quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

#BoraComerSalada: Post 1: Princípios básicos e ingredientes



Meu nutricionista odeia salada! Quando pedimos nosso almoço, ele sempre me dá a dele. Já eu, sempre fui um coelho. Talvez por estímulo do meu pai, que sempre foi natureba. Então o gosto amargo nunca foi problema pra mim, como é para muitos.

Desde pequeno, fui familiarizado com a rúcula, o espinafre, o agrião... e era sempre no café da manhã. Não me esqueço que, durante a minha primeira infância, meu café da manhã era beterraba batida com agrião, laranja, maçã e própolis. Não era fã de leite, então era o que nossa babá nos dava. Resultado: hoje continuo sendo um coelho. Como salada porque gosto, não só porque precisamos.

Pensando nisso, resolvi lançar aqui um e-book de saladas (50 ao todo), ao longo de 2022. Toda semana uma salada e se der tempo, eu, Rodrigo Lamonier e o Márcio de Souza falaremos um pouco sobre os nutrientes. Toda essa empreitada, com auxílio do meu amigo Yuri Rocha (@eatnicely). Final do ano compilarei todas e lançarei o e-book gratuito para vocês. Espero que gostem e permitam-se conhecer novos sabores. 

A ideia surgiu por alguns motivos:

1) Parte meu coração quando ouço um paciente falando que come salada e a salada é só alface e tomate. 

2) A ingestão de fibra é muito baixa na população mundial, em especial no Brasil. Fibra é um dos nutrientes mais negligenciados. Fibras são transformadoras. Fibras são sinônimos de maior longevidade. 

3) As pessoas não conseguem combinar alimentos e por isso, para ficar palatável recorrem aos molhos, quase sempre hipercalóricos e isso é um tiro no pé. O molhinho inocente tem a capacidade de aumentar muito o valor calórico da salada. Lembre-se: 1g de gordura = 9kcal. 1 g de proteína ou carboidrato = 4kcal. 

4) O paciente precisa se permitir conhecer novos sabores, com atenção plena aprender a explorar a parte sensorial. Salada tem visual, aroma, textura, temperatura e pode transformar uma refeição. 

5) Inúmeros trabalhos tem mostrado que começar a refeição pela salada mudará totalmente a elevação da glicemia. Quando se inicia um almoço pela salada, reduz-se o pico de glicemia e de insulina. Isso é excelente para pacientes portadores de diabetes, esteatose hepática, obesidade. Promove maior saciedade. 


Sejamos francos, a grande maioria das pessoas não gostam de comer salada. Razão? Inúmeras. 

1) Criação: se os pais não consomem e não estimulam os filhos, o hábito nada salutar passará de geração para geração. Pais precisam dar exemplo. 

2) Preguiça: de comprar, higienizar e picar os ingredientes. Na correria do cotidiano isso pode acontecer. Realidade, males da vida moderna. 

3) Paladar:  se não acostumou a comer, a tendência é rejeitar. A boa notícia é que paladar é treinável. 

4) Custo dos vegetais: em uma cenário de insegurança alimentar, consumir salada pode se tornar um luxo. Trabalho em um ambulatório de Nutrologia no SUS e essa é a minha realidade ao atender esses pacientes. Mas se a pessoa entende a importância do consumo de fibras, vegetais, a pessoa arruma um jeito. Vai à xepa, compra hortaliças mais baratas, reduz na carne, troca a carne por ovos.

5) Temperatura: algumas pessoas simplesmente odeiam consumir alimentos que não são quentes, principalmente em lugares mais frios. Mas até pra isso tem jeito.

6) Monotonia alimentar: há indivíduos que não sabem preparar nada além do trivial e aí essa monotonia alimentar enjoa. Comer salada de alface com tomate cansa. Brinco com meus pacientes que alface + tomate é alface com tomate e não salada. Então toda vez que você olhar pra sua geladeira e tiver só alface com tomate, lembre-se que isso não é salada. Mistura alguma coisa pra virar salada rs.

7) Sintomas desencadeados: alguns pacientes apresentam sintomas quando consomem saladas, alimentos ricos em fibras. Principalmente os que possuem quadro diarreico crônico ou intolerância a FODMAPS, Intestino irritável, doenças inflamatórias intestinais. Aí o nutricionista tem o dever de tentar contornar essa situação. 


Não ensinaremos apenas receitas de saladas. Falaremos sobre:
  • Os 2 tipos de saladas:
    1) Saladas verdes, feitas principalmente de folhas frescas, que são as mais simples.
    2) Saladas de acompanhamento. Podem ser quentes ou frias, normalmente elaboradas com legumes, frutas, hortaliças, oleaginosas, grãos, leguminosas, proteínas ou massas.
  • horário em que se consumirá a salada: almoço, lanche, jantar?
  • temperatura da salada: quente, fria, morna.
  • Os ingredientes que irão compor a salada. A lista é vasta, o segredo está na combinação. Listamos 190 ingredientes.
  • Os gostos e sabores: Muitos não sabem mas o gosto é dividido em amargo, ácido, salgado, doce e umami, e surge na boca através de uma reação química entre o alimento e as papilas gustativas presentes na língua. Já o sabor é a soma do aroma, dos gostos e das muitas sensações táteis, cinéticas, viscosas, térmicas etc. O sabor começa quando sentimos o cheiro da comida no prato se aproximando e termina com o residual deixado na boca. A salada deve ser rica em sabores, para ativar áreas cerebrais relacionadas ao prazer. Ou seja, quanto maior o estímulo, melhor. 
  • As texturas presentes nos ingredientes e como contrastá-las. Exemplos:
    A) Ingredientes firmes, como castanhas, misturadas com outros mais macios, como legumes cozidos e frutas.
    B) Ingredientes cozidos, como pennes, lentilha e couscous marroquino com legumes e frutas crus picados em pedaços menores.
    C) Ingredientes comuns a saladas, como folhas, com molhos mais pesados - de queijos, por exemplo - e embutidos.
    Combinações que curam as dores das saladas sem graça e delineiam um perfil alimentar mais rico e elaborado.
  • Os molhos: são preparos essenciais na finalização das saladas. Podem trazer em sua composição gostos mais ácidos, amargos, doces, salgados e com umami, e ainda sensações de cremosidade, adstringência, picância, temperaturas mais quentes ou mais frios e aspectos gordurosos.
  • Temperos: podemos variar o sabor com ervas frescas, especiarias e condimentos.
Quem pode entrar na salada? 

A salada é democrática, aceita todos, mas dessa mistura pode sair uma gororoba horrível e você pode se traumatizar. Então dica 1: o bom saladeiro sabe combinar os ingredientes. 

Segundo a nutricionista e culinarista Carol Morais, para uma salada ser apetitosa, ela deve aguçar os sentidos e deixar seu cérebro curioso. Em seu livro Verão para a vida toda, ela explica que uma boa salada depende de ingredientes de boa qualidade, frescos e de preferência orgânicos.

Segredos da mistura

O segredinho para fazer funcionar a mistura é pensar nas sensações baseadas em texturas e sabores. Quanto mais informações nosso cérebro recebe ao mesmo tempo mais apetitosa fica a salada. É como se o cérebro fosse uma folha de colorir e cada região pudesse ser pintada com uma cor diferente.

A cada sabor ou textura uma região recebe uma cor é por isso que a maioria das pessoas acha a feijoada um prato tão interessante. Tem o feijão, tem o molho no qual o feijão está embebido, tem as partes do porco, a picância do molho, a cremosidade (gordura) dada pela gordura do porco. Misture a isso o torresmo crocante e gorduroso. O arroz branco que puxa o molho da feijoada, a farofinha que também suga o gosto do molho. Acrescente o amargo da couve refogada, a suculência do vinagrete e finalize com as rodelas de laranja. Um arco-íris no cérebro. Várias áreas acionadas, prazer garantido. Endorfina e dopamina caminhando juntinhas.

