quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Diabetes tem relação com a sua rotina: entenda melhor


Todo mundo já sabe que o diabetes é uma doença cujas estatísticas têm aumentado todos os dias. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o diabetes tipo 2 está entre as 4 doenças não transmissíveis com maior prevalência no mundo todo! E sabe o que? É evitável! Agora uma vez instalada é muito difícil tratar… Hoje não existe tratamento ouro, mas a mudança de estilo de vida é uma das prioridades.

O diabetes tipo 2 é consequência de um estilo de vida não saudável?

O diabetes tipo 2 não se desenvolve de uma hora pra outra numa pessoa como é o caso do diabetes do tipo 1 que acontece quando o pâncreas pára de produzir insulina.

O diabetes tipo 2 é uma doença que se desenvolve bem mais lentamente… Ela começa geralmente com uma condição conhecida como resistência à insulina. A pessoa, ao contrário de um portador de diabetes tipo 1, produz insulina, mas as células são resistentes à ação da insulina. Então as células não reconhecem a insulina que é a responsável por abrir os canais por onde a glicose (o açúcar do sangue) passa para dar energia pras células. Se a glicose não entra nas células ele fica circulando em grandes quantidades no sangue e acho a essa altura você já adivinhou né? Hiperglicemia crônica e sofrimento celular!

Essa glicose em excesso no sangue leva às complicações metabólicas associadas à diabetes tipo 2: problemas na retina, nos rins, problemas na circulação, derrames e infartos.

Prevenção e tratamento no diabetes

O diabetes é uma doença que pode ser evitada se a resistência à insulina for detectada precocemente e a abordagem central na prevenção e tratamento da resistência à insulina é uma mudança no estilo de vida e se necessário, medicação.

Os estudos que tentam explicar melhor o que acontece no corpo no desenvolvimento do diabetes estão sempre focados em quantidade e qualidade de consumo alimentar, atividades físicas e medicação.

No entanto, outros fatores estão sendo investigados. Os fatores circadianos (relacionados aos ritmos biológicos) como excesso de exposição à luz durante a noite, o momento em que as pessoas comem durante o dia e ciclo sono-vigília são também muito importantes na prevenção e tratamento da resistência à insulina, como bem escreveu a nutricionista Rosana Dantas no seu livro “A melatonina não serve só para te fazer dormir”.

Distúrbios dos ritmos e diabetes tipo 2

Em uma revisão muito interessante recentemente publicada na revista Nature, pesquisadores descreveram como um distúrbio nos ritmos biológicos pode aumentar as chances de uma pessoa desenvolver resistência à insulina e diabetes tipo 2.

O sistema circadiano é regulado pelo ciclo claro/escuro ambiental, ou seja do dia e da noite durante as 24h e toda nossa fisiologia se adapta a essas mudanças que acontecem invariavelmente todos os dias da nossa vida!

Então nosso corpo durante o dia, tem um metabolismo diferente do que acontece durante a noite.

Alguns exemplos: o hormônio cortisol tem um pico no início da manhã que é uma hora em que o corpo precisa de energia para começar o dia. O cortisol, entre outras coisas, vai nos estoques energéticos buscar essa energia extra necessária pra gente se levantar e começar o dia (já que, normalmente, ficamos um jejum durante nossas horas de sono)! Outros hormônios relacionados diretamente com nosso metabolismo como a insulina e a leptina também têm seus picos durante o dia, já que, desde que o mundo é mundo somos seres diurnos e fazemos nossas refeições durante o dia!

Só que hoje temos luz elétrica, então acabamos ficando mais tempo acordados e pior, às vezes ficamos horas antes de dormir olhando pro celular ou pra TV… resultado? Dormimos mais tarde que nossos ancestrais e a fome acaba vindo e acabamos comendo neste momento onde não tem níveis de insulina suficientes para colocar a glicose dentro das células. Nosso corpo tolera melhor a glicose durante o dia e menos durante a noite. E esse excesso de glicose acaba ficando na circulação. Se isso acontece cronicamente a resistência à insulina pode se estabelecer.

Rotina é tão importante quanto comer e ser ativo!

O que acontece é que, se nosso comportamento está desalinhado com nossos ritmos biológicos, isso pode contribuir à um estresse metabólico e causar o desenvolvimento da resistência à insulina, ou seja, nossos ritmos de sono e vigília e de ingestão de alimentos devem estar alinhados aos ritmos dos nossos relógios biológicos que determinam os ritmos da circulação de vários hormônios no nosso corpo. Várias evidências têm confirmado a hipótese de que uma ruptura dos ritmos circadianos contribui para o desenvolvimento do diabetes tipo 2.

Estudos em humanos mostraram que um desalinhamento dos ritmos leva uma queda na tolerância à glicose. Algumas alterações genéticas associadas à regulação dos ritmos levam à intolerância à insulina (A Rosana fala sobre isso muito bem no livro dela). Outros estudos têm associado resistência à insulina também a problemas na qualidade e duração do sono.

Eu acredito que em breve serão adicionados tratamentos com foco nos ritmos biológicos ao protocolo de prevenção e tratamento da resistência à insulina, síndrome metabólica e diabetes. Colocar os ritmos biológicos em evidência pode fazer parte do tratamento para várias patologias no (espero próximo) futuro.

sábado, 23 de fevereiro de 2019

Glifosato: mitos e verdades sobre um dos agrotóxicos mais usados do mundo

Seguro ou cancerígeno? Substância continua sendo usada mundo afora enquanto agências de regulação e instituições de pesquisa divergem sobre sua toxicidade.

Veja mais em https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/bbc/2019/02/23/glifosato-mitos-e-verdades-sobre-um-dos-agrotoxicos-mais-usados-do-mundo.htm

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Trabalho de polinização das abelhas foi estimado em 43 bilhões no Brasil

Vale a pena assistir ao vídeo em: https://www.valor.com.br/video/5999696748001/trabalho-de-polinizacao-das-abelhas-foi-estimado-em-r-43-bilhoes-no-brasil?fbclid=IwAR3Jfq4U8eyFN7wahHQY2axnAUCKXdsjZIRgq2jmeEfdTA_UP1PXmZe0lfo

Cidades devem pensar em árvores como infraestrutura de saúde pública

Respirar ar puro é o sonho de qualquer morador de uma grande cidade, ainda que ele goste muito do meio urbano. E as ruas arborizadas, além de bonitas e agradáveis, são comprovadamente benéficas para a saúde física e mental. Então, porque não incluí-las nas verbas de financiamento da saúde? É isso que questiona a organização The Nature Conservancy, que criou um documento onde explica e demonstra em números as razões pelas quais isso deve ser feito.

Um White Paper é uma espécie de guia, um documento oficial, que detalha um determinado problema, indicando causas, conceitos e, principalmente, soluções para enfrentá-lo. O documento tem com base os Estados Unidos, onde se gasta menos de um terço de 1% dos orçamentos municipais em plantio e manutenção de árvores e, como resultado, as cidades norte-americanas perdem quatro milhões de árvores por ano.

“Imagine se houvesse uma ação simples que os líderes da cidade pudessem tomar para reduzir a obesidade e a depressão, melhorar a produtividade, aumentar os resultados educacionais e reduzir a incidência de asma e doenças cardíacas entre seus residentes. As árvores urbanas oferecem todos esses benefícios e muito mais” afirma a organização.

Mas, sabemos, alguns só se convencem quando os números entram na jogada. Por isso, foi estimado que gastar apenas oito dólares por pessoa, uma vez por ano, em média, em uma cidade americana poderia suprir a lacuna de financiamento e impedir a perda de árvores urbanas e todos os seus benefícios potenciais. Apesar do número não ser uma sugestão de valor, ele mostra que o investimento não é impossível.

Investimento desigual

O investimento no plantio de novas árvores – ou mesmo em cuidar daquelas que existem – é perpetuamente subfinanciado. Apesar das evidências, diz o relatório, as cidades estão gastando menos em árvores do que nas décadas anteriores.

Além disso, com muita frequência, a presença ou ausência da natureza urbana está ligada ao nível de renda de um bairro, resultando em enormes desigualdades na saúde. Em algumas cidades americanas, as expectativas de vida em diferentes bairros, localizadas a poucos quilômetros de distância, podem diferir em até uma década. Nem toda essa disparidade de saúde está conectada à cobertura arbórea, mas os pesquisadores estão cada vez mais certos de que bairros com menos árvores têm piores resultados de saúde, por isso a desigualdade no acesso à natureza urbana piora estes diferentes níveis de saúde.

Como ter mais árvores na cidade

O documento traz uma série de dicas que podem ser aplicadas pelo poder público e privado. Confira abaixo as principais delas:

Implementação de políticas para incentivar o plantio privado de árvores.
Mais trocas municipais que facilitem a colaboração de vários departamentos, como órgãos de saúde pública e agências ambientais.
Vincular o financiamento de árvores e parques a metas e objetivos de saúde.
Investir tempo e esforço na educação da população sobre os benefícios tangíveis da saúde pública e o impacto econômico das árvores.

