quinta-feira, 10 de março de 2016
A tal “Força de Vontade” para emagrecer. Cadê? Onde? Quando? Como?
Possivelmente todo mundo, ou quase todo mundo, já ouviu ou leu em algum momento que para emagrecer e seguir dietas precisamos ter força de vontade.
Escutamos sobre força de vontade no papo fitness de academia, durante avaliação física de muitos personal trainers, no consultório com o nutricionista, no consultório com o nutrólogo, com muitos endócrinos, nos papos de grupos de emagrecimento, nas fofocas em salões de beleza, nos “conselhos” de amigos que estão de dieta… Puxa, assunto tão falado! Deve ser verdade… Será mesmo?
(Cadê essa bandida da força de vontade que não aparece? Por onde anda essa tal força que todo mundo parece ter e você não? O que faz? O que come? Como vive? Sexta, no Globo Repórter. )
Tanto se fala na maltratada força de vontade para vencer a compulsão, a depressão, a ansiedade… E pouco se sabe sobre ela, de fato. A coitada é vomitada em qualquer conversa ou consulta, com o locutor crente e abafando de que falar dela é a resolução para os problemas da humanidade com a comida (ou sobre qual for o transtorno/problema).
A força de vontade provavelmente é o termo mais usado em consultórios e nos papos de dieta. Mais usado e mais mal empregado!! Dar um tapa na cara ou fazer a pessoa rolar escada abaixo e falar sobre ter força de vontade parecem ser a mesma coisa e parecem estar na moda.
Para viver? Tenha força de vontade.
Para vencer a compulsão? Tenha força de vontade.
Para parar de usar drogas? Tenha força de vontade.
Para combater a depressão? Claro, força de vontade.
Para falar bobagens para os pacientes e pessoas vulneráveis psiquicamente? Não precisa ter força de vontade, só não ser empático e ver o problema de maneira superficial mesmo.
A educação nutricional tradicional parte do conceito de que realizar algo (dietas, no caso) depende unicamente da posse, da vontade, por parte de uma pessoa. Da capacidade para seguir dietas.
Parece lógico. Parece verídico. Na realidade, é apenas um pensamento raso e medíocre. O que mais se encontra nos consultórios e academias são pessoas que possuem PLENA capacidade para fazerem algo, e ainda assim não conseguem fazer!
A conduta tradicional, diante dessa situação, normalmente segue duas opções de intervenção: Ou você comunica a pessoa que ela não tem força de vontade ou você “vê” que a pessoa não quer mudar e então não faz nada e “joga a toalha”, porque, afinal, a culpa vai cair sobre a pessoa em continuar gorda/fracassada/perdedora.
Vamos para uma terceira, e, lúcida, intervenção: A pessoa tem plena capacidade e possui também a vontade consciente de fazer algo, mas NÃO CONSEGUE por fatores INconscientes, conflitos comportamentais/alimentares familiares, fatores econômicos importantes, cultura, crenças e hábitos enraizados, estilo de vida, confusão psíquica com as informações que recebe da mídia e indústrias de alimentos/da moda, e claro, não menos importante, porque dietas realmente são incompatíveis com a mente e também pelas patadas que alguém recebe de pessoas que não compreendem a totalidade do problema em questão e o tratam de forma simplista.
É realmente difícil prosseguir quando alguém te empurra para o chão quando você tenta ser ouvido.
Nasce então a resistência com o tratamento tradicional da compulsão/obesidade/transtorno alimentar/ansiedade/depressão/(preencha aqui o problema)
Compreender a resistência, absolutamente natural por todos esses fatores, e trabalhá-la deveria ser padrão-ouro para conduzir um tratamento. E não forçar a pessoa a adquirir vontade (que ela já deve possuir) para seguir algo que ela não consegue. Aí temos a parte torturante do termo força de vontade: A pessoa é “forçada” a ter vontade. A vontade surge pela força. Principalmente, se associada a comentários humilhantes sobre seu corpo e sobre o que come, seja comentários ditos em consultório ou por conhecidos que estão aconselhando “pela sua saúde”.
Exemplo clássico: Uma pessoa não consegue dizer “NÃO” quando lhe oferecem comida, e então acaba comendo mais do que o seu limite interno de saciedade.
Até onde sabemos, a pessoa tem boca, possui a vontade de dizer, sabe articular palavras (não tem problema neurológico algum que impeça isso)… E, come o que oferecem, não conseguindo dizer o não, por resistência. VIDE FATORES ACIMA.
Ninguém não muda de hábitos alimentares porque não quer. Não muda porque naquele momento, mesmo sendo capaz e querendo, há consequências (pela resistência) reais e imaginárias que a pessoa ainda não consegue suportar ou lidar.
NÃO É UMA SIMPLES QUESTÃO DE FORÇA DE VONTADE.
Repitam conosco: Não é uma simples questão de força de vontade. #mantra
A resistência é um sintoma super, ultra, mega ignorado e perigosamente substituído pela fatigante “força de vontade”.
Seguir dietas e combater a compulsão são tratadas como uma questão de querer, de vontade, de foco. Sendo que o querer muitas vezes é um querer forçado por profissionais, por comentários gordofóbicos, por traumas psíquicos. Não é por livre-arbítrio. A mudança no comportamento alimentar deve ser resultado da relação da pessoa com o ambiente e da relação do sujeito com suas marcas e cicatrizes psíquicas.
Ou seja: dietas não funcionam. E se funcionassem, também não seria por meio da famosa força de vontade.
Eu quero uma casa no campo
Eu quero um pônei
Eu quero um campo de tulipas só para rolar nele
Eu quero um boneco de neve
Eu quero viajar no espaço
Eu quero a coroa da rainha da inglaterra
Eu quero jantar com o George Clooney
Eu quero movimentar objetos por telepatia
Eu quero 1 milhão de dólares para me divertir!
Eu quero um ganso dourado!
Esperamos que por meio desta lista, tenhamos conseguido deixar claro que QUERER não é PODER.
…Ou não necessariamente.
Podemos querer muitas coisas, mas ao contrário do que é dito em muitos discursos de autoajuda que vemos por aí, o UNIVERSO não vai nos conceder algo que queremos pelo mero fato da gente querer.
Razão n. 1: Podemos estar querendo algo inatingível ou esdrúxulo (como um ganso dourado… ou ter um corpo igual ao da modelo da revista)
Razão n.2: o processo não é tão simples. E QUERER é só o começo.
É preciso ir além do QUERER. O querer precisa se transformar em ATITUDE. E do querer até o agir existe um abismo de resistências.
Ok. Antes de qualquer coisa, precisamos verificar se aquilo que estamos QUERENDO é viável. Dizem por aí que nós podemos transformar todos os nossos sonhos e desejos em realidade.
Então…
Eu quero viajar no tempo!
…Não rola.
Assim como viajar no tempo é uma coisa que não vai acontecer, emagrecer todo o peso acumulado em uma vida não vai acontecer. E ter o corpo de OUTRA PESSOA não vai acontecer. E se curar de uma depressão de um momento para outro não vai acontecer. E conquistar sua independência financeira vendendo shakes não vai acontecer. E _____________ (escolha um milagre e preencha aqui) não vai acontecer.
Dito isto, quando nós queremos e determinamos uma meta PALPÁVEL, RAZOÁVEL e ATINGÍVEL precisamos passar para uma etapa que vai além do querer. E essa é a parte mais difícil.
Não basta dizer “basta ter força de vontade” ou “foco, força e fé” para que o problema seja resolvido.
O que normalmente acontece é que o mantra “foco, força e fé” suscita um sucesso aparente em algumas pessoas, mas a realidade é que elas mergulham num comportamento compulsivo e substituem uma dor por outra.
Ou seja, a obsessão por comida pode transmutar em uma (louca) obsessão por restrição alimentar e exercícios…
E a pessoa pára de pensar em comida o tempo todo, mas todo o sofrimento do desejo de emagrecer se converte em contar calorias, frequentar a academia SEM PODER faltar nunca, NUNCA se permitir desviar da dieta e a coisa toda vira um inferno mental vestido com outra roupa.
Para que possamos viver mudanças sustentáveis, verdadeiramente transformadoras, precisamos olhar de frente para o nosso sofrimento e ressiginificar crenças.
(cadê a força de vontade agora?)
E isso não é um trabalho fácil. A VERDADEIRA mudança é um caminho pedregoso. Não é rápido. Exige muito diálogo interno e descobertas… Para que seja possível modificar um comportamento de maneira que isso não seja efêmero e temporário (ex. Uma dieta que dura semanas ou no máximo alguns meses)
LEMBRANDO QUE: de maneira nenhuma estamos advogando contra o pensamento positivo, a esperança e a fé. Tudo isso é válido, importante, eficaz e faz parte do processo. O que você não pode tomar como verdadeiro são os discursos de autoajuda mastigados que dizem que você pode manipular o Universo para que ele te presenteie com um unicórnio rosa-pink simplesmente porque você “merece”. Não somos tão especiais assim. E quando queremos resolver um problema, infelizmente não há solução mágica: isso dá trabalho.
Somos seres humanos complexos. Não espere que com “força de vontade” seus transtornos psíquicos se resolvam através de psicologia de boteco.
Autoras: Paola Altheia e Ana Perdigão.
Ps:Se você quiser refletir um pouco sobre força do hábito x força de vontade, assista o TED da Soninha Francine. Ela não fala sobre comida, mas a discussão é interessante.
Fonte: https://naosouexposicao.wordpress.com/2016/03/06/forca-de-vontade/
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Dr. Frederico Lobo
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10:13
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Pessoas obesas têm memória episódica pior, sugere estudo
O estudo é pequeno e se faz necessário um maior aprofundamento da questão, mas testes em 50 pessoas associaram o excesso de peso a pior "memória episódica", ou a capacidade de lembrar experiências passadas.
Publicado no Quarterly Journal of Experimental Psychology, o estudo afirma que memória menos viva de refeições recentes poderiam levar a excessos. No entanto, outros aspectos da memória - tais como o conhecimento geral - não foram afetados.
Testes realizados previamente em ratos haviam mostrado que com a circunferência de cintura maior estavam relacionados a performances mais pobres em testes de memória, isso foi misturado a evidência em humanos.
As últimas experiências olharam para a memória episódica - a fita de vídeo em sua mente - que lembra o cheiro de uma xícara de café ou a sensação de segurar a mão de alguém. Cinquenta pessoas com um Índice de Massa Corporal (IMC) entre 18 (saudável) a 51 (obesidade grave) participaram de um teste de memória – parecido com uma caça ao tesouro.
Eles tiveram de "esconder" objetos em diferentes momentos e em diferentes cenas exibidas em uma tela de computador. Depois, foram convidados a recordar o que haviam escondido, quando e onde.
Os resultados mostraram que entre as pessoas obesas o acerto foi 15% mais baixos do que as pessoas mais magras.
"Para eles, a lembrança de uma refeição recente é mais fraca, tem menos impacto na mente, então, eles podem ter menos capacidade de regular o quanto eles comerão mais tarde."
Os hormônios da fome desempenham um grande papel no quanto comemos, mas já é reconhecido que nossas mentes têm um papel fundamental também.
Pessoas que comem assistindo TV, por exemplo, têm tendência a comer ou sentir mais fome mais cedo. E vai repetindo as refeições em um curto período de tempo.
"É muito cedo para falar em termos de aconselhamento, mas certamente estamos começando a observar os mecanismos em que a obesidade se perpetua”, dizem os pesquisadores.
A regra é “concentre-se na sua comida, mas isso pode ser um pouco mais difícil se a pessoa está acima do peso”.
Fonte: https://www.facebook.com/evidenciasemobesidade/photos/a.127569930742464.28696.127271097439014/573501856149267/?type=3&theater
Publicado no Quarterly Journal of Experimental Psychology, o estudo afirma que memória menos viva de refeições recentes poderiam levar a excessos. No entanto, outros aspectos da memória - tais como o conhecimento geral - não foram afetados.
Testes realizados previamente em ratos haviam mostrado que com a circunferência de cintura maior estavam relacionados a performances mais pobres em testes de memória, isso foi misturado a evidência em humanos.
As últimas experiências olharam para a memória episódica - a fita de vídeo em sua mente - que lembra o cheiro de uma xícara de café ou a sensação de segurar a mão de alguém. Cinquenta pessoas com um Índice de Massa Corporal (IMC) entre 18 (saudável) a 51 (obesidade grave) participaram de um teste de memória – parecido com uma caça ao tesouro.
Eles tiveram de "esconder" objetos em diferentes momentos e em diferentes cenas exibidas em uma tela de computador. Depois, foram convidados a recordar o que haviam escondido, quando e onde.
Os resultados mostraram que entre as pessoas obesas o acerto foi 15% mais baixos do que as pessoas mais magras.
"Para eles, a lembrança de uma refeição recente é mais fraca, tem menos impacto na mente, então, eles podem ter menos capacidade de regular o quanto eles comerão mais tarde."
Os hormônios da fome desempenham um grande papel no quanto comemos, mas já é reconhecido que nossas mentes têm um papel fundamental também.
Pessoas que comem assistindo TV, por exemplo, têm tendência a comer ou sentir mais fome mais cedo. E vai repetindo as refeições em um curto período de tempo.
"É muito cedo para falar em termos de aconselhamento, mas certamente estamos começando a observar os mecanismos em que a obesidade se perpetua”, dizem os pesquisadores.
A regra é “concentre-se na sua comida, mas isso pode ser um pouco mais difícil se a pessoa está acima do peso”.
Fonte: https://www.facebook.com/evidenciasemobesidade/photos/a.127569930742464.28696.127271097439014/573501856149267/?type=3&theater
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Dr. Frederico Lobo
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Estilo de vida ou genes, o que mais influencia a obesidade?
Estilo de vida ou genes, o que mais influencia a obesidade? Esta é uma pergunta recorrente nos estudos sobre obesidade. Alguns estudos apontam que a influencia estaria equilibrada entre um e outro fator, mas uma nova pesquisa sugere que pessoas com história familiar de obesidade ainda podem reduzir o risco de obesidade se investirem em mudança de hábitos.
Uma outro ponto que a pesquisa publicada na revista PLoS Genetic é que o estilo de vida compartilhado com um parceiro tem mais influência do que o estilo de vida anterior; e do que o histórico familiar.
Na meia-idade, as escolhas feitas por casais - incluindo aqueles ligados à dieta e exercício - terá um impacto muito maior do que o estilo de vida que eles compartilhavam com seus irmãos e os pais durante a infância e adolescência, aponta o estudo.
Os resultados sugerem que as pessoas de famílias com história de obesidade ainda pode reduzir o risco, mudando seus hábitos.Da mesma forma que pessoas que não possuem genes ligados à obesidade podem vir a se tornar obesas. Ou seja, caso o companheiro, ou companheira, tenha maus hábitos, relacionados ao estilo de vida, compartilhar esses maus hábitos influencia negativamente o companheiro, podendo o levar à obesidade.
Os pesquisadores disseram que o estudo poderia ajudar os cientistas a entender melhor as ligações entre obesidade, genética e estilo de vida.
As descobertas reforçam a mensagem de que as mudanças de estilo de vida na idade adulta podem ter um impacto significativo no combate à obesidade, independentemente do perfil genético de uma pessoa.
O estudo foi conduzido por Chris Haley, da Unidade de Genética Humana do Conselho de Pesquisa Médica da Universidade de Edimburgo.
A equipe analisou dados fornecidos por 20.000 pessoas de famílias escocesas.