Compreender isso é um ótimo truque não apenas para as saladas, mas para todos os pratos. Nós temos a tendência de ingerir menos aquilo que estimula poucas áreas cerebrais. Exemplo: um doce que é muito doce e não oferece diferença de sabores e texturas. Nesse caso aquela região cerebral se colore pouco e nós damos por satisfeitos após 2 colheradas. Agora imagina um doce que tem um azedinho, misturado com cremosidade e crocância. Ele desperta mais informações sensoriais, colore mais áreas cerebrais e aí você tende a comer uma quantidade maior. 



Textura

A textura nos diz a respeito da sensação que aquele alimento ou mistura terá na nossa cavidade oral, cada vez que mastigamos.
Perguntes:
  • Tem crocância 
  • Tem maciez?
  • É escorregadio na boca?
  • É grudendo/pegajoso na língua?
  • Fácil ou de difícil mastigação ?

Uma vez uma amiga nutricionista me disse: tudo que faz croc vicia, então, sempre orientei os pacientes a colocarem crocância na salada. Problema é que as pessoas pensam que somente oleaginosas ou croutons dão crocância. Por pensarem assim, as saladas ficam muito calóricas. Ou seja, a salada vira uma "cilada". Opções menos calóricas e que dão crocância:
  • Pepino, 
  • Alho crocante, 
  • Pimenta rosa, 
  • Crispy de alho poró, 
  • Crispy de couve, 
  • Grão de bico crocante, 
  • Milho crocante, 
  • Chips de beterraba, 
  • Chips de cenoura, 
  • Chips de banana, 
  • Chips de abobrinha,
  • Rabanete
  • Baby cenoura
  • Micro beterraba

Sabor

Quando se fala em sabor, falamos do equilíbrio entre a gordura, o sal, o ácido, o amargo, o umami e elementos aromáticos.
  • Gordura geralmente fornece cremosidade e pode ser oriunda de: manteiga, azeite, abacate, óleos, queijos mais gordos, oleaginosas.
  • O sal pode vir oriundo do próprio sal no tempero ou de alcaparras, azeitonas, pesto, parmesão.
  • A acidez pode ser das frutas cítricas como limão, laranja, tangerina, acerola, abacaxi, vinagres dos mais diversos tipos.
  • O amargo pode vir de folhosos como rúcula, espinafre, almeirão.
  • Os aromas são oriundos de ervas aromáticas, especiarias, trufa negra ou branca, raspas de limão. 
Então capricha naquilo que pretende comer mais (salada) e simplifique nos pratos que pretende comer menos. 



Isso não quer dizer que a salada deva ter uma lista infindável de ingredientes. Ou seja, riqueza de informações não significa muitos ingredientes. Significa poucos e bons, mas utilizados de forma inteligente e bem combinados (harmonizando). Até porque uma salada cheia de variedades pode não ser acessível para a maior parte da população.

Aspectos sensoriais

A base (ou caminha como preferimos denominar) poderá ser composta por folhas variadas para trazer a sensação de volume, saciedade, sabores, texturas, temperatura. Você também pode ir variando de acordo com sua preferência ou mesmo pensando na harmonização com outros ingredientes.

É importante cortar as folhas com as mãos ou facas específicas de plásticos ou cerâmica, já que as facas comuns de metal alteram o sabor das folhas e elas perdem da muito da sua crocante e suculência.

As cores são indispensáveis, afinal comemos primeiro com os olhos. A digestão começa na visão e olfato, chamamos isso de face cefálica. É fisiologia digestiva pura. Essa fase da digestão constitui-se de estímulos sensoriais (olfatório, visual) mais o pensamento sobre consumo da comida, que causam aumento do fluxo parassimpático excitatório neural para todo o trato gastrointestinal (TGI). Esse fluxo parassimpático, de modo geral, causa um aumento das secreções de saliva, de suco estomacal (ácido gástrico), produção de enzimas pancreáticas. As respostas aos estímulos prévios melhoram a capacidade do TGI de receber e digerir o alimento que virá. Por isso a atenção plena (mindful eating) é tão importante quando se pensa em prazer e saciedade.  Sendo assim,  um prato bonito, cheio de cores, aromas bem cominados é sempre mais convidativo.

A segunda fase, denominamos de fase oral. Nela adiciona-se os estímulos mecânicos e químicos (gustação) gerados pelos componentes da salada, que causam também resposta parassimpática, pela presença dos ingredientes na boca. Na boca ocorre quebra mecânica do alimento e o início da digestão do alimento pelas enzimas presentes na saliva, como a amilase salivar e a lipase lingual. Nessa fase é importante lembrarmos da textura. 

Segundo a Carol Morais, para a salada funcionar, é importante ter o famoso croc. Não é regra, mas para quem está querendo começar a comer salada, ele ajuda. 

Você poderá trazer essa sensação usando alguns ingredientes crocantes como pepino, granola, castanhas chips de vegetais assados ou desidratados como já citados no começo do texto.

E pra finalizar tente sempre incluir um alimento ou molho que represente um sabor. 


Quem pode acessar o "reino da saladela"

A caminha pode ser feita com:
Acelga
Agrião
Alface americana
Alface crespa
Alface lisa
Alface roxa
Almeirão
Aipo
Baby leaf
Brócolis
Brócolis ninja
Broto de alfafa
Broto de bambu
Broto de agrião
Broto de girassol
Broto de rúcula
Chicória
Couve chinesa
Couve manteiga
Endívia
Escarola
Espinafre
Mostarda
Radicchio
Repolho branco
Repolho roxo
Rúcula

Ingredientes que podem ser adicionados: 
Abacaxi
Abacate
Abóbora
Abobrinha
Açafrão
Alcachofra
Alcaparras
Alecrim
Alho
Alho frito
Alho negro
Alho poró
Ameixa seca
Amêndoa salgada, in natura ou defumada
Amendoim in natura, salgado ou doce
Aspargo
Avelã in natura ou defumado
Azeite de dendê
Azeite de oliva
Azeitona verde ou preta
Baunilha
Bacon
Batata inglesa
Batata baroa
Batata doce
Batata palha
Beterraba ralada ou em cubos ou rodelas
Canela
Capuchinha (flor comestível)
Carambola
Cardamomo
Castanha de caju
Castanha do pará
Cebola caramelizadas
Cebola crua em rodelas ou cubinhos
Cebola refogada no azeite ou manteiga
Cebola roxa
Cebolinha francesa
Cebolete
Cenoura ralada, em cubos ou em rodelas
Cheiro verde
Chimichuri
Chips de: batata doce, batata baroa, batata yacon, abóbora, tomate, pão pita, beterraba, maçã, aboborinha, couve, vagem, manga, pêssego, morango, alga nori, berinjela, banana da terra
Coentro
Cogumelos fatiados: champignon, shimeji, shiitake, portobello, cogumelo seco (funghi secchi)
Cogumelos trufados
Cominho
Conservas de: pepino, pequi, aspargos, cogumelos, pimenta biquinho, cebola, alho
Couve-de-bruxelas
Couve-flor
Cranberry
Croutons
Curry
Cuscuz
Damasco
Dry rub
Endro
Estragão
Erva doce
Ervilha
Ervilha-torta
Ervas finas
Figo
Flor de sal
Fumaça líquida
Gengibre
Gergelim
Goji Berry
Granola doce
Granola salgada
Grão-de-bico
Gremolata
Hortelã
Iogurte
Kani kama
Kefir
Kiwi
Laranja
Lemon Pepper
Lentilha
Limao China
Limão galego
Limão siciliano
Limão tahiti
Limão em raspas (siciliano ou tahiti)
Louro
Macadâmia
Macarrão bifum
Macarrão integral
Mandioca
Manga
Manjericão verde
Manjericão roxo
Manjerona
Mel
Melão
Mexerica
Milho
Molho barbecue
Molho de Peixe
Molho inglês
Morango
Molho de mostarda
Moyashi
Nabo
Nectarina
Nirá
Noz moscada
Nozes
Óleo de abacate
Óleo de amendoim
Óleo de gergelim
Óleo de semente de abóbora
Ora pro-nobis
Orégano
Ovos cozidos
Palmito inteiro ou picado
Pão folhada assado e triturado
Páprica picante
Páprica defumada
Pepino em cubos ou rodelas
Pêra
Pêssego
Pestos: manjericão ou coentro
Pimenta biquinho
Pimenta calabresa
Pimenta cayena
Pimenta de cheiro
Pimenta dedo de moça
Pimenta do reino
Pimenta rosa
Pimentão
Pistache
Proteínas animais: carne bovina (mini almôndega, pastrami, carne seca), frango (peito desfiado), carne suína (torresmo, panceta, lombo), peito de peru, salame, salaminho, copa, pepperoni, atum, sardinha, camarão, siri, lula, polvo, mexilhão, 
Queijos
Quiabo
Quinoa
Rabanete ralado ou em rodelas
Raspas de limão
Sal cinza
Sal Kosher
Sal grosso
Salsinha
Sálvia
Semente de coentro
Semente de linhaça
Semente de Chia
Shoyu
Tahine
Tâmara
Taioba
Tempero sírio
Tempeh
Trigo
Tomate cereja cortado em rodelas ou em cubinhos
Tomate confit
Tomate seco
Tomilho
Trufa branca ou negra: seja na forma de azeite trufado ou salsa trufada. 
Uva
Uva-passas
Vagem
Vinagre balsâmico
Vinagre branco destilado.
Vinagre de arroz 
Vinagre de maçã
Vinagre de vinho branco
Vinagre de vinho tinto
Wasabi
Zaatar

