As células de gordura branca são responsáveis por armazenar energia excedente consumida em forma de gordura, já as células de gordura marrom têm como principal característica serem termogênicas, ou seja, regulam a produção de calor e, consequentemente a temperatura corporal, para isso queimam energia excedente. As células de gordura marrom estão mais presentes em recém-nascidos e filhotes de mamíferos. Muitos estudos têm se concentrado em como transformar células de gordura branca em células de gordura marrom. Mas, para isso, é necessário encontrar um método eficaz e viável economicamente para medir, sem risco para a saúde, a atividade da gordura marrom no organismo.
Um estudo realizado pelos pesquisadores da Universidade de Bonn, na Alemanha, publicado na revista Nature Communications, mostrou que uma pequena amostra de sangue pode ser suficiente para medir essa atividade. O estudo, feito em camundongos e em um pequeno coorte de humanos, mostrou o microARN-92ª como uma possível medida indireta da atividade de consumo de energia das células de gordura marrom.
O professor Alexander Pfeifer, diretor do Instituto de Farmacologia e Toxicologia da Universidade de Bonn, vem investigando a gordura marrom em ratos durante anos. Ele foi tentando entender como transformar células de gordura branca desfavorecidas, em marrons, que consomem energia. Mas precisava se chegar ao marcador que tornasse possível medir a atividade das células marrom.
Em colaboração com a Universidade de Maastricht (Holanda), Turku (Finlândia) e do Hospital Universitário Hamburg-Eppendorf, os pesquisadores encontraram uma maneira fácil de exibir atividade de gordura marrom: microARN-92ª. Os microARNs são conhecidos por serem responsáveis pela regulação de genes. Os pesquisadores mostraram, pela primeira vez, que as células de gordura marrom entregam esses microARNs para o sangue por meio de exossomos, que "podem ser vistos como pequenos pacotes fornecidos pelas células de gordura marrom por meio da circulação”. Mais ainda não se sabe como se dá tal mecanismo.
Muitos microARNs foram investigados durante a investigação e verificou-se que o o microARN-92ª está presente em humanos e camundongos, e está relacionado à atividade de gordura marrom. Sempre que miR-92ª é baixo na circulação, as pessoas são capazes de queimar um grande quantidade de energia com a gordura marrom. Para provar a conexão em seres humanos, os cientistas testaram 41 participantes da Finlândia e Países Baixos. "Nós encontramos uma relação significativa entre a atividade de gordura marrom e miR-92ª, que precisa ser comprovado em coortes maiores", afirmam os pesquisadores.
O biomarcador pode habilitar testes de eficácia de novos fármacos. "O miR-92ª parece ser um promissor biomarcador para testar novas drogas em matéria de redução de peso ou transição de gordura branca para gordura marrom em seres humanos”, destacam.
Estudo de referência: Yong Chen, Joschka J. Buyel, Mark J. W. Hanssen, Franziska Siegel, Ruping Pan, Jennifer Naumann, Michael Schell, Anouk van der Lans, Christian Schlein, Holger Froehlich, Joerg Heeren, Kirsi A. Virtanen, Wouter van Marken Lichtenbelt, Alexander Pfeifer. Exosomal microRNA miR-92a concentration in serum reflects human brown fat activity.Nature Communications, 2016; 7: 11420 DOI: 10.1038/ncomms11420
Fonte: http://www.abeso.org.br/noticia/existe-gordura-boa-no-organismo-
domingo, 19 de junho de 2016
Existe gordura boa no organismo?
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Água alcalina faz bem para a saúde?
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Aumentar o consumo de água se associa com vários benefícios dietéticos
Um estudo recente que analisou os hábitos alimentares de mais de 18.300 adultos norte-americanos encontrou que a maioria das pessoas que aumentaram seu consumo de água (água corrente ou geladeira ou garrafa) em 1%, reduziram sua ingestão calórica diária total, bem como a ingestão de gordura saturada, açúcar, sódio e colesterol.
As pessoas que aumentaram seu consumo de água por 1, 2 ou 3 copos por dia diminuíram o consumo total de energia em 68 a 205 calorias diárias e a ingestão de sódio em 78 a 235 miligramas, de acordo com um estudo realizado pelo professor de cinesiologia e saúde comunitária Ruopeng An da Universidade de Illinois. Também consumiram entre 5 a 18 gramas a menos de açúcar e diminuíram o consumo de colesterol em 7 a 21 miligramas diários.
"O impacto da ingestão de água corrente sobre a dieta foi similar em todas as raças/etnias, níveis de educação e de renda e condição de peso corporal", disse An. "Esta descoberta indica que poderia ser suficiente projetar e fornecer intervenções nutricionais universais e campanhas de educação que promovam o consumo de água corrente para substituir de bebidas calóricas em diferentes subgrupos populacionais sem grandes preocupações sobre a personalização da mensagem e estratégias".
Na examinou dados de 4 grupos (2005-12) da Pesquisa Nacional de Exame Nutricional e Saúde efetuadas pelo Centro Nacional de Estatísticas de Saúde. Foi solicitado aos participantes que recordassem o que comeram e beberam durante 2 dias que estavam separados por entre 3 a 10 dias.
No estudo calculou a quantidade de água corrente que consumiu cada pessoa como porcentagem da ingestão dietética de agua diária de alimentos e bebidas combinados. As bebidas como o chá preto sem açúcar, chá de ervas e café, não foram contabilizadas como fontes de água corrente, mas o seu teor de água foram incluídos no cálculo An do consumo de água dietética total dos participantes.
Em média, os participantes consumiram cerca de 4,2 copos de água corrente em forma diária, correspondendo a pouco mais de 30% do total de água dietética ingerida. A ingestão calórica média dos participante foi de 2.157 calorias, incluindo 125 calorias de bebidas açucaradas e 432 calorias de alimentos não essenciais, que correspondem a alimentos pouco nutritivos com alto conteúdo calórico, como sobremesas, massas e lanches mistos que agregam variedade, mas não são necessários para uma dieta saudável.
Um aumento pequeno, mas estatisticamente significativo de 1% no consumo diário de água corrente dos participantes foi associado a uma diminuição por parte dos participantes de 8,6 calorias na ingestão enérgica diária, como assim também com leves reduções da ingestão de bebidas açucaradas e alimentos não essenciais, juntamente com o consumo de gordura, açúcar, sódio e colesterol.
Embora An tenha descoberto que a diminuição foi maior entre os homens e adultos jovens e de mediana idade, sugere que pode estar associado com uma maior ingestão calórica diária nestes grupos.
Referências:
R. An, J. McCaffrey. Plain water consumption in relation to energy intake and diet quality among US adults, 2005-2012. Journal of Human Nutrition and Dietetics, 2016; DOI: 10.1111/jhn.12368
As pessoas que aumentaram seu consumo de água por 1, 2 ou 3 copos por dia diminuíram o consumo total de energia em 68 a 205 calorias diárias e a ingestão de sódio em 78 a 235 miligramas, de acordo com um estudo realizado pelo professor de cinesiologia e saúde comunitária Ruopeng An da Universidade de Illinois. Também consumiram entre 5 a 18 gramas a menos de açúcar e diminuíram o consumo de colesterol em 7 a 21 miligramas diários.
"O impacto da ingestão de água corrente sobre a dieta foi similar em todas as raças/etnias, níveis de educação e de renda e condição de peso corporal", disse An. "Esta descoberta indica que poderia ser suficiente projetar e fornecer intervenções nutricionais universais e campanhas de educação que promovam o consumo de água corrente para substituir de bebidas calóricas em diferentes subgrupos populacionais sem grandes preocupações sobre a personalização da mensagem e estratégias".
Na examinou dados de 4 grupos (2005-12) da Pesquisa Nacional de Exame Nutricional e Saúde efetuadas pelo Centro Nacional de Estatísticas de Saúde. Foi solicitado aos participantes que recordassem o que comeram e beberam durante 2 dias que estavam separados por entre 3 a 10 dias.
No estudo calculou a quantidade de água corrente que consumiu cada pessoa como porcentagem da ingestão dietética de agua diária de alimentos e bebidas combinados. As bebidas como o chá preto sem açúcar, chá de ervas e café, não foram contabilizadas como fontes de água corrente, mas o seu teor de água foram incluídos no cálculo An do consumo de água dietética total dos participantes.
Em média, os participantes consumiram cerca de 4,2 copos de água corrente em forma diária, correspondendo a pouco mais de 30% do total de água dietética ingerida. A ingestão calórica média dos participante foi de 2.157 calorias, incluindo 125 calorias de bebidas açucaradas e 432 calorias de alimentos não essenciais, que correspondem a alimentos pouco nutritivos com alto conteúdo calórico, como sobremesas, massas e lanches mistos que agregam variedade, mas não são necessários para uma dieta saudável.
Um aumento pequeno, mas estatisticamente significativo de 1% no consumo diário de água corrente dos participantes foi associado a uma diminuição por parte dos participantes de 8,6 calorias na ingestão enérgica diária, como assim também com leves reduções da ingestão de bebidas açucaradas e alimentos não essenciais, juntamente com o consumo de gordura, açúcar, sódio e colesterol.
Embora An tenha descoberto que a diminuição foi maior entre os homens e adultos jovens e de mediana idade, sugere que pode estar associado com uma maior ingestão calórica diária nestes grupos.
Referências:
R. An, J. McCaffrey. Plain water consumption in relation to energy intake and diet quality among US adults, 2005-2012. Journal of Human Nutrition and Dietetics, 2016; DOI: 10.1111/jhn.12368
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domingo, 29 de maio de 2016
Quantidade de selênio nas castanhas-do-brasil varia de acordo com região
Pequena no tamanho, mas grande em benefícios, a castanha-do-brasil é mundialmente reconhecida como a maior fonte natural de selênio (Se). Este mineral, essencial ao corpo humano, combate o envelhecimento celular e oferece outros tantos benefícios. Mas será que o teor de selênio é o mesmo em qualquer castanha encontrada no supermercado? Pesquisas realizadas na Universidade Federal de Lavras (Ufla), em parceria com pesquisadores da Embrapa mostraram que não é bem assim. Os cientistas descobriram que as concentrações do mineral nas amêndoas de castanha-do-brasil variaram muito entre as regiões produtoras do País. Aquelas coletadas no Amazonas e no Amapá, por exemplo, apresentaram cerca de 30 vezes mais Se do que as oriundas do Mato Grosso e Acre.
Existe uma recomendação de se ingerir cerca de 55 microgramas de selênio (mcg) por dia, sendo o limite máximo permitido de 400 mcg de Se/dia. Com base nesses dados, os pesquisadores avaliaram a quantidade de Se em castanhas coletadas em castanhais nativos do Mato Grosso, Acre e Amapá, e também de quatro clones cultivados no Amazonas (Fazenda Aruanã, em Itacoatiara), uma vez que a castanheira ocorre em todo o bioma amazônico, cuja maior área encontra-se em território brasileiro.
Outro resultado interessante foi que os teores de selênio em clones de castanheira cultivados na Fazenda Aruanã também apresentaram diferenças nas quantidades observadas. "Esse último resultado sugere que não só o solo influencia na quantidade de selênio presente na castanha, mas também a capacidade da planta (genótipo) em absorver esse elemento", explica a pesquisadora da Embrapa Rondônia, Lúcia Wadt. Antes desse resultado, os cientistas se questionavam se apenas o solo teria influência no teor de selênio da castanha.
Os pesquisadores também descobriram nesse trabalho que a diferença nos teores de selênio entre plantas muito próximas pode chegar a mais de cinco vezes, mas ainda não se sabe quais fatores estão influenciando a quantidade do mineral nas amêndoas. Para se ter ideia, o estudo mostra que as variações são de 0,5 a 3,5 mg kg-1 em amostras coletadas no Acre, 0,5 a 2 mg kg-1 em amostras do Mato Grosso, 20 a 82 mg kg-1 em amostras do Amapá e 11 a 98 mg kg-1 em amostras do Amazonas.
Com base nesses resultados, não é possível definir um número único de castanhas a serem consumidas diariamente a fim de completar a recomendação diária de 55 mcg de selênio por dia. No entanto, embora não se possa generalizar, a pesquisa revelou que uma única castanha da amostra coletada no Amazonas pode oferecer em média a quantidade de 185,7 mcg de Se, ou seja, 3,4 a mais do que o recomendado e as oriundas da amostra do Amapá oferecem cerca de 2,3 vezes a concentração de 55 mcg/dia. Já uma castanha entre as pesquisadas no Acre ou no Mato Grosso não oferece nem 10% desse teor recomendado e para atingi-lo seria necessário comer 11 amêndoas da amostra acriana e 15 da coleta mato-grossense.
Os pesquisadores ressaltam que esses resultados são de uma pesquisa inicial e os valores apresentados não podem ser tomados como padrões, pois há muita variação entre plantas de uma mesma região. No entanto, serve de alerta para que o consumidor observe a origem da castanha que está adquirindo e os valores de selênio informados no rótulo das embalagens. "Esses resultados servem também para alertar as empresas que processam e embalam a castanha-do-brasil sobre a importância de se avaliar o teor de selênio para cada lote ou região de origem da matéria-prima", complementa Wadt.
Além da quantidade do mineral presente no alimento é importante saber o percentual de aproveitamento da substância no organismo, ou a quantidade que o corpo é capaz de absorver dele, chamado de biodisponibilidade do selênio. Somente com esse dado é possível preconizar as quantidades a serem ingeridas.
Devido à ampla variação entre os teores de Se na castanha dependendo da região geográfica, e ainda entre a capacidade de cada planta absorver o mineral, há necessidade de mais estudos sobre a biodisponibilidade do selênio para que se tenham valores concretos de recomendação de ingestão deste alimento para a população. "Comer uma castanha-do-brasil por dia não deve ser uma recomendação generalizada. É preciso saber a concentração e a biodisponibilidade de selênio da castanha que está sendo consumida", alerta a pesquisadora.
Este estudo foi realizado por um grupo de pesquisadores das Unidades da Embrapa do Amazonas, Amapá e Rondônia, da Universidade Federal de Lavras e da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), campus de Tupã.