A informação foi originalmente reunida como parte do projeto Geração Scotland, um recurso nacional de dados de saúde que ajuda os pesquisadores a investigar ligações genéticas e condições de saúde.
Os cientistas compararam família, genética e ambientes domésticos de pessoas na infância e na idade adulta, relacionando medidas ligadas à saúde e à obesidade. Foram consideradas dezesseis medidas, incluindo a relação cintura-quadril, pressão arterial, índice de gordura corporal e índice de massa corporal.
Segundo o professor Haley, embora a genética seja responsável por uma proporção significativa da variação entre as pessoas, o nosso estudo mostrou que o ambiente que você compartilhar com seu parceiro na vida adulta também o influencia a se tornar obesos, e isso é mais importante do que a sua educação .
"Os resultados também mostram que mesmo as pessoas que vêm de famílias com história de obesidade podem reduzir seu risco, alterando seus hábitos de vida", lembra o professor responsável pelo estudo.
Fonte: https://www.facebook.com/evidenciasemobesidade/photos/a.127569930742464.28696.127271097439014/573209979511788/?type=3&theater
Uma outro ponto que a pesquisa publicada na revista PLoS Genetic é que o estilo de vida compartilhado com um parceiro tem mais influência do que o estilo de vida anterior; e do que o histórico familiar.
Na meia-idade, as escolhas feitas por casais - incluindo aqueles ligados à dieta e exercício - terá um impacto muito maior do que o estilo de vida que eles compartilhavam com seus irmãos e os pais durante a infância e adolescência, aponta o estudo.
Os resultados sugerem que as pessoas de famílias com história de obesidade ainda pode reduzir o risco, mudando seus hábitos.Da mesma forma que pessoas que não possuem genes ligados à obesidade podem vir a se tornar obesas. Ou seja, caso o companheiro, ou companheira, tenha maus hábitos, relacionados ao estilo de vida, compartilhar esses maus hábitos influencia negativamente o companheiro, podendo o levar à obesidade.
Os pesquisadores disseram que o estudo poderia ajudar os cientistas a entender melhor as ligações entre obesidade, genética e estilo de vida.
As descobertas reforçam a mensagem de que as mudanças de estilo de vida na idade adulta podem ter um impacto significativo no combate à obesidade, independentemente do perfil genético de uma pessoa.
O estudo foi conduzido por Chris Haley, da Unidade de Genética Humana do Conselho de Pesquisa Médica da Universidade de Edimburgo.
A equipe analisou dados fornecidos por 20.000 pessoas de famílias escocesas.
A informação foi originalmente reunida como parte do projeto Geração Scotland, um recurso nacional de dados de saúde que ajuda os pesquisadores a investigar ligações genéticas e condições de saúde.
Os cientistas compararam família, genética e ambientes domésticos de pessoas na infância e na idade adulta, relacionando medidas ligadas à saúde e à obesidade. Foram consideradas dezesseis medidas, incluindo a relação cintura-quadril, pressão arterial, índice de gordura corporal e índice de massa corporal.
Segundo o professor Haley, embora a genética seja responsável por uma proporção significativa da variação entre as pessoas, o nosso estudo mostrou que o ambiente que você compartilhar com seu parceiro na vida adulta também o influencia a se tornar obesos, e isso é mais importante do que a sua educação .
"Os resultados também mostram que mesmo as pessoas que vêm de famílias com história de obesidade podem reduzir seu risco, alterando seus hábitos de vida", lembra o professor responsável pelo estudo.
Fonte: https://www.facebook.com/evidenciasemobesidade/photos/a.127569930742464.28696.127271097439014/573209979511788/?type=3&theater
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Dr. Frederico Lobo
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Conselho Federal de Medicina proíbe o uso das terapias antienvelhecimento no país
Com a Resolução 1999/2012, os médicos que prescreverem métodos para deter o envelhecimento podem ser punidos até com a perda do registro profissional
Médicos brasileiros que prescreveram terapias com o objetivo específico de conter o envelhecimento, práticas conhecidas como antiaging, estarão sujeitos às penalidades previstas em processos ético-profissionais. No caso de condenação, após denúncia formal, eles poderão receber de uma advertência até a cassação do registro que lhes a autoriza o exercício da Medicina.
A Resolução 1999/2012, aprovada pelo plenário do Conselho Federal de Medicina (CFM), determina a proibição da adoção destas práticas pelos médicos. O texto, que será publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (19), se baseia em extensa revisão de estudos científicos que concluiu pela inexistência de evidências científicas que justifiquem e validem a prescrição destas práticas.
A nova regra reforça limitação imposta pelo Código de Ética Médica, em vigor desde 2010, que também desautoriza o emprego de técnicas sem comprovação cientifica. A Resolução também dialoga com os conteúdos das Resoluções 1938/2010, que alerta para a ineficácia das práticas ortomoleculares com o intuito de combater processos como o antienvelhecimento, e mesmo a Resolução 1974/2011, que trata de publicidade médica. Esta regra proíbe os médicos de anunciarem e prometerem resultados aos pacientes e também de anunciarem o uso de métodos sem comprovação cientifica.
O Coordenador da Câmara Técnica de Geriatria do CFM, Gerson Zafalon Martins, que coordenou o trabalho que resultou na nova resolução, alerta para os riscos que tais métodos podem causar. Segundo ele, há possibilidade de que adoção destas terapias possam provocar danos permanentes, inclusive contribuindo para o aumento do risco de câncer em determinados pacientes. “Prescrever hormônio do crescimento para “rejuvenescer” um adulto que não tem deficiência desse hormônio é submetê-lo ao risco de desenvolver diabetes e até neoplasias”.
Mudança de comportamento - Na avaliação do plenário do CFM, o aumento da longevidade não decorre tratamentos específicos, mas de uma mudança de atitude, que inclui a adoção de hábitos saudáveis (melhor alimentação, prática de esportes, abandono do tabaco e uso limitado do álcool, entre outros pontos). “Estão vendendo ilusão de antienvelhecimento para a população sem nenhuma comprovação científica e que pode fazer mal à saúde. Com a idade, o metabolismo mais lento e a ingestão de algumas substâncias podem aumentar o risco de várias doenças”, alerta a geriatra Elisa Franco Costa, que auxiliou na pesquisa do CFM.
Entre as diferentes técnicas para deter o envelhecimento, a principal crítica do CFM se detém sobre a reposição hormonal e a suplementação com antioxidantes (vitaminas e sais minerais). De acordo com o CFM, a adoção destes métodos não gerou, até o momento, resultados confirmados por estudos científicos em grandes grupos populacionais ou de longa duração. Além disso, como eram empregados em pacientes com hipofunção glandular, podem provocar efeitos adversos que levem seus usuários ao desenvolvimento de outras disfunções.
Para os conselheiros, a prescrição e o emprego de tratamentos de forma inadequada colocam a saúde dos pacientes em risco. Este entendimento é o mesmo de outros órgãos de regulação, tanto nacionais quanto internacionais, se posicionam contra a manipulação hormonal em indivíduos saudáveis.
Penalidades possíveis - Em agosto passado, o CFM divulgou parecer produzido pela Câmara Técnica de Geriatria que propunha um parâmetro normativo sobre a questão. Apenas de seu caráter orientador, o documento não tinha função normatizadora. Com a nova Resolução, o médico fica o impedido de praticar a terapia, sob pena de ter seu registro profissional cassado.
Segundo dados da corregedoria do CFM, nos últimos quatro anos, a entidade já cassou o registro profissional de cinco médicos que praticavam os procedimentos sem comprovação científica. Outras dez punições (como suspensão e censura pública) também foram dadas a outros médicos. Os Conselhos Regionais de Medicina também apuram outros casos.
O ilícito destes médicos geralmente era agravado pela publicidade imoderada, sensacionalista e promocionais. Muitos deles garantiam resultados, o que contraria o Código de Ética Médica (CEM). “A medicina não é uma ciência de fim e sim de meios. O médico tem que fazer o possível em benefício do paciente, mas nem sempre o resultado é satisfatório”, destaca o corregedor do CFM, José Fernando Maia Vinagre.
SAIBA O QUE DIZ A RESOLUÇÃO CFM 1.999/2012
Ficam vedados o uso e divulgação dos seguintes procedimentos e respectivas indicações da chamada medicina antienvelhecimento:
I. Utilização do ácido etilenodiaminatetraacetico (EDTA), procaína, vitaminas e antioxidantes referidos como terapia antienvelhecimento, anticâncer, antiarteriosclerose ou voltadas para o tratamento de doenças crônico- degenerativas;
II. Quaisquer terapias antienvelhecimento, anticâncer, antiarteriosclerose ou voltadas para doenças crônico-degenerativas, exceto nas situações de deficiências diagnosticadas cuja reposição mostra evidências de benefícios cientificamente comprovados;
III. Utilização de hormônios, em qualquer formulação, inclusive o hormônio de crescimento, exceto nas situações de deficiências diagnosticadas cuja reposição mostra vidências de benefícios cientificamente comprovados;
De acordo com a Resolução CFM 1999/2012, a reposição de deficiências de hormônios e de outros elementos essenciais se fará somente em caso de deficiência específica comprovada e que tenham benefícios cientificamente comprovados:
IV. Tratamentos baseados na reposição, suplementação ou modulação hormonal com os objetivos de prevenir, retardar, modular e/ou reverter o processo de envelhecimento, prevenir a perda funcional da velhice, prevenir doenças crônicas e promover o envelhecimento saudável;
V. A prescrição de hormônios conhecidos como “bioidênticos” para o tratamento antienvelhecimento, com vistas a prevenir, retardar e/ou modular processo de envelhecimento, prevenir a perda funcional da velhice, prevenir doenças crônicas e promover o envelhecimento saudável;
VI. Os testes de saliva para dehidroepiandrosterona (DHEA), estrogênio, melatonina, progesterona, testosterona ou cortisol utilizados com a finalidade de triagem, diagnóstico ou acompanhamento da menopausa ou a doenças relacionadas ao envelhecimento, por não apresentar evidências científicas para a utilização na prática clínica diária.
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Dr. Frederico Lobo
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09:50
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A atividade física pode ser perigosa, mas é o sedentarismo que mata milhões por ano.
A atividade física pode ser perigosa, mas é o sedentarismo que mata milhões por ano.
Fiz questão de iniciar o texto dessa forma pra deixar claro qual é o verdadeiro problema da sociedade. É claro que é chocante ver uma pessoa de 35 anos apresentar um quadro de morte súbita no meio de outros colegas, mas diariamente as vítimas do sedentarismo estão morrendo e não viram notícia. Elas morrem nos hospitais, de AVC, de hipertensão, de diabetes, de insuficiência cardíaca, de câncer. Isso quando não morrem enquanto dormem, como se fosse uma morte "de causas naturais". Ao mesmo tempo, não estou dizendo que todo mundo deve sair de casa ir fazer exercícios em alta intensidade sem avaliação médica. O que discordo é dizer que o exercício físico é o vilão da história. Mais ainda: discordo que o atestado exigido pelo governo ou por sua academia e que você fez de qualquer jeito irá salvar sua vida.
Você só deve ir ao médico se realmente estiver interessado no que ele tem pra te dizer e não simplesmente pegar um documento pra dizer "estou seguro", mesmo que tenha omitido a informação que está usando estimulantes, anabolizantes, que está fumando ou que usa algum medicamento que possa aumentar a probabilidade de um evento adverso durante a atividade física.
A avaliação médica pré-participativa não deveria ser de interesse do governo ou da academia, mas seu. Por isso discordo que deva ser obrigatório, pois você acaba mais interessado num documento do que realmente em ser avaliado. Quem tem que se interessar pela sua saúde é você mesmo. É você que tem que saber que mais de 10% da população tem alguma condição cardiovascular que necessita de acompanhamento médico, mesmo que não seja uma contraindicação para a prática de atividade física em alta intensidade. Se a academia está mais interessada na sua saúde que você, o atestado médico provavelmente fará muito pouca diferença. Em termos de saúde pública, é muito mais interessante que as pessoas não tenham um obstáculo para realizar a atividade física. Ou seja, o atestado médico não pode ser um obstáculo para que você se exercite. Isso quer dizer que a maioria irá se beneficiar da atividade física, mesmo que algumas pessoas possam passar mal com o exercício. Em termos individuais, pode ser eu ou você essa pessoa que irá se dar mal com o exercício. E ai vem a recomendação individual que você vá ao médico para ser avaliado, não pra ele te dar um documento pra praticar atividade física, mas pra que ele realmente te responda se você pode morrer com o exercício físico ou não e tratar doenças existentes.
Outra coisa: o PAR-Q não substitui o médico, muito menos é um teste sensível para a detecção de problemas e não isenta a academia de responsabilidades. O paciente não sabe descartar que está com um problema cardíaco ou não. Se ele está com sintomas, provavelmente já apresenta uma doença há um certo tempo. As doenças assintomáticas e com maior potencial de um desfecho para a morte súbita, principalmente em pessoas mais jovens, dificilmente trarão sintomas e serão detectadas pelo paciente.
Aos pacientes abaixo de 35 anos e que procuram o médico, a recomendação é que sejam submetidos a uma entrevista médica(anamnese) completa, associada a um exame físico + eletrocardiograma (pelo menos), para descartar doenças congênitas. O ecocardiograma é outro exame que posse auxiliar no diagnóstico de cardiopatias congênitas.
Em pacientes acima de 35 anos, em que a principal causa de morte súbita são as coronariopatias, além da anamnese, do exame físico e do eletrocardiograma, podem ser feitos exames buscando identificar doença coronariana ou sinais indiretos de doença avançada. Alguns exames que podem ser utilizados são a ecografia de carótidas com doppler, teste de esforço (teste ergométrico), exames laboratoriais, entre outros.
Às academias, mais importante do que exigir um atestado de seu cliente é exigir que ele seja avaliado de forma correta e não simplesmente entregar um documento pra se isentar da responsabilidade. Também é importante que os instrutores recebam treinamento de ressuscitação básica, aprendendo a realizar o primeiro socorro, que é determinante para o sucesso na reanimação (não adianta esperar chegar a UTI vida ou o SAMU, pois não dá tempo) e saber utilizar um desfibrilador automático (DEA), que é bastante simples de ser utilizado e que deveria estar presente em todo local que realiza treinamentos em alta intensidade.
Pra finalizar, numa matéria do correio publicada ontem, sem qualquer entrevista com um médico, diz que não há como prever um evento desfavorável em atletas. Essa informação é falsa. É óbvio que você não saberá o momento exato que o problema aparecerá, mas o médico é capaz de identificar pessoas que não devem praticar atividades físicas em alta intensidade. Na Itália, com a adição do eletrocardiograma na avaliação pré-participativa, houve uma redução da incidência de morte súbita em atletas para valores exatamente iguais ao de pessoas que não praticavam exercícios em alta intensidade. O exercício físico pode ser um gatilho para doenças que causam arritmias potencialmente fatais e estas pessoas devem ser identificadas.
Não busque o médico apenas para receber um atestado. Busque um médico porque você se preocupa com a sua saúde. Se o médico der um atestado gracioso, não aceite. Exija que seja avaliado de forma correta. E vá fazer atividade física.