Fonte: 

Usar Cannabis uma única vez pode alterar o cérebro do adolescente

O uso de maconha, mesmo feito apenas uma ou duas vezes, pode alterar significativamente o volume de substância cinzenta (VSC) em várias partes do cérebro em desenvolvimento do adolescente, sugere nova pesquisa.

Após analisar dados de um grande programa de pesquisa avaliando o desenvolvimento do cérebro adolescente e a saúde mental, pesquisadores descobriram que algumas regiões ricas em receptores canabinoides encontram-se alteradas de forma significativa nos adolescentes que referem ter usado muito pouca Cannabis.

"Quisemos estudar os efeitos da exposição a pequenas quantidades de maconha, porque, apesar do efeito direto das grandes quantidades de Cannabis e de outras drogas já ter sido analisado, o efeito do uso leve ainda é bem pouco estudado", disse ao Medscape o copesquisador Dr. Hugh Garavan, professor de psiquiatria na University of Vermont em Burlington, nos Estados Unidos.

Os achados foram publicados on-line em 14 de janeiro no periódico Journal of Neuroscience.

Amostra homogênea

Apesar de estudos feitos anteriormente terem demonstrado tanto aumento como redução do volume do cérebro humano pelo uso de maconha, a maior parte destas pesquisas foi feita com usuários regulares de grandes quantidades da droga, que também eram tabagistas e etilistas, disse Dr. Hugh.

"Algumas pesquisas com modelos animais demonstraram que mesmo um único uso pode causar efeitos na capacidade e no cérebro, e nós tínhamos esta grande amostra, possibilitando pesquisar adolescentes que informaram ter usado pouco a substância", disse o pesquisador.

Utilizando dados do projeto de pesquisa europeu IMAGEN, com 2.400 participantes, os pesquisadores identificaram quem informou ter usado maconha somente uma ou duas vezes. Esses participantes foram então pareados com participantes de controle utilizando várias variáveis.

Todos os participantes negaram o uso de quaisquer outras substâncias ilícitas e nenhum informou utilizar uma substância controle fictícia, a relevina, o que corroborou a fidedignidade das métricas descritas.

Os dois grupos foram pareados por: idade; mão dominante; desenvolvimento puberal; quociente de inteligência (QI), determinado pela pontuação em uma escala de compreensão verbal e de raciocínio perceptivo; nível socioeconômico; volume da substância cinzenta total; uso de bebidas alcoólicas; e uso de nicotina.

Foram recrutados adolescentes cujos quatro avós eram da mesma nacionalidade do participante, tornando a amostra homogênea em termos raciais e étnicos.

Imagens do cérebro

Nos oito centros do estudo IMAGEN foi realizada ressonância nuclear magnética e morfometria por voxel (MBV) para comparar o volume da substância cinzenta entre os grupos.

magens cruas ponderadas em T1 foram avaliadas em relação à existência de anomalias anatômicas ou artefatos, como movimentação da cabeça ou erros de reconstrução.

Após o processamento da morfometria por voxel, as imagens foram analisadas novamente em busca de erros na segmentação dos tecidos ou a normalização nos espaços definidos pelo Montreal Neurological Institute (MNI). Todas as imagens que não passaram no controle de qualidade foram excluídas.

Havia dados disponíveis sobre um subgrupo de participantes usuários de maconha de 14 anos de idade, com acompanhamento de dois anos para uso de substâncias ilícitas, capacidade cognitiva e psicopatologia aos 16 anos de idade. Isto permitiu a análise das diferenças do volume da substância cinzenta relacionadas com o uso de Cannabis para o futuro desempenho funcional nestas áreas.

Dos 47 adolescentes que informaram ter usado maconha apenas uma ou duas vezes, um foi excluído devido à má qualidade das imagens obtidas. Sendo assim, 46 adolescentes usuários de Cannabis foram incluídos na análise.

Os pesquisadores também identificaram 69 participantes que nunca tinham usado a droga aos 14 anos, mas que referiram ter usado pelo menos 10 vezes na consulta de acompanhamento dois anos depois.

Isto permitiu aos pesquisadores determinar se as diferenças entre o grupo que utilizou maconha e o grupo de controle podem ter precedido o uso da droga.

O uso de outras substâncias foi avaliado no início (aos 14 anos) e no acompanhamento (aos 16 anos) utilizando o European School Survey Project on Alcohol and Other Drugs , questionário que computa o uso de bebidas alcoólicas, Cannabis, uma vasta variedade de substâncias ilícitas e a medida de controle fictícia relevina.

Os participantes informaram o quão frequentemente usaram cada uma das substâncias durante sua vida, nos últimos 12 meses, nos últimos 30 dias e nos últimos sete dias, utilizando uma escala de sete pontos. Os participantes também informaram a idade na qual experimentaram cada uma das substâncias usadas.

Achado tentador

Adolescentes que informaram ter usado maconha apenas uma ou duas vezes apresentaram maior volume da substância cinzenta em várias regiões cerebrais ricas em receptores canabinoides quando comparados com os não usuários.

As regiões com maior volume da substância cinzenta foram: o lobo temporal bilateral, o córtex cingulado posterior bilateral, os giros linguais e o cerebelo.

"Não sabemos ao certo a razão. Também não sabemos com certeza se as diferenças de volume da substância cinzenta são decorrentes do uso de Cannabis", disse Dr. Hugh.

"É ainda plausível que estas diferenças do volume da substância cinzenta tenham precedido o uso de maconha. Pode ser que as diferenças de volume da substância cinzenta não sejam consequência do uso de Cannabis, mas sejam a razão que levou o adolescente a usar a droga", acrescentou o professor.

Os usuários de maconha tiveram maior pontuação na busca de sensações e algumas medidas de ansiedade em comparação com os não usuários. Entretanto, os pesquisadores não têm certeza se isto foi resultado das diferenças no volume da substância cinzenta ou algum outro fator desconhecido.

"Eu acho que devemos investigar mais profundamente", disse o pesquisador.

"É preciso tentar replicar qualquer achado, especialmente em se tratando de algo tão instigante. Queremos ver se o achado tem mesmo importância e devemos ter cautela ao tirar conclusões".

Achados contrários às expectativas

Comentando os achados para o Medscape, o Dr. William Chow, neurologista e professor adjunto de clínica na University of California em Los Angeles, disse que alguns outros estudos sugeriram a "diminuição do volume cerebral nos lobos temporais nos participantes que fizeram uso de Cannabis".

"Entretanto, eu acho que isto só significa que há variabilidade nos estudos de imagem", disse Dr. William. "Nós ainda não entendemos muito bem o efeito da Cannabis no cérebro".

Também comentando o estudo, Dr. Alex Dimitriu, psiquiatra e médico do sono em Menlo Park, na Califórnia, disse ao Medscape que "os achados parecem ser contrários às expectativas".

"É surpreendente ver que o uso tão mínimo de Cannabis leve a qualquer modificação mensurável das estruturas cerebrais ou seus volumes", disse Dr. Alex, que não participou do estudo.

"Ainda não foi esclarecido se ter mais substância cinzenta é melhor ou pior para o cérebro em desenvolvimento do adolescente, mas persiste o fato de que mesmo o uso em quantidades mínimas causa alterações" acrescentou.

Os autores do estudo informaram não ter conflitos de interesses relevantes. A lista completa de patrocinadores do estudo está disponível no artigo original.

J Neurosci. Publicado on-line em 14 de janeiro de 2019. 

Cientistas alertam para a urgência de política de proteção para polinizadores

O Brasil possui 191 culturas agrícolas utilizadas para a produção de alimentos - que se tem conhecimento sobre o processo de polinização - das quais 60% são visitadas por polinizadores. São diversas as causas que ameaçam o serviço ecossistêmico de polinização, mas o uso de agrotóxicos são os que geram maior preocupação.

A conclusão é do Relatório Temático sobre Polinização, Polinizadores e Produção de Alimentos no Brasil – e seu respectivo sumário para Tomadores de Decisão – lançado nesta quarta-feira (6/2) pela Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES) e pela Rede Brasileira de Interações Planta-Polinizador (Rebipp). O relatório segue os moldes do diagnóstico global de polinização, lançado em 2015.

Em termos monetários, a polinização representou R$ 43 bilhões em 2018 para o país. Para quantificar, os pesquisadores da Rebbip calcularam o produto da taxa de dependência de polinização pela produção anual considerando 67 cultivos. A soja responde por 60% deste valor, seguida do café (12%), pela laranja (5%) e pela maçã (4%).

No caso da berinjela, por exemplo, a presença do polinizador específico gera um incremento de cerca de 180g por unidade no produto final, segundo Kayna Agostini, professora da Universidade Federal de São Carlos e coordenadora do estudo. “Isso, na prateleira, faz diferença para o produtor”, pontua.

O relatório demonstra como a vulnerabilidade do serviço ecossistêmico de polinização, como a perda de habitat, mudanças climáticas e, principalmente, o uso de agrotóxicos coloca em risco a produção de alimentos e a conservação da biodiversidade.

A lista de visitantes das culturas agrícolas supera 600 animais, dos quais no mínimo 250 com potencial de polinizador, sendo as abelhas predominantes, representando 66% das espécies, além dos besouros, borboletas, mariposas, aves, vespas, moscas, morcegos e percevejos. 