A castanha e o selênio
É comumente divulgado que o consumo de uma castanha por dia ajuda a combater doenças cardiovasculares, diabetes do tipo 2, câncer e obesidade. Um estudo da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, comprovou que a ingestão diária de duas castanhas eleva em cerca de 65% o teor de selênio no sangue, mas alertou sobre os problemas com a toxidade desse mineral. Outro estudo da USP, que ganhou o prêmio Jovem Cientista do CNPq em 2015, também comprovou efeitos benéficos do selênio, nesse caso, contra o mal de Alzheimer. De uma maneira geral, os nutricionistas brasileiros recomendam a ingestão de uma única castanha por dia, mas também alertam que quantidades elevadas do mineral podem provocar intoxicação por selênio, ou selenose, causadora de perda de cabelo, fadiga, fraqueza das unhas, lesões na pele e problemas gastrointestinais.
Renata Siva (MTb 12361/MG)
Embrapa Rondônia
rondonia.imprensa@embrapa.br
Telefone: (69)3219-5011 / 5041
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/
Fonte: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/11010983/quantidade-de-selenio-nas-castanhas-do-brasil-varia-de-acordo-com-regiao
Existe uma recomendação de se ingerir cerca de 55 microgramas de selênio (mcg) por dia, sendo o limite máximo permitido de 400 mcg de Se/dia. Com base nesses dados, os pesquisadores avaliaram a quantidade de Se em castanhas coletadas em castanhais nativos do Mato Grosso, Acre e Amapá, e também de quatro clones cultivados no Amazonas (Fazenda Aruanã, em Itacoatiara), uma vez que a castanheira ocorre em todo o bioma amazônico, cuja maior área encontra-se em território brasileiro.
Outro resultado interessante foi que os teores de selênio em clones de castanheira cultivados na Fazenda Aruanã também apresentaram diferenças nas quantidades observadas. "Esse último resultado sugere que não só o solo influencia na quantidade de selênio presente na castanha, mas também a capacidade da planta (genótipo) em absorver esse elemento", explica a pesquisadora da Embrapa Rondônia, Lúcia Wadt. Antes desse resultado, os cientistas se questionavam se apenas o solo teria influência no teor de selênio da castanha.
Os pesquisadores também descobriram nesse trabalho que a diferença nos teores de selênio entre plantas muito próximas pode chegar a mais de cinco vezes, mas ainda não se sabe quais fatores estão influenciando a quantidade do mineral nas amêndoas. Para se ter ideia, o estudo mostra que as variações são de 0,5 a 3,5 mg kg-1 em amostras coletadas no Acre, 0,5 a 2 mg kg-1 em amostras do Mato Grosso, 20 a 82 mg kg-1 em amostras do Amapá e 11 a 98 mg kg-1 em amostras do Amazonas.
Com base nesses resultados, não é possível definir um número único de castanhas a serem consumidas diariamente a fim de completar a recomendação diária de 55 mcg de selênio por dia. No entanto, embora não se possa generalizar, a pesquisa revelou que uma única castanha da amostra coletada no Amazonas pode oferecer em média a quantidade de 185,7 mcg de Se, ou seja, 3,4 a mais do que o recomendado e as oriundas da amostra do Amapá oferecem cerca de 2,3 vezes a concentração de 55 mcg/dia. Já uma castanha entre as pesquisadas no Acre ou no Mato Grosso não oferece nem 10% desse teor recomendado e para atingi-lo seria necessário comer 11 amêndoas da amostra acriana e 15 da coleta mato-grossense.
Os pesquisadores ressaltam que esses resultados são de uma pesquisa inicial e os valores apresentados não podem ser tomados como padrões, pois há muita variação entre plantas de uma mesma região. No entanto, serve de alerta para que o consumidor observe a origem da castanha que está adquirindo e os valores de selênio informados no rótulo das embalagens. "Esses resultados servem também para alertar as empresas que processam e embalam a castanha-do-brasil sobre a importância de se avaliar o teor de selênio para cada lote ou região de origem da matéria-prima", complementa Wadt.
Além da quantidade do mineral presente no alimento é importante saber o percentual de aproveitamento da substância no organismo, ou a quantidade que o corpo é capaz de absorver dele, chamado de biodisponibilidade do selênio. Somente com esse dado é possível preconizar as quantidades a serem ingeridas.
Devido à ampla variação entre os teores de Se na castanha dependendo da região geográfica, e ainda entre a capacidade de cada planta absorver o mineral, há necessidade de mais estudos sobre a biodisponibilidade do selênio para que se tenham valores concretos de recomendação de ingestão deste alimento para a população. "Comer uma castanha-do-brasil por dia não deve ser uma recomendação generalizada. É preciso saber a concentração e a biodisponibilidade de selênio da castanha que está sendo consumida", alerta a pesquisadora.
Este estudo foi realizado por um grupo de pesquisadores das Unidades da Embrapa do Amazonas, Amapá e Rondônia, da Universidade Federal de Lavras e da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), campus de Tupã.
A castanha e o selênio
É comumente divulgado que o consumo de uma castanha por dia ajuda a combater doenças cardiovasculares, diabetes do tipo 2, câncer e obesidade. Um estudo da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, comprovou que a ingestão diária de duas castanhas eleva em cerca de 65% o teor de selênio no sangue, mas alertou sobre os problemas com a toxidade desse mineral. Outro estudo da USP, que ganhou o prêmio Jovem Cientista do CNPq em 2015, também comprovou efeitos benéficos do selênio, nesse caso, contra o mal de Alzheimer. De uma maneira geral, os nutricionistas brasileiros recomendam a ingestão de uma única castanha por dia, mas também alertam que quantidades elevadas do mineral podem provocar intoxicação por selênio, ou selenose, causadora de perda de cabelo, fadiga, fraqueza das unhas, lesões na pele e problemas gastrointestinais.
Renata Siva (MTb 12361/MG)
Embrapa Rondônia
rondonia.imprensa@embrapa.br
Telefone: (69)3219-5011 / 5041
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/
Fonte: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/11010983/quantidade-de-selenio-nas-castanhas-do-brasil-varia-de-acordo-com-regiao
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quinta-feira, 26 de maio de 2016
Orientações nutrológicas para gestantes com Diabetes Gestacional
O Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) é uma das complicações obstétricas mais comuns. No Brasil um estudo realizado em 2000, mostrou que a prevalência varia de 4,7 a 12% do total de gestações que ocorrem anualmente aqui.
Motivo do surgimento dessa intercorrência: durante a gravidez ocorrem várias alterações no metabolismo de carboidratos.
- No primeiro trimestre: ocorrem as hipoglicemias em jejum pois o feto “solicita” a glicose, além de uma diminuição na necessidade de insulina. Nessa fase o hormônio mais prevalente é a Gonadotrofina coriônica humana (HCG) e que tem pouca ação no metabolismo de carboidratos.
- Com o avançar da gestação ocorre: aumento dos níveis de estrogênios, progesterona, hormônio lactogênio placentário. Eles sobem a medida que a placenta vai crescendo. Todos eles têm ação antagônica à da insulina. Ou seja, se a insulina “joga” a glicose dentro da célula, esses hormônios tendem a aumentar a glicose no sangue e aumentar a resistência periférica à ação da insulina. São chamado de contra-reguladores ou contra-insulínicos. Associa-se a isso a elevação do cortisol e prolactina, que também diminuem a sensibilidade à insulina. Pra completar a situação: aumenta-se o peso e a ingestão calórica, o que favorece ainda mais um aumento da glicemia e piora da resistência insulínica. Esse aumento da resistência periférica à insulina tem como objetivo: desviar captação de glicose da mãe e direcioná-la para o feto, além de favorecer aumento do tecido adiposo materno. Conclusão: a gestação apresenta aumento dos níveis de insulina circulante, pois o pâncreas tenta compensar a demanda periférica para manter a glicemia normal. Se a glicemia da mãe aumenta (no caso das mães que desenvolvem DMG, essa glicemia consegue alcançar a circulação fetal e acaba estimulando o pâncreas do feto a aumentar a produção da insulina. Com isso o feto fica com mais insulina e utiliza mais a sua glicose. Isso pode levar a um quadro de macrossomia fetal (fetos grandes) e posteriormente favorecer hipoglicemias no pós-parto.
Dentre os fatores de risco para DMG temos:
• Acima de 25 anos
• Obesidade ou ganho de peso na gestação
• Deposição central excessiva de gordura corporal
• História familiar de diabetes em parentes de primeiro grau
• Baixa estatura: < 1,50m
• Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio
• Hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual
• Antecedentes obstétricos de morte fetal ou neonatal, de macrossomia fetal ou de DMG.
Diagnóstico: há controvérsias na literatura sobre o melhor método para o diagnóstico de DMG.
A International Association Diabetes and Pregnancy Study Groups (IADPSG) publicou um consenso que sugere o seguinte:
- TODA gestante deve ter uma glicemia de jejum dosada como triagem, de preferência no primeiro trimestre.
- TODA gestante deve realizar um teste oral de tolerância à glicose com 75g de glicose anidra (TOTG 75g) entre 24 e 28 semanas.
- A glicemia de jejum deve ser abaixo de 85mg/dL. Acima disso é: rastreamento positivo. Se ficou abaixo de 85, repete-se a glicemia de jejum após a 20ª semana. Se continuar abaixo de 85, repete após a 24ª semana. Se ficou acima, compreende um rastreamento positivo.
- Se a glicemia de jejum desde o começo for acima de 110mg/dL, repete-se o exame e se confirmado: fecha-se o diagnóstico de DMG.
- Se for entre 86 e 109 mg/dL: espera-se até entre a 24ª e 26ª semana para realizar um TOTG75 2 horas após o almoço.
- Se < 140mg/dL, exclui DMG.
- Se > 140mg/dL: confirma DMG.
Confirmado DMG a primeira medida a ser tomada é o início de uma dieta. Razões: as portadoras de DMG tem maior incidência de hipertensão arterial e pré-eclâmpsia, além de maiores chances de uma cesariana. No pós-parto aumenta-se as chances de permanecerem com diabetes tipo 2 ou desenvolvê-lo no futuro.
Se utilizaremos insulinoterapia ou só dieta, dependerá da monitorização de glicemia. É essencial a monitorização para que o tratamento seja efetivo. O ideal é a monitorização diária com Hemoglucoteste (HGT), com aferição em jejum, 1h após almoço, 1 hora após o jantar e 2 horas após almoço ou jantar.
Glicemia de jejum: deve ficar abaixo de 92mg/dL
Glicemia 1 hora após almoço: deve ficar abaixo de 140mg/dL
Glicemia 2 horas após almoço: deve ficar abaixo de 120mg/dL
Fonte: Fifth International Workshop Conference
O proposto por alguns endocrinologistas (BANDEIRA, 2015) é:
- Toda semana realizar 1 glicemia de jejum e 2h pós-prandiais em laboratório.
- O controle domiciliar deve conter de 3 a 7, dependendo dos valores encontrados e da dieta.
- SE após 2 semanas de dieta os níveis de glicose continuarem elevados:
- Jejum acima de 105mg/dL
- 2h pós prandial, acima de 130mg/dL
- Recomenda-se iniciar a terapia com insulina.
- Outro indicativo para iniciar a terapia com insulina é a medida da circunferência abdominal fetal na Ultrassonografia. Se acima do percentil 75, entre 29 e 33 semanas, pode-se iniciar o uso de insulina.
Como o feto precisa de glicose constantemente e a privação pode gerar formação de corpos cetônicos na mãe, deve-se evitar períodos de jejum de mais de 4 a 5 horas.
A dieta deve ser individualizada de acordo com os exames laboratoriais, suplementando aquilo que for necessário.
Abolir açúcar durante a gestação e optar por adoçantes não-calóricos: sucralose, aspartame, sacarina, acessulfame-K, todos com moderação.
Trocar todos os carboidratos refinados por carboidratos integrais.
A fim de alterar a carga glicêmica, acrescentar gorduras monoinsaturadas (azeite) e poliinsaturadas (óleo de linhaça, chia, ômega 3) às refeições, assim como proteínas magras e fibras.
O ganho de peso deve ser controlado. Sendo que o ganho de peso ideal na gestação é baseado nas recomendações do Institute of Medicine (IOM-2009) e leva em consideração o índice de massa corpórea (IMC) pré-gravidez (tabela 2). Numa gravidez normal o ganho de peso ocorre devido a aumento de tecidos maternos e dos produtos da concepção, conforme a tabela 1.
Nenhuma mulher, independente do IMC prévio deve perder peso durante a gravidez.
Portanto se o você estava com o IMC: adequado previamente. O aceitável é que ganhe de 11 a 16kg.
No caso de gestações gemelares estima-se um ganho de 16 a 24kg, sendo que no 2º e 3º trimestre, deve-se ganhar 700g por semana. PORÉM há uma intercorrência obstétrica: DMG. Nesse caso o máximo deve ser 16kg, aceitando-se até 20kg por ser gestação gemelar.
Necessidades dietéticas
A necessidade calórica diária deve ficar entre 30 a 35kcal/kg de peso. No caso de obesas a American Diabetes Association (ADA) sugere 24kcal/kg de peso atual e 12kcal para obesas mórbidas.
A restrição da quantidade de carboidratos a 40% do total diário de calorias pode ser útil para obtenção de glicemias pós-prandiais adequadas. 25% a 30% de proteínas e 25% a 30% de gorduras.
Exemplo: P: 60kg. Se optarmos por ofertar 30kcal/kg, precisaremos de um plano alimentar de 1800kcal. Sendo que 40% dessas 1800kcal devem ser de carboidratos, ou seja, 720kcal ingeridas no dia, devem ser oriundos de carboidratos. Cada grama de carboidrato fornece 4kcal.
Recomendações básicas:
1. Evitar cafeína.
2. Abolir álcool.
3. Evitar embutidos, enlatados e produtos ultraprocessados.
4. Ingerir diariamente: 35ml de água para cada kg de peso corporal.
5. Praticar pelo menos 45 minutos de atividade física, de preferência com intensidade moderada, caso não tenha contraindicação.