Fonte: Dr. Getúlio Bernardo Morato Filho
Fiz questão de iniciar o texto dessa forma pra deixar claro qual é o verdadeiro problema da sociedade. É claro que é chocante ver uma pessoa de 35 anos apresentar um quadro de morte súbita no meio de outros colegas, mas diariamente as vítimas do sedentarismo estão morrendo e não viram notícia. Elas morrem nos hospitais, de AVC, de hipertensão, de diabetes, de insuficiência cardíaca, de câncer. Isso quando não morrem enquanto dormem, como se fosse uma morte "de causas naturais". Ao mesmo tempo, não estou dizendo que todo mundo deve sair de casa ir fazer exercícios em alta intensidade sem avaliação médica. O que discordo é dizer que o exercício físico é o vilão da história. Mais ainda: discordo que o atestado exigido pelo governo ou por sua academia e que você fez de qualquer jeito irá salvar sua vida.
Você só deve ir ao médico se realmente estiver interessado no que ele tem pra te dizer e não simplesmente pegar um documento pra dizer "estou seguro", mesmo que tenha omitido a informação que está usando estimulantes, anabolizantes, que está fumando ou que usa algum medicamento que possa aumentar a probabilidade de um evento adverso durante a atividade física.
A avaliação médica pré-participativa não deveria ser de interesse do governo ou da academia, mas seu. Por isso discordo que deva ser obrigatório, pois você acaba mais interessado num documento do que realmente em ser avaliado. Quem tem que se interessar pela sua saúde é você mesmo. É você que tem que saber que mais de 10% da população tem alguma condição cardiovascular que necessita de acompanhamento médico, mesmo que não seja uma contraindicação para a prática de atividade física em alta intensidade. Se a academia está mais interessada na sua saúde que você, o atestado médico provavelmente fará muito pouca diferença. Em termos de saúde pública, é muito mais interessante que as pessoas não tenham um obstáculo para realizar a atividade física. Ou seja, o atestado médico não pode ser um obstáculo para que você se exercite. Isso quer dizer que a maioria irá se beneficiar da atividade física, mesmo que algumas pessoas possam passar mal com o exercício. Em termos individuais, pode ser eu ou você essa pessoa que irá se dar mal com o exercício. E ai vem a recomendação individual que você vá ao médico para ser avaliado, não pra ele te dar um documento pra praticar atividade física, mas pra que ele realmente te responda se você pode morrer com o exercício físico ou não e tratar doenças existentes.
Outra coisa: o PAR-Q não substitui o médico, muito menos é um teste sensível para a detecção de problemas e não isenta a academia de responsabilidades. O paciente não sabe descartar que está com um problema cardíaco ou não. Se ele está com sintomas, provavelmente já apresenta uma doença há um certo tempo. As doenças assintomáticas e com maior potencial de um desfecho para a morte súbita, principalmente em pessoas mais jovens, dificilmente trarão sintomas e serão detectadas pelo paciente.
Aos pacientes abaixo de 35 anos e que procuram o médico, a recomendação é que sejam submetidos a uma entrevista médica(anamnese) completa, associada a um exame físico + eletrocardiograma (pelo menos), para descartar doenças congênitas. O ecocardiograma é outro exame que posse auxiliar no diagnóstico de cardiopatias congênitas.
Em pacientes acima de 35 anos, em que a principal causa de morte súbita são as coronariopatias, além da anamnese, do exame físico e do eletrocardiograma, podem ser feitos exames buscando identificar doença coronariana ou sinais indiretos de doença avançada. Alguns exames que podem ser utilizados são a ecografia de carótidas com doppler, teste de esforço (teste ergométrico), exames laboratoriais, entre outros.
Às academias, mais importante do que exigir um atestado de seu cliente é exigir que ele seja avaliado de forma correta e não simplesmente entregar um documento pra se isentar da responsabilidade. Também é importante que os instrutores recebam treinamento de ressuscitação básica, aprendendo a realizar o primeiro socorro, que é determinante para o sucesso na reanimação (não adianta esperar chegar a UTI vida ou o SAMU, pois não dá tempo) e saber utilizar um desfibrilador automático (DEA), que é bastante simples de ser utilizado e que deveria estar presente em todo local que realiza treinamentos em alta intensidade.
Pra finalizar, numa matéria do correio publicada ontem, sem qualquer entrevista com um médico, diz que não há como prever um evento desfavorável em atletas. Essa informação é falsa. É óbvio que você não saberá o momento exato que o problema aparecerá, mas o médico é capaz de identificar pessoas que não devem praticar atividades físicas em alta intensidade. Na Itália, com a adição do eletrocardiograma na avaliação pré-participativa, houve uma redução da incidência de morte súbita em atletas para valores exatamente iguais ao de pessoas que não praticavam exercícios em alta intensidade. O exercício físico pode ser um gatilho para doenças que causam arritmias potencialmente fatais e estas pessoas devem ser identificadas.
Não busque o médico apenas para receber um atestado. Busque um médico porque você se preocupa com a sua saúde. Se o médico der um atestado gracioso, não aceite. Exija que seja avaliado de forma correta. E vá fazer atividade física.
Fonte: Dr. Getúlio Bernardo Morato Filho
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Dr. Frederico Lobo
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Alergia à lactose ?!?!?!? Isso non existe !!!!!
Eu sinto um profundo frio na espinha ao ouvir o termo acima.
E queria explicar a vocês, de uma vez por todas essa confusão, esperando ouvir cada vez menos que seu filho foi diagnosticado com essa doença, simplesmente porque ela, como diria o Pe Quevedo, non existe!
Alergia Alimentar - é uma reação imunológica exarcebada à uma PROTEÍNA, proveniente de alimentos.
Lactose - é o principal AÇÚCAR do leite, portanto é um CARBOIDRATO.
Portanto, não existe ALERGIA À LACTOSE!
Estou me sentido um professor de filosofia e suas lições de lógica, irrefutáveis.
Mas como estou longe de ser professor, filósofo ou de entender a lógica, vou explicar com um pouco mais de cuidado, a origem dessa confusão.
Existem DUAS doenças:
Alergia à proteína do leite de vaca
- ocorre quando o indivíduo tem sintomas gastrointestinais, de pele ou respiratórios, após a ingestão de QUALQUER quantidade de leite ou produtos que o contenha.
-pode se manifestar com sintomas bastante agudos, minutos após a exposição, como por exemplo a urticária, vômitos, dor abdominal ou uma crise de chiado e tosse.
- também pode se manifestar de forma tardia, como o sangramento nas fezes de bebês e na forma mista, como a dermatite atópica, com lesões irritadas e pruriginosas na pele.
Retira-se o leite da dieta, seja da mãe, em caso de bebê em aleitamento materno exclusivo, seja do próprio bebê, em caso de uso de fórmula e o problema se resolve. E no caso de bebês em uso de fórmula, prescreve-se uma fórmula apropriada para a situação.
Intolerância à lactose
- ocorre quando não há absorção adequada do açúcar do leite, que vocês já sabem que se chama LACTOSE, no intestino. Para que isso ocorra, é necessária uma enzima chamada LACTASE, que "quebra" a lactose em glicose e galactose e esta é absorvida para a corrente sanguínea.
- se o indivíduo, por algum motivo, tem pouca (mais comum) ou nenhuma enzima (raríssimo), a lactose se acumula no interior do intestino, é fermentada pelas bactérias e surgem os sintomas de gases, cólicas abdominais e diarréia ácida no indivíduo.
Solução: consumir produtos com baixa quantidade de lactose ou adicionar a enzima LACTASE na alimentação. Nesse caso, pode-se ter laticínios e leite na alimentação a depender da tolerância individual e com a devida orientação do nutrólogo/pediatra E nutricionista.
- Ah, Dr Flávio, meu filho tem os DOIS problemas!
Infelizmente isso pode acontecer, principalmente quando por uma dieta inadequada, um portador de Alergia à proteína do leite de vaca, desenvolve uma inflamação intestinal decorrente do problema e compromete a mucosa intesntinal e consequentemente a quantidade de lactase disponível. Mas não é comum!
Solução: uso de uma fórmula apropriada para APLV sem lactose.
Tem outra coisa que queria que vocês soubessem: após uma infecção intestinal, que pode causar uma inflamação significativa do intestino, o indivíduo também pode desenvolver por algum tempo uma intolerância à lactose, que chamamos de SECUNDÁRIA. Mas nesse caso, entre 15 a 30 dias, com a recuperação da mucosa intestinal, a lactase volta aos níves normais e tudo se normaliza.
Solução: retirar/diminuir a lactose da dieta por um prazo de 15 a 30 dias.
Enfim, deu para entender porque não existe ALERGIA À LACTOSE?
Quando alguém disser que o problema do seu filho é esse, peça desculpas e diga que isso não existe!
Dúvidas?
Perguntem nos comentários.
Compartilhem à vontade!
Autor: Flávio Melo - Médico Pediatra - CRM-PB 5239/RQE 3065 - https://www.facebook.com/flaviopediatra/
E queria explicar a vocês, de uma vez por todas essa confusão, esperando ouvir cada vez menos que seu filho foi diagnosticado com essa doença, simplesmente porque ela, como diria o Pe Quevedo, non existe!
Alergia Alimentar - é uma reação imunológica exarcebada à uma PROTEÍNA, proveniente de alimentos.
Lactose - é o principal AÇÚCAR do leite, portanto é um CARBOIDRATO.
Portanto, não existe ALERGIA À LACTOSE!
Estou me sentido um professor de filosofia e suas lições de lógica, irrefutáveis.
Mas como estou longe de ser professor, filósofo ou de entender a lógica, vou explicar com um pouco mais de cuidado, a origem dessa confusão.
Existem DUAS doenças:
Alergia à proteína do leite de vaca
- ocorre quando o indivíduo tem sintomas gastrointestinais, de pele ou respiratórios, após a ingestão de QUALQUER quantidade de leite ou produtos que o contenha.
-pode se manifestar com sintomas bastante agudos, minutos após a exposição, como por exemplo a urticária, vômitos, dor abdominal ou uma crise de chiado e tosse.
- também pode se manifestar de forma tardia, como o sangramento nas fezes de bebês e na forma mista, como a dermatite atópica, com lesões irritadas e pruriginosas na pele.
Retira-se o leite da dieta, seja da mãe, em caso de bebê em aleitamento materno exclusivo, seja do próprio bebê, em caso de uso de fórmula e o problema se resolve. E no caso de bebês em uso de fórmula, prescreve-se uma fórmula apropriada para a situação.
Intolerância à lactose
- ocorre quando não há absorção adequada do açúcar do leite, que vocês já sabem que se chama LACTOSE, no intestino. Para que isso ocorra, é necessária uma enzima chamada LACTASE, que "quebra" a lactose em glicose e galactose e esta é absorvida para a corrente sanguínea.
- se o indivíduo, por algum motivo, tem pouca (mais comum) ou nenhuma enzima (raríssimo), a lactose se acumula no interior do intestino, é fermentada pelas bactérias e surgem os sintomas de gases, cólicas abdominais e diarréia ácida no indivíduo.
Solução: consumir produtos com baixa quantidade de lactose ou adicionar a enzima LACTASE na alimentação. Nesse caso, pode-se ter laticínios e leite na alimentação a depender da tolerância individual e com a devida orientação do nutrólogo/pediatra E nutricionista.
- Ah, Dr Flávio, meu filho tem os DOIS problemas!
Infelizmente isso pode acontecer, principalmente quando por uma dieta inadequada, um portador de Alergia à proteína do leite de vaca, desenvolve uma inflamação intestinal decorrente do problema e compromete a mucosa intesntinal e consequentemente a quantidade de lactase disponível. Mas não é comum!
Solução: uso de uma fórmula apropriada para APLV sem lactose.
Tem outra coisa que queria que vocês soubessem: após uma infecção intestinal, que pode causar uma inflamação significativa do intestino, o indivíduo também pode desenvolver por algum tempo uma intolerância à lactose, que chamamos de SECUNDÁRIA. Mas nesse caso, entre 15 a 30 dias, com a recuperação da mucosa intestinal, a lactase volta aos níves normais e tudo se normaliza.
Solução: retirar/diminuir a lactose da dieta por um prazo de 15 a 30 dias.
Enfim, deu para entender porque não existe ALERGIA À LACTOSE?
Quando alguém disser que o problema do seu filho é esse, peça desculpas e diga que isso não existe!
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Autor: Flávio Melo - Médico Pediatra - CRM-PB 5239/RQE 3065 - https://www.facebook.com/flaviopediatra/
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Dr. Frederico Lobo
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Seu bebê precisa comer TUDO, desde o começo da alimentação complementar
Abaixo um texto do meu amigo Flavio Melo (médico pediatra, super conceituado) sobre alimentação complementar. O tema é interessante porque durante muitos anos restringiu-se a introdução de alimentos sabidamente alergênicos na alimentação da criança. Acreditava-se que a introdução deveria ocorrer somente após os 2 anos de idade. Essa semana um novo estudo veio mostrar que pelo fato do sistema imunológico começar a ficar mais ativo por volta do 5º ao 7º mês, o momento ideal para a introdução desses alérgenos é nessa fase. Vale a pena ler o texto.
Dr. Frederico Lobo
Seu bebê precisa comer TUDO, desde o começo da alimentação complementar
O mais difícil da medicina de hoje é ser atualizado. Precisa de muito estudo, dedicação e estar ligado no mar de informações que se renova todos os dias.
Ontem estava navegando nesse mar e um editorial do New England Journal me chamou a atenção.
Era sobre o estudo EAT, que busca demonstrar a incidência de alergias alimentares, em rota crescente, de acordo com o momento da introdução de alimentos alergênicos para o bebê.
Há alguns anos, recomendávamos que deveria ser evitada ou postergada a introdução precoce de ovo (só podia a gema...), peixe, amendoim, leite de vaca e derivados, para bebês que iriam iniciar a transição do aleitamento materno exclusivo, para os alimentos sólidos.
A partir do estudo LEAP, onde se verificou que a introdução precoce de amendoim para os pacientes com alto risco de alergia, diminui substancialmente seu risco posterior de desenvolver alergia, o conceito mudou radicalmente.
E esse estudo publicado semana passada, apesar de não mostrar que introduzir antes dos 6 meses os alimentos acima tem um caráter protetor em relação à introdução após os 6 meses, continua sinalizando para essa mudança de paradigma.
Portanto, a mensagem que está sendo passada é a seguinte: provavelmente é bastante benéfico, que desde o início da alimentação complementar, sejam introduzidos todos os alimentos, sem postergações ou restrições, sendo essa prática protetora para o desenvolvimento de alergias alimentares.
Ainda luto no consultório para que as famílias introduzam peixe, ovo inteiro e outros alimentos para seus bebês. Há uma resistência cultural.
Que espero esteja no fim, para o bem da saúde dos seus filhos.
Flávio Melo - Médico Pediatra - CRM 5239/ RQE 3065
Fonte: http://www.nejm.org/doi/pdf/10.1056/NEJMe1601412
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Dr. Frederico Lobo
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domingo, 6 de março de 2016
Sucralose - por CFN
Recomendação CFN nº 3/2016 – Sucralose
O Conselho Federal de Nutricionistas no uso de suas competências regimentais e atribuições conferidas pela Lei nº 6.583, de 20 de outubro de 1978 e pelo Decreto nº 84.444, de 30 de janeiro de 1980;
CONSIDERANDO os vários comentários negativos sobre a sucralose em redes sociais, mídias e em alguns eventos, entre eles, que o referido adoçante aumentaria a secreção de insulina, causaria alterações na tireoide, câncer;
CONSIDERANDO a dúvida se o consumo de sucralose deve ou não ser indicado pelo nutricionista a seus pacientes;
INFORMA que:
Apesar de informações circulantes de malefícios sobre a sucralose, não foram encontrados estudos científicos (desenvolvidos com humanos e em quantidade representativa) que suportem as afirmações de que o consumo do edulcorante aumentaria a secreção de insulina, causaria alterações na tireoide e câncer.