O relatório aponta o manejo de polinizadores nativos como uma oportunidade ainda pouco explorada. O país possui uma grande diversidade de espécies sem ferrão que, além de produzirem méis de qualidade e de alto valor agregado, proveem a polinização de diversos cultivos agrícolas. De acordo com o documento, apenas 16 espécies são manejadas. E há muito o que se aprender, neste sentido, com as práticas de manejo associadas ao conhecimento local e indígena.

28 livros sobre bioconstrução, permacultura e agroecologia para baixar gratuitamente

Jardinagem, horta, apicultura, reciclagem, agroecologia, permacultura, bioconstrução e vida sustentável. Estes são alguns dos temas tratados em um compilado de manuais práticos e gratuitos reunidos pela plataforma espanhola Ideas Verdes.

O CicloVivo sempre disponibiliza cartilhas e manuais gratuitos sobre os mais diversos temas relacionados à sustentabilidade. Esta no entanto é talvez a maior biblioteca digital com os assuntos mais variados encontrados em um só lugar.

Logicamente, é difícil saber por onde começar com tanta opção boa. Por isso, o próprio site destacou alguns livros em uma lista, confira abaixo.

Permacultura e agroecologia

John Seymour – El Agricultor Autosuficiente

John Seymour – La Vida En El Campo

Fukuoka – La Revolucion De Una Brizna De Paja

Fukuoka – La Senda Del Cultivo Natural

Bill Mollison – Introduccion A La Permacultura

Bill Mollison – La Parabola Del Pollo

Bill Mollison – El Momento Mas Terrible Del Dia

David Holmgren – La escencia de la permacultura

David Holmgren – Dinero Vs Energía fósil

Emilia Hazelip – Coleccion De Agricultura Sinergica

Jairo Restrepo – ABC agricultura organica y harina de rocas

Jairo Restrepo – Abonos Organicos Fermentados

G.E. Xoriguer – Manual Practico para Construir Cajas Nidos

Mariano Bueno – Como Hacer Un Buen Compost

Josep Rosello – Como Obtener Tus Propias Semillas

Jerome Goust – El Placer De Obtener Tus Semillas

Fernandez-Pola – Cultivo De Plantas Medicinales Y Aromaticas

Bioconstrução

Predes – Construccion De Vivienda En Adobe

Gernot Minke – Manual De Construcción Con Paja

Gernot Minke – Manual De Construccion En Tierra

Gernot Minke – Techos Verdes

Johan Van Lengen – Cantos Del Arquitecto Descalzo

Johnny Salazar – Construyendo Con COB

Elias Rosales Escalante – Manual De Tratamiento De Aguas Grises

Bill Steen – La Casa De Fardos De Paja

Lourdes Castillo Castillo – Sanitario Ecológico Seco

Gustavo San Juan – Manual De Construccion De Calentador Solar De Agua

Pedro M. Molina – Como Hacer Hornos De Barro

As publicações estão em Espanhol e podem ser baixadas no link abaixo.

Suplementação com Semente de Uva e Probiótico em ratos, promoveu emagrecimento e melhora de parâmetros metabólicos

Estudo investigou o efeito da combinação de farinha da semente de uvas (SUV) rica em polifenóis (prebiótico) e bactérias do ácido lático (BAL) derivadas do Kefir - 1x1010 UFC de Leuconostoc mesenteroides (LCM) e 1x109 UFC de Lactobacillus kefiri (probiótico) sobre doença metabólica relacionada à obesidade e induzida por dieta rica em gorduras (DRG) em cobaias.

Os ratos foram divididos em 6 grupos: dieta acrescida com 6% de celulose microsalina (grupo controle); dieta acrescida com 5% de SUV; dieta acrescida com 10% de SUV; dieta acrescida com 5% de SUV + BAL; dieta acrescida com 10% de SUV + BAL; e dieta acrescida com BAL por 9 semanas. Ao final do estudo foram coletadas amostras de sangue e de tecido do fígado, intestino e epidídimo, e foi avaliado, também, o conteúdo do ceco.

Os autores verificaram que a suplementação com SUV, BAL isoladas ou associadas reduziu significativamente o ganho de peso das cobaias comparado ao grupo controle, mesmo sem diferença na ingestão energética total. 

O grupo com maior porcentagem de SUV acrescido de BAL foi o que mostrou maior redução de ganho de peso entre os grupos (p<0 2h="" 80="" a="" acrescido="" adiposo="" agcc="" apresentaram="" bal="" ceco="" colesterol="" com="" compara="" concentra="" controle.="" controle="" curva="" das="" de="" deos="" do="" e="" em="" encontrada="" encontrado="" es="" foi="" glic="" glicemia="" grupo="" grupos="" hep="" insulin="" insulinemia="" interven="" jejum="" ldl="" m="" maior="" mica="" nbsp="" neas="" no="" o="" os="" p="" peso="" porcentagem="" quantidade="" que="" redu="" sangu="" suv="" tamb="" tecido="" tico="" todos="" total="" triglicer="">

Foi encontrada uma relação negativa significante entre a quantidade de AGCC e o peso do tecido adiposo. Na análise genética, 6095 genes foram suprimidos enquanto outros 4509 foram super expressos com a suplementação com alta dose de SUV, BAL e alta SUV+BAL, entre estes genes relacionados à resposta de fase aguda, angiogênese, lipopolissacaridases, ácidos graxos, lipase, sistema imonológico, oncogênese, entre outros.

Com isso, os autores concluíram que o consumo combinado de SUV + BAL reduziu a inflamação sistêmica e adipogênese no tecido adiposo, a permeabilidade intestinal, a resistência insulínica, a tolerância glicêmica, em resposta a DRG, e pode fornecer benefícios de sinergismo na prevenção da obesidade e da doença metabólica relacionada à obesidade por meio de alterações da permeabilidade intestinal e expressão de genes adipogênicos.

Referência: 
Cho YJ et al. Antiobesity Effect of Prebiotic Polyphenol-Rich Grape Seed Flour Supplemented with Probiotic Kefir-Derived Lactic Acid Bacteria. J Agric Food Chem. 2018 Nov 28;66(47):12498-12511.

Parecer técnico da ASBRAN sobre o Jejum Intermitente

Na semana passada a Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN) emitiu um parecer técnico sobre Jejum Intermitente (JI), visto que é uma estratégia que está na moda e ainda não há nada 100% conclusivo sobre ela. 

Em 2015 escrevi um mega texto aqui sobre o tema, com o auxílio de uma amiga Nutricionista (Samara Bergameli) e já naquela época, deixávamos claro que o JI não é para todos os pacientes e muito menos a estratégia salvadora nos casos de emagrecimento.

Discordo em alguns pontos do parecer, mas no geral ele deixa claro o que há de científico até o momento sobre o Jejum. 

Resumindo:
  1. O JI é uma estratégia assim como a restrição calórica contínua (RCC). Há superioridade dele, quando comparado à restrição calórica contínua? Não. Tem pessoas que tem melhores resultados com JI do que com RCC? Sim. 
  2. Estudos em longo prazo não mostram a segurança do JI. Porém, já sabemos que há populações no mundo que simplesmente pulam algumas refeições, exemplo: pulam café da manhã e não há efeitos deletérios até o momento. 
  3. Nosso corpo está adaptado para ficar algumas horas sem se alimentar. Fazemos isso quando dormimos: Jejum de 8 horas. Pq então um jejum de 16 horas seria prejudicial? Poderia ser prejudicial de acordo com o quadro do paciente. Já vi pacientes agravarem quadros psiquiátricos com Jejum. Pacientes desencadearem enxaqueca por jejum. Diabéticos tipo 1 fazerem hipoglicemia em decorrência de Jejum. Ou seja, a estratégia existe, mas mais importante que isso, existe o paciente e suas individualidades. 

PARECER TÉCNICO No. 01/2019
ASSUNTO: JEJUM INTERMITENTE

O jejum intermitente (JI) compreende um padrão alimentar no qual o indivíduo se submete de forma voluntária a períodos de privação de alimentos, com reduzida ou nenhuma ingestão energética, intercalados por períodos de ingestão normal de alimentos e bebidas, a depender do protocolo, podendo ocorrer restrição em dias alternados, jejum de dia inteiro e jejum de tempo limitado. 
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Os efeitos benéficos comumente atribuídos ao JI envolvem a perda de peso, alterações no metabolismo energético, na composição corporal, melhora na microbiota intestinal, glicemia e marcadores de risco cardiometabólico e efeitos relacionados ao retardo no envelhecimento. O jejum intermitente ganhou popularidade ao longo da última década, apesar da prática ser mundialmente realizada desde a antiguidade, especialmente por grupos religiosos, dentre estes os budistas, cristãos, muçulmanos e hindus e, mais recentemente, sua utilização vem sendo disseminada na prática dos nutricionistas.
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Devido a sua grande repercussão, o grupo de pareceristas da Associação Brasileira de Nutrição - ASBRAN emitiu um parecer técnico sobre o assunto.

CONSIDERANDO:

1. As investigações sobre a perda de peso entre indivíduos obesos e com sobrepeso sugerem perdas de peso e de massa magra equivalentes entre JI e restrição energética contínua (REC).