6. Trocar todos os carboidratos refinados e os de alto índice glicêmico, por integrais e de baixo índice glicêmico.
7. Acrescentar fibras à alimentação.
Lembre-se que nas 3 principais refeições você sempre deverá ingerir:
- 1 fonte de carboidrato (integral e de baixo índice glicêmico)
- 1 fonte de proteína
- 1 fonte de gordura
- 1 fonte de fibra.
Bibliografia
- GOLBERT, A; GOLBERT, MB; MACHADO, V. Diabetes e gestação. In: BANDEIRA, F et al. Endocrinologia e diabetes. Rio de Janeiro: MedBooks, 2015. 852-856.
- RASMUSSEN, KM; YAKTINE, AL. Weight Gain During Pregnancy: Reexamining the Guidelines. Institute of Medicine; National Research Council. 2009. Disponível em: http://www.nationalacademies.org/hmd/~/media/Files/Report%20Files/2009/Weight-Gain-During-Pregnancy-Reexamining-the-Guidelines/Report%20Brief%20-%20Weight%20Gain%20During%20Pregnancy.ashx
- MELO, ME. Ganho de peso na gestação. Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica – ABESO. 2009.
- SCHMIDT, MI; REICHELT, AJ. Consenso sobre diabetes gestacional e diabetes pré-gestacional. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo , v. 43, n. 1, p. 14-20, Fev. 1999.
- Diabetes mellitus gestacional. Rev. Assoc. Med. Bras, São Paulo , v. 54, n. 6, p. 477-480, Dez. 2008 . Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302008000600006&lng=en&nrm=iso>. access on 26 May 2016. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302008000600006.
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terça-feira, 24 de maio de 2016
Consequências do uso de EAA (anabolizantes) sem indicação médica criteriosa
O uso de esteroides anabolizantes androgênicos (EAA) está cada vez mais difundido, principalmente entre praticantes de atividade física e atletas. As principais causas apontadas para o uso de anabolizantes incluem: insatisfação com a aparência física, baixa autoestima, pressão social, o culto pelo corpo que a nossa sociedade tanto valoriza e a falsa aparência saudável. Estudos estimam que um número tão alto quanto 30% dos praticantes de academia abusam ou já abusaram do uso de hormônios para tal fim. Uma parcela não desprezível dos usuários tem uma percepção equivocada de que o uso de EAA é seguro ou que os efeitos adversos são controláveis, o que é um verdadeiro erro!! Os esteroides anabolizantes oferecem riscos graves à saúde física e mental.
O uso de EAA compreende o abuso de testosterona e seus derivados. A testosterona permanece ainda como o EAA mais popular devido ao seu baixo preço, acesso relativamente fácil e dificuldade de distinguir, em exames de sangue, a testosterona exógena da endógena. A testosterona é produzida, na sua maior parte, pelos testículos e promovem o desenvolvimento de características sexuais masculinas. Na medicina, o uso da testosterona está indicado basicamente nos casos de hipogonadismo masculino (situação em que os homens deixam de produzir o hormônio ou o produzem em menor quantidade do que o normal), em alguns casos de transsexualismo, sarcopenias e, raramente, no rol de terapias de última linha em câncer de mama avançado em mulheres.
No ano de 1935 a testosterona foi sintetizada pela primeira vez e, em 1939, sugeriu-se que os hormônios sexuais poderiam aumentar o desempenho atlético. Em 1945, ocorreu a popularização no meio atlético através da publicação do The Male Hormone, do escritor Paul de Kruiff. Em 1956, quando o Laboratório Ciba criou a metandrosterona, comercializada com o nome de Dianabol, os relatos da eficácia desta droga difundiram-se pela comunidade de levantadores de peso. Já em 1964, nas Olimpíadas de Tóquio, os EAA foram largamente utilizados em diversas modalidades; e durante a competição “Mister America”, em 1972, estimou-se que 99% dos atletas estreantes fizeram ou faziam uso de EAA. O controle do doping, para detecção de EAA, começou a ser feito somente a partir da Olimpíada de Montreal, em 1976. Segundo o Comitê Olímpico Internacional (COI), doping é definido como o uso de qualquer substância endógena ou exógena em quantidades ou vias anormais com a intenção de aumentar o desempenho do atleta em uma competição. No Brasil, os EAA foram considerados agentes dopantes a partir de 1985, segundo publicado na Portaria 531, de 10 de julho de 1985.
Os efeitos dos EAA sobre o comportamento dos usuários têm sido há muito tempo pesquisados, assim como os vários efeitos adversos em diferentes órgãos e sistemas do corpo. Além disso, já está comprovado que os EAA podem induzir efeitos sobre o sistema de recompensa do cérebro, o que pode tornar os usuários mais suscetíveis ao abuso de outras drogas. Os usuários de EAA normalmente usam hormônios em doses absurdas, aumentando ainda mais os risco!! Doses de testosterona que, na prática médica, são usadas a cada 21 dias, chegam a ser usadas diariamente por vários dias seguidos!!
Na tabela abaixo estão descritos alguns dos efeitos adversos dessas substâncias:
EFEITOS CARDIOVASCULARES
Dislipidemia (alteração dos níveis de gordura no sangue)
Doença aterosclerótica (formação de placas dentro dos vasos, podendo levar à infarto cardíaco e derrame cerebral)
Cardiomiopatia (aumento do músculo cardíaco, prejudicando o funcionamento do coração)
Arritmias
Anormalidades de coagulação
Hipertensão Arterial
NEUROPSIQUIÁTRICOS
Distúrbios do humor e depressão, inclusive com relatos de suicídio
Comportamento agressivo e violento
Alteração cognitiva e de memória
Dependência de EAA
Aumento do abuso de outras drogas
HOMENS
Supressão de hormônios importantes na produção endógena de testosterona (hipogonadismo), levando a perda de libido, distúrbios de ereção, atrofia dos testículos
Ginecomastia (aumento das mamas)
Aumento da próstata
Câncer de próstata
Infertilidade
MULHERES
Supressão de hormônios importantes na produção endógena de estrogênios, levando a distúrbios da menstruação
Infertilidade
Atrofia das mamas
Excesso de pelos e alopecia (perda de cabelo do couro cabeludo)
Aumento do clitóris
Alteração da voz
MUSCULOESQUELÉTICO
Fechamento prematuro das cartilagens de crescimento (adolescentes), prejudicando crescimento
Ruptura de tendões
RENAL
Falência renal secundária à rabdomiólise (lesão muscular)
Glomeruloesclerose (fibrose no rim, prejudicando seu funcionamento)
Câncer renal
DERMATOLÓGICO
Acne
Estrias
Excesso de pelos e alopecia (perda de cabelo do couro cabeludo)
HEPÁTICOS (fígado)
Inflamação e colestase
Hepatite
Câncer de fígado
Como podemos ver acima, os EAA são drogas que podem provocar efeitos colaterais gravíssimos, sendo que muitos deles podem ser IRREVERSÍVEIS!! Ainda assim, os usuários de EAA continuam usando tais substâncias de maneira desenfreada, sem considerar os efeitos colaterais ou julgando, erroneamente, que os benefícios são maiores do que os riscos. Testosterona só deve ser usada em doses adequadas e se há uma necessidade clínica ou patológica com indicação médica para o seu uso!
Médicos sérios e éticos não compactuam com o uso de anabolizantes com fins de melhorar desempenho ou forma física!! Se você quer melhorar seu desempenho físico ou composição corporal, procure uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, nutricionistas e educadores físicos, buscando adequar sua dieta e rotina de exercícios para atingir o seu objetivo!
Fonte: http://fernandaendocrino.com.br/index.php/2016/05/16/consequencias-do-uso-de-esteroides-anabolizantes/
O uso de EAA compreende o abuso de testosterona e seus derivados. A testosterona permanece ainda como o EAA mais popular devido ao seu baixo preço, acesso relativamente fácil e dificuldade de distinguir, em exames de sangue, a testosterona exógena da endógena. A testosterona é produzida, na sua maior parte, pelos testículos e promovem o desenvolvimento de características sexuais masculinas. Na medicina, o uso da testosterona está indicado basicamente nos casos de hipogonadismo masculino (situação em que os homens deixam de produzir o hormônio ou o produzem em menor quantidade do que o normal), em alguns casos de transsexualismo, sarcopenias e, raramente, no rol de terapias de última linha em câncer de mama avançado em mulheres.
No ano de 1935 a testosterona foi sintetizada pela primeira vez e, em 1939, sugeriu-se que os hormônios sexuais poderiam aumentar o desempenho atlético. Em 1945, ocorreu a popularização no meio atlético através da publicação do The Male Hormone, do escritor Paul de Kruiff. Em 1956, quando o Laboratório Ciba criou a metandrosterona, comercializada com o nome de Dianabol, os relatos da eficácia desta droga difundiram-se pela comunidade de levantadores de peso. Já em 1964, nas Olimpíadas de Tóquio, os EAA foram largamente utilizados em diversas modalidades; e durante a competição “Mister America”, em 1972, estimou-se que 99% dos atletas estreantes fizeram ou faziam uso de EAA. O controle do doping, para detecção de EAA, começou a ser feito somente a partir da Olimpíada de Montreal, em 1976. Segundo o Comitê Olímpico Internacional (COI), doping é definido como o uso de qualquer substância endógena ou exógena em quantidades ou vias anormais com a intenção de aumentar o desempenho do atleta em uma competição. No Brasil, os EAA foram considerados agentes dopantes a partir de 1985, segundo publicado na Portaria 531, de 10 de julho de 1985.
Os efeitos dos EAA sobre o comportamento dos usuários têm sido há muito tempo pesquisados, assim como os vários efeitos adversos em diferentes órgãos e sistemas do corpo. Além disso, já está comprovado que os EAA podem induzir efeitos sobre o sistema de recompensa do cérebro, o que pode tornar os usuários mais suscetíveis ao abuso de outras drogas. Os usuários de EAA normalmente usam hormônios em doses absurdas, aumentando ainda mais os risco!! Doses de testosterona que, na prática médica, são usadas a cada 21 dias, chegam a ser usadas diariamente por vários dias seguidos!!
Na tabela abaixo estão descritos alguns dos efeitos adversos dessas substâncias:
EFEITOS CARDIOVASCULARES
Dislipidemia (alteração dos níveis de gordura no sangue)
Doença aterosclerótica (formação de placas dentro dos vasos, podendo levar à infarto cardíaco e derrame cerebral)
Cardiomiopatia (aumento do músculo cardíaco, prejudicando o funcionamento do coração)
Arritmias
Anormalidades de coagulação
Hipertensão Arterial
NEUROPSIQUIÁTRICOS
Distúrbios do humor e depressão, inclusive com relatos de suicídio
Comportamento agressivo e violento
Alteração cognitiva e de memória
Dependência de EAA
Aumento do abuso de outras drogas
HOMENS
Supressão de hormônios importantes na produção endógena de testosterona (hipogonadismo), levando a perda de libido, distúrbios de ereção, atrofia dos testículos
Ginecomastia (aumento das mamas)
Aumento da próstata
Câncer de próstata
Infertilidade
MULHERES
Supressão de hormônios importantes na produção endógena de estrogênios, levando a distúrbios da menstruação
Infertilidade
Atrofia das mamas
Excesso de pelos e alopecia (perda de cabelo do couro cabeludo)
Aumento do clitóris
Alteração da voz
MUSCULOESQUELÉTICO
Fechamento prematuro das cartilagens de crescimento (adolescentes), prejudicando crescimento
Ruptura de tendões
RENAL
Falência renal secundária à rabdomiólise (lesão muscular)
Glomeruloesclerose (fibrose no rim, prejudicando seu funcionamento)
Câncer renal
DERMATOLÓGICO
Acne
Estrias
Excesso de pelos e alopecia (perda de cabelo do couro cabeludo)
HEPÁTICOS (fígado)
Inflamação e colestase
Hepatite
Câncer de fígado
Como podemos ver acima, os EAA são drogas que podem provocar efeitos colaterais gravíssimos, sendo que muitos deles podem ser IRREVERSÍVEIS!! Ainda assim, os usuários de EAA continuam usando tais substâncias de maneira desenfreada, sem considerar os efeitos colaterais ou julgando, erroneamente, que os benefícios são maiores do que os riscos. Testosterona só deve ser usada em doses adequadas e se há uma necessidade clínica ou patológica com indicação médica para o seu uso!
Médicos sérios e éticos não compactuam com o uso de anabolizantes com fins de melhorar desempenho ou forma física!! Se você quer melhorar seu desempenho físico ou composição corporal, procure uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, nutricionistas e educadores físicos, buscando adequar sua dieta e rotina de exercícios para atingir o seu objetivo!
Fonte: http://fernandaendocrino.com.br/index.php/2016/05/16/consequencias-do-uso-de-esteroides-anabolizantes/
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Dr. Frederico Lobo
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domingo, 15 de maio de 2016
Alimentos com potencial de prevenir o diabetes mellitus – baseado em evidências
Vivemos uma verdadeira epidemia de diabetes! Hoje no Brasil são mais de 12 milhões de pessoas convivendo com a doença. Segundo o Centers for Disease Control and Prevention dos Estados Unidos, 2 em cada 5 americanos vai desenvolver diabetes no decorrer de suas vidas. Como compartilhamos cada vez mais diversos aspectos culturais com aquela população, é esperado que tenhamos cada vez mais pessoas diabéticas aqui no Brasil também.
Entre as recomendações formais para a prevenção do diabetes estão redução do peso e atividades físicas regulares. Contudo, acumulam-se evidências de que o consumo regular de certos alimentos também possam ajudar a prevenir a doença. Vamos conhecê-los?
1- Mirtilos e uvas
Um estudo publicado na revista BMJ em 2013 compilou dados de 3 coortes totalizando mais de 187 mil pessoas que foram seguidas por até 24 anos. Neste estudo o consumo de 3 porções de mirtilo por semana reduziu o risco de diabetes em 26 por cento. Já o consumo de uvas reduziu o risco em 12 por cento. Outras frutas que também se mostraram protetoras foram maçãs e bananas. Detalhe: o efeito protetor vale apenas para o consumo das frutas inteiras. O consumo de suco teve efeito contrário! Isto é, aumentou o risco de diabetes.