A sucralose foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) como um edulcorante de mesa em 1998, seguindo-se a aprovação como um adoçante de uso geral em 1999. Antes de aprovar o adoçante, o FDA revisou mais de 100 estudos de segurança realizados no edulcorante, incluindo estudos para avaliar o risco de câncer. Os resultados destes estudos não mostraram nenhuma evidência de que o adoçante cause câncer ou represente qualquer outra ameaça à saúde humana (1). Não existem evidências claras de que os adoçantes disponíveis comercialmente nos Estados Unidos estejam associados com o risco de câncer em seres humanos (2).
A Ingestão Diária Aceitável (ADI) é de 0-15 mg / kg de peso corporal – última avaliação em 1990, segundo o resumo das avaliações realizadas pelo Comitê Misto Food and Agriculture Organization of the United Nations/World Health Organization (FAO/WHO) de Peritos em Aditivos Alimentares. (3)
O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), órgão auxiliar do Ministério da Saúde no desenvolvimento e coordenação das ações integradas para a prevenção e o controle do câncer no Brasil, registrou em 01 de agosto de 2015 que “evidências obrigam o INCA a cumprir com sua responsabilidade de informar à população que o consumo de adoçantes artificiais está associado ao desenvolvimento de algumas doenças, inclusive do câncer”. No texto, a sucralose especificamente não foi mencionada como causadora de malefícios, e sim a sacarina sódica, o aspartame e edulcorantes em geral. (4)
Em busca de mais informações, em contato com a Unidade Técnica de Alimentação, Nutrição e Câncer do INCA, nos foi informado que ainda não há evidências que relacionem o consumo de sucralose com o desenvolvimento de câncer em seres humanos. No entanto, há motivos para o reconhecimento da hipótese de relação entre o uso de adoçantes não nutritivos e o risco de desenvolver a doença e por isso o INCA adotou a recomendação de evitar o consumo de qualquer tipo de adoçante artificial, inclusive a sucralose, para a população sem indicação clínica específica para o uso da substância.
A sucralose foi sugerida para avaliação do Grupo Consultivo da International Agency for Research on Cancer (IARC), com alta prioridade, para estimativa de carga global do Câncer, no decorrer dos anos de 2015 a 2019 (5).
O Conselho Federal de Nutricionistas recomenda ao nutricionista:
1. Com base no Código de Ética do Nutricionista – Resolução CFN nº 334/2004, alterada pela Resolução CFN nº 541/2014 (6) -, o nutricionista deve analisar com rigor técnico-científico qualquer tipo de prática ou pesquisa, adotando-a somente quando houver níveis consistentes de evidências científicas – sendo que informações repassadas em redes sociais, mídias e eventos sem a apresentação das referências literárias das informações não devem respaldar a prática profissional.
2. Manter constante leitura, pesquisa, estudo e consulta a órgãos que realizam pesquisas, como os mencionados, para atendimento aos pacientes ou outras condutas profissionais.
3. Indicar adoçante artificial apenas a pacientes com necessidade clínica específica para o uso da substância, respeitando-se os limites de Ingestão Diária Aceitável.
Destacamos que é de responsabilidade do nutricionista assumir os atos praticados no seu exercício profissional, cabendo aos Conselhos Federal e Regionais de Nutricionistas a apuração dos mesmos quando provocados.
Algumas sugestões de bases de dados:
1. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/home
2. American Society for Nutrition – http://www.nutrition.org/searchall/
3. Biblioteca Virtual em Saúde – http://www.bireme.br/
4. The Scientific Electronic Library Online – http://www.scielo.org/php/index.php
5. PubMed – http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi
6. Periódicos da Capes – http://www.periodicos.capes.gov.br/
7. Portal da Saúde – http://portalsaude.saude.gov.br/
8. World Health Organization – http://www.who.int/en/
9. Organização Pan-Americana da Saúde – http://www.paho.org/
10. Rede de Nutrição do Sistema Único de Saúde – RedeNutri – http://ecos-redenutri.bvs.br/
REFERÊNCIAS:
(1) NATIONAL CANCER INSTITUTE. Artificial sweeteners and cancer. Disponível em:
(2) NATIONAL CANCER INSTITUTE. Diet. Disponível em:
(3) IPCS-INCHEM. Resumo das avaliações realizadas pelo Comité Misto FAO / OMS de Peritos em Aditivos Alimentares: sucralose. Disponível em:
(4) INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Recomendações do INCA são baseadas em evidências científicas. Disponível: < http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/agencianoticias/site/home/noticias/2015/recomendacoes_inca_sao_baseadas_em_evidencias_cientificas>. Acesso em: 26 out. 2015.
(5) INTERNACIONAL AGENCY FOR RESERACH ON CANCER – WORL HEALTH ORGANIZATION. IARC Interim Annual Report 2014. 2014. Disponível em:
(6) CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. Resolução CFN nº 334/2004, alterada pela Resolução CFN nº 541/2014. Dispõe sobre o Código de Ética do Nutricionista e dá outras providências. Disponível em:
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Dr. Frederico Lobo
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13:28
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Coletânea de Posts sobre Lugol e ingestão de Iodo
Excelentes colocações do Dr. Minuzzi (endocrinologista com 42 anos de experiência em endocrinologia) sobre a moda do Iodo. Semanalmente atendo no consultório particular e até no SUS, pacientes fazendo uso de alguma forma de Iodo. Seja Lugol, Iodo quelato. Isso na minha opinião é um erro e não encontra NENHUM tipo de respaldo científico. Ou seja, as maiores autoridades do mundo em endocrinologia, contraindicam o uso de LUGOL. Vale a pena ler o texto abaixo.
O Excesso de Iodo na População Brasileira No início do século XX a deficiência de Iodo foi reconhecida como um grave problema de saúde pública na maioria dos países da América Latina.
As consequências da deficiência de Iodo levam ao bócio endêmico, cretinismo, prejuízos intelectuais, retardo no crescimento, hipotireoidismo neonatal e ao aumento do aborto espontâneo e mortalidade infantil.
Em função disso, em 1953, legislou-se pela primeira vez para que houvesse a correção da deficiência crônica de Iodo no Brasil. O sal iodado seria distribuído só em áreas endêmicas de bócio, com dose fixa de 10mg de Iodo/Kg de sal, entretanto, isso só foi implementado em 1977.
Na década de 1982 à 1992 o INAN assumiu o Programa Nacional para a Deficiência Crônica de Iodo e forneceu iodeto de potássio a todos os produtores de sal, sem qualquer custo para os mesmos.
Em 1992 o INAN foi dissolvido. Em 1995 nova legislação foi feita determinando que todo sal para consumo humano deveria ser enriquecido com Iodo e a Anvisa ficou encarregada de supervisionar o teor de Iodo em amostras de sal.
Entre 1998 à 2003 o teor de Iodo no sal foi elevado para 40 à 100mg de Iodo/Kg de sal. No período de 1998 à 2003 a população brasileira foi exposta a excessivo aporte nutricional de Iodo advindo do sal. Isso foi confirmado pelo Thyromobil Project em 2001.
Abaixo alguns detalhes dessa pesquisa que encontrou amostras de sal vendidas no Brasil com até 10 vezes mais Iodo do que o recomendado. Alertada por órgãos Internacionais e pesquisadores brasileiros a Anvisa, em 2003, decide reduzir a concentração de Iodo no sal brasileiro para 20-60mg/kg de sal, mas o descontrole segue.
O mapa acima mostra a nossa realidade atual. Esse trabalho foi publicado em 2013. A cor preta representa excessivo consumo de Iodo ( UIC>300mcg/L) por parte da população brasileira.
Nossa população têm que estar atenta .
Frequentemente chegam até mim pacientes tomando as mais diferentes formas de Iodo. ALERTA MÁXIMO . O Iodo em excesso acarreta uma série de doenças!
Estudo feito em 2001, Thyromobil Project, em 13 países da América do Sul em crianças, cuja idade variava entre 6 à 12 anos, demonstrou que, no Brasil, a grande maioria apresentava excesso de iodo.
Aleatoriamente, os pesquisadores coletaram 1324 amostras de sal vendidas no Brasil, em supermercados e lojas de alimentos. Na grande maioria dessas amostras o que se detectou foram níveis de Iodo muito acima do recomendado. Algumas amostras continham até 10 vezes mais Iodo do que o recomendado.
As 1013 crianças brasileiras estudadas, nas mais diferentes cidades de nosso país, todas apresentavam concentração de Iodo na urina muito acima do recomendado. A pesquisa mostrou que, todas as 1013 crianças estavam com excesso de Iodo, sem nenhuma exceção.
A concentração normal de Iodo na urina deve ser de 100 à 199μg/L . Em algumas crianças brasileiras o que se encontrou foi até 3000 μg/L.
O excesso nutricional de Iodo fez com que aumentasse a incidência de Tireoidite de Hashimoto, hipotireoidismo e hipertireoidismo em nosso país. Sabemos que quando há excesso de Iodo em nosso corpo a tendência é o desequilíbrio da glândula tireóide.
Após a exposição de elevados níveis de Iodo a síntese dos hormônios tireoideanos tende a ser inibida via um efeito agudo denominado Wolff-Chaikoff. Um outro fenômeno que pode ocorrer é denominado de Jod-Basedow, ou hipertireoidismo induzido pelo Iodo.
É frequente também o aparecimento de Tireoidite de Hashimotto em indivíduos que consomem Iodo em excesso.
Caso você queira saber como estão seus níveis de Iodo, existe um exame bem simples que reflete a sua realidade, é a concentração de Iodo na urina de 24 horas. Solicitei inúmeras vezes exame e, até hoje, não encontrei nenhum paciente com déficit de Iodo.
Caso você tenha algum distúrbio de tireóide procure um especialista e trate adequadamente. Como endocrinologista, com 42 anos de prática médica e tendo atendido mais de 33 000 pacientes, afirmo que: quando não há deficiência de IODO comprovada laboratorialmente, tratar doenças tireoideanas com Iodo é como apagar o fogo com gasolina.
___________________________________
O Lugol pode estar prejudicando a sua tireóide.
Lugol ou solução de Lugol é um composto formado por iodo metalóide (I2) e Iodeto de Potássio em água destilada.
Este produto se emprega frequentemente como desinfetante e antisséptico, e para a desinfecção de água em emergências e como conservante.
Também é indicado para cobrir deficiências de iodo e para a situação de tempestade tireoideana, provocada por um hipertireoidismo severo.
No Brasil, mais recentemente, temos observado um uso indiscriminado e indevido da solução de Lugol. Um determinado médico, famoso no meio leigo, e professor de um curso de pós-graduação em medicina antienvelhecimento, voltado para profissionais da medicina, sem qualquer respaldo do Conselho Federal de Medicina, resolveu defender a prescrição de Lugol para prevenção e tratamento do hipotireoidismo, assim como prevenção e tratamento generalizado do câncer.
Cabe ressaltar que a maior fonte mundial de pesquisa de artigos científicos, o PubMed, que compila mais de 26 milhões de artigos científicos, não apresenta evidências que respaldam o uso de Lugol, seja como preventivo, seja como tratamento para o hipotireoidismo ou câncer em geral. Inclusive o uso prolongado de Lugol pode provocar sério dano para a tireóide, provocando e/ou piorando uma disfunção na tireóide ( hipo ou hipertireoidismo).
Por que não usar solução de Lugol?
O iodo é um mineral essencial para o crescimento e desenvolvimento do corpo humano, sua principal função no organismo é a síntese dos hormônios tireoidianos.
A Lei no 6.150 de 1974 revoga a lei 1.944 (1953), e determina a obrigatoriedade para a iodação de todo o sal para consumo humano e animal produzido no país. Segundo a lei, cada kilograma de sal deveria conter de 10 a 30mg de iodo metalóide. Em março de 1999, através da Portaria No 218, o Ministério da Saúde estabelece, que somente será considerado próprio para consumo humano o sal que contiver teor igual ou superior a 40 (quarenta) miligramas até o limite de 100 (cem) miligramas de iodo, por quilograma de produto. Recentemente, norma da ANVISA readequou os níveis para 15 a 45 mg/kg de sal.
A quantidade necessária de ingesta de iodo é de pelo menos 150 ug por dia, sendo menor para crianças abaixo de 12 anos e lactentes. Em uma alimentação normossódica, na faixa de 06 gramas por dia, a quantidade de iodo ofertada ao organismo é na ordem de 200 a 500 ug por dia. Dados do Ministério da Saúde indicam que o brasileiro consome 9,6 gramas de sal diariamente, mas o consumo total pode chegar a 12 gramas, quando levado em consideração alimentos processados e consumidos fora de casa.
Considerando que o brasileiro já adquire a quantidade necessária de iodo através do sal e outros alimentos, a administração de Lugol pode vir a provocar um excesso de iodo no organismo.
Efeitos adversos do excesso de iodo no organismo
O excesso de iodo pode provocar:
• Hipotireoidismo – o excesso de iodo pode provocar doença autoimune contra a tireóide , bem como bloquear a formação e liberação do hormônio da tireóide.
• Hipertireoidismo – o excesso de iodo a longo prazo também pode aumentar a produção do hormônio tireoideano e provocar hipertireoidismo, especialmente naqueles que tem doença tireoideana subjacente.
• Câncer de tireóide
Conclusão
Se você consultou um profissional que tenha lhe indicado o uso de Lugol como coadjuvante para prevenção ou tratamento de distúrbios da tireóide ou outras doenças, recomendo que pare imediatamente e faça uma reavaliação com um especialista no assunto, neste caso um endocrinologista.
Tanto a Sociedade Brasileira de Endocrinologia, quanto as Sociedades de Endocrinologia do mundo inteiro, recomendam o uso de Lugol somente para as situações muito específicas e restritas já anteriormente citadas.
Quero finalizar ilustrando o caso real de uma paciente portadora de hipotireoidismo, em que foi recomendado o uso de solução manipulada de Lugol como terapia coadjuvante. Ela procurou ajuda de um endocrinologista em razão do aparecimento de sintomas de fadiga, sonolência, ganho de peso e tontura. Seu TSH ( medidor do funcionamento da tireóide), havia passado de um valor de 4 ng/dl ( limite superior da normalidade) para 47 ng/dl, ou seja, um hipotireoidismo severo.
Fonte: http://www.thyroidmanager.org/chapter/chapter-2-thyroid-hormone-synthesis-and-secretion/#toc-iodine-availability-and-transport e http://portalsaude.saude.gov.br/
Autor: Dr. Paulo Freitas - Especialista em Endocrinologia e Metabologia Conselheiro do Conselho Regional de Medicina Presidente da Câmara Técnica de Endocrinologia do CRM Membro da Câmara Técnica de Registro de Especialistas do CRM Médico Concursado da Secretaria de Estado de Saúde atuando na função de Regulador e Teleconsultor
Extraído de: http://vitalitecentromedico.com.br/lugol-malefico-para-tireoide/
______________________________________
DEVO TOMAR IODO? por Dr. Flávio Cadegiani
O que vemos são trabalhos e teorias indo em sentidos opostos. A endocrinologia observou que não há em absoluto a necessidade extra de iodo, ao contrário, pode estar acontecendo um aumento dos efeitos Wolff-Charcoff (causando hipotireoidismo auto-imune) e Jod-Basedow (causando hipertireoidismo).