2. Os protocolos sugeridos de restrição alimentar podem favorecer comportamentos de compulsão
alimentar em dias de consumo alimentar. 

3. A hipótese mais aceita cientificamente quanto à gênese da obesidade e demais doenças crônicas não transmissíveis está fortemente associada à falta de estilo de vida saudável (alimentação inadequada e sedentarismo) e não necessariamente ao fracionamento ou intervalos menores ou maiores de alimentação. 

4. O que determina de forma plausível, entre outras consequências, o desequilíbrio na oferta de nutrientes e ingestão de calorias são as mudanças envolvendo a substituição de alimentos in natura ou minimamente processados de origem vegetal e preparações culinárias à base desses alimentos por produtos industrializados prontos para consumo, com alta densidade calórica, de acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira. Ainda, tais alterações nos hábitos alimentares são observadas com grande intensidade no Brasil. Esses fatores são preponderantes para o ganho de peso ou sua manutenção, e não a ingestão calórica diária ou seu fracionamento.

5. Os ensaios publicados nas demais situações como diabetes, câncer, nas doenças cardiovasculares, entre outras, até o presente, não são suficientes para confirmar as hipóteses de reversão ou atenuação desses eventos, uma vez que não há estudos controlados acerca dessas observações. Os estudos experimentais que mostram possíveis benefícios para tais doenças não fornecem ainda segurança em seu uso.

6. As recomendações usuais de fracionamento do número de refeições com intervalos de 2 a 3 horas promovem maior oferta e biodisponibilidade dos nutrientes, manutenção de níveis sanguíneos constantes de compostos bioativos, redução de episódios compulsivos, redução do nível de cortisol sanguíneo, aumento das concentrações de hormônios intestinais envolvidos na saciedade e menores níveis plasmáticos de insulina e glicose. Portanto, não há subsídios científicos suficientes para que não seja seguido um padrão alimentar baseado em alimentação diária, com refeições fracionadas em 5 ou 6 porções ao longo do dia.

7. Não se tem evidências científicas suficientes provenientes de estudos controlados envolvendo humanos para suportar os benefícios supracitados do JI. 

8. As condutas relacionadas a esta prática têm sido baseadas em estudos realizados com animais e a partir de dados observacionais do jejum religioso (particularmente Ramadã). As diversas religiões que adotam sua prática realizam isso de forma esporádica e sem alteração do padrão alimentar por longo tempo. Além disso, a cultura alimentar religiosa de cada população não tem permitido, por enquanto, a padronização de estudos para que sejam adotados como bem controlados;

9. Os resultados obtidos são advindos de estudos experimentais com amostra reduzida, o que não é suficiente para sustentar com segurança essa prática em seres humanos
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PARECER:

São necessários ensaios clínicos controlados randomizados, especialmente de longo prazo e envolvendo humanos, sob JI versus dietas convencionais de restrição calórica contínua (RCC) que permitam comprovar a eficácia dos efeitos na saúde atribuídos ao JI, bem como as demais repercussões à saúde, sobretudo seus potenciais efeitos adversos. Esses ensaios devem possuir protocolos consensualmente definidos para suportar a adoção do JI como alternativa terapêutica para as diversas situações. 

Portanto, as alegações para sua utilização ainda são insuficientes para sua recomendação.

Destaca-se que uma alimentação adequada e saudável, baseada nos princípios e recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira, orientada por um nutricionista habilitado(a), principalmente quando associada à prática de exercícios físicos e bons hábitos de vida, é capaz de contribuir para a promoção, prevenção, manutenção e recuperação da saúde dos indivíduos e da população. 

Por fim, ressalta-se que é dever do nutricionista analisar criticamente questões técnico científicas e metodológicas de práticas, pesquisas e protocolos divulgados na literatura ou adotados por instituições e serviços, bem como a própria conduta profissional e que, ao realizar a prescrição dietética, o(a) profissional deve: I. considerar o cliente-paciente globalmente, respeitando suas condições clínicas, individuais, socioeconômicas, culturais e religiosas; II. Considerar diagnósticos, laudos e pareceres dos demais membros da equipe multiprofissional, definindo com estes, sempre que pertinente, os procedimentos complementares à prescrição dietética; III. respeitar os princípios da bioética.

BIBLIOGRAFIAS

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10. Louzada MLDC, Ricardo CZ, Steele EM, Levy RB, Cannon G, Monteiro CA. The share of ultra processed foods determines the overall nutritional quality of diets in Brazil. Public Health Nutr. 2018 Jan;21(1):94- 102.
11. Juul F, Martinez-Steele E, Parekh N, Monteiro CA, Chang VW. Ultra-processed food consumption and excess weight among US adults. Br J Nutr. 2018 Jul;120(1):90-100.
12. Barbosa JHP, Ferreira RC, Tenório MB. Jejum intermitente como estratégia para controle de peso e promoção da saúde. In: Associação Brasileira de Nutrição; Hordonho AAC, Coppini LZ, Fidelix MSP, organizadoras. PRONUTRI Programa de Atualização em Nutrição Clínica: Ciclo 6. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2018. p. 123-50. (Sistema de Educação Continuada à Distância)
13. Solomon, T.P.; Chambers, E.S.; Jeukendrup, A.E.; et al. The effect of feeding frequency on insulin and ghrelin responses in human subjects. Br J Nutr; 100: 810–819, 2008.
14. Capasso, R.; Izzo, A.A. Gastrointestinal regulation of food intake: general aspects and focus on
anandamide and oleoylethanolamide. J Neuroendocrinol; 20(Suppl 1): 39–46, 2008.
Brasília-DF, 05 de Fevereiro de 2019. 

Link para o parecer: 

Aumento de 14% no risco de mortalidade com a ingestão de alimentos ultraprocessados

Na semana passada foi publicado um estudo de coorte prospectivo observacional que teve como objetivo avaliar a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados ​​e o risco de mortalidade por todas as causas.

Durante 7,1 anos, acompanharam 44.551 adultos (≥45 anos) franceses e eles preencheram, pelo menos, 3 a 10 recordatórios alimentares de 24h não consecutivos durante os 2 primeiros anos de acompanhamento. No início do estudo foram colhidas informações sobre questões sócio demográficas, estilo de vida, prática de atividade física, peso, altura e dados antropométricos.

Em média, 29,1% das calorias ingeridas no dia, era oriunda de alimentos ultraprocessados . O maior consumo desses alimentos foi associado a adultos jovens (45-64 anos), com menor rendimento financeiro, menor nível de escolaridade, pessoas que vivendo sozinhas, maior IMC, e menor nível de atividade física. 

Após ajustes dos viéses, foi verificado que aumento no consumo de alimentos ultraprocessados foi positivamente associado com mortalidade por todas as causas (P = 0,008), sendo que o aumento de 10% no consumo de alimentos ultraprocessados foi associado a maior risco de mortalidade em 14%.

Os autores concluíram que consumo de alimentos ultraprocessados parece estar associado ao risco de mortalidade global maior adulta. Estudo prospectivos são necessários para confirmar os achados e discutir os mecanismos pelos quais esse alimentos ​​podem afetar a saúde.


Referência: Schnabel L, Kesse-Guyot E, Allès B, Touvier M, Srour B, Hercberg S, Buscail C, Julia C. Association Between Ultraprocessed Food Consumption and Risk of Mortality Among Middle-aged Adults in France. JAMA Intern Med. 2019 Feb 11.

sábado, 9 de fevereiro de 2019

Veja 10 coisas proibidas lá fora e consumidas por nós brasileiros

A reportagem abaixo, foi publicada pelo site https://www.saudecuriosa.com.br/ e é bem interessante.
Alguns dos itens ainda são questionáveis sobre a sua nocividade, mas devemos ficar atentos. Exemplo o salmão da cativeiro e a ractopamina.


Att


Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 RQE 11915


Diversos produtos químicos comumente encontrados em nossos alimentos são muito prejudiciais e chegaram até a ser proibidos lá fora. Muitos aditivos de alimentos, sejam eles industrializados ou não, são considerados perigosos para o consumo e, por isso, são bastante limitados pelos órgãos de inspeção de alimentos, principalmente pela União Européia. Alguns desses aditivos são tão prejudiciais que são proibidos em certos países.


1. Salmão de aquicultura


A ração deste tipo de salmão pode conter diversos aditivos que deixam resíduos na carne, podendo prejudicar até suas qualidades visuais, como cor e textura – então qual é a solução que os produtores encontraram? Mais aditivos para disfarçar os efeitos dos primeiros, principalmente a cantaxantina. Ela é um antioxidante encontrado naturalmente em algas e provê a cor rosada aos animais que a consomem, além de ajudar o sistema imunológico. Até aí, tudo bem; no entanto, a cantaxantina sintética, feita a partir de componentes petroquímicos e vendida em mercados de alimentos de animais pode trazer consequências graves.


Tudo isso sem contar o impacto ambiental que a substância causa: ela pode aumentar o número de parasitas, como o piolho de peixe e, juntamente com medicamentos usados nos tanques para inibir doenças nos peixes, acabar, devido ao mecanismo de seleção natural, fortalecendo microorganismos causadores de enfermidades – estes podem se deslocar pela água e encontrar salmões selvagens, infectando-os e matando-os.