2- Oleaginosas
Castanhas, nozes, amêndoas, macadâmias, avelãs e pistaches são ricos em gorduras insaturadas, proteínas de alto valor biológico, fibras, vitaminas e minerais (potássio, cálcio, magnésio e selênio), além de fitoquímicos (flavonoides, carotenoides e fitosteróis). Estes nutrientes têm efeitos protetores do coração, antioxidantes, anticancerígenos e anti-inflamatórios, explicando por que são capazes de reduzir mortalidade. O consumo regular de oleaginosas também tem efeitos metabólicos importantes como melhora do controle da glicemia (açúcar no sangue), redução do LDL (colesterol ruim) e triglicerídeos, aumento do HDL (colesterol bom), redução da pressão arterial e auxílio em manter o peso ideal, reduzindo o risco de obesidade. Além disso, quem consome oleaginosas acaba deixando de consumir carboidratos, o que é benéfico até mesmo para quem já convive com o diabetes.
3- Café
Apesar dos dados ainda não serem definitivos, diversos estudos associam o consumo do café preto a menor risco de diabetes. Um desses estudos calculou que aumentar o consumo em 1 xícara e meia por dia já é capaz de oferecer redução no risco de diabetes de 11 por cento em 4 anos.
4- Chocolate amargo
Chocolates com altas concentrações de cacau são ricos em polifenóis. Estas substâncias antioxidantes são responsáveis por benefícios como redução no risco de doenças cardiovasculares, além de ter efeitos metabólicos semelhantes aos das oleaginosas. No entanto, as versões ao leite e branco, por terem alto teor de açúcar e gordura adicionada, não são recomendadas e podem ser até deletérias.
5- Iogurte desnatado
Ao contrário do que alguns blogueiros propagam, derivados lácteos magros, especialmente o iogurte desnatado se associam a menor risco de diabetes. No estudo EPIC-Norfolk, o consumo de iogurte desnatado nos lanches reduziu o risco de diabetes em 47 por cento. Outros estudos mostram que derivados lácteos desnatados fermentados, como o iogurte desnatado, melhoram a função da insulina, explicando o mecanismo de prevenção do diabetes.
6- Azeite de oliva
Um dos poucos alimentos rigorosamente avaliados dentro de pesquisa de alta qualidade metodológica, no estudo PREDIMED, o consumo regular de 50 mL por dia de azeite de oliva se mostrou efetivo não só na redução no risco de diabetes como na redução de doenças cardiovasculares (risco cerca de 30 por cento menor para ambos os desfechos).
Dicas interessantes, não? Contudo, vale lembrar que mudanças nos hábitos alimentares devem ser preferencialmente realizadas sob supervisão de profissional qualificado, seja médico ou nutricionista, após apropriada avaliação clínica.
Referências:
1-Muraki I, Imamura F, Manson JE, et al. Fruit consumption and risk of type 2 diabetes: results from three prospective longitudinal cohort studies. BMJ.2013;347:f5001.
2-Jaceldo-Siegl K, Haddad E, Oda K, Fraser GE, Sabaté J. Tree nuts are inversely associated with metabolic syndrome and obesity: the Adventist Health Study-2. PLoS One. 2014;9:e85133.
3-Bhupathiraju SN, Pan A, Manson JE, Willett WC, van Dam RM, Hu FB. Change in coffee intake and subsequent risk of type 2 diabetes: three large cohorts of US men and women. Diabetologia.2014;57:1346-1354.
4- Stetka BS. 7 health benefits of chocolate. Medscape. February 6, 2013.
5- O’Connor LM, Lentjes M, Luben R, Khaw KT, Wareham NJ, Forouhi NG. Dietary dairy product intake and incident type 2 diabetes: a prospective study using dietary data from a 7-day food diary. Diabetologia.2014;57:909-917.
6- Estruch R, Ros E, Salas-Salvadó J, Covas MI, Corella D, Arós F, Gómez-Gracia E, Ruiz-Gutiérrez V, Fiol M, Lapetra J, Lamuela-Raventos RM, Serra-Majem L, Pintó X, Basora J, Muñoz MA, Sorlí JV, Martínez JA, Martínez-González MA; PREDIMED Study Investigators. Primary prevention of cardiovascular disease with a Mediterranean diet. N Engl J Med. 2013 Apr 4;368(14):1279-90.
Dr. Mateus Dornelles Severo
Médico Endocrinologista
Mestre em Endocrinologia
CREMERS 30.576
Fonte: http://www.drmateusendocrino.com.br/2016/04/17/alimentos-com-potencial-de-prevenir-o-diabetes-mellitus-baseado-em-evidencias/
Entre as recomendações formais para a prevenção do diabetes estão redução do peso e atividades físicas regulares. Contudo, acumulam-se evidências de que o consumo regular de certos alimentos também possam ajudar a prevenir a doença. Vamos conhecê-los?
1- Mirtilos e uvas
Um estudo publicado na revista BMJ em 2013 compilou dados de 3 coortes totalizando mais de 187 mil pessoas que foram seguidas por até 24 anos. Neste estudo o consumo de 3 porções de mirtilo por semana reduziu o risco de diabetes em 26 por cento. Já o consumo de uvas reduziu o risco em 12 por cento. Outras frutas que também se mostraram protetoras foram maçãs e bananas. Detalhe: o efeito protetor vale apenas para o consumo das frutas inteiras. O consumo de suco teve efeito contrário! Isto é, aumentou o risco de diabetes.
2- Oleaginosas
Castanhas, nozes, amêndoas, macadâmias, avelãs e pistaches são ricos em gorduras insaturadas, proteínas de alto valor biológico, fibras, vitaminas e minerais (potássio, cálcio, magnésio e selênio), além de fitoquímicos (flavonoides, carotenoides e fitosteróis). Estes nutrientes têm efeitos protetores do coração, antioxidantes, anticancerígenos e anti-inflamatórios, explicando por que são capazes de reduzir mortalidade. O consumo regular de oleaginosas também tem efeitos metabólicos importantes como melhora do controle da glicemia (açúcar no sangue), redução do LDL (colesterol ruim) e triglicerídeos, aumento do HDL (colesterol bom), redução da pressão arterial e auxílio em manter o peso ideal, reduzindo o risco de obesidade. Além disso, quem consome oleaginosas acaba deixando de consumir carboidratos, o que é benéfico até mesmo para quem já convive com o diabetes.
3- Café
Apesar dos dados ainda não serem definitivos, diversos estudos associam o consumo do café preto a menor risco de diabetes. Um desses estudos calculou que aumentar o consumo em 1 xícara e meia por dia já é capaz de oferecer redução no risco de diabetes de 11 por cento em 4 anos.
4- Chocolate amargo
Chocolates com altas concentrações de cacau são ricos em polifenóis. Estas substâncias antioxidantes são responsáveis por benefícios como redução no risco de doenças cardiovasculares, além de ter efeitos metabólicos semelhantes aos das oleaginosas. No entanto, as versões ao leite e branco, por terem alto teor de açúcar e gordura adicionada, não são recomendadas e podem ser até deletérias.
5- Iogurte desnatado
Ao contrário do que alguns blogueiros propagam, derivados lácteos magros, especialmente o iogurte desnatado se associam a menor risco de diabetes. No estudo EPIC-Norfolk, o consumo de iogurte desnatado nos lanches reduziu o risco de diabetes em 47 por cento. Outros estudos mostram que derivados lácteos desnatados fermentados, como o iogurte desnatado, melhoram a função da insulina, explicando o mecanismo de prevenção do diabetes.
6- Azeite de oliva
Um dos poucos alimentos rigorosamente avaliados dentro de pesquisa de alta qualidade metodológica, no estudo PREDIMED, o consumo regular de 50 mL por dia de azeite de oliva se mostrou efetivo não só na redução no risco de diabetes como na redução de doenças cardiovasculares (risco cerca de 30 por cento menor para ambos os desfechos).
Dicas interessantes, não? Contudo, vale lembrar que mudanças nos hábitos alimentares devem ser preferencialmente realizadas sob supervisão de profissional qualificado, seja médico ou nutricionista, após apropriada avaliação clínica.
Referências:
1-Muraki I, Imamura F, Manson JE, et al. Fruit consumption and risk of type 2 diabetes: results from three prospective longitudinal cohort studies. BMJ.2013;347:f5001.
2-Jaceldo-Siegl K, Haddad E, Oda K, Fraser GE, Sabaté J. Tree nuts are inversely associated with metabolic syndrome and obesity: the Adventist Health Study-2. PLoS One. 2014;9:e85133.
3-Bhupathiraju SN, Pan A, Manson JE, Willett WC, van Dam RM, Hu FB. Change in coffee intake and subsequent risk of type 2 diabetes: three large cohorts of US men and women. Diabetologia.2014;57:1346-1354.
4- Stetka BS. 7 health benefits of chocolate. Medscape. February 6, 2013.
5- O’Connor LM, Lentjes M, Luben R, Khaw KT, Wareham NJ, Forouhi NG. Dietary dairy product intake and incident type 2 diabetes: a prospective study using dietary data from a 7-day food diary. Diabetologia.2014;57:909-917.
6- Estruch R, Ros E, Salas-Salvadó J, Covas MI, Corella D, Arós F, Gómez-Gracia E, Ruiz-Gutiérrez V, Fiol M, Lapetra J, Lamuela-Raventos RM, Serra-Majem L, Pintó X, Basora J, Muñoz MA, Sorlí JV, Martínez JA, Martínez-González MA; PREDIMED Study Investigators. Primary prevention of cardiovascular disease with a Mediterranean diet. N Engl J Med. 2013 Apr 4;368(14):1279-90.
Dr. Mateus Dornelles Severo
Médico Endocrinologista
Mestre em Endocrinologia
CREMERS 30.576
Fonte: http://www.drmateusendocrino.com.br/2016/04/17/alimentos-com-potencial-de-prevenir-o-diabetes-mellitus-baseado-em-evidencias/
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Óleo de coco baseado em evidências (nada de achismos)
A internet é uma grande fonte de informação, e isso é inegável. No entanto, nem tudo que lemos em sites, blogs ou redes sociais passa por crivo científico criterioso. A literatura médica é vasta. E os diferentes estudos são hierarquizados de acordo com sua qualidade metodológica e com a força das evidências.
Por exemplo, um estudo pequeno que disse que determinado tratamento em ratinhos pode baixar o colesterol não deve ser interpretado da mesma maneira que outro estudo que avaliou a mesma intervenção em um grande número de seres humanos e observou que este tratamento não serviu para reduzir infartos ou mortes.
Em outras palavras, estudos que replicam as situações da vida real de maneira mais apropriada “pesam mais” na balança da ciência. Dito isto, vamos ao óleo de coco…
Basta digitarmos “óleo de coco” no Google para nos maravilharmos com efeitos positivos no colesterol e no risco cardiovascular, além de potencial antioxidante e até mesmo emagrecedor. Contudo, ao fazermos a mesma pesquisa na base de dados médicos Pubmed, podemos perceber que o óleo de coco ainda precisa provar muita coisa…
O óleo de coco virgem, que é obtido através da prensagem a frio do coco, retém grande quantidade de fitoesteróis, tocotrienóis, tocoferóis, além de outros compostos bioativos, substâncias que realmente têm potencial de redução do colesterol e efeito antioxidante. Contudo, aqui cabem duas ressalvas. O processo de fabricação do óleo de coco é bastante variável na indústria. Quando o processo de extração do óleo não controla a temperatura de forma apropriada, perde-se grande parte dos antioxidantes. Além disso, o potencial efeito benéfico dos fitoesteróis é contrabalanceado pelo alto teor de gordura saturada (92%).
Os defensores do óleo de coco argumentam que a gordura saturada nele presente é diferenciada. Os ácidos láurico e mirístico, por serem de ácidos graxos de cadeia média, seriam rapidamente metabolizados favorecendo a elevação do colesterol HDL (bom), menor oxidação do colesterol LDL (ruim) e queima de gordura, com potencial redução do risco cardiovascular e do peso. No entanto, os estudos que evidenciaram estes possíveis benefícios foram feitos em ratos (1) ou apresentaram limitações metodológicas (2). Como vimos no início deste texto, a Medicina hierarquiza a pequisa e, até agora, o óleo de coco permanece no nível mais baixo de evidência, isto é, precisa, no mínimo, ser melhor estudado.
Em março de 2016, um grupo de pesquisadores da Nova Zelândia compilou toda a literatura disponível sobre os potenciais benefícios do óleo de coco e publicou na revista Nutrition Reviews o artigo intitulado “Coconut oil consumption and cardiovascular risk factors in humans” (3).
Os autores localizaram 21 estudos (8 controlados e 13 observacionais). Segundo os autores, o óleo de coco aumentou os níveis de colesterol total e colesterol LDL (ruim). Apesar de aumentar os níveis de colesterol, o óleo de coco aparentemente não aumentou o risco de doenças cardiovasculares, pelo menos em populações que culturalmente o consomem.
Ou seja, o óleo de coco parece não aumentar o risco de problemas cardíacos dentro da dieta dos povos polinésios, mas não podemos dizer o mesmo dentro da dieta Ocidental.
Em resumo, não existem provas definitivas que o óleo de coco ajude a melhorar a imunidade e o metabolismo ou a reduzir o risco de doenças cardíacas. Não é um suplemento, muito menos um remédio. A preferência pelo seu uso restringe-se mais a uma opção culinária e deve ser feita com moderação.
Para quem ficou interessado nos antioxidantes e nos fitoesteróis, a sugestão é consumir a polpa do coco, que também é rica em fibras. Mas dentro de uma alimentação equilibrada, com atividades físicas regulares e… sem esperar milagres!
Fontes:
1 – Nevin KG, Rajamohan T. Beneficial effects of virgin coconut oil on lipid parameters and in vitro LDL oxidation. Clin Biochem. 2004 Sep;37(9):830-5.
2 – Cardoso DA, Moreira AS, de Oliveira GM, Raggio Luiz R, Rosa GA. COCONUT EXTRA VIRGIN OIL-RICH DIET INCREASES HDL CHOLESTEROL AND DECREASES WAIST CIRCUMFERENCE AND BODY MASS IN CORONARY ARTERY DISEASE PATIENTS. Nutr Hosp. 2015;32(5):2144.