A recomendação extra de iodo hoje se restringe às pacientes grávidas, cuja necessidade de produção de hormônio tireoidiano aumenta.
Por outro lado, o uso de iodo é vangloriado pelas áreas afins como a resposta da vitalidade e da resolução de todas as doenças tireoidianas. Não consegui encontrar estudos de qualidade que confirmem este posicionamento.
O fato é que tem sido comum na prática clínica pacientes com hipotireoidismo compensado clínico a laboratorialmente descompensarem com a exacerbação do hipotireoidismo por uma prescrição que receberam de iodo. Portanto, minha opinião neste caso é clara: a não ser que esteja grávida, não tome iodo.
Autor: Dr. Flávio A. Cadegiani (É médico, endocrinologista e metabologista de Brasilia - DF - CRM/DF 16.219 / CREMESP 160.400) - É doutorando em Adrenal pela UNIFESP.
Minhas considerações (Dr. Frederico Lobo) sobre Iodo.
Complemento às palavras do meu amigo Dr. Flávio Cadegiani - Médico. O iodo estável, administrado como iodeto de potássio ou solução de Lugol em quantidades farmacológicas (30 mg por dia ou mais), bloqueia a liberação de hormônios tireoidianos pela glândula e inibe a organificação do iodo em pacientes com doença de Graves.
Quando combinado com a terapia com fármacos antitireoidianos, o iodo pode acelerar o declínio nas concentrações de hormônio tireoidiano circulante. Porém, seus efeitos são apenas temporários, desaparecendo após 10 a 14 dias, após os quais há recorrência do hipertireoidismo. Consequentemente, ele é útil apenas em duas situações clínicas.
- Em primeiro lugar, ele pode ser usado como medida de curto prazo para preparar os pacientes para a tireoidectomia.
- Em segundo lugar, ele pode ser iniciado vários dias após o tratamento com radioiodo para acelerar a restauração do eutireoidismo. Em tais pacientes, a glândula irradiada é incapaz de escapar dos efeitos inibitórios do iodo.
Muitos vem até aqui argumentando que alguns médicos famosos prescrevem. A pergunta que fica: São endocrinologistas e estudiosos na área? Já frequentaram laboratórios de pesquisa? Estão ligados a alguma Universidade nacional ou internacional que faz pesquisa justamente sobre Iodo? Tem artigos científicos publicados e indexados na maior base de dados (Pubmed)? Se esses médicos são tão bons e seus resultados com iodo são tão fabulosos pq não publicam Relatos de casos ?
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terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
Glutamina melhora o sistema imune?
Suplementar glutamina para melhorar sistema imunológico funciona? E como uma estratégia para evitar catabalismo? As respostas para essas e outras questões estão nesse vídeo do excelente pessoal do Ciência InForma.
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Dr. Frederico Lobo
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Por que sentimos câimbras ?
Por que sentimos câimbras?
Contrações musculares involuntárias, normalmente intensas e doloridas. Se você já sentiu isso na pele (ou melhor, no músculo), sabe que estou falando de câimbras. Embora a maioria das pessoas acredite que as câimbras sejam causadas pela perda de sais no suor (como sódio e potássio), a verdade é que sabemos muito pouco sobre suas causas. Pior, parece que sódio e potássio nada têm a ver com isso. Em tempo, comer bananas tampouco irá preveni-las
Nem todas as câimbras são iguais
Existem diferentes tipos de câimbras: as noturnas, as que ocorrem em repouso, as que ocorrem em decorrência de doenças raras e aquelas que acontecem quando fazemos exercício. Neste post, obviamente o foco será apenas as câimbras associadas ao exercício.
A ciência ainda sabe muito pouco sobre as câimbras
Sim, não sabemos dizer com segurança e precisão qual ou quais são as causas das câimbras. Isso porque esse fenômeno é muito difícil de ser estudado no laboratório. Por ser algo “espontâneo”, difícil de induzir e de duração muito curta, é quase impossível conduzir estudos experimentais com câimbras. Assim, resta-nos fazer associações, especulações, criar, refutar e recriar teorias.
Teoria dos distúrbios hidroeletrolíticos.
O nome é complicado, mas o conceito é fácil de entender: quando nos exercitamos, suamos para manter a temperatura corporal. No suor, perdemos água e sais. Tal perda leva a desidratação e altera a concentração de sais como sódio, cloro e potássio em nosso sangue. Uma vez que a excitabilidade das células musculares depende da concentração de sais, alterações eletrolíticas que acompanham a sudorese excessiva podem fazer com que os músculos se tornem hiperexcitáveis. Logo, eles se tornariam mais propensos a contraírem-se involuntariamente, causando câimbras.
Algumas observações “históricas” apoiaram essa hipótese, como a alta frequência de câimbras entre trabalhadores braçais expostos ao sol e/ou calor por longos períodos. Outros relatos mostraram que dietas muito pobres em sal (feita por 10 dias) resultaram em câimbras frequentes. Tal quadro foi revertido ao reintroduzir-se o sal à dieta. Uma vez que esses indivíduos tomavam água normalmente, era pouco provável que as câimbras tenham sido causadas por desidratação.
Outro estudo com jogadores de futebol americano mostrou que aqueles que tinham histórico de câimbras frequentes perdiam cerca de duas vezes mais sódio e cloro no suor do que seus pares sem histórico de câimbras. Por isso, alguns acreditam que atletas de “suor salgado” estão mais propensos a sofrerem com câimbras, e que a reposição de sais seria o tratamento mais efetivo. Um dado interessante é que a perda de potássio é bastante similar entre atletas de “suor salgado” e “suor normal”. Além disso, a perda de potássio no suor é muito pequena, especialmente em comparação à perda de sódio e cloro. Logo, não há nenhuma razão para acreditar que câimbras sejam causadas por perda de potássio, muito menos que o consumo de alimentos ricos em potássio (como a banana) possam preveni-las.
Outro fator frequentemente associado à ocorrência de câimbras é o exercício em ambientes quentes, em que a sudorese é exacerbada, a perda de sais é intensa e a temperatura corporal tende a subir. Por isso, alguns autores consideram que câimbras no esporte são, na verdade, câimbras de calor.
5 motivos para refutar a teoria do calor e da perda de sais
Uma teoria só tem serventia se for capaz de explicar os fatos. Quando novos fatos não são explicados pela velha teoria, é hora de abandoná-la. Esse parece ser o caso, e aqui apresento algumas razões para não acreditar na teoria dos distúrbios hidroeletrolíticos.
Fadiga neuromuscular: uma nova teoria da câimbra
Uma nova de forma explicar a câimbra durante o exercício deve deixar de lado o calor, os distúrbios hidroeletrolíticos e deve contemplar a fadiga muscular. Essa nova teoria diz que, quando fadigado, o músculo:
Em outras palavras, a teoria diz que a fadiga muscular faz com que aja um aumento do estímulo elétrico para a contração muscular concomitante a uma redução do estímulo para o relaxamento muscular. O resultado é uma superexcitação do músculo, causando a contração involuntária.
A teoria também explica porque apenas os músculos mais exercitados apresentam câimbras, e porque é possível sentir câimbras mesmo após exercícios curtos (sem perda significativa de sais) e muito intensos.
Por fim, pelo fato da teoria lidar com o equilíbrio dos reflexos de excitação e inibição muscular, os quais são também afetados pelo comprimento do músculo, a teoria também explica porque é possível induzir câimbras mesmo sem exercício. Basta, por exemplo, deixar a panturrilha semicontraída (músculo encurtado) e fazer uma contração isométrica bem forte.
Sugestão: não faça esse teste em casa!
Sei que entender bem a nova teoria é difícil, e talvez apenas os aficionados por fisiologia o façam. Mas perceber os furos das teorias de perda de sais e a ineficiência do consumo de alimentos ricos em potássio é importante. Aliás, a nova teoria também explica porque o melhor tratamento para a câimbra é alongar imediatamente o músculo afetado...
Saudações e até a próxima!
Guilherme Artioli - Blog Ciência inForma - www.cienciainforma.com.br
Referências:
Fonte: http://www.cienciainforma.com.br/post.php?id=198
Contrações musculares involuntárias, normalmente intensas e doloridas. Se você já sentiu isso na pele (ou melhor, no músculo), sabe que estou falando de câimbras. Embora a maioria das pessoas acredite que as câimbras sejam causadas pela perda de sais no suor (como sódio e potássio), a verdade é que sabemos muito pouco sobre suas causas. Pior, parece que sódio e potássio nada têm a ver com isso. Em tempo, comer bananas tampouco irá preveni-las
Nem todas as câimbras são iguais
Existem diferentes tipos de câimbras: as noturnas, as que ocorrem em repouso, as que ocorrem em decorrência de doenças raras e aquelas que acontecem quando fazemos exercício. Neste post, obviamente o foco será apenas as câimbras associadas ao exercício.
A ciência ainda sabe muito pouco sobre as câimbras
Sim, não sabemos dizer com segurança e precisão qual ou quais são as causas das câimbras. Isso porque esse fenômeno é muito difícil de ser estudado no laboratório. Por ser algo “espontâneo”, difícil de induzir e de duração muito curta, é quase impossível conduzir estudos experimentais com câimbras. Assim, resta-nos fazer associações, especulações, criar, refutar e recriar teorias.
Teoria dos distúrbios hidroeletrolíticos.
O nome é complicado, mas o conceito é fácil de entender: quando nos exercitamos, suamos para manter a temperatura corporal. No suor, perdemos água e sais. Tal perda leva a desidratação e altera a concentração de sais como sódio, cloro e potássio em nosso sangue. Uma vez que a excitabilidade das células musculares depende da concentração de sais, alterações eletrolíticas que acompanham a sudorese excessiva podem fazer com que os músculos se tornem hiperexcitáveis. Logo, eles se tornariam mais propensos a contraírem-se involuntariamente, causando câimbras.
Algumas observações “históricas” apoiaram essa hipótese, como a alta frequência de câimbras entre trabalhadores braçais expostos ao sol e/ou calor por longos períodos. Outros relatos mostraram que dietas muito pobres em sal (feita por 10 dias) resultaram em câimbras frequentes. Tal quadro foi revertido ao reintroduzir-se o sal à dieta. Uma vez que esses indivíduos tomavam água normalmente, era pouco provável que as câimbras tenham sido causadas por desidratação.
Outro estudo com jogadores de futebol americano mostrou que aqueles que tinham histórico de câimbras frequentes perdiam cerca de duas vezes mais sódio e cloro no suor do que seus pares sem histórico de câimbras. Por isso, alguns acreditam que atletas de “suor salgado” estão mais propensos a sofrerem com câimbras, e que a reposição de sais seria o tratamento mais efetivo. Um dado interessante é que a perda de potássio é bastante similar entre atletas de “suor salgado” e “suor normal”. Além disso, a perda de potássio no suor é muito pequena, especialmente em comparação à perda de sódio e cloro. Logo, não há nenhuma razão para acreditar que câimbras sejam causadas por perda de potássio, muito menos que o consumo de alimentos ricos em potássio (como a banana) possam preveni-las.
Outro fator frequentemente associado à ocorrência de câimbras é o exercício em ambientes quentes, em que a sudorese é exacerbada, a perda de sais é intensa e a temperatura corporal tende a subir. Por isso, alguns autores consideram que câimbras no esporte são, na verdade, câimbras de calor.
5 motivos para refutar a teoria do calor e da perda de sais
Uma teoria só tem serventia se for capaz de explicar os fatos. Quando novos fatos não são explicados pela velha teoria, é hora de abandoná-la. Esse parece ser o caso, e aqui apresento algumas razões para não acreditar na teoria dos distúrbios hidroeletrolíticos.
- se a perda de sais do sangue realmente causasse fadiga, todos os músculos deveriam contrair-se involuntariamente. No entanto, sabemos que atletas têm câimbra em músculos isolados, sobretudo naqueles que foram exaustivamente solicitados durante o exercício. Isso indica que a fadiga localizada deve ter alguma participação no início da câimbra;
- pelo menos 4 estudos não confirmaram a associação entre câimbras e distúrbios hidroeletrolíticos. Esses estudos também não apoiam a hipótese da desidratação como causa das câimbras e indicam que a teoria do “suor salgado” também explicam a ocorrência de câimbras no exercício.
- se o calor fosse condição essencial para o disparo da câimbra, não observaríamos tantos casos de câimbras em eventos em ambientes frios, incluindo até natação e esportes em águas frias
- atletas sem aumento da temperatura corporal também têm câimbras, o que reforça a ideia de que o calor não faz parte das causas da câimbra
- estudos em que atletas são “aquecidos” de forma passiva (isto é, sem exercício) não são capazes de induzir câimbras, indicando novamente que o calor não participa da câimbra.
Fadiga neuromuscular: uma nova teoria da câimbra
Uma nova de forma explicar a câimbra durante o exercício deve deixar de lado o calor, os distúrbios hidroeletrolíticos e deve contemplar a fadiga muscular. Essa nova teoria diz que, quando fadigado, o músculo:
- recebe um maior número de disparos elétricos nervosos para se contrair
- apresenta uma redução da atividade elétrica que inibe a contração muscular (para os entendidos em fisiologia, atividade dos nervos Ib dos órgãos tendinosos de Golgi)
Em outras palavras, a teoria diz que a fadiga muscular faz com que aja um aumento do estímulo elétrico para a contração muscular concomitante a uma redução do estímulo para o relaxamento muscular. O resultado é uma superexcitação do músculo, causando a contração involuntária.
A teoria também explica porque apenas os músculos mais exercitados apresentam câimbras, e porque é possível sentir câimbras mesmo após exercícios curtos (sem perda significativa de sais) e muito intensos.
Por fim, pelo fato da teoria lidar com o equilíbrio dos reflexos de excitação e inibição muscular, os quais são também afetados pelo comprimento do músculo, a teoria também explica porque é possível induzir câimbras mesmo sem exercício. Basta, por exemplo, deixar a panturrilha semicontraída (músculo encurtado) e fazer uma contração isométrica bem forte.
Sugestão: não faça esse teste em casa!
Sei que entender bem a nova teoria é difícil, e talvez apenas os aficionados por fisiologia o façam. Mas perceber os furos das teorias de perda de sais e a ineficiência do consumo de alimentos ricos em potássio é importante. Aliás, a nova teoria também explica porque o melhor tratamento para a câimbra é alongar imediatamente o músculo afetado...
Saudações e até a próxima!
Guilherme Artioli - Blog Ciência inForma - www.cienciainforma.com.br
Referências:
- Schwellnus MP. Muscle Cramping in the Marathon: Aetiology and Risk Factors. Sports Med 2007; 37 (4-5): 364-36
- Sulzer NU, Schwellnus MP, Noakes TD. Serum electrolytes ironman triathletes with exercise-associated muscle cramping. Med Sci Sports Exerc 2005; 37: 1081-5
- Schwellnus MP, Nicol J, Laubscher R, et al. Serum electrolyte concentrations and hydration status are not associated with exercise associated muscle cramping (EAMC) in distance runners. Br J Sports Med 2004; 38: 488-92.
- Maughan RJ. Exercise-induced muscle cramp: a prospective biochemical study in marathon runners. J Sports Sci 1986; 4:31-4.
- Hutton RS, Nelson LD. Stretch sensitivity of Golgi tendon organs in fatigued gastrocnemius muscle. Med Sci Sports Exerc 1986; 18: 69-74.
