quarta-feira, 29 de junho de 2016

Vai começar a fazer musculação? Saiba o básico sobre o treinamento de força - Por Profº.Mdo. Marcelo Henrique Silva



Treinamento de força: Como proceder?

O treinamento resistido é um método essencial nos programas de treinamento para diversos fins e níveis de aptidão física. É considerado seguro para todas as faixas etárias, saudáveis, atletas ou até mesmo portadores de doenças crônicas.
Inúmeras variáveis devem ser consideradas na montagem do programa de treinamento resistido como: número de séries e repetições, intervalo entre séries e exercício, cadência, ordem dos exercícios, frequência semanal, amplitude de movimento, intensidade dentre outros. No entanto, ainda não se tem uma compreensão adequada de quais variações seriam mais eficientes ou da melhor forma de emprega-las
·               Número de Repetições
A relação entre margem de repetições e peso utilizado são muito comuns nos estudos em ciências do esporte Porém a relação entre % de RM e rep em gráficos e equações de predição são baseadas em se assumir uma improvável linearidade que não condiz com a realidade. (Kraemer et al., 2004) (Pekunlu e Atalag, 2013) estudos tem demostrado um alto grau de variabilidade em relação a RM e %-1RM (Salvador, 2005; Shimano et al., 2006) e ao deixar de lado a capacidade de endurance muscular e realizar a prescrição da margem de repetições apenas por % de RM pode ser uma forma de subestimar ou superestimar um indivíduo (ERRO FREQUENTE EM SE PRESCREVER TREINO DA SEGUINTE FORMA –“ FAÇA 3 séries DE 12 8 com 80% de 1RM)  (Pekunlu e Atalag, 2013). Uma maneira de se avaliar e definir a intensidade de um treinamento é a execução de repetições até a falha voluntária com um determinado % de 1 RM. (Treinar até a falha é a forma mais correta de se avaliar e ter noção de verdade do que é intensidade máxima de treino e partindo daí sabermos a margem de repetições por peso)

·               Intervalo entre as séries
Intervalo de descanso é apenas uma das diversas variáveis possíveis de se manipular dentro do treinamento de força (Evangelista et al., 2011); (Rodrigues et al., 2010); (Miranda et al., 2010), existem pesquisas que apresentam esta variável como um importante preditor das respostas neuromusculares e metabólicas ao treinamento resistido (Martorelli et al., 2015) podendo afetar tanto nas respostas agudas quanto nas respostas crônicas (De Salles et al., 2009), sendo o descanso um fator influente na intensidade do treino (Boroujerdi e Rahimi, 2008).
(Desta forma o descanso entre as séries deve ser controlado, deve ser manipulado – como dito anteriormente quando é necessário aumentar a intensidade do treino por exemplo sem que se aumente o número de repetições ou peso basta reduzir o intervalo de descanso)
Em resumo: intervalos mais curtos de exercícios podem ser usados para as alterações nas taxas hormonais nas primeiras horas de pós-exercício, especialmente no que tange à elevação de GH e de cortisol. Intervalos curtos, entre 30 segundos e 1 minuto aprecem ser requeridos para que haja um aumento significativo nos níveis de GH quando comparado a outros intervalos de descanso além do que intervalos menores que 2 minutos também apresentam elevação considerável de cortisol proporcionando uma redução na relação testosterona/cortisol (Henselmans e Schoenfeld, 2014).

·               Frequência semanal
(Difrancisco-Donoghue et al., 2007), além de reduzirem a frequência semanal reduziram também o volume da sessão de treino para apenas uma série pra cada exercício executadas até a falha concêntrica comparando 1 com 2 vezes por semana em 18 idosos (7 mulheres e 11 homens) e duração de 9 semanas. Os autores entraram benefícios para ambos os grupos com semelhantes ganhos para uma ou duas vezes por semana mostrando grande aspecto positivo por também ser um grande tempo-eficiente
(Para os que não possuem possibilidade de treinar mais de 3 – 4 vezes por semana certamente este não seria o melhor protocolo para alta performance ou atletas, mas este não é o caso. Treinar 2x por semana por exemplo aproximadamente 20 minutos por sessão – 40 minutos por semana—pode-se colher bons frutos)
·               Número de séries
Alguns estudos tem demonstrado que séries simples são menos efetivas para pessoas treinadas que séries múltiplas (Rhea, Alvar, Ball, et al., 2002; Rhea, Alvar e Burkett, 2002);(Peterson et al., 2005). Revisões recentes sugerem que haja similares acréscimos em força e hipertrofia quando comparamos séries simples e séries múltiplas no treinamento propondo então que a intensidade do esforço tenha maior relevância para a adaptação muscular (Fisher et al., 2011; Fisher et al., 2016) não havendo ainda um consenso de qual seria um volume ótimo, mais adequado para prescrição do treinamento de força (Marshall et al., 2011)
 (Carpinelli e Otto, 1998) ao realizar a revisão sistemática de 35 artigos e concluíram que séries simples ou múltiplas apresentaram resultados semelhantes para  aumentos de força e hipertrofia muscular não havendo base ou fundamento que justifiquem séries múltiplas quando os objetivos são aumento de força ou hipertrofia muscular independente de gênero, idade, grupamento muscular exercitado e nível de treinamento

·               Seleção de exercícios:
Ordem dos exercícios; uma variável essencial para o treinamento resistido (Romano et al., 2013), não deve ser em detrimento do tamanho muscular ou número de articulações envolvidas, mas sim na necessidade individual ou nos padrões de movimento mais requeridos (Simao et al., 2012)), mas não mostra como diferentes sequências de exercícios podem interferir no número total de repetições completas em múltiplas séries e em cada exercício individualmente.
Tanto o desempenho em número de repetições quanto o volume do treino são maiores quando o exercício em questão é colocado primeiro, independente se o mesmo é uni ou multiarticular ou qual o grupamento em questão (Simao et al., 2012).

