sexta-feira, 6 de maio de 2022

Uma conversa com o introdutor do ensino de Nutrologia no Brasil: Dr. José Eduardo Dutra de Oliveira

O ensino de nutrologia em clínica médica é uma das propostas do médico e professor José Eduardo Dutra de Oliveira, referência no país em Nutrologia, especialidade médica que estuda e dá assistência a problemas relacionados aos nutrientes na saúde, nas doenças e no desenvolvimento e prevenção de moléstias crônicas degenerativas. 

Ele foi recentemente homenageado no Congresso Internacional de Ciências Nutricionais, na Tailândia, como uma das Living Legends do mundo, título oferecido aos médicos com mais de 80 anos de idade ainda em atividade.

É autor de mais de 300 artigos científicos em revistas nacionais e internacionais sobre nutrição e nutrologia, professor titular de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP, em Ribeirão Preto, professor visitante da Universidade de Cornell (Estados Unidos) e introdutor do ensino de Nutrologia no curso médico. 

Por sua sugestão, foram criadas as Unidades Básicas de Alimentação, Nutrologia e Saúde (Ubans) em todos os municípios brasileiros como centros de educação, tratamento e prevenção de doenças.

Diversas vezes atuou como consultor da Food and Agriculture Organization (FAO) da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Universidade da Organização das Nações Unidas (ONU). 

É membro da Câmara Técnica de Nutrologia do Cremesp. O professor Dutra, de 82 anos, mantém uma verdadeira cruzada em defesa da boa alimentação como um direito de todas as pessoas.

Nesta entrevista à Ser Médico, ele lamenta que os brasileiros alimentem-se mal em quantidade e qualidade e paguem por isso com aumento da obesidade, doenças do coração, diabetes e outras moléstias crônicas ligadas à alimentação e à nutrição. Ele destaca a necessidade de um maior número de médicos com conhecimentos especializados em Nutrologia e de melhor interação entre nutrólogos e médicos das outras especialidades e demais profissionais da área da saúde.

Ser Médico: Como o senhor caracteriza a Nutrologia?
José Eduardo Dutra de Oliveira: A Nutrologia é uma especialidade médica relativamente recente, que estuda e mostra a infl uência dos nutrientes da alimentação em todo o nosso organismo, por meio de exames clínico, bioquímico e funcional dos nutrientes. As mais tradicionais e clássicas doenças da nutrição eram as defi ciências de nutrientes, como escorbuto, beribéri, pelagra etc. Hoje, como nutrólogos, estudamos e tratamos
de problemas da saúde e de doenças ligadas a nutrientes, como dislipidemias, disproteinemias, obesidade, diabetes, nutrocardiopatias, síndrome metabólica, hipertensão e certos tipos de canceropatias. Foi demonstrado que todas têm relação direta ou indireta com nutrientes, saúde, estilo e qualidade de vida.

SM: Desde quando estudos demonstram o papel dos nutrientes da alimentação na saúde?
Dutra: Há muito tempo, o comer, o alimentar-se - como diz a própria palavra – demonstra quão básico e fundamental é para a saúde, vida e qualidade de vida. Quem deixar de comer, morre, e quem come mal, fi ca doente. Por outro lado, também já foi evidenciado que não só a quantidade, mas principalmente a qualidade dos
alimentos, sua composição em nutrientes, proteínas, gorduras, açúcares, minerais e vitaminas, são fundamentais à saúde e/ou causa primária ou secundária de diferentes doenças orgânicas.

SM: Ou seja, dependendo do que você come, pode ter doenças diferentes?
Dutra: Isso começou a ser demonstrado há séculos. Na época das grandes descobertas, por exemplo, os navios que partiam da Europa levavam várias e grandes quantidades de comida, mas não frutas e verduras. Alguns dos tripulantes começaram a ficar doentes, com um quadro de lesões cutâneas e hemorragias gengivais, que caracterizavam o quadro de defi ciência de vitamina C, o escorbuto. Em outros lugares, observaram que a deficiência de certas substâncias – posteriormente chamadas de vitaminas – era responsável por uma doença que se chamou beribéri. Manifestava-se em pessoas que se alimentavam com arroz degerminado. É também o caso da pelagra, nos Estados Unidos, que aparecia nos escravos com alimentação à base de milho, deficiente em niacina e triptofano. Já a má alimentação leva a um sem número de distúrbios nutricionais.

SM: O que poderia ser considerada uma boa alimentação?
Dutra: É aquela que tem muitos nutrientes ingeridos com os alimentos em várias refeições diárias e que fornece quantidade e qualidade de todas as substâncias nutritivas necessárias e essenciais ao funcionamento normal do organismo. Uma alimentação saudável e nutritiva inclui diversos tipos de alimentos que forneçam diariamente os nutrientes necessários e essenciais à nutrição humana. É para se lamentar que o brasileiro esteja perdendo o hábito de consumir arroz com feijão, duas boas fontes locais de energia e proteínas e que estão sendo substituídas por fast foods nem sempre nutricionalmente saudáveis.

SM: Como o médico nutrólogo faz o diagnóstico dos pacientes?
Dutra: O diagnóstico nutrológico é feito pelo exame clínico e análise nutrológica e diagnósticos bioquímico e funcional dos nutrientes. Todas as pessoas precisam fazer periodicamente um checkup nutrológico dos seus nutrientes, incluindo um nutrograma para verificar seu estado nutrimental e prevenir riscos de doenças nutricionais. A vida moderna, o sedentarismo, a má alimentação em quantidade e qualidade e até o aumento da sobrevida têm exposto as pessoas a um maior risco de várias doenças ligadas direta e/ou indiretamente a nutrientes, como dislipidemias, anemias, obesidade, cardiopatias, diabetes, hipertensão e outras nutropatias. Exames médicos nutrológicos periódicos – assim como os que existem na cardiologia, na oftalmologia, na ginecologia –, deveriam também ser feitos por todos.

SM: Como é realizado o tratamento e a prevenção das doenças nutricionais?
Dutra: O tratamento da doença nutricional, a nutroterapia, é aplicado à base de medicamentos e suplementos de nutrientes, com todas as substâncias que cientificamente tenham comprovada eficácia em curar ou prevenir distúrbios de nutrientes. Não é possível indicar, prescrever e monitorar os efeitos de um remédio ou de uma dieta sem o exame e diagnóstico médico clínico nutricional. Não se pode aceitar, do ponto de vista médico e ético, a indicação, prescrição de medicamentos e de dietas com objetivo de tratamento de doenças por profissionais não médicos. Infelizmente, até leigos rotineiramente se automedicam e utilizam as mais variadas dietas nas nutropatias. O tratamento de doenças em nutrologia, como em outras especialidades médicas, tem que ser sempre indicado, prescrito e baseado na avaliação médica clinica e laboratorial dos pacientes.

SM: A obesidade está se tornando um enorme problema mundial. Como preveni-la?
Dutra: Realmente, o excesso e o consumo exagerado de comida, ao lado de fatores genéticos e ambientais, têm tornado a obesidade a grande epidemia mundial atual. É preciso que se entenda que a obesidade é uma doença nutrológica, em geral, com distúrbios de vários nutrientes e não somente com aumento de peso. Há 60 ou mais anos, o grande problema médico mundial era a falta de alimentos, a fome. Ainda ela continua para uma boa parte da população mundial. Mas, para a maioria dos habitantes do mundo, nos países em melhor situação econômica e onde se implementaram indiscriminadamente programas de alimentação assistencialista, não se ensinou a comer. Com isso, começaram a aparecer e multiplicar o sobrepeso e a obesidade, tornando-se uma grande epidemia mundial.

SM: Muitos obesos estão se submetendo à cirurgia bariátrica para emagrecer. É uma solução?
Dutra: Não. É um procedimento que está na moda e que deve ser indicado em casos especiais e sob a supervisão médica, particularmente do médico nutrólogo. Retira-se uma parte do estômago do paciente e, assim, é dificultada a absorção de nutrientes no intestino delgado. Isso traz consequências muito sérias para a saúde. As pessoas operadas não emagrecem apenas, o organismo delas fica totalmente alterado, requerendo cuidados especializados pelo resto de suas vidas. A cirurgia bariátrica irá subsistir até que mais conhecimentos fisiopatológicos da obesidade sejam encontrados.

SM: Como tornar-se nutrólogo e fazer a interface da nutrologia com a clínica médica?
Dutra: O nutrólogo é um clínico geral especializado na avaliação clínica, no diagnóstico e no tratamento de doenças nutricionais. O grande problema de uma especialidade médica nova, como a nutrologia, é ter somente uma meia dúzia de escolas médicas com ensino, residência e pós-graduação, mestrado e doutorado na área. Então, médicos recém-formados têm uma ideia superficial e treinamento muito pequeno em nutrologia. Eles podem se tornar especialista se fizerem o curso da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) tomou a iniciativa pioneira de criar uma Câmara Técnica de Nutrologia – da qual faço parte – que, entre outras atividades, responde a consultas sobre nutrologia, nutroterapias, medicamentos, alimentos, cirurgias bariátricas etc. Procuramos mostrar, caracterizar e identificar cada vez mais o trabalho médico e ético da nutrologia
na medicina.

