado no tecido adiposo. Uma vez que a obesidade torna-se epidêmica e que fatores ambientais estão fortemente ligados a esses dados, acredita-se que o BPA possa estar fortemento ligado.  O BPA é comumente descrito pela sua atividade estrogênica. Além de se ligar aos receptores nucleares de estrógeno alfa e beta, ele interage com uma série de outros receptores de estrógenos não clássicos, alguns com alta afinidade. Ele também atua como antagonista de receptor de andrógenos e interage com receptores de hormônios tireoidianos.  Alguns estudos em animais já conseguem traçar um caminho para o entendimento da relação do BPA com a obesidade. Doses muito baixas oferecidas a animais durante o desenvolvimento exercem alguns efeitos. Ratos e camundongos mostraram peso corporal aumentado quando expostos a baixas dosagens de BPA no período pré-natal e neonatal. Alguns resultados mostram que esse aumento no peso é relacionado ao gênero, ao passo que outros relatam efeitos em ambos os sexos. Essa diferença pode estar relacionada com o tempo de exposição e com a dose.
Estudos in vitro com BPA fornecem evidências de seu papel no desenvolvimento da obesidade, podendo sugerir alvos específicos. O BPA faz com que as células 3T3-L1 (fibroblastos de camundongos que podem se diferenciar em adipócitos) aumentem sua taxa de diferenciação, e em combinação com a insulina, acelera a formação de adipócitos. Outros trabalhos in vitro mostram que baixas doses de BPA prejudicam a sinalização do cálcio nas células pancreáticas, atrapalham o funcionamento da célula beta e causam resistência à insulina. Baixas dosagens experimentais também podem inibir a síntese de adiponectina e estimular a liberação de adipocinas inflamatórias como interleucina-6 (IL-6) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) do tecido adiposo humano, sugerindo seu papel na obesidade e síndrome metabólica.
Entretanto, estudos com humanos ainda são escassos e a amostragem utilizada é pequena. Um estudo com 296 italianos mostrou que a excreção diária de BPA associou-se com aumento de concentração sérica de testosterona total em homens. Porém, outro estudo analisou a relação entre hormônios tireoidianos e reprodutivos e concentração urinária de BPA em 167 homens em uma clínica de infertilidade. Observou-se relação inversa entre concentração de BPA e índices de testosterona livre, estradiol e hormônio tireoestimulante (TSH). Quando os níveis de hormônios androgênicos foram avaliados em mulheres eumenorreicas, mulheres com SOP e homens, observou-se diferenças entre os gêneros, possivelmente devido à diferença nos níveis de atividade da enzima relacionada ao androgênio. Ainda, demonstrou-se que concentrações sérias de BPA estavam associadas com aumento dos andrógenos, o que não ocorreu com níveis de estradiol, hormônios luteinizantes (LH) e folículo estimulante (FSH). Dados parecidos foram encontrados por Takeuchi e colaboradores, em trabalho feito com mulheres com e sem disfunção ovariana.
Diante do conteúdo exposto, pode-se concluir que ainda faltam informações precisas, esclarecendo a relação do bisfenol A na etiologia da obesidade, tanto na exposição pré-natal quanto na vida adulta. Estudos em humanos estão limitados a amostras pequenas e em sua maioria avaliam a excreção urinária de BPA em um único momento do dia.

Diabetes: Um estudo recentemente publicado na (Nature Reviews Endocrinology) associou o BPA ao risco de Diabetes mellitus tipo 2. A conclusão surgiu após a revisão de mais de 90 estudos que envolvem o BPA e outros componentes químicos tóxicos ao organismo.  Roedores alimentados com uma dieta acrescida de BPA desenvolveram resistência à insulina e perderam a capacidade de manter níveis normais de glicose (um sinal de alerta para o desenvolvimento do diabetes tipo 2). 
Um dos estudos feito em 2010 indicou que ratas prenhas transmitiram esse risco aos filhotes.
Pesquisas similares envolvendo seres humanos apresentaram poucos resultados consistentes. Porém, uma análise feita nos EUA entre 2003 e 2004 com quase 1.500 pessoas mostrou que indivíduos com presença de BPA na urina tinham cerca de três vezes mais risco de ter diabetes tipo 2. Embora os autores digam que são necessários estudos epidemiológicos mais amplos para estabelecer a conexão entre o BPA e a doença, eles argumentam que já existe evidência suficiente para recomendar que a substância seja evitada. Para acessar: http://www.nature.com/nrendo/journal/vaop/ncurrent/full/nrendo.2011.56.html

Doenças cardiovasculares: Pesquisadores da Universidade de Exeter e Peninsula Medical School descobriram mais evidências de uma ligação entre a exposição ao BPA e doença cardiovascular.  A pesquisa (Association of Urinary Bisphenol A Concentration with Heart Disease: Evidence from NHANES 2003/06) avaliou dados do estudo populacional NHANES 2005-2006, relativo aos EUA e seus resultados foram publicados pela revista online, PlosOne. Para acessar:  http://www.ecodebate.com.br/2010/01/19/estudo-confirma-ligacao-do-bisfenol-abpa-a-doencas-cardiovasculares-em-adultos-por-henrique-cortez

Distúrbios psiquiátricos: De acordo com reportagem (BPA in the womb shows link to kids’ behavior) de Janet Raloff, na edição online do Science News, de 06/10/2009, as meninas que tiveram exposição pré-natal ao BPA, no início da gravidez, mostraram-se mais agressivas que os meninos, além de índices maiores de ansiedade. De acordo com o Science News, esta é a primeira pesquisa a associar a exposição a um contaminante ambiental aos problemas de comportamento diferenciado por gênero. Para acessar: http://www.sciencenews.org/view/generic/id/48065/title/Science_%2B_the_Public__BPA_in_the_womb_shows_link_to_kids%E2%80%99_behavior

Distúrbios sexuais: Testes conduzidos em uma espécie de camundongo selvagem indicaram novos riscos para o ambiente, e talvez para a saúde, ligados ao BPA. O consumo de níveis supostamente seguros da molécula fez com que camundongos machos ficassem com sua capacidade de localização espacial prejudicada. Além disso, as fêmeas da espécie passaram a esnobá-los, como se soubessem que havia algo de errado com os bichos. Os achados estão na revista "PNAS", da Academia Nacional de Ciências dos EUA, e foram obtidos por Cheryl Rosenberg e seus colegas da Universidade do Missouri.  Os pesquisadores demonstram cautela na hora de relacionar os resultados com possíveis efeitos sobre meninos humanos, mas afirmam que é preciso levá-los em conta e continuar os estudos.

Asma: No estudo (Maternal Bisphenol A Exposure Promotes the Development of Experimental Asthma in Mouse Pups), pesquisadores expuseram ratas prenhas ao BPA, em dosagens proporcionais a uma mulher grávida, ao longo da gestação e do período de amamentação, identificando que a exposição aumentou o risco do desenvolvimento de asma. A pesquisa foi publicada na edição de fevereiro da revista Environmental Health Perspectives. Para acessar: http://ehsehplp03.niehs.nih.gov/article/fetchObjectAttachment.action?uri=info%3Adoi%2F10.1289%2Fehp.0901259&representation=PDF

Efeito neurotóxico: Pesquisadores da Yale School of Medicine comprovaram que o bisfenol-A (BPA) pode afetar primatas, tendo observado que ele produziu danos neurológicos em macacos. É a primeira evidência de que o BPA pode afetar a saúde de primatas e, por consequência, também os humanos. A pesquisa foi publicada na edição online da PNAS, Proceedings of the National Academy of Sciences. O estudo “Bisphenol A prevents the synaptogenic response to estradiol in hippocampus and prefrontal cortex of ovariectomized nonhuman primates“, publicado na revista online PNAS, 10.1073/pnas.0806139105, está disponível para acesso integral no formato HTML. Para acessar o estudo clique aqui. Para acessar: http://www.pnas.org/content/105/37/14187.full

