Não é difícil ver alguma publicação sobre cirurgias estéticas ou produtos voltados para uma vida mais “fitness” (como chás de emagrecimento) no Instagram (e, pela lógica, quanto mais você vê, mais elas aparecem para você). Nesta quarta-feira (18), a plataforma anunciou algumas restrições que mudam as normas para esse tipo de postagem com produtos de dietas e cirurgias estéticas.
De modo geral, as redes sociais podem promover grande influência sobre o modo como vivemos, criando uma pressão social para que mudemos nosso padrão e para nos sentirmos mal em relação ao nosso corpo. Anúncios estéticos ou de produtos que fazem milagres, como “isso me ajudou a perder 10kg em uma semana” ou “isso me deixou 20 anos mais jovem”, prometem fazer rapidamente algo que leva mais tempo e podem influenciar distúrbios alimentares e problemas emocionais, principalmente em adolescentes.
O que muda no Instagram
Dentre as novas regras, estão proibidos posts de produtos duvidosos ligados à perda de peso vinculados a alguma oferta comercial (ou oferecendo desconto). O objetivo é promover mudanças benéficas e que não tirem da rede social sua ideia principal, que é ser um lugar positivo para todos os usuários.
Justamente por afetar um grande número de jovens, outro fator adicionado foi sobre a restrição de idade. Conteúdos relacionados ao uso de alguns produtos de emagrecimento e procedimentos estéticos ficam restritos para maiores de 18 anos. Em breve será possível denunciar esse tipo de publicação.
É claro que as empresas ligadas a esses setores não ficarão nada contentes com a notícia. Ysabel Gerrard, professora da University of Sheffield e uma das consultoras do Instagram (que prestou esse serviço gratuitamente para a rede social), afirmou que tais empresas devem agir com responsabilidade e remodelar seus produtos e técnicas de marketing visando a segurança das pessoas.
Alguns estudos recentes mostram como determinados tipos de publicações podem interferir na saúde mental dos adolescentes. Um deles, da Royal Society for Public Health e do Young Health Movement, realizado em 2017, mostrou que o Instagram é a pior plataforma de mídia social para a saúde mental de um jovem. Um segundo estudo, do Pew Research Center, feito em 2018, encontrou que 37% dos adolescentes se sentem pressionados para publicar conteúdos que receberão um grande número de curtidas.
Nos últimos dias, vimos que o Instagram tem mudado sua postura com relação a algumas questões. Uma mudança radical que deixou muitos chocados (e até mesmo chateados) foi a remoção do número de curtidas. A medida, adotada em julho deste ano no Brasil, teve como um dos seus objetivos também remover a pressão sobre o usuário.
Tais alterações transformam a rede social não em um lugar para competir por popularidade, curtidas ou ser “tóxico” para a saúde mental, mas sim para que diferentes pessoas possam se expressar. O ideal não é se concentrar em quão popular a sua foto foi, mas sim no conteúdo que foi publicado. Acredita-se que novas alterações virão por aí, algumas delas relacionadas ao combate ao bullying, mas não há nada certo ainda. Elas também podem chegar ao Facebook em breve.
No mês de prevenção ao suicídio no Brasil (chamado de Setembro Amarelo), ver ações como essa da rede social lembram que devemos nos empenhar mais não em exibir corpos considerados “perfeitos”, mas com a aceitação própria e a lembrança de que cada característica nossa é o que nos torna especiais, diferentes e, consequentemente, únicos.
Fonte: https://www.showmetech.com.br/instagram-proibe-posts-de-dieta-e-estetica/?fbclid=IwAR1bVOQjwUQB-QyJC4J5xdIeYH_ICJ62RUCRjB39JrtiTEGTQLxZe3qYrVo
quinta-feira, 18 de junho de 2020
O Instagram proíbe posts com produtos de dietas e cirurgia estética.
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Dr. Frederico Lobo
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segunda-feira, 15 de junho de 2020
Uso de esteroides anabolizantes: um breve histórico do problema por Dr. Mateus Dornelles
Uso indevido de esteroides androgênicos, um velho problema
O uso de esteroides androgênicos para melhorar o desempenho físico, ao contrário do que se possa imaginar, é tema antigo na prática médica. Em 1893, um médico idoso chamado Brown-Séquard reportou “um ganho importante de força” após auto injetar um “fluido testicular” desenvolvido em laboratório de animais. Esta descoberta criou bastante entusiasmo e marcou o início da andrologia. Após algum tempo, já na década de 1930, começaram a ser desenvolvidos os primeiros andrógenos sintéticos derivados da testosterona. Desde então, diversos esteroides androgênicos foram sintetizados e aprovados para o tratamento de diversos problemas de saúde, incluindo deficiência de testosterona, caquexia, osteoporose, atraso no desenvolvimento da puberdade e até câncer de mama.
Ganho de massa muscular, as custas de efeitos adversos potencialmente graves
Os derivados sintéticos da testosterona possuem graus variados de atividade androgênica e anabólica, isto é, são capazes de aumentar a massa muscular, queimar gordura e melhorar o desempenho esportivo. Contudo, o uso de esteroides anabolizantes não se faz sem um custo muito alto à saúde. Efeitos adversos são frequentes e incluem toxicidade ao fígado e coração, aumento da viscosidade sanguínea (policitemia) com risco de trombose, aumento das gorduras do sangue (colesterol e triglicerídeos), pressão alta, depressão, crescimento de mamas em homens (ginecomastia), atrofia dos testículos, problemas sexuais e infertilidade em graus variados.
Falta de informação confiável dificulta a abordagem do problema
Como a maioria dos usuários destas substâncias não costuma procurar atenção médica, a literatura científica ainda carece de informações principalmente sobre as sequelas causadas pelo seu uso. Isso é problemático, pois o usuário não vê o médico como alguém com capacidade de fornecer informações apropriadas e acaba por buscá-las na internet ou com outros usuários. Já o médico, por não ter acesso a estudos confiáveis, fica desconfortável em abordar o assunto e acaba por adotar uma postura repressiva. Esta falta de empatia afasta paciente e médico, e o assunto vira tabu.
#BombaTôFora, uma luz no fim do túnel
Com o intuito de melhorar a assistência, prevenindo o uso e tratando as complicações, tanto médicos quanto pacientes devem estar dispostos a dialogar abertamente e a estudar sobre o assunto. Só desta maneira cooperativa, seremos capazes de construir conhecimento apropriado e confiável sobre o uso de esteroides anabolizantes. O projeto #BombaTôFora, apoiado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, cumpre muito bem esta função.
Referência:
1- Pope HG Jr, Wood RI, Rogol A, Nyberg F, Bowers L, Bhasin S. Adverse health consequences of performance-enhancing drugs: an Endocrine Society scientific statement. Endocr Rev. 2014 Jun;35(3):341-75.
Autor: Dr. Mateus Dornelles Severo - Médico Endocrinologista, Doutor e Mestre em Endocrinologia pela UFRGS. CRM-RS 30.576 - RQE 22.991 - www.facebook.com/drmateusendocrino
O uso de esteroides androgênicos para melhorar o desempenho físico, ao contrário do que se possa imaginar, é tema antigo na prática médica. Em 1893, um médico idoso chamado Brown-Séquard reportou “um ganho importante de força” após auto injetar um “fluido testicular” desenvolvido em laboratório de animais. Esta descoberta criou bastante entusiasmo e marcou o início da andrologia. Após algum tempo, já na década de 1930, começaram a ser desenvolvidos os primeiros andrógenos sintéticos derivados da testosterona. Desde então, diversos esteroides androgênicos foram sintetizados e aprovados para o tratamento de diversos problemas de saúde, incluindo deficiência de testosterona, caquexia, osteoporose, atraso no desenvolvimento da puberdade e até câncer de mama.
Ganho de massa muscular, as custas de efeitos adversos potencialmente graves
Os derivados sintéticos da testosterona possuem graus variados de atividade androgênica e anabólica, isto é, são capazes de aumentar a massa muscular, queimar gordura e melhorar o desempenho esportivo. Contudo, o uso de esteroides anabolizantes não se faz sem um custo muito alto à saúde. Efeitos adversos são frequentes e incluem toxicidade ao fígado e coração, aumento da viscosidade sanguínea (policitemia) com risco de trombose, aumento das gorduras do sangue (colesterol e triglicerídeos), pressão alta, depressão, crescimento de mamas em homens (ginecomastia), atrofia dos testículos, problemas sexuais e infertilidade em graus variados.