Quem irá dar volume? 

Folhas, principalmente as verdes. Além de dar volume, são ricas em fibras. Qual o problema das folhas, as vezes usamos apenas um tipo e se ela for amarga, deixa a salada mais voltada para o sabor amargo. Então uma dica: tente misturar dois tipos de folhas. Alface lisa com rúcula ou alface americana com rúcula. A textura também as vezes pode não agradar se utilizarmos somente um tipo de folha (cada uma tem uma textura própria), então um exemplo: misture a alface americana que tem crocância, com alface lisa que é mais escorregadia. 



Temos vários tipos de folhas para fazer a caminha com sabor mais neutro ou suave:
  • Alfaces: lisa, crepa, americana, frise, romana, mimosa, mini, hidropônica
  • Radichio
  • Microverdes
Folhas escuras com sabor mais amargo e que podem entrar na caminha:
  • Almeirão
  • Mostarda
  • Rúcula
  • Agrião
  • Chicória
  • Escarola
  • Alho poró
  • Endívia

Existe obrigatoriedade de colocar folhas? Não, mas geralmente enriquece a salada, dá volume, puxa o molho, promove saciedade, oferece fibra. 

Quase toda salada tem folhas e alguma hortaliça. A salada mais básica e menos nutritiva é a composta por tomate e alface. Aqui quero te fazer explorar outras hortaliças. Use a inteligência.

As folhas podem ser picadas ou rasgadas, até mesmo colocadas inteiras para dar mais crocrância. E as hortaliças, como podemos explorá-las?
  • Tomate: pode ser utilizado cru, na forma de tomate seco ou tomate confitado. Cortado na forma de cubos, ao meio, lâminas, rodelas mais finas ou mais grossas, com as sementes e polpa ou sem sementes.
  • Abobrinha: pode ser utilizada crua, assada, marinada, confitada, cortada em lâminas, cubos, raladas, na forma de chips, desidratada ou como macarrão feito com mandolin.
  • Pepino: cru, assado, cortado em cubos, rodelas, ralado, fatiado de forma irregular. 
  • Cenoura: Assada, crua, cozida, marinada, cortada em roldelas, cubos, ralada ou como "macarrão" com auxílio de mandolim
  • Couve-flor e brócolis: Cozidos, refogados, desidratados, fritos, empanados, cortados em lâminas ou pedaços inteiros na forma de floretes
  • Alho poró: Em conserva, cru, na forma de crispy, fatiado em rodelas ou em lâminas finas. 
  • Vagem: Cozida, refogada, cortada em cubos. 
  • Ervilha: cozida ou refogada e utilizada inteira
  • Pimentões: cruz, assados, em conserva, em pó (páprica), cortado em lâminas finas ou grossas, em cubos.
  • Berinjela: Assada, frita, refogada, na forma de pasta, cortada em cubos, fatias finas ou rodelas mais grossas.
  • Rabanete e Nabo: cruz ou marinado, cortado em fatias finas, grossas ou ralados.
  • Beterraba: Cruz, cozida, assada, em conserva, ralada, cortada em cubos ou em lâminas finas ou grossas.
Importante salientar que o método de cocção muda a textura e o sabor das hortaliças. Quanto mais cozido o vegetal, mais macio, se cru, mais crocância e o sabor muda. Além disso, via de regra, quanto mais cru o alimento, mais os nutrientes são preservados. Ou seja, quanto mais de cozinha, mais se perde vitaminas (não minerais), então se o seu foco é melhorar nutrientes como vitaminas como ácido fólico, Vitamina C, E, K, opte por alimentos in natura ou cozidos no vapor. Exceção à regra é: cenoura e tomate. O Tomate quanto mais cozido, mais libera licopeno. A cenoura, quanto mais cozida, mais libera vitamina A. 

Grãos, cereais, oleaginosas, legumes

São ingredientes que aumentarão a quantidade de carboidratos, gorduras ou de proteínas. Além de conferirem mais sabor, textura e até mesmo aromas.

Dentre os cereais e massa temos:
  • Arroz e suas variações: arbóreo, basmati, branco ou agulinha, cateto ou japonês, integral, jasmim, parboilizado, arroz vermelho
  • Macarrão: pene, fusilli, Elbow, gravata (farfalle), concha, rigatoni, espagueti, cabelo de anjo (fidelini), fettuccine, Tagliatelle, linguine, Lasanha, talharim, macarrão dos mais diferentes tipos de vegetais
  • Konjac: nas mais diferentes apresentações, lembrando que apesar de parecer um cereal, o Konjac é uma fibra.
  • Milho
  • Mandioca
  • Cuscuz
  • Cuscuz marroquino
  • Triguilho
  • Trigo sarraceno
  • Sorjo
  • Centeio
  • Cevada
  • Quinoa
  • Amaranto


Dentre as leguminosas temos:
  • Leguminosas oleaginosas: que são aquelas que produzem sementes ricas em óleo, como:
  • A soja e suas variações: Proteína texturizada da soja, grão, tofu, tempeh, missô. 
  • Amendoim apesar de acharem que é uma oleaginosa, consiste em uma leguminosa oleaginosa. Ambos podem ser consumidos como grãos ou usadas na produção de óleos.
  • Leguminosas grãos: também chamadas legumes secos ou pulses, produzem sementes ricas em amidos, que são colhidas após a secagem das vagens e incluem:
  • Feijões e suas variações: branco, fradinho, verde, carioca, vermelho, preto, manteiga, azuki, moyashi, rosinha, rajado, jalo, roxinho, mulatinho, fava. 
  • Grão-de-bico.
  • Lentilha e suas variações: marrom, vermelha, amarela, verde, negra (Beluga), rosa, corali
  • Leguminosas vagens: que são leguminosas cujas vagens são colhidas ainda verdes, como o feijão-vagem, edamame e ervilha torta, 
  • Palmitos: consiste o caule de 3 espécies de palmeiras: Real, Jucara, Pupunha, Açaí. De acordo com a botânica. 

Proteínas

Alimentos que são fontes de proteínas:
  • Carnes: frango nas suas variações de preparos (desfiado, cubo, tiras, patê), pernil, bacalhau (postas, lascas, desfiado), Salmão (cubos, desfiado), Peixes marinados ou grelhados, frutos do mar, carne bovina (assada, grelhada, frita, pastrami, cubo, tiras, desfiada, crua), ovos (cozidos, fritos), queijos, iogurtes
  • Ovos
  • Lácteos
  • Leguminosas e Grãos: possuem carboidratos mas possuem também proteínas.

