Na página do Facebook do Dr. Drauzio Varella uma seguidora esbravejou: “Que tamanho desserviço com a população! Em pleno 2015 ter que explicar para adultos formados que leite de ser humano é para ser humano e leite de vaca é para bezerro. Meu Deus!”. O post era sobre o consumo de leite para a prevenção da osteoporose. Para ela e muitos outros dos mais de 500 comentários, o leite de vaca deveria entrar no ostracismo por não trazer nenhum benefício à saúde e não ser adequado para seres humanos.
Realmente, os seres humanos são os únicos animais que consomem leite na fase adulta, mas existem motivos para isso que vão além da discussão sobre saúde: 1) desenvolvemos técnicas para domesticação do gado e, assim, conseguimos incorporar o leite animal em nossa dieta; e 2) não destinamos o leite à alimentação de outros animais adultos porque ele é considerado muito nobre e seu custo é alto demais para que ele seja um ingrediente de ração, embora alguns produtores de suínos utilizem soro de leite para a alimentação dos animais.
Esses apontamentos são da dra. Patrícia Blumer Zacarchenco, pesquisadora científica do TECNOLAT-ITAL (Centro de Tecnologia de Alimentos –Instituto de Tecnologia de Alimentos do Estado de São Paulo), que há mais de 18 anos anos estuda o alimento. “Quando o filhote se torna adulto, o desmame feito pelas fêmeas das diversas espécies ocorre não porque o leite deixa de ser adequado para a cria, mas sim para que o filhote passe a ingerir outros alimentos. Também serve para poupar energia da fêmea para um novo processo de gestação.”**
A mesma lógica pode ser aplicada às pessoas. O leite, mesmo o de origem animal, não deixa de ser nutritivo quando nos tornamos adultos, apenas incorporamos outros alimentos em nossa dieta, tanto por terem outros nutrientes que não estão presentes no leite quanto por aumentarem nossa capacidade gustativa. Por mais que exista uma vertente contrária ao seu consumo, o leite traz benefícios à saúde, sim. Ele ajuda na prevenção da síndrome metabólica, na redução da pressão arterial, na prevenção do diabetes tipo 2 e, claro, da osteoporose, pois quando o assunto é ingestão de cálcio, a bebida ainda é uma das fontes mais importantes.
Claro que existem outros meios de ingerir o mineral. As verduras verde-escuras (brócolis, espinafre e couve), assim como castanhas-do-pará, amêndoas e tofu, são excelentes fontes de cálcio (ver tabela abaixo). Muitas dessas, inclusive, têm teor mais elevado do mineral que o próprio leite. Por exemplo: 100 g de brócolis têm 513 mg de cálcio, enquanto 100 ml de leite têm 107 mg.
Por que, então, insistir no consumo de leite? “Alguns alimentos, principalmente os ricos em fibras, contêm fitatos (presentes nos farelos de cereais), oxalatos (presentes no espinafre e nas nozes) e taninos (presentes nos chás). Esses componentes diminuem a biodisponibilidade (a velocidade e extensão de absorção de um princípio ativo) do cálcio, o que pode comprometer a quantidade de mineral efetivamente aproveitada pelo organismo. Já o leite conta com a presença de caseinofosfopeptídeos, lactose e proteínas que facilitam a absorção do cálcio”,* explica a dra. Patrícia Blumer.
Recomendamos o leite, também, com base nos hábitos alimentares dos brasileiros
Quando falamos sobre hábitos alimentares de um país, é preciso não generalizar a partir dos costumes que temos em casa.
O ideal é que a alimentação e as vitaminas não sejam provenientes de apenas uma fonte. Quanto mais colorido o prato e mais variado o cardápio, melhor. O leite não serve para suprir todo o cálcio necessário diariamente, até porque para isso seria necessário ingerir perto de 1 litro do alimento (e poucos gostam do leite puro). Por outro lado, alguns fatores importantes contam para mantê-lo em nossa dieta: sua multifuncionalidade, o preço e, claro, o gosto da população.
O leite é um dos ingredientes mais versáteis da gastronomia (ainda mais que as hortaliças). Se eliminarmos seu consumo, deixaremos de ingerir, também, todos seus derivados: manteiga, queijo, requeijão, creme de leite, leite condensado, iogurte etc. Excluir todos esses alimentos significa abrir mão de inúmeras receitas, muitas enraizadas na nossa cultura, como pães, doce de leite, pão de queijo, brigadeiro e bolos. Até algumas receitas com legumes e verduras ficariam comprometidas: legumes na manteiga, purê de batata, brócolis gratinado, entre muitas outras.
Do ponto de vista econômico, as hortaliças ficam em desvantagem em relação ao leite. Os preços, é claro, podem variar dependendo do produto e do local de compra, mas tomando como referência valores do Instituto de Economia Agrícola do Estado de São Paulo, em fevereiro de 2016 um maço de brócolis custava, em média, R$ 5,69, enquanto o litro do leite longa-vida (o mais consumido no país) saía por R$ 3,03.
A diferença entre os preços (R$ 2,66) pode parecer pequena, mas quando pensamos no orçamento da maioria dos brasileiros, ela é significativa. Em 2015, dados do Banco Central sobre distribuição de renda mostraram que 28,2% da população recebia um salário mínimo, e 54,4%, de um a três salários. Nessa época, o salário era de R$ 788.
Vamos ao cálculo comparativo. Em média, 30% do salário é destinado à alimentação. Fazendo uma conta rápida, e nos baseando no atual salário mínimo, que é de R$ 880, grande parte dos brasileiros costuma gastar, em média, de R$ 264 a R$ 792 por mês com comida.
Para suprirem a necessidade de ingestão diária de cálcio, esses brasileiros precisariam comprar quase um maço de brócolis por dia, o que resultaria em um investimento mensal de aproximadamente R$170, enquanto com o leite o gasto seria quase metade dessa quantia, R$91. Com a primeira opção de compra e baseando-nos no menor salário, sobrariam R$ 94 para comprar os alimentos básicos (arroz, feijão, farinha, carne etc.). Isso se levarmos em conta apenas aos gastos individuais, sem contar famílias que têm dois ou mais integrantes e apenas uma renda.
Já em relação aos costumes alimentares, a maioria dos brasileiros não consome hortaliças e frutas. De acordo com o estudo mais recente Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), publicado em 2015, apenas 24% dos brasileiros ingerem a quantidade ideal recomendada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) desse tipo de alimento (400 g diários).
Se não consumimos nem o que é necessário para termos uma alimentação balanceada, imagine quantos conseguirão ingerir a quantidade diária de cálcio por meio das hortaliças. Por outro lado, o consumo do leite tem aceitação bem maior no país: 54% dos brasileiros consomem o alimento, segundo o mesmo estudo.
As recomendações da OMS para consumo de cálcio podem variar de 300 a 400 mg por dia nos primeiros meses de vida (período da amamentação) e até 1.300 mg/dia na adolescência, por exemplo. Isso equivaleria a comer, diariamente, 234 g de brócolis, 67 7g de couve-manteiga, 882 g de espinafre ou 250 g de sardinha, todos os dias. “Essas pessoas não têm o hábito de ingerir verduras, legumes nem peixes. Como compensar a falta de cálcio? Com o leite, claro”, explica a dra. Sônia Trecco, nutricionista responsável pelo atendimento ambulatorial do HC-FMUSP.
E é exatamente na adolescência que se inicia a prevenção contra danos futuros. Nessa fase, a massa óssea está em formação e segue assim até os 20 anos, quando a densidade óssea atinge o pico. Depois, a estrutura começa a enfraquecer.
A dra. Ana Hoff, endocrinologista do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, explica que uma boa ingestão de cálcio desde cedo é importante para prevenção da perda óssea que pode resultar em osteoporose, mesmo que isso só vá ocorrer décadas depois. “No caso de um consumo pobre do mineral, o organismo sacrifica o esqueleto (depósito de 99% do cálcio no corpo humano) para que suas funções sejam mantidas. A retirada de cálcio do esqueleto para suprir sua falta no sangue resulta em perda óssea.”
O grande desafio deveria ser incentivar a ingestão de cálcio no país sem condenar o leite. Mesmo quem consome a bebida garante a quantidade ideal de cálcio por dia. Apenas 20% das mulheres com 45 anos ingerem o necessário. Entre aquelas com menos de 45 anos, essa porcentagem não passa de 10%.
É claro que é necessário sempre promover uma alimentação diversificada, e também outros hábitos que interferem na saúde da população. “É importante lembrar que a prevenção à osteoporose só é efetiva quando há ingestão de vitamina D, pois essa vitamina ajuda o organismo a absorver o mineral. Para obtê-la, basta tomar dez minutos de sol diariamente”, afirma a nutricionista Sônia Trecco.
Quando recomendamos trocar o leite por outra fonte de cálcio
Não há discussão: a intolerância à lactose (hipolactasia primária) é um dos fatores que impõe restrição ao consumo de leite e laticínios. Segundo a dra. Ana Hoff, o problema causa sintomas desagradáveis após a ingestão desses produtos, tais como distensão do abdômen, acúmulo de gases e fezes amolecidas. “Neste caso, a necessidade de cálcio deve ser suprida por outros alimentos ou, se necessário, com suplementos”, afirma.
Rejane Matar, médica responsável pelo Laboratório de Provas Funcionais do Aparelho digestivo do HC-FMUSP, explica que parte da população apresenta declínio fisiológico e grande diminuição da ação da enzima lactase (responsável pela quebra da lactose, transformando-a em galactose e glucose, monossacarídeos que conseguem ser absorvidos pelo organismo). “Sem a produção abundante de lactase, o organismo não consegue ‘quebrar’ e absorver a lactose no intestino delgado e o manda direto para o grosso. Lá, existem bactérias que fermentam a lactose produzindo gás hidrogênio, que acaba provocando os sintomas desagradáveis.”
A intolerância à lactose é levantada por muitos que vilanizam o leite como uma prova de que ele não deveria ser consumido pelos humanos. Embora o organismo passe inevitavelmente a produzir menos enzima lactase ao longo do tempo, isso não significa que todos nos tornaremos intolerantes à lactose. De acordo com a dra. Rejane Matar, só é considerado intolerante quem apresenta os sintomas. Se não há sinais, não há intolerância à lactose. “O problema é que as pessoas inventaram essa história de que todo mundo precisa tirar o glúten e os produtos lácteos da dieta para emagrecer, enquanto na verdade eles só devem ser retirados em casos especiais e realmente confirmados”. Entretanto, a dra. Rejane ressalta: “Pacientes com genótipo de lactasia persistente num dado momento poderão ter intolerância à lactose.”
Segundo estudos epidemiológicos, as populações que nos seus primórdios dependiam da pecuária muito mais que da agricultura (e eram grandes consumidores de leite e laticínios em geral) apresentam menor prevalência de intolerância à lactose em relação àquelas que dependeram mais da agricultura para sobreviver. “No geral, a prevalência da hipolactasia primária do adulto varia no mundo. Na Dinamarca, 4% da população é intolerante. No nordeste europeu (próximo ao Mar Norte) e na Grã-Bretanha esse número é de 5%, e na Suécia,de 7%”,** explica a dra. Patrícia Blumer. Ou seja, a intolerância não é uma condição soberana.
“E mesmo sendo intolerante, é preciso ter cautela. Quando o paciente tem problemas de intolerância, ele não precisa necessariamente parar de consumir laticínios. É possível que ele seja intolerante apenas a uma determinada quantidade. Por isso, sempre recomendamos fazer um teste e diminuir a porção ingerida. Se ele consumia 3 copos de leite e apresentava sintomas, pedimos que reduza para 2, para 1 e observe como seu corpo reage”, explica dra. Rejane. Se mesmo assim houver desconforto, aí sim, o ideal é a total retirada do leite da dieta. “Nesses casos, o mais indicado é suprir a necessidade de cálcio por meio de outros alimentos”, completa.
A restrição ao consumo de leite também se estende a pessoas com determinadas doenças, como Doença de Crohn, enfermidades inflamatórias, úlcera, gastrite (a bebida estimula a produção de suco gástrico, o que pode piorar o quadro), entre outros problemas já existentes que possam ser agravados com o consumo da bebida. “O leite integral, por exemplo, pode agravar sintomas de refluxo em pessoas que já têm esse problema. A gordura, de um modo geral, retarda o esvaziamento gástrico e propicia o surgimento dos sintomas.”, afirma dra. Rejane.
E dá para confiar na qualidade do leite?
Para quem não se lembra, em 2014 testemunhamos um caso grave de adulteração de leite descoberto pela Operação Leite Compen$ado: cerca de um milhão de litros de leite adulterado ou fora dos padrões sanitários foi comercializado pelas empresas de laticínios Pavlat e Hollmann no Rio Grande do Sul. Nas dependências da empresa foram encontrados soda cáustica, formol e água oxigenada. Em São Paulo e no Paraná, 300 mil litros da bebida, das marcas Parmalat* e Líder, também estavam batizados e chegaram às casas dos consumidores.
No entanto, a fiscalização acontece e é por causa dela que produtos adulterados são retirados do mercado e tomamos conhecimento do que está sendo comercializado. O MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) tem um Programa de Combate a Fraude no Leite, que por meio de análises laboratoriais monitora os estabelecimentos que recebem e processam a bebida. Caso seja detectada alguma adulteração no produto, são aplicadas as sanções administrativas previstas na legislação, incluindo o Regime Especial de Fiscalização.
Enquanto vigora este Regime, a inspeção é intensificada e nenhum produto é liberado para comercialização até que os resultados de análises oficiais demonstrem que ele está dentro dos padrões. Só assim é liberado para consumo. Uma vez descoberta nova fraude, as empresas responsáveis ficam obrigadas a incluir análises específicas dentro do seu programa de controle de qualidade.
Nos últimos três anos, o Programa de Combate à Fraude no Leite realizou em média quatro mil análises de leite pronto para consumo (leite pasteurizado, UHT – longa vida, leite em pó) por ano. Desde o início da operação no RS, em 2013, o percentual de amostras adulteradas passou de 37% para 26%. No primeiro trimestre de 2015, o índice caiu ainda mais, alcançando 22%, e depois chegando a 10%, segundo o promotor Mauro Rockenback, que estava à frente das investigações.
Questionar a qualidade e a confiabilidade do produto é de extrema importância, deve ser uma atitude tomada sempre e sem pudor pelos consumidores, em qualquer âmbito. Acompanhar o trabalho das fiscalizações também é salutar, mas não se passa a ser um hábito cego e sem critério. “Seguir nessa linha de raciocínio é colocar em cheque a confiabilidade de toda a indústria nacional, não apenas a de laticínios ou alimentos”, explica a dra. Patrícia Blumer, que há nove anos é pesquisadora científica do TECNOLAT-ITAL (Centro de Tecnologia de Alimentos-Instituto de Tecnologia de Alimentos).