Falta de informação confiável dificulta a abordagem do problema
Como a maioria dos usuários destas substâncias não costuma procurar atenção médica, a literatura científica ainda carece de informações principalmente sobre as sequelas causadas pelo seu uso. Isso é problemático, pois o usuário não vê o médico como alguém com capacidade de fornecer informações apropriadas e acaba por buscá-las na internet ou com outros usuários. Já o médico, por não ter acesso a estudos confiáveis, fica desconfortável em abordar o assunto e acaba por adotar uma postura repressiva. Esta falta de empatia afasta paciente e médico, e o assunto vira tabu.
#BombaTôFora, uma luz no fim do túnel
Com o intuito de melhorar a assistência, prevenindo o uso e tratando as complicações, tanto médicos quanto pacientes devem estar dispostos a dialogar abertamente e a estudar sobre o assunto. Só desta maneira cooperativa, seremos capazes de construir conhecimento apropriado e confiável sobre o uso de esteroides anabolizantes. O projeto #BombaTôFora, apoiado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, cumpre muito bem esta função.
Referência:
1- Pope HG Jr, Wood RI, Rogol A, Nyberg F, Bowers L, Bhasin S. Adverse health consequences of performance-enhancing drugs: an Endocrine Society scientific statement. Endocr Rev. 2014 Jun;35(3):341-75.
Autor: Dr. Mateus Dornelles Severo - Médico Endocrinologista, Doutor e Mestre em Endocrinologia pela UFRGS. CRM-RS 30.576 - RQE 22.991 - www.facebook.com/drmateusendocrino
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sábado, 13 de junho de 2020
Diminuir o consumo de carne vermelha e sua relação com meio ambiente
Diminuir o consumo de carne vermelha é uma decisão muito difícil. A questão é que não podemos mais fazer vista grossa para o fato que o principal motor do desmatamento da Amazônia é a ampliação de pastos para o setor da carne. Se estamos juntos pedindo mais cuidado do governo pela floresta, um passo importante que cada um pode tomar individualmente é diminuir o consumo de boi. Se ainda gostamos de carne, há opções de proteína animal que causam menos impacto ambiental: frango, porco, cordeiro, cabra, peixes, frutos do mar, ovos, queijos...
Estudo publicado pela Academia Nacional Americana de Ciências compara o impacto ambiental da criação de boi com a criação de outras carnes (referência abaixo). Segundo a pesquisa, a produção atual de boi no mundo é a maior responsável por desmatamento no mundo, com extinção de espécies, poluição das águas e 1/5 das emissões de gases de efeito estufa.
Quem está junto nessa bandeira em defesa pela Amazônia em pé, convidamos para essa guinada juntos. Também estamos nesse processo de transição, por uma questão de coerência de discurso e ideais.
Saiba mais:
"Burdens of meat" - PNAS - pesquisa da Academia Nacional Americana de Ciências: https://www.pnas.org/content/early/2014/07/17/1402183111
STOP DEFORESTATION - Beef Cattle: http://bit.ly/2lQTwIk
Estudo publicado pela Academia Nacional Americana de Ciências compara o impacto ambiental da criação de boi com a criação de outras carnes (referência abaixo). Segundo a pesquisa, a produção atual de boi no mundo é a maior responsável por desmatamento no mundo, com extinção de espécies, poluição das águas e 1/5 das emissões de gases de efeito estufa.
Quem está junto nessa bandeira em defesa pela Amazônia em pé, convidamos para essa guinada juntos. Também estamos nesse processo de transição, por uma questão de coerência de discurso e ideais.
Saiba mais:
"Burdens of meat" - PNAS - pesquisa da Academia Nacional Americana de Ciências: https://www.pnas.org/content/early/2014/07/17/1402183111
STOP DEFORESTATION - Beef Cattle: http://bit.ly/2lQTwIk
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quinta-feira, 11 de junho de 2020
Documentário: O Silêncio dos homens
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quarta-feira, 10 de junho de 2020
Carnes alternativas (a base de vegetais) podem fazer parte de uma dieta saudável e sustentável?
Os alimentos ricos em carne vermelha, especialmente carnes processadas, têm sido associados a uma ampla gama de conseqüências para a saúde, incluindo obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.
Com base em uma revisão abrangente das evidências epidemiológicas, a Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer da Organização Mundial da Saúde classificou carnes processadas, como salsichas, bacon e salsichas como carcinogênicas para o homem para câncer colorretal, e carnes vermelhas não processadas, como carne bovina e carne de porco, como "provavelmente cancerígeno".
Além disso, existe uma crescente preocupação de que a produção industrial de carne possa contaminar recursos naturais, incluindo rios, córregos e água potável, com nutrientes de lagoas de resíduos animais e escoamento.
Existe também a preocupação de que a criação de gado possa levar à perda de florestas e outras terras que fornecem valiosos sumidouros de carbono, bem como a grande quantidade de emissões de gases de efeito estufa que contribuem para as questões ambientais e climáticas em andamento.
É claro que, tanto para a saúde humana como para a saúde dos recursos naturais e do planeta, é necessário um sistema alimentar sustentável que desloque a população global para mais alimentos à base de plantas e menos alimentos de origem animal.
Padrões alimentares predominantes em frutas minimamente processadas, vegetais, grãos integrais, nozes, soja e outras leguminosas têm sido recomendados para melhorar a saúde humana e a sustentabilidade ambiental.
Nesse meio tempo, uma variedade de produtos alimentícios à base de plantas foi desenvolvida para substituir aqueles tradicionalmente feitos de animais.
Esses produtos incluem tanto alternativas lácteas (por exemplo, “leites” de soja e nozes) quanto alternativas de carne na forma de hambúrgueres, salsichas e outros produtos semelhantes à carne feitos a partir de componentes amplamente processados à base de plantas.
Embora esses produtos forneçam mais alternativas baseadas em plantas para alimentos de origem animal, eles não são necessariamente destinados a imitar a experiência sensorial real do consumo de carne.
Uma nova geração de alternativas de carne à base de vegetais (PBMAs) entrou no mercado.
Estes produtos são projetados especificamente para imitar o sabor e a experiência de comer carne, enquanto são comercializados como uma maneira de acelerar a mudança de produtos baseados em animais.
Mas os PBMAs devem ser considerados parte de uma dieta saudável com baixo teor de carbono (uma que visa reduzir os gases de efeito estufa devido aos métodos de produção, embalagem, processamento, transporte, preparação e desperdício de alimentos) que podem ajudar a reduzir a dependência da produção industrial de carne ?
A resposta a essa pergunta permanece longe de ser clara, dada a falta de estudos rigorosamente desenhados e financiados independentemente.
Neste ponto, 2 empresas dominam o cenário PBMA. A Impossible Foods e a Beyond Meat oferecem hambúrgueres, que agora estão disponíveis em várias cadeias de restaurantes de fast food, supermercados e outras entidades de alimentos, principalmente na América do Norte.
Projetados para imitar o gosto e a experiência de comer carne, esses novos produtos visam atrair uma base de consumidores mais ampla do que os demógrafos vegans ou vegetarianos relativamente menores que tinham sido mais frequentemente alvo de alternativas anteriores a produtos animais.
Por seu clima de elogios e benefícios de recursos naturais e seu mimetismo exclusivo de carne, PBMAs atraiu atenção significativa do consumidor.
A Avaliação do Ciclo de Vida recente encomendado pelo Beyond Meat descobriram que o Beyond Burger gera emissões de gases 90% menos gases de efeito e requer 46% menos energia, 99% menos água e 93% menos uso da terra em comparação com um hambúrguer feito de carne bovina dos EUA, de liderança para a conclusão de que os PBMAs provavelmente terão menos efeitos ambientais do que a produção industrial de carne bovina com base nas métricas analisadas.
No entanto, a robustez desta conclusão merece estudos adicionais.
Embora fatores ambientais possam e devam ser fortes motivadores da escolha de alimentos, é igualmente importante considerar os efeitos dos PBMAs na saúde humana.
É importante ser cauteloso ao extrapolar diretamente os potenciais benefícios encontrados em pesquisas anteriores sobre alimentos à base de plantas e padrões alimentares para PBMAs, dada a sua natureza altamente processada.
Ensaios clínicos randomizados demonstraram que a substituição de carne vermelha por nozes, legumes e outros alimentos protéicos vegetais reduz os níveis de colesterol total e lipoproteína de baixa densidade.