·               Temos ainda: combinação com outras atividades, Velocidade de execução
Devemos lembrar de algumas coisas:
·               Músculo não sabe contar (então não ache que 3 repetições aumentam força e 20 a resistência)
·               Músculo não tem olho (então não ache que a quantidade de peso que você levanta é um fator exclusivo para aumento ou não do aumento de força ou hipertrofia) pois tanto 30% quanto 90% de 1RM apresentam hipertrofia semelhante.
·                Apenas uma série até a exaustão, 2 vezes por semana sem executar exercícios isolados é capaz de promover hipertrofia – pode sim e promove conforme já comprovado) – Alguns vão dizer que isto é uma leviandade: “Mas bodybuilder não treina assim e é musculoso” e eu respondo “qual o % da população é bodybuilder” ?
·               Não Sugiro nem recomendo método blitz (aonde se realiza apenas um grupamento por sessão uma vez por semana) para o caso de quem treina de forma recreacional como quase 100% dos frequentadores de academia.
·               Treinar (para quem treina “isolando” músculos) tríceps no mesmo dia de peitoral é mais interessante pelo fato de que quando se treina  peitoral o tríceps também é bastante solicitado e ao separá-lo de peitoral é possível que se descanse de forma inadequada o mesmo grupamento.
·               Controlem velocidade de execução, intervalo entre as séries e entre os treinos, peso, número de séries e repetições além da intensidade de treino e para que não HAJA equívoco na manipulação destas variáveis PROCURE SEMPRE UM BOM PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA ORIENTAÇÃO....


--------REFERÊNCIAS----------

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0112-1642 (Linking). Disponível em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22292516 >.




Autor: Marcelo Henrique Silva. 
1. Graduado: Educação Física – UEG/ ESEFFEGO;
2. Especialista: Fisiologia do Exercício e Prescrição do Exercício – UGF (com atuação em grupos especiais);
3. Mestrando: Ciências da Saúde – FM/UFG;
4. Professor Conexão Brasil Saúde (4 anos), InSaúde (2 anos), CONAAF 2.0 e FIEP (Federação Internacional de Educação Física);
5. Coordenador do Laboratório de Treinamento Resistido (FEFD – UFG);
6. Colaborador SFHE 9Setor de Fisiologia Humana e do Exercício) (FEFD-UFG);
7. Grupo de Estudos em Saúde e Exercício.;
8. Projeto Guarda-Chuva (5 anos de intervenção) em Estado de Apreciação na Plataforma Brasil;
9. Bolsista CAPES (Nível Mestrado).
10. Vasta experiência em treinamentos para emagrecimento e hipertrofia muscular. 

terça-feira, 28 de junho de 2016

Frutose e exercício físico - por Dr. João Mota


A frutose pode ser encontrada nas frutas, mel, industrializados, no açúcar da cana (sacarose), que quando digerido, se transforma em glicose e frutose.

No Brasil, estima-se um consumo ~4,34g/dia de frutose livre. A quantidade de frutose provinda da sacarose é de ~27,5g/dia.

O problema em nosso país não é o consumo exagerado de frutas, mas sim o excesso de produtos industrializados (sucos, refrigerantes, açúcar etc).

Quando ingerida, a frutose entra na célula epitelial intestinal via GLUT5 e é metabolizada pela frutoquinase C, gerando frutose-1-fosfato que depois é metabolizada para gerar glicose, glicogênio e triacilgliceróis (TG).

Durante a fosforilação inicial da frutose há geração de ácido úrico, oxidantes e mediadores inflamatórios.

Meta-análises mostraram que o ↑ no consumo de frutose e consequentemente na ingestão kcal está associado a maiores concentração de APO B e TG (Chiavaroli et al. JAHA, 2015; David Wang et al., Atherosclerosis. 2014).

Egli et al. (Am J Clin Nutr. 2016) mostraram que o exercício físico realizado imediatamente após a ingestão de frutose aumenta a oxidação de frutose e diminui seus estoques. Ao contrário, o exercício realizado antes da ingestão de frutose não alterou o metabolismo de frutose.

Em ambas as condições, o exercício não aboliu a conversão em glicose ou a incorporação em VLDL-TG. Por outro lado, uma única sessão de exercício resistido, realizada ~15 horas antes de uma refeição rica em gorduras e frutose, atenuou a resposta pós-prandial nos TG (Wilburn et al., Nutr Metab Insights, 2015).

Assim, deve-se limitar o consumo de sacarose, de industrializados, preferir frutas ao invés de sucos, de 03 a 04 porções no dia, dependendo da necessidade. Além de praticar exercício! #nutrição #ciência #ciência_aliada_prática #labince #UFG #fanut #drjoaomota

ESTRATÉGIA FODMAPs - Você ainda ouvirá falar muito sobre ela


quinta-feira, 23 de junho de 2016

Comer de 3 em 3 horas

Um pequeno texto elaborado pelo meu amigo nutricionista ´Prof. Marcelo Carvalho



COMER DE 3 EM 3 HORAS - Muito se tem discutido a necessidade ou não de se comer de 3 em 3 horas. Fato que o ser humano está habilitado para permanecer por mais de “3 horas” sem se alimentar. Porém, é importante e relevante entender bioquimicamente o que significa comer de 3 em 3 horas, ou seja, 6 refeições.

No estudo em questão (Am J Clin Nutr 2016), randomizado, crossover, os pesquisadores compararam o efeito no organismo de se realizar 6 refeições/dia (no mesmos horários) durante 14 dias com um padrão alimentar irregular, onde os participantes variaram o número de refeições de 3 a 9 refeições/dia durante 14 dias. Cabe salientar que nesse estudo estamos falando de mulheres saudáveis não obesas e que a ingestão total de carboidratos, proteínas e lipídios foi idêntica nos dois grupos.

Como forma de avaliarem essas repercussões foi verificado o efeito térmico dos alimentos (gasto de energia), lipidograma, perfil glicídico (metabolismo dos carboidratos), apetite subjetivo, hormônios intestinais e composição corporal

VAMOS AOS RESULTADOS ENTRE OS DOIS GRUPOS: O efeito térmico dos alimentos foi maior no grupo que consumiu as 6 refeições/dia, a glicose plasmática foi menor no grupo que fez as 6 refeições/dia.

COMPOSIÇÃO CORPORAL, perfil lipídico, GLP-1, PYY e GRELINA não tiveram alterações relevantes entre os dois grupos, embora a percepção de plenitude, de saciedade ter sido maior no grupo que fez as 6 refeições/dia, bem como a sensação de fome foi menor.

Com esses resultados percebemos que não ocorrem alterações relevantes dos marcadores quando se avalia a mesma dieta distribuída aleatoriamente ao longo dia.

Sobretudo esses dados sugerem que o consumo regular ( 3 em 3 horas - 6 refeições/dia) promove aumento no efeito térmico dos alimentos, sensibilidade a insulina (haja vista a redução da glicose) e benefícios quanto a percepção subjetiva de fome, o que de certa forma fará com que o paciente consiga ter mais fidelidade ao plano alimentar.


Por outro lado, esses dados deixam claro que isso não é uma regra, ou seja, temos que adaptar o número de refeições a real condição que os nossos pacientes tem de realizá-las. Sempre ao montar um plano alimentar eu me pergunto: "Qual a real contribuição que estou dando para a saúde desse paciente?" Muitas vezes não prescrevemos o que é ideal, mas para aquele paciente é uma manobra que irá contribuir para a sua evolução. Afinal, o sucesso no tratamento do paciente só irá acontecer se ele conseguir transformar o plano alimentar em hábito.