Câncer de mama: Estudo (State of the Evidence The Connection Between Breast Cancer and the Environment) sugere que produtos químicos encontrados em praticamente tudo, de pesticidas aos plásticos para produtos de higiene pessoal, ‘imitam’ ou alteram o hormônio estrógeno. Dentre estes produtos químicos destacam-se os controversos ftalatos e o BPA.
Os pesquisadores analisaram 400 estudos epidemiológicos e experimentais. De acordo com a pesquisa, a exposição a substâncias químicas comuns encontradas em garrafas plásticas de água, mamadeiras e embalagens de alimentos podem ser ligados ao desenvolvimento de câncer de mama, ao longo da expectativa de vida. Para acessar: http://www.ijoeh.com/index.php/ijoeh/article/view/858

Outros tipos de cânceres: Uma outra pesquisa recente (Oral Exposure to Bisphenol A Increases Dimethylbenzanthracene-Induced Mammary Cancer in Rats) realizada na Universidade do Alabama em Birmingham (UA), agrega novas informações e preocupações. O Dr. Coral Lamartiniere, descacado toxicologista e cientista sênior no Comprehensive Cancer Center, da UA, concluiu que os baixos níveis de BPA, quando administrados via oral a roedores, causou tumores e alterações genéticas compatíveis com fases iniciais de câncer. Para acessar: http://www.ehponline.org/members/2009/11751/11751.pdf

Alterações cromossomiais: De acordo com pesquisa da Escola de Medicina de Harvard, o BPA causa a infertilidade em vermes podendo matar embriões. A exposição ao químico também danificou a integridade de cromossomos e causou a morte de células. Cromossomos do grupo de controle permaneceram normais, já os cromossomos no grupo exposto ao BPA se apresentaram frágeis e fragmentados. A consequência foi a morte de embriões e vermes menos férteis na pesquisa publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences. Para acessar: http://www.otaodoconsumo.com.br/perigos-do-bpa/harvard-diz-que-bisfenol-a-tambem-compromete-a-formacao-de-cromossomos

Síndrome do ovário policísticos: Recente estudo feito pela Escola Médica de Athenas e enviado para publicação na edição de Março do Jornal de Endocrinologia clínica e Metabolismo, evidenciou altos níveis de BPA em mulheres com síndrome do ovario policístico (SOP) quando comparado ao grupo  de mulheres sadias (grupo controle).  Além dos níveis de BPA elevados, também foram detectados altas concentrações de testosterona e androstenediona. O aumento da produção de androgênios, como é vista na SOP interfere na detoxificação do BPA pelo fígado, levando ao acúmulo de BPA no sangue. A conclusão final do estudo foi que o BPA-A pode ser mais prejudicial às mulheres que já apresentam desequilíbrios hormonais e alterações relacionadas à fertilidade, como os encontrados na SOP. O coordenador da pesquisa foi categórico ao firmar que portadoras de SOP devem estar cientes dos riscos potenciais do BPA, evitando o consumo diário de alimentos ou bebidas armazenadas em recipientes de plástico.

Endometriose: Com relação à Endometriose, o principal estudo feito até o momento foi publicado em 2009, nele investigaram as concentrações séricas de BPA-A e BPA-B no sangue de 58 mulheres com endometriose e 11 mulheres férteis sem a doença. O Bifesnol foi encontrado em 63,8% das mulheres com endometriose, porém nenhuma das mulheres do grupo controle tinham BPA no sangue, o que sugere uma importante relação entre a exposição ao bisfenol A ou B e a endometriose.
A interação entre o BPA com o receptor do hormônio estrogênio parece ativar a produção de um tipo de estrogênio, o 17-beta-estradiol e também aumenta a ação de uma enzima chamada aromatase, que leva a formação de mais estrogênios. Por outro lado, como os pesquisadores gregos afirmaram, o BPA também leva ao aumento da produção de androgênios.

Infertilidade masculina e disfunção erétil: Há diversos estudos mostrando que a exposição ao BPA diminui a contagem de espermatozóides de camundongos, além de inteferir na ereção. Uma pesquisa recente feita com 130 operários chineses expostos diariamente a altos níveis BPA e outros 88 trabalhadores livres dessa substância revelou que os primeiros apresentavam baixa contagem de esperma entre duas e quatro vezes mais que o segundo grupo. Já uma pesquisa inédita, realizada por pesquisadores da University of Michigan, Harvard School of Public Health e Massachusetts General Hospital, sugere que o bisfenol-A pode afetar os níveis de hormônios em seres humanos de maneira semelhante às alterações, já comprovadas, em animais.
O estudo mediu a concentração de bisfenol-A na urina de 167 homens recrutados através de uma clínica de infertilidade em Massachusetts e determinou os níveis de hormônio no sangue. Os pesquisadores descobriram que homens com maior taxa de BPA no sangue tinham também uma maior taxa de hormônio estimulante folicular (FHS) e menores taxas de foliculina. Elevadas taxas de FSH e baixas taxas de foliculina já foram associadas a uma menor qualidade de esperma em humanos. A pesquisa ainda mostrou uma redução na proporção entre estrogênio e testosterona, possivelmente, refletindo uma anormalidade na produção ou eliminação desses hormônios. Além disso, uma menor taxa do hormônio estimulante da tiróide foi observada quando os números de múltiplas análises de BPA foram feitas para estudar a exposição, sugerindo uma excessiva produção do hormônio da tiróide (conhecido como efeito hipertireoidite). Os resultados desse estudo são apoiados por estudos feitos com animais que mostram níveis de hormônios alterados pela exposição ao BPA. Para acessar: http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2009/11/10/AR2009111017411.html

Prevenção

Talvez a prevenção seja a principal parte. Muitos dos meus pacientes que acompanham meu blog ficam preocupados com o tema devido a quantidade de artigos que posto sobre. Felizmente quase que semanalmente estão sendo publicados artigos sobre o BPA e com isso os pacientes chegam afoitos ao consultório pra dosar BPA e descobrir maneiras de não se contaminar. Como a dosagem de BPA só se faz em grandes centros de pesquisa, não é usual na prática-clínica, infelizmente.

Portanto a melhor maneira é a prevenção de uma nova contaminação. Como o BPA é um composto utilizado na fabricação do policarbonato, um tipo de plástico, a maioria dos utensílios de plástico o tem na sua composição, visto que quando adicionado ao policarbonato confere transparência e maior rigidez. Ele também é encontrado no forro interno de enlatados (bebidas e alimentos) a fim de se evitar a ferrugem, materiais dentários (selantes dentais) , materiais automotivos e até mesmo no papel de extratos bancários.

Tenho 9 dicas principais para evitar a contaminação:

1) Optar por produtos orgânicos;

2) Limpar (tirar o pó) da casa frequentemente evitando exposição a produtos químicos quem além de terem o BPA podem levar na composição inúmeros contaminantes ambientais que não possuem estudos bem estabelecidos relacionados a nocividade para saúde humana;

3) Lavar bem as mãos antes de comer;

4) Escolher os produtos de higiene que contenham menos ingredientes tóxicos;

5) Substituir talheres e recipientes de plástico (tapware, garrafas) ou alumínio pelos de aço inox (no caso dos talheres) ou vidro;

6) Evitar utilizar plásticos, optanto sempre que possível por utensílios de vidro (são mais ecologicamente corretos, pelo vidro ser 100% reciclável). No fundo dos recipientes há geralmente o número que identifica quais componentes entraram na composição daquele plastico, o número do BPA é o 7 ou as letras PC.

7) Evitar aquecer no fogão ou microondas recipientes de plástico que contenham bebida ou alimento dentro. 

8) Mamadeiras, chupetas e copos de plástico que estejam arranhados devem ser descartados pois segundo estudos há maior risco de liberarem o BPA. O plástico quando aquecido libera mais facilmente o BPA. Se a criança utiliza mamadeiras, utilize as versões sem BPA.

 9) Evite Congelar alimentos em recipientes de plástico, facilita a liberação do BPA.




Compulsão por doces, como controlar


A compulsão por doces é um problema sério que traz inúmeros prejuízos à saúde das pessoas. Confira dicas que prometem mudar a vida de quem sofre desse problema.