Estudos epidemiológicos de longo prazo também mostraram que essa mudança de carne vermelha para alimentos vegetais está associada a menores riscos de doenças crônicas e mortalidade total.
No entanto, os PBMAs incorporam proteína vegetal purificada em vez de alimentos integrais, com a Beyond Burgers usando isolado de proteína de ervilha e hambúrgueres impossíveis usando isolado e concentrado de proteína de soja.
Um recente estudo de alimentação controlado de curto prazo descobriu que o consumo de dietas ricas em alimentos ultraprocessados provoca excesso de ingestão calórica e ganho de peso.
Além da criação de produtos caloricamente densos e altamente palatáveis, o processamento de alimentos também pode levar à perda de alguns nutrientes e fitoquímicos naturalmente presentes nos alimentos vegetais.
Enquanto os hambúrgueres Beyond Meat and Impossible Foods são mais baixos em gordura total e saturada do que um hambúrguer de carne bovina e contêm zero colesterol (eles são semelhantes em calorias e proteínas), eles também são mais ricos em sódio.
Sem estudos adicionais, não há evidências para comprovar que essas diferenças de nutrientes por si só oferecem um benefício significativo à saúde.
De fato, os PBMAs são mais ricos em gordura saturada em comparação com a maioria das fontes de proteínas vegetais minimamente processadas, como feijões e lentilhas.
Ao avaliar os efeitos sobre a saúde dos PBMAs, também é necessário considerar como esses produtos são consumidos.
Por exemplo, esses populares hambúrgueres PBMA são frequentemente consumidos em ambientes de fast food, onde podem ser colocados em um pão refinado com uma variedade de coberturas, servidos com batatas fritas e até mesmo uma bebida açucarada.
Assim, não é possível supor que a substituição de um hambúrguer de PBMA por um hambúrguer melhora a qualidade geral da dieta.
Além disso, outra preocupação exclusiva do Impossible Burger deve ser considerada.
Este produto contém grandes quantidades de heme (uma molécula contendo ferro) de plantas de soja adicionadas ao hambúrguer para melhorar o sabor e a aparência do produto.
A ingestão mais elevada de ferro heme tem sido associada ao aumento das reservas de ferro no organismo e ao risco elevado de desenvolver diabetes tipo 2.
Para responder a perguntas sobre os efeitos dos PBMAs sobre a saúde e o papel que os PBMAs podem desempenhar em uma dieta sustentável de baixo carbono, são necessários estudos rigorosamente planejados e financiados independentemente.
Embora não seja viável a realização de grandes ensaios de longa duração sobre desfechos de doenças, ensaios de intervenção de curto prazo podem ser realizados para comparar os efeitos desses produtos com produtos animais convencionais e fontes de proteína vegetal minimamente processadas sobre o risco cardiometabólico e outros fatores, como o microbioma.
Além disso, tanto a intervenção quanto os estudos observacionais devem ser realizados para examinar como o consumo de PBMAs influencia a qualidade geral da dieta, a ingestão calórica, o estado nutricional e o peso corporal dos indivíduos.
Além disso, no nível da população, será importante examinar se um aumento no consumo de PBMAs realmente leva a uma redução significativa no consumo de carne vermelha.
Um grande desafio no estudo de alternativas à carne é que suas formulações e conteúdos de nutrientes podem mudar rapidamente devido a rápidas inovações tecnológicas e reformulações de produtos.
Embora hambúrgueres e outros substitutos de carne vermelha possam ser os produtos mais amplamente disponíveis até o momento, outros PBMAs estão sendo introduzidos ou desenvolvidos, incluindo aqueles que imitam aves ou peixes.
Outra linha de produtos no horizonte é a carne, aves e peixes cultivados em laboratório (ou cultivados), que utiliza tecnologias baseadas em células para cultivar e cultivar células de animais, produzindo produtos animais sem criar e abater o animal.
Embora todas ou algumas dessas tecnologias alternativas de carne possam representar uma oportunidade significativa para reduzir os gases de efeito estufa que alimentam as mudanças climáticas, elas também podem representar uma grande ruptura nos sistemas de alimentos, agricultura, e pesca, o que poderia ter importantes implicações em saúde pública, ambiental e regulatória.
Embora o consumo de carne vermelha nos Estados Unidos tenha declinado continuamente por décadas e tenha permanecido estável nos últimos anos, aumentou acentuadamente em todo o mundo, especialmente em países de renda baixa e média.
A demanda global por carne, bem como as necessidades energéticas, continuará a aumentar nas próximas décadas.
Paralelamente à rápida transição nutricional, a carga global de obesidade e doenças crônicas relacionadas à dieta tem aumentado consideravelmente.
Os PBMAs podem ter algum papel na melhoria da saúde humana e planetária, mas não há evidências que sugiram que eles possam substituir dietas saudáveis focadas em alimentos vegetais minimamente processados.
Políticas nutricionais e orientações dietéticas devem continuar a enfatizar uma dieta rica em alimentos vegetais, como nozes, sementes e leguminosas ou leguminosas, que são ricas em proteínas e muitos outros nutrientes, mas requerem pouco processamento industrial.
Opções mais tradicionais, como tofu, seitan e tempeh, também podem ser usadas para diversificar as alternativas à carne.
Para atender ao desafio sem precedentes de alimentar uma dieta saudável e sustentável para cerca de 10 bilhões de pessoas até 2050, relatórios recentes recomendam uma redução substancial no consumo de carne vermelha e a mudança para padrões alimentares baseados principalmente em plantas.
As inovações tecnológicas são vitais para a criação deste sistema, mas será importante manter-se vigilante para garantir que esses novos produtos sejam benéficos para a saúde humana, bem como para a saúde do planeta, e para entender e considerar quaisquer conseqüências não intencionais
“Compartilhar é se importar”
Instagram:@dr.albertodiasfilho
Artigo: https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2749260
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terça-feira, 9 de junho de 2020
Conclusão sobre modulação hormonal
O professor Mauro Cziepiekeski deu uma brilhante aula no III Update em Nutrição e Metabolismo em Hospital de Clínicas de Porto Alegre HCPA. esclarecendo sobre o uso inadequado de hormônios e a inaceitabilidade do uso de hormônios bioidênticos, que tem sido preconizado para a manutenção da jovialidade. Veja a sua conclusão.
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sábado, 6 de junho de 2020
6 de Junho - Dia Nacional do Teste do Pezinho
06 de junho é o "Dia Nacional do Teste do Pezinho", um exame de sangue simples, essencial para a saúde dos nossos bebês e que, mesmo no contexto da pandemia, precisa ser feito! Sabe por que?
Nos primeiros dias de vida, todo bebê deve fazer o Teste do Pezinho para diagnosticar algumas doenças genéticas raras que podem comprometer o seu desenvolvimento e causar sequelas irreversíveis ou até mesmo a morte.
Sete doenças estão na lista desse exame básico realizado pelo SUS e toda família tem o direito desse diagnóstico o quanto antes para que possa agir rápido.
Mas o que muita gente ainda não sabe é que existe um exame mais completo, incluindo mais doenças. Isso acontece no Distrito Federal, onde a versão ampliada do Teste do Pezinho já é lei, pelo SUS..
Ou seja, é possível salvar mais vidas. Há um movimento para que o teste ampliado seja feito em todos RNs do Brasil ( abaixo ):
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Dr. Frederico Lobo
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6 de Junho - Dia do Combate à Desnutrição Hospitalar
A Campanha Diga não à Desnutrição é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN) que visa tornar de conhecimento público a prevalência, os problemas causados pela desnutrição hospitalar.
No Brasil, a taxa de desnutrição varia entre 20 e 60% em adultos hospitalizados e durante a hospitalização esta condição piora progressivamente principalmente em idosos e pacientes críticos.
- 1 a cada 3 pacientes internados é desnutrido (hospitais públicos e privados);
- Destes pacientes, somente 7% são diagnosticados como desnutridos;
- Pacientes desnutridos têm tempo de internação 3 vezes maior; a desnutrição apresenta como principais complicações: pior resposta imunológica, atraso no processo de cicatrização, risco elevado de complicações cirúrgicas e infecciosas, maior probabilidade de desenvolvimento de lesões por pressão, aumento no tempo de internação e do risco de mortalidade, com consequente considerável aumento dos custos hospitalares.