Fonte: https://www.facebook.com/1137422766280000/photos/a.1137424696279807.1073741831.1137422766280000/1163030653719211/?type=3&theater

Gorduras e açúcar devem ser evitados 3 horas antes de dormir

O que comer à noite e o que evitar? Doces e carboidratos, por exemplo, estão liberados? Ou será que é melhor pular o jantar para emagrecer?

O Bem Estar desta segunda-feira (20) convidou a nutricionista Lara Natacci e o endocrinologista Bruno Halpern para falar sobre o assunto.

Dra. Lara explica que normalmente quando a gente chega em casa à noite e dá uma relaxada, a gente fica um pouco ansioso também, quer comer o que não comemos durante todo o dia. Falta planejamento do que vai acontecer à noite.

A dica é pensar no que vai comer, relaxar, comer devagar, sentir o sabor dos alimentos e ter prazer com a comida ao invés de comer de forma automática.

Uma sopa é uma ótima opção para comer à noite, que pode ser como entrada mais uma fonte de carboidrato magra, ou como prato principal, aí com vegetais, hortaliças, leguminosas e uma proteína.
Dr. Bruno reforça que quem tem muita fome à noite, deve se planejar ainda mais, por exemplo, almoçando bem para chegar no final do dia sem sentir tanta fome.

Link para a reportagem completa com os vídeos:  http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/06/proteinas-e-gorduras-devem-ser-evitadas-tres-horas-antes-de-dormir.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=bemestar

Nova escala de 'comida para o cérebro' destaca os melhores nutrientes para depressão


Cientistas desenvolveram uma nova escala baseada em evidências que pontua alimentos de origem animal e vegetal que melhoram os sintomas depressivos. A pesquisa sobre os benefícios dessa escala e de alimentos que ajudam a nutrir o cérebro foi apresentada no Encontro Anual de 2016 da American Psychiatric Association (APA) em uma sessão lotada.

Existem evidências crescentes do papel crucial da dieta na saúde do cérebro, particularmente em áreas associadas a depressão e demência, disse o Dr. Drew Ramsey, professor e médico assistente de psiquiatria, Columbia University, Nova York, que foi um dos palestrantes.

"Os dados mostram claramente que existem sinais fortes de prevenção quando ajudamos nossos pacientes a comer melhor", disse o Dr. Ramsey ao Medscape Medical News.

Alimentos de origem vegetal estão no topo  da escala alimentar do Dr. Ramsey. Para desenvolver esse sistema de perfil nutricional, ele e seus colegas avaliaram a literatura e montaram uma lista do que eles chamam de nutrientes cerebrais essenciais (NCE) que afetam o tratamento e prevenção da depressão.

Os nutrientes principais incluem os ácidos graxos de cadeia longa ômega 3, magnésio, cálcio, fibras e vitaminas B1, B9, B12, D e E.

Eles reuniram dados nutricionais das melhores fontes alimentares de NCE de acordo com os Dados Laboratoriais de Nutrientes do Serviço de Pesquisa em Agricultura dos EUA e usaram uma fórmula para calcular a pontuação do que chamaram de Escala de Alimentos para o Cérebro.

"Nós estamos muito interessados no uso da literatura científica para peneirar os nutrientes cujas evidências mostram um papel importante na depressão", disse o Dr. Ramsey.

Nutrientes "críticos"

Além das fontes vegetais desses nutrientes, eles procuraram também incluir fontes animais, pois alguns deles, como a vitamina B12, são predominantemente encontrados na carne e outros produtos animais e são "absolutamente críticos para saúde cerebral", disse o Dr. Ramsey.

Os mecanismos possíveis pelos quais esses alimentos podem melhorar a função cerebral incluem estabilização da membrana neuronal e efeitos anti-inflamatórios. Os pesquisadores planejam submeter essa pesquisa para publicação, disse o Dr. Ramsey.

Embora esses nutrientes sejam a chave para a função cerebral, estatísticas de 2009 do mostram que a maioria dos americanos não os consomem em quantidades suficientes. Por exemplo, as porcentagens da população americana que não cumprem a ingestão diária recomendada desses nutrientes chave são:

  • Vitamina E: 86%
  • Folato: 75%
  • Cálcio: 73%
  • Magnésio: 68%
  • Zinco: 42%
  • Vitamina B6: 35%
  • Ferro: 34%
  • Vitamina B12: 30%

Além dos vegetais de folhas verdes, os pesquisadores destacaram a importância do consumo de vísceras, carnes de caça, castanhas (nozes e amendoins), mariscos (mexilhões, mariscos, ostras), moluscos (polvo, lula, caramujo), e peixe (salmão e sardinhas). Embora seja recomendado que os pacientes comam cerca de 250-350 gramas de peixe por semana, é importante escolher peixes que tenham pouco mercúrio. Os indivíduos devem limitar assim o consumo de cação e peixe-espada.

O Dr. Reynolds também destacou que ele quer ajudar os pacientes a tomarem decisões melhores em relação a carne. Essas escolhas, disse ele, deveriam incluir animais de pasto.

Embora a pesquisa foque mais nas áreas da depressão e demência, novos estudos estão avaliando transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, ansiedade e adição, disse o Dr. Reynolds.

A maior parte dos dados vieram de relatos de caso e estudos epidemiológicos, porém já está em andamento o primeiro estudo randomizado controlado, o Ensaio SMILES, que está testando o impacto de uma dieta rica em muitos desses nutrientes na depressão maior.

O estudo inclui 176 pacientes com episódios depressivos maiores em dois centros em Victoria, Austrália. Os participantes foram aleatoriamente inscritos para um grupo de intervenção dietética, focado em uma dieta saudável, ou um grupo de apoio social.

Embora os resultados desse estudo provavelmente não serão publicados até o final do ano, o grupo do Dr. Ramsey teve a chance de discutir os resultados com seus pesquisadores, e os resultados foram "positivos" e "melhores que o esperado".

"O que é excitante sobre isso é que vai dar à comunidade médica e nossos pacientes um novo conjunto de ferramentas em termos de tratamento e prevenção de doenças mentais", disse o Dr. Ramsey.

Interesse crescente em alimentação como tratamento

Esse é o quarto ano consecutivo em que o simpósio sobre alimentação e cérebro ocorre no encontro anual da APA, e todo ano ele atrai audiências cada vez maiores. Esse ano a sessão contou com a participação de mais de 400 psiquiatras e outros especialistas, disse o Dr. Ramsey.