2. Ractopamina


A ractopamina é adicionada à ração de animais de produção, principalmente dos suínos, para ajudar no seu desenvolvimento muscular. Ela é proibida em mais de 50 países porque não há pesquisas suficientes que comprovem sua segurança, mas é permitida pelo Codex Alimentarius dentro de certos limites.


No Brasil, os maiores produtores de carne não utilizam a ractopamina na ração de seus animais porque os importadores não aceitariam, mas muitos ainda insistem em defender o aditivo.


O composto pode ser excretado em fezes animais, se espalhar por campos fertilizados e assim chegar até a água.


Apenas um estudo foi realizado sobre os efeitos nos seres humanos. Foram observados a elevação do ritmo cardíaco e palpitações. Segundo o FDA (órgão norte-americano responsável pelo controle de alimentos), os efeitos nos animais incluem toxicidade e outros risco de exposição, como mudanças de comportamento e problemas cardiovasculares, reprodutivos e endócrinos. A substância também é associada aos altos níveis de estresse no animal, hiperatividade, membros fraturados e morte.


3. Corantes artificiais


Corantes artificiais, que são proibidos na Noruega, Áustria, Finlândia, Reino Unido e na França (e restritos no resto da União Europeia) ainda são encontrados em todos os outros países, em itens como queijos, doces, refrigerantes e muitos outros. O problema desses corantes é que são feitos com elementos derivados do petróleo e do alcatrão e são muio associados a vários tipos de câncer, inclusive no cérebro.


Uma pesquisa feita pela FSA (Agência de Normas Alimentares do Reino Unido) sugere que o consumo de certos corantes artificiais e do conservante benzoato de sódio pode estar ligado ao aumento de hiperatividade no caso de algumas crianças. De qualquer forma, é importante lembrar que a hiperatividade também é associada a muitos outros fatores em adição a certas atividades, portanto, uma dieta supervisionada pode ajudar a administrar o comportamento hiperativo, mas pode não ser uma solução completa. Outros fatores podem incluir parto prematuro, genética e a própria criação.


Na União Europeia, os corantes artificiais são proibidos em 5 países e, nos outros, uma advertência deve ser colocada em toda comida ou bebida que contenha qualquer uma das seis cores – amarelo crepúsculo (E110), amarelo de quinoleína (E104), azorrubina (E122), vermelho 40 (E129), tartrazina (E102) e ponceau 4R (E124). A embalagem deve conter um aviso alegando que pode haver um efeito adverso na atividade e atenção em crianças.


No Brasil, são permitidas cinco das seis cores (amarelo crepúsculo, azorrubina, vermelho 40, tartrazina e ponceau 4R).


4. Frango contaminado com arsênico


Arsênico é uma substância comprovadamente cancerígena, mas é componente comum em medicamentos usados na criação de aves – tem várias finalidades (desde tratamento de doenças até aceleração do crescimento animal). Dos quatro medicamentos que eram utilizados, três foram proibidos no Brasil em 2013 (o que restou é a única alternativa para tratar uma doença chamada histomonose, que costuma atingir perus). Na União Europeia, não se utiliza nenhum deles.


O arsênico aprovado pelo FDA (dos EUA) é orgânico e não causa câncer. No entanto, estudos indicam que o arsênico orgânico pode se transformar em arsênico inorgânico, o que pode gerar câncer e também migrar para lençóis freáticos, contaminando a água.


5. Olestra


Proibido no Reino Unido e Canadá, o olestra é uma gordura adicionada aos salgadinhos prontos para consumo ou que precisam ser aquecidos, como a pipoca de micro-ondas. Ele é um lipídeo sintetizado que frita alimentos e não é absorvido pelo organismo, ou seja, o corpo não acumula calorias em forma de gordura. É considerado perigoso, pois não só evita a gordura indesejada a partir de alimentos, mas também diminui a capacidade do organismo de absorver as vitaminas A, D, E e K. Alguns efeitos colaterais podem ser cólicas, gases e diarreia.


O FDA aprovou o olestra sob a condição de que o fabricante colocasse um aviso sobre a existência do componente no produto. Por fim, ele foi direcionado para produção de tintas e lubrificantes.


No entanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permite o uso do olestra em produtos alimentícios desde que seja colocado um aviso na rotulagem com os dizeres “este produto pode ter aditivo laxativo”. No Reino Unido e no Canadá, o olestra é proibido.


6. Óleo vegetal bromado (BVO)


O BVO é produzido a partir da adição de moléculas de brometo no óleo comum. É proibido em mais de 100 países e muito limitado nos que ainda permitem. Seu consumo a longo prazo está relacionado a muitas doenças.


Inicialmente feito como retardante de chamas em espuma de colchão, hoje a substância é mais comumente encontrada em refrigerantes. Atua como um aditivo estabilizante, garantindo que os elementos não se separem durante o processo de fabricação.


O excesso de bromo no organismo pode desencadear diversos riscos à saúde dos consumidores, como hipotiroidismo, distúrbios de memória, enfraquecimento, tremores, paranoia aguda e bromismo (sintomas do bromismo: perda de apetite, dor abdominal, fadiga, acne, arritmia cardíaca, infertilidade).


7. Hormônio sintético rbST


A somatotropina recombinante bovina (rbST) é uma versão sintética da somatotropina, o hormônio do crescimento, que é usado em vacas para aumentar a produção de leite.


Os resíduos deste aditivo no leite que consumimos já foram associados a infertilidade, fraqueza muscular e câncer de mama e próstata, além de mastite (inflamação das mamas) nas vacas.


É proibido na União Europeia, Canadá, Japão e Oceania. Nos Estados Unidos, é legalizado, porém, sob a restrição de que apresente no rótulo “contém rbST”.


8. Bromato de potássio


Olha o bromo aqui de novo. Mas desta vez, com um uso diferente. Enquanto o BVO está em isotônicos e refrigerantes, o bromato de potássio é usado na panificação, diminuindo o tempo necessário para assar a massa. É proibido na China, Canadá e União Europeia. Também foi proibido no Brasil.


A International Agency for Research on Cancer (IARC – Agência Internacional de Pesquisa em Câncer), órgão ligado à Organização Mundial da Saúde (OMS), classificou o bromato de potássio como um agente possivelmente cancerígeno para humanos.


Essa substância é proibida por lei federal em qualquer quantidade nas farinhas, em preparo de massas e nos produtos de panificação. O uso é considerado crime hediondo, a substância pode causar câncer em fetos se ingerida por gestantes, problemas nos rins, danos ao sistema nervoso, problemas na tireoide, desconforto gastrointestinal e câncer.


Uma boa maneira de identificar o pão com bromato de potássio é verificar se ele esfarela com facilidade.


9. Azodicarbonamida (ADA)


A ADA pode induzir à asma e existem apenas cinco países no mundo que não proíbem este composto, que é utilizado para clarear a farinha e o plástico. O que um componente do plástico está fazendo no meio da nossa comida? Definitivamente, não deveria estar lá.


Também é utilizado pela indústria química na fabricação de solas de borracha de sapatos e tapetes de ioga. Na indústria alimentícia, ele é utilizado em pães e foi proibido em diversos países por ser potencialmente prejudicial à saúde.


Segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) feito em 1999, o composto pode causar problemas respiratórios, como asma e irritações de pele.


No Brasil, a azodicabonamida é legalizada nos padrões de 0,004 g por 100 g de farinha.


10. Conservantes BHA (hidroxianisole butilado) e BHT (hidroxitolueno butilado)


Em 2011, o relatório sobre agentes cancerígenos do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, do Programa Nacional de Toxicologia dos EUA, afirmou que o BHA “é razoavelmente previsto para ser um carcinógeno” e o BHT pode causar intoxicações sistêmicas. Esses conservantes estão em gomas de mascar, cervejas, cereais e até na carne, para evitar a rancificação de óleos e a oxidação. São proibidos no Japão e em grande parte da Europa.


Isso tudo nos faz pensar sobre o surgimento de novas doenças e o grande número de pessoas doentes. A industrialização dos nossos alimentos nos trouxe facilidade e ganho de tempo. Mas, e a nossa saúde? Como fica? Pense nisso!


Fonte: https://www.saudecuriosa.com.br/veneno-la-fora-comida-no-brasil-veja-10-coisas-proibidas-la-fora-e-consumidas-por-nos-brasileiros/?fbclid=IwAR2MaUCrd75GmXIp7jVsTGi5Sfj8rLKno3_x2LzW55f49bNs_YbH7zHw1Xg

quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Conselho Federal de Odontologia se posiciona sobre Modulação Hormonal

No dia 29/01/2019 o Conselho Federal de Odontologia (CFO) publicou uma resolução proibindo a realização de terapias hormonais por cirurgiões-dentistas fora da sua área de atuação.