A maioria das pessoas gosta de comer guloseimas, o que é perfeitamente natural. Entretanto, em algumas situações, isso pode se tornar um problema e trazer vários prejuízos à saúde, como acontece com indivíduos portadores de compulsão por doces.

Contornar a situação e acabar de vez com esse mal pode ser um tanto quanto complicado. Contudo, existem algumas dicas que podem ajudar nesse momento. Saiba como controlar a compulsão por doces.

1. Faça um diário alimentar
A primeira medida a ser tomada por quem desconfia que está abusando na quantidade de doces ingerida, é manter um diário alimentar, que deve contar todos os produtos que são comidos no decorrer do dia, com os devidos horários e quantidades. Essa é a melhor maneira do paciente se conscientizar de que algo está saindo do controle.

2. Opte pelo doce certo
As guloseimas feitas a partir de castanhas e frutas são as melhores, pois além de acabar com a vontade de comer doce, as fibras e gorduras boas presentes nesse alimento diminuem a velocidade com que o açúcar será absorvido no organismo. O resultado é que a glicose acaba sendo liberada aos poucos no organismo, mantendo o desejo por doces sob controle e prevenindo novos ataques.

3. Prefira os sabores fortes
Produtos com o sabor acentuado, como no caso do chocolate meio amargo e da mousse de maracujá e limão, além de apresentarem altas concentrações de antioxidantes, possuem menos açúcar, que é o responsável por estimular a vontade de comer mais.

4. Coma na hora certa
A melhor hora para comer doce é logo após as refeições, pois, por incrível que pareça, é nesse momento que as guloseimas engordam menos. Acontece que as fibras presentes na refeição atuam diminuindo a absorção de açúcar. Outro momento bastante propício é uma hora antes da academia, pois todas as calorias serão queimadas no treino.

5. Fracione as porções e não coma sozinho
Uma dica bem prática para evitar comer demais, é deixar para acabar com aquela guloseima deliciosa quando estiver acompanhada dos amigos. Repartindo o doce com a turma é possível experimentá-lo sem o risco de cair em tentação e exagerar.

6. Acabe com os doces da dispensa
Passar vontade e ser obrigado a conviver com a tentação é uma grande oportunidade para exagerar nos doces. Uma dica simples é acabar de vez com todo o estoque de guloseimas escondidos pela casa. Não vale usar a desculpa de comprar os produtos para o filho ou outro membro da família!

7. Realize substituições inteligentes
É fundamental se alimentar bem desde o café da manhã até o jantar, pois, manter os níveis glicêmicos dentro da normalidade é uma maneira simples de controlar a compulsão por doces, ao passo que ter picos glicêmicos, seguidos por períodos de baixa glicemia, aumenta a vontade de comer açúcar. A dica é incluir alimentos doces, como frutas frescas ou desidratadas, chocolate meio amargo, aveia e mel, geleia e gelatina, ao invés das bombas calóricas como os bolos e sorvetes.

Fonte: http://www.mundodastribos.com/compulsao-por-doces-como-controlar.html

Estudo revela toxicidade alarmante dos transgênicos


Os ratos alimentados com organismos geneticamente modificados (OGM) morrem antes e sofrem de câncer com mais frequência do que os demais, destaca um estudo publicado nesta quarta-feira pela revista 'Food and Chemical Toxicology', que considera os resultados 'alarmantes'. 

'Os resultados são alarmantes. Observamos, por exemplo, uma mortalidade duas ou três vezes maior entre as fêmeas tratadas com OGM. Há entre duas e três vezes mais tumores nos ratos tratados dos dois sexos', explicou à AFP Gilles-Eric Seralini, professor da Universidade de Caen, que coordenou o estudo. 

Para realizar a pesquisa, 200 ratos foram alimentados durante um prazo máximo de dois anos de três maneiras distintas: apenas com milho OGM NK603, com milho OGM NK603 tratado com Roundup (o herbicida mais utilizado do mundo) e com milho não alterado geneticamente tratado com Roundup. 


Os dois produtos (o milho NK603 e o herbicida) são propriedade do grupo americano Monsanto. 


Durante o estudo, o milho fazia parte de uma dieta equilibrada, em proporções equivalentes ao regime alimentar nos Estados Unidos. 


'Os resultados revelam uma mortalidade muito mais rápida e maior durante o consumo dos dois produtos', afirmou Seralini, cientista que integra ou integrou comissões oficiais sobre os alimentos transgênicos em 30 países. 


'O primeiro rato macho alimentado com OGM morreu um ano antes do rato indicador (que não se alimenta com OGM), enquanto a primeira fêmea, oito meses antes. No 17º mês foram observados cinco vezes mais machos mortos alimentados com 11% de milho (OGM)', explica o cientista. 


Os tumores aparecem nos machos até 600 dias antes de surgirem nos ratos indicadores (na pele e nos rins). No caso das fêmeas (tumores nas glândulas mamárias), aparecem, em média, 94 dias antes naquelas alimentadas com transgênicos. 


Os pesquisadores descobriram que 93% dos tumores das fêmeas são mamários, enquanto que a maioria dos machos morreu por problemas hepáticos ou renais. 


O artigo da 'Food and Chemical Toxicology' mostra imagens de ratos com tumores maiores do que bolas de pingue-pongue. 


'Com uma pequena dose de Roundup, que corresponde à quantidade que se pode encontrar na Bretanha (norte da França) durante a época em que se espalha este produto, são observados 2,5 vezes mais tumores mamários do que é normal', explica Seralini. 


O diretor do estudo disse ainda que os transgênicos agrícolas são organismos modificados para resistir aos pesticidas ou para produzi-los e lembrou que 100% dos transgênicos cultivados em grande escala em 2011 foram plantas com pesticidas. 


'Pela primeira vez no mundo, um OGM e um pesticida foram estudados por seu impacto na saúde a mais longo prazo do que haviam feito até agora as agências de saúde, os governos e as indústrias', disse o coordenador do estudo. 


Segundo Seralini, os efeitos do milho NK603 só foram analisados até agora em períodos de três meses. Alguns transgênicos já foram analisados durante três anos, mas nunca até agora com uma análise em tal profundidade, segundo o cientista. 


Também é a primeira vez, segundo Seralini, que o pesticida Roundup foi analisado em longo prazo. Até agora, somente seu princípio ativo (sem seus coadjuvantes) havia sido analisado durante mais de seis meses. 


'São os melhores testes que podem ser realizados antes dos testes em humanos', explicou ainda. 


O estudo foi financiado pela Fundação CERES, bancada em parte por cerca de 50 empresas, algumas delas do setor da alimentação que não produzem OMG, assim como pela Fundação Charles Leopold Meyer pelo Progresso da Humanidade



Link pro artigo na íntegra: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0278691512005637

Fonte: http://www.rac.com.br/noticias/mundo/145688/2012/09/19/estudo-revela-toxicidade-alarmante-dos-transgenicos.html

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Espinafre pode combater sintomas de demência


Espinafre pode combater a demência. Pesquisadores da Universidade de Ulm, na Alemanha, descobriram uma ligação entre baixa taxa de vitamina C, betacaroteno e a demência. A verdura, portanto, assim como cenouras e damascos, alimentos ricos em antioxidantes, foi considerada o alimento ideal para reverter os sintomas.

Os cientistas estudaram as diferenças entre 74 pessoas com Alzheimer e 158 saudáveis. Os participantes, entre 65 e 90 anos de idade, passaram por testes neuropsicológicos, responderam a perguntas sobre seus estilos de vida e tiveram o sangue examinado, além do índice de massa corporal calculado.

A equipe descobriu que a quantidade de vitamina C e betacaroteno era mais baixa em pacientes com demência. A mesma relação não foi encontrada em relação a outros antioxidantes como a vitamina E e o licopeno.

— Precisa-se de mais estudos para confirmar os resultados, mas as descobertas sugerem que frutas e verduras podem desempenhar um papel importante no combate à doença — garante Gabriele Nagel, autora do estudo.