SM: Sendo a nutrologia tão importante para a vida e para a qualidade de vida, por que a maioria dos médicos dá tão pouca importância a ela?
Dutra: Quero acreditar, em primeiro lugar, que o motivo é que esta especialidade é nova, ainda pouco ensinada, e que os colegas médicos, os ministérios e secretarias de saúde e as assistências médicas pública e privada ainda não se aperceberam da sua importância. A Associação Médica Brasileira (AMB) já reconhece a Nutrologia como especialidade médica. Na América Latina, existe a Sociedade Latinoamericana de Nutrologia. Estamos também organizando uma Sociedade Médica Internacional de Nutrologia (International Medical Association of Nutrology), que cria, mundialmente, a Nutrologia. Temos que oferecer à população os benefícios que a especialidade traz à saúde e propomos que seja implantada em cada município uma Unidade Básica de Alimentação, Nutrologia e Saúde (Ubans).

Um cientista com visão social por Isac Jorge Filho*

Ele é sempre o primeiro a chegar e o último a sair de nossas reuniões na Câmara Técnica de Nutrologia do Cremesp. Se a gente não tomar Cuidado, fi ca com a palavra a reunião inteira. Está sempre propondo coisas e trabalhos novos. O leitor deve estar pensando que falo de um jovem colega entusiasmado com suas novas atividades. E acertou, falo mesmo de um “jovem há mais tempo”, graduado em Medicina pela Universidade de São Paulo em 1951.

José Eduardo Dutra de Oliveira é um nutrólogo absolutamente envolvido com os problemas sociais. Seus trabalhos com aspectos alimentares das populações carentes na região de Ribeirão Preto tiveram impacto internacional. Como cientista, escolheu o caminho da pesquisa envolvendo os aspectos sociais da alimentação, ao mesmo tempo que, como cidadão, sempre participou de forma efetiva e prática da vida da comunidade.

A região de Ribeirão Preto tem forte vocação para a agricultura, antes com o café, agora com a cana-de-açúcar. Os lavradores levam suas refeições para o trabalho no campo, daí serem chamados de “boias-frias”. A base dessa alimentação é o clássico e brasileiríssimo “arrozfeijão”, tido por muitos – e por muito tempo –, como alimento “fraco”, predispondo a defi ciências nutricionais. O professor Dutra de Oliveira resolveu estudar essa mistura e as populações que a utilizam, mostrando que o nosso “feijão com arroz” é comida de bom padrão nutricional. Seu livro Boias-frias: uma realidade brasileira, coordenado por ele e por sua esposa e companheira de todos momentos, Maria Helena Silva Dutra de Oliveira, rodou o mundo.

Em seu livro, Ciências nutricionais: aprendendo a aprender, escrito em parceria com Sérgio Marchini, faz mensagem de alerta aos alunos, definindo que: “As ciências nutricionais, como multidisciplinares, são biológicas e sociais nos seus fundamentos e nas suas aplicações”. Dentro de sua ampla visão não deixou de incluir um capítulo, que tive a honra de escrever, destinado aos dilemas bioéticos na produção, industrialização e distribuição dos alimentos.

Dutra de Oliveira nunca se conformou com o que denomina “alimentos que não alimentam”, incluindo aí a maioria das balinhas e refrigerantes. Seu trabalho para enriquecer tais produtos com nutrientes é contínuo. Envolvido com a comunidade onde vive, conseguiu que sucos servidos na merenda escolar de algumas cidades fossem “reforçados” com sais de ferro, o que determinou claro impacto na diminuição do número de crianças com anemia ferropriva. Fez o mesmo com a água de algumas cidades.

Cidadão do mundo, soube por uma filha, que mora na Suíça, que a China havia convencido uma grande empresa internacional de refrigerantes a adicionar alguns nutrientes à sua bebida. Tentou fazer o mesmo aqui no Brasil. Não conseguiu, em um primeiro momento. Mas, certamente, a semente estava plantada e germinou: já começam a ser lançados em nosso país refrigerantes enriquecidos com nutrientes! Este avanço se deve à persistência e trabalho de Dutra de Oliveira, um cientista-cidadão que dedica sua vida a mostrar duas coisas que parecem tão simples e que muitos, preocupados exclusivamente com tecnologias de ponta, parecem esquecer: “que a boa alimentação é fundamental, como prevenção e tratamento de doenças” e “que precisamos de alimentos que, verdadeiramente, alimentem”.

Texto extraído de: https://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Revista&id=471

quinta-feira, 5 de maio de 2022

Leite integral, leite semidesnatado ou leite desnatado: qual a melhor opção para consumo ?

  

Os leites UHT (Ultra High Temperature) disponíveis no mercado possuem 3 apresentações: 
  • Integral, 
  • Semidesnatado,
  • Desnatado
Muitos pacientes têm dúvidas sobre quais suas diferenças e qual a melhor opção para o seu caso.

A resposta é bem simples!

A diferença está apenas no teor de #gordura de cada produto, sendo que:

🔷o integral é aquele que possui, no mínimo, 3% de gordura;
🔷o semidesnatado apresenta entre 0,6% e 2,9% de gordura;
🔷o desnatado apresenta, no máximo, 0,5% de gordura.

Essa diferença reflete principalmente no teor calórico e de vitaminas lipossolúveis (A, D e E - as últimas duas em baixas quantidades) em cada um dos produtos. 

Por exemplo, o leite integral possui aproximadamente 120kcal a cada 200mL; o semidesnatado 84kcal a cada 200mL e o desnatado 68 kcal a cada 200mL.

Qual a melhor opção?

Na verdade isso dependerá das suas necessidades nutricionais e objetivos, o que só é possível dizer através de uma avaliação completa. Mas, por exemplo, nos casos em que seja necessário uma restrição calórica e/ou maior controle de gorduras saturadas, o leite semidesnatado e desnatado podem ser opções mais interessantes. 

O oposto também é verdadeiro, caso o objetivo seja o aumento do peso corporal.

Autor: 
Rodrigo Lamonier - Nutricionista e Profissional da Educação física
Revisores: 
Dr, Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM 13192 - RQE 11915
Márcio José de Souza - Profissional de Educação física e Graduando em Nutrição. 

quarta-feira, 4 de maio de 2022

Jejum intermitente funciona?


Um estudo publicado há 2 semanas em um dos períodos médicos mais importantes do mundo (The New England Journal of Medicine) comparou  a perda de peso e redução de circunferência abdominal em adultos obesos por 12 meses.

No estudo, um grupo  foi submetido ao jejum intermitente (Time-Restricted Eating) com restrição de calorias e já o outro grupo, não seguiu o jejum intermitente e fez a restrição calórica.

Os pesquisadores selecionaram aleatoriamente 139 pacientes com obesidade (IMC>30) para alimentação com restrição de tempo (comer apenas entre 8h e 16h) com restrição calórica ou restrição calórica diária sozinha. 

Durante 12 meses, todos os participantes foram instruídos a seguir uma dieta com restrição calórica que consistia de 1.500 a 1.800 kcal por dia para homens e 1.200 a 1.500 kcal por dia para mulheres. 

O desfecho primário foi a diferença entre os dois grupos na mudança do peso corporal. Já os desfechos secundários incluíram mudanças na circunferência abdominal, índice de massa corporal (IMC), quantidade de gordura corporal e medidas de fatores de risco metabólicos.

Resultados

Do total de 139 participantes submetidos à randomização, 118 (84,9%) completaram a visita de acompanhamento de 12 meses.

A perda de peso média da linha de base em 12 meses foi de -8,0 kg (intervalo de confiança de 95% [IC], -9,6 a -6,4) no grupo de restrição de tempo e -6,3 kg (IC 95%, -7,8 a -4,7) no grupo de restrição calórica diária.

As mudanças no peso não foram significativamente diferentes nos dois grupos na avaliação de 12 meses. Os resultados das análises das circunferências da cintura, IMC, gordura corporal, massa magra corporal, pressão arterial e fatores de risco metabólicos foram consistentes com os resultados do desfecho primário.

Além disso, não houve diferenças substanciais entre os grupos no número de eventos adversos.

Conclusão

A conclusão foi que o grupo submetido ao jejum intermitente com restrição calórica e o grupo apenas com restrição calórica, sem o jejum intermitente, tiveram resultados semelhantes no que diz respeito à perda de peso e à redução da circunferência abdominal. 

O que corrobora com outros estudos feitos na mesma linha de pesquisa. O importante para a perda de peso é o déficit calórico total do dia, e não o jejum intermitente em si.

Minha opinião: à luz das evidências científicas ATUAIS não há superioridade. 

Na prática: Se o paciente se sente bem, gosta de fazer jejum, pode fazer, desde que redistribua os macronutrientes (proteína principalmente) ao longo do dia. Faça sob supervisão médica, quantificando se está ocorrendo algum déficit de nutriente e perda de massa muscular.

Acho que fui um dos primeiros perfis médicos a falar de Jejum intermitente em 2014, quando o tema ainda não tinha sido notado por médicos brasileiros. Em um primeiro momento muitos nutrólogos recriminaram esse tipo de prática, posteriormente o pessoal da endocrinologia começou a pesquisar e viram que alguns artigos mostravam benefícios. Hoje já se encontram evidências que não há superioridade. A ciência funciona assim. 

Então as mensagens que ficam são:
1) O que importa é o déficit calórico
2) Jejum não é para todos, há pessoas que sentirão mal-estar, desencadearão enxaqueca, piora de transtornos alimentares (compulsão)
3) Pacientes diabéticos em uso de hipoglicemiantes ou insulina jamais devem fazer jejum sem supervisão médica, pois, há um grande risco de hipoglicemia
4) Atletas amadores ou indivíduos que treinam cardio podem apresentar redução da performance, náuseas, vertigem quando treinarem em Jejum
5) Há risco de déficit de proteína se elas não forem redistribuídas na janela de ingestão (período em que pode comer).
6) Há risco de baixa ingestão de fibras e déficit de alguns nutrientes: ou seja, tem que fazer sob supervisão médica. 
7) Se você se sente bem, percebe melhora na cognição, na disposição (mesmo não existindo evidência científica disso), converse com o seu médico/nutricionista sobre. 
 