* A empresa Lactalis do Brasil entrou em contato com a nossa Redação para informar que o ocorrido aconteceu na época em que a Parmalat era gerida por outra empresa. Em 2015, quando adquiriram a licença da marca, modificaram os processos de certificação do leite por um método mais rigoroso.
Referências bibliográficas utilizadas pela dra. Patrícia Blumer
* Foram consultados 2 artigos científicos (Simone Correa Leite; Indiomara Baratto; Rosangela Silva. CONSUMO DE CÁLCIO E RISCO DE OSTEOPOROSE EM UMA POPULAÇÃO DE IDOSOS. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo. v.8. n.48. p.165-174. Nov./Dez. 2014. E Brito, A.C.; Pinho, L.G. Relação entre a ingestão de leite e a osteopenia e osteoporose em mulheres acima dos 50 anos. Revista do INTO. Vol. 1. Núm. 1. 2008) e o livro “Leite para Adultos: Mitos e Fatos frente à Ciência” da Varela Editora e Livraria Ltda, lançado em 2009 das autoras Antunes, A.E.C.; Pacheco, M.T.B.
**Foi consultado o artigo científico Rejane Mattar, Daniel Ferraz de Campos Mazo. intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular. Rev Assoc Med Bras 2010; 56(2): 230-6 e o livro “Leite para Adultos: Mitos e Fatos frente à Ciência” da Varela Editora e Livraria Ltda, lançado em 2009 das autoras Antunes, A.E.C.; Pacheco, M.T.B.
Fonte: http://drauziovarella.com.br/alimentacao/por-que-ainda-indicamos-o-leite/
sábado, 14 de maio de 2016
Por que ainda recomendamos o consumo de leite ?
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Dr. Frederico Lobo
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segunda-feira, 9 de maio de 2016
O mito da perda de peso rápida
Ted Kyle, parceria ConscienHealth para a revista da Abeso: Evidências em Obesidade e Síndrome Metabólica (edição 80)
Um dos mais inexpugnáveis mitos na obesidade é que se a perda de peso é rápida, ela não dura (if it is fast, it won´t last). Nas palavras do CDC (Centro de Controle de Doenças) americano, “pessoas que perdem peso gradualmente e devagar (400-800 gramas por semana) são mais bem sucedidos em manter esse peso perdido”. O problema é que esse conselho do CDC é um auto de fé que não passou pelo escrutínio científico. Um novo estudo randomizado e controlado, publicado na Obesity, mostra que, quando se compara o mesmo peso perdido, a velocidade de perda de peso, rápida ou lenta, não tem qualquer efeito no risco de reganho posterior.
Esse achado não deveria ser surpresa. Três anos atrás o mito “fast can´t last” foi um dos sete mitos identificados por Casazza e colaboradores numa revisão sobre mitos, presunções e fatos sobre obesidade, publicados no New England Journal of Medicine.
Fonte: http://www.abeso.org.br/
Um dos mais inexpugnáveis mitos na obesidade é que se a perda de peso é rápida, ela não dura (if it is fast, it won´t last). Nas palavras do CDC (Centro de Controle de Doenças) americano, “pessoas que perdem peso gradualmente e devagar (400-800 gramas por semana) são mais bem sucedidos em manter esse peso perdido”. O problema é que esse conselho do CDC é um auto de fé que não passou pelo escrutínio científico. Um novo estudo randomizado e controlado, publicado na Obesity, mostra que, quando se compara o mesmo peso perdido, a velocidade de perda de peso, rápida ou lenta, não tem qualquer efeito no risco de reganho posterior.
Esse achado não deveria ser surpresa. Três anos atrás o mito “fast can´t last” foi um dos sete mitos identificados por Casazza e colaboradores numa revisão sobre mitos, presunções e fatos sobre obesidade, publicados no New England Journal of Medicine.
Fonte: http://www.abeso.org.br/
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Alzheimer: a doença de uma sociedade | Fabiano Moulin
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Dr. Frederico Lobo
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Mitos sobre T3, será que existe espaço para a terapia combinada de T3 e T4?
Tratamento para Hipotireoidismo, existe espaço para a reposição de T3?
A diminuição da produção de hormônio por parte da tireoide tem um tratamento simples, eficaz e barato: a reposição de T4 ou levotiroxina. No entanto, algumas pessoas (cerca de 10 por cento) ainda queixam sintomas mesmo quando a reposição parece estar adequada, com os níveis de TSH dentro da faixa terapêutica para o grupo etário do paciente. Esta observação levantou a hipótese que estas pessoas poderiam se beneficiar de outro tipo de abordagem, isto é, a reposição adicional de T3 ou liotironina. Alguns estudos já avaliaram este tratamento, vejamos os principais…
Uma extensa revisão da literatura selecionou 11 estudos com qualidade aceitável que comparavam reposição de T4 isolada a reposição de T4 + T3. Mais de 1200 pacientes foram avaliados quanto a dores no corpo, sintomas de depressão ou ansiedade, fadiga, qualidade de vida, peso, colesterol, triglicerídeos e efeitos adversos. Não houve diferença alguma entre os grupos, isto é, quanto a eficácia para alívio de sintomas, os tratamentos foram iguais.
Um estudo menor, com 141 pacientes, que também comparou a reposição de T4 isolada à reposição de T4 + T3, mostrou resultados parecidos com relação ao alívio de sintomas. No entanto, ao final do estudo, mais pacientes preferiram a terapia combinada. Uma análise detalhada dos dados mostrou que 44 por cento dos pacientes que preferiram a terapia combinada ficaram discretamente hipertireoideos e consequentemente perderam em média 1,8 quilos de peso. Isto é, o desenvolvimento de hipertireoidismo decorrente do tratamento combinado, levou a perda de peso e esta percepção de “emagrecimento” fez os pacientes preferirem o tratamento combinado de T4 + T3. Aqui cabe a ressalva que a perda de peso foi consequência de tratamento excessivo, o que pode ser prejudicial a saúde em longo prazo.
Além disso, as preparações de T3 comercialmente disponíveis são de absorção rápida, isto é, após ingeridas, atingem com facilidade a corrente sanguínea. Devido a isto, existe muita flutuação nos níveis séricos de T3, o que pode tornar difícil o ajuste de dose. Alguns pacientes podem em virtude disso apresentar queda nos níveis de T4 e elevação do TSH, ou seja, tendência a piorar o hipotireoidismo.
Por fim, apesar do uso de T3 combinado ao T4 não ser útil para o tratamento da maioria dos pacientes com hipotireoidismo, talvez algumas pessoas possam se beneficiar desta terapia. Alguns pacientes com polimorfismos no gene da deionidase tipo 2 têm dificuldade na conversão do T4 em T3 no organismo. A reposição combinada de T4 + T3 nestes indivíduos foi favorável no alívio de sintomas. No entanto, os dados ainda são preliminares e precisam ser replicados para que se formalize esta indicação. Além disso, os testes genéticos para pesquisa dos polimorfismos da deionidase tipo 2 são poucos disponíveis fora do contexto de pesquisa e o simples exame clínico e laboratorial convencional não conseguem identificar corretamente os portadores da mutação.
Fontes:
1- Grozinsky-Glasberg S, Fraser A, Nahshoni E, Weizman A, Leibovici L. Thyroxine-triiodothyronine combination therapy versus thyroxine monotherapy for clinical hypothyroidism: meta-analysis of randomized controlled trials. J Clin Endocrinol Metab. 2006;91(7):2592.
2- Appelhof BC, Fliers E, Wekking EM, Schene AH, Huyser J, Tijssen JG, Endert E, van Weert HC, Wiersinga WM. Combined therapy with levothyroxine and liothyronine in two ratios, compared with levothyroxine monotherapy in primary hypothyroidism: a double-blind, randomized, controlled clinical trial. J Clin Endocrinol Metab. 2005;90(5):2666.
3- Panicker V, Saravanan P, Vaidya B, Evans J, Hattersley AT, Frayling TM, Dayan CM. Common variation in the DIO2 gene predicts baseline psychological well-being and response to combination thyroxine plus triiodothyronine therapy in hypothyroid patients. J Clin Endocrinol Metab. 2009;94(5):1623.
Autor: Dr. Mateus Dornelles Severo
Médico Endocrinologista
Mestre em Endocrinologia
CREMERS 30.576
www.facebook.com/drmateusendocrino
Fonte: http://www.drmateusendocrino.com.br/2016/02/28/tratamento-do-hipotireoidismo-existe-espaco-para-reposicao-de-t3/
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Dr. Frederico Lobo
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Aproveitando bactérias do intestino para a saúde humana
São mais de 130 bactérias do intestino catalogadas, de acordo com um estudo publicado na revista Nature por cientistas do Wellcome Trust Sanger Institute UK. A intenção é aprofundar os conhecimentos sobre como elas podem ser benéficas para a saúde humana. Sabe-se que desequilíbrios na microbiota intestinal (conjunto de bactérias que “habita” nosso intestino) pode contribuir para condições complexas e para o desenvolvimento de doenças, tais como obesidade, doença inflamatória do intestino, síndrome do intestino irritável e alergias.
Os pesquisadores desenvolveram um processo para cultivar a maioria das bactérias do intestino, o que permitirá aos cientistas compreender como o nosso "microbioma 'bacteriano nos ajuda a nos mantermos saudáveis. Esta pesquisa permitiria aos cientistas começar a criar tratamentos sob medida, com bactérias benéficas específicas.
A pesquisa nesta área tem se expandido muito nos últimos anos. O microbioma intestinal vem sendo chamado de um "órgão esquecido", tal sua importância para a saúde humana. Muitas destas bactérias são sensíveis ao oxigênio e são de cultura difícil em laboratório, de modo que até agora tem sido extremamente difícil isolá-las e estudá-las.
Antibióticos são capazes de acabar com as nossas bactérias intestinais - matando ambos os alvos de agentes patogênicos e as bactérias benéficas também. Há, então, a possibilidade de bactérias menos desejáveis, tais como aquelas com resistência a antibióticos, repovoar o intestino mais rapidamente do que as bactérias benéficas, levando a outros problemas de saúde, tais como a infecção por Clostridium difficile.
O tratamento atual para a infecção pelo C. difficile pode envolver transplante de fezes de pessoas saudáveis para repovoar o intestino. No entanto, este tratamento está longe de ser ideal. Usando a biblioteca de novas bactérias, o Dr. Trevor Lawley, responsável pelo estudo, e sua equipe esperam criar uma pílula, que contenha um mix racionalmente selecionado de bactérias que poderiam ser tomadas pelos pacientes e substituir transplantes fecais.
Pela primeira vez, os pesquisadores também analisaram a proporção de bactérias que formam esporos dentro do intestino. Os esporos são uma forma de hibernação bacteriana, permitindo que algumas bactérias permaneçam dormentes por longos períodos de tempo. Eles descobriram que aproximadamente um terço da flora intestinal de uma pessoa produz esporos saudáveis que permitem que às bactérias sobreviver ao ar livre e, potencialmente, "mover-se" entre as pessoas. Isto proporciona um meio de transmissão da microbiota que não foi considerado antes e poderia implicar que a saúde afetada por certas doenças poderia ficar no passado, não apenas por meio da genética humana, mas também por meio da microbiota.
Publicação de referência:
Hilary P. Browne, Samuel C. Forster, Blessing O. Anonye, Nitin Kumar, B. Anne Neville, Mark D. Stares, David Goulding, Trevor D. Lawley. Culturing of ‘unculturable’ human microbiota reveals novel taxa and extensive sporulation. Nature, 2016; DOI: 10.1038/nature17645
Fonte: https://www.facebook.com/evidenciasemobesidade/photos/a.127569930742464.28696.127271097439014/604312953068157/?type=3&theater
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Dr. Frederico Lobo
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Cinco fatos que você precisa saber sobre a cirurgia bariátrica no SUS
Qual é o primeiro passo para quem deseja fazer a cirurgia bariátrica no Sistema Único de Saúde (SUS)?
A cirurgia bariátrica deve ser considerada o último recurso para quem luta contra a obesidade. A intervenção cirúrgica é parte do tratamento integral da doença, mas que prioritariamente aborda a promoção da saúde e no cuidado clínico.
Para ser um paciente com indicação para a cirurgia, ele não deve ter respondido ao tratamento clínico. Ou seja, recebeu orientação e apoio para mudança de hábitos, realizou dieta, teve atenção psicológica, realizou atividade física e, em alguns casos, fez uso de medicamentos por, no mínimo, dois anos.
Esgotadas as possibilidades de tratamento clínico (medidas comportamentais e medicamentos), o paciente poderá ser avaliado para fazer a cirurgia bariátrica.
Confirmada a indicação da cirurgia, ele irá para o preparo pré-operatório, que inclui acompanhamento psicológico, nutricional e avaliação médica com especialistas, de acordo com a necessidade e avaliação da equipe multidisciplinar.
Dados do Ministério da Saúde mostram que houve um aumento no número de cirurgias bariátricas realizadas pelo SUS entre 2010 e 2015 - o aumento foi de 4.489 para 7.530 procedimentos.
Há alguma restrição de idade?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu a classificação do excesso de peso e da obesidade baseada no índice de massa corporal (lMC) para adultos de ambos os sexos. O lMC é obtido por meio da divisão do peso (quilogramas) pelo quadrado da altura (metros).
Pessoas com lMC de 25 a 29,9 kg/m² foram classificados como acima do peso ideal ou sobrepeso, já que o ponto de corte para a definição de obesidade é lMC≥ 30 kg/m². Quando este índice é igual ou superior a 40 kg/m², a obesidade é denominada mórbida ou grave, o que corresponde aproximadamente a 45 kg acima do peso ideal. O termo super obeso é usado para designar os pacientes com lMC≥ 50 kg/m².
Podem realizar o tratamento cirúrgico, segundo protocolo do Ministério da Saúde:
a. Pessoas que apresentem IMC ≥50 Kg/m2;
b. Pessoas que apresentem IMC ≥40 Kg/m², com ou sem doenças associadas, sem sucesso no tratamento clínico por no mínimo dois anos.
c. Indivíduos com IMC > 35 kg/m2 e com problemas de saúde como alto risco cardiovascular, Diabetes Mellitus e/ou Hipertensão Arterial Sistêmica de difícil controle, apneia do sono, doenças articulares degenerativas sem sucesso no tratamento clínico.
d. Nos jovens entre 16 e 18 anos, a cirurgia poderá ser indicada após avaliação de dois profissionais para que seja analisada a fase de crescimento.
A cirurgia bariátrica está disponível em todos os estados?