Os sintomas de Alzheimer incluem perda de memória, falta de orientação e declínio cognitivo, causados por alterações no cérebro como a perda das sinapses

Fonte: http://oglobo.globo.com/saude/espinafre-pode-combater-sintomas-de-demencia-6072337

Sucos: Beba com moderação !


Todo consumo em excesso é prejudicial. A regra, que a princípio pode parecer aplicar-se apenas aos produtos industrializados, vale também para os alimentos naturais processados. Até entre os aparentemente mais inofensivos, como os sucos de frutas. Estudos recentes reforçam a associação do consumo excessivo desses sucos à síndrome metabólica, condição que pode causar aumento nos triglicérides, acúmulo de gordura abdominal e, consequentemente, obesidade, principalmente em crianças.

O suco de fruta não precisa fazer parte da alimentação. É o que sugere a nutricionista Valéria Mortara. Segundo ela, o suco é dispensável em várias situações. Para acompanhar a refeição, nenhuma bebida é recomendada, já para a hidratação do corpo e para tomar no período entre as refeições, a melhor opção é a água.

Ela também desaconselha a administração dos sucos como forma de ingestão de frutas. E explica a razão: no suco geralmente se coloca uma grande quantidade da fruta, açúcar, e peneirando a fruta, acabam sendo retiradas as fibras, que são a "parte boa" da fruta.

O principal fator causador da síndrome metabólica, para Mortara, é a ingestão de frutose acima da quantidade que o organismo consegue metabolizar. "A associação do suco com problemas metabólicos se deve à grande quantidade de frutas. Você não faz, por exemplo, um suco de abacaxi com apenas uma rodela da fruta. Ou seja, geralmente são volumes grandes de suco feitos com mais de uma porção de fruta", exemplifica.

O endocrinologista Guilherme Marquezin explica que a frutose se comporta no organismo de um jeito diferente. "Segue uma via metabólica que diverge da do açúcar de cana, por exemplo, ou de outras substâncias", afirma. Por conta dessa metabolização diferenciada, diz ele, o corpo tende a aumentar o estoque de frutose, na forma de gordura. "Leva ao aumento dos triglicerídios e também aumenta a resistência à insulina, que é o primeiro passo para a pessoa ter diabetes."

Segundo Marquezin, quanto mais natural, mais saudável o alimento será. "Geralmente quanto mais etapas de processamento você coloca entre a colheita e o consumo, mais você está piorando o alimento, ou seja, o melhor nesse caso seria a ingestão da fruta [in natura], e ainda assim, sem exageros."

Segundo a nutricionista Valéria Mortara, para as pessoas que não dispensam o suco na alimentação, uma boa pedida é bater a fruta com leite, fazendo uma vitamina. "Você pode usar isso como seu café da manhã. Essa vitamina, mais uma fatia de pão, está ótimo", sugere. Mas se a intenção é refrescar-se por conta do tempo seco, a dica são os refrescos, sempre na dose certa. "Limonada, suco de maracujá, laranjada ou suco de uva que são mais leves. O suco de uva, inclusive, vale muito a pena. Tem muitos elementos que são cardioprotetores, porém, não pode se entupir de suco de uva que aumenta, sim, os triglicerídios. Não é porque um alimento faz bem que você pode exagerar no consumo", lembra Mortara, que insiste: "Nada substitui a água".

Fonte: http://www.cfn.org.br/eficiente/sites/cfn/pt-br/site.php?secao=nutricaonamidia&pub=1228

8 mudanças no mundo provocadas pelo aquecimento global


Nos últimos 100 anos, as temperaturas globais tem aumentado de 0,74°C em média. Esta mudança parece mínima, mas está acontecendo muito rapidamente – mais da metade desde 1979, de acordo com o Painel Intergovernamental de Mudança Climática.
Apesar de ainda ser difícil determinar o papel das mudanças climáticas sobre qualquer evento meteorológico, as mudanças estão, sem dúvida, acontecendo. Veja aqui como o planeta, as pessoas e outros seres vivos estão respondendo ao aquecimento global:
8 – MOVENDO OS EXÉRCITOS PARA O NORTE
Conforme o gelo ártico se abre, o mundo se volta para os recursos da região. De acordo com o U.S. Geological Survey, 30% do gás natural ainda não descoberto e 13% das reservas de óleo não descoberto mundiais estão no Ártico.
O resultado direto é que as ações militares na região estão esquentando, com os Estados Unidos, Rússia, Dinamarca, Finlândia, Noruega, Suécia e Canadá mantendo conferências sobre a segurança regional e problemas de fronteira.
Várias nações, incluindo o EUA, estão também fazendo exercícios militares no extremo norte, preparando-se para um aumento nas atividades de controle de fronteira e resposta a desastre, em um Ártico mais agitado.
7 – ALTERAÇÃO NAS ESTAÇÕES DE ACASALAMENTO
Conforme as temperaturas se alteram, os pinguins estão mudando suas estações de acasalamento também. Um estudo em março de 2012 descobriu que os pinguins-gentooestão se adaptando mais rapidamente a um clima mais aquecido, por que eles não são tão dependentes do gelo marinho para acasalamento como outras espécies.
E não são só os pinguins que parecem estar respondendo às mudanças climáticas. Abrigos de animais nos EUA notaram um aumento no número de gatos de rua e filhotes, devidos a estações de acasalamento mais longas para os felinos.
6 – MUDANÇAS EM REGIÕES ALTAS
Uma diminuição na queda de neve no topo das montanhas está permitindo aos alces se alimentarem em locais mais elevados no inverno todo, contribuindo para um declínio nas plantas sazonais.
Os alces têm destruído árvores como os carvalhos silvestres e faias, o que leva a um declínio nas aves canoras, que dependem destas árvores para habitat.
5 – ALTERAÇÕES NOS LUGARES PREDILETOS DE THOREAU
O escritor Henry David Thoreau documentou de forma lírica a natureza em Concord, Massashussets e arredores. Lendo os diários, os pesquisadores constataram o quanto a primavera foi alterada no último século.
Se comparado com o final dos anos 1800, as datas das primeiras floradas para 43 das espécies mais comuns de plantas na área tem se adiantado uma média de 10 dias. Outras plantas simplesmente desapareceram, incluindo 15 espécies de orquídeas.
4 – MUDANÇAS NA ALTA-ESTAÇÃO DE PARQUES NATURAIS
Qual é a época do ano mais movimentada para ver o Grand Canyon? A resposta tem mudado com o passar das décadas, conforme a primavera tem começado cada vez mais cedo.
O auge das visitas nos parques nacionais dos EUA tem se adiantado mais de quatro dias, em média, desde 1979. Atualmente, o maior número de visitantes ao Grand Canyon acontece no dia 24 de junho, comparado com o dia 4 de julho em 1979.
3 – MUDANÇAS GENÉTICAS
Até mesmo as moscas das frutas estão sentindo o calor. De acordo com um estudo de 2006, os padrões genéticos das moscas das frutas normalmente encontradas em latitudes mais quentes estão começando a aparecer com maior frequência em latitudes maiores.
De acordo com a pesquisa, os padrões genéticos da Drosophila subobscura, uma mosca das frutas comum, estão mudando de forma que as populações estão parecendo um grau mais próximas do equador do que realmente estão.
Em outras palavras, os genótipos estão se deslocando de forma que uma mosca no hemisfério norte tem um genoma que se parece mais com uma mosca de 120 a 161 quilômetros mais ao sul.
2 – AFETANDO URSOS POLARES
Filhotes de ursos polares estão sofrendo para nadar distâncias cada vez maiores em busca de icebergs estáveis, de acordo com um estudo de 2011.
A rápida perda de gelo ártico está forçando os ursos a nadarem às vezes até mais de 12 dias de cada vez. Os filhotes de ursos adultos que tem que nadar mais de 48 quilômetros têm uma taxa de mortalidade de 45%, comparados com 18% dos filhotes que têm que nadar distâncias menores.
1 – MAIS ESPÉCIES MÓVEIS
Espécies estão se dispersando de seus habitats nativos a uma taxa sem precedentes: 17,6 km por década, em direção aos polos.
Áreas onde a temperatura está aumentando mais têm as maiores dispersões de espécies nativas. O rouxinol de Cetti, por exemplo, tem se mudado para o norte nas últimas duas décadas mais de 150 km.[Live Science]

Fonte: http://hypescience.com/8-mudancas-no-mundo-provocadas-pelo-aquecimento-global/?utm_source=dlvr.it&utm_medium=twitter

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Dormir menos de seis horas por noite aumenta risco de câncer de mama


A falta de sono está ligada ao aparecimento de cânceres de mama mais agressivos, de acordo com pesquisa do University Hospitals Case Medical Center, nos Estados Unidos.

