domingo, 3 de janeiro de 2016

Aveia: o cereal que regula o intestino

A aveia (Avena L.), é uma planta pertencente à família Poaceae. Seu gênero é composto por aproximadamente 450 espécies. Sendo as mais cultivadas a Avena sativa e Avena byzantina. Cereal rico em fibras que pode ser encontrado na forma de farinha, flocos e farelo.

O cereal em si não contém glúten, mas como na maior parte do mundo ele é processado junto ao trigo, é considerado um dos alimentos perigosos para os celíacos. Por isso, é importante sempre verificar a embalagem, pois se ele contiver traços dessa proteína, deverá constar na embalagem "contém glúten".

Principais nutrientes da aveia

Aveia - Por 30 g (uma porção)
Calorias118,2 kcal
Carboidratos20,1 g
Proteínas4,2 g
Lipídios2,4 g
Fibras2,73 g
Cálcio14,4 mg
Potássio100,8 mg
Ferro1,32 mg
Fósforo45,9 mg
Magnésio35,7 mg
Sódio1,5 mg
Zinco0,78 mg
Fonte: Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos / Taco - versão 2, UNICAMP (convertida para a porção de 30 g)
O grande diferencial da aveia são suas fibras, mas aqui ela ganha pela qualidade, e não pela quantidade, principalmente devido às beta-glucanas, que traz diversos benefícios ao organismo, como veremos a seguir. No quesito quantidade, é preciso consumir 25 gramas de fibras ao dia, em uma dieta de 2 mil calorias, e o cereal contém 2,73 g a cada porção. Portanto, isso corresponde a 11% das nossas quantidades diárias. Veja qual porcentagem do Valor Diário* de alguns nutrientes ela também carrega: 
  • 13% de magnésio
  • 11% de zinco
  • 9% de ferro
  • 8% de proteínas
  • 6% de fósforo
  • 6% de carboidratos
  • 1,4% de cálcio.
* Valores Diários de referência para adultos com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400 kJ. Seus valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas.

Benefícios da aveia

Traz saciedade A aveia possui dois tipos de fibras: uma parte são fibras insolúveis, como a celulose, que as enzimas do nosso corpo não conseguem "quebrar". No entanto, o destaque do cereal são suas fibras solúveis, as beta-glucanas, que são parcialmente digeridas pelo intestino. Elas pegam a água que está no órgão e a ?sugam?. Dessa forma, elas crescem de tamanho e vão formando um gel que forra a parede do estômago e do intestino, retardando o esvaziamento gástrico e prolongando a saciedade. Sendo assim, o consumo de aveia é interessante para quem faz dieta. 

Mantém o intestino em ordem Uma das funções mais conhecidas da aveia é a de regular esse órgão. As grandes quantidades de fibras do alimento, quando entram em contato com a água, formam um gel que estimula o funcionamento do trânsito intestinal. Além disso, as fibras do tipo beta-glucana estimulam o crescimento da microbiota intestional, ou seja, dos probióticos. Isso ocorre porque ela serve como "comida" para os lactobacilos. Quando as bactérias proliferam em cima dessas fibras, existe a produção de uma substância, o ácido butírico, que estimula os movimentos do intestino (chamados de peristálticos). O órgão, por sua vez, quando está sendo estimulado, elimina as substâncias tóxicas mais rápido e estimula a renovação celular. Isso diminui a chance de câncer intestinal. 

Uma equipe de pesquisadores ingleses do Imperial College analisou vinte e cinco estudos que envolviam mais de duas milhões de pessoas e chegou à conclusão de que a alta ingestão de fibra alimentar, particularmente de cereais e grãos integrais, como a aveia, está associada com a redução do risco de câncer colorretal. A cada adição de 10 g por dia de grãos integrais no total de fibras ingeridas, constatou-se uma redução de 10% no risco da doença.

Ajuda a defender o organismo A aveia não tem uma ação direta na nossa imunidade, porém, por melhorar o trânsito intestinal, ela pode aumentar as defesas orgânicas do nosso corpo, uma vez que contribui para a saúde da flora intestinal. Afinal, 60% do total de imunoglobulinas do nosso corpo estão nele! Toda vez que estimulamos a microbiota intestinal, acabamos produzindo mais anticorpos, o que melhora a imunidade. 

Previne doenças crônicas O cereal também age no controle da glicose e do colesterol. Lembram do gel que as beta-glucanas formam ao entrar em contato com a água? A glicose e o colesterol ficam mais tempo "presos" nesse gel, para depois serem absorvidos. No caso dos açúcares, isso diminui o tempo de absorção dos carboidratos, melhorando os níveis glicêmicos. Por isso, o consumo de aveia é recomendado aos diabéticos. A ingestão do cereal, especialmente na forma de farelo, também é benéfico para quem tem colesterol alto, já que há uma diminuição em até 10%. 

Não existem estudos suficientes de que a aveia ajuda no controle da hipertensão, no entanto, sabemos que ela é rica em potássio, mineral importante para modular a pressão arterial, evitando a retenção de líquidos. 

Traz mais bem-estar Por ser uma fonte proteica, a aveia contém triptofano, um precursor da serotonina, neurotransmissor responsável pelo controle do nosso humor, conhecido como amigo do bem-estar). Para a conversão de um para o outro, é necessária a ação de uma enzima, que só funciona bem quando os níveis de alguns nutrientes estão adequados, entre eles, o magnésio, encontrado também em boa quantidade no cereal. Sendo assim, a aveia pode ser uma aliada extra no combate à tristeza e até mesmo da depressão.

Faz bem para a pele Como é um alimento rico em silício e proteínas, o consumo de aveia também é bom para a renovação de tecidos, como a pele. Isso ajuda nas divisões celulares e deixa o tecido com uma melhor aparência, além de mais saudável.

Como consumir

A aveia é vendida na forma de farinha, flocos (finos e grossos) e farelo. Ela pode ser consumida junto com as frutas de sua preferência ou adicionada aos sucos, shakes e às vitaminas. A aveia também pode fazer parte da preparação de bolos, tortas (doces e salgadas), pães, biscoitos, cookies, empanados, bolinhos e farofa. Outra forma de utilizá-la é no mingau, ela dá a consistência ao leite sem a necessidade do uso de amido de milho para engrossar.

Quantidade recomendada de aveia


Estudos demonstram que 30 gramas, ou seja, aproximadamente três colheres de sopa de aveia diariamente é o suficiente para obter os benefícios do cereal. Por causa do alto teor de fibras, o consumo deve ser acompanhado da ingestão de líquidos. 