Além do Dr. Ramsey, a Dra. Emily Deans, instrutora de psiquiatria, Harvard University, e a Dra. Laura LaChance, residente de psiquiatria do quinto ano, University of Toronto, também falaram na sessão.

"Está claro que mudar nossos hábitos alimentares não é fácil. As boas notícias é que os psiquiatras são capacitados para ajudar nossos pacientes a realizarem mudanças comportamentais complexas – isso é o arroz com feijão no tratamento psiquiátrico. Até recentemente, no entanto, não estava claro que tipo de dieta os pacientes com transtorno mental devem consumir", disse a Dra. Laura.

O Dr. Ramsey destacou a importância de se falar sobre alimentos e nutrição com pacientes que enfrentam doenças mentais.

Os psiquiatras, disse o Dr. Ramsey, deveriam perguntar regularmente aos pacientes o que estão comendo e se possuem aversões ou alergias alimentares. Usando uma voluntária da audiência, ele demonstrou uma interação entre terapeuta/paciente que incorpora a dieta. Essa voluntária disse que seguia uma dieta de "jejum intermitente" para ajudar a controlar o transtorno bipolar.

Esse tipo de jejum aumenta a produção de cetonas, o que, de acordo com algumas evidências, é uma fonte de combustível "limpo" para o cérebro, disse o Dr. Ramsey em uma entrevista. Alguns relatos de caso sugerem que essa dieta é benéfica para pacientes com transtorno bipolar tipo II, que está associado com variações menos intensas do humor em comparação com o bipolar tipo I, disse ele.

Um número dessas "dietas especiais", que também incluem a dieta sem glúten e a dieta paleolítica, ou dos homens das cavernas, assim como dietas vegetarias e veganas, estão se tornando muito populares. O Dr. Ramsey falou sobre a "promessa" ao redor dos "alimentos, justiça alimentar e abastecimento" e da popularidade das feiras livres de alimentos orgânicos.

Ele destacou que "é nosso trabalho como médicos entender essa dieta e seus riscos e benefícios".

Um dos riscos, ao menos com a dieta vegana, e em alguma extensão com a dieta vegetariana, é a falta de vitamina B12. Uma deficiência dessa vitamina pode levar a depressão, anemia, e eventualmente a "danos neuronais irreversíveis", disse o Dr. Ramsey.

Um estudo recente que examinou a população vegana mostrou que 52% dos indivíduos eram "francamente deficientes" em vitamina B12 e que 23% tinham níveis "insuficientes", disse ele.

Um relato de caso com 30 mães veganas mostrou que 60% de sua prole possuía atraso do desenvolvimento e 37% atrofia cerebral, disse a Dra. Emily aos delegados do encontro. Existe uma forte correlação entre não comer carne e taxas maiores de depressão e ansiedade e pior qualidade de vida, disse ela.

Embora de certa forma a dieta vegana "faça sentido", visto que a dieta americana é muito carregada de produtos animais, "isso não significa que a solução é não comer frutos do mar", disse o Dr. Ramsey.

Mas durante um período de questionamentos após a sessão, que durou mais de uma hora, uma psiquiatra que tem sido vegana por muitos anos questionou algumas das conclusões do grupo. Ela observou que a dieta vegana trouxe benefícios para a própria saúde, incluindo redução dos níveis de colesterol.

Embora a dieta seja uma questão pessoal, e muitos pacientes sigam o que acreditam ser uma dieta saudável, os hábitos dietéticos mudaram de forma geral ao longo do último século, e não para melhor.

Tem havido uma mudança dos alimentos integrais para os processados. Além disso, houve aumento do consumo de açúcar, carboidratos mais refinados, e mais alimentos com corantes, conservantes e gordura trans têm sido consumidos.

Alimentar o microbioma

O Dr. Ramsey foi vegetariano por mais de uma década, mas ele disse que "não me sentia tão bem". Ele relatou que sua saúde física e mental melhorou quando ele começou a comer frutos do mar e fontes sustentáveis de carne de pasto e mais laticínios.

Ele vive parte do ano na fazenda de sua família em Indiana, onde planta mais de 50 variedades de couve. Segundo ele, seu livro 50 Shades of Kale (em português, "50 Tons de Couve"), tem ajudado esse vegetal de folhas verdes a obter "uma boa posição no cardápio do cidadão americano".

A couve não é apenas uma comida saudável, mas também barata. Outros alimentos saudáveis que a maioria das famílias podem incluir no orçamento são as lentilhas e feijões.

Ele e outros palestrantes discutiram a extensa literatura científica relacionada a esses e outros alimentos que melhoram a função cerebral. Evidências crescentes sugerem que os pacientes deveriam escolher mais alimentos de origem vegetal.

Uma dieta com alimentos vegetais "alimenta o microbioma", disse o Dr. Ramsey, acrescentando que ela contribui para as bactérias intestinais que parecem "ter um papel enorme em nossa saúde geral".

As plantas também são muito "densas em nutrientes", e assim possuem mais nutrientes por caloria.

Mostarda verde, espinafre, pimentão, e outros vegetais contém "fitonutrientes". A pesquisa mostra que essas "moléculas sinalizadoras", que incluem o licopeno e os carotenoides, ajudam a proteger o cérebro, disse o Dr. Ramsey.

Encontro Anual de 2016 da American Psychiatric Association (APA): Apresentado em 17 de maio de 2016.

Fonte: http://portugues.medscape.com/verartigo/6500272?src=soc_fb_160621_mscpmrk_ads_brazil

domingo, 19 de junho de 2016

Por que o médico não quer ir para o interior ? Por que o PSF não funciona ? por. Dr. Solon Maia


1 – Remuneração: Por mais que as pessoas achem que o salário de um PSF seja bom, elas devem ter em mente que, em geral, médicos, mesmo os recém-formados, tem a opção de ganhar a mesma quantia ou mais nas capitais ou arredores;

2 – O médico é uma pessoa como qualquer outra: Ele tem família, amigos e gosta de uma vida que dificilmente vai encontrar no interior. Sem mencionar que ao se mudar para, terá que pensar no emprego da esposa, na escola dos filhos, nos cursos de inglês, aulas de natação, e todas essas coisas que todos vocês desejam para suas famílias e que dificilmente encontrarão no fim do mundo;

3 – Falta de garantias contratuais: Acordos meramente verbais ou contratos que possuem clausulas que eximem o contratante de várias obrigações. Os contratos do “Mais Médicos” e do PROVAB, por exemplo, são um absurdo.