- A identificação precoce da desnutrição, bem como o manejo, por meio de ferramentas recomendadas, possibilita estabelecer conduta nutricional mais apropriada e melhora do desfecho nestes pacientes.
Uma equipe multidisciplinar especializada é fundamental para implantar e difundir ações (“cultura” da identificação/diagnóstico precoce, tratamento e prevenção da desnutrição hospitalar).
#Nutrologia
#NutrologiaHospitalar
#NutrologiaDeVerdade
#DiaD
#Desnutrição
#DesnutricaoHospitalar
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5 de Junho - Dia Mundial do Meio Ambiente - O que você fazer para minimizar impactos ambientais ?
Somos seres integrados a um ecossistema e qualquer disrupção nessa simbiose pode levar a algum tipo de transtorno, como por exemplo:
- Cronodisrupção.
- Poluição do ar, solo, águas.
- Poluição luminosa (excesso de luminosidade no período noturno).
- Poluição sonora.
- Ambientes não-biofilicos (pouco verde)
- Pouco contato com a natureza.
- Baixo conforto térmico.
E o que podemos fazer para tentar minimizar esse impacto na nossa saúde?
- Jogue lixo no lixo
- Separe os lixos e recicle.
- Ajude a educar e conscientizar próximas gerações.
- Defenda o meio ambiente (todos os biomas em especial o cerrado, o berço das nossas águas).
- Dê preferência por uma alimentação mais "limpa".
- Compre de produtores locais e de preferência orgânicos.
- Durma bem, afinal sono = qualidade de vida.
- Não tenha muito tecido adiposo, a cascata que ele gera vai muito além de bioquímica.
- Pratique atividade física pois ela é adjuvante no nosso processo de destoxificação.
- Exponha-se ao sol.
- Tenha contato com a natureza.
- E lembre-se que tudo está integrado.
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Dr. Frederico Lobo
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quinta-feira, 4 de junho de 2020
Falta de vitamina B12 na população com diabetes 2
Um assunto pouco falado entre pessoas com diabetes e mesmo no consultório do endocrinologista é a deficiência de vitamina B12.
Esse é um nutriente fundamental para a formação dos glóbulos vermelhos do sangue e necessário para o bom funcionamento dos nervos e do cérebro. Sua carência está associada, portanto, a anemia, neuropatia (doença que acomete os nervos do corpo) e até demência.
As principais fontes de vitamina B12 na dieta são leite, ovos, fígado, carne de porco, atum, salmão e truta. Porém, para ser absorvida lá no intestino, ela precisa se ligar a uma proteína produzida pelo estômago.
A carência dessa vitamina é muito mais comum em pessoas com diabetes tipo 1 e também com diabetes tipo 2, mas por mecanismos diferentes.
Pessoas com diabetes tipo 1 têm um risco cinco vezes maior de ter deficiência de vitamina B12. Isso se deve ao fato de que o sistema imunológico delas chega a destruir as células do estômago que produzem a tal da proteína que se liga ao nutriente e permite sua posterior absorção. Como eu disse, sem a proteína, a vitamina não é aproveitada pelo organismo direito.
Tem mais: quem tem diabetes tipo 1 encara uma maior probabilidade de ter doença celíaca — condição inflamatória e autoimune que se agrava com a ingestão de glúten. A associação da doença celíaca com o diabetes, por sua vez, aumenta a propensão à deficiência da vitamina B12.
Com o diabetes tipo 2 a história é outra. O problema isoladamente não eleva o risco de faltar B12 no organismo. A questão está na metformina, medicamento usado para tratar a resistência à insulina e controlar os níveis de glicose no sangue.
Falamos de um remédio com mais de 60 anos de história e prescrito a praticamente toda pessoa com diabetes tipo 2. Entre seus efeitos colaterais, ele está ligado a uma diminuição na absorção intestinal de vitamina B12. Isso não é motivo para largar o tratamento, por favor. Mas pede atenção!
Tanto quem tem diabetes tipo 1 como indivíduos com o tipo 2 devem ter seus níveis de vitamina B12 avaliados periodicamente. Deficiências podem ser corrigidas com mudanças na dieta e suplementação a critério médico.
Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/futuro-do-diabete/o-que-a-vitamina-b12-tem-a-ver-com-o-diabetes/?fbclid=IwAR1y2evBuzl4g-7Tf7O-bMCRuooiZGGv8FXdDjHxz2MDxhwa63DZ8BslI1A
Esse é um nutriente fundamental para a formação dos glóbulos vermelhos do sangue e necessário para o bom funcionamento dos nervos e do cérebro. Sua carência está associada, portanto, a anemia, neuropatia (doença que acomete os nervos do corpo) e até demência.
As principais fontes de vitamina B12 na dieta são leite, ovos, fígado, carne de porco, atum, salmão e truta. Porém, para ser absorvida lá no intestino, ela precisa se ligar a uma proteína produzida pelo estômago.
A carência dessa vitamina é muito mais comum em pessoas com diabetes tipo 1 e também com diabetes tipo 2, mas por mecanismos diferentes.
Pessoas com diabetes tipo 1 têm um risco cinco vezes maior de ter deficiência de vitamina B12. Isso se deve ao fato de que o sistema imunológico delas chega a destruir as células do estômago que produzem a tal da proteína que se liga ao nutriente e permite sua posterior absorção. Como eu disse, sem a proteína, a vitamina não é aproveitada pelo organismo direito.
Tem mais: quem tem diabetes tipo 1 encara uma maior probabilidade de ter doença celíaca — condição inflamatória e autoimune que se agrava com a ingestão de glúten. A associação da doença celíaca com o diabetes, por sua vez, aumenta a propensão à deficiência da vitamina B12.
Com o diabetes tipo 2 a história é outra. O problema isoladamente não eleva o risco de faltar B12 no organismo. A questão está na metformina, medicamento usado para tratar a resistência à insulina e controlar os níveis de glicose no sangue.
Falamos de um remédio com mais de 60 anos de história e prescrito a praticamente toda pessoa com diabetes tipo 2. Entre seus efeitos colaterais, ele está ligado a uma diminuição na absorção intestinal de vitamina B12. Isso não é motivo para largar o tratamento, por favor. Mas pede atenção!
Tanto quem tem diabetes tipo 1 como indivíduos com o tipo 2 devem ter seus níveis de vitamina B12 avaliados periodicamente. Deficiências podem ser corrigidas com mudanças na dieta e suplementação a critério médico.
Fonte: https://saude.abril.com.br/blog/futuro-do-diabete/o-que-a-vitamina-b12-tem-a-ver-com-o-diabetes/?fbclid=IwAR1y2evBuzl4g-7Tf7O-bMCRuooiZGGv8FXdDjHxz2MDxhwa63DZ8BslI1A
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quarta-feira, 3 de junho de 2020
E-book de Autocuidado
Caros leitores e fiéis seguidores,
Tem e-book novo saindo...em breve para download gratuito no meu site www.nutrologogoiania.com.br
Esse e-book é uma parceria que fiz alguns profissionais da área de saúde (psicólogos principalmente), explicando técnicas que podem favorecer bem-estar, saúde física e mental:
- Mindfulness,
- Meditação transcendental,
- Trauma Release Exercises (TRE),
- Meditação Dinâmica,
- Exercícios de Tai Chi Chuan,
- Exercícios de Yoga,
- Respirações,
- Contemplações,
- Binaural beats
Em breve !
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Dr. Frederico Lobo
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Os malefícios da privação de sono
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Dr. Frederico Lobo
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Instagram: perfis que vale a pena seguir
As vezes o pessoal me pede indicação de perfis interessantes para seguir nas redes sociais.