Especiarias que fornecem:
  • Sabor: Alcaparras, azeitonas, canela, cardamomo, páprica, lemon pepper, zattar, pimenta do reino, anis estrelado
  • Aromas: Salsinha, coentro, pimenta de cheiro, trufas brancas ou negras, alho poró, cebola, manjericão, manjerona, tomilho, melissa, raspas de limão

Molhos

Os principais molhos a serem utilizados são:
  • Italiano
  • Pesto de rúcula ou de manjericão ou coentro
  • Maioneses
  • Molhos de Iogurtes
  • Molho caesar
  • Molho de aceto balsâmico
  • Mostarda e Mel
  • Vinagrete de limão
  • Vinagrete de tomate e coentro
  • Vinagrete de banana da terra
  • Vinafrete de caju
  • Mostarda dijon
  • Molho de gengibre e limão
  • Azeites em suas variações
  • Molho tahine
  • Clássico limão ou vinagres
Fontes: 
Autores:
Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM 13192 - RQE 11915
Revisores e co-autores:
Márcio José de Souza - Nutricionista e Profissional da Educação física - 021489-G/SC -
Rodrigo Lamonier - Nutricionista - CRN 14395 - Profissional da Educação física 
Yuri Rocha - Empresário frente aos Temperos do Yuri e digital influencer frente ao @eatnicely.



#BoraComerSalada - Como aprender a gostar de saladas?


Meu nutricionista odeia salada! Quando pedimos nosso almoço, ele sempre me dá a dele. Já eu, sempre fui um coelho. Talvez por estímulo do meu pai, que sempre foi natureba. Então o gosto amargo nunca foi problema pra mim, como é para muitos.

Desde pequeno, fui familiarizado com a rúcula, o espinafre, o agrião... e era sempre no café da manhã. Não me esqueço que, durante a minha primeira infância, meu café da manhã era beterraba batida com agrião, laranja, maçã e própolis. Não era fã de leite, então era o que nossa babá nos dava. Resultado: hoje continuo sendo um coelho. Como salada porque gosto, não só porque precisamos.

Pensando nisso, resolvi lançar aqui um e-book de saladas (50 ao todo), ao longo de 2022. Toda semana uma salada e se der tempo, eu, Rodrigo Lamonier e o Márcio de Souza falaremos um pouco sobre os nutrientes. Toda essa empreitada, com auxílio do meu amigo Yuri Rocha (@eatnicely). Final do ano compilarei todas e lançarei o e-book gratuito para vocês. Espero que gostem e permitam-se conhecer novos sabores. 

A ideia surgiu por alguns motivos:

1) Parte meu coração quando ouço um paciente falando que come salada e a salada é só alface e tomate. 

2) A ingestão de fibra é muito baixa na população mundial, em especial no Brasil. Fibra é um dos nutrientes mais negligenciados. Fibras são transformadoras. Fibras são sinônimos de maior longevidade. 

3) As pessoas não conseguem combinar alimentos e por isso, para ficar palatável recorrem aos molhos, quase sempre hipercalóricos e isso é um tiro no pé. O molhinho inocente tem a capacidade de aumentar muito o valor calórico da salada. Lembre-se: 1g de gordura = 9kcal. 1 g de proteína ou carboidrato = 4kcal. 

4) O paciente precisa se permitir conhecer novos sabores, com atenção plena aprender a explorar a parte sensorial. Salada tem visual, aroma, textura, temperatura e pode transformar uma refeição. 

5) Inúmeros trabalhos tem mostrado que começar a refeição pela salada mudará totalmente a elevação da glicemia. Quando se inicia um almoço pela salada, reduz-se o pico de glicemia e de insulina. Isso é excelente para pacientes portadores de diabetes, esteatose hepática, obesidade. Promove maior saciedade. 

Sejamos francos, a grande maioria das pessoas não gostam de comer salada. Razão? Inúmeras. 

1)Criação: se os pais não consomem e não estimulam os filhos, o hábito nada salutar passará de geração para geração. Pais precisam dar exemplo. 

2)Preguiça: de comprar, higienizar e picar os ingredientes. Na correria do cotidiano isso pode acontecer. Realidade, males da vida moderna. 

3)Paladar:  se não acostumou a comer, a tendência é rejeitar. A boa notícia é que paladar é treinável. 

4)Custo dos vegetais: em uma cenário de insegurança alimentar, consumir salada pode se tornar um luxo. Trabalho em um ambulatório de Nutrologia no SUS e essa é a minha realidade ao atender esses pacientes. Mas se a pessoa entende a importância do consumo de fibras, vegetais, a pessoa arruma um jeito. Vai à xepa, compra hortaliças mais baratas, reduz na carne, troca a carne por ovos.

5)Temperatura: algumas pessoas simplesmente odeiam consumir alimentos que não são quentes, principalmente em lugares mais frios. Mas até pra isso tem jeito.

6)Monotonia alimentar: há indivíduos que não sabem preparar nada além do trivial e aí essa monotonia alimentar enjoa. Comer salada de alface com tomate cansa. Brinco com meus pacientes que alface + tomate é alface com tomate e não salada. Então toda vez que você olhar pra sua geladeira e tiver só alface com tomate, lembre-se que isso não é salada. Mistura alguma coisa pra virar salada rs.

7)Sintomas desencadeados: alguns pacientes apresentam sintomas quando consomem saladas, alimentos ricos em fibras. Principalmente os que possuem quadro diarreico crônico ou intolerância a FODMAPS, Intestino irritável, doenças inflamatórias intestinais. Aí o nutricionista tem o dever de tentar contornar essa situação. 

Não ensinaremos apenas receitas de saladas. Falaremos sobre:
  • Os 2 tipos de saladas:
    1) Saladas verdes, feitas principalmente de folhas frescas, que são as mais simples.
    2) Saladas de acompanhamento. Podem ser quentes ou frias, normalmente elaboradas com legumes, frutas, hortaliças, oleaginosas, grãos, leguminosas, proteínas ou massas.
  • O horário em que se consumirá a salada: almoço, lanche, jantar?
  • A temperatura da salada: quente, fria, morna.
  • Os ingredientes que irão compor a salada. A lista é vasta, o segredo está na combinação. Listamos 190 ingredientes.
  • Os gostos e sabores: Muitos não sabem mas o gosto é dividido em amargo, ácido, salgado, doce e umami, e surge na boca através de uma reação química entre o alimento e as papilas gustativas presentes na língua. Já o sabor é a soma do aroma, dos gostos e das muitas sensações táteis, cinéticas, viscosas, térmicas etc. O sabor começa quando sentimos o cheiro da comida no prato se aproximando e termina com o residual deixado na boca. A salada deve ser rica em sabores, para ativar áreas cerebrais relacionadas ao prazer. Ou seja, quanto maior o estímulo, melhor. 
  • As texturas presentes nos ingredientes e como contrastá-las. Exemplos:
    A) Ingredientes firmes, como castanhas, misturadas com outros mais macios, como legumes cozidos e frutas.
    B) Ingredientes cozidos, como pennes, lentilha e couscous marroquino com legumes e frutas crus picados em pedaços menores.
    C) Ingredientes comuns a saladas, como folhas, com molhos mais pesados - de queijos, por exemplo - e embutidos.
    Combinações que curam as dores das saladas sem graça e delineiam um perfil alimentar mais rico e elaborado.
  • Os molhos: são preparos essenciais na finalização das saladas. Podem trazer em sua composição gostos mais ácidos, amargos, doces, salgados e com umami, e ainda sensações de cremosidade, adstringência, picância, temperaturas mais quentes ou mais frios e aspectos gordurosos.
  • Temperos: podemos variar o sabor com ervas frescas, especiarias e condimentos.
Bora comer salada? 