Atualmente, o SUS conta com 75 hospitais habilitados para atendimentodas pessoas com obesidade, em 21 estados: Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
O paciente que precisar da cirurgia onde não há oferta do tratamento poderá receber um encaminhamento para outro estado, através da Central Nacional, que irá encaminhá-lo para o hospital habilitado.
(Buscar contato, telefone) – importante colocar esse telefone, se houver
Por que é importante envolver outros profissionais de saúde no processo que antecede a cirurgia (psicólogo, nutricionista e fisioterapeuta)?
A obesidade é uma doença que envolve vários fatores e, por isso, seu tratamento necessita de uma equipe multiprofissional. É importante lembrar que a participação de uma equipe multiprofissional integrada é fundamental para compreender o indivíduo em sua totalidade. As orientações nutricionais são essenciais, uma parte essencial do tratamento, pois direcionam as escolhas alimentares do paciente. O tratamento psicológico é fundamental para cuidar do paciente por dentro e por fora. A atividade física é considerada parte integral da perda e manutenção do peso.
Fazem parte da equipe:
a) Médico especialista em cirurgia geral ou cirurgia do aparelho digestivo;
b) Nutricionista;
c) Psicólogo ou Psiquiatra;
d) Clínico geral ou endocrinologista.
No suporte dessa equipe ainda poderão contribuir, parte da equipe do hospital, os seguintes profissionais:
a) Clínico geral, cardiologista, pneumologista, endocrinologista, angiologista/cirurgião vascular e cirurgião plástico;
b) Anestesiologista;
c) Equipe de Enfermagem;
d) Assistente Social,
e) Fisioterapeuta.
Há alguma contraindicação à cirurgia?
Alguns pacientes, mesmo estando dentro dos critérios mencionados, podem apresentar situações específicas que devem ser avaliadas - o que pode ser motivo de contraindicação ao tratamento. Seguem algumas restrições:
1. Adolescentes: só podem ser operados pacientes com mais de 16 anos. Mesmo assim, pacientes que tenham entre 16 e 18 anos necessitam de avaliação clínica e psicológica especial, consentimento da família e aprovação de comissão de ética do hospital aonde será feita a cirurgia.
2. Idosos com mais de 65 anos: esses pacientes necessitam avaliação pré-operatória especial, de preferência com médico geriatra, para avaliação dos benefícios da cirurgia.
3. Pacientes com antecedentes de doença psiquiátrica, alcoolismo ou uso de drogas: esses pacientes necessitam de avaliação psiquiátrica detalhada para se estabelecer o controle ou não de doenças psiquiátricas pré-existentes e do vício.
4. Pacientes com cirurgias abdominais prévias: pode dificultar a realização da cirurgia e deve ser avaliado pelo cirurgião.
5. Portadores de doenças crônicas (anemia, insuficiência renal, doenças do fígado, doenças endócrinas entre outras): embora não se constituam em contraindicações absolutas, podem aumentar o risco cirúrgico ou interferir na escolha da técnica que será empregada.
Vale destacar: Em situações consideradas extremas, a exigência de dois anos de tentativa de tratamento clínico para indicação cirúrgica pode ser extinta. É o caso dos pacientes super obesos, ou seja, que têm IMC superior a 50 Kg/m².
No entanto, esta situação não exime o paciente de passar por todas as fases de avaliação pré-operatória, essenciais para a segurança e sucesso do tratamento e obrigatória para todos os pacientes, que incluem: avaliação clínica com endocrinologista e cardiologista, avaliação nutricional, avaliação psiquiátrica ou psicológica.
Fonte: http://www.blog.saude.gov.br/entenda-o-sus/50927-cinco-fatos-que-voce-precisa-saber-sobre-a-cirurgia-bariatrica-no-sushtml.html
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Remoção de agrotóxicos: Iodo NÃO remove agrotóxico dos alimentos
Na internet proliferam “receitas milagrosas” para quase tudo, inclusive para remoção de resíduo de agrotóxico em alimentos. A mais recente delas é o uso de soluções contendo a substância química iodo.
Além de não haver dados científicos originados de análise laboratorial que confirmem a eficácia desta prática, é importante saber que o iodo possui ação oxidante. Assim, pode oxidar não somente os resíduos de agrotóxicos como também vitaminas, flavonoides e outros compostos benéficos presentes na superfície dos alimentos, o que levará à diminuição de seu conteúdo nutricional.
O iodo em tintura alcoólica está registrado na Anvisa como medicamento, por sua ação bactericida, de modo que seu uso deve ter finalidade exclusivamente terapêutica.
Então lembre-se: caso opte pela aquisição de alimentos produzidos pela agricultura convencional, a recomendação mais segura e correta para diminuição do nível residual de agrotóxicos da superfície é lavá-los bem em água corrente, com auxílio de uma esponja ou escovinha destinadas somente para esta finalidade.
O emprego de pequena quantidade de detergente ou sabão neutro não é contraindicado e pode auxiliar no processo de remoção. Assegure-se apenas de enxaguar devidamente o alimento em água corrente para que não ocorra simplesmente a troca de moléculas de agrotóxicos pelas de detergente ou sabão.
Já a imersão prévia dos alimentos por 20 min em água com hipoclorito de sódio (água sanitária) pode (e deve) ser feita, porém sua finalidade é diminuir a contaminação por germes e micróbios, devido a sua ação biocida.
Fonte: http://www.blog.saude.gov.br/promocao-da-saude/50367-residuos-de-agrotoxicos-evite-iodo-para-remover.html
Além de não haver dados científicos originados de análise laboratorial que confirmem a eficácia desta prática, é importante saber que o iodo possui ação oxidante. Assim, pode oxidar não somente os resíduos de agrotóxicos como também vitaminas, flavonoides e outros compostos benéficos presentes na superfície dos alimentos, o que levará à diminuição de seu conteúdo nutricional.
O iodo em tintura alcoólica está registrado na Anvisa como medicamento, por sua ação bactericida, de modo que seu uso deve ter finalidade exclusivamente terapêutica.
Então lembre-se: caso opte pela aquisição de alimentos produzidos pela agricultura convencional, a recomendação mais segura e correta para diminuição do nível residual de agrotóxicos da superfície é lavá-los bem em água corrente, com auxílio de uma esponja ou escovinha destinadas somente para esta finalidade.
O emprego de pequena quantidade de detergente ou sabão neutro não é contraindicado e pode auxiliar no processo de remoção. Assegure-se apenas de enxaguar devidamente o alimento em água corrente para que não ocorra simplesmente a troca de moléculas de agrotóxicos pelas de detergente ou sabão.
Já a imersão prévia dos alimentos por 20 min em água com hipoclorito de sódio (água sanitária) pode (e deve) ser feita, porém sua finalidade é diminuir a contaminação por germes e micróbios, devido a sua ação biocida.
Fonte: http://www.blog.saude.gov.br/promocao-da-saude/50367-residuos-de-agrotoxicos-evite-iodo-para-remover.html
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quinta-feira, 21 de abril de 2016
Posicionamento Oficial da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) sobre utilização dos testes de Função Tireoidiana na Prática Clínica.
Qual a indicação de solicitar o TSH, T4 Total, T4 livre, T3 livre e T3 reverso?
A dosagem do hormônio tireo-estimulante (TSH) é o teste mais confiável para diagnosticar as formas primárias de hipotireoidismo e hipertireodismo, principalmente em regime ambulatorial (1,2). Não há diferenças significativas ao utilizar ensaios de segunda ou terceira geração, mas deve-se evitar dosagem do TSH com ensaios de primeira geração, pois fornece menor certeza diagnóstica em relação aos dois outros métodos já descritos. Ensaios de terceira geração com sensibilidade < ou = 0,002 mUI/L devem ser utilizados para avaliação inicial da função tireoidiana (3,4).
A mensuração do TSH tem sido utilizada como triagem no diagnóstico de disfunção tireoidiana, especialmente na insuficiência tireoidiana mínima (hipotireoidismo subclínico). A dosagem de TSH está recomendada a cada cinco anos em indivíduos com idade igual ou superior a 35 anos. Em função do hipotireoidismo não detectado na gravidez poder afetar o esenvolvimento neuropsicomotor e a sobrevida do feto, além de ser acompanhado de hipertensão e toxemia, também tem sido recomendada a dosagem de rotina do TSH em mulheres grávidas, porém ainda não existe consenso sobre esta indicação em gestantes (1,5,6,7).
A triagem também é apropriada para pacientes com risco aumentado de disfunção tireoidiana, como: história prévia de disfunção tireoidiana, presença de bócio, história prévia de cirurgia tireoidiana, história prévia de radioterapia cervical, presença de outras doenças autoimunes (por exemplo, diabetes mellitus tipo 1, vitiligo, anemia perniciosa, insuficiencia adrenal primária etc), uso de medicações: lítio, citocinas, amiodarona, agentes contrastados, história familiar de doença tireoidiana ou outra doença autoimune, presença de alterações laboratorias que sugerem hipotireoidismo: hipercolesterolemia, hiponatremia, anemia, elevações de creatinofosfoquinase e lactato disedrogenase, hiperprolactinemia e presença de comorbidades como apneia do sono, depressão e demência (1,4).
Na faixa pediátrica, são também condições clínicas que podem refletir risco de disfunção tireoideana e merecem triagem: crianças e adolescentes com baixa estatura e/ou baixa
velocidade de crescimento, crianças com distúrbios da evolução puberal, crianças e adolescentes
com suspeita de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) ou queda no rendimento escolar sem causa reconhecida (8,9,10).
Em todas as situações, deve-se confirmar a elevação de TSH, repetindo sua dosagem, antes de iniciar a reposição com levotiroxina (1,11). Além disso, a concentração de TSH reflete adequadamente a reposição de T4 em pacientes com hipotireoidismo primário, sendo o melhor marcador para avaliação da dose de T4 e controle de tratamento (12).
O TSH e o T4L são utilizados de rotina na avaliação da função tireoidiana e no seguimento do tratamento do hiper e do hipotireoidismo. O T4L não é suscetível às alterações nas proteínas transportadoras de hormônio tireoidiano e possui uma variação intra-individual muito pequena. O T4 total (T4T) deve ser avaliado quando há discordância nos testes anteriormente citados (13,4).
O T3 tem baixa acurácia para o diagnóstico de hipotireoidismo, já que a conversão aumentada de T4 para T3 mantém concentração sérica de T3 nos limites normais até o hipotireoidismo se tornar grave (13,4).
A dosagem do T3, em conjunto com a interpretação do T4L, tem utilidade no diagnóstico e monitoramento do hipertireoidismo (2,14,15).
Os métodos que são usados de rotina para medir T3 e T4 livre são dependentes de proteínas ligadoras de HTs. Portanto, estes métodos não são totalmente confiáveis quando utilizados em pacientes portadores de doença não tireoidiana, de alterações nas proteínas transportadoras (alterações de afinidade a globulina ligadora de tiroxina - TBG ou proteínas transportadoras anormais) e de anticorpos anti-T3 e T4 (2,16).
Os níveis séricos de T3 reverso estão baixos nos pacientes com hipotireoidismo e elevados nos pacientes com hipertireoidismo. O T3 reverso pode estar elevado em pacientes eutireoidianos com outras doenças, é controverso se o T3 reverso pode ser utilizado para diferenciar o paciente com outra doença com ou sem hipotireoidismo (17).
A dosagem sérica de TgAb e TPOAb auxilia na demonstração da natureza autoimune da disfunção tireoidiana e deve ser associada a dosagens do TSH e T4L. A prevalência de TPOAb é maior que TgAb, sendo o TPOAb o teste mais sensível para detectar DAT (Doença autoimune da tireoide). A dosagem de TgAb e TPOAb pode ser feita: a) na suspeita de DAT, b) para pacientes de risco para disfunção tireoidiana; c) para pacientes em uso de interferon, lítio, amiodarona; d) para pacientes com histórico de infertilidade ou falência em terapias de fertilização assistida. A mensuração de TPOAb pode ser utilizada para avaliar risco de tireoidite pós-parto (ATPO elevado). O TgAb deve ser dosado em conjunto com a Tg, no seguimento de pacientes com câncer diferenciado de tireoide, já que a presença de TgAb no soro do paciente, pode determinar resultados falsamente baixos de Tg (falso-negativo). Não há indicação de monitorizar os níveis dos anticorpos antitireoidianos durante o curso do tratamento do hipotireoidismo (18,19,4).
A dosagem do TRAb apresenta boa especificidade para o diagnóstico da DG (doença de Graves), porém não é fundamental para o diagnóstico na maioria dos casos. Em alguns casos, pode auxiliar no diagnóstico diferencial do hipertireoidismo. A avaliação do TRAb inicial é útil como um marcador de gravidade da doença e pode, em combinação com outros indicadores clínicos, contribuir para a decisão de tratamento. Avaliar níveis de TRAb antes de interromper o tratamento com drogas antitireoidianas pode auxiliar a identificar quais pacientes podem iniciar a retirada da medicação, uma vez que níveis normais de TRAb é indicativo de uma maior chance de remissão. Recomenda-se dosar o TRAb em gestantes com DG ou historia pregressa de DG, no início e no terceiro trimestre de gestação (entre a 20ª e 24ª. semanas de gestação), para avaliar risco de hipertireoidismo fetal e tireotoxicose neonatal transitória (20,21,4).
Quais exames devem ser solicitados no em pacientes assintomáticos?
A mensuração do TSH tem sido utilizada como triagem no diagnóstico de disfunção tireoidiana, especialmente na insuficiência tireoidiana mínima (hipotireoidismo subclínico). A dosagem de TSH está recomendada a cada cinco anos em indivíduos com idade igual ou superior a 35 anos. Em função do hipotireoidismo não detectado na gravidez poder afetar o desenvolvimento neuropsicomotor e a sobrevida do feto (30), além de ser acompanhado de hipertensão e toxemia, também tem sido recomendada a dosagem de rotina do TSH em mulheres grávidas, porém ainda não existe consenso sobre esta indicação em gestantes (1,5, 22,4).
A dosagem o TSH é o melhor método para triagem de disfunções tireoidianas e para monitoramento dos pacientes em tratamento do hipotireoidismo, sendo bom indicador da dose de reposição de levotiroxina (1,2, 3 e 4).
O T4L é utilizado de rotina na avaliação da função tireoidiana e no seguimento do tratamento do hiper e do hipotireoidismo (2,13,14) .
Não existe indicação de uso rotineiro da medida do T3 sérico no diagnóstico e seguimento do paciente com hipotireoidismo (13,4).
A dosagem do T3 sérico, interpretada em conjunto com T4L, é útil na avaliação de quadros
de hipertireoidismo (2,14,15).
Dr. Alexandre Hohl
Presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
.