3 – Eyres L, Eyres MF, Chisholm A, Brown RC. Coconut oil consumption and cardiovascular risk factors in humans. Nutr Rev. 2016 Apr;74(4):267-80.
Autor: Dr. Mateus Dornelles Severo
Médico Endocrinologista
Mestre em Endocrinologia
CREMERS 30.576
www.facebook.com/drmateusendocrino
Fonte: http://www.drmateusendocrino.com.br/2016/05/01/oleo-de-coco-baseado-em-evidencias/
Por exemplo, um estudo pequeno que disse que determinado tratamento em ratinhos pode baixar o colesterol não deve ser interpretado da mesma maneira que outro estudo que avaliou a mesma intervenção em um grande número de seres humanos e observou que este tratamento não serviu para reduzir infartos ou mortes.
Em outras palavras, estudos que replicam as situações da vida real de maneira mais apropriada “pesam mais” na balança da ciência. Dito isto, vamos ao óleo de coco…
Basta digitarmos “óleo de coco” no Google para nos maravilharmos com efeitos positivos no colesterol e no risco cardiovascular, além de potencial antioxidante e até mesmo emagrecedor. Contudo, ao fazermos a mesma pesquisa na base de dados médicos Pubmed, podemos perceber que o óleo de coco ainda precisa provar muita coisa…
O óleo de coco virgem, que é obtido através da prensagem a frio do coco, retém grande quantidade de fitoesteróis, tocotrienóis, tocoferóis, além de outros compostos bioativos, substâncias que realmente têm potencial de redução do colesterol e efeito antioxidante. Contudo, aqui cabem duas ressalvas. O processo de fabricação do óleo de coco é bastante variável na indústria. Quando o processo de extração do óleo não controla a temperatura de forma apropriada, perde-se grande parte dos antioxidantes. Além disso, o potencial efeito benéfico dos fitoesteróis é contrabalanceado pelo alto teor de gordura saturada (92%).
Os defensores do óleo de coco argumentam que a gordura saturada nele presente é diferenciada. Os ácidos láurico e mirístico, por serem de ácidos graxos de cadeia média, seriam rapidamente metabolizados favorecendo a elevação do colesterol HDL (bom), menor oxidação do colesterol LDL (ruim) e queima de gordura, com potencial redução do risco cardiovascular e do peso. No entanto, os estudos que evidenciaram estes possíveis benefícios foram feitos em ratos (1) ou apresentaram limitações metodológicas (2). Como vimos no início deste texto, a Medicina hierarquiza a pequisa e, até agora, o óleo de coco permanece no nível mais baixo de evidência, isto é, precisa, no mínimo, ser melhor estudado.
Em março de 2016, um grupo de pesquisadores da Nova Zelândia compilou toda a literatura disponível sobre os potenciais benefícios do óleo de coco e publicou na revista Nutrition Reviews o artigo intitulado “Coconut oil consumption and cardiovascular risk factors in humans” (3).
Os autores localizaram 21 estudos (8 controlados e 13 observacionais). Segundo os autores, o óleo de coco aumentou os níveis de colesterol total e colesterol LDL (ruim). Apesar de aumentar os níveis de colesterol, o óleo de coco aparentemente não aumentou o risco de doenças cardiovasculares, pelo menos em populações que culturalmente o consomem.
Ou seja, o óleo de coco parece não aumentar o risco de problemas cardíacos dentro da dieta dos povos polinésios, mas não podemos dizer o mesmo dentro da dieta Ocidental.
Em resumo, não existem provas definitivas que o óleo de coco ajude a melhorar a imunidade e o metabolismo ou a reduzir o risco de doenças cardíacas. Não é um suplemento, muito menos um remédio. A preferência pelo seu uso restringe-se mais a uma opção culinária e deve ser feita com moderação.
Para quem ficou interessado nos antioxidantes e nos fitoesteróis, a sugestão é consumir a polpa do coco, que também é rica em fibras. Mas dentro de uma alimentação equilibrada, com atividades físicas regulares e… sem esperar milagres!
Fontes:
1 – Nevin KG, Rajamohan T. Beneficial effects of virgin coconut oil on lipid parameters and in vitro LDL oxidation. Clin Biochem. 2004 Sep;37(9):830-5.
2 – Cardoso DA, Moreira AS, de Oliveira GM, Raggio Luiz R, Rosa GA. COCONUT EXTRA VIRGIN OIL-RICH DIET INCREASES HDL CHOLESTEROL AND DECREASES WAIST CIRCUMFERENCE AND BODY MASS IN CORONARY ARTERY DISEASE PATIENTS. Nutr Hosp. 2015;32(5):2144.
3 – Eyres L, Eyres MF, Chisholm A, Brown RC. Coconut oil consumption and cardiovascular risk factors in humans. Nutr Rev. 2016 Apr;74(4):267-80.
Autor: Dr. Mateus Dornelles Severo
Médico Endocrinologista
Mestre em Endocrinologia
CREMERS 30.576
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Fonte: http://www.drmateusendocrino.com.br/2016/05/01/oleo-de-coco-baseado-em-evidencias/
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Sua avó estava certa: canja de galinha faz bem para a gripe!
Alguns estudos nas últimas décadas encontraram relação entre tomar canja de galinha e melhora nos sintomas da gripe. Sua avó estava certa! Leia o post para entender melhor e ver como se proteger com uma bela receita de canja
Era só escorrer o nariz e começar a tossir que sua avó dizia:
– Ah, vou preparar uma canja extra forte pra você melhorar!
E aí você até aceitava, meio à contragosto, pois preferia mesmo tomar aquele efervescente com zilhões de gramas de uma vitamina que saía quase toda na urina. E melhorava. E sempre atribuía a melhora ao efervescente.
Pois é, eu respeito muito as avós e sinto informar, para os que reviram os olhos quando sentem o cheiro da canja perfumando a casa, que elas estão cobertas de razão!
Canja de galinha melhora os sintomas da gripe, Nossas avós já diziam
Esse estudo de 2000, publicado na revista CHEST, maior periódico de doenças pulmonares do mundo, deixou alguns cientistas de cabelo em pé, pois ninguém havia pensado nisso antes!
Os autores demonstraram que a ingestão de uma canja de galinha caprichada, com hortaliças variadas, causava uma diminuição/balanceamento da resposta inflamatória, o que ajudava a diminuir os sintomas (tecnicamente falando isso acontecia pela redução significativa da quimioatração dos neutrófilos). Só não descobriram o que exatamente tinha esse efeito.
Ainda nessa linha de pesquisa canja/gripe, pesquisadores da universidade de Moscou, descobriram que o elemento responsável pela modulação dessa resposta inflamatória frente aos vírus da Influenza (um dos tipos de gripe), eram os peptídeos e isopeptídeos da carnosina, presentes na carne do frango.
Incrível, não?
Calma, vacina e ida ao médico ainda são importantes no caso do H1N1
Claro que não estou dizendo para ninguém deixar de se prevenir com a vacina! Como a eficácia dela não é 100%, caso você tenha os sintomas da H1N1, não deixe de ir ao médico, nem de se medicar com o que ele prescreveu. Mas, definitivamente, brilhe os olhos quando sua avó lhe oferecer aquela canja de galinha, feita com tanto amor e sapiência.
Afinal, amor de avó é amor em dobro!
Não sabe a receita da canja?
Caldo de Galinha
Ingredientes
1 peito de frango com pele e osso
1 colher de café de sal
2 folhas de louro
1 ramo de alecrim
1 colher de chá de curcuma fresca (açafrão em pó)
1/2 cebola picada
2 dentes de alho amassado
1/3 de cenoura
3 colheres de sopa de alho poro em rodelas
1 chuchu picado
cheiro verde e pimenta do reino a gosto
1 pequena batata doce picada
Modo de fazer
Coloque todos os ingredientes (menos o cheiro verde e a pimenta do reino) em uma panela grande e funda e complete com água.
Deixe ferver ate cozinhar todos os ingredientes
Desligue o fogo e inclua a pimenta e o cheiro verde.
Sirva a seguir
Compartilhem à vontade!
Autor: Dr. Flavio Melo - Médico pediatra - CRM-PB 5239 - RQE: 3065
Fonte: http://www.pediatradofuturo.com.br/canja-de-galinha-faz-bem-para-a-gripe/
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01:26
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Quanto açúcar escondido seu filho come? por Dr. Fávio Melo (Médico Pediatra)
O açúcar escondido está em 80% dos produtos industrializados. Pior: muitas vezes vem disfarçados com outros nomes que você nem imagina que são açúcares. Aprenda neste post a identificar e evitar o açúcar escondido que seu filho come.
O problema do açúcar escondido
Apesar da ciência da alimentação humana discordar em inúmeros pontos de vista, se tem um que não se tem praticamente nenhuma dúvida é o impacto negativo do alto consumo de açúcar adicionado dos alimentos, que prefiro chamar de açúcar escondido.
Em especial, o consumo do chamado xarope de frutose ou xarope de milho de alta frutose (em inglês HFCS – High Fructose Corn Syrup), uma forma mais barata e industrialmente plausível, causa uma verdadeira tempestade no seu metabolismo.
Em doses excessivas, que é o que se vê nos dias de hoje principalmente na forma de bebidas (refrigerantes, sucos industrializados, leites adoçados), ultrapassa rapidamente a capacidade e a necessidade do nosso organismo de utilizá-lo, direcionando o armazenamento na forma de gordura (sim, açúcar em excesso se transforma em gordura no organismo!).
A partir daí se inicia todo o processo de inflamação, excesso de liberação de insulina e acúmulo de gordura, que estão na base da obesidade, hipertensão, diabetes e esteatose hepática.
Seus triglicérides sobem por dois motivos básicos: excesso de açúcar/carboidratos e excesso de calorias.
Suco de laranja tem bastante açúcar
Não se inclui nesse contexto este mesmo açúcar presente nas frutas inteiras, onde estão em menor quantidade e acompanhado de fibras, que desaceleram seu impacto metabólico, além de sua saciedade ser bem maior.
Exemplo prático: um copo de suco de laranja – quatro a cinco laranjas. Você consegue comer cinco laranjas de uma vez? Mas consegue “beber” tranquilamente, não?
Até a OMS recomenda baixo consumo de açúcar
Por esse motivo, a OMS recomenda nos dias de hoje um consumo ideal de 5% das calorias diárias na forma de açúcar adicionado, com um máximo de 10%, incluindo o mel e sucos de frutas 100% na conta.
Trocando em miúdos: em média, de 4 a 6 colheres de chá para uma criança e mulheres e de 6 a 10 colheres de chá para um adulto masculino. Você pode pensar: mas é muito açúcar!!!!!
Você come açúcar sem saber: Açúcar escondido por alimento
Créditos: nutricionista Fernanda Bortolon
Vou repetir o alerta: o açúcar está escondido em muitos alimentos do seu dia a dia. Não conte como açúcar apenas o pó branco que você adiciona ao café. Esse é o explícito, claro, que todo mundo sabe.
Mas você sabia que um refrigerante em lata (não diet/zero) contém sete colheres de açúcar?
Ou seja, se seu filho consome uma lata de refrigerante por dia, já passa da conta! Isso é açúcar escondido!
O açúcar escondido está presente em 80% dos industrializados que comemos.
Em média, estamos comendo seis vezes mais açúcar do que deveríamos. E o resultado está aí, uma pandemia de obesidade e síndrome metabólica.
É só o açúcar a causa? Definitivamente não! Mas devemos começar por ele!
A solução: Comida de Verdade!
Comida de Verdade é gostosa e saudável. Tudo aquilo que não está em uma embalagem contendo nomes incompreensíveis nos ingredientes, inclusive uma das 52 denominações técnicas do açúcar escondido. Isso sim é Comida de Verdade. Veja a foto: as opções são inúmeras, disponíveis e dá pra ser barato.
Autor: Dr. Flavio Melo - Médico pediatra - CRM-PB 5239 - RQE: 3065
Fonte: http://www.pediatradofuturo.com.br/quanto-acucar-escondido-seu-filho-come/
O problema do açúcar escondido
Apesar da ciência da alimentação humana discordar em inúmeros pontos de vista, se tem um que não se tem praticamente nenhuma dúvida é o impacto negativo do alto consumo de açúcar adicionado dos alimentos, que prefiro chamar de açúcar escondido.
Em especial, o consumo do chamado xarope de frutose ou xarope de milho de alta frutose (em inglês HFCS – High Fructose Corn Syrup), uma forma mais barata e industrialmente plausível, causa uma verdadeira tempestade no seu metabolismo.
Em doses excessivas, que é o que se vê nos dias de hoje principalmente na forma de bebidas (refrigerantes, sucos industrializados, leites adoçados), ultrapassa rapidamente a capacidade e a necessidade do nosso organismo de utilizá-lo, direcionando o armazenamento na forma de gordura (sim, açúcar em excesso se transforma em gordura no organismo!).
A partir daí se inicia todo o processo de inflamação, excesso de liberação de insulina e acúmulo de gordura, que estão na base da obesidade, hipertensão, diabetes e esteatose hepática.
Seus triglicérides sobem por dois motivos básicos: excesso de açúcar/carboidratos e excesso de calorias.
Suco de laranja tem bastante açúcar
Não se inclui nesse contexto este mesmo açúcar presente nas frutas inteiras, onde estão em menor quantidade e acompanhado de fibras, que desaceleram seu impacto metabólico, além de sua saciedade ser bem maior.
Exemplo prático: um copo de suco de laranja – quatro a cinco laranjas. Você consegue comer cinco laranjas de uma vez? Mas consegue “beber” tranquilamente, não?
Até a OMS recomenda baixo consumo de açúcar
Por esse motivo, a OMS recomenda nos dias de hoje um consumo ideal de 5% das calorias diárias na forma de açúcar adicionado, com um máximo de 10%, incluindo o mel e sucos de frutas 100% na conta.
Trocando em miúdos: em média, de 4 a 6 colheres de chá para uma criança e mulheres e de 6 a 10 colheres de chá para um adulto masculino. Você pode pensar: mas é muito açúcar!!!!!
Você come açúcar sem saber: Açúcar escondido por alimento
Créditos: nutricionista Fernanda Bortolon
Vou repetir o alerta: o açúcar está escondido em muitos alimentos do seu dia a dia. Não conte como açúcar apenas o pó branco que você adiciona ao café. Esse é o explícito, claro, que todo mundo sabe.