O estudo é o primeiro a mostrar essa associação, assim como a ligação com uma maior probabilidade de recorrência do câncer.

A equipe de pesquisa, liderada por Cheryl Thompson, analisou registros médicos e respostas de exames de 412 pacientes na pós-menopausa com câncer de mama por meio de um teste amplamente utilizado para guiar o tratamento de câncer de mama em estágio inicial, que prevê a probabilidade de recorrência.

Todas as pacientes foram recrutadas no momento do diagnóstico e perguntadas sobre a duração média do sono nos dois anos anteriores.

Os pesquisadores descobriram que as mulheres que dormiam seis horas ou menos de sono por noite, em média, antes do diagnóstico apresentaram maior risco de recorrência do câncer de mama e maior risco de tipos agressivos da doença.

"Este é o primeiro estudo a sugerir que as mulheres que dormem menos podem desenvolver câncer de mama mais agressivos em comparação com mulheres que dormem mais horas", afirma Thompson.

"A curta duração do sono é um perigo para a saúde pública e leva não só à obesidade, diabetes e doenças do coração, mas também ao câncer. Intervenções eficazes para aumentar a duração e melhorar a qualidade do sono pode ser um caminho para reduzir o risco de desenvolver câncer de mama mais agressivos", concluem os pesquisadores.

Fonte: http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=2&idnot=15962

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domingo, 2 de setembro de 2012

Vitamina B3 aumenta defesa do organismo contra superbactérias


Cientistas da Oregon State University, nos Estados Unidos, descobriram que a nicotinamida (uma das formas da vitamina B3) aumenta a capacidade do organismo de destruir infecções resistentes por estafilococos, quando consumida em doses elevadas.

A pesquisa, realizada com animais de laboratório e com sangue humano, revela que altas dosagens desta vitamina aumentam em 1mil vezes a resposta do sistema imunológico contra este tipo de bactéria.

O trabalho pode oferecer um novo caminho de combate ao crescente número de "superbactérias".

"Esta descoberta é potencialmente muito significativa, embora ainda precisemos fazer estudos em humanos. Os antibióticos são drogas mágicas, mas que enfrentam cada vez mais problemas com a resistência por vários tipos de bactérias, em especial Staphylococcus aureus. O trabalho pode nos dar uma nova forma de tratar infecções por estafilococos, que pode ser usada em combinação com antibióticos atuais", afirma o pesquisador Adrian Gombart.

Os pesquisadores notaram que a administração de doses terapêuticas de nicotinamida aumentou o número e a eficácia dos neutrófilos, glóbulos brancos que matam e devoram bactérias que atacam o organismo.

No experimento, a nicotinamida foi fornecida em doses muito maiores do que em uma dieta normal, embora a quantidade usada já tenha sido testada de maneira segura em humanos. Quando a vitamina B3 foi injetada no sangue humano, a infecção desapareceu em algumas horas, constatou o estudo.

No entanto, Gombart ressalta que não há nenhuma evidência de que uma dieta normal ou suplementos de vitamina B3 tenham um efeito beneficente na prevenção ou tratamento de uma infecção bacteriana, por isso "as pessoas não devem começar a tomar doses elevadas da substância".

As principais fontes naturais de nicotinamida são carne de fígado, ovos, peixes, amendoins, legumes, grãos e leite.

Segundo o autor do estudo, George Liu, a vitamina é muito efetiva contra uma das principais ameaças existentes atualmente na saúde pública e pode ajudar a reduzir a dependência dos antibióticos.

Fonte: http://www.sissaude.com.br/sis/inicial.php?case=2&idnot=15905

Artrose: um horizonte preocupante


Em 2015, 12 milhões de brasileiros serão portadores da doença, que limita a qualidade de vida e atinge, principalmente, mulheres na menopausa.

Dor, rigidez nas articulações pela manhã, dificuldade de movimentação, deformidades no ossos, calor local e inchaço. A qualquer um desses sinais, ligue o alerta vermelho: pode ser osteoartrite. Popularmente conhecida como artrose, a doença atinge quase 10 milhões de brasileiros (cerca de 5% da população do país). Até 2015, o número ultrapassará a casas dos 12 milhões, alertam os especialistas. O mais preocupante é que quase metade dos portadores não está ciente do mal. Apesar disso, o diagnóstico é simples — basta uma radiografia ou mesmo um exame clínico.

A artrose aparece como consequência do desgaste da cartilagem entre os ossos que formam a articulação. O tecido perde sua superfície lisa, responsável pelo deslizamento dos ossos, e libera enzimas que provocam uma reação inflamatória. Trata-se de problema que se intensifica com o avanço da idade e, por isso, está relacionado o aumento da expectativa de vida. Sobre esse ponto, um estudo realizado pelas quatro sociedades médicas envolvidas no tratamento da doença (Reumatologia, Ortopedia e Traumatologia, Medicina Física e Reabilitação, e Cirurgia do Joelho) oferece uma projeção sombria: em oito anos, a artrose será o principal mal a afligir a população idosa do país.

Os primeiros sinais do desgaste são detectados por radiografia por volta dos 35 anos, mas acabam passando batido nos consultórios por serem assintomáticos. O portador, em geral, só começa a sentir o incômodo após os 60 anos. Mas não há regras. “Sintoma é uma coisa interessante. Às vezes, você vê um raio-x e pensa: ‘Nossa, esse paciente nem anda”. E a pessoa está ótima. Outras vezes, pega um exame que mostra pequenas alterações, mas o paciente mal consegue se equilibrar em pé”, pondera Pérola Plapler, diretora da divisão de Medicina Física do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas, em São Paulo, e uma das coordenadoras do estudo. Os dados revelam que a dor é o sintoma mais comum, presente em 100% dos pacientes, seguida por crepitações (87%), deformidade (85%) e limitação de movimentos (83%).

Apesar de o incômodo se manifestar primeiro entre os homens, são as mulheres as mais afetadas pela deterioração das articulações. De acordo com os pesquisadores, elas representam mais de 60% dos diagnósticos em todos os estados brasileiros, a maioria depois do início da menopausa. “Não se sabe exatamente o porquê dessa virada da estatística, mas acreditamos que as mudanças hormonais tenham um papel importante para o aparecimento da doença nelas”, analisa Plapler. Ainda que seja uma doença característica da terceira idade, jovens também não estão livres de receber o diagnóstico. Nesses casos, ela recebe o nome de artrite reumatoide e pode ser consequência de um trauma ou de um desgaste anormal das articulações. “Em jogadores de basquete, por exemplo, ela costuma aparecer com frequência nos joelhos”, diz. Em qualquer situação, o tratamento é à base de anti-inflamatórios, analgésicos e fisioterapia.

Com o estudo, os especialistas esperam fornecer a médicos e autoridades informação para que seja possível diminuir o sofrimento dos pacientes e aumentar a eficiência do tratamento e o percentual de diagnósticos. “Essa deve ser, com certeza, uma das grandes preocupações do país para os próximos anos. A população está envelhecendo. Deve existir um trabalho conjunto entre sociedades médicas e o Ministério da Saúde, que nem sempre toma as decisões adequadas”, critica Pérola Plapler.