Dra.Gisah Carvalho
Presidente do Departamento de Tireoide da
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
Referências Bibliográficas
1) Ladenson PW, Singer PA, Ain KB, Bagchi N, Bigos ST, Levy EG, Smith SA, Daniels GH. American
Thyroid Association guidelines for detection of thyroid dysfunction. Arch Intern Med. 2000; 160:1573-5.
2) Baloch Z, Carayon P, Conte-Devolx B, Demers LM, Feldt-Rasmussen U, Henry JF, LiVosli VA,
Niccoli-Sire P, John R, Ruf J, Smyth PP, Spencer CA, Stockigt JR. Guidelines Committee, National
Academy of Clinical Biochemistry, Laboratory medicine practice guidelines. Laboratory support for the
diagnosis and monitoring of thyroid disease. Thyroid. 2003; 13:3-126
3) Wardle CA, Fraser WD, Squire CR. Pitfalls in the use of thyrotropin concentration as a first-line
thyroid-function test. Lancet. 2001; 357:1013-4.
4) Carvalho GA, Perez CLS, Ward LS. Utilização dos testes de função tireoidiana na prática clínica
Arq Brasil Endocrino Metab 2013; 57:193-204.
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Hermos RJ, Waisbren SE, Faix JD, Klein RZ. Maternal thyroid deficiency during pregnancy and
subsequent neuropsychological development of the child. N Engl J Med. 1999; 341:549-55.
6) Allan WC, Haddow JE, Palomaki GE, Williams JR, Mitchell ML, Hermos RJ, Faix JD, Klein RZ.
Maternal thyroid deficiency and pregnancy complications: implications for population screening. J Med
Screen. 2000; 7:127-30.
7) Radetti G, Gentili L, Paganini C, Oberhofer R, Deluggi I, Delucca A. Psychomotor and
audiological assessment of infants born to mothers with subclinical thyroid dysfunction in early
pregnancy. Minerva Pediatr. 2000; 52:691-8.
8) Cerbone M, Bravaccio C, Capalbo D, Polizzi M, Wasniewska M, Cioffi Det al. Linear growth and
intellectual outcome in children with long-term idiopathic subclinical hypothyroidism. Eur J Endocrinol.
2011; 164:591-7.
9) De Luca F, Wasniewska M, Zirilli G, Aversa T, Arrigo T. At the end of a two-year follow-up
elevated TSH levels normalize or remain unchanged in most the children with subclinical
hypothyroidism. Ital J Pediatr. 2010; 36:11.
10) Simic N, Asztalos EV, Rovet J. Impact of neonatal thyroid hormone insufficiency and medical
morbidity on infant neurodevelopment and attention following preterm birth. Thyroid. 2009; 19:395-401.
11) Biondi B and Cooper DS. The Clinical Significance of Subclinical Thyroid Dysfunction. Endocr
Rev. 2008; 29:76–131.
12) Toft AD. Drug therapy: Thyroxine therapy. N Engl J Med. 1994; 331:174-80.
13) Stockigt JR. Free thyroid hormone measurement: a critical appraisal. Endocrinol Metab Clin
North Am. 2001; 30:265-89.
14) Wang R, Nelson JC, Weiss RM, Wilcox RB. Accuracy of free thyroxine measurements across
natural ranges of thyroxine binding to serum proteins. Thyroid. 2000; 10:31-9.
15) Maia AL e col. Consenso Brasileiro para o diagnóstico e tratamento do hipertireoidismo:
recomendações do Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
Arq Brasil Endocrinol Metab. 2013;57:205-232.
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nonthyroidal illnesses: a comparison of measurements by radioimmunoassay, equilibrium dialysis, and
free thyroxine index. J Clin Endocrinol Metab. 1980; 51:135-43.
17) Burmeister LA. Reverse T3 Does Not Reliably Differentiate Hypothyroid Sick Syndrome from
Euthyroid Sick Syndrome. Thyroid. 1995;5:435-441.
18) Vanderpump MP, Tunbridge WM, French JM, Appleton D, Bates D, Clark F, Grimley Evans J,
Hasan DM, Rodgers H, Tunbridge F, Young ET. The incidence of thyroid disorders in the community: a
twenty-year follow-up of the Whickham Survey. Clin Endocrinol (Oxf). 1995; 43:55-68.
19) Martino E, Aghini-Lombardi F, Bartalena L, Grasso L, Loviselli A, Velluzzi F, Pinchera A,
Braverman LE. Enhanced susceptibility to amiodarone induced hypothyroidism in patients with thyroid
autoimmune disease. Arch Intern Med. 1994; 154:2722-6.
20) Takasu N, Oshiro C, Akamine H, Komiya I, Nagata A, Sato Y, et al. Thyroid stimulating antibody
and TSH-binding inhibitor immunoglobulin in 277 Graves´patients and in 686 normal subjects. J
Endocrinol Invest. 1997; 20:452-61.
21) Brown RS, Bellisario RL, Botero D, Fournier L, Abrams CA, Cowger ML, et al. Incidence of
transient congenital hypothyroidism due to maternal thyrotropin receptor-blocking antibodies in over
one million babies. J Clin Endocrinol Metab. 1996; 81:1147-51.
22) Leung AS, Millar LK, Koonings PP, Montoro M, Mestman JH. Perinatal outcomes in hypothyroid
pregnancies. Obstet Gynecol. 1993; 81:349-53.
Fonte: http://www.endocrino.org.br/media/uploads/PDFs/posicionamento_tireoide_atualizado.pdf
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quinta-feira, 14 de abril de 2016
No dia internacional do café: 5 questões sobre o café
No dia internacional do café: 5 questões sobre o café
Descoberto em 575 d.C. na Etiópia, o café é uma das bebidas mais consumidas em todo o mundo devido ao seu aroma e sabor intenso.
Esta bebida tem origem nos grãos da planta do café, Coffea Rubiaceae. Existem muitas espécies desta planta equatorial, contudo as mais exploradas comercialmente são C. arabica e C. canephora.
A espécie C. arabica origina o café arábica, uma variedade com sabor suave e
aromático. A sua produção mundial é de 70 % e é cultivado na América, Quénia e Índia. Já a espécie C. canephora dá origem à variedade de café robusta, um café típico do sudeste asiático e Brasil. Este representa 30 % do mercado mundial e possui um sabor mais amargo e com mais 50 % de cafeína do que o café
arábica. Além do seu uso na forma de infusão, o café é um ingrediente de outros produtos alimentares, como são exemplos os preparados solúveis de bebidas de cereais, alguns molhos, bolachas ou gelados.
Hoje em dia, o café é reconhecido pela sua ação na melhoria do desempenho e pelo efeito protetor na saúde dos indivíduos. Todavia, é importante que o seu consumo seja moderado e integrado num estilo de vida ativo.
A Associação Portuguesa dos Nutricionistas, a partir deste guia, apresenta a resposta a 5 questões sobre o café.
1 - Quais os benefícios do consumo de café?
O consumo de café tem sido associado a um conjunto de potenciais benefícios para a saúde e bem-estar, dos quais se destaca, redução da sensação de fadiga, aumento dos níveis de alerta e atenção, melhoria do raciocínio e memória e, pode ainda, proteger contra doenças como cancro do cólon, diabetes tipo 2, cirrose hepática, carcinoma hepatocelular e depressão. O café também parece ajudar a manter as funções cognitivas no envelhecimento, reduzindo o risco de doença de Alzheimer e Parkinson. Estes benefícios são atribuídos à presença de cafeína e compostos antioxidantes no café, apesar de ser necessária mais pesquisa científica nesta área para compreender os mecanismos subjacentes a estes efeitos protetores do café.
2 - Qual é a quantidade de cafeína de um café?
O teor em cafeína no café depende de vários fatores, como por exemplo, a variabilidade da planta do café, o método de preparação (p.e. instantâneo, expresso), a quantidade de café utilizado na
preparação e o grau de torra e moagem. O teor médio em cafeína do café expresso consumido em Portugal, é de 74,5 mg de cafeína por chávena de café expresso. No café cheio há maior quantidade de
cafeína do que no café curto. Em média, os valores de cafeína por tipo de expresso são os seguintes.
3 - O que é o cafeinismo?
O cafeinismo refere-se à intoxicação devido ao uso excessivo e
prolongado de café ou outras substâncias com cafeína (p.e. colas, chá, chocolate). Doses de cafeína acima de 400 mg/dia representam um consumo elevado, o qual pode causar riscos para a saúde. Como tal, o consumo contínuo (geralmente, mais de 5 dias) de doses altas de cafeína podem levar à intoxicação ou cafeinismo. Alguns sintomas relacionados com o consumo elevado são, por exemplo, ansiedade, nervosismo, insónias, taquicardia e náuseas.
A dose letal de cafeína, no adulto normal, parece ser acima de 10g, de acordo com a literatura científica. Todavia, a maioria dos casos de morte devido ao consumo abusivo de cafeína deve-se à introdução de
suplementos alimentares à base de substâncias estimulantes (p.e. cafeína, taurina) que podem interagir entre si ou à associação destas substâncias estimulantes com o álcool.
4 - Qual o melhor horário
para beber café?
Os momentos mais adequados para beber café são após os picos de produção de cortisol, uma hormona relacionada com a regulação do ciclo circadiano e com a manutenção do estado de alerta. Na verdade, a interação entre a consumo de cafeína e a produção da hormona pode induzir tolerância à cafeína. Atendendo a isto, o horário mais indicado para o consumo de café (cafeína) é entre as [9h30-11h30] e [13h30-17h00].
5 - Qual a dose de cafeína aconselhável?
A European Food Safety Authority (EFSA), em 2015, refere que doses diárias até 400mg de cafeína por dia são seguras em adultos saudáveis, à exceção de mulheres grávidas. O valor total diário de 400mg inclui todas as fontes de cafeína (p.e. café, bebidas energéticas, refrigerantes, chocolate). Atendendo a esta recomendação e ao teor médio de cafeína presente no café em Portugal, bem como aos diferentes alimentos onde esta poderá estar presente, aconselha-se um consumo médio de 2 a 3 cafés por dia, em adultos saudáveis consumidores de café. No entanto, deve ser sempre respeitada a suscetibilidade individual à cafeína.
Relativamente às mulheres que pretendem engravidar, grávidas oumulheres que estejam a amamentar as recomendações apontam para um valor total de 200mg de cafeína por dia. Visto que, a cafeína é uma substância que atravessa a barreira placentária, podendo afetar o feto.
No que respeita à toma de cafeína e outros estimulantes em crianças e adolescentes, desencoraja-se o seu consumo, uma vez que ainda não se encontram muito claros quais serão os níveis aceitáveis. Além disso, é necessário os pais atentarem para a presença de substâncias estimulantes em outros alimentos, além do café e, os quais estão ao alcance deste público alvo. Exemplos destes alimentos são o chocolate, os refrigerantes, os gelados e o chá.
Bibliografia
1. AICC. O café - origem. Associação Industrial e Comercial do Café. Disponível em: http://aicc.pt/origem/ [Acesso em 04-04-
2016].
2. AICC. O café - processo. Associação Industrial e Comercial do Café. Disponível em: http://aicc.pt/processo/ [Acesso em 04-04-
2016.]
3. AICC. Tudo sobre café. Café e Saúde. Disponível em: http://cafeesaude.com/ [Acesso em 04-04-2016].
4. Cappelletti S et al. Caffeine: Cognitive and Physical Performance Enhancer or Psychoactive Drug? Current Neuropharmacology.
2015; 13(1):71-88.
5. Casal S et al. Teor médio em cafeína do café expresso consumido em Portugal (canal HORECA). Café e Saúde; Associação
Industrial e Comercial do Café. Disponível em: http://cafeesaude.com/wp-content/uploads/2012/01/Booklet-001.pdf [Acesso a
05-04-2016].
6. EUFIC. Caffene and health. European Food Information Council. 2007. Disponível em:
http://www.eufic.org/article/en/nutrition/functional-foods/artid/caffeine-health/ [Acesso em 5-04-2016].
7. EUFIC. Caffene and health. European Food Information Council. 2007. Disponível em:
http://www.eufic.org/article/en/artid/caffeine/ [Acesso em 5-04-2016].
8. European Food Safety Authority. Scientific opinion on the safety of caffeine. EFSA Journal. 2015;13(5):4102.
9. FDA. FDA to investigate added caffeine. Food and Drug Aministration. 2013. Disponível em:
http://www.fda.gov/downloads/ForConsumers/ConsumerUpdates/UCM350740.pdf [Acesso em 04-04-2013]
10. FDA. Select Committee on GRAS substances (SCOGS) opinion: caffeine. Food and Drug Administration. 2015. Disponível em:
http://www.fda.gov/Food/IngredientsPackagingLabeling/GRAS/SCOGS/ucm256650.htm [Acesso em 05-04-2016].
11. Foxx RM; Rubinoff A. Behavioral treatment of caffeinism:reducing excessive coffee drinking. J Appl Behav Anal. 1979; 12 (3):335-
344
12. Lovallo W et al. Caffeine stimulation of cortisol secretion across the waking. Psychosom Med. 2005; 67(5):734-739.
13. Lozano R et al. Cafeína: un nutrient, un fármaco, o una droga de abuso. Adicciones. 2007; 19(3):225-238.
14. Porto L, Oliveira L. Tabela da composição de alimentos, 1a edição. Centro de Segurança Alimentar e Nutrição do Instituto
Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, Lisboa 2007; 355
Fonte: http://www.apn.org.pt/documentos/guias/5_questoes_sobre_o_cafe_Final_1.pdf
Descoberto em 575 d.C. na Etiópia, o café é uma das bebidas mais consumidas em todo o mundo devido ao seu aroma e sabor intenso.
Esta bebida tem origem nos grãos da planta do café, Coffea Rubiaceae. Existem muitas espécies desta planta equatorial, contudo as mais exploradas comercialmente são C. arabica e C. canephora.
A espécie C. arabica origina o café arábica, uma variedade com sabor suave e
aromático. A sua produção mundial é de 70 % e é cultivado na América, Quénia e Índia. Já a espécie C. canephora dá origem à variedade de café robusta, um café típico do sudeste asiático e Brasil. Este representa 30 % do mercado mundial e possui um sabor mais amargo e com mais 50 % de cafeína do que o café
arábica. Além do seu uso na forma de infusão, o café é um ingrediente de outros produtos alimentares, como são exemplos os preparados solúveis de bebidas de cereais, alguns molhos, bolachas ou gelados.
Hoje em dia, o café é reconhecido pela sua ação na melhoria do desempenho e pelo efeito protetor na saúde dos indivíduos. Todavia, é importante que o seu consumo seja moderado e integrado num estilo de vida ativo.