Comparação com outros alimentos

  • A aveia é uma ótima fonte energética, sendo que sua porção de 100 g conta com 67 g de carboidratos, perdendo apenas da quinoa, com 68,8 g e do farelo de trigo com 76 g na mesma porção.
  • Quando falamos em fibras, a aveia não é campeã em quantidade. Uma porção de 30 g contém 2,73 g da substância, enquanto uma porção de chia tem 8,6 gramas, 3 vezes mais. Porém, a qualidade é maior, já que as beta-glucanas têm diversas propriedades importantes para a saúde.
  • Apesar de ter menos minerais do que outros cereais, como podemos ver na tabela abaixa, a aveia ganha do arroz integral, a versão completa do arroz branco, um dos grãos mais consumidos no nosso dia. O indicado é o consumo de 86 g desse alimento, o que equivale a 2 colheres de sopa. Essa porção tem 0,285 mg de ferro e 4,3 mg de cálcio, contra 1,32 mg e 14,4 mg respectivamente desses minerais contidos em 30 gramas de aveia. Ou seja, comparando as porções recomendadas, a aveia contém 3 vezes mais cálcio e 5 vezes mais ferro!
Nutrientes (100 g do grão)AveiaArroz IntegralFarelo de TrigoQuinoaAmarantoLinhaça
Calorias394 kcal123 kcal360 kcal380 kcal373 kcal495 kcal
Carboidratos67 g25,8 g76 g68,8 g64 g43,3 g
Proteínas14 g2,6 g10 g13,11 g13,5 g14,1 g
Gorduras8 g1 g2 g5,77 g6,89 g32,3 g
Fibras9,1 g2,7 g2 g6 g6,67 g33,5 g
Cálcio48 mg5 mg18 mg129 mg160 mg211 mg
Potássio336 mg75 mg--740 mg509 mg869 mg
Fósforo153 mg106 mg--411 mg558 mg615 mg
Magnésio119 mg59 mg--211 mg249 mg347 mg
Ferro4,4 mg0,3 mg4,2 mg9,33 mg7,5 mg4,7 mg
Fonte: Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos / Taco - versão 2, UNICAMP               

Contraindicações

O consumo de aveia é contraindicado para quem tem a doença celíaca, que é causada pela intolerância ao glúten, uma proteína encontrada na aveia (por contaminação do trigo) e em outros alimentos, que provoca dificuldade no organismo de absorver os nutrientes, vitaminas, sais minerais e água. Pessoas que possuem intolerância alimentar também devem evitá-la.
Quem tem síndrome do intestino irritado não deve consumir aveia, pois, por causa da inflamação, precisa de alimentos de fácil digestão. O consumo de muita fibra provoca ainda mais irritação, pois o alimento permanece mais tempo no intestino. 
Já os que possuem intestino muito acelerado também devem evitá-la, pois a aveia possui muitas fibras e ajuda a acelerar ainda mais o trânsito intestinal.
Além disso, a aveia não é recomendada para crianças com menos de seis meses, porque o teor de fibras desse alimento é muito alto e a criança ainda não tem um aparelho digestório que consegue digerir de forma eficiente a aveia. 

Riscos do consumo em exagero

O excesso de consumo da aveia pode causar intolerância alimentar ou flatulência. Todo alimento em exagero pode criar uma intolerância, isso é individual de cada um. Além disso, como todo item rico em fibras, precisamos de maior quantidade de água para ajudar na digestão, senão é possível criar gases. O excesso de fibras na alimentação também diminui a absorção de zinco e cálcio. 

Onde encontrar

Você pode encontrar a aveia em suas diferentes formas nos supermercados e em lojas de produtos naturais.
Fontes Consultadas
Nutricionista Roseli Rossi, especialista em Nutrição Clínica da Clínica Equilíbrio Nutricional, em São Paulo
Nutricionista Janice Chencinski, de São Paulo
Nutrólogo Roberto Navarro (CRM SP 78.392), membro da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran)
FONTE: http://yahoo.minhavida.com.br/alimentacao/tudo-sobre/16691-aveia-o-cereal-que-regula-o-intestino






Pequenas porções de frutas vermelhas na dieta podem trazer diversos benefícios à saúde por Dr. Durval Ribas

As frutas vermelhas caíram no gosto dos brasileiros e são simples de encontrar, com cascas bem características, em cores que variam de vermelho a roxo. A safra teve início em novembro e vai até fevereiro, e, aproveitando que estamos na temporada, vou abordar as vantagens que essas frutas trazem à nossa saúde em curto e médio prazo, mesmo quando consumidas em pequenas porções.

Os exemplos mais comuns são amoras, acerolas, melancias, morangos, groselha, cerejas, uvas escuras, framboesas, ameixas e jabuticabas. Há algumas menos conhecidas por suas características, como a cranberry, a romã, o mirtilo e até mesmo o açaí.

As frutas vermelhas são ricas em vitamina B, que ajuda no funcionamento das células, tem potente ação antioxidante no organismo e contém magnésio, cálcio, antocianinas e compostos fenólicos - por isso podem ser consideradas auxiliares antienvelhecimento. Há ainda a presença de vitamina C, que protege o corpo contra radicais livres, ajuda na digestão de gorduras e melhora o funcionamento do intestino; e de vitamina E, que ajuda a prevenir o corpo de cânceres e doenças no coração, por ser antioxidante.

Algumas dessas frutas têm particularidades. O mirtilo e a framboesa, por exemplo, carregam um nutriente chamado luteína, que ajuda a manter a boa visão. A goji berry, natural de países orientais como a China, tem uma lista de vantagens: ajuda a prevenir o envelhecimento precoce, fortalece o sistema imunológico, potencializa a energia, previne o câncer e cuida da pele.

Alguns estudos divulgados recentemente analisaram e comprovaram a efetividade das frutas vermelhas. O Journal of the American Heart Association, referência mundial em assuntos cardiológicos, publicou material que mostra que a ingestão de amoras e morangos pode reduzir as chances de um infarto, com apenas três ou mais porções por semana. Em outro estudo, do Journal of Agricultural and Food Chemistry, a memória de idosos foi acompanhada e melhorou sensivelmente quando essas frutas começaram a ser consumidas.

A melhor parte é que não é complicado adicioná-las à dieta e não há contraindicações - a não ser, é claro, em casos de intolerância ou alergia. As frutas vermelhas têm, em sua grande maioria, um sabor levemente adocicado, que pode substituir doces em uma dieta, tornando-a mais saudável. Para não perder nenhum dos benefícios nutricionais, o recomendado é que sejam ingeridas em sua forma natural, mas também há geléias, bebidas e tortas derivadas.

FONTE: http://yahoo.minhavida.com.br/alimentacao/materias/20272-pequenas-porcoes-de-frutas-vermelhas-na-dieta-podem-trazer-diversos-beneficios-a-saude

A importância do mineral cobre

Cobre é importante para a saúde da pele e cérebro. Mineral também melhora a imunidade e a saúde do coração e tem ação antioxidante.