O CFO se une às entidades médicas em prol da saúde da população e corrobora com aquilo que o Conselho Federal de Medicina (CFM) vem há quase uma década lutando contra. 
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
👉Link para o posicionamento do CFO:
http://sistemas.cfo.org.br/visualizar/atos/RESOLU%C3%87%C3%83O/SEC/2019/199 ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Segundo as principais sociedades médicas brasileiras, em concordância com o CFM: não existe especialista em modulação hormonal. OU seja, não caia nessa! Não existe especialista em modulação hormonal e não há uma maneira segura de utilizar hormônio em quem não tem deficiência. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
👉 Para mais informações, consulte também os posicionamentos das entidades médicas sobre a “modulação hormonal” e a “medicina anti-aging”: ⠀

Conselho Federal de Medicina (CFM):
http://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&id=23324)

Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM):
https://www.endocrino.org.br/alerta-sbem-nao-existe-especialista-em-modulacao-hormonal/#.XC_dCrKMlik.facebook ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN):
http://abran.org.br/2018/07/04/posicionamento-sobre-a-modulacao-hormonal/ ⠀⠀

Sociedade Brasileira de Urologia (SBU):
http://portaldaurologia.org.br/medicos/destaque-sbu/nota-oficial/ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO):
https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/647-posicao-da-febrasgo-referente-ao-julgamento-da-segunda-turma-do-tribunal-regional-federal-da-5-regiao-sobre-o-tratamento-de-modulacao-hormonal-para-o-antienvelhecimento

Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBCO):
https://sboc.org.br/noticias/item/1461-posicionamento-da-sboc-sobre-o-nao-reconhecimento-de-especialista-em-modulacao-hormonal

Obesidade favorecida pela genética.

No maior estudo desse tipo, realizado até o momento, pesquisadores da Universidade de Cambridge analisaram por que algumas pessoas conseguem permanecerem magras, enquanto outras engordam com muita facilidade. Eles descobriram que os dados genéticos são carregados em favor de pessoas magras e contra obeso. 

6 a cada 10 adultos no Reino Unido estão acima do peso, e 1 em cada 4 adultos é obeso.  Aos cinco anos, quase uma em cada quatro crianças está acima do peso ou é obesa. 

Embora seja sabido que mudanças em nosso ambiente, como fácil acesso a alimentos de alto teor calórico e estilos de vida sedentários, têm impulsionado o aumento da obesidade nos últimos anos, há considerável variação individual de peso dentro de uma população que compartilha o mesmo ambiente. 

Algumas pessoas parecem poder comer o que gostam, mesmo que aquilo não seja saudável e permanecem magras. Enquanto muitos obesos consomem alimentos ditos saudáveis, possuem rotina regular de atividade física e mesmo assim não alcançam o peso ideal. Isso levou algumas pessoas a caracterizarem pessoas com excesso de peso como preguiçosas ou sem força de vontade.

Com o apoio do Wellcome e do European Research Council, uma equipe liderada pelo professor Sadaf Farooqi no Wellcome-MRC Institute of Metabolic Science, da Universidade de Cambridge, estabeleceu o Estudo em Lean e Thin Subjects - STILTS - para examinar por que e como as pessoas conseguem mais fácil ficar magra do que outras. 

Estudos de gêmeos mostraram que a variação no peso corporal é amplamente influenciada por nossos genes. 

Até hoje, os estudos se concentraram em pessoas com excesso de peso. 

Centenas de genes foram encontrados que aumentam a chance de uma pessoa estar com sobrepeso e, em algumas pessoas, genes defeituosos podem causar obesidade severa desde tenra idade.

A equipe do professor Sadaf Farooqi foi capaz de recrutar 2.000 pessoas que eram magras (definidas como um índice de massa corporal (IMC) menor que 18 kg / m2), mas saudáveis, sem condições médicas ou distúrbios alimentares. 

Eles trabalharam com clínicos gerais em todo o Reino Unido, tendo amostras de saliva para permitir a análise de DNA e pedindo aos participantes que respondessem a perguntas sobre sua saúde geral e estilos de vida. 

Acredita-se que seja a única coorte de seu tipo no mundo e os pesquisadores dizem que o Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde do Reino Unido - a infraestrutura de pesquisa do Serviço Nacional de Saúde - possibilitou e apoiou fortemente suas pesquisas.

Em um estudo publicado hoje na revista PLOS Genetics , a equipe do Professor Farooqi colaborou com a equipe da Dra Inês Barroso no Wellcome Sanger Institute para comparar o DNA de cerca de 14.000 pessoas - 1.622 voluntários magros da coorte STILTS, 1.985 pessoas gravemente obesas e outras 10.433 controles de peso normais.

Nosso DNA compreende uma sequência de moléculas conhecidas como pares de bases, representadas pelas letras A, C, G e T. As cadeias desses pares de bases formam regiões genéticas (que incluem ou formam nossos genes). Nossos genes fornecem o código de como nossas funções corporais e alterações na ortografia - por exemplo, um C no lugar de um A - podem ter alterações sutis ou às vezes dramáticas em recursos como cor de cabelo e cor dos olhos, mas também em peso.

A equipe encontrou várias variantes genéticas comuns já identificadas como tendo um papel na obesidade. Além disso, eles encontraram novas regiões genéticas envolvidas na obesidade severa e algumas envolvidas na magreza saudável.

Para ver o impacto que esses genes tiveram no peso de um indivíduo, os pesquisadores adicionaram a contribuição das diferentes variantes genéticas para calcular um escore de risco genético.

"Como antecipado, descobrimos que as pessoas obesas tinham uma pontuação de risco genético maior do que as pessoas com peso normal, o que contribui para o risco de excesso de peso. Os dados genéticos são carregados contra eles", explica o Dr. Barroso.

É importante ressaltar que a equipe também mostrou que pessoas magras tinham uma pontuação de risco genético muito menor - elas tinham menos variantes genéticas que sabemos que aumentam as chances de uma pessoa estar acima do peso.

"Esta pesquisa mostra pela primeira vez que pessoas magras e saudáveis ​​são geralmente magras porque têm uma menor carga de genes que aumentam as chances de uma pessoa estar acima do peso e não porque são moralmente superiores, como algumas pessoas gostam de sugerir", diz o professor Farooqi. . "É fácil apressar o julgamento e criticar as pessoas pelo seu peso, mas a ciência mostra que as coisas são muito mais complexas. Temos muito menos controle sobre o nosso peso do que poderíamos pensar."

Três em cada quatro pessoas (74%) na coorte STILTS tinham histórico familiar de serem magras e saudáveis ​​e a equipe encontrou algumas mudanças genéticas que eram significativamente mais comuns em pessoas magras, o que, dizem, pode permitir que identifiquem novos genes e biológicos. mecanismos que ajudam as pessoas a ficarem magras.

"Já sabemos que as pessoas podem ser magras por diferentes motivos", afirma o professor Farooqi. "Algumas pessoas simplesmente não estão interessadas em comida, enquanto outras podem comer o que gostam, mas nunca engordar. Se pudermos encontrar os genes que os impedem de engordar, poderemos direcionar esses genes para encontrar um novo peso". estratégias de perda e ajudar as pessoas que não têm essa vantagem ".

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Autor: Dr. Alberto Dias Filho - Médico endocrinologista de Goiânia

Para corrigir a mudança climática, conserte a obesidade e as epidemias de fome, dizem os relatórios



O mundo precisa encontrar soluções para combater três pandemias inter-relacionadas - obesidade, fome e mudança climática - e precisa fazê-lo rapidamente antes que o planeta esteja "queimado", segundo um relatório divulgado no domingo.

A Comissão Lancet, um grupo de 43 especialistas de 14 países com uma ampla gama de conhecimentos recrutados pela revista, abordou o tema com relatórios de alto perfil em 2011 e 2015 , mas "pouco progresso foi feito" além de reconhecer a epidemia, os autores do mais novo relatório argumentam; na verdade, o problema está piorando.

Em todo o mundo, nem um país reverteu sua epidemia de obesidade e, muitas vezes, empresas poderosas impulsionadas pelo lucro influenciam políticas que "estão em desacordo com o bem público e com a saúde planetária", diz o relatório. 

É um problema que se tornou o que os autores chamam de syndemic global.

Uma sindêmica é "uma sinergia de pandemias que co-ocorrem", interagem e compartilham causas comuns. 

Essas três pandemias representam o "desafio supremo para os humanos, o meio ambiente e nosso planeta".

Juntos, obesidade e desnutrição são a maior causa de morte prematura. 

Globalmente, mais de 2 bilhões de adultos e crianças estão com sobrepeso ou obesos e têm problemas de saúde por causa disso, segundo pesquisas. 

As pessoas não praticam ou não podem se exercitar, e esse é o quarto principal fator de risco de morte.

Simultaneamente, existe o problema oposto. 

Em 2017, a fome mundial aumentou pelo terceiro ano consecutivo, segundo pesquisa da ONU.

Dois bilhões lutam com deficiências de micronutrientes e 815 milhões são cronicamente subnutridos, diz o relatório.

À medida que as temperaturas globais sobem mais rapidamente do que o previsto, a mudança climática pode levar a muito mais mortes do que os 250.000 por ano previstos pela Organização Mundial da Saúde há apenas cinco anos. 