4 – Não cumprimento das leis trabalhistas: Se um médico(a) adoecer por um período considerável ou caso engravide, por exemplo, além de não receber, vai pro olho da rua. Sem mencionar que não tem décimo terceiro salário e outros direitos diversos;

5 – Falta de estabilidade: Podendo levar calote e/ou ser demitido a qualquer momento, dificilmente um médico vai virar sua vida do avesso se mudando para o interior;

6 – A falta de interesse dos médicos que estão no PSF: Devido a todos os problemas apontados nesse texto, com razão, a grande maioria dos médicos não quer ser médico da família! Encaram o programa como um trabalho temporário, como uma forma de fazer um pé de meia antes de ingressarem na Residência Médica. O fato de ser emprego provisório, faz com que a maioria evite desgastes deixando de lutar por melhorias;

7 – Condições precárias das unidades de saúde: Em geral são casas humildes que foram adaptadas. As que foram construídas para este fim, quando são razoáveis, duram poucos meses sem a devida manutenção;

8 – Falta de mobília e equipamentos e materiais básicos: Mesas velhas e enferrujadas, cadeiras e macas quebradas, falta de otoscópios, negatoscopios, balanças, réguas, ar-condicionado, projetores, etc;

9 – Muita demanda por unidade de saúde: O governo coloca uma única equipe do PSF, com um único médico, para cobrir 3.000 a 4.000 pessoas. Impossível fazer um trabalho de prevenção e assistência com esse número de pacientes.

10 – Falta transporte para as equipes realizarem as visitas domiciliares: Geralmente 01 ou 02 carros em péssimas condições, que vivem na oficina, para dar suporte a cinco ou mais equipes;

11 – Falta de segurança: Quase nunca existem funcionários responsáveis pela segurança da equipe e dos seus bens. Em todos os PSFs temos que lidar com criminosos, drogados, pacientes psiquiátricos e todo tipo de gente. Agressões verbais, físicas, ameaças, carros arranhados e com retrovisores e vidros quebrados são comuns;

12 – Qualidade dos medicamentos: Os que são distribuídos nas unidades são poucos e bastante defasados. O médico tem que fazer milagre ou simplesmente fingir que está tratando a doença;

13 – Falta de medicamentos: Os estoques quase sempre estão vazios e a reposição pode demorar semanas;

14 – Falta de material para os pacientes: O governo raramente disponibiliza, por exemplo, aparelhos para aferição da pressão arterial e da glicemia. Quem já tentou compensar um hipertenso e diabético no PSF sabe bem como a missão é quase impossível;

15 – A falta de saneamento básico: Muitas cidades ou bairros não  tem água tratada, ou tem esgoto a céu aberto. Some isso a uma população carente, que não tem a menor noção de como são transmitidas as doenças, e teremos uma missão quase impossível;

16 – A cultura da medicina curativa: Gasta-se muito mais tempo medicando do que prevenindo doenças.

17 – O pensamento dos gestores da saúde pública: Eles, em geral, não querem que a saúde da população melhore. Querem apenas votos. Para a prefeitura, médico bom é aquele que faz tudo que a população pede, mesmo que isso não resolva o problema, que seja absurdo e que gere filas enormes para exames e encaminhamentos. Para eles, medico bom é aquele que solta tarja preta sem nenhum controle e que dá atestado pra todo mundo. Tudo vale desde que a população não reclame;

18 – A aversão ao médico que tenta fazer o correto: Esse médico, que solicita melhorias, que anota tudo no prontuário, que gasta tempo examinando e explicando, que prescreve a medicação e pede exames apenas quando necessário, causa insatisfação e não consegue atender a enorme quantidade de pacientes. Ele se torna uma dor de cabeça para os gestores. Com o tempo, ou ele se rende ao sistema, ou sai;

19 – O jeitinho brasileiro: A cultura do encaixe e do favorzinho, associada à máxima do “eu que pago seu salário”, geram um problema enorme na unidade. Muitos pacientes pedem para que sejam renovadas receitas médicas sem que o paciente seja consultado, solicitam exames para parentes ou amigos, atestados absurdos, etc. Se o médico faz, corrompe o sistema. Caso se negue, passa a ter dores de cabeça e a correr riscos;

20 – Filas: São meses ou anos para conseguir um exame, cirurgia ou consultas com um especialista;

21 – Alta rotatividade de médicos: Todo ano é um entra e sai de médicos. Acompanhamentos são descontinuados, condutas são modificadas, tratamentos são reiniciados e sincronia com a equipe é perdida.

22 – A inexperiência dos médicos: O programa recebe muitos médicos bons, mas sem experiência, para atuar em condições que a maior das experiência já seria pouca;

23 – O sistema seleciona os profissionais: Diante dessa realidade, quem se sujeita a continuar, o faz se adequando ao sistema, sendo conivente aos absurdos, ou se corrompendo… E a situação se perpetua.

E A SOLUÇÃO?
Isso é assunto para outro texto…



Gostaria de deixar claro que, assim como eu, a minha esposa, amigos, colegas e diversas pessoas que admiro, fazem ou já fizeram parte do programa. Não desmereço ninguém, e deixo claro que já fui parte disso, tanto brigando quanto lavando as minhas mãos… Sei que o PSF abriga muitos profissionais excelentes, que amam o que fazem, e que não se encaixam em nada do que escrevi. Esse texto trata do geral, no meu ponto de vista. Caso não sirva como informação, que seja pelo menos um material que gere debate ou reflexão.

POR FAVOR, COMENTEM SUAS EXPERIÊNCIAS COM O PSF… VAMOS VER SE BATEM COM AS MINHAS!

Sobre  o autor: Solon Maia é médico residente em anestesiologia. Atuou n PSF / PROVAB assim que se formou declaradamente para conseguir os 10% de bônus na nota final que o programa fornece para cada ano de “estudo” no sistema de saúde fantasioso do atual Governo Federal. Mantém um Blog muito bem humorado chamado Meus Nervos há mais de 3 anos, onde dá voz aos mimimis  da classe médica e sua rotina diária

Fonte: https://academiamedica.com.br/23-porques-para-medicina-interior-e-o-psf-nao-funcionarem/

O culto ao corpo e o atrofiamento dos cérebros bombados

Dando-se uma volta de três minutos no banheiro de alguma das (milhares de) academias por aí, tudo o que se ouve são projetos. O negócio parece escola de engenharia, até que se entenda a intenção por trás das falas: projeto-verão, projeto-Cancun, projeto-noiva, projeto-carnaval… É tanto projeto que Niemeyer morreria — de novo — de inveja. Uma voltinha nos aparelhos e já se pode produzir um artigo científico sobre termogênicos, esteroides, repositores energéticos, proteínas, vitaminas, pró-hormonais e hormônios.