O cobre é um mineral considerado essencial para o organismo. Ele é um oligoelemento, elemento químico essencial para os seres vivos encontrado em baixa concentração nos organismos, porém de fundamental importância biológica. 
O corpo humano não consegue produzir o cobre, ele é obtido por meio da alimentação. O cobre ajuda na formação de algumas células sanguíneas, hormônios e enzimas antioxidantes, também contribui para a síntese de neurotransmissores, formação da bainha de mielina e regulação da expressão gênica. O cobre ainda ajuda a regular a quantidade de ferro no organismo e na formação de tecidos conjuntivos. 

Benefícios comprovados do cobre

Bom para a pele: O cobre é bom para a pele por alguns motivos. Ele é importante para a formação de melanina, que desempenha um papel na pigmentação da pele, cabelos e olhos, impedindo, por exemplo, a formação de manchas de pele, melasma. 
A lisil oxidase, é uma enzima dependente de cobre responsável pela ligação cruzada de colágeno e elastina, que são essenciais para a formação de tecido conjuntivo forte e flexível. Por fim, a ação antioxidante que o cobre proporciona por meio das enzimas antioxidantes também irá contribuir para uma pele mais saudável e bonita. 
Bom para o cérebro: Muitas cuproenzimas, enzimas dependentes de cobre, são responsáveis por diversas reações essenciais para a função normal do cérebro e do sistema nervoso. Estas enzimas dependentes de cobre são responsáveis pela síntese de neurotransmissores. Além disso, a formação e manutenção da bainha de mielina, bainha protetora que cobre os nervos, é feita de fosfolípidos cuja síntese depende da atividade do citocromo c oxidase, enzima dependente de cobre. A forte ação antioxidante que o cobre proporciona indiretamente também irá prevenir doenças cerebrais degenerativas. 
Bom para a imunidade: O cobre é essencial para que as pessoas tenham um bom aproveitamento da vitamina C. Esta vitamina aumenta a produção de glóbulos brancos, células que fazem parte do sistema imunológico e que tem a função de combater microorganismo e estruturas estranhas ao corpo. A vitamina C também aumenta os níveis de anticorpos no organismo. Assim, ela ajuda a fortalecer o sistema imunológico, deixando nosso corpo menos suscetível a doenças. A poderosa ação antioxidante que o cobre proporciona indiretamente também age de forma positiva na imunidade. 
Bom para o coração: O cobre é um mineral essencial para enzimas antioxidantes como a superóxido dismutase e a celuroplasmina, que impedem a ação dos radicais livres sobre a oxidação de lipídeos, diminuindo o risco de doenças cardíaca, uma vez que as gorduras oxidadas podem levar ao entupimento de artérias. 
Além disso, a lisil oxidase, é uma enzima dependente de cobre responsável pela ligação cruzada de colágeno e elastina. A ação da lisil oxidase ajuda a manter a integridade do tecido conjuntivo no coração e nos vasos sanguíneos e também desempenha um papel na formação dos ossos. 

Deficiência de cobre

A deficiência de cobre no organismo pode causar problemas como manchas na pele, neutropenia (anormalmente baixo número de glóbulos brancos chamados neutrófilos), osteoporose e doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson. Problemas na tireoide também podem ocorrer diante da carência de cobre. 

Farinha de soja possui boas quantidades de cobre - Foto: Getty Images
Farinha de soja possui boas quantidades de cobre
Foi verificado que os animais que consumiam dietas deficientes em cobre morriam repentinamente de hemorragia interna causada por defeitos estruturais das artérias, uma vez que a concentração de colágeno e elastina diminuíam significativamente neste grupo deficiente de cobre. Assim, descobriu-se que o cobre participa indiretamente da formação de elastina e colágeno, uma vez que este mineral é importante para a formação da enzima lisil oxidase, responsável pela formação de colágeno. 

Existem vários exames que podem ser solicitados por médico ou nutricionista para identificar a carência de ferro, como o cobre urinário de 24 horas, cobre total, cobre plasmático não ligado à ceruloplasmina, cobre livre, cobre hepático, verificando assim a real necessidade do indivíduo deste mineral. 

Interações com o cobre

Zinco: Altas ingestões dietéticas de zinco podem aumentar a síntese de uma proteína chamada de metalotioneína intestinal, que se liga ao cobre impedindo sua absorção intestinal. 
Açúcar mascavo possui boas quantidades de cobre - Foto: Getty Images
Açúcar mascavo possui boas quantidades de cobre
Vitamina C: Pesquisas em animais apontaram que o suplemento de vitamina C pode diminuir a quantidade de cobre no organismo. 
Medicamentos: A penicilamina aumenta a excreção urinária de cobre, os indivíduos que tomam a medicação para fins diferentes da sobrecarga de cobre podem ter uma maior exigência nutricional do mineral. Além disso, os antiácidos podem interferir com a absorção do cobre quando usados em quantidades muito elevadas. 

Fontes de cobre

Confira a quantidade de cobre presente nas principais fontes do mineral:  
Fontemg/100g
Cacau em pó4,40 mg
Farinha de Soja2,88 mg
Açúcar mascavo2,41 mg
Lentilha1,31 mg
Chocolate1,21 mg
Amendoim torrado1,10 mg
Aveia1,00 mg
Amêndoa1,00 mg
Brócolis0,84 mg
Castanha-do-pará0,66 mg
Cogumelo0,65 mg
Carne bovina0,65 mg
Amendoim cru0,62 mg
Pão de centeio0,61 mg
Arroz0,58 mg
Ervilha verde0,57 mg
Caranguejo0,57 mg
Ovo de galinha, gema0,57 mg
Rabanete0,50 mg
Favas0,50 mg
Cevada0,50 mg
Alcachofra0,50 mg
Fonte: Tabela Brasileira de Composição de Alimentos ? TACO - 4ª edição revisada e ampliada. 

Quantidade recomendada de cobre

IdadeHomens (mcg/dia)Mulheres (mcg/dia)
0 - 6 meses200200
7-12 meses220220
1- 3 anos340340
4 - 8 anos440440
9 -13 anos700700
14 -18 anos890890
19 anos ou mais900900
Gravidez-1000
Lactação-1300
Fonte: Departamento de agricultura dos Estados Unidos 

O uso do suplemento de cobre

O suplemento de cobre é recomendado quando a pessoa não consegue obter quantidades suficientes do mineral na alimentação. É comum veganos apresentarem deficiência do nutriente. A suplementação de cobre só pode ser realizada após a orientação de uma nutricionista ou médico. 

Riscos do consumo em excesso

O excesso de cobre ocorre normalmente por meio da suplementação. Os sintomas de toxicidade aguda de cobre incluem dor abdominal, náuseas, vômitos e diarreia. Sinais mais graves de toxicidade aguda de cobre incluem danos severos no fígado, insuficiência renal e coma. O excesso de cobre pode causar também a diminuição da absorção de vitamina C. 