Fonte: Liu D, Huang Y, Huang C, Yang S, Wei X, Zhang P, Guo D, Lin J, Xu B, Li C, He H, He J, Liu S, Shi L, Xue Y, Zhang H. Calorie Restriction with or without Time-Restricted Eating in Weight Loss. N Engl J Med. 2022 Apr 21;386(16):1495-1504. doi: 10.1056/NEJMoa2114833. PMID: 35443107.

Autor: Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 - RQE 11915
Revisores: 
Dra. Edite Magalhães - Médica especialista em Clínica Médica - CRM-PE 23994 - RQE 9351
Dr. Leandro Houat - CRM-SC 27920 - RQE 20548 - Médico especialista em Medicina de família e comunidade

Programação do curso de Nutrologia básica para acadêmicos de medicina

Para assistir alguma das aulas acesse e siga meu canal no YouTube: https://www.youtube.com/@DrFredericoLobo
Para saber dos próximos cursos, siga-me no Instagram: @drfredericolobo


2022 ficará marcado na minha vida, como um ano em que tirei do papel um plano antigo. O curso de nutrologia básica voltada para acadêmicos de medicina. Totalmente gratuito, EAD e com uma equipe de peso. 

Confesso que não imaginei que teria tantos amigos dispostos a me ajudar e contribuir dando aula gratuitamente. É muito bom saber que há pessoas que lutam pela especialidade e que vêem no curso uma oportunidade para se ensinar a real nutrologia. 

A grande maioria das faculdades não ensinam praticamente nada de nutrição para estudantes de medicina e isso, em pleno século XXI. O objetivo do curso é preencher essa lacuna. Por isso decidimos que o curso ocorrerá a cada dois anos e sempre gratuito, para acadêmicos de todo o país, do 5º ao 10º período. Tendo sempre 2 anos de duração, para não ficar pesado para os acadêmicos e nem para os médicos que estarão ministrando.

Na ideia inicial propus um curso de 25 horas, para 100 alunos. Posteriormente a procura foi tão grande que ofertamos 150 vagas e dobramos a carga horária. E agora em Abril de 2022 decidimos que o curso teria: 250 vagas. Todas preenchidas. Uma programação melhor que a de muita pós-graduação de Nutrologia.

Meus agradecimentos ao pessoal do GANEP, que cedeu 28 voucher pro congresso Ganepão (gratuitamente), à USP-RP que cedeu 250 inscrições gratuitamente do Congresso de Obesidade (CIOTEN) e à Associação Brasileira de Nutrologia que cederá 25 inscrições para o Congresso Brasileiro de Nutrologia.

A programação do Curso será:

MÓDULO 1: AGOSTO/2022 

05/08/22 - Sexta
19:00: Introdução à Nutrologia – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
20:00: Nutrologia e ética – Dra. Karoline Calfa – Médica Nutróloga e Conselheira do CRM-ES
21:00: Nutrologia e perícia judicial – Dr. Cristopher Celintano – Médico perito judicial  

06/08/22 - Sábado 09:00: Necessidades energéticas básicas – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
10:00: Avaliação do estado nutrológico – Dra. Márcia Beretta – Médica Nutróloga
11:00: Anamnese nutrológica – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
14:00: Exame físico em Nutrologia – Dr. Lucas Vaz – Médico especializando de Nutrologia (HFR)
15:00: Métodos de avaliação corporal (Bioimpedância, DEXA) e gasto energético (Calorimetria indireta) – Dr. Edvaldo Guimarães Jr – Médico Nutrólogo

07/08/22 - Domingo
08:00: Macronutrientes – Dra. Nayara Dourado – Médica Nutróloga 
09:30: Vitaminas C – Dra. Sabrina Barros – Médica Nutróloga
10:00: Vitaminas B1 e B2 – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
10:30: Vitaminas B3, B5 e B6 – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
11:00: Vitaminas Ácido fólico e B12 – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
14:00: Vitaminas A, E, k – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo e Dra. Juliany Luz – Médica Nutróloga e especialista em Medicina de família
15:00: Vitamina D – Dra. Isabella Lacerda Marx – Médica R4 de Nutrologia 
16:00: Cálcio – Dr. Lucio Vieira – Médico endocrinologista
17:00: Ferro – Dr. Audie Nathaniel Momm – Médico Nutrólogo e Nutricionista 
18:00: Magnésio – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
18:30: Zinco – Dra. Elza de Mello – Médica Nutróloga, Pediatra, Gastropediatra e Nutricionista
19:00: Microminerais – Cobre – Dr. William Macedo Faria – Médico R4 de Nutrologia 
19:30: Microminerais – Selênio, Cromo, Manganês – Dra. Brenda Prates – Médica Nutróloga

10/08/22 - Quarta
19:00: Fibras alimentares – Dra. Nayara Dourado – Médica Nutróloga
20:00: Experiência como residente ou especializando em serviços de Nutrologia reconhecidos pela ABRAN
Dr. Plinio Augusto Moreira – Médico cirurgião geral e estagiário em Nutrologia (HCFMUSP-SP)
Dra. Julia Pacheco – Médica R4 de Nutrologia (IGESP – SP)
Dra. Isabella Lacerda Marx – Médica R4 de Nutrologia (Hospital Felício Rocho – BH)
Dr. Hiago Amorim – Médica Especializando (IAMSPE – SP)

MÓDULO 2:  DEZEMBRO/2022 

02/12/22 - Sexta
19:00: Triagem nutricional, risco nutricional e fisiopatologia do doente crítico – Dra. Simone Silvestre – Médica Nutróloga com área de atuação em Nutrição enteral e parenteral. 
21:00: Dispositivos para terapia nutricional – Dr. Alexandre Matos – Médico Nutrólogo

03/12/22 - Sábado
09:00: Sinais e sintomas de déficit nutricional – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
14:00: Nutrição enteral: indicações contraindicações, complicações – Dr. Alexandre Matos – Médico Nutrólogo
16:00: Nutrição parenteral: indicações contraindicações, complicações – Dr. Alexandre Matos – Médico Nutrólogo

04/12/22 - Domingo
14:00: Grandes queimados, pancreatite aguda – Dr. Alexandre Matos – Médico Nutrólogo 

MÓDULO 3: FEVEREIRO/2023 

03/02/23 - Sexta
19:00: Diabetes mellitus – Dra. Tatiana Abrão – Médica Nutróloga, Endocrinologista e especialista em Clínica Médica
21:00: Síndrome metabólica – Dr. Luiz Viola – Médico Nutrólogo, Endocrinologista e especialista em Clínica Médica
21:30: Esteatose hepática não-alcoólica – Dr. Luiz Viola – Médico Nutrólogo, Endocrinologista e especialista em Clínica Médica

04/02/23 - Sábado
08:00: Acolhimento do paciente portador de obesidade – Dr. Bruno de Andrade – Médico Nutrólogo
09:00: Conceito e epidemiologia da Obesidade - Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
09:30 – Diagnóstico, Classificação e Complicações da obesidade – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
11:00 – Fisiopatologia da Obesidade – Dr. Luiz Viola – Médico Nutrólogo, Endocrinologista e especialista em Clínica Médica
14:00 – Tratamento dietético da obesidade – EM ABERTO
15:00 – Atividade física na obesidade – Dr. Lucas Vaz – Médico especializando de Nutrologia (HFR)
16:00 – Tratamento medicamentoso da obesidade – Dra. Julia Pacheco – Médica R4 de Nutrologia (IGESP – SP)
17:00 – Tratamento cirúrgico da obesidade – Dr. Plínio Fonseca – Médico cirurgião geral e R4 de Nutrologia

05/02/23 - Domingo
09:00: Nutroterapia nas alterações da pele e fâneros – Dr. Jyean Muchon – Médico R4 de Nutrologia
10:00: Nutrologia e gestação – Dra. Alessandra Bedin – Médica Nutróloga, Ginecologista e Obstetra
11:00: Hipertensão arterial sistêmica – Dra. Ana Valéria Ramirez – Médica Nutróloga
14:00: Dislipidemias – Dra. Giseli Albach Lenz - Médica Nutróloga
15:00: Desnutrição – Dr. Pedro Dal Bello – Médico Nutrólogo e Oncologista clínico
16:00: Sarcopenia e Caquexia – Dr. Pedro Dal Bello – Médico Nutrólogo e Oncologista clínico

MÓDULO 4: AGOSTO/2023 

04/08/23 - Sexta
19:00: Cafeína, Whey Protein, Creatina – Dr. Limiro Silveira – Médico Nutrólogo
21:00 – Composição corporal e contraceptivos – Dr. Ênio Damaso – Médico Nutrólogo, Ginecologista e Obstetra

05/08/23 - Sábado
09:00: Intolerâncias alimentares – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
10:00: Síndrome do intestino irritável – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
11:00: Constipação intestinal – Dra. Beth Hong – Médica Nutróloga
14:00: Disbiose intestinal – Dr. Frederico Lobo – Médico Nutrólogo
16:00: Nutrologia e processos éticos profissionais – Dra. Giovana Rassi – Advogada e especialista em Direito Médico