Autor: Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM 13192 - RQE 11915 @drfredericolobo
Revisores e co-autores:
Márcio José de Souza - Profissional da Educação física - 021489-G/SC - Graduando em Nutrição @profmarciosouza
Rodrigo Lamonier - Nutricionista - CRN 14395 - Profissional da Educação física @rodrigolamoniernutri
Yuri Rocha - Empresário frente aos Temperos do Yuri e digital influencer frente ao @eatnicely



 

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

[Conteúdo exclusivo para médicos] Ganho de peso gestacional em mulheres com obesidade e consideração da morbidade e mortalidade infantil na prática clínica

Wang et al estudaram retrospectivamente dados da vida real nos Estados Unidos em 15,8 milhões de nascimentos entre 2011 e 2015. 

Eles demonstraram aumento da morbidade e mortalidade infantil em ambos os extremos do ganho de peso gestacional (GWG), mesmo entre mulheres com obesidade.

Para cada índice de massa corporal antes da gravidez (IMC, calculado como peso em quilogramas dividido pela altura em metros quadrados) categoria (baixo peso [<18,5], peso normal [18,5-24,9], sobrepeso [25,0-29,9] e classes de obesidade 1 [30,0-34,9], 2 [35,0-39,9] e 3 [≥40,0]), eles identificaram o limite inferior para GWG abaixo do qual o risco de mortalidade infantil no primeiro ano de vida começa a aumentar acima da população em geral.

Esse ponto de GWG foi considerado mais alto do que os limiares mais baixos do GWG recomendados pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (NAS) para todas as categorias de IMC.

Notavelmente, a associação relativa de baixo GWG (ou seja, ganho de peso menor do que o recomendado) com mortalidade infantil foi muito menos óbvia entre mulheres com obesidade do que entre mulheres com peso normal.

Por exemplo, com a perda de peso gestacional, os odds ratios ajustados (aORs) foram 2,53 (IC 95%, 2,33-2,75) para mulheres com obesidade classe 1, 2,11 (IC 95%, 1,93-2,32) para mulheres com obesidade classe 2, e 1,58 (IC de 95%, 1,45-1,72) para mulheres com obesidade de classe 3, enquanto para mulheres com IMC normal, a aOR foi de 6,10 (IC de 95%, 5,48-6,78).

A mortalidade infantil é devastadora para as famílias e, felizmente, é um evento relativamente raro nos EUA, afetando 4,1, 4,7 e 5,8 por 1000 nascimentos em mulheres com obesidade classe 1, classe 2 e classe 3, respectivamente, em comparação com 2,8 por 1000 em mulheres com peso normal, sem consideração de GWG.

O aumento da mortalidade infantil com GWG mais pobre em mulheres com obesidade só pode ter se tornado detectado de forma confiável devido ao grande tamanho da amostra.

Assim, os autores concluíram que a manutenção e a perda de peso para gestantes com obesidade não devem ser recomendadas de rotina.

Essas descobertas constituem uma parte valiosa da resposta ao apelo por mais pesquisas do comitê NAS que escreveu as recomendações do GWG de 2009 para mulheres nos Estados Unidos, que tendia a abordar o aumento da obesidade limitando o GWG.

Com base em estudos observacionais de coorte populacional, o NAS recomendou uma meta de GWG estreita de 5,0 a 9,0 kg para todas as mulheres com obesidade para minimizar os riscos maternos e infantis, citando a falta de dados para sustentar recomendações mais granulares pela classe de obesidade.

No entanto, muitas mulheres com obesidade não conseguem atingir essa meta, com uma grande proporção exibindo GWG excessivo e uma proporção menor, porém apreciável, apresentando GWG inadequado.

A controvérsia persistiu sobre se o GWG deveria ser ainda mais restritivo com o aumento da gravidade da obesidade.

O LifeCycle Project meta-analisou 25 estudos de coorte ocidentais (N = 196670) e descobriu que perda de peso, nenhum ganho de peso ou GWG de até 4,0 kg e 6,0 kg para mulheres com obesidade classes 2 e 3, respectivamente, estavam associados ao  riscos mínimos, mas os autores reconheceram seu desempenho discriminativo de baixo a moderado.

Embora Wang e cols. usassem uma abordagem analítica semelhante ao LifeCycle Project, a discrepância nas conclusões do estudo deriva do foco em diferentes desfechos clínicos.

Ao contrário da mortalidade infantil, o LifeCycle usou nascimento prematuro e tamanho pequeno ou grande para a idade gestacional ao nascer, junto com complicações maternas de hipertensão gestacional, diabetes gestacional e parto cesáreo, para derivar as metas do GWG.

Enquanto isso, uma opinião amplamente difundida é que, entre as mulheres com obesidade com GWG inadequado, onde o crescimento fetal é apropriado, há poucas evidências para encorajar um maior ganho de peso em conformidade com as diretrizes do NAS.

Wang e cols. também consideraram os desfechos de morbidade infantil, incluindo infecção neonatal, dificuldade respiratória, convulsões e internações em unidades de terapia intensiva neonatal, mas seus achados pareciam ter implicações apenas para mulheres sem obesidade (IMC<30), onde um pequeno aumento de 1 kg  no limite inferior do GWG recomendado pelo NAS deve ser considerado.

Enquanto isso, os limiares superiores para GWG que foram associados a riscos aumentados para o bebê foram maiores do que as recomendações NAS; portanto, os limiares superiores são mais bem ditados pelos riscos de complicações maternas e adversidades de saúde maternas e / ou dos filhos em longo prazo.

Os mecanismos subjacentes ao aumento da morbidade e mortalidade infantil com GWG inadequado permanecem obscuros e não são abordados no estudo de Wang e cols. em qualquer profundidade.

Pode ser mediada por prematuridade, restrição de crescimento intrauterino ou equilíbrio energético interrompido, ou pode ser devido a fatores de confusão, como condições médicas maternas crônicas ou ingestão de medicamentos, ou a causa reversa caracterizada por adaptação materna prejudicada à gravidez como consequência de subótima  responsividade materna e comunicação de baixa qualidade de uma unidade fetal-placentária com defeito levando a GWG inadequado.  

Nenhuma análise de mediação foi realizada, e os defeitos do tubo neural foram a única condição fetal patológica explicitamente excluída em uma análise de sensibilidade para mostrar que não desempenhou um papel nos achados.

Para aplicabilidade clínica, devemos recorrer a ensaios clínicos randomizados em busca de pistas para saber se as mudanças no GWG que são realisticamente induzidas por meio de modificações no estilo de vida podem fazer diferença nos resultados infantis.

Os ensaios não têm consistentemente confirmado que (1) dietas mais saudáveis ​​e níveis apropriados de atividade física podem otimizar o GWG e (2) que alterações no GWG podem melhorar os resultados infantis.

Os estudos se concentraram no GWG excessivo ou nas diferenças médias no GWG, em vez de no GWG inadequado.

Na melhor das hipóteses, a magnitude da diferença do GWG entre os grupos de estudo experimental foi modesta (0,5-1 kg) e, às vezes, discordante com os resultados esperados para bebês em curto prazo, embora os efeitos de longo prazo sobre os filhos ainda estejam para surgir.

O ensaio clínico randomizado por cluster GeliS (N = 2.286) na Alemanha descobriu que uma intervenção no estilo de vida para mulheres com IMC pré-gestacional de 18,5 a 40 não alterou a ocorrência de GWG excessivo (aOR, 0,95 [IC 95%, 0,66-1,38]) ou complicações neonatais (aOR, 1,18 [IC 95%, 0,86-1,61]).

Entre os participantes com obesidade, a intervenção tendeu a aumentar o GWG em comparação com o grupo de controle (diferença média, 1,00 kg [IC 95%, -0,90 a 2,90  kg]).

O estudo UPBEAT do Reino Unido (N = 1555) relatou que as intervenções comportamentais para mulheres com obesidade não alteraram o risco de diabetes gestacional ou neonatos serem grandes para a idade gestacional, mas reduziram marginalmente o GWG (diferença média, −0,55 kg [IC 95%, -1,08 a -0,02 kg]) e aumentar a hipoglicemia neonatal (risco relativo, 2,22 [IC 95%, 1,13-4,36]), sem diferença em outros resultados neonatais.

O estudo SMART-GDM de Singapura (N = 340) testado em um programa de treinamento de estilo de vida baseado em aplicativo de smartphone na limitação de GWG em mulheres já diagnosticadas com diabetes gestacional.