Máximo de Ingestão Tolerável (UL) para cobre

IdadeUL (mcg/dia)
0 -12 mesesNão estabelecido
1-3 anos1000
4 - 8 anos3000
9 - 13 anos5000
14 - 18 anos8000
Acima de 19 anos10000
Fonte: Departamento de agricultura dos Estados Unidos 

Fontes consultadas:

Nutricionista Karina Valentim da PB Consultoria em Nutrição 
Nutróloga Marcella Garcez, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) 

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Tireóide e alimentação: o que evitar e o que consumir para minimizar os efeitos de substâncias tóxicas para a tireóide.




Alimentar-se de forma equilibrada é importante para a manutenção de peso ideal e da saúde plena. 

O mesmo se aplica para as pessoas com algum distúrbio na tireoide, seja ele hipotireoidismo ou hipertireoidismo. De acordo com a Dra. Laura Ward, presidente do Departamento de Tireoide da SBEM (Gestão 2011-2012), embora certos alimentos, quando ingeridos em excesso e por longos períodos, possam interferir com o metabolismo da tireoide, sua proibição não é usual para quem tem problemas com a glândula. “Apenas em situações especiais, como antes da realização de alguns exames ou tratamentos específicos, é que uma dieta direcionada é orientada. No geral, o ideal é que se mantenha uma alimentação saudável e balanceada em todos os nutrientes”, afirma.

Mas antes de explicar mais sobre o tema, sugiro que você nos siga no instagram: @drfredericolobo e @rodrigolamoniernutri para mais informações de qualidade em Nutrologia/Nutrição. Lá, postamos principalmente nos stories, informação de qualidade.

Segundo a especialista, quem tem problemas na glândula deve ficar atento a excessos de determinados tipos de alimentos. “O ideal é que o paciente não coma sal em grande quantidade, já que o sal é iodado e o excesso de iodo pode piorar um distúrbio de tireoide latente (não manifestado clinicamente ainda) ou já em tratamento. Isso desregula totalmente o metabolismo do indivíduo”, alerta.

A endocrinologista chama atenção ainda para os alimentos que podem causar bócio, os chamados bociogênicos, ou que contenham isoflavonas em grande quantidade. “Alimentos como repolho, nabo, soja e couve podem ser consumidos uma ou duas vezes por semana, mas não todos os dias”, alerta Dra. Laura.

Atenção para a Soja

De acordo com Dra. Tânia Bachega, presidente da Comissão Nacional dos Desreguladores Endócrinos da SBEM, a partir da aprovação da rotulagem de alimentos com soja como protetores para doença coronariana pelo Food and Drug Administration (FDA), em 1999, o consumo destes produtos vem aumentando a cada dia. “Com o aumento no consumo de soja, cresceram as preocupações se este alimento poderia afetar o equilíbrio da função tireoidiana. Estudos in vitro demonstraram que os fitoestrógenos presentes na soja, além de diminuírem a ação periférica dos hormônios tireoidianos, também afetam a sua síntese por inibição da tireoperoxidase, uma enzima chave na síntese dos hormônios tireoidianos. Eles induzem ainda a proliferação dos tireócitos, predispondo ao hipotireoidismo e bócio”, explica. “É muito discutida a hipótese de que a ingestão da soja por indivíduos predispostos ao desenvolvimento de doença tireoidiana poderia desencadear ou acelerar a evolução para franco hipotireoidismo”, alerta.

Segundo dados de uma pesquisa, comentados pela especialista, em uma análise de mulheres com hipotireoidismo subclínico, observou-se que o consumo diário de 16 mg/dia de isoflavona, equivalente ao ingerido pelos vegetarianos, aumentou em três vezes o risco para o desenvolvimento de hipotireoidismo franco. “Este hipotireoidismo não foi reversível com a suspensão da ingestão de soja, sugerindo que as isoflavonas também possam atuar através da modulação do processo autoimune”, explica. “Outro aspecto importante que merece ser enfatizado é que os fitoestrógenos podem diminuir a absorção tanto do hormônio tireoidiano como do iodo, havendo a necessidade de um fino ajuste da dose da terapia com levotiroxina, especialmente nos portadores hipotireoidismo congênito”, reitera.

Em relação ao consumo ideal de soja, Dra. Tânia explica que não é possível determinar qual seria a dose isenta de efeitos nocivos: “Baseando-se no mecanismo de ação dos desreguladores endócrinos, doses pequenas podem alterar o funcionamento da tireoide, especialmente nos indivíduos de maior suscetibilidade: fetos, lactentes e adolescentes”, explica. Os fitoestrógenos podem também ser encontrados em outros alimentos como cevada, centeio, ervilha e algas.