Fiz um apanhado dos meus 60 preferidos.
https://www.instagram.com/abeso_evidenciasemobesidade/
https://www.instagram.com/abranbr/
https://www.instagram.com/acaciaestanislau/
https://www.instagram.com/advogadapalova/
https://www.instagram.com/agnaldo_cardiologia/
https://www.instagram.com/alexandreaguiarquiminutri/
https://www.instagram.com/andreheibel/
https://www.instagram.com/comerintuitivo/
https://www.instagram.com/desire.coelho/
https://www.instagram.com/doutorsemmoda/
https://www.instagram.com/dr.albertodiasfilho/
https://www.instagram.com/dr.alexandrepintodeazevedo/
https://www.instagram.com/dr.audie/
https://www.instagram.com/dr.hirose/
https://www.instagram.com/dr.zorzo_nutrologo/
https://www.instagram.com/dra.fernandasallesr/
https://www.instagram.com/dra.isoldaprado/
https://www.instagram.com/dra.patriciapeixoto/
https://www.instagram.com/dradaniellacosta/
https://www.instagram.com/drajulianagarciad/
https://www.instagram.com/dralexandreplaza/
https://www.instagram.com/dramandanutrologia/
https://www.instagram.com/dranataliajatene_endocrino/
https://www.instagram.com/drarenatamachado/
https://www.instagram.com/dratacianaborges/
https://www.instagram.com/draugustomargon/
https://www.instagram.com/drbrunohalpern/
https://www.instagram.com/drflaviocadegiani/
https://www.instagram.com/drgiorelli/
https://www.instagram.com/drharoldofalcao/
https://www.instagram.com/drjoaomota/
https://www.instagram.com/drjuanbernard/
https://www.instagram.com/drmarciomancini/
https://www.instagram.com/drnutrologo/
https://www.instagram.com/drtiagoqueiroz/
https://www.instagram.com/dryurigaleno/
https://www.instagram.com/endocrinologistamariliazanier/
https://www.instagram.com/gdpimentel/
https://www.instagram.com/guiartioliusp/
https://www.instagram.com/guilhermeschweitzernutri/
https://www.instagram.com/jeffbitencourtnutricionista/
https://www.instagram.com/jhonescarneiromedico/
https://www.instagram.com/joaopaim_nutricao/
https://www.instagram.com/karolcalfa_nutrologa/
https://www.instagram.com/leandromarques.nutrologia/
https://www.instagram.com/lulancha/
https://www.instagram.com/medicosnacozinha/
https://www.instagram.com/minutodesaude/
https://www.instagram.com/moreira.isis/
https://www.instagram.com/murilodattilo/
https://www.instagram.com/nutricaocomportamental/
https://www.instagram.com/nutriricardodurante/
https://www.instagram.com/nutrologiabrasil/
https://www.instagram.com/nutrologorafael/
https://www.instagram.com/pistarinosergio/
https://www.instagram.com/rodrigolamoniernutri
https://www.instagram.com/saudehonesta/
https://www.instagram.com/sbemnacional/
https://www.instagram.com/tatianaabrao/
https://www.instagram.com/valentim_nutri/
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segunda-feira, 1 de junho de 2020
9 pilares da roda da saúde
Dê uma nota de 0 a 10 para cada um desses pilares. Depois discuta com o seu médico ou psicoterapeuta.
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Dr. Frederico Lobo
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sábado, 30 de maio de 2020
Check-list no processo de emagrecimento
Então bora fazer um check list no processo de emagrecimento? Checar item por item e tentar descobrir onde está um possível interferente no processo. É assim que todo nutrólogo deveria agir e não apenas culpar o paciente. É assim que tento fazer nos meus atendimentos. Esse Check-list que elaborei com auxílio do meu nutricionista (Rodrigo Lamonier) é muito útil. Na verdade essa é parte do check-list, há outras variáveis que checamos.
Culpar o paciente é fácil. Identificar os erros e tentar mudá-los é que é difícil.
Tratamento de emagrecimento exige empatia. A falta de empatia é que tem tirado pacientes com sobrepeso e obesos de Nutricionistas e Endocrinologistas e levado-os a procurar Nutrólogos.
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Dr. Frederico Lobo
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quinta-feira, 28 de maio de 2020
Processo de emagrecimento - Parte III
A importância da constância nos hábitos salutares de vida e o quanto aspectos emocionais devem ser levados em conta, no processo de emagrecimento.
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segunda-feira, 25 de maio de 2020
O processo de emagrecimento - Parte II
Essa é uma outra imagem que utilizo na primeira consulta (de processos de emagrecimento definitivo) para explanar para os pacientes alguns fatos cruciais no processo de emagrecimento. Não ainda se iludir e achar que é um caminho fácil. Não é impossível, mas requer dedicação por toda a vida, Vigilância eterna.
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sábado, 23 de maio de 2020
O processo de emagrecimento - Parte I
Essa é a imagem que utilizo logo no começo das consultas de emagrecimento. Com ela consigo explicar pro paciente de forma simplificada o processo de emagrecimento e quais são as variáveis que influenciam no metabolismo
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quarta-feira, 20 de maio de 2020
Fisiopatologia da intolerância a carboidratos
E assim é a fisiopatologia dos sintomas digestivos decorrentes da ingestão dos carboidratos problemáticos. Como não são bem absorvidos eles podem trazer algumas repercussões EM ALGUNS indivíduos.
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segunda-feira, 18 de maio de 2020
Os carboidratos problemáticos
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domingo, 17 de maio de 2020
Qual a diferença entre Alergia e Intolerância alimentar?
Esse é o slide que começo boa parte das minhas consultas nas quais os pacientes se queixam de intolerância a algum alimento.
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sábado, 16 de maio de 2020
Os queijos e a intolerância à lactose
Onde está escrito Zero lactose: leia teor de lactose menor que 2% e dificilmente causará sintomatologia com uma ou duas fatias.
A grande maioria dos portadores de intolerância à lactose toleram cerca de 200ml de Leite/dia.
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terça-feira, 12 de maio de 2020
Por que é errada e anti-ética a solicitação de exames previamente à primeira consulta?
Pacientes frequentemente questionam secretárias de médicos se ele pode fazer a solicitação de exames previamente à primeira consulta e com isso o paciente já chegar com os exames realizados.
A maioria alega 3 motivos:
1) Morar fora da capital ou em outro estado.
2) Para já sair do consultório com uma conduta.
3) Alguns médicos que fazem isso.
Primeiramente é importante explicar para que serve um exame.
Na Medicina denominamos de exames complementares ao diagnóstico aqueles exames (laboratoriais (sangue, urina, fezes), de imagem) que complementam aos dados da anamnese e do exame físico para a confirmação das hipóteses diagnósticas.
Ou seja, ele é justamente denominado complementar, pois serve para complementar o que o médico já postulou de diagnóstico durante a consulta. Portanto, na nossa opinião jamais deve ser solicitado antes do paciente consultar.
Podendo até ser enquadrado como uma prática anti-ética, por infringir 3 artigos do Código de ética Médica.
No Capítulo III do Código de Ética Médica, que trata da Responsabilidade profissional, o Conselho Federal de Medicina (CFM) afirma que: “É vedado ao médico: Art. 14. “Praticar ou indicar atos médicos desnecessários ou proibidos pela legislação vigente no País”.
No Art. 35: "É vedado ao médico: Exagerar a gravidade do diagnóstico ou do prognóstico, complicar a terapêutica ou exceder-se no número de visitas, consultas ou quaisquer outros procedimentos médicos".
E por último e mais importante, de acordo com o CFM: Art. 80: "É vedado ao médico: Expedir documento médico sem ter praticado ato profissional que o justifique, que seja tendencioso ou que não responda à verdade". Ou seja, se o médico não fez o ato de consultar o paciente, ele não pode solicitar o exame.
Podendo até ser enquadrado como uma prática anti-ética, por infringir 3 artigos do Código de ética Médica.
No Capítulo III do Código de Ética Médica, que trata da Responsabilidade profissional, o Conselho Federal de Medicina (CFM) afirma que: “É vedado ao médico: Art. 14. “Praticar ou indicar atos médicos desnecessários ou proibidos pela legislação vigente no País”.
No Art. 35: "É vedado ao médico: Exagerar a gravidade do diagnóstico ou do prognóstico, complicar a terapêutica ou exceder-se no número de visitas, consultas ou quaisquer outros procedimentos médicos".
E por último e mais importante, de acordo com o CFM: Art. 80: "É vedado ao médico: Expedir documento médico sem ter praticado ato profissional que o justifique, que seja tendencioso ou que não responda à verdade". Ou seja, se o médico não fez o ato de consultar o paciente, ele não pode solicitar o exame.
Infelizmente pacientes que moram em outra localidade, terão que se deslocar duas vezes. Ou, se for durante a pandemia, poderão fazer retorno via telemedicina.
É lastimável que alguns colegas ainda façam isso para atrair pacientes. Esse tipo de prática acaba sobrecarregando os planos de saúde. Se o plano de saúde é sobrecarregado, ele acaba repassando isso para o paciente, ou seja, aumenta a mensalidade do plano. Agora imagine então o bolso daqueles que não possuem plano de saúde e terão que arcar com exames particulares.