A Associação Portuguesa dos Nutricionistas, a partir deste guia, apresenta a resposta a 5 questões sobre o café.
1 - Quais os benefícios do consumo de café?
O consumo de café tem sido associado a um conjunto de potenciais benefícios para a saúde e bem-estar, dos quais se destaca, redução da sensação de fadiga, aumento dos níveis de alerta e atenção, melhoria do raciocínio e memória e, pode ainda, proteger contra doenças como cancro do cólon, diabetes tipo 2, cirrose hepática, carcinoma hepatocelular e depressão. O café também parece ajudar a manter as funções cognitivas no envelhecimento, reduzindo o risco de doença de Alzheimer e Parkinson. Estes benefícios são atribuídos à presença de cafeína e compostos antioxidantes no café, apesar de ser necessária mais pesquisa científica nesta área para compreender os mecanismos subjacentes a estes efeitos protetores do café.
2 - Qual é a quantidade de cafeína de um café?
O teor em cafeína no café depende de vários fatores, como por exemplo, a variabilidade da planta do café, o método de preparação (p.e. instantâneo, expresso), a quantidade de café utilizado na
preparação e o grau de torra e moagem. O teor médio em cafeína do café expresso consumido em Portugal, é de 74,5 mg de cafeína por chávena de café expresso. No café cheio há maior quantidade de
cafeína do que no café curto. Em média, os valores de cafeína por tipo de expresso são os seguintes.
3 - O que é o cafeinismo?
O cafeinismo refere-se à intoxicação devido ao uso excessivo e
prolongado de café ou outras substâncias com cafeína (p.e. colas, chá, chocolate). Doses de cafeína acima de 400 mg/dia representam um consumo elevado, o qual pode causar riscos para a saúde. Como tal, o consumo contínuo (geralmente, mais de 5 dias) de doses altas de cafeína podem levar à intoxicação ou cafeinismo. Alguns sintomas relacionados com o consumo elevado são, por exemplo, ansiedade, nervosismo, insónias, taquicardia e náuseas.
A dose letal de cafeína, no adulto normal, parece ser acima de 10g, de acordo com a literatura científica. Todavia, a maioria dos casos de morte devido ao consumo abusivo de cafeína deve-se à introdução de
suplementos alimentares à base de substâncias estimulantes (p.e. cafeína, taurina) que podem interagir entre si ou à associação destas substâncias estimulantes com o álcool.
4 - Qual o melhor horário
para beber café?
Os momentos mais adequados para beber café são após os picos de produção de cortisol, uma hormona relacionada com a regulação do ciclo circadiano e com a manutenção do estado de alerta. Na verdade, a interação entre a consumo de cafeína e a produção da hormona pode induzir tolerância à cafeína. Atendendo a isto, o horário mais indicado para o consumo de café (cafeína) é entre as [9h30-11h30] e [13h30-17h00].
5 - Qual a dose de cafeína aconselhável?
A European Food Safety Authority (EFSA), em 2015, refere que doses diárias até 400mg de cafeína por dia são seguras em adultos saudáveis, à exceção de mulheres grávidas. O valor total diário de 400mg inclui todas as fontes de cafeína (p.e. café, bebidas energéticas, refrigerantes, chocolate). Atendendo a esta recomendação e ao teor médio de cafeína presente no café em Portugal, bem como aos diferentes alimentos onde esta poderá estar presente, aconselha-se um consumo médio de 2 a 3 cafés por dia, em adultos saudáveis consumidores de café. No entanto, deve ser sempre respeitada a suscetibilidade individual à cafeína.
Relativamente às mulheres que pretendem engravidar, grávidas oumulheres que estejam a amamentar as recomendações apontam para um valor total de 200mg de cafeína por dia. Visto que, a cafeína é uma substância que atravessa a barreira placentária, podendo afetar o feto.
No que respeita à toma de cafeína e outros estimulantes em crianças e adolescentes, desencoraja-se o seu consumo, uma vez que ainda não se encontram muito claros quais serão os níveis aceitáveis. Além disso, é necessário os pais atentarem para a presença de substâncias estimulantes em outros alimentos, além do café e, os quais estão ao alcance deste público alvo. Exemplos destes alimentos são o chocolate, os refrigerantes, os gelados e o chá.
Bibliografia
1. AICC. O café - origem. Associação Industrial e Comercial do Café. Disponível em: http://aicc.pt/origem/ [Acesso em 04-04-
2016].
2. AICC. O café - processo. Associação Industrial e Comercial do Café. Disponível em: http://aicc.pt/processo/ [Acesso em 04-04-
2016.]
3. AICC. Tudo sobre café. Café e Saúde. Disponível em: http://cafeesaude.com/ [Acesso em 04-04-2016].
4. Cappelletti S et al. Caffeine: Cognitive and Physical Performance Enhancer or Psychoactive Drug? Current Neuropharmacology.
2015; 13(1):71-88.
5. Casal S et al. Teor médio em cafeína do café expresso consumido em Portugal (canal HORECA). Café e Saúde; Associação
Industrial e Comercial do Café. Disponível em: http://cafeesaude.com/wp-content/uploads/2012/01/Booklet-001.pdf [Acesso a
05-04-2016].
6. EUFIC. Caffene and health. European Food Information Council. 2007. Disponível em:
http://www.eufic.org/article/en/nutrition/functional-foods/artid/caffeine-health/ [Acesso em 5-04-2016].
7. EUFIC. Caffene and health. European Food Information Council. 2007. Disponível em:
http://www.eufic.org/article/en/artid/caffeine/ [Acesso em 5-04-2016].
8. European Food Safety Authority. Scientific opinion on the safety of caffeine. EFSA Journal. 2015;13(5):4102.
9. FDA. FDA to investigate added caffeine. Food and Drug Aministration. 2013. Disponível em:
http://www.fda.gov/downloads/ForConsumers/ConsumerUpdates/UCM350740.pdf [Acesso em 04-04-2013]
10. FDA. Select Committee on GRAS substances (SCOGS) opinion: caffeine. Food and Drug Administration. 2015. Disponível em:
http://www.fda.gov/Food/IngredientsPackagingLabeling/GRAS/SCOGS/ucm256650.htm [Acesso em 05-04-2016].
11. Foxx RM; Rubinoff A. Behavioral treatment of caffeinism:reducing excessive coffee drinking. J Appl Behav Anal. 1979; 12 (3):335-
344
12. Lovallo W et al. Caffeine stimulation of cortisol secretion across the waking. Psychosom Med. 2005; 67(5):734-739.
13. Lozano R et al. Cafeína: un nutrient, un fármaco, o una droga de abuso. Adicciones. 2007; 19(3):225-238.
14. Porto L, Oliveira L. Tabela da composição de alimentos, 1a edição. Centro de Segurança Alimentar e Nutrição do Instituto
Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, Lisboa 2007; 355
Fonte: http://www.apn.org.pt/documentos/guias/5_questoes_sobre_o_cafe_Final_1.pdf
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Dr. Frederico Lobo
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terça-feira, 29 de março de 2016
Sensação de prazer e valor nutritivo do açúcar evocam circuitos neuronais distintos
Pode parecer surpreendente, mas entre se deliciar com sobremesas adoçadas com substâncias artificiais não calóricas e comer algo meio ruim, mas nutritivo, outros vertebrados (seres humanos podem ser uma exceção) escolhem a segunda opção. Isso acontece, de acordo com o neurocientista brasileiro Ivan de Araújo, da universidade norte-americana Yale, porque a percepção do prazer (hedônica) e da nutrição se dá por vias diferentes no sistema nervoso. Trata-se das partes ventral e dorsal do estriado, uma região do sistema subcortical, no miolo do cérebro. O achado, publicado em 25 de janeiro no site da revista Nature Neuroscience, é parte da busca pela morada da gula no cérebro, que o pesquisador vem empreendendo em colaboração com a neuroanatomista Sara Shammah-Lagnado, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), e a biomédica Tatiana Ferreira, da Universidade Federal do ABC (UFABC), além de outros pesquisadores radicados nos Estados Unidos (ver também Pesquisa FAPESP nº 147).
Em uma série de experimentos com camundongos, Araújo montou um sistema em que era possível dissociar aquilo que chegava ao organismo do sabor detectado na língua. Os animais lambiam um líquido adocicado de um bebedouro e recebiam soluções contendo açúcar (D-glicose) ou um adoçante sem conteúdo calórico (sucralose) injetadas diretamente no sistema digestivo. Os resultados mostraram que o sistema estriado ventral se deixa enganar pelo sabor e libera dopamina – neurotransmissor ligado ao sistema de recompensa – mesmo quando o animal recebe apenas adoçante artificial. O estriado dorsal, por outro lado, só reage a açúcar, independentemente do sabor.
Os pesquisadores fizeram uma sucessão de experimentos para deslindar os circuitos neuronais. Mesmo naquele em que o sabor doce era disfarçado por uma substância amarga, a solução de açúcar se mostrou atraente para os roedores, que produziam mais dopamina em resposta ao aporte de energia. Em situações nas quais as duas vias recebem informações contraditórias, o pesquisador mostrou que a reação da dorsal se sobrepõe.
É mais um indício de que o apetite pelo doce faz parte de uma estratégia de sobrevivência quase tão antiga quanto a vida, como Araújo já reiterava em trabalhos anteriores. É um sistema de reforço, segundo ele, que evoluiu ligado às necessidades nutricionais dos organismos e leva o animal a repetir o comportamento sempre que possível. “Os estriados ventral e dorsal são evolutivamente bem conservados, todos os vertebrados expressam essa divisão”, explica, sugerindo que os resultados observados em camundongos podem valer para outros animais também. Inclusive as pessoas, até certo ponto. “Nós aprendemos a associar valores hedônicos com o aspecto nutricional”, relativiza. “O mercado produz produtos agradáveis, do contrário ninguém compraria.”
A ativação dos circuitos estriados pela ingestão de açúcar, com consequente liberação de dopamina, tem um efeito forte na ativação de circuitos motores de ingestão e mastigação, de maneira que o combate ao consumo de açúcar é uma luta inglória. É uma justificativa para quem comete a incoerência de pôr adoçante no café enquanto come uma torta de chocolate.
Projeto
Caracterização dos microcircuitos neurais reguladores das compulsões por carboidratos (nº 13/09405-3); Modalidade Bolsa no exterior – Pós-doutorado; Beneficiário Tatiana Lima Ferreira (UFABC)
Artigo científico
TELLEZ, L. A. et al. Separate circuitries encode the hedonic and nutritional values of sugar. Nature Neuroscience, on-line, 25 jan 2016.
Fonte: http://revistapesquisa.fapesp.br/2016/01/25/sensacao-de-prazer-e-valor-nutritivo-do-acucar-evocam-circuitos-neuronais-distintos/
Em uma série de experimentos com camundongos, Araújo montou um sistema em que era possível dissociar aquilo que chegava ao organismo do sabor detectado na língua. Os animais lambiam um líquido adocicado de um bebedouro e recebiam soluções contendo açúcar (D-glicose) ou um adoçante sem conteúdo calórico (sucralose) injetadas diretamente no sistema digestivo. Os resultados mostraram que o sistema estriado ventral se deixa enganar pelo sabor e libera dopamina – neurotransmissor ligado ao sistema de recompensa – mesmo quando o animal recebe apenas adoçante artificial. O estriado dorsal, por outro lado, só reage a açúcar, independentemente do sabor.
Os pesquisadores fizeram uma sucessão de experimentos para deslindar os circuitos neuronais. Mesmo naquele em que o sabor doce era disfarçado por uma substância amarga, a solução de açúcar se mostrou atraente para os roedores, que produziam mais dopamina em resposta ao aporte de energia. Em situações nas quais as duas vias recebem informações contraditórias, o pesquisador mostrou que a reação da dorsal se sobrepõe.
É mais um indício de que o apetite pelo doce faz parte de uma estratégia de sobrevivência quase tão antiga quanto a vida, como Araújo já reiterava em trabalhos anteriores. É um sistema de reforço, segundo ele, que evoluiu ligado às necessidades nutricionais dos organismos e leva o animal a repetir o comportamento sempre que possível. “Os estriados ventral e dorsal são evolutivamente bem conservados, todos os vertebrados expressam essa divisão”, explica, sugerindo que os resultados observados em camundongos podem valer para outros animais também. Inclusive as pessoas, até certo ponto. “Nós aprendemos a associar valores hedônicos com o aspecto nutricional”, relativiza. “O mercado produz produtos agradáveis, do contrário ninguém compraria.”
A ativação dos circuitos estriados pela ingestão de açúcar, com consequente liberação de dopamina, tem um efeito forte na ativação de circuitos motores de ingestão e mastigação, de maneira que o combate ao consumo de açúcar é uma luta inglória. É uma justificativa para quem comete a incoerência de pôr adoçante no café enquanto come uma torta de chocolate.
Projeto
Caracterização dos microcircuitos neurais reguladores das compulsões por carboidratos (nº 13/09405-3); Modalidade Bolsa no exterior – Pós-doutorado; Beneficiário Tatiana Lima Ferreira (UFABC)
Artigo científico
TELLEZ, L. A. et al. Separate circuitries encode the hedonic and nutritional values of sugar. Nature Neuroscience, on-line, 25 jan 2016.
Fonte: http://revistapesquisa.fapesp.br/2016/01/25/sensacao-de-prazer-e-valor-nutritivo-do-acucar-evocam-circuitos-neuronais-distintos/
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Dr. Frederico Lobo
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domingo, 20 de março de 2016
Alimentação na gravidez e na amamentação - O que pode causar cólicas ou alterar o aleitamento
Recentemente minha irmã teve filho e eu sou o padrinho. Fui o primeiro a saber e como irmão (médico) e futuro padrinho, fiz o acompanhamento durante toda a gestação. Realizei a suplementação, estimulei o parto normal e expliquei que a amamentação não era uma tarefa fácil. Dito e feito: o parto normal foi tranquilo, mas a amamentação foi complicada. Nos primeiros dias a Fonoaudióloga (especialista na área) do banco de leite teve que auxiliá-la. Sem muito sucesso, ela recorreu aos cuidados de uma pediatra especialista em amamentação (Dr. Sônia de Brasília, fundadora do banco de leite do Hospital de Taguatinga). Após a saga, meu afilhado aprendeu a mamar e está ganhando peso.
Vale ressaltar que o alimento mais completo para o neném até os 6 meses é o leite materno. Mas a mamãe deve fazer por onde, objetivando que seu leite tenha uma boa composição, rica em todos os nutrientes que o bebê precisa. Ingerir muito líquido (no mínimo 40ml/kg/dia de água), ter uma alimentação equilibrada, sem privação de nenhum macronutriente (gordura, carboidrato e proteínas), além do consumo de alimentos ricos em vitaminas e minerais. Eu particularmente prefiro fazer a dosagem dos nutrientes e acompanhar minuciosamente tudo, com mudanças dietéticas e suplementação específica, quando necessária. Assim o fiz e assim tem funcionado. João Guilherme em menos de 1 mês já cresceu 5cm e ganhou 1kg.