Cultuar o corpo não é exclusividade do século 21. A beleza escreveu sua história dentro da História, trazendo, desde sempre, orgulho, frustração, inveja e determinação. Desde a Grécia, o culto à forma física perfeita tem-se feito presente, com maior ou menor força, em registros de historiadores, deixando suas marcas nas pessoas e na arte (estão aí Vênus de Milo e Davi para provar).

Só que hoje os recursos químicos são acessíveis, e os publicitários, sem dó nem piedade, parecem encontrar acolhida em todo canto: redes sociais, revistas, televisão, site de buscas, rádio, outdoors e tudo mais que possa atrair a atenção dos pobres e inconformados mortais. De forma raramente honesta, vendem que um corpo bem esculpido é o caminho certo para obter poder, admiração, dinheiro e sucesso na “pegação”. É difícil assistir a uma propaganda e não se deixar seduzir pela ideia de que possuir um corpo sarado e consumir Victoria Secrets, Calvin Klein ou Abercrombie certamente farão qualquer pé-rapado se tornar um monumento. Mais difícil ainda é ver um aparelho Polishop ou chá emagrecedor e não cair na tentação de adquiri-los. Vai que, né?

Para cada parte teoricamente imperfeita do corpo, existe uma solução: cirurgia de nariz, estica e puxa de cabelo, prótese para tudo quanto é lugar, creme para olho, injeção para rugas, choque elétrico para flacidez, pigmento para sobrancelha… É como se fôssemos um conjunto de infelizes imperfeições até que nos rendamos àquelas mágicas soluções. Aí, já com tudo devidamente retocado e no lugar, vêm os certeiros e apontam (na maioria das vezes, com razão): essa brincadeira tomou-lhe muitos dinheiros e acabou deixando-o mais velho. “Ah, o bonito mesmo é a beleza natural”. Veja Gisele Bündchen, veja as propagandas de sabonete e protetor solar. Sejamos todos “naturalmente” fresh and young, pois está na moda subverter a moda. E você acredita. E uma infinidade de redes sociais passa a vender fotos de cabelos calculadamente ao vento, maquiagens estrategicamente naturais e comidas calóricas falsamente ingeridas, mas muito bem fotografadas. Bonito mesmo é ser “naturalmente” bonito. Mas essa suposta naturalidade exige tanto ou mais recurso do que uma produção confessadamente complexa. Estamos ficando mesmo malucos.

O problema não é a vaidade em si, tampouco as intervenções cirúrgicas providenciadas, os blogs de moda, os termogênicos ou os publicitários. O problema é a criatura achar que a vida se resume a isso. Em saudação à mulher de trinta, Balzac destilou seu veneno: “Deve-se deixar a vaidade aos que não têm outra coisa para exibir”. Talvez o escritor esteja exigindo demais do homem médio, já que a completa ausência de vaidade é privilégio de raras almas muito evoluídas. Mas há aí uma verdade inegável: quem se entrega apenas à vaidade de seu corpo provavelmente tem pouco a oferecer. É a lei da compensação.

Fonte: http://www.revistabula.com/6631-o-culto-ao-corpo-e-o-atrofiamento-dos-cerebros-bombados/

Quais alimentos fazem seu bebê dormir melhor? Ou: conheça a melatonina

Como prometi, esse é o grand finale da série sobre sono em bebês.
E para fechar a série queria dar uma dica que não tem em nenhum dos mil livros de sono no bebê que você já leu, nas noites insones…
Conheça a melatonina
Pois é, como já escrevi, uma das condições necessárias para seu filho dormir, é liberar adequadamente o hormônio melatonina, que é produzido no cérebro, na glândula pineal.
Sempre se pensou que a melatonina fosse exclusividade dos animais, que plantas não o produziam (planta dorme?), mas tudo faz sentido quando se estuda a fundo o assunto..
A melatonina, além de ser um indutor do sono, é um potente anti-oxidante, ajudando à “limpar” toda a “sujeira” produzida pelo seu corpo ao longo do dia.
Com certeza você já ouviu dizer que o sono envolve a reparação do corpo e a Melatonina é o maestro desse processo noturno de “faxina orgânica”.
Pois é, mas aí alguns cientistas avaliaram a disponibilidade de Melatonina em plantas e eureka! – ela estava lá.

Quais alimentos tem melatonina

No artigo do link acima está uma lista completa da concentração de melatonina em plantas, mas destaco, por ordem de concentração:
  • Cerejas (as maiores fontes dentre as frutas!)
  • Banana
  • Tomate
  • Morango
  • Mirtilos
  • Linhaça
  • Amêndoas
  • Arroz
  • Mostarda
  • Lentilhas
  • Brócolis

Mas ainda dá pra ficar melhor

E quando você junta com alimentos com Triptofano, um aminoácido que ajuda a produzir a serotonina, que também ajuda no sono, aí as coisas melhoram mais ainda.
Fontes de triptofano:
  • Espinafre
  • Ovos
  • Sementes de gergelim
  • Peixe
  • Frango
  • Lentilhas
  • Arroz negro
  • Grão de bico
  • Bananas
  • Cerejas
Viu que tem alimentos com Melatonina e Triptofano ao mesmo tempo?!?!?
Deus é maravilhoso, não?
A melatonina também está presente em ervas/fitoterápicos, mas estas só podem ser prescritas e usadas com orientação médica.
Mas Doutor, você não tem aí nenhuma receitinha?
Pois é, para não decepcionar, como não sou um Masterchef, mas tenho amigos que o são, pedi à minha amiga Patrícia Ayres, estudante de nutrição e culinarista de mão cheia, para criar três receitas especiais, que você pode incluir na alimentação do seu bebê, para ajudá-lo a dormir.
A primeira receita já está aqui neste post. Amanhã e sábado publico as outras. Fique atenta!
Imprima, cole na geladeira e faça!

Receita 1 – Smoothie do Soninho

smoothie-do-soninho
  • Tempo de preparo: Rápido.
  • Facilidade de preparo: Fácil.
  • Rendimento: 1 porção.
Ingredientes
      • 1 banana madura.
      • ½ xícara de leite de coco.
      • 1 colher de sopa de farinha de linhaça.
      • ½ colher de sopa de uva passa.
      • 1 colher de sopa de amêndoas.
Instruções
  • Comece batendo a banana e o leite de coco até adquirir cremosidade.
  • Adicione o restante dos ingredientes e bata por 1 minuto.
Dicas da Paty
Se não conseguir achar farinha de linhaça de boa procedência, faça a sua. Basta bater a linhaça no liquidificador e guarde na geladeira.
Deixe as amêndoas de molho de um dia para o outro. Dessa forma fica mais fácil triturar. Pode tirar a pele, se preferir.