Além disso, inúmeros exames desnecessários acabam sendo solicitados e muitas vezes por erros laboratoriais (o que pode ocorrer na Medicina, levando a falsos positivos ou falsos negativos) geram uma nova cascata de exames justamente para investigar o exame com erro analítico.
Portanto, nós não recomendamos a solicitação de exames previamente à primeira consulta. O exame é complementar. A solicitação configura infração ética perante o conselho.
Autores:
- Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13.192 - RQE Nº 11.915.
- Dra. Karoline Calfa - Médica Nutróloga, Especialista em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral, Especialista em Clínica Médica. CRM-ES 6411 | RQE Nº: 6156, RQE Nº: 10585, RQE Nº: 10584. Conselheira do CRM-ES. Responsável pela Câmara técnica de Nutrologia do CRM-ES.
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sábado, 9 de maio de 2020
Ambiente biofílico – Contato com jardins verticais, hortas e iluminação natural elevam bem-estar em casa
A quarentena impôs uma forma totalmente nova de vivência para muitos profissionais e famílias. Além de tecnologia e organização, outro ponto é fundamental para seguir os dias em home office e homeschooling: repensar a relação com a própria casa e criar um ambiente que contribua para a saúde e o bem-estar de todos.
Segundo a arquiteta Bia Rafaelli, especialista em Design Biofílico, ambientes que geram saúde são baseados em princípios de design natural. “Nossa mente, nosso corpo e nossa percepção de espaço foram moldados no ambiente natural. Quanto mais consciência tivermos da nossa dependência do contato com o mundo natural, mais saudáveis serão as nossas vidas, cidades e o planeta. Precisamos resgatar a conexão com a natureza”, explica Bia, que projeta pensando na saúde das pessoas e do planeta.
O termo Biofilia significa “amor à vida”. Foi nomeado por Erich Fromm, psicólogo e filósofo, em 1964, e difundido pelo biólogo Edward O. Wilson em 1984. “Ele explica a afinidade inata dos seres humanos pelo mundo natural e a necessidade dessa conexão”, explica João Manuel Feijó, engenheiro agrônomo da Ecotelhado, empresa que investe em pesquisa e desenvolvimento de sistemas para Design Biofílico e infraestrutura verde.
Produtividade e concentração são palavras que têm acompanhado esse contexto de vida e trabalho em casa. A notícia boa é que essas e outras habilidades são favorecidas quando estamos em contato rodeados por plantas, ar e iluminação naturais.
A Universidade de Queensland descobriu que um escritório “mais verde” pode aumentar em até 15% a produtividade dos colaboradores. “O ambiente biofílico traz diversos benefícios que vão muito além da beleza: estimula a criatividade, a motivação, reduz o estresse, a ansiedade e a preocupação”, ressalta Feijó.
Como criar um ambiente biofílico
Tenha plantas
O engenheiro explica que um ambiente biofílico pode ter jardins verticais, pequenas hortas com temperos, muros e fachadas verdes, brise vegetal e até telhados verdes. “São alternativas para transformar o ambiente em um lugar saudável para conviver e trabalhar. Além disso, são estratégias para reduzir temperatura, usar menos ar condicionado, captar e reutilizar água da chuva da chuva e garantir saúde e biodiversidade nos centros urbanos”.
Pequenos vasos na mesa do trabalho e ao lado do computador já promovem ótimas sensações. No ambiente interno, as plantas que se dão bem são samambaia, orquídea e cróton, uma espécie que pode ser encontrada nas tonalidades rosa, laranja, roxo e verde. Ambas gostam de receber um pouco de Sol por dia.
Crie uma horta
O ideal é escolher um local com bastante luz e um pouco de Sol direto para o cultivo. Plantas de ciclo curto são as que colhemos com mais rapidez, pois se desenvolvem em menos tempo, como a cebolinha, manjericão, hortelã, alecrim. Pode incluir alface também. A Ecotelhado tem floreiras próprias para horta e jardins na vertical. Em quarentena, a dica é adaptar o que tem em casa e plantar em caixotes, vidros, cachepôes, garrafa pet e outros recipientes.
Luz natural faz diferença
Em busca de bem-estar, é recomendado escolher um local arejado e com iluminação natural para estudar e trabalhar em casa. É uma forma de ajudar o ciclo biológico a manter o organismo funcionando bem, regulando a imunidade, o estresse e o sono.
“É importante que tenhamos contato com a luz do dia no home office ou que, de tempos em tempos, se faça uma pausa para receber a luz solar, na janela, varanda ou terraço”, acrescenta a arquiteta Bia.
Sinta o ar fresco
Deixe o ar de sua casa ser renovado diariamente, abra as janelas permitindo o ar fresco entrar e o ar antigo sair. A falta de ventilação aumenta os níveis de dióxido de carbono, podendo prejudicar o desempenho cognitivo e diminuir o bom-humor.
Fonte: https://www.ecodebate.com.br/2020/05/07/ambiente-biofilico-contato-com-jardins-verticais-hortas-e-iluminacao-natural-elevam-bem-estar-em-casa/
Notas minhas (Dr. Frederico Lobo). Sempre aconselho meus pacientes a terem diariamente contato com o verde e a luz solar. Muitos relatam as dificuldades ao se morar em Apartamento, a limitação de espaço e de incidência de luz nos cômodos. Nos últimos meses eu tenho começado a criar cactos e suculentas e então passei a entender algumas dificuldades relatadas, principalmente no quesito baixa exposição solar.
Poucas partes no meu apartamento recebem sol das 06 às 13:00. Pensando nisso procurei alternativas e encontrei estufas vendidas no Brasil, plantários que cabem de 4 a 9 vasos, para fazer mini-hortas em apartamento. Elas possuem lâmpadas de LED e que imitam o ambiente natural.
Antes de comprar um desses plantários pesquisei bastante e achei uma opção válida. Ervas aromáticas orgânicas disponíveis a qualquer hora do dia. Vale a pena.
Invista em "plantaterapia", acalma, traz serenidade, paciência e reforça nosso contato com a natureza. Se você não tem tempo para cuidar todos os dias, opte por suculentas. Geralmente, a maioria das espécies necessita de água de 10 em 10 dias, dependendo da incidência de luz.
Uma outra opção são vasos verticais nos quais você pode colocar água e colocar hastes de bambu da sorte. Decora e traz vida para o ambiente.
Para aqueles que possuem muito pouco espaço, uma outra opção são terrários e mini-jardins. Eu particularmente sou viciado em fazer mini-jardins e terrários. Adoro presentear familiares e amigos com terrários. É uma terapia que exige paciência, concentração e o resultado é lindo.
Abaixo algumas parte da minha sacada, onde tento trazer mais verde para o meu apartamento. Além dos meu terrários e mini-jardins.
Terrários que montei em um aparador da minha sala e o bambu de água
Terrário com efeito de água que fiz
Vista de parte da sacada, repleta de cactos e suculentas
Terrário que fiz
Mini terrário geométrico que fiz
Minhas suculentas que sol pleno
Coleção de cactos
Suculentas raras
Coleção de suculentas raras
Terrários que fiz para amigos
Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo e ambientalista. CRM-GO 13.192, RQE 11.915.
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Pandemia e mudança climática, artigo de Tomás Togni Tarquínio
A estrutura mundial de produção e consumo de bens e serviços entrou em coma, vítima de vírus insidioso, grão de areia que emperrou o funcionamento da sociedade termo industrial.
A Covid-19 gerou uma crise econômica e social sem precedentes em tempos de paz. A vulnerabilidade da globalização ficou escancarada por um organismo vivo infinitamente pequeno e rápido no gatilho.
Sob a orientação da OMS – Organização Mundial da Saúde, os países tomaram medidas sanitárias drásticas para deter a pandemia. O confinamento afetou a economia de metade dos habitantes do planeta. Em que pese a tragédia humana, o tratamento de choque se revelou benéfico para o meio ambiente. Houve imediata e involuntária melhoria da qualidade do ar, graças à paralização das máquinas térmicas movidas a energia fóssil.
Ecologistas e pesquisadores se apressaram para extrair ensinamentos das medidas de contenção da pandemia que eventualmente possam contribuir para circunscrever as mudanças climáticas.