06/08/23 - Domingo
09:00: Hiperuricemia e gota – Dra. Aritana Alves – Médica Nutróloga
10:00: Litíase renal – Dra. Aritana Alves – Médica Nutróloga
14:00: Doença renal crônica – Dra. Aritana Alves – Médica Nutróloga
15:00: Hepatopatias e Nutrologia – Dr. Alexandre Matos – Médico Nutrólogo
16:00: Oncologia nutrológica – Dr. Pedro Dal Bello – Nutrólogo e Oncologista clínico

MÓDULO 5: NOVEMBRO/2023 

10/11/23 - Sexta
19:00: Doença celíaca – Dra. Livia Brito – Médica Nutróloga
20:00: Jejum intermitente – Dra. Juliany Luz – Médica Nutróloga e especialista em Medicina de família e comunidade
21:00: Mitos em Nutrologia – Dr. Guilherme Araújo – Médico Nutrólogo

11/11/23 - Sábado
09:00: Psiquiatria Nutricional, neurotransmissores e estilo de vida – Dr. Alexandre Pinto Azevedo – Médico Psiquiatra
14:00: Anorexia e Bulimia – Dra. Amanda Weberling – Médica Nutróloga
15:00: Compulsão alimentar – Dra. Amanda Weberling – Médica Nutróloga
16:00: Ortorexia, Vigorexia – Dr. Luiz Barbosa Neto – Médico Nutrólogo

12/11/23 - Domingo
09:00: Alimentos funcionais – Rodrigo Lamonier – Nutricionista 
10:00: Reducitarianismo,Vegetarianismo e veganismo – Dr. Luiz Barbosa Neto – Médico Nutrólogo 
14:00: Nutrologia comportamental – Dra. Edite Magalhães – Médica especialista em Clínica Médica
15:00: Anemias carenciais – Dra. Edite Magalhães – Médica especialista em Clínica Médica
16:00: Nutrologia na ESF – Dra. Juliany Luz – Médica Nutróloga e especialista em Medicina de família e comunidade e Dr. Leandro Houat – Médico especialista em Medicina de família e comunidade

Espero de coração que os alunos gostem e apliquem os conhecimentos após formarem.

Para assistir alguma das aulas acesse e siga meu canal no YouTube: https://www.youtube.com/@DrFredericoLobo
Para saber dos próximos cursos, siga-me no Instagram: @drfredericolobo

Programação do próximo curso de 2025:

Introdução à Nutrologia Dr. Frederico Lobo
Aspectos éticos da prática Nutrológica Dra. Karoline Calfa
Nutrologia como especialidade médica Dr. Haroldo Falcão
Experiência como residente ou especializando: USP, USP-RP, FR, IGESP, IPSEMG, SSA, IAMSPE
Perspectivas profissionais da Nutrologia Dr. Andrea Bottoni

Módulo de conceitual

Necessidades energéticas e nutricionais básicas Dr. Frederico Lobo
Anamnese nutrológica Dr. Frederico Lobo
Exame físico em Nutrologia Dr. Lucas Vaz
Avaliação do estado Nutrológico Dra. Marcia Beretta
Métodos de avaliação corporral: BIO e DEXA Dr. Edvaldo Jr
Nutrientes em Nutrologia: noções básicas para diagnóstico, prescrição Dra. Karoline Calfa e Dr. Frederico Lobo
Carboidratos (Introdução) e Metabolismo de Carboidratos Dra. Helena Bacha
Proteínas (Introdução) e Metabolismo de proteínas Dra. Helena Bacha
Lipídios (introdução) e Metabolismo de lipídios Dra. Helena Bacha
Vitamina B1, B2, B3, B5, B6, B7 Dr. Frederico Lobo
Vitamina B12 e Ácido fólico Dra. Lia Bataglini
Vitamina C Dra. Sabrina Barros
Carotenóides e Vitamina A Dra. Helena Bacha e Dra. Lia Bataglini
Vitamina D Dra. Isabella Marx 
Vitamina E Dr. Frederico Lobo
Vitamina K Dr. Frederico Lobo
Ferro Dra. Elza de Mello
Cálcio Dra. Diana Sá
Magnésio Dr. Guilherme Domingues
Sódio, Potássio, Fósforo  Dra. Edite Magalhães
Zinco Dra. Elza De Mello
Cobre Dr. William Macedo
Selênio, Biotina Dr. Frederico Lobo
Iodo, Boro, Cromo, Manganês Dr. Julia Pacheco
Sinais e sintomas de déficit nutricional Dra. Graciela Longo
Fibras alimentares Dra. Nayara Dourado
Prebióticos e Probióticos - Dra. Edite Magalhães
Cronobiologia e Crononutrição Dr. Frederico Lobo
Guia alimentar da população brasileira Nut.Marcio Souza
Colágeno e Nutrologia Dr. Guilherme Domingues

Módulo de Nutrologia Hospitalar

Triagem nutricional, risco nutricional e fisiopatologia do doente crítico Dr. Simone Silvestre
Dispositivos para terapia nutricional Dra. Edite Magalhães
Nutrição enteral: indicações contraindicações, Dra. Ana Gabriela Magalhães
TNE complicações Dra. Ana Gabriela Magalhães
Nutrição parenteral: indicações contraindicações, Dra. Edite Magalhães
TNP complicações  Dra. Ana Gabriela Magalhães
Micronutrientes na TNP Dr. Danilo Klein
TNP complicações Dra. Edite Magalhães
Grandes queimados Dra. Adrielly Cunha
Pancreatite aguda Dr. Rafael Iazzetti
Colelitíase, Colecistite, e Colestase Dra. Vivian Rolfsen
Insuficiência intestinal e Falência intestina Dra. Simone Silvestre
Fístulas digestivas Dr. Haroldo Falcão
HEART-M - Preabilitação cirúrgica  Dra. Juliana Machado
Nutroterapia no paciente cirúrgico  Dr. Plínio Fonseca e Dr. William Macedo 

Módulo de Nutrologia Clínica
Diabetes mellitus tipo 2 Dra. Tatiana Abraão 
Diabetes mellitus tipo 1 Dr. Newton Lopes
Diabetes gestacional Dra. Alessandra Bedin
Diabetes Mody e LADA Dra. Marilia Zainer
Análogos de GLP1 Dr. Jhony Williams Gusmão
Tratamento nutricional no DM2 e DM1 Nutricionista Rodrigo Lamonier
Atividade fisica e DM Nutricionista Rodrigo Lamonier
Síndrome metabólica Dr. Tácito Bessa
Esteatose hepática Dr. Luiz Felipe Viola
Nutroterapia nas doenças cardiológicas: HAS,  Aterosclerose e ICC Dr. Tácito Bessa
Nutrologia e Síndrome de Ehlers Danlos Dr. Frederico Lobo
Nutrologia e Fadiga Dr. Frederico Lobo
Nutrologia e distúrbios do labirinto Dr. Frederico Lobo
Módulo de Nutrologia Clínica: Obesidade
Acolhimento do portador de obesidade Dr. Bruno de Andrade
Conceito e epidemiologia da obesidade Dr. Frederico Lobo
Diagnóstico, Classificação  Dr. Frederico Lobo
Complicações da obesidade Dra. Vivian Rolfsen
Fisiopatologia da Obesidade Dr. Luiz Felipe Viola
Tratamento dietético da obesidade Rodrigo Lamonier
A importância de se combater a gordofobia Dra. Edite Melo
Atividade física na obesidade Dr. Lucas Vaz
Tratamento medicamentoso da obesidade Dr. Luiz Felipe Viola
Tratamento cirúrgico da obesidade Dr. Jyean Muchon
Metabolismo dos lipídios Dra. Isabella Marx
Dislipidemias: Hipercolesterolemia e Hipertrigliceridemia Dra. Giseli Lenz
Módulo de saúde da mulher
Nutrologia e Lipedema Dra Tatiana Abrão
Nutroterapia na Menopausa Dra. Alessandra Bedin
Nutroterapia na gestação Dra. Alessandra Bedin
Nutroterapia em TPM Dra. Alessandra Bedin
Contraceptivos e composição corporal Dra. Alessandra Bedin
Alteração em fâneros e pele - Aspectos Nutrológicos Dr. Frederico Lobo
Módulo de Desnutrição e Oncologia
Desnutrição: Mrasmo e Kwashiorkor Dr. Pedro Dal Bello
Sarcopenia Dr. Pedro Dal Bello
Caquexia Dr. Pedro Dal Bello
Nutroterapia em Oncologia Dr. Pedro Dal Bello
Magreza excessiva constitucional Dra. Helena Bacha
Módulo de Nutrologia Clínica: Hepatopatia e Renal
Nutroterapia em Hepatopatias Dr. Alexandre Matos
DRC e Nutroterapia Dra. Edite Magalhães
Litiase renal e Nutroterapia Dra. Aritana Alves
Gota e Hiperuricemia a abordagem Nutrológica Dr. Frederico Lobo
Módulo de Nutrologia Clínica: TGI
Fisiologia do TGI
Disbiose intestinal, SIBO e SIFO Dr. Frederico Lobo
Nutroterapia nas patologias do esôfago e estômago Dra. Christian Kelly Ponzo
Nutroterapia em Diarréia aguda e crônica Dra. Helena Bacha
Nutroterapia em constipação intestinal Dra. Beth Hong
Nutroterapia em Sindrome do intestino irritável Dra. Christian Kelly Ponzo
Intolerância a FODMAPS, Lactose, Frutose, Histaminérgica Dr. Frederico Lobo
Doença celíaca Dra. Elza De Melo
Sensibilidade não celíaca ao glúten, Alergia ao trigo Dra. Elza de Melo
DII e nutroterapia Dr. Luiz Rosseto
Pancreatite crônica e nutroterapia Dra. Christian Kelly Ponzo
Doença diverticular do colon e nutroterapia Dra. Christian Kelly Ponzo
Módulo de Nutrologia Clínica: Psiquiatria Nutricional e Neuro
Anorexia Dra. Edite Magalhães Melo
Bulimia Dra. Edite Magalhães Melo
Transtorno de compulsão alimentar Dra. Edite Magalhães Melo
Ortorexia, vigorexia e TARE Dra. Edite Magalhães Melo
Depressão e aspectos nutrológicos Dr. Frederico Lobo
Transtornos ansiosos e aspectos nutrológicos Dr. Frederico Lobo
Bipolaridade e aspectos nutrológicos Dr. Frederico Lobo
Nutrologia e apnéia obstrutiva do sono Dr. Frederico Lobo
Insônia e aspectos nutrológicos Dr. Frederico Lobo
Medicina do estilo de vida em psiquiatria
Nutroterapia em doenças Neurológicas Dra. Luciana Vilas Boas
Nutroterapia no AVC Dra. Lia Bataglini
Nutrologia e TCE Dra. Adrielly Cunha
Nutrologia e Enxaqueca Nut Rodrigo Lamonier
Dieta cetogênica em epilepsia refratária Dra. Elza de Mello
Módulo de miscelânea
Alimentos funcionais e compostos bioativos - Parte 1 Nut. Marcio Jose de Souza
Fitoterapia em Nutrologia Dr. Leandro Medeiros
Os nutracêuticos com mais evidência em Nutrologia Dr. Edvaldo Guimarães Jr
Nutroterapia em geriatria - particularidades na nutrição do idoso Dra. Simone Silvestre
Nutroterapia na Osteopenia e osteoporose Dr. Lucas Vieira
Nutroterapia na Doença de Alzheimer Dra. Simone Silvestre
Nutrologia na ESF  Dra. Cristine Zambo
Anemias carenciais Dra. Helena Bacha
Hiperferritinemia e Hemocromatose Dr. Bruno Andrade
Módulo de Nutrologia Pediátrica
Programação fetal e Alimentação nos primeiros 1000 dias Dr. Renato Zorzo 
TEA/Sd de Down e Nutrologia
APLV na infância Dra. Elza de Mello
Alergias alimentares Dra. Elza de Mello
Intolerância à lactose na infancia Dra. Elza de Mello
Obesidade infantil  e Síndrome metabólica- Diagnóstico e tratamento Dra. Renata Machado 
Síndrome metabólica e dislipidemias na infância e adolescência
Módulo de Nutrologia esportiva
Nutrologia esportiva - Noções básicas Dr. Limiro Silveira 
Músculo como órgão Endócrino Dra. Diana Sá
Macronutrientes em Nutrologia esportiva Nut. Márcio José de Souza
Micronutrientes em Nutrologia esportiva Dra. Helena Bacha
Cafeína Dr. Limiro Silveira 
Whey proteín Dr. Haroldo Falcão
Creatina e HMB Dr. Limiro Silveira 
Beta-alanina Dr. Juan Bernard
Nitrato e Bicarbonato Dr. Felipe Savioli
REDs/Overtraining Dr. Rafael Iazzetti
Hipertrofia muscular em Nutrologia Dr. Lucas Vaz 
Risco do uso de EAAs na Nutrologia Dra. Tatiana Abrão
Calorimetria indireta e ergoespirometria- aplicabilidade Dr. Eduardo Rauen
Exercício em jejum Nut. Marcio Jose de Souza
Movimento 2% Dra. Juliana Machado