Fonte: http://www.endocrino.org.br/alimentacao-e-tireoide/

Minhas considerações sobre o tema  (Dr. Frederico Lobo) e do meu Nutricionista (Rodrigo Lamonier) que por sinal é portador de Tireoidite de Hashimoto e por isso há anos estuda as erroneamente denominadas "Dieta para tireóide"
  1. Logo que um paciente portador de Hipotireoidismo chega ao nosso consultório (atendemos os pacientes juntos) utilizamos uma imagem para explicar a fisiologia da tireóide e de quais nutrientes a tireóide é dependente. Também deixamos claro que essa história de Dieta para tireóide é um mito. Não existe isso na nossa concepção e nem a luz das evidências científicas. O que existe de real é o paciente, ou seja, suas particularidades e resposta a diversos agentes.
  2. Tem aumentado o número de pacientes portadores de hipotireoidismo que relatam ser portadores de Sensibilidade não-celíaca ao glúten. Não há respaldo científico (estudos conclusivos) para a retirada do glúten nesses pacientes e novos estudos devem ser feitos. Na prática o que temos visto é que alguns desses pacientes (assim como os portadores de outras doença autoimunes) relatam melhora dos sintomas de hipotireoidismo após a retirada do glúten da dieta. Mas isso não é regra. Outra observação que tenho feito: 1) os níveis de Anti-TPO e Anti-tireoglobulina caem após a retirada de glúten em uma parcela de pacientes. 2) os níveis de TSH caem após a retirada do glúten e sobem após a reintrodução. Como salientei, NÃO há nenhum respaldo científico. É puramente observação empírica, já que os pacientes por conta própria cortam o glúten e só depois relatam para gente. É algo a ser estudado.  Na Clínica Medicare eu e o meu Nutricionista  elaboramos um esquema terapêutico para isso. Sempre objetivando que o paciente retorne o consumo de glúten caso não apresente sintomas. Retirar glúten quando não sensibilidade, na nossa opinião é iatrogenia. 
  3. Chá verde, linhaça, , mandioca, batata doce, inhame, cará, nabo, rabanete e crucíferas (repolho, brócolis, couve de bruxelas, couve, couve-flor, mostarda escura) e babaçu são alimentos que teoricamente podem alterar a cinética do Iodo na tireóide. Não há estudos conclusivos respaldando a retirada deles nos portadores de hipotireoidismo. O consumo algumas vezes semana pode ser uma alternativa. Ao longo dos anos elaboramos um esquema que tem funcionado e a pessoa não deixa de consumi-los semanalmente. O que muda é o modo de preparo, ou seja, se cozinhar reduz muito as substâncias que podem alterar a tireóide.
  4. Excesso de Iodo também pode ser deletério, portanto nada de suplementar Lugol. Quando se dá Lugol (solução composta por Iodeto e Iodo metalóide) os níveis de TSH se elevam e o endocrinologista perde o parâmetro do TSH. Além disso nos pacientes que não possuem processo autoimune (Hashimoto) pode ocorrer uma deflagração do processo. Já vi inúmeras vezes pacientes sem anticorpo elevado e que após utilização por conta própria de Lugol, tiveram os níveis aumentados. A utilização de Lugol não tem respaldo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e nem da Nutrologia. Tem vários posts sobre isso aqui no blog: http://www.ecologiamedica.net/2018/02/posicionamento-sobre-lugol-pela-sbem.html?m=0http://www.ecologiamedica.net/2017/01/coletanea-de-posts-sobre-lugol-e.html?m=0 | http://www.ecologiamedica.net/2014/09/devo-tomar-iodo.html?m=0
  5. A deficiência de Iodo pode levar ao hipotireoidismo e ao bócio endêmico. Existe uma política de saúde pública no Brasil, na qual há uma iodação do nosso sal de cozinha. Nas regiões próxima à faixa litorânea os alimentos possuem um maior teor de iodo. Quanto mais se adentra ao país, menor fica sendo o teor de iodo nos alimentos e mais baixa a ingestão das principais fontes. O iodo (pode ser encontrado na alimentação: algas marinhas, ovo, salmão, sardinha, truta, atum, linguado, pescada, bacalhau, cavala e arenque). A recomendação usual de iodo é de 100 a 150 microgramas ao dia (o que corresponde a 150g de pescada ou 150 g de salmão) para adultos. Esta concentração é adequada para manter a função normal da tireóide. Na gestação recomenda-se 175mcg de Iodo e é o que os multivitamínicos/multiminerais gestacionais apresentam.
  6. Selênio é um nutriente fundamental para a saúde tireoideana. Ele auxilia na conversão periférica do hormônio T4 (inativo) em hormônio ativo, o T3. As enzimas que fazem a conversão são chamadas de deiodinase (elas removem os átomos de iodo do T4 durante a conversão) são dependentes do selênio. Como o T3 é a forma ativa do hormônio da tireoide, e níveis baixos de T3 podem causar sintomas de hipotireoidismo, faz-se necessário otimizar a conversão. Entretanto faz-se necessário dosar os níveis sanguíneos de selênio, já que o excesso pode também ser deletério para a tireóide e inibir a captação de iodeto. Raríssimas vezes fazemos suplementação de selênio. Até porque alguns estudos mostram toxicidade, sendo assim é melhor optar pelas fontes alimentares. Lembrando que a toxicidade de selênio não é rara, visto que algumas pessoas acham que consumir 5 a 6 castanhas do pará por dia, várias vezes na semana não é inofensivo. É perigoso sim, tudo em excesso faz mal. Outros nutrientes que podem influenciar nas Deiodinase são: ferro, zinco, cobre, vitamina D e vitamina A
  7. Há estudo com ratos obesos mostrando que a suplementação de Zinco pode ser deletéria nesses casos (nos ratos obesos, mas não nos magros), pois diminuiria a atividade da Deiodinase-5. Assim como há estudos em humanos mostrando que a deficiência de zinco pode diminuir a atividade de Deiodinase-5. Na dúvida: coma carne e frutos do mar caso não seja vegetariano. 
  8. Dietas muito restritivas diminuem a conversão de T4 para T3. Portanto: alimente-se, nada de ficar muitas horas sem se alimentar. Existe um tempo aceitável nesses casos. E um trabalho publicado em 2020 mostrou que o Jejum intermitente de até 16 horas não reduziu a conversão periférica. Na nossa prática termos parcimônia ao indicar Jejum intermitente para pacientes com Hashimoto.
  9. Intoxicação por metais tóxicos, em especial Mercúrio, Chumbo e Níquel podem alterar a tireóide. O mercúrio faz um bloqueio na conversão do T4 para T3. Caso o médico julgue necessário, deve solicitar um mineralograma capilar. Alguns agrotóxicos levam na composição metais tóxicos, portanto estamos sujeitos à exposição. Além disso alguns agrotóxicos também promovem uma disrupção endócrina, com alterações dos eixos hormonais, dentre eles o tireoideano.
  10. Não negligencie o fator emocional, nível de estresse e qualidade de sono. Os três podem alterar a função tireoideana. Assim como o sedentarismo pode se forma indireta alterar a função tireoideana. 
  11. 11. Chlorella, spirulina e outras algas: são alguns dos alimentos que na internet propagam como benéficos para a tireóide. Não há respaldo para a utilização dos mesmos, nem contra-indicação. Nós não prescrevemos.
Autores:
Dr. Frederico Lobo - CRM-GO 13192 - RQE 11915 - Medico Nutrólogo
Rodrigo Lamonier - Nutricionista e Profissional de Educação física




quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Mensagem de fim de ano

Mais um ano se encerra... Dia 13 de Janeiro de 2016 esse blog completará exatos 5 anos. Engraçado como despretensiosamente o comecei e hoje ele virou motivo de orgulho pra mim. Recebo cerca de 1500 a 2000 visitas por dia e com isso sei que estou mudando influenciando a vida de várias pessoas. Mas como isso?