Por causa da escassez de alimentos sozinha, o mundo poderia ver um aumento líquido de 529.000 mortes de adultos até 2050, segundo a pesquisa.

Os novos relatórios sugerem que há uma solução: os governos, empresas e ativistas devem lidar com essas questões de obesidade e desnutrição enquanto enfrentam as mudanças climáticas. 

Cada problema está relacionado, e cada um deles, em grande parte, acontece por causa de "incentivos econômicos equivocados", "poderosos interesses investidos", "inércia política" e demanda "insuficiente" por mudança do público.

Soluções que ajudam um pode ajudar o outro. 

Por exemplo, se os governos investirem mais em transporte público, isso tornará mais conveniente e acessível para as pessoas conseguirem empregos que ponham comida na mesa. 

Aqueles que dirigem menos e tomam o transporte público com mais frequência fazem mais exercícios e, segundo estudos , tendem a não ser obesos. 

Se menos pessoas dirigissem carros, também haveria menos gases de efeito estufa para contribuir com as mudanças climáticas.

As outras recomendações do relatório incluem a redução dos subsídios do governo para carne bovina, laticínios, açúcar, milho, arroz e trigo e redirecionar esse dinheiro para a agricultura sustentável para alimentos mais saudáveis. 

O fortalecimento das leis que aumentam a transparência permitiria que as pessoas vissem quanto dinheiro os políticos obtêm dos grandes conglomerados de alimentos para perpetuar políticas insalubres. 

Outra sugestão: fornecer rótulos nutricionais claros sobre os produtos e adicionar rótulos para explicar como um alimento é sustentável, incluindo a quantidade de água e carbono necessários para produzi-lo. 

Além disso, os autores recomendam investir US $ 70 bilhões em 10 anos em um "Fundo de Alimentos" global para reduzir a desnutrição.

Os autores também dizem que os filantropos devem investir US $ 1 bilhão adicionais para impulsionar a defesa social para demandar soluções para essas organizações sindicais.

Essas sindemicas "precisam ser enfrentadas, e não foram abordadas, e essa é uma preocupação central", disse o coautor do relatório, Tim Lobstein, diretor de políticas da Federação Mundial de Obesidade.

Os autores dizem que as empresas podem ajudar a liderar o caminho, investindo mais em energia sustentável. 

Esse investimento reduz a poluição que causa a mudança climática e torna o ar mais fácil de respirar, o que significa que as pessoas podem se exercitar mais do lado de fora.

"O Relatório da Comissão Lancet pode conter apenas os ingredientes certos necessários para um mundo com desafios nutricionais", disse Katie Dain, CEO da parceria global da Aliança para Doenças Não Transmissíveis , que não esteve envolvida no relatório. 

"Por muito tempo, temos sonhado acordado o nosso caminho para um futuro doente, totalmente evitável. A mensagem interligada do relatório sobre nutrição e mudança climática é clara: um sistema alimentar que garanta uma dieta melhor para isso e para as próximas gerações salvar milhões de vidas e, ao mesmo tempo, também ajudar a salvar o planeta ".

Os autores esperam que o novo relatório inicie uma conversa que crie alianças para pressionar por melhores políticas e encorajar as empresas a criar produtos acessíveis que melhorem, ao invés de tirar, a saúde das pessoas.

O que temos agora é "insustentável, e devemos agir", disse o co-autor William H. Dietz , diretor do Centro Global de Prevenção e Bem-Estar de Sumner M. Redstone e professor da Universidade George Washington. Caso contrário, o planeta poderia estar "queimando" dentro de 50 anos.

Corinna Hawkes , professora da City University London, que trabalhou no relatório, observa: "Sem dúvida, é altamente ambicioso, dado o mundo de hoje".

Mas Dietz acrescentou que soluções urgentes são necessárias. "Estamos correndo contra o tempo."

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Fonte: https://edition.cnn.com/2019/01/27/health/obesity-climate-change-undernutrition/index.html

Muitas horas de tela pode prejudicar criança, segundo estudo


Entre crianças pequenas, passar muito tempo olhando para as telas está ligado a um pior desempenho nos testes de rastreamento do desenvolvimento, mais tarde na infância, de acordo com um novo estudo.

O estudo, publicado na revista JAMA Pediatrics na segunda-feira(28/01/19), encontrou uma associação direta entre o tempo de tela aos 2 e 3 anos e desenvolvimento em 3 e 5.

O desenvolvimento inclui o crescimento na comunicação, habilidades motoras, resolução de problemas e habilidades sociais pessoais, com base em uma ferramenta de triagem chamada Ages and Stages Questionnaire. 

Sinais de tal desenvolvimento podem ser vistos em comportamentos como ser capaz de empilhar um pequeno bloco ou um brinquedo em cima de outro.

Alguns fatores importantes poderiam ajudar a explicar as ligações entre níveis mais altos de tempo de tela e pior desempenho em testes de triagem de desenvolvimento, disse Douglas Gentile, professor de psicologia da Iowa State University que não esteve envolvido na nova pesquisa, mas estudou os efeitos do uso da mídia. crianças.

"É notável que o tempo de tela reduziu o sono das crianças mesmo nessa idade precoce e reduziu a leitura dos pais para crianças, que sabemos ser um forte preditor de resultados positivos para crianças, como QI mais alto", disse Gentile, que chamou o novo estudo. "forte" e "bem conduzido".

A Academia Americana de Pediatria oferece diretrizes para ajudar as famílias no gerenciamento do tempo de tela das crianças. Essas diretrizes incluem evitar mídias digitais para crianças menores de 18 a 24 meses, exceto para bate-papo por vídeo.

No geral, "a boa notícia é que o tempo de tela é algo que os pais podem controlar", disse Gentile. 

"Em outros estudos, descobrimos que quando os pais colocam limites na quantidade e no conteúdo da mídia infantil, é um poderoso fator de proteção para uma ampla gama de indicadores de saúde e bem-estar das crianças".

Fontes:
https://edition.cnn.com/2019/01/28/health/screen-time-child-development-study/index.html
https://universa.uol.com.br/noticias/bbc/2019/01/29/passar-muito-tempo-usando-smartphone-pode-prejudicar-criancas-diz-estudo.htm

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Posicionamento da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica sobre o não reconhecimento de especialista em modulação hormonal

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica - SBOC segue preocupada com a divulgação de mensagens sobre o câncer por profissional autodeclarado "especialista em modulação hormonal".

A afirmação de não existência de células malignas, a atribuição do surgimento do câncer à carência de hormônio e a divulgação da cura da doença por meio do uso de reposição de testosterona são um absurdo científico e não encontram amparo em qualquer publicação médica respeitável. Mais que isso, são um desrespeito aos doentes que, na natural busca por tratamentos para seus males, veem-se sensibilizados a aceitar informações de indivíduos que oferecem promessas de cura.

A SBOC se vê na obrigação de esclarecer que a reposição de testosterora não tem ação significativa contra tumores, pode ter efeito deletério sobre o paciente em tratamento oncológico e, em alguns casos, tem mesmo a capacidade de acelerar a progressão do câncer e de aumentar o risco de morte.

A SBOC apoia o alerta emitido pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - SBEM, em 4 de janeiro de 2019, sobre o não reconhecimento de especialista em modulação hormonal. O posicionamento da SBEM vem ao encontro da Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1999/2012, que estipula que a reposição de deficiências de hormônios e de outros elementos essenciais se fará somente em caso de deficiência específica comprovada e com benefícios cientificamente comprovados.

Em face ao potencial dano da divulgação de supostos benefícios antitumorais da assim chamada modulação hormonal sobre pacientes com câncer, a SBOC acompanhará com atenção o desenrolar das denúncias já feitas junto aos órgãos criminais e de defesa profissional, com a expectativa de que tais afirmações sejam retiradas de circulação.

Dr. Sergio D. Simon
Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica - SBOC

Fonte: https://sboc.org.br/noticias/item/1461-posicionamento-da-sboc-sobre-o-nao-reconhecimento-de-especialista-em-modulacao-hormonal?fbclid=IwAR2jhAe0hxfQpOpruzZsF312jB882LDcFOI6Lt3IaX2vuN6uY0iBGt9rlSg

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Alerta SBEM: Não Existe Especialista em Modulação Hormonal

Em 31/12/2018, a afiliada da TV Globo no Ceará (TV Verdes Mares) veiculou, no Bom Dia Ceará, entrevista com profissional não médico, que se declarou especialista em Reposição Hormonal. Tal entrevista afirmou pontos que não encontram respaldo na Medicina Baseada em Evidências ou nas principais recomendações, diretrizes ou Guidelines sobre o assunto, elaborados pelas mais respeitadas sociedades científicas.

Mais do que isso, apresentou um ponto de vista controverso, com informações que podem, inclusive, comprometer a saúde de pacientes.  

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), por meio do seu Departamento de Endocrinologia Feminina e Andrologia (DEFA), vem tornar públicos os seguintes esclarecimentos:

- Não existe Especialista em Reposição Hormonal e não é reconhecida, pelo Conselho Federal de Medicina, especialidade intitulada “Modulação Hormonal”.

- A reposição hormonal é um ato médico e somente pode ser feita por profissionais médicos. A especialidade que trata de alterações hormonais é a Endocrinologia e Metabologia.