Módulo de miscelânea

Publicidade e redes sociais em Nutrologia Dra. Simonee Pamponet
Atenção Plena - Mindfulness Dr. Andrea Bottoni
Nutrologia e estilo de vida Dra. Ana Gabriela Magalhães
Jejum intermitente Dr. Frederico Lobo
Dietas da moda Dr. Frederico Lobo
Cetose e dieta cetogênica Dr. Haroldo Falcão
Mitos em Nutrologia Dr. Guilherme Araujo
Reducitarianismo,Vegetarianismo e veganismo Dr. Luiz Neto
Epidemiologia em Nutrologia Dr. Leandro Houat
Como ler artigos em Nutrologia Dr. Leandro Houat

terça-feira, 3 de maio de 2022

Ter gordura no fígado (Esteatose hepática) não é normal e nós podemos te provar

Apesar de ser um achado frequente nas ultrassons de abdômen realizadas como “rotina”, sendo conhecida como a doença do fígado mais frequente da atualidade, a esteatose hepática não é um achado normal como muitos insistem. 

Ela é uma condição na qual ocorre excessivo acúmulo de lipídeos (gordura) nas células do fígado (hepatócitos) e que pode progredir.

A esteatose hepática é classificada em dois grandes grupos: 
  • Causada pelo consumo excessivo e crônico de bebidas alcoólicas; 
  • Causada por outros fatores de risco e denominada Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA). 
A evolução natural da DHGNA é, ao longo dos anos, poder se transformar em esteatoepatite (inflamação), cirrose e carcinoma hepatocelular (câncer de fígado). 

No Brasil, estudos utilizando a ultrassonografia como método diagnóstico, encontraram em torno de 20% de esteatose hepática na população geral, ou seja, é um problema de saúde pública e não pode ser menosprezado! 

DHGNA é considerada uma manifestação de grande desordem metabólica, e sua prevalência eleva-se na presença de obesidade e diabetes mellitus. Além disso, podemos citar outros fatores de risco como dislipidemia, hipertensão arterial e uso de esteroides anabolizantes. 

A grande maioria dos pacientes não apresentam sinais ou sintomas, pois esta é uma doença silenciosa, sendo inicialmente identificada porque o paciente realizou uma ultrassonografia de abdômen como parte de seus exames clínicos de rotina. 

Infelizmente não existe um tratamento medicamentoso específico, com boas evidências científicas, para essa condição, sendo o grande foco do tratamento a perda de peso e controle das comorbidades associadas a essa condição. 

Entre as drogas que vêm sendo mais estudadas estão os antioxidantes e os hipolipemiantes. 

As estatinas foram testadas em diversos estudos e os achados não têm sido consistentes, porém sabemos que são medicamentos bem tolerados e seguros nos pacientes com EHNA, geralmente melhoram o perfil lipídico, aminotransferases (TGO e TGP) e diminuem a incidência de eventos cardiovasculares (que são a principal causa de morte neste grupo de pacientes). Não estão aprovadas como uma classe de medicamentos específicos para o tratamento da EHNA. 

Entre as drogas antioxidantes, a mais estudada é a vitamina E com resultados não homogêneos nos estudos. Deve ser usada com cautela até que tenhamos mais estudos sobre sua eficácia e segurança. 

Doses acima de 270mg de alfa-tocoferol podem ter efeito tóxico no organismo (favorecer alteração na coagulação, ou seja o uso não é recomendado para quem usa anticoagulante ou quem tem distúrbios da coagulação).

Alguns estudos mostram maior risco de câncer de próstata, ou seja, pacientes com alto risco de câncer de próstata devem utilizar com cautela, somente sob prescrição médica. 

Além disso a vitamina E em alguns trabalhos evidenciou aumento da mortalidade em pacientes diabéticos. 

Evidências sugerem apenas para pacientes com estádio de fibrose > 2 (calcular o estágio de fibrose é o grande entrave pois a elastografia não está acessível para todos os pacientes).

Já uma droga hipoglicemiante, chamada pioglitazona tem evidência em pacientes diabéticos e aconselhada nesse público. Os efeitos colaterais superam os benefícios em pacientes não diabéticos 
.
Os análogos de GLP 1 estão começando a mostrar algum grau de evidência e sucesso.

E ATENÇÃO: Não são recomendados suplementos alimentares.

Autora: Dra. Edite Magalhães - Médica especialista em Clínica Médica - CRM-PE 23994 - RQE 9351
Revisores: 
Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 - RQE 11915
Dr. Leandro Houat - CRM-SC 27920 - RQE 20548 - Médico especialista em Medicina de família e comunidade

Por que a dieta te faz engordar - Por Bruno Gualano

Viver em dieta não é moleza. Mesmo assim, podemos estimar que 4 a cada 10 leitores desta coluna tentaram perder peso nos últimos 5 anos. Entre 10 que conseguiram a proeza de reduzir o ponteiro da balança, 8 recuperaram os quilos perdidos no primeiro ano. E, pasmem, outros tantos tiveram um destino ainda pior.

Em 1983, "Dieting makes you fat" ("A dieta te faz engordar"), de Geoffrey Cannon e Hetty Einzig, prenunciava um aparente paradoxo: 1 a cada 3 pessoas que recorrem a dietas tende a ganhar mais peso no futuro do que perdeu inicialmente. Daí o provocativo título do best-seller.

Três décadas se passaram e o assunto continua quente.

A restrição de calorias ainda é componente central do tratamento de pessoas com sobrepeso e obesidade, não obstante sua taxa de sucesso bastante variável.

Em contrapartida, temos evidências suficientes para afirmar que indivíduos com peso normal que fazem dietas apresentam maior propensão a engordar ao longo da vida.

Essa constatação advém de diferentes tipos de estudos. Numa pesquisa com gêmeos, aqueles que reportavam praticar dietas restritivas durante a adolescência —em comparação aos que não tinham esse hábito— apresentaram maior risco de sobrepeso aos 25 anos de idade.