Mas você sabia que um refrigerante em lata (não diet/zero) contém sete colheres de açúcar?
Ou seja, se seu filho consome uma lata de refrigerante por dia, já passa da conta! Isso é açúcar escondido!
O açúcar escondido está presente em 80% dos industrializados que comemos.
Em média, estamos comendo seis vezes mais açúcar do que deveríamos. E o resultado está aí, uma pandemia de obesidade e síndrome metabólica.
É só o açúcar a causa? Definitivamente não! Mas devemos começar por ele!
A solução: Comida de Verdade!
Comida de Verdade é gostosa e saudável. Tudo aquilo que não está em uma embalagem contendo nomes incompreensíveis nos ingredientes, inclusive uma das 52 denominações técnicas do açúcar escondido. Isso sim é Comida de Verdade. Veja a foto: as opções são inúmeras, disponíveis e dá pra ser barato.
Autor: Dr. Flavio Melo - Médico pediatra - CRM-PB 5239 - RQE: 3065
Fonte: http://www.pediatradofuturo.com.br/quanto-acucar-escondido-seu-filho-come/
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Dr. Frederico Lobo
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Seu filho toma antibióticos todos os dias e você não sabe. Por Dr. Flavio Melo (Médico, pediatra)
A conta é simples: produtores usam antibióticos nos animais que comemos e, portanto, ingerimos uma quantidade considerável destes, sem saber quanto. Não subestime o tamanho do problema. Veja neste post quais os impactos disso e o que pode ser feito.
Essa semana li um artigo na maior revista de pediatria do mundo, a Pediatrics, da Academia Americana de Pediatria (AAP) que me deixou preocupado, revoltado e instigado, tudo ao mesmo tempo.
Em poucas palavras, é o que está no título: você, eu, nossos filhos, os sãos e os doentes, tomamos antibióticos todos os dias!
Não é lenda urbana – o uso de antibióticos nos animais é abusivo
É uma grande preocupação, tanto que a AAP escreveu esse relatório técnico essa semana, que vou tentar resumir aqui pra vocês.
Em 2012, vendeu-se 15 toneladas de antobióticos para uso animal, comparando com 3 toneladas para uso humano. Aproximadamente 60% dos antibióticos usados para animais, tem relevância para a saúde humana, sendo inclusive usados para tratamento das nossas doenças infecciosas.
Aí começa o problema: nos EUA, não há controle para venda de antibióticos para uso veterinário e provavelmente, igualmente a nós, muitos animais “tomam” antibióticos sem nenhuma necessidade.
Do mesmo jeito que me irrito com a prescrição excessiva de Amoxicilina para “viroses”ou “garganta” – aquele nome de uma estrutura do corpo que virou nome de doença (garganta não é doença!!!!) – nos animais, ocorre prescrição abusiva, e pior, sem controle! Nos EUA, 97% sem prescrição veterinária.
Só que no caso dos animais, muitas vezes os antibióticos são usados em baixas doses, cronicamente, em caráter “preventivo”, para “promover crescimento”, para “melhorar a eficiência da sua alimentação”: todos eufemismos para seu uso abusivo.
Antibióticos são frequentemente usados na raçãoE onde eles vão? Na comida que o animal come, frequentemente uma ração, e da mesma forma que engordamos e acumulamos gordura maléfica ao redor dos órgãos, ocorre com os animais. E provavelmente da mesma forma que as alterações na flora intestinal causam esses efeitos em nós, nos animais não é diferente.
Resumindo: comemos carnes de animais com péssima qualidade de composição, animais entupidos de antibióticos, doentes por esse motivo e adoecemos duplamente!
E o pior: comemos pequenas doses de antibióticos de uso humano diariamente, podemos estar sendo contaminados com bactérias que causam intoxicações alimentares cada vez mais poderosas (Salmonela, Estafilococos, Campilobacter), causando um brutal aumento na resistência bacteriana nos humanos.
Então, não vamos colocar somente na conta dos médicos a questão da resistência bacteriana, vamos dividir a conta com a indústria alimentícia e veterinária (tô morto a partir de hoje…).
E agora, o que fazer?
Primeiro, cobrar o controle da prescrição excessiva de antibióticos tanto dos médicos, quanto dos veterinários.
Segundo, comprar carnes de pequenos produtores, carne orgânica (frango caipira, carne de gado alimentado com pasto), digamos, pode ser um caminho.
E fica bem claro, que a preocupação está longe de ser os hormônios que supostamente fazem o frango crescer (não acredito nisso, deixo claro para os especialistas da área de produção animal não me crucificarem) e sim os antibióticos que eles comem todos os dias que devemos ter cuidado.
Autor: Dr. Flavio Melo - Médico pediatra - CRM-PB 5239 - RQE: 3065
Fonte: http://www.pediatradofuturo.com.br/seu-filho-toma-antibioticos-todos-os-dias-e-voce-nao-sabe/
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Dr. Frederico Lobo
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60% do risco de desenvolver Diabetes mellitus tipo 2 pode ser reduzido com dieta adequada e prática regular de exercícios
Você sabia que a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 9% da população mundial tenha diabetes mellitus tipo 2 e que em 2035 ela seja a sétima causa de morte no mundo? Dois hábitos relativamente simples podem ajudá-lo a não entrar para as estatísticas: alimentação adequada e prática de exercício físico ?
“Combater a obesidade ainda é o melhor método preventivo para o diabetes. Manter um controle nutricional adequado e praticar exercícios físicos regularmente são medidas capazes de reduzir em até 60% o risco de desenvolver a doença”, orienta a endocrinologista do HCor (Hospital do Coração) dra. Laura Frontana.
Válidas para todas as pessoas, como forma de prevenção, ou para aqueles que já receberam o diagnóstico de diabetes, algumas recomendações nutricionais são importantes aliadas para a busca de melhor qualidade de vida. O ideal é ingerir alimentos em quantidade e qualidade adequadas e fazer três refeições diárias intercaladas com pequenos lanches, dando preferência aos alimentos ricos em fibras e nas versões integrais.
“Um plano nutricional individualizado, considerando características como idade, nível de atividade física, peso, altura, o uso ou não de hipoglicemiantes e insulina é imprescindível para prevenir, tratar e até controlar a doença”, destaca a endocrinologista.
Atividade física pode ser feita sem restrições. Caminhada, dança, hidroginástica, corrida, natação e ciclismo, em intensidade moderada, três vezes por semana, são algumas das atividades físicas indicadas para prevenir complicações da doença e o controle dos níveis de glicemia, além de ajudar a baixar a pressão arterial e reduzir o risco de desenvolver doenças cardíacas.
Fonte: http://drauziovarella.com.br/diabetes/alimentacao-e-atividade-fisica-podem-reduzir-em-60-risco-de-diabetes/
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Dr. Frederico Lobo
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É possível prevenir crise de herpes labial ? Por Juliana Conte
Herpes labial em geral começa com formigamento e ardência
local e logo surgem pequenas vesículas agrupadas. Quem já teve crises de
herpes, sabe o quanto as vesículas incomodam, doem e causam constrangimento.
Um dos gatilhos para a manifestação da doença é a exposição
solar intensa (por isso recomenda-se o uso de protetor labial), baixa imunidade
do organismo, estresse, cansaço físico e mental, além de vigência do período
menstrual.
Infelizmente, não existe cura definitiva para o herpes
labial. O tratamento convencional consiste em antivirais orais (o famoso
aciclovir) e algumas pomadas específicas. O medicamento ajuda a inibir a
replicação do vírus e a diminuir o tempo a intensidade dos sintomas.
Mas aqui vai um alerta: é necessário iniciar o tratamento o
mais rápido possível, ou seja, de preferência no primeiro dia de manifestação
da doença, para que o vírus não se replique. E mesmo que você já saiba decor o
remédio a ser utilizado, não se automedique durante as crises, pois é
fundamental procurar ajuda médica.
O inconveniente dos medicamentos, porém, é que sua ação no controle das recidivas é limitada e seu
uso frequente pode determinar casos de resistência viral.
Por isso, uma parcela relevante da população está propensa a
ter reincidência das crises, com até seis episódios por ano. Mas é possível,
então, pelo menos prevenir as crises?
Segundo o dr. Walmar Roncalli Pereira, dermatologista do
HCFM/USP, sim. Para isso, é importante apostar em alimentos que contenham
lisina, já que o corpo humano não é capaz de fabricar esse aminoácido.
Os
principais alimentos que contêm são:
Soja;
Verduras;
Frango;
Peixe.
Também é indicado procurar diminuir o consumo de alimentos
que contenham arginina, como:
Chocolates;
Laranja;
Uvas;
Amêndoas.
“O papel fundamental da lisina é inibir a arginina,
aminoácido que ajuda na reprodução do vírus. Como elas competem dentro da
célula, o aumento da lisina no organismo significa uma queda da arginina, e
manter essa relação harmoniosa é muito importante como medida profilática para
prevenir o herpes labial e sua reincidência, além de acelerar o processo de
cicatrização”, esclarece Roncalli.
De acordo com o dr. Roncalli, uma alimentação bem
balanceada, com consumo adequado de proteína, contém de 5 a 8 gramas de lisina.
Entretanto, há uma redução de até 42% dessa proteína durante o processo
digestivo e até no processo de preparo dos alimentos. Ou seja, mesmo que se
consuma a quantidade correta de lisina, há sempre uma perda natural desse
aminoácido.
Uma opção é utilizar a suplementação de lisina como medida
profilática. Como ela não é um agente antiviral, sua utilização frequente e
prolongada não causa resistência viral.
“Na verdade, para efeito de prevenção de recorrência de herpes labial devemos ter no sangue uma
concentração de 165 nmol/ml de lisina, o que pode ser atingido utilizando-se
1.500mg de cloridrato de lisina por 6 meses”, diz.
Fonte: http://drauziovarella.com.br/virus-e-bacterias/e-possivel-prevenir-crise-de-herpes-labial/
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Dr. Frederico Lobo
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00:03
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sábado, 14 de maio de 2016
Rótulos: quais são os limites diários e os riscos que os aditivos podem trazer? Por Tainah Medeiros
Em letras pequenas e bem escondida na embalagem está uma
informação bastante importantes: os ingredientes. Para saber realmente o que
está se ingerindo, deve-se olhar cuidadosamente para esse item. Tudo o que foi
usado durante a fabricação está (ou devia estar) ali, em ordem de maior
quantidade, incluindo os aditivos.
Como ler
corretamente os rótulos?
A priori, o nome assusta, e com certa razão: são componentes
químicos que em sua maioria não têm relevância nutritiva, sendo adicionados
para conservar, conferir cor e sabor, como define a FAO/Who ( Organização das
Nações Unidas para Agricultura e Alimentação).
Mas calma, existe quantidade limite para tudo,
principalmente para um componente fazer mal à saúde a ponto de provocar algum
problema. O uso desses “aditivos” é permitido tanto pela FAO quanto pela
Anvisa, empresas que estudam e investigam a seguridade dos produtos.
“A Anvisa é um dos órgãos de fiscalização mais cautelosos do
mundo” enfatiza a nutricionista Dra. Carolina Godoy, membro da câmara técnica
do Conselho Regional de Nutrição de São Paulo, quando questionada sobre o
alarde em cima dos aditivos químicos. “Existem pessoas com restrições
alimentares e estas precisam, de fato, respeitar e não consumir o alimento.
Pessoas saudáveis que consomem os aditivos dentro da quantidade recomendada com
uma alimentação equilibrada não precisam se preocupar.”
As quantidades recomendadas são rigorosamente investigadas
por essas instituições e têm nome: a IDA (Ingestão Diária Aceitável ) é a
porção considerada segura de um aditivo químico para que ele não faça mal à
saúde, a qual é estabelecida pelo JECFA (Joint FAO/WHO Expert Committee on Food
Additives, comitê de especialistas em aditivos alimentares). “A IDA é
estabelecida a partir de um fator de segurança para uma dose que não provoca
nenhum efeito adverso no ser humano. O valor que temos hoje com a IDA é uma
dose que não tem efeito adverso dividida 100 vezes, justamente considerando que
alguns excessos podem ocorrer”, explica Godoy.
Como as embalagens geralmente não trazem a quantidade desses
aditivos, o recomendado é: quando houver limite de quantidade diária, evite
consumir mais de um produto com o mesmo aditivo ou ingerir além da porção
estabelecida na tabela nutricional.
Acidulantes
– Para que servem: Como o nome já diz, os acidulantes têm
função de intensificar ou atribuir gosto ácido aos alimentos, além de conseguir
imitar o sabor de certas frutas.
Adípico – limite de 5mg/Kg – ou seja, um indivíduo com 60 kg
pode consumir 60 x 5 = 300 mg).
Cítrico – IDA não especificada – quando consta “não
especificada”, quer dizer que não representa risco à saúde.
Fosfórico – limite de 70mg/kg.
Fumárico – IDA não especificada.
Lático – IDA não especificada.
Málico – IDA não especificada.
Tartárico- limite de 30mg/kg.
Glucona delta-lactona- IDA não especificada.
– O que o excesso pode provocar: O excesso ao longo da vida
pode levar a descalcificação de ossos e dentes.
Adoçantes artificiais
– O que fazem: Também conhecidos como edulcorantes, são
substâncias de valor energético nulo ou baixo que dão ao alimento o gosto doce.
– Onde estão: Produtos diet e light.
– No Brasil, segundo a IDA, são permitidos:
Acesulfame de potássio – limite de 15mg/Kg.
Aspartame – limite de 40 mg/Kg.
Ciclamato – limite de 11 mg/Kg.
Glicosídeos de Esteviol (Estévia) – limite de 4mg/Kg.
Neotame – limite de 2mg/Kg.
Sacarina – limite de 5 mg/Kg.
Sucralose – limite de 15 mg/Kg.
– O que o excesso pode provocar: Ao contrário do que dizem,
os adoçantes não causam tumores (segundo a FDA, órgão dos Estados Unidos
correspondente à Anvisa). Mas há suposições, ainda em estudo, de que o excesso
de adoçantes pode aumentar o risco de desequilíbrio metabólico.