- A reposição de qualquer hormônio deve ser feita baseada na deficiência do mesmo, com acompanhamento médico especializado, observando-se riscos e benefícios do uso; 

- Não há respaldo na literatura médica para uso de preparações hormonais com intuito de retardar o envelhecimento;

- O uso indiscriminado de hormônios sem deficiência comprovada está relacionado a diversos efeitos colaterais, os quais podem ser sérios e por vezes irreversíveis, colocando em risco a vida do paciente em curto prazo e complicações de longo prazo;

- Não há indicação da dosagem indiscriminada de testosterona na população masculina. O diagnóstico da deficiência de testosterona no homem deve ser baseado na junção de queixas clínicas associadas a níveis baixos de testosterona dosada pela manhã, em duas ocasiões. Tal diagnóstico não deve ser feito na vigência de doenças sistêmicas agudas ou graves. Portanto, para a reposição é necessária a presença de sintomas clínicos e deficiência laboratorial.

- Não há indicação da dosagem de testosterona na mulher, visto que não existem pontos de corte definidos para níveis baixos de testosterona no sexo feminino. A dosagem de testosterona na mulher só se presta para o diagnóstico de excesso de testosterona (hiperandrogenismo). Não há também preparações de testosterona para mulher disponíveis no mercado brasileiro e não é recomendado o uso de formulações masculinas para mulheres.

- O uso da reposição de testosterona para níveis supra-fisiológicos, isto é, acima das necessidades básicas do organismo humano, com objetivo de melhora de rendimento esportivo/aumento de massa muscular, é considerado doping em atletas profissionais e ilegal em amadores, estando dessa forma contraindicada a prescrição.

Após a divulgação de tal reportagem, a SBEM-Ceará rapidamente agiu e, no dia 03/01/2019, a presidente da Regional, Ana Karina de Melo Sodré (CRM-CE 9269 e Especialista em Endocrinologia e Metabologia com RQE - Registro de Qualificação de Especialidade no CFM 3600), foi convidada a participar do mesmo programa.

Desta vez, a entrevista pôde trazer informações válidas do ponto científico e ético, informando a população sobre o real papel dos hormônios no tratamento de condições clínicas específicas.

A entrevista completa da Dra. Ana Karina Sodré pode ser vista no link abaixo:

Entrevista da TV Verdes Mares
A SBEM, através de sua Comissão de Defesa de Assuntos Profissionais (CDAP), já ciente do caso, tomará as medidas que forem pertinentes para evitar que tal situação venha a se repetir.

Dra. Mônica de Oliveira
Presidente do Departamento de Endocrinologia Feminina e Andrologia da SBEM - Biênio 2019/2020.

Dr. Rodrigo O. Moreira
Presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - Biênio 2019/2020


Referências

1- Testosterone Therapy in Men with Hypogonadism: An Endocrine Society Clinical Practice Guideline. J Clin Endocrinol Metab 2018; 103 (5): 1715-1744.

2- Androgen Therapy in Women: a reappraisal- An Endocrine Society Clinical Practice Guideline. J Clin Endocrinol Metab 2014; 99 (10): 3489-3510.

3- The 2017 hormone therapy position statement of the North American Menopause Society. Menopause 2017; 24: 728-745

Aumento de ansiedade pode estar correlacionado a aditivos de alimentos processados

Substâncias largamente utilizadas para manter o sabor, reforçar o aroma e prolongar o tempo de conservação dos alimentos industrializados, os aditivos alimentares estariam relacionados a mudanças comportamentais em animais, causando um aumento da ansiedade. Essa foi a conclusão de um grupo de pesquisadores da Georgia State University, nos Estados Unidos, que realizou o estudo com ratos de laboratório.

Em artigo publicado no periódico científico Scientific Reports, os pesquisadores afirmaram que ao colocar os camundongos em contato com emulsificantes sintéticos (utilizados em alimentos como biscoitos, bolos e margarinas para melhorar sua textura e prolongar sua conservação), foi possível observar mudanças comportamentos e aumento da ansiedade dos roedores. 

Para realizar as observações, os estudiosos acrescentaram os aditivos alimentares na água de camundongos machos e fêmeas. Após 12 semanas, foi possível observar o efeito das substâncias na alteração do comportamento dos animais: os machos apresentaram sintomas semelhantes à ansiedade humana enquanto as fêmeas reduziram suas interações sociais.

Esse estudo deu sequência a um trabalho realizado anteriormente pelos cientistas, que observaram a presença de inflamações nos intestinos dos camundongos que consumiam os emulsificantes sintéticos. De acordo com os autores do trabalho, essa inflamação também se estendeu ao sistema nervoso, afetando os comportamentos dos animais — diferentes trabalhos já constataram uma forte interconexão entre o sistema nervoso central e os trilhões de microrganismos que vivem na região intestinal, uma ligação conhecida como "eixo cérebro-intestino". 

De acordo com os autores do trabalho, é possível estabelecer uma relação entre o funcionamento do organismo dos camundongos com o dos humanos. Resta agora realizar estudos mais aprofundados para entender como o comportamento das pessoas é afetado pelo consumo dos aditivos alimentares, além de estudar a relação entre o "eixo cérebro-intestino". 

Fonte: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2019/01/aditivos-de-alimentos-processados-tem-relacao-com-aumento-de-ansiedade.html?fbclid=IwAR3ScrYsYl4rS4E81ILy5K3C2voM5kbbIm7K3zbxvO2ozJJwJOv5ObPREQo

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

INCA lança cartilha de orientação e posicionamento sobre dietas restritivas para pacientes oncológicos

Todos os dias, as redes sociais são inundadas por informações sobre alimentos milagrosos ou vilões da vida saudável. Para os pacientes com câncer, essas informações podem causar confusão e estimular práticas perigosas. Em vista da divulgação na internet de dietas restritivas sem respaldo científico, as seções de Nutrição e Dietética das Unidades Assistenciais e a Coordenação de Prevenção e Vigilância do INCA decidiram elaborar uma cartilha de orientação a pacientes e divulgar o posicionamento oficial do Instituto sobre o tema. Durante o fórum “Dietas restritivas em oncologia: tem fake news na ciência”, o Instituto orientou profissionais e pacientes a não recomendarem nem seguirem as dietas detox, alcalina, low carb e nem cetogênica, já que ainda não existem evidências científicas de que possuam efeito benéfico durante o tratamento de câncer. O evento ocorreu dia 17, no auditório principal do prédio-sede.

Segundo a nutricionista do HC II Gabriela Villaça, que explicou o posicionamento do INCA, a dieta cetogênica carece de estudos clínicos robustos que comprovem sua eficácia e segurança durante o tratamento oncológico: “Ainda não é bem estabelecido para quais tipos de tumor e em qual estágio da doença essa estratégia pode funcionar, assim como o tempo máximo para manutenção dessa dieta e nem mesmo se, de fato, existe ganho de sobrevida ou melhor resposta ao tratamento com essa prática”, ponderou. A nutricionista revelou que muitos pacientes que seguem as dietas recomendadas na internet chegam ao INCA com perdas significativas de peso e massa muscular, o que gera menor tolerância ao tratamento.

Amine Costa, chefe da Seção de Nutrição e Dietética do HC II, frisou a dificuldade de combater as informações falsas nas redes sociais quando elas vêm de profissionais de saúde, e defendeu o envolvimento da equipe multidisciplinar para divulgar o posicionamento do INCA: “Temos que ter o compromisso de disseminar as informações verdadeiras”. O Instituto recomenda que os pacientes oncológicos sigam uma dieta individualizada e com estratégias de manejo de sintomas, sempre acompanhada por um especialista. Para prevenção do câncer, é aconselhada uma alimentação saudável, com privilégio de alimentos in natura e exclusão dos produtos ultraprocessados.

O evento contou também com duas mesas-redondas. A primeira discutiu evidências científicas sobre dieta cetogênica e câncer e teve apresentações das pesquisadoras do INCA, Liz Almeida, chefe da Divisão de Pesquisa Populacional, Andréia Melo, chefe da Divisão de Pesquisa Clínica, e Sheilla Coelho, pesquisadora no Programa de Carcinogênese Molecular. A segunda mesa tratou da comunicação e disseminação de informações sobre o câncer. Esse momento teve falas da coordenadora de Redes Sociais do Ministério da Saúde, Gabriela Rocha, do presidente do Conselho Regional de Nutricionistas da 4ª Região (RJ/ES), Leonardo Murad, e da paciente, nutricionista e voluntária da ong Oncoguia Juliana Emerick. 

Fonte: https://www.inca.gov.br/noticias/inca-lanca-cartilha-de-orientacao-e-posicionamento-sobre-dietas-restritivas-para-pacientes

Há muita crueldade em notícias desonestas sobre cura do alzheimer

Vale a pena ler a reportagem: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/claudiacollucci/2019/01/ha-muita-crueldade-em-noticias-desonestas-sobre-cura-do-alzheimer.shtml?fbclid=IwAR311iVwE_9tgphB9BUPbHToOZpDFUMDdwfg2pX8J1s-BArdnaj57DbaNzk