Apesar das tendências de uma proporção maior de mulheres apresentando GWG excessivo (em 6,3% [IC 95%, -1,9% a 14,5%]) e superior GWG médio (0,58 kg [IC de 95%, -0,32 a 1,49 kg]) com a intervenção, os participantes tiveram níveis de glicose no sangue mais baixos (diferença média de -2,7 mg / dL [IC de 95%, -4,7 a -0,5 mg / dL] [para converter para milimoles por litro, multiplique por 0,0555]) e significativamente menos complicações neonatais (composto de trauma de nascimento, hipoglicemia, hiperbilirrubinemia, dificuldade respiratória, admissão na unidade neonatal e morte perinatal;  intervenção, 38,1% vs controle, 53,7%;  P = 0,006), atribuível a uma dieta mais saudável e níveis mais baixos de glicose, em vez de em virtude das diferenças de GWG.

Para desfechos raros, como mortalidade infantil, ensaios clínicos excepcionalmente grandes serão necessários para ter poder estatístico suficiente para mostrar se as mudanças no GWG induzidas pelo estilo de vida podem fazer diferença.

Na sequência do trabalho de Wang et al, aumentar o limiar inferior do GWG de 5 kg para 8 kg para mulheres com obesidade de classe 1 e para 6 kg para mulheres com obesidade de classe 2 ou classe 3 excederia até mesmo os limiares superiores de GWG sugeridos por  the LifeCycle Project.

Sem fortes evidências de que o baixo GWG é em si uma causa do aumento da morbidade e mortalidade infantil, mudar o limite inferior do GWG e reduzir ainda mais as metas para mulheres com obesidade ainda não deve ser recomendado e, mesmo se adotado, pode não mudar materialmente a prática clínica.

Os achados do estudo, no entanto, deixariam os médicos mais cientes dos possíveis danos do aumento da morbidade e mortalidade infantil associada ao GWG inadequado, que pode ocorrer independentemente do parto prematuro e da restrição de crescimento intra-uterino.

Para uma gravidez geral mais saudável e melhores resultados na prole, as mulheres com obesidade devem continuar a ser aconselhadas a perder peso antes da concepção e a evitar GWG excessivo.

Se elas demonstrarem perda de peso ou nenhum ganho de peso durante a gravidez, isso deve levar a uma revisão de sua condição médica geral e sua dieta e atividade física para garantir que estão ótimos, além de monitorar o crescimento fetal, a saúde fetal durante o trabalho de parto e o recém-nascido após o parto, conforme praticado atualmente.

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terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Quantas repetições devo fazer na musculação quando se objetiva hipertrofia ?

 


Muito se tem discutido, recentemente, acerca do Treinamento de Força (TF) e seus propósitos. No que se refere a hipertrofia, as controvérsias são inúmeras. Muitos praticantes de TF, leigos, estudantes e Profissionais de Educação Física atingem seus objetivos e, muitas vezes, passam a acreditar, fielmente, em uma teoria que pode ou não estar correta. 

É importante destacar que, independente do objetivo a ser atingido, deve-se sempre respeitar o princípio da individualidade biológica, na qual, cada indivíduo é único é precisa ser analisado todas as variáveis antes de o submeter a qualquer programa de treinamento.

Mas afinal, será que existe um número ideal de repetições para gerar hipertrofia?

Na literatura existem estudos que apresentam a janela de 8 a 12 repetições como a melhor estratégia para hipertrofia – e isso não está errado, porém, esta informação, isoladamente, é limitada.

Dentro do TF existem alguns fatores primordiais que resultam na Hipertrofia, que são: tensão mecânica e estresse metabólico. A tensão mecânica, considerada o principal fator, está relacionado a carga, ou seja, sem o estímulo mecânico torna-se mais difícil aumentar o ganho de massa muscular.

O estresse metabólico está intimamente relacionado ao acúmulo de algo, e no caso do TF, é o acúmulo de íons de hidrogênio (H+), principalmente quando se treina até a falha e com pouco ou nenhum período de descanso entre as séries. 

O H+ surge da quebra do ATP (Adenosina trifosfato) em ADP (Adenosina difosfato), portanto, quanto mais repetições, mais ATP será quebrado, pois mais energia será necessária, e assim maior será o acúmulo de H+, no qual, ocasiona acidose, que diminui a força e por fim, leva a fadiga. Importante destacar aqui que treinar até a falha (fadiga muscular), recruta mais fibras, principalmente as fibras do tipo II, essenciais no processo de hipertrofia.

Portanto, não existe um número ideal de repetições visando hipertrofia muscular. Porém, existem recomendações que favorecem uma potencialização da hipertrofia, conforme descrito nesse post.

Sendo assim, treinar com carga baixa e altas repetições (20 a 30 reps), gerará hipertrofia e treinar com carga moderada e realizar repetições de 8 a 12, por exemplo, também vai hipertrofiar.

Minha dica é, não faça séries na janela de 8 a 12 repetições, se com essa mesma carga você conseguiria fazer 30. Pois o que determina a hipertrofia é a tensão mecânica (carga) e o estresse metabólico no qual as células musculares são submetidas.

Fonte: SCHOENFELD, Brad J. et al. Loading Recommendations for Muscle Strength, Hypertrophy, and Local Endurance: a re-examination of the repetition continuum. Mdpi - Publisher Of Open Access Journals, Basiléia, p. 9-32, 22 fev. 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33671664/. Acesso em: 09 jan. 2022.

Autor: 
Prof. Márcio José de Souza - Profissional da Educação física e Graduando em Nutrição
Revisores: 
Frederico Lobo - Médico Nutrólogo CRM13192 | RQE 11915
Rodrigo Lamonier - Nutricionista e Profissional da Educação física 

Trocar laticínios integrais por azeite pode auxiliar a reduzir risco de doença e morte, conclui estudo


Usar azeite em vez de margarina, manteiga ou outras gorduras saturadas pode protegê-lo de morrer de câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias, demência e outras condições, de acordo com um estudo divulgado na segunda-feira.

"É uma combinação de diminuir a quantidade de gordura saturada ao mesmo tempo em que você aumenta as gorduras monoinsaturadas encontradas no azeite", disse o Dr. Howard LeWine, editor médico-chefe da Harvard Health Publishing, parte da Harvard Medical School.
"A conclusão é usar azeite toda vez que puder como substituto das gorduras saturadas quando estiver cozinhando ou em seus molhos para salada", disse LeWine, que não estava envolvido no estudo.

O estudo analisou as dietas de pessoas inscritas em dois grandes estudos financiados pelo governo: o Nurses' Health Study e o Health Professionals Follow-up Study. Os pesquisadores então compararam os achados da dieta aos registros de doenças e mortes dessas pessoas ao longo do tempo.

Homens e mulheres que substituíram pouco mais de 2 colheres de chá (10 gramas) de margarina, manteiga, maionese ou gordura láctea pela mesma quantidade de azeite tiveram um risco geral até 34% menor de morrer do que as pessoas que comeram pouco ou nenhum azeite, de acordo com a autora do estudo Marta Guasch-Ferre, cientista pesquisadora sênior da Harvard T.H. Escola de Saúde Pública Chan.

"Este é o primeiro estudo de longo prazo, incluindo mais de 90.000 participantes acompanhados por até 30 anos, realizado na população americana sobre azeite e mortalidade. Estudos anteriores foram realizados em populações mediterrâneas e europeias, onde o consumo de azeite tende a ser maior", disse Guasch-Ferre por e-mail.

"Nossos resultados fornecem mais apoio às recomendações para substituir gordura saturada e gordura animal por óleos vegetais insaturados, como azeite, para a prevenção da morte prematura", acrescentou ela.

As pessoas que relataram comer os níveis mais altos de azeite tiveram um risco 19% menor de morrer de problemas cardíacos, um risco 17% menor de morrer de câncer, um risco 29% menor de morrer de doenças neurodegenerativas e um risco 18% menor de morrer de mortalidade por doenças respiratórias em comparação com aquelas que nunca ou raramente consumiram azeite no lugar de gorduras saturadas.