Antioxidantes
– Para que servem: Evita que o alimento oxide e apodreça,
mantendo-o em boas condições de consumo por mais tempo.
– Onde estão: Óleos e gorduras, sorvetes, leite em pó
instantâneo, leite de coco, produtos de cacau, conservas de carne, margarina e
farinhas.
– No Brasil, segundo a IDA, são permitidos:
Ácido ascórbico – IDA não especificada.
Butil-hidroxianizol (BHA) – limite de 0,05 mg/KG.
Butil-hidroxitolueno (BHT) – limite de 0,03 mg/Kg.
Citrato de monoisopropila – limite de 14 mg/kg.
Lecitinas – IDA não especificada.
Galato de propila – limite de 1,4mg/Kg.
Tocoferóis – limite de 2mg/kg.
Acido eritórbico – IDA não especificada.
Palmitato de ascorbila- limite de 0,25 mg/Kg.
Terc-butil-hidroxiquinona – limite de 0,07 mg/Kg.
– O que o excesso pode provocar: O BHA e BHT, mesmo sendo
permitidos dentro do limite considerado saudável, são derivados fenólicos,
grupo químico com alto poder tóxico. Fique atento às embalagens e evite
consumir muitos produtos com esse item, já que não se sabe ao certo a
quantidade real presente nos alimentos. Os demais, em excesso, podem afetar as
funções gastrointestinais, causar alergias e aumentar o nível de colesterol no
sangue.
Conservantes
– O que fazem: Evitam a ação dos microrganismos que agem na
deterioração dos alimentos, fazendo com que durem mais tempo sem estragar. Na
embalagem, eles aparecem muitas vezes pelos códigos de P1 a P10.
– Onde estão: Na grande maioria dos alimentos
industrializados, como refrigerantes, concentrados de frutas, chocolates, sucos,
queijos fundidos, margarinas, conservas vegetais (como azeitonas e palmitos),
carnes e pães.
– No Brasil, segundo a IDA, são permitidos:
Ácido benzoico (benzoato) – limite de 5mg/Kg.
Ácido propiônico – IDA não especificada.
P-hidroxibenzoico – limite de 10mg/Kg.
Nitrato (potássio ou sódio) – limite de 3,7 mg/kg.
Nitrito (potássio ou sódio) – limite de 0,06 mg/Kg.
Sulfato de sódio – limite de 0,7 mg/Kg.
– O que o excesso pode provocar: O limites de nitrato e
nitrito são bem restritos, o que torna mais fácil extrapolar. O consumo
excessivo por muitos anos pode ser cancerígeno, assim como os demais
conservantes. Além disso, podem afetar as funções gastrointestinais, causar
alergias e aumentar o nível de colesterol no sangue.
Corantes
– O que fazem: Colorem os alimentos, fazendo com que os
produtos industrializados tenham uma aparência mais agradável e parecida com a
de produtos naturais.
– Onde estão: Na maioria dos produtos industrializados, como
massas, bolos, margarinas, sorvetes, bebidas, gelatinas, biscoitos, entre
outros.
– Existem três tipos: corantes naturais, corantes
artificiais e caramelos, mas aqui vamos focar apenas nos dois últimos.
– No Brasil, segundo a IDA, são permitidos:
Artificiais
Azorrubina – limite de 4 mg/Kg.
Vermelho – limite de 7 mg/Kg.
Amarelo crepúsculo – limite de 2,5 mg/Kg.
Azul brilhante – limite 12,5mg/Kg.
Eritrosína – limite de 0,01 mg/Kg.
Ponceau – limite de 4 mg/Kg.
Indigotina – limite de 5mg/Kg.
Tartrazina – limite de 7,5 mg/Kg .
Verde rápido – limite de 25 mg/Kg.
Caramelos
Corante natural obtido pelo aquecimento do açúcar. A IDA é
200mg/Kg.
– O que o excesso pode provocar: Os corantes podem causar
reações alérgicas, dependo da pessoa. Uma vez diagnosticada essa relação, a
pessoa não deve mais consumir o alimento que leva o aditivo. Também podem
causar irritações intestinais.
Realçador de sabor
– O que faz: Torna mais perceptível o sabor de alimentos
industrializados. É ele que dá um toque que aproxima o gosto ao de produtos
naturais.
– Onde está: Sopas, sucos, carnes enlatadas, biscoitos,
bolos, sorvetes, entre outros.
– No Brasil, segundo a IDA, são permitidos:
Glutamato monossódico – IDA não estipulada.
– O que o excesso pode provocar:Mesmo diante de todo o
burburinho em cima desse componente, tanto a Anvisa, quanto a JECFA e a FAO
consideram-no seguro, sem quantidade de risco estipulada.
“De qualquer forma, os valores estão estabelecidos, mas não
são verdades absolutas. A todo momento novos estudos podem surgir e os valores
podem mudar”, alerta Godoy. Portanto, ficar atento às informações mais recentes
sobre o tema é sempre válido.
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Dr. Frederico Lobo
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Hipotireodismo/hipertireoidismo/nódulos tireoidianos
A glândula tireoide é importantíssima para o funcionamento harmônico do organismo. Ela se situa na parte inferior do pescoço, bem perto de onde começa o osso esterno. Está apoiada na traqueia bem ao lado da artéria carótida.
A tireoide possui dois lobos, o esquerdo e o direito, que juntos assumem o formato de uma borboleta de asas abertas ou de um escudo. Na verdade, seu nome deriva da palavra grega thureós que significa escudo.
Os hormônios liberados pela tireoide são responsáveis por uma série de funções orgânicas. Eles garantem que coração, cérebro e muitos outros órgãos exerçam suas funções adequadamente. Superprodução dos hormônios tireoidianos provoca no organismo um distúrbio, o hipertireoidismo. Já, quando a produção não atinge os níveis hormonais necessários, o quadro recebe o nome de hipotireoidismo.
Os hormônios da tireoide chamam-se tireoxina (T4) e triiodotironina (T3). Eles são fundamentais para o metabolismo, ou seja, o conjunto de reações necessárias para assegurar todos os processos bioquímicos que ocorrem no nosso corpo.
Atualmente, parece haver uma epidemia de problemas da tireoide, especialmente um número aumentado de casos de hipotireoidismo e da incidência de nódulos na tireoide, que atinge especialmente as mulheres. Será isso verdade?
FALSA IDEIA DE EPIDEMIA
Drauzio – Existe realmente uma epidemia de problemas da tireoide no momento?
Marcello Bronstein – Quando se fala em epidemia, dá-se a impressão de que, de repente, se tornou mais comum o aparecimento de problemas da tireoide. Isso não é necessariamente verdade. Acontece que os métodos de diagnóstico – quer laboratoriais, quer por imagem – estão cada vez mais aperfeiçoados e pequenas alterações que não eram detectadas no passado, agora são percebidas com clareza. Com isso, o número de pessoas com alterações mínimas e subclínicas da tireoide aumentou. Por outro lado – e eu diria infelizmente – há um excesso de requisições de exames não necessários que leva ao diagnóstico de “problemas” que, na verdade, não são problemas.
Eu diria, então, que não há propriamente uma epidemia. O que há é um aumento considerável de pedido de exames e uma tecnologia mais avançada que permitem a detecção de situações subclínicas.
Drauzio – Somos do tempo em que os médicos examinavam a tireoide com as mãos. Eles mandavam o paciente engolir, sentiam o tamanho da glândula e, às vezes, surpreendiam alguns nódulos que já mediam, no mínimo, um centímetro. Que alterações o ultrassom trouxe para o diagnóstico e em que isso mudou a prática médica?
Marcello Bronstein – Embora nódulos muito pequenos não sejam detectados pela palpação, também continuo sendo do tempo em que o exame clínico da tireoide é muito importante. Temos de admitir que apenas 5% dos nódulos tireoidianos são palpáveis no exame clínico, número que cresce muito se o ultrassom for utilizado. Só para ter uma ideia da frequência com que ocorrem no sexo feminino, mulheres com mais de 40 anos têm cerca de 40% de probabilidade de apresentar nódulos na tireoide; acima dos 50 anos, esse número sobe para 50% e depois dos 70 anos, praticamente 90% delas têm nódulos na tireoide, que podem estar localizados superficial ou profundamente. É claro que um nódulo superficial, mesmo que pequeno, pode ser palpado mais facilmente do que outro de dimensões maiores, porém mais profundo. Por isso, o exame com ultrassom fez com que o número de casos diagnosticados aumentasse muito. O dilema é o que fazer depois de detectado o nódulo, uma vez que ele vai ser encontrado em praticamente metade da população acima dos 40 anos.
Isso é uma epidemia? Não é. É uma situação que veio à tona desencadeada pelo avanço da tecnologia. Nódulos não palpáveis são detectados atualmente na tireoide, porque se pediu um exame de ultrassom sem necessidade ou porque ele foi realizado com outro objetivo, por exemplo, o de avaliar a incidência ou não de aterosclerose nas carótidas, artérias que passam ao lado da tireoide.
A grande questão é se isso não representa um progresso no momento em que se prestigia a prevenção. Será que realmente a detecção precoce não traz a possibilidade de cura definitiva? Vou responder citando alguns números. Apenas de 15% a 20% dos nódulos de tireoide são malignos. Não é um índice desprezível, concordo. No entanto, quando se fala em câncer, faz muita diferença ser um câncer de pâncreas ou de tireoide. A agressividade do câncer de tireoide é, em geral, muito baixa, tanto que cerca de 5% da população que morreu de gripe, infarto, dengue ou atropelada, quando submetidos à autopsia, apresentam nódulos malignos assintomáticos na tireoide.
TUMORES DE TIREOIDE SÃO INDOLENTES
Drauzio – Um dos problemas que enfrentamos na clínica é atender pessoas que foram encaminhadas para biópsia, porque um ultrassom revelou a existência de nódulos na tireoide. Esse exame realmente deve ser sempre indicado?
Marcello Bronstein – Na maioria das vezes, o câncer de tireoide, quando existe, é indolente. A grande indicação do ultrassom e, eventualmente da punção para biopsia, são os nódulos palpáveis que, em geral, medem mais de um centímetro e estão mais sujeitos a desenvolver câncer. A probabilidade diminui nos nódulos menores Existem, no entanto, recursos ultrassonográficos que permitem dizer, através das características ecogênicas, se o nódulo apresenta maior ou menor possibilidade de ser maligno.
No exame por ultrassom, o som emitido produz um reflexo que projeta um desenho do órgão que está sendo analisado. No caso específico da tireoide, dependendo do formato desse desenho, pode-se saber qual a probabilidade de determinado nódulo ser ou não maligno. Desse modo, muitas vezes, é possível fechar o diagnóstico apenas com resultado do exame de ultrassom. A punção só deve ser indicada quando o ultrasssom não foi suficiente para esclarecer o caso ou para as pessoas de maior risco, com história familiar de câncer de tireoide ou exposição à radioatividade.
De modo geral, só peço ultrassom quando apalpo o nódulo. Se a pessoa já fez o exame a pedido de outro profissional, analiso um conjunto de dados – sexo, idade, tamanho e aspecto do nódulo no ultrassom – e decido sobre a necessidade da punção para identificar se o nódulo é maligno ou benigno.
IMPORTÂNCIA DA DOSAGEM DO TSH
Drauzio – Há anos li um artigo que me convenceu da necessidade de incluir o pedido de dosagem do hormônio TSH na lista de exames de rotina que as pessoas devem fazer especialmente depois dos 40 anos. O fato é que fiquei muito surpreso com a quantidade de pessoas absolutamente normais, sem sintoma algum da doença, que apresentam resultado compatível com hipotireoidismo ou hipertireoidismo. É mesmo importante pedir dosagem de TSH no sangue?
Marcello Bronstein – O TSH, sigla para Thyroid Stimulanting Hormone, ou Hormônio Estimulador da Tireoide, é um hormônio fabricado pela hipófise, uma glândula que fica no meio do cérebro, bem pequenininha, mas que controla o funcionamento de várias outras glândulas, entre elas os testículos, os ovários, as suprarrenais e a tireoide. Existe um sincronismo entre a produção de TSH e a tireoide semelhante ao funcionamento do termostato da geladeira, que liga e desliga automaticamente de acordo com a flutuação da temperatura interna do aparelho. Da mesma maneira, o TSH estimula a tireoide para produzir os hormônios T4 e T3 que, uma vez fabricados, inibem a produção de TSH.
Se a fabricação de hormônios pela tireoide for prejudicada por uma inflamação, por exemplo, haverá um aumento de TSH para tentar corrigir essa deficiência. Esse é o primeiro estágio de hipotireoidismo subclínico caracterizado pela manutenção do nível normal de hormônios da tireoide à custa da elevação do TSH.
Como você observou, a frequência dessa constatação é muito grande e ajuda a fortalecer a ideia de epidemia, visto que 3% dos homens, 7,5% das mulheres abaixo dos 45 anos, 10% delas acima dos 45 anos e 20% acima dos 75 anos manifestam esse tipo de problema. Como se pode notar, as doenças de tireoide acomentem mais as mulheres do que os homens numa proporção de cinco, seis ou sete mulheres para cada homem.
Drauzio – Você recomenda que esse exame de TSH seja feito de rotina em pessoas acima de 40 anos?
Marcello Bronstein – Sim, em todas as pessoas acima de 40 anos, principalmente porque, no hipotireoidismo subclínico, podem aparecer alguns sintomas como cansaço, depressão leve e adinamia (falta de iniciativa).
Quando a tireoide entra num processo de falência maior, a produção de TSH sobe, diminui a de hormônios tireoidianos e instala-se o hipotireoidismo clínico, que apresenta quadros bem manifestos de depressão, pele seca e fria, prisão de ventre, falta de vontade de levantar da cama e coração batendo mais lento. A pessoa fala devagar e sua voz engrossa, como se fosse um disco em baixa rotação. A presença desses sintomas, em geral, torna mais fácil o diagnóstico. O mais importante, porém, é que esse diagnóstico seja feito na fase subclínica.