Mais receitas?

Repito: acessem novamente nosso blog amanhã e depois. Teremos mais duas receitas exclusivas e deliciosas da Paty.

Finalizando a série do sono

Sei que sono é um tema bastante extenso e que gera sofrimento e descabelamento de mães e pais, ainda mais em crianças maiores que 3 anos de idade.
Mas o intuito da série do sono, foi tentar ajudar vocês a começar certo, para depois não tentar aprumar o trem desgovernado.
Quem sabe no futuro não faço uma série com os maiores de 3 anos?
Se gostou, curta e compartilhe!
Ajudem os filhos dos seus amigos a dormir com #comidadeverdade

Fonte: http://www.pediatradofuturo.com.br/category/sono/

Crianças que convivem com animais tendem a ter menos alergia aos pêlos

Link para a reportagem: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/06/criancas-que-convivem-com-animais-tendem-ter-menos-alergia-aos-pelos.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=bemestar

Hormônios para tudo e para todos - por Dr. Alfredo Guarischi, médico

Converso frequentemente com o Dr. Amélio Godoy Matos, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia. Com excelente formação científica, pratica a medicina com nobreza, pureza de propósitos e honestidade. Está, como eu, preocupado com a medicina.

A saúde vem sendo agredida e vilipendiada, entre diversos aspectos, também por práticas mercantilistas e desprovidas de embasamento técnico-científico. A endocrinologia, a geriatria e a nutrologia são especialmente vulneráveis, e estamos assistindo, até na grande mídia, a uma escandalosa onda de solicitações de exames inadequados, que geram propostas e formulações de tratamentos estranhos.

Godoy me relatou que tem visto resultados de dosagens hormonais na saliva e no cabelo, e dosagens de pregnenolona, aldosterona, insulina, iodo, melatonina e outras substâncias, independentemente do sexo, idade ou queixa do paciente! Além de inúteis, essas dosagens são caríssimas, não são autorizadas pelos planos de saúde e em geral não são realizadas nos principais laboratórios de análises clínicas.

Pacientes jovens com queixas inespecíficas, frequentemente com excesso de peso, o procuram levando uma parafernália desses exames e diagnósticos variados de déficit de melatonina, falta de ritmo da cortisona, baixa da testosterona, baixo metabolismo etc. As mulheres parecem estar sob uma epidemia de baixa de testosterona, como esse fosse seu principal hormônio.

Não obstante serem pessoas sem qualquer disfunção hormonal patológica, aparecem medicadas com melatonina, iodo, suplementos diversos e, claro, testosterona. Testosterona para todos! Essa parece ser a última poção mágica.

As terminologias sedutoras, como “nova medicina”, “modulação hormonal”, “nutroendocrinologia”, “hormônios bioidênticos” e “anti-aging”, parecem uma grande novidade, mas, para os profissionais sérios como Godoy, trata-se na verdade de mensagens marqueteiras de má fé.

A real nova medicina vem-se desenvolvendo com o movimento médico “choosing wisely” - ‘escolhendo com sabedoria’. Tem como referência a medicina baseada em evidências científicas, que visa proporcionar os melhores cuidados em saúde, com a escolha de exames e procedimentos realmente necessários e sem excesso de diagnósticos e tratamentos.

A maioria de médicos competentes e honestos não deve ser complacente com a minoria ativa, sôfrega por enriquecimento e notoriedade que despreza as práticas médicas adequadas em troca dos serviços “especiais”. A sociedade leiga parece contaminada por essas “novidades”.
Cabe aos conselhos de medicina, de farmácia, de nutrição e de nutrologia e às agências reguladoras dar a palavra final sobre esse tema.

Escrever sobre as ideias de Amélio Godoy Matos é uma mobilização responsável em defesa da medicina e dos pacientes.

Subscrevo os ideais desse experiente professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, que busca esclarecer a todos a escolher com sabedoria.

A suplementação de zinco é associada a melhor processamento de glicose em pré-diabéticos

Um estudo, publicado na edição de Diabetes Research and Clinical Practice (maio, 2016), descobriu que a suplementação de zinco melhorou a capacidade de homens e mulheres pré-diabéticos para processar a glicose. “Uma série de pequenos estudos indicam que a suplementação de zinco melhora o processamento de glicose”, nota autores M. R. Islam, Universidade de Newcastle, Austrália e do Instituto de Pesquisa Médica Hunter, e seus colegas. “Neste estudo piloto, duplo cego, controlado por placebo e randomizado, nos propusemos a investigar se a suplementação de zinco entre adultos pré-diabéticos melhora a glicemia de jejum, o índice HOMA (um índice de resistência à insulina) e, finalmente, previne o desenvolvimento do diabetes tipo 2.”

O estudo incluiu 55 pacientes pré-diabéticos residentes em Bangladesh, que é uma das regiões mais deficientes de zinco do mundo. Os indivíduos receberam 30mg de sulfato de zinco ou um placebo diariamente, durante seis meses. A glicemia de jejum, parâmetros HOMA – incluindo a função das células beta do pâncreas, a sensibilidade e resistência à insulina, zinco sérico e os lipídios foram medidos no início e no final do estudo.


No final do período do tratamento, os participantes que receberam zinco apresentaram menor concentração de glicose em jejum, em comparação com o grupo placebo, bem como em comparação com os níveis medidos no seu próprio grupo no início do estudo. A função da célula beta, a sensibilidade e a resistência à insulina também melhoraram entre aqueles que receberam zinco.

Como potenciais mecanismos, os autores observam que o zinco é necessário para a ação da insulina e metabolismo de carboidratos, para moderar os níveis de citocinas inflamatórias, que podem destruir as células beta, para a prevenção de polipeptídio amiloide das ilhotas de se agregarem em fibras amiloides, que têm um efeito tóxico sobre as células beta, para reduzir o estresse oxidativo e outras funções de proteção.

“Do nosso conhecimento, este é o primeiro estudo a mostrar uma melhora no processamento da glicose usando parâmetros HOMA em participantes com pré-diabetes”, Dr. Islam e associados anunciaram.

Fonte: http://www.lifeextension.com/newsletter/2016/4/Zinc-supplementation-associated-with-better-glucose-handling-in-prediabetics/Page-01?utm_source=eNewsletter&utm_medium=email&utm_content=Header&utm_campaign=EZXX00E

Existe gordura boa no organismo?