Tanto o estudo quanto o editorial foram publicados na segunda-feira no Journal of the American College of Cardiology.

A conexão entre o azeite e menos mortes por doença cerebral era "novidade", escreveu Larsson. "Considerando a falta de estratégias preventivas para a doença de Alzheimer e a alta morbidade e mortalidade relacionada a essa doença, esse achado, se confirmado, é de grande importância para a saúde pública."

Amado no Mediterrâneo

O azeite, ou "laderá" em grego, é um alimento básico fundamental na premiada dieta mediterrânea, que estudos mostraram que pode reduzir o risco de diabetes, colesterol alto, demência, perda de memória, depressão e câncer de mama. A dieta, que é mais um estilo alimentar do que uma dieta restrita, também tem sido associada a ossos mais fortes, um coração mais saudável e uma vida mais longa.

Embora a maneira mediterrânea de comer seja baseada em alimentos tradicionais dos 21 países que cercam o Mar Mediterrâneo, ela gira em torno de um tema fundamental. O foco está na culinária simples e à base de plantas, com vegetais e frutas frescas, grãos integrais, feijão, sementes e nozes, e uma forte ênfase no azeite virgem extra.

Na Grécia, o berço da dieta mediterrânea, o azeite faz parte da vida grega que, se os nativos acham que alguém é um pouco louco, dizem que são "choris ládi" ou "perder óleo".

Mas a comida não é o único foco da abordagem mediterrânea, que recentemente liderou o ranking de 2022 para melhor dieta pelo quinto ano consecutivo. Na verdade, é um estilo de vida que também enfatiza o movimento - caminhar, andar de bicicleta, jardinagem - bem como a alimentação consciente e os benefícios sociais de jantar com amigos e familiares.

Comportamentos saudáveis

Uma ênfase em comportamentos saudáveis também foi encontrada entre os homens e mulheres que mais comeram azeite no estudo, disse Guasch-Ferre. Eles eram mais propensos a serem fisicamente ativos ou comer mais frutas e vegetais do que aqueles que comiam menos azeite. Eles também eram menos propensos a fumar.

"É verdade que às vezes pode ser difícil desembaraçar o efeito 'real' do azeite versus ter outros comportamentos saudáveis", disse Guasch-Ferre, acrescentando que mais estudos com americanos de todas as origens eram necessários para ver se os resultados são semelhantes.

No entanto, o estudo se ajustou para vários possíveis fatores de confusão, "incluindo fatores dietéticos, fatores de estilo de vida, histórico de doenças, bem como fatores de nível socioeconômico, e as associações foram significativas, mesmo após o ajuste para o IMC (índice de massa corporal)", disse ela.

O importante achado do estudo, disse Guasch-Ferre, é o benefício de substituir gorduras insalubres, como manteiga e laticínios integrais e maionese "aumentando o azeite para cozinhar, vestir e assar, semelhante a outras populações mediterrâneas".

"É digno de nota, nenhuma evidência científica apoia a noção de que comer mais azeite está associado ao ganho de peso", acrescentou ela. "O azeite provavelmente poderia aumentar a saciedade e a plenitude, o que pode potencialmente reduzir o consumo de lanches não saudáveis."

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Dieta mediterrânea é eleita a melhor dieta para 2022

Acho essa eleição um pouco sensacionalista. Todo ano fazem esse tipo de eleição porém não levam em conta a individualidade biológica de cada pessoa. A grosso modo, a dieta mediterrânea continua sendo eleita ano após ano a melhor dieta. Mas já parou para pensar: e se o paciente for portador de gota e os peixes elevarem ainda mais o ácido úrico ? Há outras situações em que ela pode não ser a ideal. Portanto, a minha dica e da minha equipe é: A melhor dieta é aquela que você consegue ter adesão e faz você se sentir bem. Que mantém seus exames laboratoriais o mais próximo da normalidade.

att

Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 - RQE 11915

É uma sequência de vitórias que simplesmente não vai desistir. Pelo quinto ano consecutivo, a dieta mediterrânea foi a primeira na linha de chegada na corrida anual de melhor dieta, de acordo com as classificações anunciadas na terça-feira pelo U.S. News & World Report.

Chegando em segundo lugar, em um empate: a dieta DASH, que significa abordagens dietéticas para interromper a hipertensão e enfatiza a redução da ingestão de sal; e a dieta flexitária, que incentiva ser vegetariano na maioria das vezes - mas é flexível o suficiente para permitir um hambúrguer de vez em quando.

Todas essas três dietas reduzem ou eliminam alimentos processados e enfatizam a embalagem do seu prato com frutas, vegetais, feijão, lentilhas, grãos integrais, nozes e sementes.

"Acho importante notar que as três principais dietas - mediterrânea, DASH e flexitária - oferecem variedade, flexibilidade e poucas, se houver, regras", disse Gretel Schueller, editora-gerente de saúde do US News & World Report, que publica um ranking anual de dietas, em um e-mail.

"Todas as dietas que têm um bom desempenho são seguras, sensatas e apoiadas por uma ciência sólida. Os vencedores da dieta também fornecem calorias adequadas com foco em vegetais, frutas e grãos integrais; uma quantidade modesta de proteína magra, laticínios; e um deleite ocasional", acrescentou Schueller.

Um painel de 27 especialistas examinou 40 dietas e as classificou em várias categorias: Quão fácil é a dieta seguir; qual a probabilidade de uma pessoa perder peso significativo, tanto a curto quanto a longo prazo; quão eficaz é a dieta na prevenção de doenças cardiovasculares ou diabetes; e a completude nutricional da dieta.

"De um modo geral, as principais dietas são impulsionadas pelo que você pode comer - não pelo que você não pode comer. E agora - durante esses tempos estressantes da pandemia - isso é especialmente útil para as pessoas", disse Schueller. 

"Queremos comida que possamos desfrutar. E queremos alimentos que mantenham nossa saúde, talvez até aumentem nossa imunidade. As dietas mais bem classificadas oferecem isso."

Dieta mediterrânea

Além de seu primeiro lugar como melhor dieta geral, o estilo mediterrâneo de comer também capturou a fita azul nas seguintes categorias: dietas mais fáceis de seguir; melhores dietas para uma alimentação saudável; melhores dietas para diabetes e melhores dietas à base de plantas.

Numerosos estudos descobriram que a dieta mediterrânea pode reduzir o risco de diabetes, colesterol alto, demência, perda de memória, depressão e câncer de mama. A dieta, que é mais um estilo alimentar do que uma dieta restrita, também tem sido associada a ossos mais fortes, um coração mais saudável e uma vida mais longa.

A dieta apresenta culinária simples à base de plantas, com a maior parte de cada refeição focada em frutas e vegetais, grãos integrais, feijão e sementes, com algumas nozes e uma forte ênfase no azeite extra-virgem. 

Gorduras além do azeite, como manteiga, são consumidas raramente, se é que consomem, e açúcar e alimentos refinados são reservados para ocasiões especiais.

A carne vermelha é usada com moderação, geralmente apenas para dar sabor a um prato. Comer peixe saudável embalado com óleo ômega 3 é incentivado, enquanto ovos, laticínios e aves são consumidos em porções muito menores do que na dieta ocidental tradicional.
Interações sociais durante as refeições e exercícios são pilares básicos do estilo mediterrâneo de comer. Mudanças no estilo de vida que fazem parte da dieta incluem comer com amigos e familiares, socializar durante as refeições, comer conscientemente alimentos favoritos, bem como movimentos e exercícios conscientes.

Melhor dieta para a saúde do coração

Na categoria de melhor dieta saudável para o coração, a dieta mediterrânea compartilhou o círculo de vencedores com a dieta órnica, que foi criada em 1977 pelo Dr. Dean Ornish, fundador do Instituto de Pesquisa de Medicina Preventiva sem fins lucrativos na Califórnia. Hoje, a dieta é oferecida através do site de saúde do consumidor Sharecare.