SINTOMAS DO HIPOTIREOIDISMO E DO HIPERTIREOIDISMO
Drauzio – O perigo é que esses sintomas são sutis no início. A pessoa sente um pouco de cansaço, de indisposição, uma leve depressão e atribui tudo às vicissitudes da vida moderna. Como se trata de um processo gradativo, elas se acostumam com o que estão sentindo e não buscam ajuda.
Marcello Bronstein – Isso acontece mesmo, o que torna fundamental lembrar sempre da possibilidade de um distúrbio da tireoide. O hipotireoidismo clínico é bem menos frequente. Cerca de 1% dos casos atinge mulheres jovens; 2%, mulheres acima de 40 anos e 5% das que têm mais de 60 anos de idade. Então, à medida que envelhecemos, a tireoide deve ser avaliada.
Entretanto, é importante destacar a existência de um mito folclórico, segundo o qual as pessoas obesas não conseguem emagrecer por causa de problemas na tireoide. Isso não é verdade. O porcentual de hipotireoidismo subclínico é alto, mas ele não leva à obesidade. Embora o metabolismo fique mais lento, a pessoa come menos, pois sente menos fome. Seu peso aumenta, porque ela incha e forma o que chamamos de mixedema. Em vista disso, o tratamento para combater a obesidade com hormônios de tireoide deve ser rigorosamente condenado.
Drauzio – Vamos ressaltar os principais sintomas do hipotireoidismo?
Marcello Bronstein – No hipotireodismo, diminui a produção de hormônios da tireoide. Como eles são fundamentais para a ativação do metabolismo, ocorre uma diminuição geral da atividade do organismo. Decrescem a atividade cerebral e a frequência do batimento cardíaco. A pessoa pensa mais lentamente, tem tendência à depressão e à sonolência. Há também maior deposição de líquidos no corpo, o que provoca o edema característico do mixedema. O aumento de peso deriva mais desse edema do que propriamente do acúmulo de gordura. A pele fica fria e seca e os reflexos, mais vagarosos. Além disso, verificam-se alterações menstruais e na potência e libido dos homens.
Drauzio – Nas fases mais avançadas, o hipotireoidismo pode ser uma doença grave?
Marcello Bronstein – Pode ser grave e fatal. No estágio final da doença, os pacientes tornam-se mixedematosos, entram em coma e o tratamento pode ser infrutífero.
Drauzio – O hipertireoidismo também pode ser detectado pelo exame do TSH?
Marcello Bronstein – Nos casos de hipertireoidismo, o TSH está suprimido, porque o excesso de hormônios de tireoide inibe o funcionamento da hipófise. Os sintomas são opostos aos do hipotireoidismo. Há uma hiperativação do organismo. A pessoa fica nervosa e irritadiça, dorme pouco, tem taquicardia, seu coração bate rápido. Como apresenta intolerância ao calor, numa sala em que todos estão com frio, ela transpira muito. Além disso, perde peso, principalmente à custa de proteínas e dos músculos. Essa é mais uma razão para não usar hormônio da tireoide quando se quer emagrecer, porque é maior a queima dos músculos do que a da gordura.
HORMÔNIO TIREOIDIANO NOS REGIMES PARA EMAGRECER
Drauzio – É enorme o número de médicos que receita hormônio tireoidiano nos regimes para emagrecer, especialmente quando prescrevem as fórmulas aviadas em farmácia.
Marcello Bronstein – Na verdade, a composição da fórmula emagrecedora fica a critério do médico. Infelizmente, a maior parte inclui o hormônio tireoidiano.
Drauzio – Quais são as consequências de tomar esse hormônio por tempo prolongado?
Marcello Bronstein – Se a quantidade for pequena, simplesmente estaremos trocando seis por meia dúzia, uma vez que, se inibirmos o funcionamento da hipófise, a tireoide para de funcionar e a pessoa substitui os hormônios que seu organismo produz por aqueles que está recebendo na pílula.
Quantidade acentuada de hormônios ingeridos pode desencadear o hipertireoidismo, ou seja, um excesso de funcionamento farmacológico da tireoide chamado de tirotoxicose.
É importante lembrar que, acima dos 60 anos, as pessoas predispostas correm risco maior de fibrilação, arritmia cardíaca e infarto, uma vez que a aceleração do metabolismo aumenta a necessidade de oxigênio, sobrecarregando o coração. Também pode favorecer o desenvolvimento de osteoporose, sobretudo em mulheres menopausadas que não efetuam a reposição dos hormônios sexuais.
Drauzio – Você recomenda que os médicos peçam de rotina a realização do exame TSH para pessoas acima de 40 anos, especialmente para as mulheres pela maior prevalência de hipotireoidismo. Com que frequência esse exame deve ser feito?
Marcello Bronstein – Isso vai depender muito de cada caso.Mas, como é recomendável checar colesterol, triglicérides e glicemia anualmente, eu diria que o exame de TSH deve ser pedido uma vez por ano, junto com os outros exames.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO TRATAMENTO
Drauzio – Vamos falar um pouco do tratamento. Se o valor de TSH estiver elevado, o que se deve fazer?
Marcello Bronstein – Se o resultado for elevado, temos de pedir necessariamente o exame do T4, um dos hormônios da tireoide. Se ele estiver normal, o diagnóstico é hipotireoidismo subclínico ou inicial. Antes, havia muita controvérsia a respeito de começar o tratamento nesse estágio da doença, porque não havia dados suficientes de que ela pudesse ser prejudicial. Hoje, não há dúvida, principalmente se o TSH estiver acima de 8 ou 10, uma vez que o valor normal vai até 4. Resultado baixo no exame do hormônio T4 é característica de hipotireoidismo clínico ou manifesto e deve ser tratado da mesma forma que o subclínico, ou seja, com reposição de hormônios tireoidianos.
Minha experiência indica que, em geral, para o hipotireoidismo subclínico, uma dose muito pequena de hormônio é o bastante. No entanto, ela precisa ser maior nos quadros de hipotireoidismo clínico. O resultado do tratamento é gratificante, porque o que a pessoa toma não propriamente uma droga estranha ao organismo com possíveis efeitos colaterais. Ela toma exatamente o hormônio que a tireoide deixou de fabricar ou está fabricando em quantidade insuficiente. Portanto, não há reações indesejáveis e os resultados são excelentes, devendo o hormônio ser for tomado em jejum e com regularidade.
Drauzio – Esse hormônio deve ser tomado pela vida toda?
Marcello Bronstein – Em geral, pela vida toda. O hipotireoidismo, uma vez instalado, é permanente. Entretanto, existem algumas formas de hipotireoidismo, principalmente as que se manifestam no pós-parto, que são transitórias. Trata-se, porém, de uma minoria que consegue recuperar a função da tireoide.
Drauzio – E no caso de se encontrar o TSH muito baixo?
Marcello Bronstein – TSH baixo e hormônios da tireoide dentro dos limites normais podem ser considerados características do hipertireoidismo subclínico. O tratamento vai depender da causa do distúrbio e deve ser efetuado principalmente na terceira idade, por causa do risco de arritmias cardíacas e/ou osteoporose. É óbvio que níveis elevados dos hormônios da tireoide fazem parte do quadro de hipertireoidismo clínico que, obrigatoriamente, deve ser tratado.
Drauzio – Que precauções devem ser tomadas se há casos de hipertireoidismo ou hipotireoidismo na família?
Marcello Bronstein – É preciso dar ênfase maior ao exame de TSH e mesmo antecipá-lo no caso de pessoas mais jovens. A causa mais comum do hipotireoidismo é chamada de tireoidite de Hashimoto, nome do médico japonês que a identificou. Como o sufixo “ite” indica, trata-se de uma inflamação da tireoide que provoca a redução paulatina de seu tamanho até a glândula perder sua função. A tireoidite de Hashimoto é uma das doenças autoimunes, ou de autoagressão, que têm a incidência aumentada em pessoas da mesma família.
CARÊNCIA DE IODO E CRESCIMENTO DO BÓCIO
Drauzio – No passado, era frequente encontrar pessoas com bócio nos hospitais-escola. Hoje, esses casos são mais raros. Por quê?
Marcello Bronstein – Uma das substâncias fundamentais para a produção do hormônio da tireoide é o iodo presente na alimentação. Assim, se a pessoa viver numa zona onde haja carência de iodo, a tireoide não vai fabricar o hormônio e a hipófise vai estimulá-la para que supra essa deficiência. Resultado: crescimento do bócio indicativo do aumento de volume da glândula.
Felizmente, com a obrigatoriedade da iodação do sal de cozinha, a ocorrência desses quadros de bócio endêmico diminuiu muito, mas ainda ocorrem em algumas regiões centrais quer do Brasil, quer da Europa. É interessante notar que tanto a falta quanto o excesso de iodo podem levar ao hipotireoidismo. Existem inclusive evidências de associação da ingestão excessiva de iodo e tireoidite.
Drauzio – Como se pode consumir exageradamente iodo?
Marcello Bronstein – Em geral, não há razão nenhuma para existir excesso de iodo na alimentação, embora o sal de cozinha esteja mais iodado, o que deve ser levado em conta. No entanto, casos esporádicos de consumo aumentado de iodo ou de hormônio da tireoide podem desencadear esse processo. Um deles, a síndrome do hambúrguer, aconteceu nos Estados Unidos. Ela se caracterizou por uma concentração maior de tecido tireoidiano contida na carne bovina empregada na fabricação desse alimento. Deve-se também considerar a ingestão proposital de hormônios tireoidianos por pessoas, em geral com o intuito de emagrecimento (tirotoxicose factícia), hábito que deve ser severamente condenado.
Autor: Marcello D. Bronstein é médico e professor de Endocrinologia da Faculdade de Medicina da Universidade São Paulo.
Fonte: http://drauziovarella.com.br/letras/t/hipotireodismohipertireoidismonodulos-tireoidianos/
Postado por
Dr. Frederico Lobo
às
23:44
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O que fazer em caso de diarréia ?
Muita gente não sabe, mas a diarreia é a segunda maior causa de morte de crianças no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). A cada dia, 15 crianças morrem vítimas da doença no Brasil.
O que caracteriza a diarreia são o número excessivo de evacuações e a mudança de consistência das fezes. Ir ao banheiro muitas vezes e apresentar fezes muito amolecidas ou praticamente líquidas são sinais de diarreia.
Há vários tipos de diarreia, que pode ser causada por agentes nocivos ao organismo, como vírus, bactérias ou parasitas, pelo uso de determinados medicamentos e ainda por algumas doenças mais graves.
A diarreia aguda tende a cessar espontaneamente em poucos dias. O principal risco da diarreia é a desidratação. Para evitá-la, o paciente deve ingerir de 2 a 3 litros de líquido por dia.
Atenção: se os sintomas persistirem por mais de dois dias ou houver sangue nas fezes ou outro sintoma (como febre, por exemplo), procure orientação médica.
Em caso de diarreia:
1. Tome bastante líquido (cerca de 2 a 3 litros por dia). Dê preferência ao soro caseiro* ou a bebidas que contenham sódio e potássio, como água de coco. É importante ingerir de 50 a 100 ml (1 copo e meio) de líquido depois de cada ida ao banheiro. Atenção: pessoas com pressão alta, doenças renais ou cardíacas, glaucoma, entre outras não podem ingerir sódio em grandes quantidades. Se você tem alguma doença crônica e apresentar diarreia, consulte seu médico;
2. Mantenha o aleitamento materno, caso o paciente ainda seja lactente. Pessoas de outras faixas etárias devem manter a alimentação, mas evitar alimentos gordurosos e com resíduos, como bagaço de frutas e salada. (Veja a lista de alimentos mais adequados em caso de diarreia aqui);
3. Lave bem as mãos depois de usar o banheiro e antes das refeições;
4. Preste atenção às crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas, pois eles desidratam mais depressa.
*Modo de preparo do soro caseiro:
Em um litro de água mineral, filtrada ou fervida (mas já fria), misture uma colher pequena (café) de sal e uma colher grande (sopa) de açúcar. Mexa bem e ofereça ao doente em pequenas colheradas durante o dia.
Fonte: http://drauziovarella.com.br/crianca-2/durante-uma-crise-de-diarreia-voce-deve/
O que caracteriza a diarreia são o número excessivo de evacuações e a mudança de consistência das fezes. Ir ao banheiro muitas vezes e apresentar fezes muito amolecidas ou praticamente líquidas são sinais de diarreia.
Há vários tipos de diarreia, que pode ser causada por agentes nocivos ao organismo, como vírus, bactérias ou parasitas, pelo uso de determinados medicamentos e ainda por algumas doenças mais graves.
A diarreia aguda tende a cessar espontaneamente em poucos dias. O principal risco da diarreia é a desidratação. Para evitá-la, o paciente deve ingerir de 2 a 3 litros de líquido por dia.
Atenção: se os sintomas persistirem por mais de dois dias ou houver sangue nas fezes ou outro sintoma (como febre, por exemplo), procure orientação médica.
Em caso de diarreia:
1. Tome bastante líquido (cerca de 2 a 3 litros por dia). Dê preferência ao soro caseiro* ou a bebidas que contenham sódio e potássio, como água de coco. É importante ingerir de 50 a 100 ml (1 copo e meio) de líquido depois de cada ida ao banheiro. Atenção: pessoas com pressão alta, doenças renais ou cardíacas, glaucoma, entre outras não podem ingerir sódio em grandes quantidades. Se você tem alguma doença crônica e apresentar diarreia, consulte seu médico;
2. Mantenha o aleitamento materno, caso o paciente ainda seja lactente. Pessoas de outras faixas etárias devem manter a alimentação, mas evitar alimentos gordurosos e com resíduos, como bagaço de frutas e salada. (Veja a lista de alimentos mais adequados em caso de diarreia aqui);
3. Lave bem as mãos depois de usar o banheiro e antes das refeições;
4. Preste atenção às crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas, pois eles desidratam mais depressa.
*Modo de preparo do soro caseiro:
Em um litro de água mineral, filtrada ou fervida (mas já fria), misture uma colher pequena (café) de sal e uma colher grande (sopa) de açúcar. Mexa bem e ofereça ao doente em pequenas colheradas durante o dia.
Fonte: http://drauziovarella.com.br/crianca-2/durante-uma-crise-de-diarreia-voce-deve/
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Dr. Frederico Lobo
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