A melhora da qualidade do ar foi o principal benefício ambiental. Verificou-se a redução de dois tipos de danos à atmosfera. O primeiro foi a baixa das emissões do dióxido de carbono – CO2, principal gás de efeito estufa – GEE, substância não-tóxica, cujo impacto na natureza é de caráter global. O segundo diz respeito à diminuição da concentração de poluentes tóxicos no ar das aglomerações urbanas submetidas ao confinamento e cujo impacto é local e regional. Trata-se de um conjunto de poluentes composto de SO2, NOx, PM2.5, COV, CH4, CO, Pb, Hg…
A melhora do ar permitiu, por exemplo, aos habitantes do Punjab ver novamente a cordilheira do Himalaia que havia desaparecido no horizonte. A redução do ruído e da circulação nas cidades fez com que os citadinos ouvissem o canto esquecido dos pássaros e presenciassem animais antes arredios ocuparem o espaço urbano – ninhadas de marrecos do Sena passeando alegremente pelo Quartier Latin, em Paris.
Os efeitos benéficos ao meio ambiente foram estimados. A poluição tóxica do ar reduziu-se de 25% a até 40%, conforme a aglomeração urbana estudada o que evitou cerca de 60 mil mortes na China e 11 mil na Europa. Sabe-se que a poluição mata 8,8 milhões de pessoas no planeta por ano – 1,1 milhão na China, 45 mil no Brasil. Quanto às emissões mundiais de CO2, elas devem diminuir entre 5% e 6% em 2020. A queda do PIB mundial também é estimada em torno de 5%.
Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas – IPCC, para conter o aquecimento global a um nível administrável, a temperatura média do planeta não poderá ultrapassar 2º C em 2100.
Para alcançar esse objetivo é preciso reduzir as emissões mundiais atuais de GEE por um fator três até 2050 (30 anos). Isso significa reduzi-las até 2050 em torno de 4% ao ano, em relação ao ano anterior.
Ora, a queda dessas emissões, em 2020, será da ordem de 5% em razão da pandemia. Ou seja, uma redução de GEE equivalente aos valores recomendados pelo IPCC. Seria como se tivéssemos interrompido o funcionamento das máquinas térmicas supérfluas do planeta durante dois ou mais meses ao ano, sem necessidade de confinamento e distanciamento social.
Como é possível constar, reduzir as emissões de GEE significa aplicar medidas econômicas regressivas. Também significa que não haverá solução ao colapso ecológico enquanto houver crescimento. Mas, a crise do Covid-19 não nos prepara para enfrentar os desequilíbrios climáticos.
Reduzir emissões em 4% é um desafio gigantesco. O repto climático ultrapassa em muito a crise sanitária atual. Além de exigir uma adaptação controlada e organizada desde agora, implica em alocar vultosos recursos a longo prazo – ações necessárias que, infelizmente, não estão na ordem do dia.
A crise sanitária e a adaptação da sociedade às mudanças climáticas têm pouco em comum, exceto o fato de serem um fenômeno mundial.
A pandemia paralisou temporariamente o aparato de produção e consumo, enquanto que a segunda pretende transformá-lo radicalmente. A melhoria da qualidade ambiental temporária foi obra da paralisia econômica mundial e não resultou de uma política ecológica. A estrutura produtiva da sociedade termo industrial resta intacta, não foi destruída por bombas. Está pronta para funcionar ao primeiro sinal.
Políticas de estímulo econômico estão previstas para terem inicio logo após o fim da contenção, através de financiamentos jamais vistos. A queda temporária nos preços do petróleo será um estímulo às energias fósseis. Em nome da recuperação econômica, haverá suspensão e adiamento de regulações restritivas aos danos ambientais. A retomada do crescimento, nesses moldes, poderá nos conduzir a um retrocesso ecológico. Superada a pandemia, os danos à biosfera seguirão a nefasta trajetória anterior.
A questão sanitária pode ser definida como uma crise, pois supõe que a sociedade retornará ao status quo ante.
Este não é o caso das mudanças climáticas: o fenômeno ecológico está presente entre nós e veio para ficar. Ele prospera gradativamente – elevação da temperatura, acidificação dos oceanos, aumento do nível do mar, derretimento de geleiras, perda de biodiversidade e eventos extremos como secas, inundações e ciclones….
Para contrapor esse cenário de desregulação ecológica, necessitamos criar uma nova realidade, a qual terá repercussões em todos os aspectos da vida em sociedade. Ainda não sabemos como fazê-la, da mesma maneira que não sabemos como planejar em um quadro recessivo – afinal, concebemos o crescimento como infinito.
A tarefa é enorme. Descarbonizar a sociedade, substituir as energias fósseis por energias eólica e fotovoltaica é um caminho. Embora não haja clareza se será possível substituir – em parte ou em totalidade, quando, em quais prazos – por energias renováveis os 14,3 bilhões de toneladas de energia fóssil consumidas anualmente no planeta. Nem indicam qual energia será empregada na produção anual e atual de 4,6 e 1,8 bilhões de tonelada de cimento e aço, respectivamente. Nem tampouco se haverá aumento ou redução do PIB. Sem falar de outras medidas necessárias, como reduzir a população das grandes cidades, voltar ao campo, diminuir os deslocamentos, aproximar produção e consumo, preservar a biodiversidade, assegurar a renovabilidade de recursos naturais, diminuir e reciclar o uso de matérias primas… Há quem defenda que basta substituir as energias fósseis por renováveis.
O princípio fundamental do caminho ecológico será distinguir o essencial do supérfluo. Aceitar o crescimento do essencial e restringir o do supérfluo. Construir uma sobriedade compartilhada. Trata-se de um projeto ecológico que preserve a capacidade da natureza de sustentar uma existência coletiva sóbria entre os seres vivos e inanimados e que não seja nem precária, nem perigosa.
Dispomos de pouco tempo para nos adaptar de maneira programada e progressiva. E nos lembrar que a Terra tem apenas 13 mil quilômetros de diâmetro, distância entre São Paulo e Paris, minúsculo planeta que estará do mesmo tamanho em milhares de anos. Enfim, não somos “maîtres et possesseurs de la nature” como cogitou Descartes.
Tomás Togni Tarquínio, Antropólogo (Paris VII), pós graduação Prospectiva (EHESS), consultor.
Fonte: https://www.ecodebate.com.br/2020/05/07/pandemia-e-mudanca-climatica-artigo-de-tomas-togni-tarquinio/
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Covid-19 – A epidemia também pode se espalhar pelos resíduos sólidos?
Esse artigo discute a possibilidade de transmissão do novo coronavírus SARS-CoV-2 a partir resíduos infectados produzidos por indivíduos em tratamento domiciliar.
A Organização Mundial da Saúde propôs uma diretriz para controlar a propagação do novo coronavírus SARS-CoV-2 causador da COVID-19.
No entanto, esse trabalho discute a necessidade de maior atenção para o gerenciamento de resíduos fora dos estabelecimentos de saúde, levando em consideração fatores como a resistência do vírus fora dos organismos hospedeiros demonstradas por diferentes autores.
Diferenças nos sistemas de gerenciamento de resíduos e condições climáticas em cada região também podem afetar a permanência do vírus nos ambientes.
Os pacientes infectados pelo coronavírus humano em tratamento em casa geram resíduos infectados, possivelmente descartados como lixo doméstico, o que pode representar riscos para os trabalhadores e o meio ambiente, dependendo das condições de transporte e descarte dos resíduos.
Em particular, a disseminação do coronavírus pode ser aumentada pelo gerenciamento inadequado de resíduos, destacando más condições de manuseio associadas ao uso inadequado de equipamentos de proteção individual e outras condições desfavoráveis apresentadas principalmente nos países em desenvolvimento.
Can the human coronavirus epidemic also spread through solid waste?
Marcos Paulo Gomes Mol, Sérgio Caldas
First Published April 17, 2020 Letter – Waste Management and Research
https://doi.org/10.1177/0734242X20918312
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Desmatamento em terras indígenas aumenta 59% durante a pandemia da Covid-19
O desmatamento e a Covid-19 avançam sobre a floresta e os povos que vivem nela e dela com velocidade avassaladora e previsões catastróficas. Uma análise dos dados do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra que nos quatro primeiros meses de 2020, os alertas de desmatamento em terras indígenas da Amazônia brasileira aumentaram 59%, em comparação ao mesmo período do ano passado.
De acordo com os dados do Deter, os alertas de desmatamento em Terras Indígenas (TIs) chegou a 1.319 hectares nos quatro primeiros meses deste ano – o equivalente a 1.800 campos de futebol -, enquanto no mesmo período do ano passado esse número era de 827 hectares.