- Eichner ER. The Role of Sodium in ‘Heat Cramping’. Sports Med 2007; 37 (4-5): 368-37.
- Stofan JR, Zachwieja JJ, Horswill CA, et al. Sweat and sodium in NCAA football players: a precursor to heat cramps? Int J Sport Nutr Exerc Metabol 2005; 15: 641-52.
- McCance RA. Experimental sodium chloride deficiency in man. Proc Royal Soc London Biol 1936; 119: 245-68.
Fonte: http://www.cienciainforma.com.br/post.php?id=198
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Exercício físico (aeróbio): um forte aliado luta contra o câncer.
Você já deve ter ouvido falar que o exercício físico pode prevenir o desenvolvimento de diferentes tipos de câncer. Mas um artigo publicado recentemente na renomada revista científica Cell Metabolism traz evidências (impressionantes) de que o exercício aeróbio pode não apenas prevenir, mas também combater o câncer. Portanto, além da prevenção, o exercício pode ser um aliado ao tratamento. Nesse estudo, ratos foram inoculados com diferentes tipos de células câncerígenas e aqueles que se exercitavam apresentaram incidência e crescimento de tumores ate 60% menores quando comparados aos que não se exercitavam. Claro que os resultados são ainda preliminares e ainda não podem ser extrapolados a humanos, mas já impressionam e animam.
Diversos estudos têm comprovado os efeitos benéficos do exercício físico na qualidade de vida, fadiga e capacidade físico em pacientes com câncer. Além disso, estudos epidemiológicos mostram que pessoas fisicamente ativas tem menor risco de desenvolver alguns tipos de câncer e que pacientes com câncer em remissão (ou seja, curados) têm maior sobrevida quando comparados aqueles que não se exercitam. Estes dados demonstram que o exercício físico tem algum efeito protetor contra o desenvolvimento do câncer.
Mas o recente artigo publicado na renomada revista Cell Metabolism por pesquisadores dinamarqueses apresenta um novo potencial do exercício (aeróbio) como aliado no tratamento do câncer. O estudo foi feito da seguinte forma: 4 semanas antes ou após a inoculação de células cancerígenas, metade dos ratos tiveram acesso a roda de corrida voluntária (parecida com aquelas que vemos comumente em gaiolas de hamsters) e percorreram, em média, 4 a 7 Km por dia durante 4 semanas. Os ratos sem acesso a roda permaneceram sedentários durante esse período. Foram testados diferentes modelos de tumores, representativos de melanoma maligno (câncer de pele), câncer de fígado e de pulmão. Independentemente do exercício ter sido feito antes ou depois da inoculação de células cancerígenas, ele foi capaz de reduzir a incidência e o crescimento dos tumores (ver figura e gráfico abaixo).
Legenda: O gráfico mostra o volume do tumor em ratos exercitados (à direita) e sedentários (à esquerda). A figura mostra o pulmão de ratos sedentários (à esquerda) com mais tumores (área preta) e exercitados (à direita) com muito menos tumores. Fonte: Cell Metabolism DOI: (10.1016/j.cmet.2016.01.011.
Os autores tentaram ainda entender por que o exercício físico era capaz de exercer esses efeitos. Primeiramente, eles observaram que os tumores de ratos exercitados apresentavam maior quantidade de células do sistema imune - aquelas responsáveis por reconhecer e destruir vírus, bactérias e células tumorais. Isso sugere que o exercício, de alguma forma, ativou o sistema imune e fez com que estas células fossem mais capazes de reconhecer e exterminar as células tumorais. É como se o exercício físico fosse capaz de aumentar a “vigilância” e a eficiência das células do próprio sistema imune no combate às células tumorais.
Mas quanto exercício um ser humano deveria fazer para ter estes mesmos efeitos? Para essa pergunta, ainda não há uma boa resposta. Mas o estudo traz indícios de que o exercício deva ser intenso e longo o suficiente de modo a induzir aumentos pronunciados de adrenalina e interleucina-6 (IL-6, uma espécie de hormônio que regula a atividade do sistema imune). Essas substâncias são comumente secretadas durante o exercício de modo proporcional a sua intensidade e duração. Em outras palavras, quanto mais intenso e prolongado o exercício, maior a secreção de adrenalina e IL-6. Mas por quê?
Explico. Com uma série de outros experimentos (que também podem ser vistos no artigo), os autores mostraram que a adrenalina é responsavel pelo recrutamento (aumento) das células do sistema imune na circulação durante o exercício, enquanto a IL-6 redireciona essas células para as células tumorais. É como se a adrenalina fosse responsável por convocar soldados a uma guerra e a IL-6 por comandá-los orientando onde estão os inimigos a serem combatidos. Ou seja, em conjunto, elas promovem o aumento do número e da capacidade das células do sistema imune em reconhecerem e combaterem o tumor (ver figura abaixo).
Legenda: A figura mostra essa interação (epinephrine = adrenalina; bolinhas azuis representam células do sistema imune). Fonte: Cell Metabolism DOI: (10.1016/j.cmet.2016.01.011.
É sempre bom reforçar que esse estudo foi feito com ratos e que, portanto, não se sabe o quanto esses impressionantes efeitos se traduzem para o ser humano. Também não sabemos se esses efeitos seriam observados na presença de outros tipos de tumores.
Mesmo assim, os resultados impressionam e, mais uma vez, mostram o potencial terapêutico do exercício físico. E o melhor, sem nenhum efeito colateral ou deletério. E tem gente dizendo por aí que o exercício aeróbio não serve pra nada ... grande, grande engano!
Fabiana Benatti - Blog Ciência inForma - www.cienciainforma.com.br
Para saber mais:
Fonte: http://www.cienciainforma.com.br/post.php?id=215
Diversos estudos têm comprovado os efeitos benéficos do exercício físico na qualidade de vida, fadiga e capacidade físico em pacientes com câncer. Além disso, estudos epidemiológicos mostram que pessoas fisicamente ativas tem menor risco de desenvolver alguns tipos de câncer e que pacientes com câncer em remissão (ou seja, curados) têm maior sobrevida quando comparados aqueles que não se exercitam. Estes dados demonstram que o exercício físico tem algum efeito protetor contra o desenvolvimento do câncer.
Mas o recente artigo publicado na renomada revista Cell Metabolism por pesquisadores dinamarqueses apresenta um novo potencial do exercício (aeróbio) como aliado no tratamento do câncer. O estudo foi feito da seguinte forma: 4 semanas antes ou após a inoculação de células cancerígenas, metade dos ratos tiveram acesso a roda de corrida voluntária (parecida com aquelas que vemos comumente em gaiolas de hamsters) e percorreram, em média, 4 a 7 Km por dia durante 4 semanas. Os ratos sem acesso a roda permaneceram sedentários durante esse período. Foram testados diferentes modelos de tumores, representativos de melanoma maligno (câncer de pele), câncer de fígado e de pulmão. Independentemente do exercício ter sido feito antes ou depois da inoculação de células cancerígenas, ele foi capaz de reduzir a incidência e o crescimento dos tumores (ver figura e gráfico abaixo).
Legenda: O gráfico mostra o volume do tumor em ratos exercitados (à direita) e sedentários (à esquerda). A figura mostra o pulmão de ratos sedentários (à esquerda) com mais tumores (área preta) e exercitados (à direita) com muito menos tumores. Fonte: Cell Metabolism DOI: (10.1016/j.cmet.2016.01.011.
Os autores tentaram ainda entender por que o exercício físico era capaz de exercer esses efeitos. Primeiramente, eles observaram que os tumores de ratos exercitados apresentavam maior quantidade de células do sistema imune - aquelas responsáveis por reconhecer e destruir vírus, bactérias e células tumorais. Isso sugere que o exercício, de alguma forma, ativou o sistema imune e fez com que estas células fossem mais capazes de reconhecer e exterminar as células tumorais. É como se o exercício físico fosse capaz de aumentar a “vigilância” e a eficiência das células do próprio sistema imune no combate às células tumorais.
Mas quanto exercício um ser humano deveria fazer para ter estes mesmos efeitos? Para essa pergunta, ainda não há uma boa resposta. Mas o estudo traz indícios de que o exercício deva ser intenso e longo o suficiente de modo a induzir aumentos pronunciados de adrenalina e interleucina-6 (IL-6, uma espécie de hormônio que regula a atividade do sistema imune). Essas substâncias são comumente secretadas durante o exercício de modo proporcional a sua intensidade e duração. Em outras palavras, quanto mais intenso e prolongado o exercício, maior a secreção de adrenalina e IL-6. Mas por quê?
Explico. Com uma série de outros experimentos (que também podem ser vistos no artigo), os autores mostraram que a adrenalina é responsavel pelo recrutamento (aumento) das células do sistema imune na circulação durante o exercício, enquanto a IL-6 redireciona essas células para as células tumorais. É como se a adrenalina fosse responsável por convocar soldados a uma guerra e a IL-6 por comandá-los orientando onde estão os inimigos a serem combatidos. Ou seja, em conjunto, elas promovem o aumento do número e da capacidade das células do sistema imune em reconhecerem e combaterem o tumor (ver figura abaixo).
Legenda: A figura mostra essa interação (epinephrine = adrenalina; bolinhas azuis representam células do sistema imune). Fonte: Cell Metabolism DOI: (10.1016/j.cmet.2016.01.011.
É sempre bom reforçar que esse estudo foi feito com ratos e que, portanto, não se sabe o quanto esses impressionantes efeitos se traduzem para o ser humano. Também não sabemos se esses efeitos seriam observados na presença de outros tipos de tumores.
Mesmo assim, os resultados impressionam e, mais uma vez, mostram o potencial terapêutico do exercício físico. E o melhor, sem nenhum efeito colateral ou deletério. E tem gente dizendo por aí que o exercício aeróbio não serve pra nada ... grande, grande engano!
Fabiana Benatti - Blog Ciência inForma - www.cienciainforma.com.br
Para saber mais:
- Pedersen L, Idorn M, Olofsson GH, Lauenborg B, Nookaew I, Hansen RH, Johannesen HH, Becker JC, Pedersen KS, Dethlefsen C, Nielsen J, Gehl J, Pedersen BK, Straten P, Hojman P. Voluntary Running Suppresses Tumor Growth through Epinephrine- and IL-6-Dependent NK Cell Mobilization and Redistribution. Cell Metab 2016; 23: 1–9.
- Brown JC, Winters-Stone K, Lee A, and Schmitz KH. Cancer, physical activity, and exercise. Compr. Physiol. 2012; 2: 2775–2809
- Christensen JF, Jones LW, Andersen JL, Daugaard G, Rorth M, Hojman P. Muscle dysfunction in cancer patients. P. Ann. Oncol. 2014; 25: 947–958.
- Mishra SI, Scherer RW, Snyder C, Geigle PM, Berlanstein DR, Topaloglu O. Exercise interventions on health-related quality of life for people with cancer during active treatment. Cochrane Database Syst. Rev. 2012; 8: CD008465.
Fonte: http://www.cienciainforma.com.br/post.php?id=215
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Dr. minha prolactina está alta, o que devo fazer? Por. Dra. Patrícia Peixoto
1 - o que é a Prolactina?
É um hormônio produzido pela hipófise e cuja principal função é estimular a produção de leite pelas glândulas mamárias e o aumento das mamas.
2 - a dosagem de Prolactina em exames de sangue deve ser feita de rotina?
NÃO. A investigação com exames para dosar Prolactina só estará indicada quando o médico, após a consulta, detectar que o paciente, que pode ser homem ou mulher, apresenta sintomas ou sinais que sugiram aumento dos níveis de Prolactina como causa.
Vale ressaltar que a dosagem de Prolactina em pacientes sem indicação ou por profissionais que não saibam interpretar os resultados acabará por gerar preocupação desnecessária no paciente, além de tratamento indevidos ou inadequados
3 - E quando é indicado dosar a Prolactina?
Na mulher que apresente:
- amenorréia ( falta de menstruação por pelo menos três meses na ausência de gestação ou climatério)
- galactorréia ( saída de leite das mamas sem gravidez ou amamentação)
- irregularidade menstrual
- sintomas relacionados a hipogonadismo, como redução de libido
- cefaléia e sintomas visuais ( mais raros)
- osteoporose ou osteopenia
No homem com:
- ginecomastia ( aumento do tecido mamário)
- sintomas de redução da testosterona, o que o aumento da prolactina provoca, como impotência sexual, entre outros.
Como se vê, alguns dos sintomas listados acima não são causados somente pelo aumento da Prolactina. Por isso, é necessário o raciocínio médico unindo os dados para avaliar cada caso em relação a necessidade dela ser dosada.
4 - o que causa aumento da Prolactina?
Podemos dividir as causas em fisiológicas ( não relacionadas a doenças) e patológicas.
As causas fisiológicas mais comuns de hiperprolactinemia (aumento do nível sérico da prolactina) são a gravidez e amamentação. Além disso, estresse, exercícios físicos e alterações no sono também podem causar tal elevação, inclusive no momento da coleta é indicado que o paciente faça um tempo de repouso por conta disso.
Ainda como causas não patológicas podemos citar o uso de medicamentos, algo a ser sempre questionado na consulta. Em especial os anticoncepcionais orais, as drogas antipsicóticas do grupo dos antagonistas da dopamina (principal neurotransmissor envolvido na inibição da secreção de Prolactina) e alguns anti-hipertensivos.
Uma outra condição fisiológica é a existência da macroprolactina, uma situação em que a molécula de Prolactina naquela pessoa é diferente da usual, o que acaba fazendo com que na dosagem ela apareça elevada. Neste caso, não há doença nem sintomas e nada precisa ser feito.
Por outro lado, as causas patológicas, ou seja, doenças que causam elevação da Prolactina são os adenomas hipofisarios, lesão da haste hipotalâmica (as quais impedem a inibição pela dopamina) e hipotireoidismo, além da síndrome dos ovários policísticos, disfunção renal ou hepática, cirrose, insuficiência adrenal, lesões inflamatórias em região torácica, entre outras.
Os níveis de aumento da Prolactina são uma pista que o especialista utiliza para considerar as possíveis causas. Isso significa que quando há elevações acima de 200 a chance de haver um adenoma hipofisário como causa é muito maior. Por outro lado, níveis acima do limite superior normal, que em geral é 25, porém abaixo de 100, geralmente são causados por condições não patológicas, como por exemplo uso de medicamentos, estresse, coleta feita sem repouso correto, entre outras.
5 - o que fazer se a Prolactina está elevada?
Em primeiro lugar, este dado tem que ser considerado em conjunto com a história e exame físico do paciente. Como foi colocado, nem toda elevação de Prolactina significa que há doença. Portanto, o primeiro passo é procurar um médico especialista que conduza uma investigação adequada para definir a conduta acertada para cada caso.
Fonte: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10207752033659472&set=a.1806775409804.2108180.1252474433&type=3&theater
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Poluição pode afetar metabolismo e levar à obesidade
A poluição do ar já tem sido associada a problemas de saúde, incluindo a asma, bronquite, câncer de pulmão, doenças do coração, entre outras. Agora, um novo estudo sugere que mais uma doença pode ser adicionado à lista: a obesidade.
Um estudo publicado no Journal of the Federation of American Societies for Experimental Biology descobriu que ratos que respiraram ar poluído de Pequim ganharam peso depois de apenas três semanas de exposição. Eles também apresentaram disfunções cardio-respiratória, e diminuição da função metabólica.