  1. Muitos deixaram de cair em falácias, graças às informações de qualidade que posto semanalmente (ao menos tento).
  2. Muitos perceberam que estavam seguindo tratamentos sem o respaldo das maiores autoridades em endocrinologia no mundo (hCG, hGH, Iodo) e deixaram de seguir.  
  3. Muitos questionaram seus médicos a respeito de algumas condutas, baseado em textos por mim escritos ou pelo grupo ao qual ajudei a fundar (Desconstruindo mitos em saúde, uma equipe sensacional e qualificada). Brinco que daqui uns dias eu viro referência bibliográfica. (LOBO, et al rs). 
  4. Muitos deixaram de gastar rios dinheiro com produtos (alimentos, exames, etç) sem evidências científicas.
  5. Muitos pararam de viver em um grande terrorismo nutricional diário (glúten, leite, canola, óleo de coco) que assola o nosso país, e buscaram ter uma alimentação variada, de qualidade e sem restrições infundadas. 
  6. Muitos trocaram os alimentos convencionais por orgânicos, não porque orgânicos são mais nutritivos, mas porque não possuem veneno. 
  7. Muitos descobriram que sono é qualidade de vida, procuraram dormir mais cedo. 
  8. Muitos buscaram auxílio de médicos e nutricionais ao invés de seguir as dicas de blogueiras. 
  9. Muitos decidiram abandonar o sedentarismo e começaram a praticar alguma atividade física. 
  10. Muitos deixaram comentários e foram respondidos. Outros deixaram ofensas por discordarem das minhas idéias, para esses o meu "Só lamento !".
  11. Muitos pediram indicação de profissionais em suas cidades e eu indiquei sempre que conhecia. E muitos escreveram para agradecer a indicação, pois adoraram meus amigos. 
  12. Muitos quiseram consultar comigo, agendaram, dei o meu melhor no atendimento, hoje não são apenas seguidores do blog, mas também pacientes do Dr. Frederico Lobo. 
  13. Muitos sugeriram que eu escrevesse sobre determinados temas e assim o fiz.
  14. Muitos tiveram gratidão por informações aqui encontradas. Dinheiro nenhum no mundo paga a satisfação que tenho em saber que pude ser útil a alguém que nunca vi. 


Minha gratidão a todos que me acompanharam nesses 5 anos. Aos que me estimularam a estudar, aos que me questionaram, aos que me elogiaram e aos que são fiéis seguidores. Esse blog é para vocês.

Abaixo uma prescrição minha para todos vocês.




segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Médico pode prescrever dieta? Sim, segundo novo parecer do CRM.

Abaixo, o parecer do CFM sobre a prescrição de dieta, retirado de: http://cremepe.org.br/2015/08/28/prescricao-medica/


EMENTA: a prescrição de dieta é atribuição não privativa do médico. Compete aos médicos e nutricionistas, possuindo cada profissional suas atribuições específicas.

CONSULTA: médico ginecologista solicita deste Conselho parecer sobre os seguintes questionamentos:

É permitido ao médico, sob o ponto de vista legal, a prescrição de dietas?
Como deve proceder o médico que recebe algum documento advertindo-o da ilegalidade da prescrição de dietas, vindo de outros Conselhos como o Conselho Regional de Nutrição?
Como deve proceder o médico que recebe algum documento ou intimação proveniente de autoridade legal como juiz, advertindo-o da ilegalidade da prescrição de dietas por médico?


FUNDAMENTAÇÃO:  Há mais de um lustro, o CFM, através da Resolução CFM nº 826/78 reconhece Especialidade de Nutrologia, em âmbito nacional.

Em toda a prática médica a nutrição tem papel preponderante, sendo indispensável que ele conheça bem a nutrologia, para praticá-la no benefício de seus pacientes, sendo esta uma prerrogativa do exercício da medicina. Outros profissionais da saúde, em ação multiprofissional, como os nutricionistas, atuam sob orientação do médico, e, neste caso em particular, colabora na elaboração de dieta personalizada ao paciente. O Conselho de Nutrição, em que pese a Lei 8.234/1991, que regulamenta a profissão do Nutricionista, caso negue ao médico esta prerrogativa de prescrição médica de dietas, pratica cerceamento do exercício profissional do médico, que ficaria impossibilitado de tratar grande parte dos seus pacientes.

De acordo com a citada Lei, são atividades dos nutricionistas: artigo 3º,  inciso VIII “assistência dietoterápica hospitalar, ambulatorial e a nível de consultórios de nutrição e dietética, prescrevendo, planejando, analisando, supervisionando e avaliando dietas para enfermos”, e artigo 4º,  inciso VII “prescrição  de  suplementos nutricionais, necessários à complementação da dieta”.

Portanto, a prescrição de dietas cabe aos dois profissionais − médicos e nutricionistas, cada, um, contudo, com suas atribuições especificas.

A responsabilidade da indicação e prescrição médica da terapia nutricional de paciente hospitalizado ou em regime ambulatorial, quer seja enteral ou parenteral, por se tratar de ato que envolve tanto o diagnóstico quanto o tratamento, e por isso ser ato de competência médica, é de responsabilidade do médico assistente. Ao nutricionista, cabe também a prescrição de dietas, sob orientação médica, e dentro de sua competência, a elaboração de cardápio personalizado.

O consulente não se refere a uma dieta específica, o que leva esta parecerista acrescentar que em casos de nutrição parenteral (NP), equipe mínima multiprofissional deve ser composta por um  médico  (coordenador  e  responsável  técnico), uma  nutricionista,  uma  enfermeira  e  um  farmacêutico.  Outros  profissionais  podem ser  acrescidos  conforme  a  necessidade e abrangência do Serviço de Nutrição Parenteral, tendo cada membro sua atribuição bem definida na Portaria nº 272/MS – SNVS/1998.

Destaco, as atribuições do médico e do nutricionista:

São atribuições do médico:

  • Estabelecer o acesso intravenoso central, para a administração da NP;
  • Proceder o acesso intravenoso central, assegurando sua correta localização;
  • Orientar o paciente, os familiares ou o responsável legal quanto aos riscos e benefícios do procedimento;
  • Participar do desenvolvimento técnico-científico relacionado ao procedimento;
  • Garantir os registros da evolução e dos procedimentos médicos.


São atribuições do nutricionista:

  • Avaliar os indicadores nutricionais subjetivos e objetivos, com base em protocolo preestabelecido, de forma a identificar o risco ou a deficiência nutricional e a evolução de cada paciente, até a alta nutricional estabelecida pela equipe multiprofissional de terapia nutricional;
  • Avaliar qualitativa e quantitativamente as necessidades de nutrientes baseadas na avaliação do estado nutricional do paciente;
  • Acompanhar a evolução nutricional dos pacientes em terapia nutricional, independente da via de administração;
  • Garantir o registro, claro e preciso, de informações relacionadas à evolução nutricional do paciente;
  • Participar e promover atividades de treinamento operacional e de educação continuada, garantindo a atualização dos seus colaboradores.


CONCLUSÃO: é permitido ao médico, sob o ponto de vista legal, a prescrição de dietas. Todavia esta atribuição não é privativa do médico.

É o parecer, SMJ.


Recife, 05 de maio de 2015.