O mapa abaixo mostra como o desmatamento está atingindo as Terras Indígenas:
Esses dados reforçam o alerta que madeireiros, grileiros e garimpeiros avançam de forma descontrolada na floresta, além de poderem ser a porta de entrada para que o vírus chegue nas comunidades.
Na contramão da busca por soluções, temos presenciado o total descaso do governo que, até o momento, não tomou ações para proteger os povos indígenas e as florestas brasileiras e ainda aproveita o momento para promover a diminuição da fiscalização, com a exoneração de profissionais do Ibama , enfraquecendo, ainda mais, a fiscalização.
Além disto, promove, estímulos à invasão de terras indígenas ainda em processo de demarcação com a Instrução Normativa 09 da Funai e a Medida Provisória (MP) 910/2019 – que promete a regularização de terras públicas que tenham sido invadidas até 2018. A MP tem até o dia 19 de maio para ser votada para não caducar.
“Estamos testemunhando a pandemia se espalhar pela Amazônia de maneira bastante rápida, o que pode causar um outro genocídio indígena, enquanto o governo fecha os olhos para os que cometem crimes na floresta. Isso é inaceitável. Precisamos agir – com a urgência que se faz necessária – para cuidar de quem cuida da floresta.
Diante da ausência do Estado vamos continuar exercendo um importante papel para manutenção do espaço democrático, prosseguiremos monitorando e denunciando, juntamente com parceiros, atividades que colocam em risco a saúde e o territórios dos povos indígenas”, informa Carolina Marçal, porta-voz da campanha de Florestas do Greenpeace Brasil.
Fonte: https://www.ecodebate.com.br/2020/05/08/desmatamento-em-terras-indigenas-aumenta-59-durante-a-pandemia-da-covid-19/
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Dr. Frederico Lobo
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Compostagem: fazer do lixo orgânico um bom composto pode ser uma ótima atividade em família
Há algum tempo em casa devido à quarentena em prevenção à Covid-19, as famílias paulistas tem preparado refeições juntos com maior frequência durante o dia. Mais elaboradas, elas acabam por produzir maior quantidade de resíduos decorrente de cascas, folhas, alguns bagaços, enfim, todo um lixo orgânico que pode e deve ser aproveitado, pois é muito rico em nutrientes para as plantas.
Os técnicos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, lotados na Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS) para atuarem com assistência técnica e extensão rural, ensinam e dão dicas para se fazer uma boa compostagem. Que tal colocar a mão na massa ou, melhor dizendo, no rico lixo doméstico e preparar um composto orgânico próprio? Quem ensina é o engenheiro agrônomo Osmar Mosca Diz, da Divisão de Extensão Rural da CDRS, responsável pelo Projeto Fazendinha Feliz, que recebe crianças e adultos para treinamentos e também visitas.
A área, que abriga canteiros com horta, plantas medicinais, Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC), assim como a criação de abelhas sem ferrão para a polinização, está localizada na sede da CDRS, em Campinas. Assim que passar este isolamento, vale uma visita, mas por enquanto seguem as dicas para fazer a boa e rica compostagem caseira e, de quebra, também um minhocário. As plantas vão agradecer!
“A prática da compostagem é uma excelente atividade educativa, contribuindo na formação da consciência e do entendimento sobre as leis ambientais, sendo uma prática evidente das transformações naturais pelas quais passam todos os organismos vivos.
Compostagem é a técnica de aproveitamento de diversos tipos de materiais orgânicos de origem vegetal que, por meio de um processo de fermentação aeróbica, se transformam no composto orgânico. Ela pode ser feita numa propriedade rural, na residência, em escolas e até mesmo em um apartamento, utilizando-se os restos de alimentos crus, oriundos do preparo das refeições, como restos de verduras não temperadas, folhas danificadas, cascas, frutos podres, borra de café, cascas de ovos etc., diminuindo consideravelmente o lixo produzido e proporcionando um fim bem apropriado para esse valioso material.
Para se fazer o composto, é preciso separar o material orgânico vegetal disponível já na cozinha (para isso pode-se dispor de um balde plástico com tampa). Esse material será distribuído em camadas intercaladas com palha (ou restos de grama cortada no pátio da escola, no jardim da casa, folhas secas, capim cortado etc.).
É importante frisar que para se evitar o apodrecimento do lixo, fortes odores e também a invasão de roedores e outros animais, inclusive larvas de moscas, não se deve, de maneira nenhuma, utilizar no composto os restos de comida preparada, tais como arroz, feijão, polenta, pão, macarrão, carnes, entre outros.
Composto orgânico feito em pilhas
A compostagem pode ser feita em caixotes, compartimentos plásticos específicos ou numa pilha e deve ser iniciada sempre com a palha, que formará a primeira camada (em torno de 10cm de altura), colocando-se sobre ela os restos orgânicos disponíveis (os resíduos já mencionados da cozinha ou estercos frescos de bovinos, aves ou cavalos) até formar uma pilha, sempre intercalando as camadas. Uma camada de palha, outra de resíduos frescos e/ou esterco e assim por diante.
Toda vez que se colocar uma camada de resíduos da cozinha, molhar bem até escorrer e cobrir em seguida com a palha até não se poderem ver mais os restos da cozinha (que ficarão sob a camada de palha). A largura da pilha deve ser de 1m a 1,2m e o comprimento pode variar conforme a disponibilidade de espaço e material (não devendo ultrapassar 4m a 5m) e a altura máxima de 1,2m.
Havendo possibilidade, podem-se acrescentar finas camadas de cinza peneirada de forno ou fogão à lenha, calcário, fosfato natural e/ou pó de ossos a cada três camadas de palha, para enriquecer o composto em nutrientes e diminuir a acidez, principalmente quando se colocam muitas cascas de cebola, de laranja e de limão. Não havendo disponibilidade de palhas, pode-se também edificar a pilha do composto colocando-se uma fina camada de terra sobre o material orgânico, de maneira intercalada. De qualquer forma, a última camada terá que ser sempre de palha. Não há necessidade de erguer a pilha ao abrigo da ação do sol e da chuva. Em situações excepcionais de muita chuva, pode-se colocar uma cobertura de plástico sobre a pilha. Uma vez formada a pilha de composto, é necessário controlar a temperatura interna e a umidade, pois com a fermentação há intensa formação de calor e, consequentemente, perda de água por evaporação. A temperatura alta da pilha (próxima de 50°C a 60°C) é um indicativo de que a fermentação está se desenvolvendo.
O tempo de fermentação do composto orgânico pode variar em função da temperatura ambiente, do material utilizado, da quantidade de água e do inoculante (esterco ou resíduos orgânicos utilizados), entre outros fatores. No verão, o processo é mais rápido. Montada a pilha, pode-se ter o composto pronto em até 60 dias, conforme o tipo de material e fazendo-se reviradas a cada 20 dias. Sempre que necessário (a cada 20 ou 30 dias), deve-se revolver a pilha para promover uma maior aeração, cortando-a com uma enxada e reerguendo em seguida todo o material semicompostado numa nova pilha, ao lado.
Durante o processo de compostagem, não é comum ser exalado cheiro forte, pois isso indicaria que está acontecendo apodrecimento e não a fermentação, talvez pelo excesso de água ou pela falta de oxigenação da pilha. Nesse caso, é preciso revirar a pilha e reerguê-la novamente em seguida.
O composto pronto se parece com terra e não apresenta cheiro diferente dessa, podendo ser utilizado diretamente sobre os canteiros onde serão (ou estão sendo) cultivadas as hortaliças ou flores e plantas ornamentais, seguido de sua leve incorporação superficial na terra ou então somente espalhado pela superfície. A dosagem varia, mas, em geral, se aplica um latão (20 litros) por metro quadrado de canteiro. Para uma melhor eficiência, recomenda-se peneirar o produto antes de colocá-lo nos canteiros. O que sobrar na peneira volta para o processo de compostagem.
Minhocultura – técnica também utiliza resíduos orgânicos
Assim como a compostagem, a minhocultura representa uma interessante alternativa para o aproveitamento de resíduos orgânicos. Por esse processo, se produz o húmus, um produto estável e inodoro, considerado o mais valioso dos insumos a ser colocado na terra.
O processo de criação de minhocas e produção de húmus é relativamente fácil. As minhocas irão se alimentar dos materiais orgânicos colocados à sua disposição no minhocário. O húmus será o produto resultado do metabolismo das minhocas, sendo excretado posteriormente.
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Dr. Frederico Lobo
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