Atletas de elite que costumeiramente necessitam baixar peso para competir, tais como boxeadores e halterofilistas, tendem a exibir maior massa corporal do que seus pares envolvidos em modalidades que não demandam um rígido controle de peso.

Num dos mais clássicos estudos sobre dietas —o "Experimento de Fome em Minnesota"—, homens saudáveis foram submetidos a uma austera restrição calórica por 6 meses, que resultou na perda de 25% do peso corporal. Alguns participantes puderam se alimentar à vontade por 2 meses subsequentes. Os pesquisadores notaram que a sensação de fome dos voluntários alcançou patamares superiores aos do início do estudo, assim permanecendo por semanas, mesmo após a recuperação completa do peso perdido.

As explicações para esses resultados estão na origem da nossa espécie.

Nossos genes foram esculpidos ao longo de milhões de anos de evolução pelo martelo da imprevisibilidade alimentar. Isto nos forjou econômicos, poupadores. De tal sorte que uma queda abrupta do peso corporal —via restrição de calorias, por exemplo— desencadeia uma resposta fisiológica vigorosa, rumo à recuperação do peso perdido.

Quando perdemos peso, eliminamos gordura e músculo. E a baixa nos estoques de ambos os tecidos, interpretada pelo nosso cérebro como um risco à sobrevivência, aciona o sinal da fome. Isso explica, aliás, por que frequentemente sabotamos as dietas.

Ocorre que o botão da fome permanece ativado mesmo quando recuperamos toda a gordura inicialmente perdida.

A voracidade pela comida só alivia com a retomada da massa muscular, que se dá de modo mais lento do que a de gordura —muitas vezes, quando já estamos mais gordos do que antes da dieta.

Esse mecanismo —chamado de fat overshooting (algo como supercompensação de gordura)— ajuda a explicar por que dietas restritivas podem nos fazer engordar no futuro.

O ciclo de perda e ganho de peso (mais ganho do que perda, a rigor)— popularmente conhecido como efeito sanfona— está associado com maiores riscos cardiovasculares e de mortalidade, além de distúrbios de autoimagem, transtornos alimentares e de ansiedade.

Em que pese a onipresente pressão social pelo corpo magro, a tentativa de emagrecer pessoas com peso normal é clinicamente incoerente. E pode muito bem produzir o oposto do pretendido.


Distensão abdominal

Pergunta: Sinto-me inchado todos os dias.  O que poderia estar causando isso?  E há algo que eu possa fazer para encontrar alívio?

Toda semana na minha clínica, meus pacientes reclamam que suas roupas estão muito apertadas, suas barrigas estão apertadas. “É como se eu estivesse grávida de 30 semanas” é um refrão comum, tanto de homens de 65 anos quanto de mulheres de 20 anos.

Não é surpresa, então, que esses pacientes sofram de inchaço, aquela sensação desagradável de pressão no estômago que afeta cerca de um em cada cinco adultos. (Um fenômeno separado, mas relacionado, chamado distensão, descreve o aumento visível da circunferência abdominal que geralmente ocorre junto com ele.)

No entanto, entender por que o inchaço acontece – e tratá-lo – pode ser um desafio para pacientes e profissionais de saúde. "As pessoas pensam: 'Ah, é apenas inchaço', por isso muitas vezes é ignorado ou considerado uma queixa insignificante", disse Kimberly Harer, gastroenterologista e especialista em motilidade intestinal da Universidade de Michigan Health.  Alguns de seus pacientes sofrem com os sintomas por décadas antes de finalmente procurarem ajuda.

Mas o inchaço não é apenas desconfortável;  pode afetar “muitos aspectos da vida de nossos pacientes”, disse Harer, levando a problemas de constrangimento e imagem corporal. E obter uma avaliação adequada é fundamental.

O que causa inchaço?

Inchaço e distensão são comuns e, para a maioria das pessoas, desaparecem após um curto período de tempo. Mas algumas pessoas são mais propensas a inchaço do que outras.

Aqueles com certas condições médicas – como intolerância à lactose, doença celíaca ou distúrbios que afetam a maneira como o intestino move o conteúdo por todo o corpo (como gastroparesia) – têm inchaço mais regular como resultado do excesso de gás. Nesses pacientes, o gás se acumula no intestino delgado e empurra o diafragma para cima e a parede abdominal para fora para “dar espaço” para a pressão extra.

Se você não tem essas condições, mas tem inchaço que persiste por meses, pode ter algo chamado inchaço funcional ou inchaço sem causa identificável. Condições como síndrome do intestino irritável ou constipação idiopática crônica se enquadram nessa categoria.  

Nesses casos, os exames médicos geralmente parecem normais, mas o inchaço é um sintoma importante e recorrente que afeta a vida diária.

Esses casos de inchaço geralmente ocorrem não por causa da produção vertiginosa de gás, mas por causa da maneira como o abdômen reage ao gás. “Com o inchaço, muito disso é a mecânica do corpo”, disse Linda Nguyen, gastroenterologista e professora clínica de medicina na Stanford Medicine.  Se você pensar no que envolve a cavidade abdominal: você tem o diafragma acima, o assoalho pélvico abaixo, a coluna nas costas e a parede abdominal na frente.”

Um estudo, publicado na revista Gastroenterology em 2009, descobriu que quando as pessoas com distúrbios funcionais estavam inchadas, o diafragma se contraía para baixo em vez de para cima, o que projetava os músculos da parede abdominal (em particular, os oblíquos internos) para a frente. Ao mesmo tempo, a quantidade de gás dentro de suas entranhas não aumentou.

Esses movimentos musculares anormais – e o inchaço que os acompanhava – ocorreram porque os nervos do intestino e da parede abdominal eram excessivamente reativos a quantidades normais de pressão de dentro dos intestinos (chamada hipersensibilidade visceral).

Assim, mesmo pequenas quantidades de gás produzidas durante a digestão natural podem causar desconforto e distensão.

O que posso fazer para aliviá-lo?

Os especialistas geralmente recomendam que os pacientes primeiro tentem identificar, depois eliminem, qualquer coisa em sua dieta ou estilo de vida que possa estar provocando seu inchaço – ou, como eu gosto de dizer, “o que faz seu inchaço flutuar”. Certos alimentos, particularmente aqueles ricos em fibras insolúveis, como vegetais crucíferos, lentilhas e feijões, são criminosos clássicos.

Outros gatilhos comuns incluem bebidas fermentadas como cerveja e kombucha, o adoçante artificial sucralose, bem como cebolas e frutas. Ocasionalmente, certos comportamentos, como beber bebidas carbonatadas, mascar chiclete ou fumar, podem aumentar o risco de inchaço, aumentando a quantidade de ar que você engole, e reduzi-los pode ajudar.

Com tantos gatilhos em potencial, pode ser difícil – ou até prejudicial – experimentar identificar e eliminar alimentos problemáticos por conta própria, então é recomendável procurar a orientação de um nutricionista, disse Harer.

Em alguns casos, corrigir a causa subjacente do seu inchaço pode exigir mais do que apenas ajustes na dieta e no estilo de vida. Pacientes com gastroparesia ou constipação significativa podem se beneficiar de um medicamento chamado prucaloprida, que ajuda a esvaziar o estômago e expelir os resíduos pelo cólon.  (Os especialistas não recomendam intervenções em casa que esvaziem o intestino, como irrigação do cólon, porque podem causar trauma ou perfurar o trato gastrointestinal).

Para aqueles com intestinos hiper-reativos, certos medicamentos podem ajudar a atenuar essas respostas aumentadas, tornando os pacientes menos propensos a reagir com inchaço.

Fezes infrequentes, esforço ou sensação de que você nunca “esvaziou” completamente também podem contribuir para o inchaço.  

Esses sintomas podem resultar de uma coordenação inadequada do assoalho pélvico, que pode ser melhorada com fisioterapia especializada.

Tenha em mente que algumas causas de inchaço não estão diretamente relacionadas ao seu intestino. Alguns pacientes que roncam ou usam regularmente máquinas de CPAP para apneia do sono, por exemplo, podem ter inchaço extra ao acordar pela manhã, disse Harer. Pacientes com doença hepática também podem ter líquido extra no abdômen, criando distensão. E as flutuações na progesterona da menstruação e certos tipos de contraceptivos podem aumentar o inchaço.  

Mulheres na pós-menopausa, em particular com nova distensão, devem discutir esses sintomas imediatamente com um médico, pois isso pode ser um sinal de câncer de ovário.

“Cada pessoa é diferente, então o que causa inchaço em seu amigo ou membro da família não é o que pode causar inchaço em você”, disse Harer.

Se no final do dia você ainda não consegue descobrir por que está inchado o tempo todo, o Dr. Harer sugeriu consultar um gastroenterologista. Ninguém deveria se sentir envergonhado de mudanças em sua barriga, disse ela.  “Os pacientes devem se sentir empoderados para discutir o inchaço com seus provedores e obter a ajuda de que precisam.”

[Conteúdo exclusivo para médicos] - Benefícios cardiovasculares da empagliflozina estão associados à microbiota intestinal e aos metabólitos plasmáticos no diabetes tipo 2

Resumo

Contexto

Os benefícios cardiovasculares da empagliflozina em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) foram relatados; no entanto, o mecanismo subjacente permanece desconhecido.

Objetivo

Nossa hipótese é que os benefícios cardiovasculares da empagliflozina estão associados à microbiota intestinal alterada e metabólitos plasmáticos, e que a empagliflozina pode ser usada como tratamento inicial para pacientes com DM2 em risco de doenças cardiovasculares (DCVs).