Para observar o efeito do ar poluído, os animais, ratas grávidas e seus filhotes, foram divididos e colocados em duas câmaras: uma, exposta ao ar exterior de Pequim, fortemente poluído; e outra, com ar foi filtrado. Os pesquisadores descobriram que, depois de três semanas, os ratos expostos ao ar poluído tinham ganhado peso, apresentaram inflamação do tecidoe tinham níveis mais elevados de colesterol - 97% mais elevados, em geral, do que os ratos que não foram expostos ao ar. Eles também apresentaram menor resistência à insulina, um fator que pode representar um sinal precoce de diabetes.
É importante ressaltar que os ratos expostos à poluição também apresentaram disfunção metabólica - um sinal de alerta para a obesidade. Os mesmos efeitos foram sentidos pelos ratos filhotes.
"Uma vez que a inflamação crônica é reconhecida como um fator que contribui para a obesidade, e que doenças metabólicas como diabetes e obesidade estão intimamente relacionadas, nossos resultados fornecem evidências claras de que a exposição crônica à poluição do ar aumenta o risco de desenvolver obesidade", disse Junfeng Zhang, que trabalhou no estudo, em um comunicado.
"Se traduzido e verificado em seres humanos, estes resultados suportam a necessidade urgente de reduzir a poluição do ar, dada a crescente carga de obesidade no mundo."
Fonte: http://www.abeso.org.br/noticia/poluicao-pode-afetar-metabolismo-e-levar-a-obesidade
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Capacitação de Nutrologia em doenças gastrintestinais
Já fiz esse curso ano passado e recomendo. Excelente. Fui aluno da Prof. Dr. Elza Daniel de Mello e é uma excelente profissional. Como sei que vários médicos visitam o blog, estou divulgando a nova capacitação.
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Dr. Frederico Lobo
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Comida fresca! Saiba como congelar vegetais e manter os nutrientes
Gosta de legumes e verduras no seu prato? Mas sua desculpa para não ter uma alimentação saudável é falta de tempo? Fato que cada vez sobre menos tempo para a gente cozinhar em casa e fugir dos pratos prontos - e nada nutritivos. Mas, é possível dar um jeitinho. Um dica é cozinhar e congelar os alimentos.
O site do É de casa elaborou uma lista do tempo de cozimento de cada alimento antes e depois de congelar. Porém antes, alguns cuidados devem ser tomados na hora de congelar os vegetais:
1 - Limpe e descasque os vegetais
2 - Escalde em água fervente ou no vapor, jamais cozinhar totalmente (veja na tabela o tempo de cozimento ideal)
3 - Logo que retirar, mergulhar em água com gelo. Use um escorredor para dar um choque térmico.
Esse processo é chamado de “branqueamento”. Com isso, os vegetais vão manter cor, sabor e textura, além dos nutrientes - o mais importante. Feito isso, ponha em potes ou sacos pequenos de até 100 gramas. A vantagem de congelar pequenas porções é descongelar somente a quantidade necessária.
Para facilitar, temos uma lista com o modo de fazer para vários tipos de alimentos:
O site do É de casa elaborou uma lista do tempo de cozimento de cada alimento antes e depois de congelar. Porém antes, alguns cuidados devem ser tomados na hora de congelar os vegetais:
1 - Limpe e descasque os vegetais
2 - Escalde em água fervente ou no vapor, jamais cozinhar totalmente (veja na tabela o tempo de cozimento ideal)
3 - Logo que retirar, mergulhar em água com gelo. Use um escorredor para dar um choque térmico.
Esse processo é chamado de “branqueamento”. Com isso, os vegetais vão manter cor, sabor e textura, além dos nutrientes - o mais importante. Feito isso, ponha em potes ou sacos pequenos de até 100 gramas. A vantagem de congelar pequenas porções é descongelar somente a quantidade necessária.
Para facilitar, temos uma lista com o modo de fazer para vários tipos de alimentos:
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Dr. Frederico Lobo
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18:08
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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
Obesidade e diabetes dobram o risco de ter um filho autista
Filhos de mães obesas e diabéticas têm uma probabilidade quatro vezes maior de serem diagnosticados com transtorno do espectro autista, em comparação com aqueles cujas mães não têm nenhuma das condições. É o que diz um estudo publicado recentemente na revista científica Pediatrics.
Embora a obesidade e o diabetes já sejam condições que separadamente aumentam o risco de desenvolvimento da síndrome, o novo estudo mostrou que, quando combinadas, essa probabilidade dobra.
Os pesquisadores da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, nos Estados Unidos, analisaram os registros de 2.734 crianças nascidas no Centro Médico de Boston (EUA). Nos prontuários havia informações sobre a saúde das mães antes e durante a gestação. Os autores também acompanharam as crianças até o início da infância, quando o autismo geralmente é diagnosticado.
Os resultados mostraram que as crianças cujas mães eram obesas antes da gravidez corriam o dobro de risco de serem diagnosticadas com autismo, quando comparadas com aquelas de mães com peso considerado normal. Mulheres com diabetes antes da gestação ou que desenvolveram diabetes gestacional também tinham duas vezes mais chance de ter um filho com autismo, em comparação com aquelas sem a condição.
No entanto, esse risco foi ainda maior quando as duas condições estavam juntas. O risco de ter um filho com autismo nestes casos era quatro vezes maior, do que o daquelas sem nenhum dos problemas de saúde. Os pesquisadores também descobriram que diabetes e obesidade aumentava o risco de deficiência intelectual na criança.
Leia mais: http://goo.gl/7s0C6U
Embora a obesidade e o diabetes já sejam condições que separadamente aumentam o risco de desenvolvimento da síndrome, o novo estudo mostrou que, quando combinadas, essa probabilidade dobra.
Os pesquisadores da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, nos Estados Unidos, analisaram os registros de 2.734 crianças nascidas no Centro Médico de Boston (EUA). Nos prontuários havia informações sobre a saúde das mães antes e durante a gestação. Os autores também acompanharam as crianças até o início da infância, quando o autismo geralmente é diagnosticado.
Os resultados mostraram que as crianças cujas mães eram obesas antes da gravidez corriam o dobro de risco de serem diagnosticadas com autismo, quando comparadas com aquelas de mães com peso considerado normal. Mulheres com diabetes antes da gestação ou que desenvolveram diabetes gestacional também tinham duas vezes mais chance de ter um filho com autismo, em comparação com aquelas sem a condição.
No entanto, esse risco foi ainda maior quando as duas condições estavam juntas. O risco de ter um filho com autismo nestes casos era quatro vezes maior, do que o daquelas sem nenhum dos problemas de saúde. Os pesquisadores também descobriram que diabetes e obesidade aumentava o risco de deficiência intelectual na criança.
Leia mais: http://goo.gl/7s0C6U
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Dr. Frederico Lobo
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21:42
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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
Orientações nutrológicas para portadores de Lupus Eritematoso sistêmico (LES)
O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica, multissistêmica, de causa desconhecida e de natureza autoimune, caracterizada pela presença de diversos autoanticorpos. Além dos aspectos específicos relacionados ao tratamento medicamentoso, algumas medidas de suporte, como orientação sobre a doença, apoio psicossocial, atividade física e, de forma particular, a abordagem dietética, são essenciais para um atendimento integral dos pacientes com LES.1 De fato, a dieta pode auxiliar no controle do quadro inflamatório da doença e das complicações da própria terapêutica. Tendo em vista que o risco cardiovascular parece ser aumentado em pacientes com LES devido à maior frequência de condições associadas à aterosclerose, como dislipidemia, diabetes mellitus (DM), síndrome metabólica (SM) e obesidade, a orientação dietética surge como um importante meio para minimizar essas complicações da doença.
A autoimunidade e o processo inflamatório do LES estão diretamente relacionados a alterações do perfil lipídico e ao metabolismo de lipoproteínas na doença. O padrão de dislipoproteinemia, próprio do LES, é caracterizado por maiores níveis de triglicerídeos (TG) e de lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL) associado a menores níveis de lipoproteína de alta densidade (HDL). Pacientes tanto com doença ativa quanto inativa apresentam essas alterações lipídicas, mas elas são agravadas pela maior atividade inflamatória da doença, o que demonstra que o LES, por si só, promove um perfil de lipoproteínas proaterogênico. Uma redução da atividade enzimática da lipase lipoproteica é responsável por determinar uma dislipoproteinemia própria da doença, pois esta promove menor catabolismo de lipoproteínas ricas em TG (quilomícrons e VLDL) devido à presença de anticorpos antilipase lipoproteica (anti-LPL) ou por ação do fator-α de necrose tumoral (TNF-α).
Vários medicamentos utilizados no LES promovem alterações deletérias no perfil lipídico previamente alterado pela própria doença, com importância particular para o efeito dos corticosteroides. Seu uso crônico no LES está associado ao aumento do colesterol total e de suas frações e dos TG,2,7 que pode ser observado após um período de 1-2 meses de uso. Sabe-se ainda que para cada aumento de 10 mg/dia na dose de prednisona observa-se uma elevação de 7,5 mg% do colesterol total. Além disso, os corticosteroides induzem o aparecimento de outros fatores de risco, como obesidade, hipertensão arterial sistêmica (HAS), hiperinsulinemia e resistência insulínica.
A hiperinsulinemia aumenta o estresse oxidativo, que é considerado um importante mecanismo fisiopatológico para o desenvolvimento da aterosclerose. Alguns estudos revelam que o DM é significativamente mais comum em pacientes com LES que na população em geral, devido à redução da sensibilidade à insulina, e que aproximadamente 18%-38% dos pacientes apresentam SM.
Importante notar que mais da metade dos pacientes com LES apresentam três ou mais fatores de risco para doença cardiovascular, particularmente obesidade, HAS e dislipidemias, sugerindo que são realmente mais suscetíveis à SM. Uma avaliação brasileira do estado nutricional com 170 pacientes com LES verificou prevalência de magreza grau I de 1,2% e de excesso de peso de 64,2% (35,9% de sobrepeso; 21,8% de obesidade grau I; 4,1% de obesidade grau II; 2,4% de obesidade grau III). A eutrofia, segundo o Índice de Massa Corporal (IMC), foi verificada em apenas 34,7% dos pacientes avaliados, e conclui-se que o excesso de peso é um distúrbio frequente durante o seguimento de pacientes com LES. Nesse sentido, é de suma importância estabelecer estratégias, como programas de incentivo à prática de atividade física para redução do peso corporal e aconselhamento nutricional a fim de reduzir os riscos da síndrome.
Acrescenta-se o fato de que a dieta hiperlipídica (rica em colesterol e gordura saturada) é um dos principais fatores para a manutenção da dislipidemia na doença, fazendo perpetuar e agravar as alterações do perfil lipídico. Em contrapartida, nutrientes antioxidantes como β-caroteno, α-tocoferol, ácido ascórbico e selênio são conhecidos como protetores contra danos tissulares por meio da ativação de macrófagos, monócitos e granulócitos, assim como pela supressão da atividade das citocinas e do TNF-α.
Uma promissora forma de abordagem do LES é a dietoterapia, com indicação de alimentação rica em vitaminas, minerais (principalmente os antioxidantes) e ácidos graxos mono/poli-insaturados e moderado consumo energético, visando à redução dos marcadores inflamatórios e ao auxílio no tratamento dessas comorbidades e das reações adversas aos medicamentos.
Carne vermelha x branca: Algumas lúpicas relatam melhora com troca da carne vermelha pela branca. Vale ressaltar que não há respaldo cientifico para tal troca e como o teor de ferro em carne branca é menor e muitas das portadores de LES possuem baixos níveis de ferro com anemia, tal troca pode ser prejudicial. Se optar continuar com a carne vermelha: evite carnes gorduras, retire a gordura ao máximo, pois ela tem ação pro-inflamatória. Evite totalmente a gordura trans.
Fontes de cálcio: os corticóides podem favorecer osteoporose e portanto um bom aporte de cálcio e de vitamina D é desejável. Os alimentos ricos em cálcio são: leite desnatado, queijo, iogurte, folhas verdes escuras (como espinafre e brócolis).
L-canavanina: A alfafa é um alimento que as lúpicas devem evitar, pois esses brotos contêm um aminoácido chamado L-canavanina, que pode aumentar os sintomas de lúpus, de acordo com a Lupus Foundation of America. Pessoas que comeram alfafa reagiram com dor muscular e fadiga, e seus médicos notaram mudanças em seus resultados de teste de sangue.
Evite Legumes da Família da Solanáceas: Embora não haja qualquer evidência científica para provar isso, algumas pessoas com lúpus acham que são sensíveis aos vegetais da família da solanáceas. Isso inclui batatas brancas, tomates, pimentas doces e ardidas, e berinjela.
Cuidado com o álcool: Um copo de vinho tinto ou cerveja ocasional não é restrito. No entanto, o álcool pode interagir com alguns dos medicamentos que você toma para controlar a sua doença. Beber enquanto tomar remédios como o ibuprofeno (Motrin) ou naproxeno (Naprosyn), por exemplo, pode aumentar o risco de sangramento no estômago ou úlceras. O álcool também pode reduzir a eficácia da varfarina (Coumadin) e metotrexato.
Evite Sal: Deixe o saleiro de lado e comece a encomendar suas refeições sem o sódio em restaurantes. De acordo com o Lupus Centro Johns Hopkins, comer muito sal pode elevar a pressão arterial e aumentar o risco de doença cardíaca. O Lupus já o coloca em maior risco de desenvolver doenças cardíacas. Substitua outros temperos como limão, alho, pimenta e curry em pó para realçar o sabor dos alimentos.
Fonte 1: https://lupusbrasil.wordpress.com/2014/02/25/dicas-de-alimentacao-para-o-lupus-quais-comidas-evitar-e-quais-devem-ser-consumidas/
Fonte 2: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-50042012000300009
A autoimunidade e o processo inflamatório do LES estão diretamente relacionados a alterações do perfil lipídico e ao metabolismo de lipoproteínas na doença. O padrão de dislipoproteinemia, próprio do LES, é caracterizado por maiores níveis de triglicerídeos (TG) e de lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL) associado a menores níveis de lipoproteína de alta densidade (HDL). Pacientes tanto com doença ativa quanto inativa apresentam essas alterações lipídicas, mas elas são agravadas pela maior atividade inflamatória da doença, o que demonstra que o LES, por si só, promove um perfil de lipoproteínas proaterogênico. Uma redução da atividade enzimática da lipase lipoproteica é responsável por determinar uma dislipoproteinemia própria da doença, pois esta promove menor catabolismo de lipoproteínas ricas em TG (quilomícrons e VLDL) devido à presença de anticorpos antilipase lipoproteica (anti-LPL) ou por ação do fator-α de necrose tumoral (TNF-α).
Vários medicamentos utilizados no LES promovem alterações deletérias no perfil lipídico previamente alterado pela própria doença, com importância particular para o efeito dos corticosteroides. Seu uso crônico no LES está associado ao aumento do colesterol total e de suas frações e dos TG,2,7 que pode ser observado após um período de 1-2 meses de uso. Sabe-se ainda que para cada aumento de 10 mg/dia na dose de prednisona observa-se uma elevação de 7,5 mg% do colesterol total. Além disso, os corticosteroides induzem o aparecimento de outros fatores de risco, como obesidade, hipertensão arterial sistêmica (HAS), hiperinsulinemia e resistência insulínica.