O motivo do post é: Dr. O que eu devo evitar na amamentação? O que eu comer causa cólica no neném?
Antes de tudo é preciso deixar bem claro, que AINDA não existe nenhuma referência na literatura médica que comprove, que alguns alimentos ingeridos pela mãe possam causar cólica no neném. Mesmo assim, algumas mães costumam observar que certos tipos de comida provocam cólicas na criança.
Minha orientação é: para evitar alteração na densidade nutricional da sua dieta e com isso evitar que você venha a ter algum déficit nutricional, sugiro que por 1 semana suspenda os principais alimentos relatados. Posteriormente inicie um a um a cada 3 dias e observe como o neném reage.
Alimentos que frequentemente as mães alegam causar cólica ou aumentar a irritabilidade no neném:
LEGUMINOSAS: feijões, ervilha, lentilha, grão-de-bico. Feijões, vagem e soja.
Razões: Há 3 possíveis razões para causarem cólica nos nenéns.
1º - Os alimentos ricos em enxofre provocam gases na mãe e por empirismo algumas mães percebem que eles causam gases no neném.
2º - As leguminosas assim como os cereais são alimentos que contêm alguns tipos de carboidratos que não são absorvidos em nossa digestão (carboidratos fermentáveis), e por isso tendem a fermentar no intestino da mãe e supostamente passar para o leite, causando cólica no neném.
3º - Se a microbiota intestinal da mãe não estiver tão boa (com disbiose ou com supercrescimento bacteriano no intestino delgado), essa fermentação será maior. O leite é rico em probióticos que conseguem produzir toxinas que anulam os efeitos deletérios de bactérias patogênicas, que podem causar gases no neném. Essa hipótese é bem provável pois recentemente surgiu no mercado um probiótico composto por uma cepa de lactobacilos denominado L. reuteri. A indústria lançou um produto no mercado com a finalidade de reduzir cólicas nos nenéns e a composição é unicamente essa cepa. Os resultados são ótimos. (Por isso faço uso de probióticos em todas as minhas gestantes e lactantes e por isso estimulo o consumo de coalhada e iogurte).
CRUCÍFERAS: repolho, couve-flor, brócolis, couve-de-bruxelas, rabanete, espinafre, couve.
Razões: São ricas em enxofre. Entra na mesma questão das leguminosas. Como são alimentos riquíssimos em nutrientes, em especial antioxidantes, sugiro cautela na suspensão. Apenas se a relação for clara. Consumiu e o neném teve gases.
LEITE E SEUS DERIVADOS: leite, queijo, iogurte, coalhada.
Razões: Há 3 possíveis razões mas nenhuma ainda certa.
1º - A lactose presente no leite e em alguns dos seus derivados pode causar gases na mãe e com isso esses gases passarem para o leite. Uma hipótese um tanto estranha.
2º - A questão da microbiota intestinal: o leite pode alterar beneficamente ou não a microbiota intestinal da mãe e com isso alterar a do neném. Uma hipótese mais plausível.
3º - As proteínas do leite de vaca são maiores que as do leite materno. Essas proteínas quando ingeridas para a mãe podem passar para o neném atrás do aleitamento. Acredita-se que elas possam promover um aumento dos movimentos do intestino (o chamado peristaltismo intestinal) e com isso levar à formação de gases, que se traduzem em cólicas.
Dica: Ficar uma semana sem lácteos, depois iniciar com os pobres em lactose (iogurte e coalhada). Se o neném não apresentar cólicas após 3 a 5 dias com a mãe consumindo, iniciar os queijos curados. Observar por 3 dias. Se não tiver sintomas: iniciar os demais lácteos e observar. A coalhada (principalmente a caseira) deve ser consumida com frequência, pois além de fonte de cálcio e proteína, é a melhor fonte existente de probióticos, o que poderá auxiliar na formação de uma microbiota intestinal saudável no neném.
CEBOLA:
Razões: é rica em fructano, um carboidrato fermentável e que pode causar gases na mãe e consequentemente no neném.
Dica: pode refogar a comida com a cebola, mas retire os pedaços após o óleo ou azeite “puxar’ o sabor da cebola.
FODMAPS: é um acrônimo de Fermentable Oligo-Di-Monosaccharides and Polyols, são carboidratos de cadeia curta, de difícil absorção que, pelo seu poder osmótico, aumentam o volume de líquido na luz intestinal e são fermentados pelas bactérias do intestino, produzindo gazes. Podem ser uma das causas de gases no neném, decorrente do consumo dos alimentos ricos em FODMAPS pela mãe. Pesquisas recentes apontam esses carboidratos como “vilões” para o desencadeamento dos sintomas da Síndrome do Intestino Irritável e outros distúrbios gastrintestinais funcionais — distúrbios que não podem ser atribuídos a anormalidades estruturais ou anatômicas e nem a alterações bioquímicas e metabólicas. Algumas lactantes optam por fazer uma dieta pobre em FODMAPS, mas há risco de déficit nutricional. Portanto deve ser feita apenas sob supervisão do médico e nutricionista.
Oligossacarídeos (frutano e galactano) são formados pela união de até 10 moléculas de monossacarídeos. Os frutanos, constituídos por uma cadeia curta de frutose ligada a uma molécula de glicose, não são absorvidos porque o intestino não tem a hidrolase específica para quebrar as ligações frutose-frutose. O trigo é a maior fonte de frutanos da dieta, mas eles estão também presentes na cebola, alho, aspargos, brócolis, beterraba e melancia. Os galactanos, formados por uma cadeia de galactose unida a uma molécula de frutose, também não são absorvidos, sendo então fermentados no intestino. Dentre outros alimentos, estão presentes no feijão, ervilha e soja.
Dissacarídeos (sacarose e lactose) são hidrolisados por enzimas presentes na mucosa intestinal. A sacarose (açúcar comum) é quebrada nos monossacarídeos frutose e glicose, facilmente absorvidos. A lactose é quebrada pela lactase, localizada na superfície das células intestinais, originando glicose e galactose, que também são absorvidas. Porém, quando existe deficiência de lactase, o que é frequente na população, ocorre má absorção de lactose. A tese de doutorado de Adriana Sevá Pereira, orientada por mim na UNICAMP, em 1981, demonstrou intolerância à lactose em 50% dos caucasoides, 85% dos negroides e em 100% dos mongoloides, na região de Campinas. A má absorção de lactose por deficiência de lactase apresenta a mesma proporção tanto em indivíduos saudáveis como em pacientes com Síndrome do Intestino Irritável, porém os sintomas são mais intensos nos pacientes com SII (Clinical Gastroenterology and Hepatology 2013;11:262). Com frequência, observamos isso na prática clínica: os indivíduos com deficiência de lactase, sem problemas digestivos, podem até tolerar a ingestão de um copo de leite por dia. Já, os pacientes com Síndrome do Intestino Irritável e com deficiência de lactase, ao ingerirem alimentos que contenham lactose, apresentam dor abdominal, meteorismo e diarreia.
Monossacarídeos (glicose, galactose, frutose) são absorvidos rapidamente. A frutose, quando presente em excesso em relação à glicose, é absorvida com dificuldade. Isto pode ocorrer com ingestão de grande quantidade de mel e de alguns sucos de frutas, como maçã, manga, pera, melancia.
Polióis (sorbitol, manitol, xilitol) adoçantes artificiais presentes em chicletes e balas sem açúcar e em algumas frutas (pera, maçã, abacate, manga) têm absorção lenta, por difusão passiva, através de poros no epitélio intestinal e são fermentados.
O QUE EVITAR NA AMAMENTAÇÃO?
CAFEÍNA: Alimentos e bebidas ricos em cafeína: café, chá-verde, erva mate e chá inglês.
A cafeína não causa realmente uma cólica, mas seu efeito atrapalha o bem-estar do bebê. Por ser estimulante, pode gerar agitação na criança, resultando em choros, o que as mães confundem com cólica.
CHÁS ESTIMULANTES: Chás de capim-limão, canela, hortelã. São estimulantes e favorecem as cólicas intestinais.
PEIXES DE VIDA LONGA: Devido a possível presença de metais tóxicos (principalmente mercúrio): salmão, atum. Dê preferência para sardinha e tilápia. A sardinha é rica em ômega 3, em especial o DHA, essencial para o desenvolvimento cerebral do neném.
CHOCOLATE: Quando ingerido em grande quantidade pela mãe, ele pode ter efeito laxativo no neném. Motivo? Incerto, não se sabe se são pelas proteínas do leite presente ou pela concentração de cafeína.
ÁLCOOL: Passa pelo leite materno. Portanto proibidíssimo.
AMENDOIM E NOZES: Pelo potencial alergênico, alguns autores contraindicam a ingestão SE existir história familiar de alergia específica a essas duas oleaginosas. Posteriormente entre o 6º e 7º mês sugere-se que o neném ingira, na tentativa se evitar que ele venha a desenvolver alergia.
ALIMENTOS QUE ALTERAM O GOSTO DO LEITE:
Alho (altera o gosto e o odor do leite, podendo o neném rejeitar o aleitamento). Frutas muito ácidas. Frutas com digestão lenta: melancia, manga e goiaba.
ALIMENTOS QUE PODEM REDUZIR O APETITE DO NENÉM:
Salsa e hortelã pimenta.
FITOTERÁPICOS QUE PODEM ALTERAR A LACTAÇÃO OU CAUSAR DESCONFORTOS NOS NENÉNS.
Alcoachofra e espinheira-santa: reduzem o leite.
Babosa e quebra-pedra: causam diarreia no neném.
Arnica: tóxica para o neném.
Losna: tóxica para o neném.
Erva de santa maria (mastruz): tóxica para o neném.
Cavalinha: causa deficiência de vitamina B1 no neném e na mãe pela presença da enzima tiaminasa.
Confrei: hepatotóxicas para o neném
Autor: Dr. Frederico Lobo - Médico (CRM-GO 13.192)
Alimentação na gravidez: o que evitar? por Dr. Flavio Melo - Médico Pediatra (CRM-PB 539 - RQE 3065)
A alimentação na gravidez muda, nem todos alimentos são indicados. A recomendação deve continuar sendo comer Comida de Verdade, mas com algumas restrições. Veja a lista. baseado no post do Authority Nutrition
Hoje vou listar abaixo, alimentos que toda grávida deve moderar ou evitar durante a gestação, para seu bem e do bebê.
1- Peixes com quantidade elevada de mercúrio
São peixes do mar, que pelo seu grande tamanho, podem acumular quantidades significativas desse metal: Tubarão, Cavala verdadeira, Peixe-espada e Atum (inclui o enlatado).
No máximo, 2 porções por mês.
Que peixes comer? Todos os outros, especialmente os do mar, 2-3x/semana.
2 – Peixe mal cozido (ceviche, por exemplo), peixe cru (sushi, sashimi) ou mariscos.
Podem conter agentes infecciosos como Norovirus, Listeria (especialmente arriscada para o bebê), Salmonela e parasitas.
3 – Carne mal passada, crua ou processada
Também podem conter diversos germes, como a Salmonela, E. coli, Listeria e Toxoplasma (cuidado extra!). As carnes processadas, como por exemplo, as salsichas, além da contaminação, também têm quantidades excessivas de sódio.
4 – Ovos crus ou mal cozidos
Podem ter a Salmonela. Cuidado também com molhos feitos com gema crua, coberturas de bolos com claras em neve, maionese caseira (cuidado com os food trucks!) e sorvetes caseiros (sorbet que não leva ovo tudo bem).
5 – Carnes de órgão
Fígado e outras carnes de órgão (moela) podem conter quantidades significativas de Vitamina A e cobre, que podem ser prejudiciais, principalmente no primeiro trimestre. Por outro lado, são fontes importantes de Colina, Vitaminas do Complexo B e Ferro, necessários para uma boa saúde da gestante e do bebê. Então, consumir no máximo 1 vez por semana, mas não deixar de comer!
6 – Cafeína
Grávidas devem limitar seu consumo de cafeína a no máximo 200mg/dia, o que daria de 2-3 xícaras de café por dia. Um alto consumo de cafeína durante a gestação pode limitar o crescimento fetal e causar baixo peso ao nascer.
7 – Brotos crus
Os brotos, como alfafa e broto de bambu, podem estar contaminados com a Salmonela, que pode estar em suas sementes. Cozidos não há problema em consumir.
8 – Hortaliças e frutas sem lavar
Podem conter bactérias como E.coli, Salmonela e Listeria, além do Toxoplasma.
9 – Leite cru e Laticínios não pasteurizados
Podem conter Listeria, Salmonela, E. coli e Campilobacter. A recomendação é consumir os produtos pasteurizados.
– “Ah, mas eu ouvi dizer que probióticos são ótimos…”
Os lactobacilos benéficos permanecem nos produtos lácteos industrializados pasteurizados, como o iogurte, a coalhada e o queijo.
10 – Álcool
– Tolerância ZERO. Simples assim.
11 – Alimentos ultra-processados – Comida Lixo
– Tolerância ZERO. Simples assim.
Um dos profissionais mais importantes na sua gestação, além do obstetra e do pediatra/neonatologista, é o nutricionista! #comidadeverdade , mas com cuidados especiais.
Compartilhem à vontade.
Fonte: http://www.pediatradofuturo.com.br/alimentacao-na-gravidez-o-que-evitar/
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Dr. Frederico Lobo
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segunda-feira, 14 de março de 2016
Ácido fólico
Outros nomes: 5'-methyltetrahydrofolate, 5'-MTHF,
Acide Folique, Acide Ptéroylglutamique, Acide Ptéroylmonoglutamique, B Complex
Vitamin, Complexe de Vitamines B, Complexe Vitaminique B, Dihydrofolate,
Folacin, Folacine, Folate, Folinic Acid, L-methylfolate, Methylfolate,
Méthylfolate, Pteroylglutamic Acid, Pteroylmonoglutamic Acid,
Pteroylpolyglutamate, Tetrahydrofolate, Tétrahydrofolate, Vitamina B9, Vitamina B9.
Absorção: em todo ID principalmente
no terço proximal.
Excreção: urina e bile.
200mcg são reabsorvidos no ID
diariamente.