O problema em números

  • Cenário da doença de acordo com as conclusões dos especialistas:
  • Hoje, estima-se que 9,9 milhões de pessoas tenham artrose no Brasil, ou 5,2% da população
  • Em 2015, serão 12,3 milhões de pacientes, um crescimento de 24% nos casos da doença
  • A articulação mais afetada é o joelho: 74% dos casos nos homens e 89% nas mulheres
  • Dor, crepitação e deformidade são os sintomas mais comuns
  • Apenas 42% dos pacientes estão diagnosticados hoje. Em 2015, serão 55%.
  • Exames clínicos e de raios-x são os mais usados no diagnóstico. A ressonância magnética vem em segundo lugar, como método complementar.


Sinal de alerta

Conheça os fatores de risco mais relevantes para o surgimento da doença:

  • Obesidade
  • Genética
  • Traumas
  • Exercícios físicos


Matéria publicada originalmente na edição n°379 da Revista do Correio.

Fonte: http://www.consulfarma.com/detalhes_noticias.php?id=135653#.UDuxq0bvCvI.twitter

Comer brócolis combate câncer de mama?


Aqui está mais um motivo para comer brócolis e couve-flor: um novo estudo sugere que mulheres com câncer de mama que comem tais vegetais podem ter uma vida mais longa e seu câncer combatido.

“Quanto mais vegetais crucíferos [como couve, couve-flor, brócolis, mostarda e repolho, por exemplo] você comer, melhor”, afirma Sarah Nechuta, da Universidade de Vanderbilt, em Nashville, nos Estados Unidos.
E não é difícil. Os pesquisadores sugerem que basta incluir na dieta cerca de 150 gramas diárias desses vegetais, o que equivale a uma xícara cheia deles, segundo Nechuta.

Só neste ano deverão ser registrados cerca de 52 mil novos casos de câncer de mama no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer. Em um percentual que varia de 10% a 15% dos casos, a doença se manifesta de forma agressiva e pode apresentar novas lesões tumorais. Contudo, o índice de sobrevivência gira em torno de 61%.

O atual estudo não é o primeiro a relacionar a ingestão de crucíferas com o câncer de mama, mas é o maior feito até agora. 5 mil chineses, que já tiveram câncer de mama entre os anos de 2002 e 2006, com idade entre 20 e 75 anos, participaram da pesquisa.

Esses participantes preencheram questionários detalhados de suas dietas durante 36 meses. Eles foram então divididos em cinco grupos, dependendo de quantos vegetais crucíferos eles ingeriam.

E, de acordo com as análises, depois de cinco anos após o diagnóstico de câncer, mulheres que comeram cerca de 150 gramas diárias dos vegetais em questão tiveram 42% a mais de chances de sobreviver. A probabilidade de morrer de qualquer outra causa também foi reduzida para 42%. E a chance do câncer de mama retornar diminuiu por 19%.

Mas o leitor pode questionar (e com razão!) o porquê desses resultados. Segundo Nechuta, vegetais crucíferos contêm grandes quantidades de uma substância conhecida como glucosinolato. Quando ingerida, ela é convertida para substâncias com alto poder anticancerígeno, como o isotiocianato e o indol.

Nos resultados, os pesquisadores também levaram em consideração outros fatores que podem afetar a ocorrência do câncer de mama e a sobrevivência a ele, o que inclui idade, estágio da doença, tratamentos, exercícios diários e dieta.

Mas vale ressaltar que a pesquisa não comprova que os vegetais em questão são os principais responsáveis pela sobrevivência. A especialista em câncer Aditya Bardia, do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, Estados Unidos, alerta que essas mulheres da pesquisa podem ter outras vantagens que não foram mensuradas, como uma qualidade de vida saudável, por exemplo.

E vale lembrar de um aspecto importante: a dieta asiática é bastante diferente da dieta norte-americana e brasileira. Além de um fator que pode se mostrar decisivo no futuro: de que os asiáticos comem mais vegetais.

Fonte: http://www.meunutricionista.com.br/noticias.exibir.php?id=2948

Qual o papel da dieta no desenvolvimento da doença inflamatória intestinal?


Os possíveis mecanismos relacionados com o papel da dieta no desenvolvimento da doença inflamatória intestinal (DII) são alteração na expressão de genes, modulação dos mediadores inflamatórios (por exemplo, os eicosanoides), mudanças na composição da microbiota intestinal, e os efeitos na permeabilidade do intestino. Ao lado da microbiota intestinal, os componentes dietéticos são os antígenos luminais mais comuns no intestino e podem influenciar a inflamação intestinal.

Em revisão sistemática pesquisadores demonstraram que o consumo elevado de gorduras totais, ácidos graxos ômega-6 e carne vermelha foram associados com o aumento do risco para o desenvolvimento de DII, enquanto o alto consumo de frutas e hortaliças diminuiu o risco para essas doenças.

Um estudo de caso-controle sugeriu que o aumento da ingestão de açúcares refinados pode facilitar o desenvolvimento da doença de crohn (DC) e colite ulcerativa (CU). Entretanto, mais estudos prospectivos são necessários para confirmar o papel dos fatores dietéticos no desenvolvimento da DII.

A DII representa um grupo de afecções intestinais inflamatórias crônicas idiopáticas (causas desconhecidas). O termo engloba duas categorias: a DC e a CU. Embora a fisiopatologia da DII não esteja completamente compreendida, fatores genéticos e ambientais desempenham um papel importante na má regulação da imunidade intestinal, o que leva à lesão gastrintestinal.

Apesar dos avanços na descoberta de risco genético para a DII na última década, sua etiopatogenia não pode ser explicada apenas em termos de susceptibilidade genética. Os fatores de risco ambientais para o desenvolvimento das DIIs vêm ganhando destaque nas pesquisas e têm sido extensivamente investigados, como o tabagismo, fatores dietéticos, estresse psicológico, uso de medicamentos, aleitamento materno, infecções, dentre outros.

Bibliografia (s)

Cabré E, Domènech E. Impact of environmental and dietary factors on the course of inflammatory bowel disease. World J Gastroenterol. 2012;18(29):3814-22.

Chapman-Kiddell CA, Davies PS, Gillen L, Radford-Smith GL. Role of diet in the development of inflammatory bowel disease. Inflamm Bowel Dis. 2010;16(1):137-51.

Lakatos PL. Environmental factors affecting inflammatory bowel disease: have we made progress? Dig Dis. 2009;27(3):215-25.

Fonte: http://www.nutritotal.com.br/perguntas/?acao=bu&id=684&categoria=13

Efeito de 30 ou 60 min de exercícios é o mesmo, diz estudo


Trinta minutos de exercícios diários são tão efetivos na redução de peso e de massa corporal quanto 60 minutos, segundo um estudo dinamarquês.

A pesquisa, feita por especialistas da Universidade de Copenhague, acaba de ser publicada na revista científica American Journal of Physiology.

Durante 13 semanas, a equipe da Faculty of Medical and Health Sciences monitorou 60 homens obesos - porém saudáveis - que tentavam melhorar sua condição física.

Metade dos participantes seguiu um programa de uma hora de exercícios diários e a outra metade fez apenas meia hora de exercícios. Enquanto se exercitavam, os dois grupos usavam um medidor de batimentos cardíacos e um contador de calorias

Os exercícios tinham vigor suficiente para produzir suor. Os resultados do experimento surpreenderam a equipe dinamarquesa.

Em média, os participantes que fizeram 30 minutos de exercícios diários perderam 3,6 quilos em três meses. Os que fizeram uma hora de exercícios, no entanto, perderam apenas 2,7 quilos. Nos dois grupos, a perda de massa corporal foi a mesma - 4 quilos.

Segundo um dos pesquisadores, Mads Rosenkilde, os 30 minutos de exercícios ofereceram uma vantagem adicional: "Os participantes que fizeram 30 minutos de exercícios por dia queimaram mais calorias do que deveriam em relação ao programa de treinamento que criamos para eles".

Em contrapartida, "observamos que fazer exercícios por uma hora em vez de meia hora não oferece perda adicional de peso ou gordura. Os homens que fizeram mais exercícios perderam pouco em relação à energia que queimaram correndo, andando de bicicleta ou remando".