Apenas 10% das calorias podem vir de gordura, muito pouco saturada, disse o relatório: "A maioria dos alimentos com qualquer colesterol ou carboidratos refinados, óleos, cafeína excessiva e quase todos os produtos de origem animal, além de claras de ovos e uma xícara por dia de leite ou iogurte sem gordura, são proibidos, embora o plano inclua algumas sementes e nozes".

Embora os especialistas concordem que a dieta pode ser excessivamente restritiva e difícil de seguir, de acordo com Ornish, é o único programa cientificamente comprovado para reverter doenças cardíacas sem medicamentos ou cirurgia, como mostrado em um ensaio clínico randomizado.

A dieta é combinada com técnicas de gerenciamento de estresse, exercícios, apoio social e cessação do tabagismo, que "formaram a base do histórico ensaio de reversão de doenças cardíacas de Ornish na década de 1990", diz o relatório.

Melhor dieta para diabetes

Na melhor categoria de dieta para diabetes, a dieta mediterrânea recebeu as principais honras. 

Empatadas em segundo lugar estavam as dietas flexitária e vegana.

A dieta flexitária é uma combinação de duas palavras: flexível e vegetariana. Com essa dieta, você não precisa abandonar carne completamente. Você pode comer plantas a maior parte do tempo e comer bife ou hambúrguer ocasional. Uma dieta principalmente à base de plantas está ligada a uma melhor saúde e longevidade geral, disse o relatório, incluindo uma menor taxa de doenças cardíacas, diabetes e câncer.

A dieta vegana leva o vegetarianismo um passo adiante, eliminando todos os produtos de origem animal - até mesmo laticínios e ovos. Isso significa "sem feijão frito com banha de porco, margarina feita com soro de leite e qualquer coisa com gelatina, que venha de ossos de animais e cascos", diz o relatório.

Melhor dieta geral para perda de peso

Para esta categoria, o popular plano WW (anteriormente chamado de Vigilantes do Peso) está vinculado às dietas flexitária e volumétrica para o primeiro lugar.

A dieta flexitária quer que você adicione alimentos à sua dieta, como proteínas não cárneas, como feijão, ervilhas ou ovos, bem como frutas e vegetais, grãos integrais, laticínios e temperos. Então você tenta seguir as seguintes contagens de calorias, o relatório disse: "As escolhas de café da manhã são de cerca de 300 calorias, almoços 400 e jantares 500. Os lanches custam cerca de 150 calorias cada; adicione dois, e seu total diário custa 1.500 calorias."
"Se você enfatizar o componente à base de plantas desta dieta - comer muitas frutas, vegetais e grãos integrais - provavelmente se sentirá cheio de menos calorias do que está acostumado", de acordo com a análise da dieta flexitária. "Pesquisas mostram que vegetarianos tendem a comer menos calorias, pesar menos e ter um índice de massa corporal mais baixo (uma medida de gordura corporal) do que seus colegas comedores de carne."

O plano WW, que junto com a dieta da Mayo Clinic empatou em primeiro lugar nas melhores dietas comerciais, tem um componente importante necessário em qualquer dieta bem-sucedida, disse o relatório: apoio social. Além de reuniões presenciais e consultores individuais opcionais, o plano oferece uma comunidade on-line.

"Uma espinha dorsal do programa é o suporte através do aplicativo WW, workshops liderados por especialistas e planos Digital 360 para fornecer ferramentas práticas e técnicas de mudança de comportamento para ajudar ao longo do caminho", disse a análise.

A dieta Volumentrics tem tudo a ver com cortar a densidade energética (calorias) dos alimentos que você come. Uma das melhores maneiras é comer muitos alimentos ricos em água, pois isso aumenta o peso dos alimentos no estômago sem embalar calorias adicionais. As principais opções incluem sopas, que o relatório disse ser de 80% a 95% de água; frutas e vegetais que são de 80% a 95% de água e iogurte, que é cerca de 75% de água.

Melhor dieta para perda rápida de peso

A categoria de perda de peso rápida é para a pessoa que precisa perder alguns quilos para uma ocasião especial. Esses planos alimentares não são recomendados como uma maneira de comer a longo prazo, de acordo com os EUA Notícias e Relatório Mundial.

A Dieta Atkins, criada em 1972 pelo cardiologista Dr. Robert Atkins, ficou em primeiro lugar nesta categoria. A dieta envolve quatro fases dos planos de refeições, começando com muito poucos carboidratos e adicionando mais à medida que a dieta progride.

No entanto, "os dieters com baixo teor de carboidratos podem comer muita gordura, levantando preocupações com a saúde", descobriu a análise, dando à dieta 34 de 40 no ranking geral.

O Programa de Recursos de Gestão em Saúde, ou TMH, ficou em segundo lugar com a dieta OPTAVIA.

O programa HMR é um programa de perda de peso e mudança de estilo de vida projetado para reduzir calorias por meio de substitutos de refeições que incluem frutas e vegetais adicionados. O kit inicial de duas semanas é apenas tímido a US$ 200 e inclui 70 porções de shakes e entradas HMR, materiais de suporte, treinamento semanal em grupo e frete grátis, disse o relatório.

A dieta OPTAVIA quer que você compre seus "Combustíveis" e os complemente com uma refeição "Lean & Green" (uma entrada de carne, vegetariana e gordura saudável) todos os dias.

"Entre 10 a 35% das calorias diárias vêm de proteínas", disse o relatório, o que é mais do que as diretrizes nutricionais do governo sugerem. "Os preços do Plano Optimal Weight 5&1 da OPTAVIA variam de cerca de US$ 400 a US$ 450 para 119 porções, ou cerca de três semanas; isso é cerca de US$13-US$15 por dia."

Tanto a HMR quanto a OPTAVIA entraram em 27 das 40 dietas nas classificações gerais, de acordo com o relatório.

Chegando por último

A Dieta Dukan chegou à parte inferior do ranking das melhores dietas. 

Outros artistas pobres incluíram Whole30, que empatou em 35o lugar, e a popular dieta ceto, que empatou com a dieta ceto modificada para o 37o lugar.

As dietas Dukin, Whole30 e ceto, que enfatizam o consumo de alimentos ricos em proteínas ou alto teor de gordura com carboidratos mínimos, geralmente são mal avaliadas por especialistas porque são extremamente restritivas, difíceis de seguir e eliminam grupos inteiros de alimentos, o que não é recomendado pelas diretrizes dietéticas.

Começando a dieta mediterrânea

Quer fazer da dieta mediterrânea um dos seus objetivos este ano? Comece cozinhando uma refeição por semana com base em feijão, grãos integrais e vegetais, usando ervas e especiarias para adicionar molho. Quando uma noite por semana for fácil, adicione duas e construa suas refeições sem carne a partir daí.

Grãos que mudaram pouco ao longo dos séculos, conhecidos como "grãos antigos", também são uma característica fundamental da dieta mediterrânea. Quinoa, amaranto, painço, farro, espelta, Kamut (um grão de trigo que se diz ser descoberto em uma tumba egípcia) e teff (um grão etíope do tamanho de uma semente de papoula) são alguns exemplos de grãos antigos.

Quando você comer carne, tenha pequenas quantidades. Para um prato principal, isso significa não mais do que 120 gramas de frango ou carne magra. Melhor ainda: Use pequenos pedaços de frango ou fatias de carne magra para dar sabor a uma refeição vegetariana, como um refogado.

E repense a sobremesa. As culturas mediterrâneas geralmente fecham refeições com frutas que estão na estação.

Se você se cansar de comer frutas frescas cruas, seja criativo. Peras escalfais em suco de romã com um pouco de mel, depois reduza o molho e sirva sobre iogurte grego. Grelhe abacaxi ou outras frutas e regue com mel. Faça um sorvete com frutas, incluindo abacate (é realmente uma fruta). Encha um figo ou tâmara com queijo de cabra e polvilhe algumas nozes. Crie uma batata frita de maçã com arroz integral ou até mesmo uma torta de frutas de trigo integral.

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