RDA e fontes:
Crianças,
de 0 a 6 meses: 65 mcg (ingestão adequada)
Crianças,
de 7 a 12 meses: 80 mcg (ingestão adequada)
Crianças,
de 1 a 3 anos: 150 mcg (RDA)
Crianças,
de 4 a 8 anos: 200 mcg (RDA)
Crianças,
de 9 a 13 anos: 300 mcg (RDA)
Adolescentes,
de 14 a 18 anos: 400 mcg (RDA)
Adulto
Homens
e mulheres, 19 anos e mais velhos: 400 mcg (RDA)
Mulheres
grávidas: 600 mcg (RDA)
Lactantes:
500 mcg (RDA)
Gérmen
de trigo 520mcg em 100g
Farelo
de trigo 330 mcg em 100g
Ovo
de galinha, gema 130
Alga,
fresca 180mcg em 100g
Salsa,
fresca 116mcg em 100g
Agrião,
cru 110mcg em 100g
Nozes
169mcg em 100g
Amendoim
torrado 126mcg em 100g
Semente
de papoula 100mcg em 100g
Semente
de girassol 100mcg em 100g
Semente
de gergelim 97mcg em 100g
Amêndoa
96mcg em 100g
Feijão
soja, torrado 125mcg em 100g
Fígado,
de galinha, cozido 391mcg em 100g
Proteina
Texturizada de Soja (PTS) 340mcg em 100g
Fígado,
de vitela, cozido 247mcg em 100g
Fígado,
bovino, cozido 226mcg em 100g
Rim,
bovino, cozido 177mcg em 100g
Fígado,
suino, cozido 141mcg em 100g
Funções
1. Formação do tubo neural (fenda palatina, espinha bífida e danos cerebrais)
2. Coenzima em diversas reações de transferência de carbonos
3. Essencial na síntese de DNA e RNA.
4. Essencial na eirotropoiese.
5. Atua com a B6, B12 no metabolismo da homocisteína (Hcy)
Sinais de deficiência
- Déficit é comum: alcoolismo, DII, Doença celíaca.
- Retardo no crescimento, glossite, gengivite, inapetência, dispnéia, diarréia, irritabilidade, rebaixamento do humor, déficit de memória e cognitivo.
Sinais excesso
- Epigastralgia, alterações no sono (insônia e pesadelos), reações cutâneas, confusão mental, inapetência, náuseas, convulsões.
- Pode ocasionar déficit de B12.
Interações com medicamentos e nutrientes
- Diminui a meia vida de: fenitoína, fenobarbital. Primidona: podendo favorecer convulsões.
- Diminui efetividade das tetraciclinas e da Pirimetamina (trocar por ácido folínico).
- Aumenta os níveis de 5-fluoracil.
- Antagonistas do ácido fólico: metotrexato, pirimetamina, triantereno, trimetoprim, sulfonamidas, cloranfenicol.
- Drogas que diminuem a absorção de a.fólico:
- Inibidores de H2;
- Inibidores da bomba de prótons;
- Sequestrantes dos ácidos biliares: colestiramina;
- Anticonvulsivantes: fenobarbital, primidona e carbamazepina;
- Aines: ibuprofeno, naproxeno;
- Sulfasalazina;
- Cicloserina;
- Depletadores: contraceptivos orais, antituberculosos (RIP), álcool.
- Diminui a absorção intestinal do Zinco.
- A suplementação acima de 800mcg pode reduzir os níveis de B12. E mascarar a deficiência de B12.
Indicações e possíveis usos
- Prevenção de defeitos no tubo neural: usar 3 meses antes da gestação e no primeiro trimestre.
- Reduz o risco de cardiopatias.
- Reduz homocisteinemia. Níveis elevados de Hcy aumentam 1,7 vezes o risco de desenvolver doença arterial coronariana, e 2,5 vezes o risco de ter AVC.
- Perda auditiva relacionada a idade.
- Ação sinérgica com alguns antidepressivos pois entra como co-fator na síntese de alguns neurotransmissores.
- Prevenção (via dieta) de câncer de: cólon, mama, colo do útero, pâncreas e estômago
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Dr. Frederico Lobo
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quinta-feira, 10 de março de 2016
Mudança de Hábitos | Soninha Francine | TEDxJardinsSalon
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Dr. Frederico Lobo
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10:17
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A tal “Força de Vontade” para emagrecer. Cadê? Onde? Quando? Como?
Possivelmente todo mundo, ou quase todo mundo, já ouviu ou leu em algum momento que para emagrecer e seguir dietas precisamos ter força de vontade.
Escutamos sobre força de vontade no papo fitness de academia, durante avaliação física de muitos personal trainers, no consultório com o nutricionista, no consultório com o nutrólogo, com muitos endócrinos, nos papos de grupos de emagrecimento, nas fofocas em salões de beleza, nos “conselhos” de amigos que estão de dieta… Puxa, assunto tão falado! Deve ser verdade… Será mesmo?
(Cadê essa bandida da força de vontade que não aparece? Por onde anda essa tal força que todo mundo parece ter e você não? O que faz? O que come? Como vive? Sexta, no Globo Repórter. )
Tanto se fala na maltratada força de vontade para vencer a compulsão, a depressão, a ansiedade… E pouco se sabe sobre ela, de fato. A coitada é vomitada em qualquer conversa ou consulta, com o locutor crente e abafando de que falar dela é a resolução para os problemas da humanidade com a comida (ou sobre qual for o transtorno/problema).
A força de vontade provavelmente é o termo mais usado em consultórios e nos papos de dieta. Mais usado e mais mal empregado!! Dar um tapa na cara ou fazer a pessoa rolar escada abaixo e falar sobre ter força de vontade parecem ser a mesma coisa e parecem estar na moda.
Para viver? Tenha força de vontade.
Para vencer a compulsão? Tenha força de vontade.
Para parar de usar drogas? Tenha força de vontade.
Para combater a depressão? Claro, força de vontade.
Para falar bobagens para os pacientes e pessoas vulneráveis psiquicamente? Não precisa ter força de vontade, só não ser empático e ver o problema de maneira superficial mesmo.
A educação nutricional tradicional parte do conceito de que realizar algo (dietas, no caso) depende unicamente da posse, da vontade, por parte de uma pessoa. Da capacidade para seguir dietas.
Parece lógico. Parece verídico. Na realidade, é apenas um pensamento raso e medíocre. O que mais se encontra nos consultórios e academias são pessoas que possuem PLENA capacidade para fazerem algo, e ainda assim não conseguem fazer!
A conduta tradicional, diante dessa situação, normalmente segue duas opções de intervenção: Ou você comunica a pessoa que ela não tem força de vontade ou você “vê” que a pessoa não quer mudar e então não faz nada e “joga a toalha”, porque, afinal, a culpa vai cair sobre a pessoa em continuar gorda/fracassada/perdedora.
Vamos para uma terceira, e, lúcida, intervenção: A pessoa tem plena capacidade e possui também a vontade consciente de fazer algo, mas NÃO CONSEGUE por fatores INconscientes, conflitos comportamentais/alimentares familiares, fatores econômicos importantes, cultura, crenças e hábitos enraizados, estilo de vida, confusão psíquica com as informações que recebe da mídia e indústrias de alimentos/da moda, e claro, não menos importante, porque dietas realmente são incompatíveis com a mente e também pelas patadas que alguém recebe de pessoas que não compreendem a totalidade do problema em questão e o tratam de forma simplista.
É realmente difícil prosseguir quando alguém te empurra para o chão quando você tenta ser ouvido.
Nasce então a resistência com o tratamento tradicional da compulsão/obesidade/transtorno alimentar/ansiedade/depressão/(preencha aqui o problema)
Compreender a resistência, absolutamente natural por todos esses fatores, e trabalhá-la deveria ser padrão-ouro para conduzir um tratamento. E não forçar a pessoa a adquirir vontade (que ela já deve possuir) para seguir algo que ela não consegue. Aí temos a parte torturante do termo força de vontade: A pessoa é “forçada” a ter vontade. A vontade surge pela força. Principalmente, se associada a comentários humilhantes sobre seu corpo e sobre o que come, seja comentários ditos em consultório ou por conhecidos que estão aconselhando “pela sua saúde”.
Exemplo clássico: Uma pessoa não consegue dizer “NÃO” quando lhe oferecem comida, e então acaba comendo mais do que o seu limite interno de saciedade.
Até onde sabemos, a pessoa tem boca, possui a vontade de dizer, sabe articular palavras (não tem problema neurológico algum que impeça isso)… E, come o que oferecem, não conseguindo dizer o não, por resistência. VIDE FATORES ACIMA.
Ninguém não muda de hábitos alimentares porque não quer. Não muda porque naquele momento, mesmo sendo capaz e querendo, há consequências (pela resistência) reais e imaginárias que a pessoa ainda não consegue suportar ou lidar.
NÃO É UMA SIMPLES QUESTÃO DE FORÇA DE VONTADE.
Repitam conosco: Não é uma simples questão de força de vontade. #mantra
A resistência é um sintoma super, ultra, mega ignorado e perigosamente substituído pela fatigante “força de vontade”.
Seguir dietas e combater a compulsão são tratadas como uma questão de querer, de vontade, de foco. Sendo que o querer muitas vezes é um querer forçado por profissionais, por comentários gordofóbicos, por traumas psíquicos. Não é por livre-arbítrio. A mudança no comportamento alimentar deve ser resultado da relação da pessoa com o ambiente e da relação do sujeito com suas marcas e cicatrizes psíquicas.
Ou seja: dietas não funcionam. E se funcionassem, também não seria por meio da famosa força de vontade.
Eu quero uma casa no campo
Eu quero um pônei
Eu quero um campo de tulipas só para rolar nele
Eu quero um boneco de neve
Eu quero viajar no espaço
Eu quero a coroa da rainha da inglaterra
Eu quero jantar com o George Clooney
Eu quero movimentar objetos por telepatia
Eu quero 1 milhão de dólares para me divertir!
Eu quero um ganso dourado!
Esperamos que por meio desta lista, tenhamos conseguido deixar claro que QUERER não é PODER.
…Ou não necessariamente.
Podemos querer muitas coisas, mas ao contrário do que é dito em muitos discursos de autoajuda que vemos por aí, o UNIVERSO não vai nos conceder algo que queremos pelo mero fato da gente querer.
Razão n. 1: Podemos estar querendo algo inatingível ou esdrúxulo (como um ganso dourado… ou ter um corpo igual ao da modelo da revista)
Razão n.2: o processo não é tão simples. E QUERER é só o começo.
É preciso ir além do QUERER. O querer precisa se transformar em ATITUDE. E do querer até o agir existe um abismo de resistências.
Ok. Antes de qualquer coisa, precisamos verificar se aquilo que estamos QUERENDO é viável. Dizem por aí que nós podemos transformar todos os nossos sonhos e desejos em realidade.
Então…
Eu quero viajar no tempo!
…Não rola.
Assim como viajar no tempo é uma coisa que não vai acontecer, emagrecer todo o peso acumulado em uma vida não vai acontecer. E ter o corpo de OUTRA PESSOA não vai acontecer. E se curar de uma depressão de um momento para outro não vai acontecer. E conquistar sua independência financeira vendendo shakes não vai acontecer. E _____________ (escolha um milagre e preencha aqui) não vai acontecer.
Dito isto, quando nós queremos e determinamos uma meta PALPÁVEL, RAZOÁVEL e ATINGÍVEL precisamos passar para uma etapa que vai além do querer. E essa é a parte mais difícil.
Não basta dizer “basta ter força de vontade” ou “foco, força e fé” para que o problema seja resolvido.
O que normalmente acontece é que o mantra “foco, força e fé” suscita um sucesso aparente em algumas pessoas, mas a realidade é que elas mergulham num comportamento compulsivo e substituem uma dor por outra.
Ou seja, a obsessão por comida pode transmutar em uma (louca) obsessão por restrição alimentar e exercícios…
E a pessoa pára de pensar em comida o tempo todo, mas todo o sofrimento do desejo de emagrecer se converte em contar calorias, frequentar a academia SEM PODER faltar nunca, NUNCA se permitir desviar da dieta e a coisa toda vira um inferno mental vestido com outra roupa.
Para que possamos viver mudanças sustentáveis, verdadeiramente transformadoras, precisamos olhar de frente para o nosso sofrimento e ressiginificar crenças.
(cadê a força de vontade agora?)
E isso não é um trabalho fácil. A VERDADEIRA mudança é um caminho pedregoso. Não é rápido. Exige muito diálogo interno e descobertas… Para que seja possível modificar um comportamento de maneira que isso não seja efêmero e temporário (ex. Uma dieta que dura semanas ou no máximo alguns meses)
LEMBRANDO QUE: de maneira nenhuma estamos advogando contra o pensamento positivo, a esperança e a fé. Tudo isso é válido, importante, eficaz e faz parte do processo. O que você não pode tomar como verdadeiro são os discursos de autoajuda mastigados que dizem que você pode manipular o Universo para que ele te presenteie com um unicórnio rosa-pink simplesmente porque você “merece”. Não somos tão especiais assim. E quando queremos resolver um problema, infelizmente não há solução mágica: isso dá trabalho.
Somos seres humanos complexos. Não espere que com “força de vontade” seus transtornos psíquicos se resolvam através de psicologia de boteco.
Autoras: Paola Altheia e Ana Perdigão.
Ps:Se você quiser refletir um pouco sobre força do hábito x força de vontade, assista o TED da Soninha Francine. Ela não fala sobre comida, mas a discussão é interessante.
Fonte: https://naosouexposicao.wordpress.com/2016/03/06/forca-de-vontade/
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Dr. Frederico Lobo
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Pessoas obesas têm memória episódica pior, sugere estudo
O estudo é pequeno e se faz necessário um maior aprofundamento da questão, mas testes em 50 pessoas associaram o excesso de peso a pior "memória episódica", ou a capacidade de lembrar experiências passadas.
Publicado no Quarterly Journal of Experimental Psychology, o estudo afirma que memória menos viva de refeições recentes poderiam levar a excessos. No entanto, outros aspectos da memória - tais como o conhecimento geral - não foram afetados.
Testes realizados previamente em ratos haviam mostrado que com a circunferência de cintura maior estavam relacionados a performances mais pobres em testes de memória, isso foi misturado a evidência em humanos.
As últimas experiências olharam para a memória episódica - a fita de vídeo em sua mente - que lembra o cheiro de uma xícara de café ou a sensação de segurar a mão de alguém. Cinquenta pessoas com um Índice de Massa Corporal (IMC) entre 18 (saudável) a 51 (obesidade grave) participaram de um teste de memória – parecido com uma caça ao tesouro.
Eles tiveram de "esconder" objetos em diferentes momentos e em diferentes cenas exibidas em uma tela de computador. Depois, foram convidados a recordar o que haviam escondido, quando e onde.
Os resultados mostraram que entre as pessoas obesas o acerto foi 15% mais baixos do que as pessoas mais magras.