Maria Luiza Bezerra Menezes

Consª Parecerista

Fonte: http://cremepe.org.br/2015/08/28/prescricao-medica/

domingo, 13 de dezembro de 2015

O mito da dieta hCG e porque os endocrinologistas do mundo todo desaprovam


Dieta hCG

A Gonadotrofina Coriônica ( HCG) é uma glicoproteína hormonal produzida pelas células trofoblásticas sinciciais. É o único hormônio exclusivo da gravidez, conferindo alta taxa de acurácia como diagnóstico de gestação. Possui a função de manter o corpo lúteo no ovário durante o primeiro trimestre de gestação, estrutura essencial à manutenção da gravidez.

Em algumas situações patológicas como, mola hidatiforme, coriocarcinoma e câncer de testículo podemos evidenciar a produção do hCG diverso da gravidez e o médico está habilitado ao diagnóstico diferencial correto em tais situações.

No homem a Gonadotrofina Coriônica (HCG) atua estimulando as células intersticiais de Leydig e, consequentemente, a secreção de androgênios.

Em crianças com criptorquidismo, a HCG atua induzindo a maturação do testículo subdesenvolvido, o crescimento dos cordões espermáticos extremamente curtos e a descida do testículo.

A última revisão sobre o tema, evidenciou que o emagrecimento promovido pela mesma, decorre da dieta hipocalórica de 500Kcal. O mesmo estudo (metanálise) frisa que há riscos de eventos trombóticos com o uso do hCG. O CRM-MS emitiu parecer contrário à dieta: http://www.portalmedico.org.br/pareceres/CRMMS/pareceres/2013/4_2013.pdf

Recentemente (Maio/2015) a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia em conjunto com a Associação Brasileira para Estudos da Obesidade e Síndrome metabólica publicaram um posicionamento sobre a tal terapia: http://www.endocrino.org.br/posicionamento-sobre-hcg/

"Posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) em relação à utilização da Gonadotrofina Coriônica Humana (hCG) para tratamento da obesidade.

Considerando que muitos médicos estão administrando hCG para pacientes que querem emagrecer, alegando sua eficácia para tal propósito;
Considerando que não há nenhuma evidência cientifica que hCG seja útil no tratamento da obesidade (pelo contrário, o que se tem de evidências é que não tem nenhuma eficácia);
Considerando que o tratamento com hCG pode ser deletério para os pacientes, podendo levar a graves consequências clínicas, conforme documentado na literatura médica;

A SBEM e a ABESO posicionam-se frontalmente contra a utilização de hCG com a finalidade de emagrecimento, considerando tal conduta não ter evidências científicas de eficácia e apresentar potenciais riscos para a saúde.

No consultório tenho atendido vários pacientes com complicações por uso do hCG. Quem visita meu instagram já percebeu que sempre aparece alguém comentando sobre a experiência negativa que teve com o hCG. Minha visão é a seguinte: as pessoas que perdem peso com a dieta do hCG é devido a restrição calórica.

O hCG pode ser usado mas há indicações. A forma injetável de hCG, vendida com receita médica, é aprovada, como tratamento da infertilidade ( na mulher), criptorquidismo, hipogonadismo hipogonadotrófico e puberdade tardia ( no homem e crianças).

Não há provas de que a Gonadotrofina Coriônica (hCG) aja sobre o metabolismo dos lipídios ou sobre a distribuição dos tecidos adiposos ou ainda, que influencie o apetite.

Consequentemente, a Gonadotrofina Coriônica (hCG) não possui indicações relativas ao controle de peso.( bula medicamento).

O hCG é classificado como “categoria X” pela FDA, significando que ele pode causar malformações fetais. Também constam nas orientações desta categorização que o seu uso não deve ser aplicado a pacientes com câncer hormônio-relacionados, tais como o câncer de próstata, endométrio, mama, ovário; bem como outras patologias homônio-relacionadas.

Com efeito, testes adicionais podem ser necessários para estabelecer a segurança do hCG
para indivíduos com distúrbios da tireóide ou glândula adrenal, cistos ovarianos, hemorragia
uterina, doença cardíaca, epilepsia, enxaqueca ou asma.

Os principais estudos existentes sobre a dieta hCG são esses:

1. Pektezel MY, Bas DF, Topcuoglu MA, Arsava EM. Paradoxical consequence of human chorionic gonadotropin misuse. J Stroke Cerebrovasc Dis. 2015 Jan;24(1):e17-9.

2. Thellesen L, Jørgensen L, Regeur JV, Løkkegaard E. [Serious complications to a weight loss programme with HCG.]. Ugeskr Laeger. 2014 Jul 21;176(30).

3. Lempereur M, Grewal J, Saw J. Spontaneous coronary artery dissection associated with β-HCG injections and fibromuscular dysplasia. Can J Cardiol. 2014 Apr;30(4):464.e1-3.

4. Sanches M, Pigott T, Swann AC, Soares JC. First manic episode associated with use of human chorionic gonadotropin for obesity: a case report. Bipolar Disord. 2014 Mar;16(2):204-7.

5. Goodbar NH, Foushee JA, Eagerton DH, Haynes KB, Johnson AA. Effect of the human chorionic gonadotropin diet on patient outcomes. Ann Pharmacother. 2013 May;47(5):e23.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

CFM recua e permite publicidade de médicos nas redes

Dois meses após endurecer as regras para a publicidade médica nas redes sociais, o Conselho Federal de Medicina (CFM) vai voltar atrás em um aspecto da decisão. A reação dos médicos motivou a alteração do texto da resolução e, agora, será permitido que os profissionais  divulguem endereço e telefone do consultório no Facebook, Instagram e outros perfis pessoais na internet. Selfies durante o ato médico continuam proibidas.

A alteração será publicada entre segunda e terça-feira, informou o conselheiro Emmanuel Fortes Cavalcante,  3º vice-presidente do CFM e um dos relatores da resolução. Ele admitiu que o texto atual suscita interpretações equivocadas e que isso provocou certo desconforto na comunidade médica, gerando críticas.

"A página pessoal do médico, inclusive no Facebook, funciona como cartão de apresentação", disse Cavalcante ao Estado, sobre a nova determinação, que deve "tranquilizar os conselheiros". Em entrevistas à imprensa e a sites e blogs, os profissionais seguem proibidos de divulgar os contatos do consultório - só podem se identificar com o nome e a especialidade.

Imagens de "antes e depois", utilizadas principalmente por profissionais da área de estética, seguem impedidas - e as selfies podem ser publicadas desde que não sejam feitas durante o ato médico. Quando o paciente é quem decide publicá-las, os profissionais têm liberdade para concordar ou não. O aconselhamento, no entanto, é para que não permitam, "para evitar exposições".

Elogios em excesso. Fortes afirma que, se for constatado que o médico está sendo "muito elogiado" por pacientes, o CFM deverá investigar. "Temos muitos processos éticos em andamento. São casos de médicos que instrumentalizam o paciente para fazer divulgações a respeito do seu trabalho. É uma transgressão às normas, assim como matérias pagas em publicações", afirma o vice-presidente.