Métodos

Este ensaio clínico randomizado, aberto, de 3 meses, de 2 braços incluiu 76 pacientes virgens de tratamento com DM2 e fatores de risco para DCV que foram tratados com empagliflozina (10 mg/d, n = 40) ou metformina (1700 mg  /d, n = 36).

Investigamos mudanças nos parâmetros clínicos relacionados ao metabolismo da glicose e fatores de risco para DCV, microbiota intestinal usando sequenciamento do gene 16S rRNA e metabólitos plasmáticos usando LC-MS.

Resultados

Encontramos redução significativa e semelhante nos níveis de HbA1c e alívio do metabolismo da glicose em ambos os grupos.

No entanto, apenas a empagliflozina melhorou os fatores de risco de DCV.

A empagliflozina remodelou significativamente a microbiota intestinal após 1 mês de tratamento;  essa alteração foi mantida até o final do estudo.

A empagliflozina aumentou os níveis de metabólitos plasmáticos, como a esfingomielina, mas reduziu os níveis de glicoquenodesoxicolato, cis-aconitato e ácido úrico.

Ao mesmo tempo, a empagliflozina elevou os níveis de bactérias produtoras de ácidos graxos de cadeia curta, como espécies de Roseburia, Eubacterium e Faecalibacterium, e reduziu os de várias bactérias nocivas, incluindo Escherichia-Shigella, Bilophila e Hungatella.

Conclusão

A empagliflozina pode ser uma terapia inicial superior para pacientes com DM2 em risco de DCV; seus benefícios cardiovasculares podem estar associados a mudanças na microbiota intestinal e nos metabólitos plasmáticos.

INTRODUÇÃO

A empagliflozina, um inibidor seletivo do cotransportador sódio-glicose 2 (SGLT2i), reduz a hiperglicemia em pacientes com diabetes mellitus tipo 2, diminuindo a reabsorção renal de glicose e elevando a excreção urinária de glicose.

Além disso, o tratamento com empagliflozina não só melhora a hiperglicemia, mas também resulta em perda de peso corporal, redução da pressão arterial e diminuição de eventos cardiovasculares e mortalidade.

Portanto, a Food and Drug Administration adicionou uma indicação para a empagliflozina, como o primeiro medicamento anti-hiperglicêmico para reduzir o risco de morte cardiovascular adversa importante em adultos com diabetes mellitus tipo 2 e doenças cardiovasculares (DCVs).

No entanto, quase todas as diretrizes da American Diabetes Association, Federação Internacional de Diabetes e Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o manejo do diabetes tipo 2 recomendam a metformina como terapia inicial para pacientes sem contraindicações.

Dado o benefício cardiovascular da empagliflozina, levantamos a hipótese de que pode ser uma melhor terapia inicial para pacientes com diabetes tipo 2 em risco de DCV.

Além disso, os mecanismos subjacentes aos efeitos da empagliflozina no sistema cardiovascular permanecem obscuros.

Um estudo anterior em modelos animais sugeriu que, além da diurese relacionada à empagliflozina, os efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios e antiapoptóticos da empagliflozina também podem contribuir para seus benefícios cardiovasculares.

Além disso, evidências emergentes indicam que a microbiota intestinal modula o metabolismo, bem como as atividades oxidativas e inflamatórias no hospedeiro, influenciando significativamente a patogênese do diabetes tipo 2 e das DCVs.

Recentemente, um estudo em animais sugeriu que outro SGLT2i, dapagliflozina, altera sutilmente a composição da microbiota intestinal em camundongos com diabetes tipo 2.

Também foi relatado que vários medicamentos antidiabéticos, como metformina, acarbose e liraglutida, atingem parcialmente seus efeitos de redução de glicose e melhorias metabólicas adicionais, modulando a microbiota intestinal e seus metabólitos.

No entanto, permanece desconhecido se o tratamento com empagliflozina altera a microbiota intestinal em pacientes com diabetes tipo 2; além disso, a relação entre a microbiota intestinal e os efeitos benéficos da empagliflozina relacionados às doenças cardiovasculares permanece indefinida.

Aqui, investigamos os benefícios clínicos da empagliflozina e possíveis associações entre seus benefícios cardiovasculares e alterações nos metabólitos plasmáticos e na microbiota intestinal em pacientes com diabetes tipo 2 e risco de DCV.

Para este fim, realizamos um ensaio clínico randomizado, aberto, de dois braços em pacientes virgens de tratamento com diabetes tipo 2 e fatores de risco para DCV tratados com empagliflozina ou metformina por 3 meses.

Discussão

Neste ensaio clínico randomizado, aberto e de 2 braços, descobrimos que, embora tanto a empagliflozina quanto a metformina reduzissem os níveis de HbA1c, a empagliflozina era mais propensa a melhorar os fatores de risco para DCV. A empagliflozina alterou os metabólitos plasmáticos e a microbiota intestinal através de mecanismos diferentes dos da metformina.

Em nosso estudo, descobrimos que a empagliflozina teve efeitos hipoglicemiantes semelhantes, mas com benefícios cardiovasculares adicionais, em pacientes com diabetes tipo 2 que tiveram pelo menos um fator de risco para DCV após o período de intervenção de 3 meses em comparação com a metformina, que é um medicamento antidiabético de primeira linha. 

Como o continuum de DCV é iniciado por uma miríade de fatores de risco, levando ao desenvolvimento de DCV em estágio terminal, o gerenciamento precoce dos fatores de risco para DCV contribui para um atraso no desenvolvimento de DCVs.

Portanto, a empagliflozina pode ser um medicamento melhor para pacientes com diabetes tipo 2 com pelo menos um fator de risco para DCV do que a metformina; no entanto, ensaios clínicos multicêntricos de grande amostra são necessários para confirmar isso.

Usamos análise metabolômica não direcionada para investigar sistematicamente o efeito da empagliflozina nos metabólitos plasmáticos.

Por exemplo, a esfingomielina, o segundo esfingolipídio mais comum em células de mamíferos, pode impedir a translocação de lipopolissacarídeo derivado de bactérias intestinais e inibir seus efeitos pró-inflamatórios.

Os níveis desses metabólitos benéficos aumentaram apenas no grupo de tratamento com empagliflozina. 

Os níveis de ácido glicoquenodesoxicolato, um ácido biliar conjugado e agonista do receptor X farnesoide que está correlacionado com a resistência à insulina induzida pela obesidade e esteatose hepática; e cis-aconitato, que produz a molécula anti-inflamatória itaconato que regula a função dos macrófagos; foram diminuídos no grupo de tratamento com empagliflozina. 

Além disso, os níveis de ácido úrico, que está associado ao risco de insuficiência cardíaca congestiva, hipertensão arterial, fibrilação atrial e mortalidade cardiovascular por todas as causas, também diminuíram no grupo de tratamento com empagliflozina.

Essas diferenças nos metabólitos plasmáticos induzidos pela empagliflozina em relação à metformina podem contribuir para os benefícios glicêmicos e cardiovasculares no diabetes tipo 2.

Aqui, a empagliflozina alterou significativamente a estrutura e a composição da microbiota intestinal em pacientes com diabetes tipo 2 e fatores de risco para DCV após 3 meses de tratamento.

Apenas 1 estudo foi encontrado para investigar o efeito do SGLT2i na microbiota. 

Bommel e cols. realizaram um ensaio randomizado duplo-cego em pacientes com diabetes tipo 2 para investigar o efeito de outro SGLT2i (dapagliflozina) na microbiota fecal e observaram que a composição da microbiota intestinal não foi alterada pela dapagliflozina.

Em nosso estudo, encontramos níveis elevados de empagliflozina de bactérias produtoras de ácidos graxos de cadeia curta, como espécies de Roseburia, Eubacterium e Faecalibacterium, e reduzimos os de várias bactérias nocivas, incluindo Escherichia-Shigella, Bilophila e Hungatella.

O inconsistente pode ser atribuído a limitações relacionadas à análise da microbiota intestinal e à seleção da intervenção e coorte. Até onde sabemos, este é o primeiro estudo a investigar sistematicamente o efeito da empagliflozina na microbiota intestinal em pacientes com diabetes tipo 2 sem tratamento prévio com fatores de risco para DCV.

A empagliflozina aumentou significativamente a riqueza e a diversidade da microbiota intestinal, que tem sido associada a um risco aumentado de DCV ao longo da vida.

Observamos que a mudança mais importante na microbiota intestinal em resposta à empagliflozina foi o aumento de bactérias produtoras de ácidos graxos de cadeia curta (SCFA), como os ASVs em Roseburia, Eubacterium, Ruminococcaceae e Faecalibacterium.

Evidências emergentes demonstraram que os AGCCs podem modular o controle glicêmico, exibir atividade anti-inflamatória e antitumorigênica e diminuir o estresse oxidativo.

Além disso, os AGCCs podem induzir a ativação da proteína quinase ativada por AMP e a expressão do transportador de glicose 4 (GLUT4) no tecido adiposo e melhorar os distúrbios metabólicos relacionados à DCV em camundongos diabéticos; os AGCCs são, portanto, considerados como uma nova estratégia potencial para prevenir DCVs.

Além disso, outra característica da microbiota intestinal nos pacientes tratados com empagliflozina foi a redução na abundância de várias bactérias nocivas, como os ASVs em Escherichia-Shigella, Bilophila e Hungatella, que são todos gram-negativos; muitos membros são patógenos oportunistas que induzem inflamação e interrompem a função da barreira intestinal, o que pode contribuir para a resistência à insulina, hiperglicemia e doenças cardiovasculares.