"Para eles, a lembrança de uma refeição recente é mais fraca, tem menos impacto na mente, então, eles podem ter menos capacidade de regular o quanto eles comerão mais tarde."
Os hormônios da fome desempenham um grande papel no quanto comemos, mas já é reconhecido que nossas mentes têm um papel fundamental também.
Pessoas que comem assistindo TV, por exemplo, têm tendência a comer ou sentir mais fome mais cedo. E vai repetindo as refeições em um curto período de tempo.
"É muito cedo para falar em termos de aconselhamento, mas certamente estamos começando a observar os mecanismos em que a obesidade se perpetua”, dizem os pesquisadores.
A regra é “concentre-se na sua comida, mas isso pode ser um pouco mais difícil se a pessoa está acima do peso”.
Fonte: https://www.facebook.com/evidenciasemobesidade/photos/a.127569930742464.28696.127271097439014/573501856149267/?type=3&theater
Publicado no Quarterly Journal of Experimental Psychology, o estudo afirma que memória menos viva de refeições recentes poderiam levar a excessos. No entanto, outros aspectos da memória - tais como o conhecimento geral - não foram afetados.
Testes realizados previamente em ratos haviam mostrado que com a circunferência de cintura maior estavam relacionados a performances mais pobres em testes de memória, isso foi misturado a evidência em humanos.
As últimas experiências olharam para a memória episódica - a fita de vídeo em sua mente - que lembra o cheiro de uma xícara de café ou a sensação de segurar a mão de alguém. Cinquenta pessoas com um Índice de Massa Corporal (IMC) entre 18 (saudável) a 51 (obesidade grave) participaram de um teste de memória – parecido com uma caça ao tesouro.
Eles tiveram de "esconder" objetos em diferentes momentos e em diferentes cenas exibidas em uma tela de computador. Depois, foram convidados a recordar o que haviam escondido, quando e onde.
Os resultados mostraram que entre as pessoas obesas o acerto foi 15% mais baixos do que as pessoas mais magras.
"Para eles, a lembrança de uma refeição recente é mais fraca, tem menos impacto na mente, então, eles podem ter menos capacidade de regular o quanto eles comerão mais tarde."
Os hormônios da fome desempenham um grande papel no quanto comemos, mas já é reconhecido que nossas mentes têm um papel fundamental também.
Pessoas que comem assistindo TV, por exemplo, têm tendência a comer ou sentir mais fome mais cedo. E vai repetindo as refeições em um curto período de tempo.
"É muito cedo para falar em termos de aconselhamento, mas certamente estamos começando a observar os mecanismos em que a obesidade se perpetua”, dizem os pesquisadores.
A regra é “concentre-se na sua comida, mas isso pode ser um pouco mais difícil se a pessoa está acima do peso”.
Fonte: https://www.facebook.com/evidenciasemobesidade/photos/a.127569930742464.28696.127271097439014/573501856149267/?type=3&theater
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Dr. Frederico Lobo
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Estilo de vida ou genes, o que mais influencia a obesidade?
Estilo de vida ou genes, o que mais influencia a obesidade? Esta é uma pergunta recorrente nos estudos sobre obesidade. Alguns estudos apontam que a influencia estaria equilibrada entre um e outro fator, mas uma nova pesquisa sugere que pessoas com história familiar de obesidade ainda podem reduzir o risco de obesidade se investirem em mudança de hábitos.
Uma outro ponto que a pesquisa publicada na revista PLoS Genetic é que o estilo de vida compartilhado com um parceiro tem mais influência do que o estilo de vida anterior; e do que o histórico familiar.
Na meia-idade, as escolhas feitas por casais - incluindo aqueles ligados à dieta e exercício - terá um impacto muito maior do que o estilo de vida que eles compartilhavam com seus irmãos e os pais durante a infância e adolescência, aponta o estudo.
Os resultados sugerem que as pessoas de famílias com história de obesidade ainda pode reduzir o risco, mudando seus hábitos.Da mesma forma que pessoas que não possuem genes ligados à obesidade podem vir a se tornar obesas. Ou seja, caso o companheiro, ou companheira, tenha maus hábitos, relacionados ao estilo de vida, compartilhar esses maus hábitos influencia negativamente o companheiro, podendo o levar à obesidade.
Os pesquisadores disseram que o estudo poderia ajudar os cientistas a entender melhor as ligações entre obesidade, genética e estilo de vida.
As descobertas reforçam a mensagem de que as mudanças de estilo de vida na idade adulta podem ter um impacto significativo no combate à obesidade, independentemente do perfil genético de uma pessoa.
O estudo foi conduzido por Chris Haley, da Unidade de Genética Humana do Conselho de Pesquisa Médica da Universidade de Edimburgo.
A equipe analisou dados fornecidos por 20.000 pessoas de famílias escocesas.
A informação foi originalmente reunida como parte do projeto Geração Scotland, um recurso nacional de dados de saúde que ajuda os pesquisadores a investigar ligações genéticas e condições de saúde.
Os cientistas compararam família, genética e ambientes domésticos de pessoas na infância e na idade adulta, relacionando medidas ligadas à saúde e à obesidade. Foram consideradas dezesseis medidas, incluindo a relação cintura-quadril, pressão arterial, índice de gordura corporal e índice de massa corporal.
Segundo o professor Haley, embora a genética seja responsável por uma proporção significativa da variação entre as pessoas, o nosso estudo mostrou que o ambiente que você compartilhar com seu parceiro na vida adulta também o influencia a se tornar obesos, e isso é mais importante do que a sua educação .
"Os resultados também mostram que mesmo as pessoas que vêm de famílias com história de obesidade podem reduzir seu risco, alterando seus hábitos de vida", lembra o professor responsável pelo estudo.
Fonte: https://www.facebook.com/evidenciasemobesidade/photos/a.127569930742464.28696.127271097439014/573209979511788/?type=3&theater
Uma outro ponto que a pesquisa publicada na revista PLoS Genetic é que o estilo de vida compartilhado com um parceiro tem mais influência do que o estilo de vida anterior; e do que o histórico familiar.
Na meia-idade, as escolhas feitas por casais - incluindo aqueles ligados à dieta e exercício - terá um impacto muito maior do que o estilo de vida que eles compartilhavam com seus irmãos e os pais durante a infância e adolescência, aponta o estudo.
Os resultados sugerem que as pessoas de famílias com história de obesidade ainda pode reduzir o risco, mudando seus hábitos.Da mesma forma que pessoas que não possuem genes ligados à obesidade podem vir a se tornar obesas. Ou seja, caso o companheiro, ou companheira, tenha maus hábitos, relacionados ao estilo de vida, compartilhar esses maus hábitos influencia negativamente o companheiro, podendo o levar à obesidade.
Os pesquisadores disseram que o estudo poderia ajudar os cientistas a entender melhor as ligações entre obesidade, genética e estilo de vida.
As descobertas reforçam a mensagem de que as mudanças de estilo de vida na idade adulta podem ter um impacto significativo no combate à obesidade, independentemente do perfil genético de uma pessoa.
O estudo foi conduzido por Chris Haley, da Unidade de Genética Humana do Conselho de Pesquisa Médica da Universidade de Edimburgo.
A equipe analisou dados fornecidos por 20.000 pessoas de famílias escocesas.
A informação foi originalmente reunida como parte do projeto Geração Scotland, um recurso nacional de dados de saúde que ajuda os pesquisadores a investigar ligações genéticas e condições de saúde.
Os cientistas compararam família, genética e ambientes domésticos de pessoas na infância e na idade adulta, relacionando medidas ligadas à saúde e à obesidade. Foram consideradas dezesseis medidas, incluindo a relação cintura-quadril, pressão arterial, índice de gordura corporal e índice de massa corporal.
Segundo o professor Haley, embora a genética seja responsável por uma proporção significativa da variação entre as pessoas, o nosso estudo mostrou que o ambiente que você compartilhar com seu parceiro na vida adulta também o influencia a se tornar obesos, e isso é mais importante do que a sua educação .
"Os resultados também mostram que mesmo as pessoas que vêm de famílias com história de obesidade podem reduzir seu risco, alterando seus hábitos de vida", lembra o professor responsável pelo estudo.
Fonte: https://www.facebook.com/evidenciasemobesidade/photos/a.127569930742464.28696.127271097439014/573209979511788/?type=3&theater
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Conselho Federal de Medicina proíbe o uso das terapias antienvelhecimento no país
Com a Resolução 1999/2012, os médicos que prescreverem métodos para deter o envelhecimento podem ser punidos até com a perda do registro profissional
Médicos brasileiros que prescreveram terapias com o objetivo específico de conter o envelhecimento, práticas conhecidas como antiaging, estarão sujeitos às penalidades previstas em processos ético-profissionais. No caso de condenação, após denúncia formal, eles poderão receber de uma advertência até a cassação do registro que lhes a autoriza o exercício da Medicina.
A Resolução 1999/2012, aprovada pelo plenário do Conselho Federal de Medicina (CFM), determina a proibição da adoção destas práticas pelos médicos. O texto, que será publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (19), se baseia em extensa revisão de estudos científicos que concluiu pela inexistência de evidências científicas que justifiquem e validem a prescrição destas práticas.
A nova regra reforça limitação imposta pelo Código de Ética Médica, em vigor desde 2010, que também desautoriza o emprego de técnicas sem comprovação cientifica. A Resolução também dialoga com os conteúdos das Resoluções 1938/2010, que alerta para a ineficácia das práticas ortomoleculares com o intuito de combater processos como o antienvelhecimento, e mesmo a Resolução 1974/2011, que trata de publicidade médica. Esta regra proíbe os médicos de anunciarem e prometerem resultados aos pacientes e também de anunciarem o uso de métodos sem comprovação cientifica.
O Coordenador da Câmara Técnica de Geriatria do CFM, Gerson Zafalon Martins, que coordenou o trabalho que resultou na nova resolução, alerta para os riscos que tais métodos podem causar. Segundo ele, há possibilidade de que adoção destas terapias possam provocar danos permanentes, inclusive contribuindo para o aumento do risco de câncer em determinados pacientes. “Prescrever hormônio do crescimento para “rejuvenescer” um adulto que não tem deficiência desse hormônio é submetê-lo ao risco de desenvolver diabetes e até neoplasias”.
Mudança de comportamento - Na avaliação do plenário do CFM, o aumento da longevidade não decorre tratamentos específicos, mas de uma mudança de atitude, que inclui a adoção de hábitos saudáveis (melhor alimentação, prática de esportes, abandono do tabaco e uso limitado do álcool, entre outros pontos). “Estão vendendo ilusão de antienvelhecimento para a população sem nenhuma comprovação científica e que pode fazer mal à saúde. Com a idade, o metabolismo mais lento e a ingestão de algumas substâncias podem aumentar o risco de várias doenças”, alerta a geriatra Elisa Franco Costa, que auxiliou na pesquisa do CFM.
Entre as diferentes técnicas para deter o envelhecimento, a principal crítica do CFM se detém sobre a reposição hormonal e a suplementação com antioxidantes (vitaminas e sais minerais). De acordo com o CFM, a adoção destes métodos não gerou, até o momento, resultados confirmados por estudos científicos em grandes grupos populacionais ou de longa duração. Além disso, como eram empregados em pacientes com hipofunção glandular, podem provocar efeitos adversos que levem seus usuários ao desenvolvimento de outras disfunções.
Para os conselheiros, a prescrição e o emprego de tratamentos de forma inadequada colocam a saúde dos pacientes em risco. Este entendimento é o mesmo de outros órgãos de regulação, tanto nacionais quanto internacionais, se posicionam contra a manipulação hormonal em indivíduos saudáveis.
Penalidades possíveis - Em agosto passado, o CFM divulgou parecer produzido pela Câmara Técnica de Geriatria que propunha um parâmetro normativo sobre a questão. Apenas de seu caráter orientador, o documento não tinha função normatizadora. Com a nova Resolução, o médico fica o impedido de praticar a terapia, sob pena de ter seu registro profissional cassado.
Segundo dados da corregedoria do CFM, nos últimos quatro anos, a entidade já cassou o registro profissional de cinco médicos que praticavam os procedimentos sem comprovação científica. Outras dez punições (como suspensão e censura pública) também foram dadas a outros médicos. Os Conselhos Regionais de Medicina também apuram outros casos.
O ilícito destes médicos geralmente era agravado pela publicidade imoderada, sensacionalista e promocionais. Muitos deles garantiam resultados, o que contraria o Código de Ética Médica (CEM). “A medicina não é uma ciência de fim e sim de meios. O médico tem que fazer o possível em benefício do paciente, mas nem sempre o resultado é satisfatório”, destaca o corregedor do CFM, José Fernando Maia Vinagre.
SAIBA O QUE DIZ A RESOLUÇÃO CFM 1.999/2012
Ficam vedados o uso e divulgação dos seguintes procedimentos e respectivas indicações da chamada medicina antienvelhecimento:
I. Utilização do ácido etilenodiaminatetraacetico (EDTA), procaína, vitaminas e antioxidantes referidos como terapia antienvelhecimento, anticâncer, antiarteriosclerose ou voltadas para o tratamento de doenças crônico- degenerativas;
II. Quaisquer terapias antienvelhecimento, anticâncer, antiarteriosclerose ou voltadas para doenças crônico-degenerativas, exceto nas situações de deficiências diagnosticadas cuja reposição mostra evidências de benefícios cientificamente comprovados;
III. Utilização de hormônios, em qualquer formulação, inclusive o hormônio de crescimento, exceto nas situações de deficiências diagnosticadas cuja reposição mostra vidências de benefícios cientificamente comprovados;
De acordo com a Resolução CFM 1999/2012, a reposição de deficiências de hormônios e de outros elementos essenciais se fará somente em caso de deficiência específica comprovada e que tenham benefícios cientificamente comprovados:
IV. Tratamentos baseados na reposição, suplementação ou modulação hormonal com os objetivos de prevenir, retardar, modular e/ou reverter o processo de envelhecimento, prevenir a perda funcional da velhice, prevenir doenças crônicas e promover o envelhecimento saudável;
V. A prescrição de hormônios conhecidos como “bioidênticos” para o tratamento antienvelhecimento, com vistas a prevenir, retardar e/ou modular processo de envelhecimento, prevenir a perda funcional da velhice, prevenir doenças crônicas e promover o envelhecimento saudável;
VI. Os testes de saliva para dehidroepiandrosterona (DHEA), estrogênio, melatonina, progesterona, testosterona ou cortisol utilizados com a finalidade de triagem, diagnóstico ou acompanhamento da menopausa ou a doenças relacionadas ao envelhecimento, por não apresentar evidências científicas para a utilização na prática clínica diária.
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Dr. Frederico Lobo
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