A hiperinsulinemia aumenta o estresse oxidativo, que é considerado um importante mecanismo fisiopatológico para o desenvolvimento da aterosclerose. Alguns estudos revelam que o DM é significativamente mais comum em pacientes com LES que na população em geral, devido à redução da sensibilidade à insulina, e que aproximadamente 18%-38% dos pacientes apresentam SM.
Importante notar que mais da metade dos pacientes com LES apresentam três ou mais fatores de risco para doença cardiovascular, particularmente obesidade, HAS e dislipidemias, sugerindo que são realmente mais suscetíveis à SM. Uma avaliação brasileira do estado nutricional com 170 pacientes com LES verificou prevalência de magreza grau I de 1,2% e de excesso de peso de 64,2% (35,9% de sobrepeso; 21,8% de obesidade grau I; 4,1% de obesidade grau II; 2,4% de obesidade grau III). A eutrofia, segundo o Índice de Massa Corporal (IMC), foi verificada em apenas 34,7% dos pacientes avaliados, e conclui-se que o excesso de peso é um distúrbio frequente durante o seguimento de pacientes com LES. Nesse sentido, é de suma importância estabelecer estratégias, como programas de incentivo à prática de atividade física para redução do peso corporal e aconselhamento nutricional a fim de reduzir os riscos da síndrome.
Acrescenta-se o fato de que a dieta hiperlipídica (rica em colesterol e gordura saturada) é um dos principais fatores para a manutenção da dislipidemia na doença, fazendo perpetuar e agravar as alterações do perfil lipídico. Em contrapartida, nutrientes antioxidantes como β-caroteno, α-tocoferol, ácido ascórbico e selênio são conhecidos como protetores contra danos tissulares por meio da ativação de macrófagos, monócitos e granulócitos, assim como pela supressão da atividade das citocinas e do TNF-α.
Uma promissora forma de abordagem do LES é a dietoterapia, com indicação de alimentação rica em vitaminas, minerais (principalmente os antioxidantes) e ácidos graxos mono/poli-insaturados e moderado consumo energético, visando à redução dos marcadores inflamatórios e ao auxílio no tratamento dessas comorbidades e das reações adversas aos medicamentos.
Carne vermelha x branca: Algumas lúpicas relatam melhora com troca da carne vermelha pela branca. Vale ressaltar que não há respaldo cientifico para tal troca e como o teor de ferro em carne branca é menor e muitas das portadores de LES possuem baixos níveis de ferro com anemia, tal troca pode ser prejudicial. Se optar continuar com a carne vermelha: evite carnes gorduras, retire a gordura ao máximo, pois ela tem ação pro-inflamatória. Evite totalmente a gordura trans.
Fontes de cálcio: os corticóides podem favorecer osteoporose e portanto um bom aporte de cálcio e de vitamina D é desejável. Os alimentos ricos em cálcio são: leite desnatado, queijo, iogurte, folhas verdes escuras (como espinafre e brócolis).
L-canavanina: A alfafa é um alimento que as lúpicas devem evitar, pois esses brotos contêm um aminoácido chamado L-canavanina, que pode aumentar os sintomas de lúpus, de acordo com a Lupus Foundation of America. Pessoas que comeram alfafa reagiram com dor muscular e fadiga, e seus médicos notaram mudanças em seus resultados de teste de sangue.
Evite Legumes da Família da Solanáceas: Embora não haja qualquer evidência científica para provar isso, algumas pessoas com lúpus acham que são sensíveis aos vegetais da família da solanáceas. Isso inclui batatas brancas, tomates, pimentas doces e ardidas, e berinjela.
Cuidado com o álcool: Um copo de vinho tinto ou cerveja ocasional não é restrito. No entanto, o álcool pode interagir com alguns dos medicamentos que você toma para controlar a sua doença. Beber enquanto tomar remédios como o ibuprofeno (Motrin) ou naproxeno (Naprosyn), por exemplo, pode aumentar o risco de sangramento no estômago ou úlceras. O álcool também pode reduzir a eficácia da varfarina (Coumadin) e metotrexato.
Evite Sal: Deixe o saleiro de lado e comece a encomendar suas refeições sem o sódio em restaurantes. De acordo com o Lupus Centro Johns Hopkins, comer muito sal pode elevar a pressão arterial e aumentar o risco de doença cardíaca. O Lupus já o coloca em maior risco de desenvolver doenças cardíacas. Substitua outros temperos como limão, alho, pimenta e curry em pó para realçar o sabor dos alimentos.
Fonte 1: https://lupusbrasil.wordpress.com/2014/02/25/dicas-de-alimentacao-para-o-lupus-quais-comidas-evitar-e-quais-devem-ser-consumidas/
Fonte 2: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-50042012000300009
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Dr. Frederico Lobo
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quinta-feira, 28 de janeiro de 2016
Generosidade, afeto, compaixão, gentileza - pequenos pormenores que produzem grandes diferenças na sua saúde mental e na sua felicidade
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Dr. Frederico Lobo
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12:05
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Estamos transformando dilemas cotidianos em problemas mentais?
Tristeza após a morte de uma pessoa querida; oscilação da memória com o avanço da idade; birras infantis: todos esses comportamentos são recorrentes, reações típicas a um acontecimento ou coerentes com determinada época da vida, certo? Não segundo a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM 5).
Ao estabelecer novos critérios para o diagnóstico e ampliar o rol de transtornos mentais, o documento, referência internacional em psiquiatria, suscita a questão: estamos transformando problemas cotidianos em transtornos mentais?
O psiquiatra americano Allen Frances acredita que sim. Para o médico, que esteve à frente da revisão da edição anterior do DSM e hoje lidera o movimento de crítica ao manual e à medicalização excessiva, vivemos o “fenômeno do hiperdiagnóstico”, em que dificuldades e reações comuns a diferentes fases da vida são tratadas com remédios.
Pacientes querem que problemas “se resolvam”
Para o psiquiatra Carlos Augusto Maranhão de Loyola, secretário-geral da Associação Paranaense de Psiquiatria (APP), a inflação de diagnósticos de transtornos mentais é um fenômeno de causas múltiplas. Ele cita três fatores: lobby da indústria farmacêutica; despreparo de médicos não-especializados que prescrevem psicotrópicos e o desejo individual de que os problemas “se resolvam”.
“As pessoas querem que seu problema seja resolvido, e não resolver seu próprio problema. É a estratégia de responsabilizar um terceiro elemento pelo meu bem-estar. É mais fácil responsabilizar um diagnóstico e medicalizar para justificar um certo comportamento. Soma-se a isso os diagnósticos feitos por médicos sem especialização e temos a tristeza medicalizada. Tristeza não é um diagnóstico”, analisa.
Manual polêmico
A polêmica suscitada pelo DSM 5 tem razão de ser: pelo novo documento, tristeza virou Transtorno Depressivo Maior; esquecimento típico da velhice agora é Transtorno Neurocognitivo Leve e gula se transformou em Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica. Muito em breve, prevê Frances em seu livro, a maior parte das pessoas terá Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade – diagnóstico problemático para o psiquiatra, principalmente em crianças.
O desconforto em relação ao DSM 5 chegou até mesmo ao Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos, maior financiador de pesquisas científicas na área em todo mundo, que decidiu não custear mais pesquisas baseadas no manual.
No Brasil, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) não recomenda a utilização do DSM para atuação clínica. De acordo com Antônio Geraldo da Silva, presidente da ABP, o manual foi desenvolvido para balizar pesquisas científicas. “Utilizar o manual na atividade clínica diária é inadequado porque ele não foi elaborado para isso, ele serve mais à ciência. O DSM tem seu valor, mas não é a bíblia da psiquiatria.”
O psiquiatra acrescenta que é recorrente o uso do DSM por médicos não especializados para fazer diagnóstico psiquiátrico. “É como se bastasse preencher uma espécie de questionário de sintomas para se chegar ao diagnóstico. Se o paciente disser que sente tristeza, desânimo, cansaço e falta de vontade, o DSM vai apontar para depressão. Mas esses também são sintomas de hipotireoidismo”, exemplificou.
Normal?
O psiquiatra Carlos Augusto Maranhão de Loyola explica que na Psiquiatria não existe o conceito de normalidade. “Usamos o conceito de o que gera sofrimento a si e aos outros. Protocolizar o que é normal não é o que a psiquiatria busca. O risco é passar a diagnosticar qualquer comportamento e, num segundo momento, medicalizar qualquer comportamento.”
Consequências
Frances alerta para as implicações individuais e sociais decorrentes de transformar problemas cotidianos em transtornos mentais: estigmatizar pessoas saudáveis, sujeitá-las aos efeitos de medicamentos desnecessários; alocar mal recursos médicos e, em última instância, transferir a responsabilidade por nosso bem-estar mental para longe de nossos cérebros que, nas palavras de Frances, “são naturalmente resilientes e nos mantiveram sãos por centenas de milhares de anos.”
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/estamos-transformando-dilemas-cotidianos-em-problemas-mentais-752ipl5vf9yi7oz3l62yzfuuo
Ao estabelecer novos critérios para o diagnóstico e ampliar o rol de transtornos mentais, o documento, referência internacional em psiquiatria, suscita a questão: estamos transformando problemas cotidianos em transtornos mentais?
O psiquiatra americano Allen Frances acredita que sim. Para o médico, que esteve à frente da revisão da edição anterior do DSM e hoje lidera o movimento de crítica ao manual e à medicalização excessiva, vivemos o “fenômeno do hiperdiagnóstico”, em que dificuldades e reações comuns a diferentes fases da vida são tratadas com remédios.
Pacientes querem que problemas “se resolvam”
Para o psiquiatra Carlos Augusto Maranhão de Loyola, secretário-geral da Associação Paranaense de Psiquiatria (APP), a inflação de diagnósticos de transtornos mentais é um fenômeno de causas múltiplas. Ele cita três fatores: lobby da indústria farmacêutica; despreparo de médicos não-especializados que prescrevem psicotrópicos e o desejo individual de que os problemas “se resolvam”.
“As pessoas querem que seu problema seja resolvido, e não resolver seu próprio problema. É a estratégia de responsabilizar um terceiro elemento pelo meu bem-estar. É mais fácil responsabilizar um diagnóstico e medicalizar para justificar um certo comportamento. Soma-se a isso os diagnósticos feitos por médicos sem especialização e temos a tristeza medicalizada. Tristeza não é um diagnóstico”, analisa.
Manual polêmico
A polêmica suscitada pelo DSM 5 tem razão de ser: pelo novo documento, tristeza virou Transtorno Depressivo Maior; esquecimento típico da velhice agora é Transtorno Neurocognitivo Leve e gula se transformou em Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica. Muito em breve, prevê Frances em seu livro, a maior parte das pessoas terá Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade – diagnóstico problemático para o psiquiatra, principalmente em crianças.
O desconforto em relação ao DSM 5 chegou até mesmo ao Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos, maior financiador de pesquisas científicas na área em todo mundo, que decidiu não custear mais pesquisas baseadas no manual.
No Brasil, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) não recomenda a utilização do DSM para atuação clínica. De acordo com Antônio Geraldo da Silva, presidente da ABP, o manual foi desenvolvido para balizar pesquisas científicas. “Utilizar o manual na atividade clínica diária é inadequado porque ele não foi elaborado para isso, ele serve mais à ciência. O DSM tem seu valor, mas não é a bíblia da psiquiatria.”
O psiquiatra acrescenta que é recorrente o uso do DSM por médicos não especializados para fazer diagnóstico psiquiátrico. “É como se bastasse preencher uma espécie de questionário de sintomas para se chegar ao diagnóstico. Se o paciente disser que sente tristeza, desânimo, cansaço e falta de vontade, o DSM vai apontar para depressão. Mas esses também são sintomas de hipotireoidismo”, exemplificou.
Normal?
O psiquiatra Carlos Augusto Maranhão de Loyola explica que na Psiquiatria não existe o conceito de normalidade. “Usamos o conceito de o que gera sofrimento a si e aos outros. Protocolizar o que é normal não é o que a psiquiatria busca. O risco é passar a diagnosticar qualquer comportamento e, num segundo momento, medicalizar qualquer comportamento.”
Consequências
Frances alerta para as implicações individuais e sociais decorrentes de transformar problemas cotidianos em transtornos mentais: estigmatizar pessoas saudáveis, sujeitá-las aos efeitos de medicamentos desnecessários; alocar mal recursos médicos e, em última instância, transferir a responsabilidade por nosso bem-estar mental para longe de nossos cérebros que, nas palavras de Frances, “são naturalmente resilientes e nos mantiveram sãos por centenas de milhares de anos.”
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/estamos-transformando-dilemas-cotidianos-em-problemas-mentais-752ipl5vf9yi7oz3l62yzfuuo
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Dr. Frederico Lobo
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Quer emagrecer? Pare de fazer dieta! - Entrevista SENSACIONAL !
A reportagem abaixo está sensacional, excelente. 1 hora de bate papo proveitoso entre minha amiga Juliana Toledo e a embaixadora do comer intuitivo, a Nutricionista e neurocientista Sophie Deram. Vale muito a pena assistir. Concordo com algumas partes do que foi dito pela Sophie. Acho que alguns pacientes precisam sim de dieta, visto que a obesidade desregula todo o sistema nutroneurometabólico e aí para esses pacientes o comer intuitivo falha.
Entretanto, para a maioria das pessoas saudáveis, com peso adequado, a obsessão pela cultura da dieta pode levar a um comer transtornado.
Repost: @jutoledofaria - 💥 Abrimos o ano com chave de ouro 🔝🔝🔝! Trouxe uma convidada mais que especial ❤ para iniciar as entrevistas de 2016: a Pesquisadora e Nutricionista Sophie Deram, autora do livro "O Peso das Dietas". 👉 Doutora pela USP, com formação em endocrinologia e nutrigenômica, ela explica porque as dietas engordam (😲!) e levanta a bandeira contra o terrorismo nutricional.
Repost: @jutoledofaria - 💥 Abrimos o ano com chave de ouro 🔝🔝🔝! Trouxe uma convidada mais que especial ❤ para iniciar as entrevistas de 2016: a Pesquisadora e Nutricionista Sophie Deram, autora do livro "O Peso das Dietas". 👉 Doutora pela USP, com formação em endocrinologia e nutrigenômica, ela explica porque as dietas engordam (😲!) e levanta a bandeira contra o terrorismo nutricional.
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Dr. Frederico Lobo
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Marcadores:
Comer intuitivo,
Nutrição comportamental,
O peso das dietas,
sensacional,
Sophie Deram
Estresse e suas consequências por Henry Okigami e Gisela Savioli
Qual a influência dos fatores externos e da alimentação no estresse? Confira: Estresse e suas consequências
O programa Mais Saúde desta segunda-feira, 25, recebeu o farmacêutico Henry Okigami, que explicou a origem e as ações do estresse do corpo humano.
Conversei com o nosso convidado sobre a influência do ambiente externo e da alimentação como fatores agravantes ao estresse.
Henry explicou que esse problema é algo natural no corpo, que auxilia o ser humano desde o início da civilização. Entretanto, pode se tornar uma doença. Mas, como agir para prevenir?
Uma dieta natural e mais orgânica, o contato com a natureza são algumas das dicas dadas pelo farmacêutico.
Assista ao programa na íntegra e saiba mais, clicando nos links abaixo:
https://youtu.be/3CBHUvElbeU
https://youtu.be/wO9aUNy9ps4
Fonte: http://gisela.clinicasavioli.com.br/estresse-e-suas-consequencias/
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Dr. Frederico Lobo
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