As células de gordura branca são responsáveis por armazenar energia excedente consumida em forma de gordura, já as células de gordura marrom têm como principal característica serem termogênicas, ou seja, regulam a produção de calor e, consequentemente a temperatura corporal, para isso queimam energia excedente. As células de gordura marrom estão mais presentes em recém-nascidos e filhotes de mamíferos. Muitos estudos têm se concentrado em como transformar células de gordura branca em células de gordura marrom. Mas, para isso, é necessário encontrar um método eficaz e viável economicamente para medir, sem risco para a saúde, a atividade da gordura marrom no organismo.

Um estudo realizado pelos pesquisadores da Universidade de Bonn, na Alemanha, publicado na revista Nature Communications, mostrou que uma pequena amostra de sangue pode ser suficiente para medir essa atividade. O estudo, feito em camundongos e em um pequeno coorte de humanos, mostrou o microARN-92ª como uma possível medida indireta da atividade de consumo de energia das células de gordura marrom.

O professor Alexander Pfeifer, diretor do Instituto de Farmacologia e Toxicologia da Universidade de Bonn, vem investigando a gordura marrom em ratos durante anos. Ele foi tentando entender como transformar células de gordura branca desfavorecidas, em marrons, que consomem energia. Mas precisava se chegar ao marcador que tornasse possível medir a atividade das células marrom.

Em colaboração com a Universidade de Maastricht (Holanda), Turku (Finlândia) e do Hospital Universitário Hamburg-Eppendorf, os pesquisadores encontraram uma maneira fácil de exibir atividade de gordura marrom: microARN-92ª. Os microARNs são conhecidos por serem responsáveis ​​pela regulação de genes. Os pesquisadores mostraram, pela primeira vez, que as células de gordura marrom entregam esses microARNs para o sangue por meio de exossomos, que "podem ser vistos como pequenos pacotes fornecidos pelas células de gordura marrom por meio da circulação”. Mais ainda não se sabe como se dá tal mecanismo.

Muitos microARNs foram investigados durante a investigação e verificou-se que o o microARN-92ª está presente em humanos e camundongos, e está relacionado à atividade de gordura marrom. Sempre que miR-92ª é baixo na circulação, as pessoas são capazes de queimar um grande quantidade de energia com a gordura marrom. Para provar a conexão em seres humanos, os cientistas testaram 41 participantes da Finlândia e Países Baixos. "Nós encontramos uma relação significativa entre a atividade de gordura marrom e miR-92ª, que precisa ser comprovado em coortes maiores", afirmam os pesquisadores.

O biomarcador pode habilitar testes de eficácia de novos fármacos. "O miR-92ª  parece ser um promissor biomarcador para testar novas drogas em matéria de redução de peso ou transição de gordura branca para gordura marrom em seres humanos”, destacam.

Estudo de referência: Yong Chen, Joschka J. Buyel, Mark J. W. Hanssen, Franziska Siegel, Ruping Pan, Jennifer Naumann, Michael Schell, Anouk van der Lans, Christian Schlein, Holger Froehlich, Joerg Heeren, Kirsi A. Virtanen, Wouter van Marken Lichtenbelt, Alexander Pfeifer. Exosomal microRNA miR-92a concentration in serum reflects human brown fat activity.Nature Communications, 2016; 7: 11420 DOI: 10.1038/ncomms11420

Fonte: http://www.abeso.org.br/noticia/existe-gordura-boa-no-organismo-

Água alcalina faz bem para a saúde?

Aumentar o consumo de água se associa com vários benefícios dietéticos

Um estudo recente que analisou os hábitos alimentares de mais de 18.300 adultos norte-americanos encontrou que a maioria das pessoas que aumentaram seu consumo de água (água corrente ou geladeira ou garrafa) em 1%, reduziram sua ingestão calórica diária total, bem como a ingestão de gordura saturada, açúcar, sódio e colesterol.

As pessoas que aumentaram seu consumo de água por 1, 2 ou 3 copos por dia diminuíram o consumo total de energia em 68 a 205 calorias diárias e a ingestão de sódio em 78 a 235 miligramas, de acordo com um estudo realizado pelo professor de cinesiologia e saúde comunitária Ruopeng An da Universidade de Illinois. Também consumiram entre 5 a 18 gramas a menos de açúcar e diminuíram o consumo de colesterol em 7 a 21 miligramas diários.

"O impacto da ingestão de água corrente sobre a dieta foi similar em todas as raças/etnias, níveis de educação e de renda e condição de peso corporal", disse An. "Esta descoberta indica que poderia ser suficiente projetar e fornecer intervenções nutricionais universais e campanhas de educação que promovam o consumo de água corrente para substituir de bebidas calóricas em diferentes subgrupos populacionais sem grandes preocupações sobre a personalização da mensagem e estratégias".

Na examinou dados de 4 grupos (2005-12) da Pesquisa Nacional de Exame Nutricional e Saúde efetuadas pelo Centro Nacional de Estatísticas de Saúde. Foi solicitado aos participantes que recordassem o que comeram e beberam durante 2 dias que estavam separados por entre 3 a 10 dias.

No estudo calculou a quantidade de água corrente que consumiu cada pessoa como porcentagem da ingestão dietética de agua diária de alimentos e bebidas combinados. As bebidas como o chá preto sem açúcar, chá de ervas e café, não foram contabilizadas como fontes de água corrente, mas o seu teor de água foram incluídos no cálculo An do consumo de água dietética total dos participantes.

Em média, os participantes consumiram cerca de 4,2 copos de água corrente em forma diária, correspondendo a pouco mais de 30% do total de água dietética ingerida. A ingestão calórica média dos participante foi de 2.157 calorias, incluindo 125 calorias de bebidas açucaradas e 432 calorias de alimentos não essenciais, que correspondem a alimentos pouco nutritivos com alto conteúdo calórico, como sobremesas, massas e lanches mistos que agregam variedade, mas não são necessários para uma dieta saudável.

Um aumento pequeno, mas estatisticamente significativo de 1% no consumo diário de água corrente dos participantes foi associado a uma diminuição por parte dos participantes de 8,6 calorias na ingestão enérgica diária, como assim também com leves reduções da ingestão de bebidas açucaradas e alimentos não essenciais, juntamente com o consumo de gordura, açúcar, sódio e colesterol.

Embora An tenha descoberto que a diminuição foi maior entre os homens e adultos jovens e de mediana idade, sugere que pode estar associado com uma maior ingestão calórica diária nestes grupos.


Referências:

R. An, J. ‎McCaffrey. Plain water consumption in relation to energy intake and diet quality among US adults, 2005-2012. Journal of Human Nutrition and Dietetics, 2016; DOI: 10.1111/jhn.12368