"Trinta minutos de exercícios concentrados dão resultados igualmente bons na balança", concluiu.

Motivação


A equipe sugeriu algumas possíveis explicações para os resultados. Segundo Rosenkilde, fazer 30 minutos de exercícios por dia é uma meta tão possível de ser alcançada que os participantes tinham vontade e energia para mais atividades físicas após sua sessão diária de exercícios.

Além disso, o grupo que passou 60 minutos se exercitando provavelmente comeu mais, portanto perdeu um pouco menos peso do que o esperado.

"Os participantes do nosso estudo treinaram todos os dias durante três meses. Os treinos foram planejados para produzir um leve suor, mas os participantes tinham de aumentar a intensidade e dar tudo de si três vezes por semana", explicou Rosenkilde.

Ele admitiu que ficou surpreso com os resultados e disse que agora a equipe quer estudar o efeito de outros tipos de exercício.

Em média, 40% dos homens dinamarqueses estão classificados como moderadamente obesos.

O estudo da equipe da Universidade de Copenhague é único por ter se focado nessa parcela da população.

Os participantes queriam mudar seu estilo de vida com a ajuda dos exercícios, e durante o período de duração do estudo, foram acompanhados de perto por especialistas em saúde interessados em questões como o equilíbrio energético, resistência à insulina e presença de hormônios no sangue.

Etnólogos também participaram do estudo para tentar entender as barreiras culturais associadas ao exercício e à mudança em hábitos arraigados.

Em outro estudo britânico noticiado recentemente pela BBC Brasil, pesquisadores da University College London concluíram que fazer duas horas e meia de exercícios moderados por semana, mesmo quando a pessoa adota a prática na meia idade (após os 40 e até 50 anos de idade) já é suficiente para proteger a saúde do seu coração.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,efeito-de-30-ou-60-min-de-exercicios-e-o-mesmo-diz-estudo,921091,0.htm

Restrição calórica não prolonga expectativa de vida, mas melhora saúde


Uma dieta com restrições calóricas não aumenta a expectativa de vida, mas melhora a saúde, segundo estudo feito com macacos e publicado nesta quarta-feira, 29, na revista "Nature".

A restrição calórica é a prática de limitar a ingestão de calorias diárias entre 10% e 40% com a esperança de melhorar a saúde e retardar o envelhecimento, uma tese que estudos anteriores com roedores provaram ser correta.

A pesquisa publicada hoje, iniciada há 23 anos por um grupo de cientistas do National Institute on Aging de Baltimore (EUA), mostra que este tipo de dieta não tem a capacidade de prolongar a expectativa de vida em macacos, mas reconhece seus efeitos positivos sobre a saúde destes animais.

Os cientistas, liderados pelo biólogo espanhol Rafael de Cabo, reduziram em 30% a ingestão de calorias de macacos Rhesus (Macaca mulatta) e avaliaram os efeitos desta dieta em exemplares de diversas idades e sexo.

O estudo concluiu que a expectativa de vida dos animais (média de 27 anos) não aumentou nem entre os macacos mais velhos, entre 16 e 23 anos no momento em que iniciaram a dieta, nem entre os mais jovens, menores de 14 anos quando o experimento começou.

Por outro lado, os pesquisadores detectaram que a restrição calórica trouxe benefícios ao metabolismo dos macacos.

"Observamos uma melhora geral em parâmetros associados às doenças típicas do envelhecimento, como as enfermidades metabólicas (diabetes e obesidade), cardiovasculares e o câncer", explicou à Agência Efe o biólogo.

Os macacos que comeram 30% menos de calorias apresentaram níveis mais baixos de triglicéridios, colesterol e glicose, especialmente entre os machos, assim como uma incidência "notavelmente menor" de câncer entre os primatas mais jovens.

A pesquisa, que segundo Rafael de Cabo poderia se prolongar por mais duas décadas, terá como objetivo agora investigar os efeitos metabólicos e moleculares da restrição calórica sobre o organismo destes macacos.

"A resposta é muito parecida a outras respostas de estresse, por isso poderíamos considerar a restrição calórica como um estresse metabólico, que causa ajustes globais no organismo, e que quando se mantém por um longo período de tempo provoca benefícios profundos na saúde", explicou o biólogo.

O cientista espera além disso comparar seus resultados com os obtidos pelo Wisconsin National Primatas Research Center em uma pesquisa paralela, também levada a cabo com macacos e iniciada nos anos 80, que defende a capacidade desta dieta de prolongar a vida.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,restricao-calorica-nao-prolonga-expectativa-de-vida-mas-melhora-saude,923271,0.htm

Ministério da Saúde e Indústria assinam acordo para reduzir sódio em margarinas e outros alimentos


Acordo assinado ontem (28) pelo Ministério da Saúde e pela Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) estabelece metas nacionais de redução de sódio em temperos, caldos, cereais matinais e margarinas vegetais até 2015. A estimativa é retirar do mercado brasileiro de alimentos processados 8.788 toneladas desse mineral até 2020.

Essa é a terceira etapa de um conjunto de acordos firmados desde 2011 e que já estabeleceram a redução de sódio nos seguintes alimentos: macarrões instantâneos, pães de tipo bisnaga, de forma e francês, mistura para bolos, salgadinhos de milho, batata frita e palha, biscoitos e maionese. Somadas todas as etapas, a previsão é que mais de 20 mil toneladas de sódio estejam fora das prateleiras até 2020.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o brasileiro consome uma média de 12 gramas de sódio todos os dias. O valor é quase o dobro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de menos 5 gramas por dia. Boa parte do consumo de sódio no país, de acordo com o ministério, está associado ao uso de temperos prontos em residências e restaurantes.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lembrou que o acordo assinado hoje está inserido no Plano Nacional de Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis. “Você conquista a adesão voluntária da indústria a partir de um modelo de monitoramento e garante para o cidadão a opção de ter produtos mais saudáveis”, explicou.

Segundo ele, a própria OMS tem até outubro para estabelecer ações de enfrentamento a doenças crônicas como a hipertensão, provocada, entre outros fatores, pelo excesso de sódio na alimentação. “Esse modelo [brasileiro] pode, inclusive, ser o modelo recomendado pela OMS”, disse. “Esse é um modelo de adesão voluntária da indústria e que pode surtir efeito mais imediato”, completou.

Para o presidente da Abia, Edmundo Klotz, os acordos assinados já apresentam resultados significativos. Os números, entretanto, só devem começar a ser quantificados a partir de 2013, já que a indústria tem dois anos para se adequar às novas metas. “Estamos falando de grande quantidade de empresas. Não pode haver discordância”, ressaltou. “Com paciência, temos conseguido”, concluiu.

A lista completa das metas de redução para cada grupo de alimentos pode ser acessada no Portal Saúde. Com relação à margarina vegetal, por exemplo, o acordo prevê redução de 19% ao ano na quantidade de sódio, até 2015. Já o mesmo mineral presente nos cereais matinais deve ser reduzido 7,5% ao ano até 2013 e 15% ao ano até 2015.

Reportagem de Paula Laboissière, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 29/08/2012

Fonte: http://www.ecodebate.com.br/2012/08/29/ministerio-da-saude-e-industria-assinam-acordo-para-reduzir-sodio-em-margarinas-e-outros-alimentos/

Velhice ou carência de Vitamina B12?



Está tão claro e cientificamente adequado que posto na íntegra esta brilhante matéria do The New York Times, recomendando a leitura por todos.

Afinal, reflitamos: Precisamos mesmo de tantos remédios na vida?

Velhice ou carência de Vitamina B12?

"Ilsa Katz tinha 85 anos quando sua filha, Vivian Atkins, começou a notar que ela estava ficando cada vez mais confusa.

"Ela não conseguia lembrar nomes, onde ela havia estado ou o que tinha feito no mesmo dia", lembra-se Atkins, em uma entrevista. "À princípio, não fiquei muito preocupada. Pensei que fosse um processo normal de envelhecimento. Mas com o passar do tempo, a confusão e os problemas de memória se tornaram mais graves e frequentes."