Publicadas em 28 de setembro, as novas regras vetam o uso de aplicativos de bate-papo para "consultar, diagnosticar ou prescrever por qualquer meio de comunicação de massa ou a distância". Fortes afirma que dúvidas, intercorrências e emergências podem continuar sendo reportadas aos médicos por WhatsApp ou Facebook. "Todos os médicos que têm algum grau de responsabilidade passam seu telefone pessoal para o paciente, não só o do consultório", diz. As consultas, no entanto, devem ser obrigatoriamente presenciais. "À distância não pode. Nem por Skype", completa.

Como é difícil ter acesso à privacidade, o CFM só fiscaliza quando surge alguma queixa ou denúncia. Se for constatado prejuízo ao paciente, o médico vai ser penalizado, podendo ter o exercício da profissão suspenso por 30 dias ou mesmo cassado o registro profissional.

Fonte: http://m.saude.estadao.com.br/noticias/geral,cfm-recua-e-permite-publicidade-de-medicos-nas-redes,10000003755


Minha opinião:

Concordo com a resolução ao proibir fotos com pacientes. Na minha opinião, o sigilo médico sobre quem você atende, deve ser mantido. Sabemos que muitos médicos utilizam da artimanha de atender famosos e com isso angariar pacientes. A mesma coisa vale para fotos de antes e depois. Paciente não é cliente, paciente não é troféu. Parte da decadência da medicina é culpa dos próprios médicos, pois deixam de seguir o juramento Hipocrático. Deixam a qualidade cair em detrimento de dinheiro.

Mas concordo com a nova decisão do CFM, em permitir a divulgação de telefone e endereço no consultório nas redes sociais. É a única forma de fazer publicidade médica, já que as demais são vetadas (e concordo com a proibição).

Portanto com a nova resolução, fica permitido informar telefone e endereço do consultório nas redes sociais, MAS não em entrevistas.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Água emagrece? Sim, não ou talvez ?

Repostando uma ótima postagem do pessoal do @cienciainforma da USP.


Para isso há apenas um mecanismo plausível,um balanço calórico negativo.

Para testar o efeito no consumo calórico um estudo avaliou, por 12 semanas, uma dieta hipocalórica associada, ou não, ao consumo de 500ml de água antes de cada refeição. Como resultado os autores observaram uma perda de peso corporal 2kg maior no grupo que consumiu a água. Uma possível explanação seria a significativa redução no consumo calórico observado nas refeições teste.

Esse efeito já foi observado por outros: com redução de quase 13% do consumo calórico e até uma menor sensação de fome e maior saciedade no grupo que tomou água antes da refeição. Outro método para seu efeio, seria reduzindo o consumo diário de bebidas calóricas.

Um estudo transversal realizado com adultos de baixa renda no México verificou que o consumo de água era indiretamente proporcional ao de bebidas açucaradas. Quanto mais água um indivíduo consumia, menor era o consumo de outras bebidas calóricas. A cada 100ml a mais de água consumida, o consumo de bebidas calóricas reduzia cerca de 20ml.

Talvez o fato seja que as pessoas utilizam essas bebidas rotineiramente para “matar a sede” e, aumentando-se o consumo de água, diminui-se a necessidade delas. Claro que a água por si só não emagrecerá ninguém diretamente, mas algumas evidência científicas apontam que talvez, indiretamente, ela possa influenciar positivamente o balanço energético, seja por meio de uma diminuição no consumo de bebidas calóricas, ou por uma redução na ingestão calórica na refeição seguinte.

Aqueles que já apresentam um bom consumo hídrico podem não se beneficiar, porém os achados recentes sugerem que há uma boa margem para a população brasileira melhorar seu consumo de água, o que poderá, além de outros benefícios, resultar em melhores respostas de emagrecimento, claro que em combinação a uma prática de atividade física e uma dieta apropriada.

Autora: Dra. Desire Coelho

#CienciaInForma #saúde #emagrecimento #behealthy #30tododia

sábado, 14 de novembro de 2015

Livro: Lavouras Transgênicas – Riscos e incertezas: Mais de 750 estudos desprezados pelos órgãos reguladores de OGMs


Cerca de 40 variedades de plantas transgênicas foram liberadas para cultivo comercial no Brasil em pouco mais de oito anos. A maior parte delas concentra-se em sementes de soja, milho e algodão resistentes a agrotóxicos e/ou a algumas pragas. Passado esse período e tendo esses produtos chegado ao consumo de massa por meio de óleos, derivados de milho e comida industrializada em geral, duas principais conclusões podem ser mencionadas.

A primeira está ligada ao fato de que não foram cumpridas as principais promessas fartamente anunciadas pelos promotores da tecnologia. Não houve redução do uso de agrotóxicos, nem vantagens para os consumidores, nem a criação de plantas mais nutritivas, saborosas ou resistentes a efeitos das mudanças climáticas.

A segunda conclusão refere-se à acesa polêmica que há mais de 20 anos faz dos entes reguladores dos organismos transgênicos espaços altamente controversos. Para além de questões ligadas a conflitos de interesses, a polêmica vem do fato de que esses órgãos apoiam-se em discurso supostamente científico para alegar a segurança presente e futura dessas novas plantas. No geral, pesquisadores que produziram evidências em contrário ou questionaram essa visão principista foram pessoal e profissionalmente atacados por pesquisadores e membros das comissões de biossegurança existentes Brasil afora alinhados ao mainstream do desenvolvimento biotecnológico.

Esta publicação, organizada ao longo dos 10 últimos anos pelo Grupo de Estudos sobre Agrobiodiversidade e agora publicada pelo Nead/MDA, reúne mais de 750 estudos desconsiderados pelos órgãos reguladores como CTNBio, Anvisa e Ibama. Mostra, assim, a relevância e pertinência da crítica apresentada por pesquisadores não alinhados ao mainstream e revelam que as decisões tomadas por essas comissões, ainda que técnicas e de biossegurança, não foram baseadas em boa ciência.

Elementos não faltam para uma ampla revisão das decisões já tomadas e para que se promovam ajustes profundos na forma como operam esses entes encarregados de avaliar os riscos dos organismos geneticamente modificados.

“Os elementos aqui expostos em cerca de 750 estudos validados por revistas científicas com conselho editorial mostram claramente que não há consenso na comunidade científica sobre o tema da transgenia e seus impactos”.

DOWNLOAD GRATUITO EMhttp://www.mda.gov.br/sitemda/sites/sitemda/files/ceazinepdf/LAVOURAS_TRANSGENICAS_RISCOS_E_INCERTEZAS_MAIS_DE_750_ESTUDOS_DESPREZADOS_PELOS_ORGAOS_REGULADORES_DE_OGMS.pdf