Assim, a modulação da microbiota intestinal pela empagliflozina pode melhorar o controle glicêmico e proporcionar benefícios adicionais ao sistema cardiovascular.

Uma série de estudos foi feita para identificar a alteração da microbiota intestinal causada pela metformina, que também contribui para melhorar a hiperglicemia.

Um achado comum de estudos anteriores foi que os participantes com diabetes tomando metformina tinham maior abundância relativa de Akkermansia muciniphila, uma microbiota conhecida pela degradação da mucina, e várias microbiotas produtoras de SCFA, como Butyrivibrio, Bifidobacterium bifidum, Megasphaera, Shewanella e Blautia, e diminuição de Intestinibacter bartlettii, Roseburia, Intestinibacter e Ruminococcaceae.  

Isso é consistente com nosso estudo até certo ponto, pois encontramos Blautia, Klebsiella, Ruminococcaceae aumentados e Clostridium e Intestinibacter diminuídos após 12 meses de uso de metformina.

Mas também descobrimos que a metformina diminuiu Streptococcus e aumentou Christensenellaceae, o que foi diferente de estudos anteriores.

Entre os metabólitos aumentados alterados no tratamento com metformina versus empagliflozina, o ácido linoleico plasmático, o ácido docosahexaenóico e o ácido erúcico foram relatados como metabólitos benéficos.

O ácido linoleico plasmático é o tipo predominante de ácidos graxos poliinsaturados na dieta e foi inversamente relacionado ao diabetes tipo 2, síndrome metabólica ou risco de doenças cardiovasculares.

Estudos anteriores sugeriram que o ácido docosahexaenóico pode desempenhar um papel protetor contra o diabetes e pode restaurar a sensibilidade à insulina, prevenindo a lipotoxicidade e a inflamação.  

Também é anti-inflamatório no cérebro e protegido contra a perda neuronal induzida por lipopolissacarídeos.

E o ácido erúcico é um ácido graxo ômega-9 monoinsaturado que tem um efeito melhorador em camundongos com déficits de memória induzidos por escopolamina.

Um ponto forte do nosso estudo é que é o primeiro ensaio clínico randomizado com um procedimento de estudo cuidadosamente controlado para pacientes com diabetes mellitus tipo 2 virgens de tratamento com fatores de risco para DCV, avaliando sistematicamente os efeitos da empagliflozina na microbiota intestinal e nos metabólitos plasmáticos em comparação com aqueles de metformina.

No entanto, este estudo teve algumas limitações.

Primeiro, o estudo teve um design aberto.

Em segundo lugar, o tamanho da amostra foi relativamente pequeno.  

Terceiro, o período de acompanhamento do estudo foi muito curto para avaliar os efeitos a longo prazo da empagliflozina e metformina em eventos cardiovasculares em pacientes com diabetes mellitus tipo 2.

Os múltiplos efeitos benéficos da empagliflozina não podem ser explicados apenas por sua inibição do cotransportador sódio-glicose 2, e nosso trabalho sugere que a modulação da microbiota intestinal e dos metabólitos plasmáticos pode ser um dos mecanismos potenciais envolvidos.

Para elucidar sistematicamente o mecanismo de ação de um fármaco, é necessário investigar seu efeito sobre o perfil metabonômico e microbioma intestinal do paciente.  

O mecanismo pelo qual a empagliflozina afeta os metabólitos plasmáticos e a microbiota intestinal do paciente requer mais investigação.

Conclusão

Em conclusão, nosso estudo sugere que a empagliflozina melhora a hiperglicemia, bem como os fatores de risco para DCV em pacientes com diabetes tipo 2 virgens de tratamento com fatores de risco para DCV em comparação com a metformina, e que a empagliflozina pode representar uma opção terapêutica superior para esses pacientes.

Além disso, os benefícios cardiovasculares da empagliflozina podem estar associados a uma mudança na microbiota intestinal e nos metabólitos plasmáticos em pacientes.

No entanto, estudos adicionais sobre metabolômica fecal são essenciais para investigar a interação entre metabólitos derivados do intestino e as bactérias intestinais envolvidas na melhora dos parâmetros clínicos nesse grupo de pacientes.

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quinta-feira, 28 de abril de 2022

Shake para emagrecer, uma boa opção ?

Provavelmente você já viu propagandas de shakes substitutos de grandes refeições que são promovidos como a "fórmula mágica" para emagrecer. Normalmente as propagandas/promoções são acompanhadas de frases como "perca 10kg em 20 dias" ou algo do gênero, atraindo aqueles que buscam por resultados rápidos.

Mas, será que essa é mesmo uma boa estratégia nutricional e é efetiva para emagrecer?

A resposta é: NÃO.

Primeiramente, ao substituir um #almoço que provavelmente terá uma ampla variedade de nutrientes (carboidratos, gorduras, proteínas, fibras e fitoquímicos) por outra nutricionalmente muito mais pobre, já é uma escolha ruim. 

Ao iniciar essa troca por shakes, você provavelmente conseguirá perder peso, mas não pelo shake se "saudável" ou “potencializador do emagrecimento”, mas sim por se tratar de uma bebida de valor energético reduzido. Portanto, é a restrição de calorias que esse shake promoverá que te trará resultados. Mas, e aí, até quando você conseguirá manter tal estratégia? Em Nutrologia e Nutrição devemos sempre pensar na adesão ao tratamento. É sustentável em longo prazo ? Você se vê ingerindo shake ao invés de almoçar, por 6 meses ?

No início, provavelmente pela mudança de hábito e empolgação com a estratégia, você poderá suportar a sensação de fome e conseguir eliminar alguns quilos. Mas as chances de reganho são enormes, pois é isso que os estudos sobre estratégias restritivas demonstram: o famoso efeito sanfona.

Mas isso não significa que você deverá abolir os shakes da sua vida. Há momentos em que você possa estar sem tempo, sem boas opções alimentares e até mesmo sem apetite para realizar uma grande refeição e, aí sim, para não ficar sem se alimentar e/ou compensar depois, o shake pode ser uma estratégia, te auxiliando a obter bons resultados! O shake pode ser um "SOS = Socorro" em alguns momentos. 

Ou seja: tudo depende! Procure um Nutrólogo e um Nutricionista para te auxiliarem com estratégias que levem em consideração o mais importante: você. Personalização e individualização são a chave para um tratamento de sucesso.

Autor: 
Rodrigo Lamonier - Nutricionista e Profissional da Educação física
Revisores: 
Dr, Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM 13192 - RQE 11915
Márcio José de Souza - Profissional de Educação física e Graduando em Nutrição. 

quinta-feira, 21 de abril de 2022

Há alguma Diferença entre o Horário das Refeições?

O horário das refeições em indivíduos com rotina alimentar prolongada está associada ao aumento do risco de obesidade e disfunção metabólica em humanos. Apesar disso, não há estudos experimentais prolongados e altamente controlados testando os efeitos dos horários das refeições com base no peso e no metabolismo em adultos com índice de massa corporal (IMC) de 19 a 27 kg/m2.

Com isso, foi realizado um estudo randomizado em que os indivíduos consumiam três refeições e dois lanches com quantidade energética e composição similares. Esses foram fornecidos em duas condições diferentes, em um período de 8 semanas, separadas por um período de 2 semanas. Inicialmente foi realizada a alimentação diurna, com ingestão limitada a 08:00h – 19:00h e posteriormente, a alimentação foi realizada mais tarde, com ingestão limitada a 12:00h – 23:00h. Nesse estudo, a rotina de sono e exercício físico foi constante. (Allison et.al, 2021)

Em seguida para estudar tal impacto do horário das refeições, foram avaliados peso, adiposidade, gasto energético e perfis circadianos de hormônios e metabólitos para que fossem comparados aos valores anteriores. Dessa forma, foi observado que peso corporal, resistência à insulina, relação de gordura tronco-perna, gasto de energia em repouso, quociente respiratório, glicose em jejum, insulina, colesterol total e colesterol de lipoproteína de alta densidade (dHDL) e adiponectina, diminuíram durante a intervenção diurna em comparação com a alimentação mais tarde.

Ao mesmo passo, foi observado aumento dessas medidas, assim como dos triglicerídeos quando realizada a alimentação atrasada em comparação com a diurna. Também, pode-se citar que a fase circadiana e a amplitude de melatonina, cortisol, grelina, leptina e glicose não foram alterados em consequência dos horários alimentares.

Pode-se concluir que uma alimentação diurna, em comparação com uma alimentação tardia, é capaz de promover perda de peso e melhorias no metabolismo energético e insulina em adultos com IMC de 19 a 27 kg m2, reforçando a eficácia e viabilidade de comer durante o dia como uma modificação comportamental para as condições do mundo real. 

Prática clínica

O estudo propõe que alimentar-se mais cedo, até às 19h, pode ser mais eficaz na redução de peso corporal, melhora da resistência à insulina, do controle glicêmico e da saúde cardiometabólica. Além disso, pode promover melhora da oxidação lipídica, do colesterol e da relação de gordura tronco-perna.

Referências bibliográficas
Allison KC, Hopkins CM, Ruggieri M, Spaeth AM, Ahima RS, Zhang Z, Taylor DM, Goel N. Prolonged, Controlled Daytime versus Delayed Eating Impacts Weight and Metabolism. Curr Biol. 2021 Feb 8;31(3):650-657.e3. doi: 10.1016/j.cub.2020.10.092.