Sua mãe não conseguia lembrar os nomes de parentes próximos, ou em que dia estavam. Ela achava que precisava ir trabalhar ou ir ao centro da cidade, mas não era o caso. E ela ficava muito agitada.

Um exame em uma clínica de memória resultou em um diagnóstico de estágio inicial de Alzheimer, e os médicos prescreveram Donepezil, que Atkins afirma só ter piorado a situação. Mas a clínica também testou o nível de vitamina B12 no sangue de Katz. Estava muito abaixo do normal, e seu médico achou que isso poderia estar contribuindo para os seus sintomas.

Injeções semanais de B12 começaram a ser administradas.

"Logo depois, sua agitação diminuiu, ela se tornou menos confusa e sua memória melhorou muito", disse Atkins. "Senti que minha mãe havia voltado para mim, e ela também está se sentindo bem melhor."

Hoje com 87 anos, Katz ainda vive sozinha em Manhattan e se sente bem o bastante para recusar ajuda externa.

Mesmo assim, sua filha se pergunta, “Por que será que os níveis de B12 não são conferidos rotineiramente, especialmente em pessoas mais velhas?"

Essa é uma pergunta importante. Ao envelhecermos, nossa capacidade de absorver a vitamina B12 dos alimentos diminui, e geralmente nosso consumo de alimentos ricos nessa vitamina também se reduz. Uma deficiência de B12 pode surgir de repente e causar muitos sintomas confusos, que muitas vezes levam a diagnósticos errados ou são atribuídos simplesmente ao envelhecimento.

Um nutriente vital

A B12 é uma vitamina essencial que atua em várias partes do corpo. Ela é necessária para o desenvolvimento e a manutenção de um sistema nervoso saudável, a produção de DNA e a formação de hemácias.

Uma deficiência grave de B12 pode resultar em anemia, que pode ser detectada em um exame de sangue normal. Mas os sintomas menos dramáticos de uma deficiência de B12 incluem fraqueza muscular, fadiga, tremores, desequilíbrio, incontinência, pressão baixa, depressão e outros problemas de humor, e problemas cognitivos, como memória fraca.

Os laboratórios têm padrões diferentes sobre o que consideram normal, mas a maioria das autoridades no assunto afirma que a deficiência ocorre quando os níveis de B12 em um adulto estão abaixo de 250 picogramas por mililitro de soro. Como todas as vitaminas B, a B12 é solúvel em água, mas o corpo armazena excedentes de B12 no fígado e em outros tecidos. Mas, mesmo que as fontes alimentares sejam inadequadas por um período, a deficiência no soro pode demorar anos para aparecer.

Se a quantidade de B12 armazenada já é baixa, a deficiência pode se desenvolver em um ano, ou até menos em crianças.

As quantidades recomendadas de ingestão de B12 variam: 2,4 microgramas diários para maiores de 14 anos, 2,6 microgramas para mulheres grávidas e 2,8 microgramas para mulheres que estejam amamentando. A não ser em circunstâncias que impeçam a absorção de B12, esses níveis podem ser facilmente atingidos através de uma dieta balanceada que contenha proteína animal.

Em sua forma natural, a B12 está presente em níveis significativos apenas em alimentos derivados de animais, e em maior quantidade em fígado (83 microgramas em uma porção de 99 gramas). Entre as boas fontes estão outras carnes vermelhas, perus, peixes e crustáceos. Há menos vitamina em laticínios, ovos e frangos.

Quem corre risco?

Fontes naturais vegetais são, no mínimo, pobres em B12, e a vitamina delas não é facilmente absorvida. Muitos vegetarianos estritos e todos os veganos, além dos bebês amamentados por eles, devem consumir suplementos ou cereais fortificados para obter níveis adequados.

Certos organismos, como a bactéria espirulina e certas algas, contêm uma pseudo-B12 que o corpo não consegue utilizar, mas que pode resultar em leituras falsas de um nível de B12 normal em exames de sangue. Apesar do que afirmam certas pessoas, a erva-patinha, uma alga, e a grama de cevada não são fontes confiáveis de B12.

Em alimentos de origem animal, a B12 se combina com proteínas e deve ser liberada por ácidos estomacais e uma enzima para que possa ser absorvida. Portanto, usuários crônicos de drogas supressoras de ácido, como o omeprazol, o lansoprazol e o esomeprazol, além de medicamentos contra úlcera, como a famotidina e a cimetidina, correm risco de desenvolver uma deficiência de B12 e muitas vezes precisam tomar suplementos diários da vitamina.

Os níveis de ácidos estomacais diminuem com a idade. Até 30 por cento de pessoas mais velhas podem não contar com uma quantidade suficiente de ácidos estomacais para absorver quantidades adequadas de B12 de fontes naturais. Portanto, o consumo regular de alimentos fortificados ou suplementos com 25 a 100 microgramas diários de B12 é recomendado para pessoas com mais de 50 anos.

A B12 sintética, encontrada em suplementos e alimentos fortificados, não depende dos ácidos estomacais para ser absorvida. Mas, natural ou sintética, apenas uma parcela da B12 consumida acaba sendo absorvida pelo corpo. Tratamentos para curar deficiências de B12 costumam envolver doses muito superiores ao que o corpo realmente precisa.

A B12 livre, tanto natural quanto sintética, precisa se combinar com uma substância no estômago, chamada fator intrínseco, para ser absorvida pelo corpo. Esse fator é reduzido em pessoas com uma doença autoimune chamada anemia perniciosa; a deficiência de vitaminas que resulta disso costuma ser tratada com injeções de B12.

Embora a maioria dos médicos não hesite em recomendar injeções para corrigir deficiências de B12, existem muitas provas de que, em doses suficientemente altas, comprimidos sublinguais e adesivos transdérmicos de B12 podem funcionar tão bem quanto injeções para pessoas com problemas de absorção, até mesmo para aquelas com anemia perniciosa.

Geralmente, um suplemento diário de 2.000 microgramas é recomendado por cerca de um mês, e depois é reduzido para 1.000 microgramas ao dia por mais um mês, depois reduzido novamente para 1.000 microgramas semanais. Comprimidos sublinguais e adesivos transdérmicos de B12, ou até mesmo pirulitos de B12, podem ajudar pessoas que precisam do suplemento mas não conseguem engolir comprimidos.

Outros que correm risco de desenvolver deficiências de B12 são pessoas que bebem muito (o álcool reduz a absorção de B12), pessoas que passaram por cirurgias estomacais, seja para perder peso ou por causa de uma úlcera, e pessoas que tomam aminossalicilatos (para doenças inflamatórias intestinais ou tuberculose) ou a droga contra diabetes, metformina (vendida como Glucophage, entre outras marcas).
Pacientes que tomam anticonvulsivos como fenitoína, fenobarbital e aprimidona também correm risco.

Doses altas de ácido fólico podem mascarar uma deficiência de B12 e causar danos neurológicos permanentes, caso os níveis normais de B12 não sejam restaurados. Suplementos de potássio prejudicam a absorção de B12 em algumas pessoas.

Embora uma deficiência de B12 possa aumentar os níveis do aminoácido homocisteína no sangue, que aumenta o risco de doenças cardíacas e derrames, os suplementos de B12 não diminuem os riscos cardiovasculares.

E embora níveis altos de homocisteína estejam ligados ao Alzheimer e à demência, reduzi-los com suplementos de B12 não parece melhorar a função cognitiva. No entanto, em um estudo, entre mulheres com uma alimentação pobre em B12, suplementos da vitamina desaceleraram significativamente o índice de declínio cognitivo.

The New York Times News Service/Syndicate – Todos os direitos reservados".

http://nytsyn.br.msn.com/colunistas/pode-ser-velhice-ou-car%C3%AAncia-de-b12?page=0

Postado pelo Dr.Ícaro Alcântara no Blog da Liga da saúde: http://ligadasaude.blogspot.com.br/2012/08/velhice-ou-carencia-de-vitamina-b12.html