segunda-feira, 17 de abril de 2023

Conservação do solo e degradação ambiental

 “A degradação do solo devido às mudanças climáticas e à expansão da agricultura, das cidades e das infraestruturas prejudica o bem-estar de 3,2 bilhões de pessoas. É prejudicial à biodiversidade e possibilita o surgimento de doenças infecciosas, como a Covid-19. Restaurar terras degradadas removeria o carbono da atmosfera. Ajudaria as comunidades vulneráveis a adaptarem-se às mudanças climáticas. E poderia gerar US $ 1,4 trilhão de dólares extras na produção agrícola a cada ano”. António Guterres. Secretário-geral da ONU, 17/6/2021, por ocasião da celebração do Dia Mundial de combate à desertificação e `as secas.

Por iniciativa do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) no dia 13 de Novembro de 1986, através da Lei 7.876, foi aprovada a criação do DIA NACIONAL DE CONSERVAÇÃO DO SOLO, a ser celebrado anualmente no dia 15 de Abril, com o objetivo de despertar a consciência nacional, principalmente por parte de governantes, da população em geral e dos setores agropecuário, florestal e de mineração, quanto `a necessidade de que o uso e ocupação do solo, principalmente rural, seja feita com sustentabilidade, justiça ambiental e justiça inter-geracional.

Só por ocasião da Assembleia Geral da ONU, em dezembro de 2013, que foi aprovada a criação do DIA MUNDIAL DE CONSERVAÇÃO DO SOLO, a ser comemorado anualmente, no dia 05 de Dezembro, a partir de 2014.

A preocupação com a conservação do solo, na verdade tem origem no mundo logo após o final da II Guerra, para enfrentar o problema da fome e no Brasil nos anos sessenta no bojo da chamada revolução verde, quando muitos cientistas passaram a demonstrar que é muito mais racional e saudável para o planeta e para o meio ambiente, elevar a produtividade por área ocupada do que promover a expansão das fronteiras agrícolas, que incentiva o desmatamento, as queimadas e a degradação dos solos e dos mananciais, cujas consequências são a erosão, a desertificação, a perda da fertilidade dos solos e o encarecimento dos alimentos, principalmente.

Para entender bem este binômio conservação do solo x degradação ambiental é fundamental colocá-lo em um contexto histórico, cultural e dos diversos sistemas produtivos e também das relações de trabalho e produção. Afinal, todos sabemos e entendemos o que significa a exortação do Papa Francisco quando afirma que “tudo está interligado”.

Assim, ao longo de séculos e milênios a relação da humanidade com a natureza foi muito mais de dominação e destruição do que de cuidado, respeito e racionalidade. Ao imaginar que a natureza poderia ser usada a bel prazer, ao longo de sucessivos estágios históricos e sistemas econômicos de produção e de relações de trabalho, de uma forma direta ou indireta o que movia o ser humano no planeta era a ganância e a busca de lucro fácil e rápido, pouco se importando com o rastro de destruição, o que hoje é denominado de “pegada ecológica”.

Neste processo irracional de exploração dos recursos naturais parece que ninguém imaginava e, lamentavelmente ainda muitos continuam utilizando esses mesmos modelos econômicos e sociais que deixam apenas destruição da biodiversidade, poluição das águas, dos mananciais, do ar e também dos solos e do subsolo, pouco se importando com as próximas gerações.

Falar para essas pessoas que imaginam que proteger o meio ambiente, a natureza, os territórios indígenas, as florestas são formas contrárias ao que definem como “progresso”, mas que na verdade são crimes ambientais e, de acordo com o Papa Francisco, na Encíclica Laudato Si, “um pecado ecológico”, tem se tornado quase que uma “pregação no deserto”.

Pior em tudo isso é quando autoridades e organismos públicos, que deveriam zelar pela saúde do planeta, em seus respectivos territórios, sejam países, estados, regiões ou municípios, simplesmente se omitem e compactuam com crimes ambientais, não agem para definirem políticas públicas, estratégias, planos, programas e ações que a um só tempo possam reduzir ou “mitigar” os efeitos deste processo de degradação ambiental e, também, recuperar o que foi destruído, se bem que isto além dos custos elevadíssimos ainda tem o aspecto de que as espécies vegetais , animais ou mesmo humanas (como diversos povos primitivos no Brasil) foram extintos jamais poderão retornar.

A preocupação com a questão de buscar um equilíbrio entre desenvolvimento e sustentabilidade, em todas as dimensões como a produção de alimentos para uma população mundial ainda em expansão, a questão da energia que ainda está baseada fundamentalmente em fontes sujas e altamente poluentes que são os combustíveis fósseis, o uso intenso dos solos e subsolo, destruindo recursos não renováveis ou com custos bilionários para sua recuperação, repito, esta preocupação com tais desafios é coisa relativamente recente, datam do início da década de 1970, quando da primeira Conferência Mundial sobre desenvolvimento e Meio ambiente, em 1972.

Foi a partir desta primeira conferência que o “alerta”, quanto aos danos que esses modelos econômicos estão produzindo sobre a saúde do Planeta Terra, que dezenas de milhares de cientistas passaram a ter vozes mais ativas, com suas descobertas quanto aos riscos que todas as formas de vida, inclusive a vida humano estão correndo.

Mesmo antes da publicação da Encíclica Laudato Si, quando o Papa Francisco unifica o pensamento da Igreja Católica quanto `a necessidade de todas as religiões e as demais organização tanto públicas quanto da sociedade civil organizada, já havia um certo consenso de que “tudo está interligado, nesta Casa Comum”, que é o planeta terra.

Sob a liderança da ONU, que, pelo menos teoricamente, representa todos os 197 países e territórios que congregam a população mundial, tem havido um esforço internacional, em alguns países e continentes de forma mais efetiva e em outros, como no Brasil, muito mais em discursos e no papel, para confrontar esses desafios.

Hoje, mais do que nunca, é perfeitamente conhecido que o desmatamento e as queimadas, enfim, a destruição das florestas, principalmente das florestas tropicais como na Pan Amazônia (e não apenas na Amazônia brasileira), na África e na Ásia, produzem um impacto no regime de chuvas e no clima ao redor do mundo; que a poluição urbana e industrial produzida pela China e demais países asiáticos, pelos países da União Europeia e outros países da Europa, da mesma forma que a degradação ambiental nos EUA, no Oriente Médio, na África, na Oceania ou da América Latina tem impactos globais e afetam o mundo todo, pouco importa a cor da pele, as religiões, o gênero das pessoas, os regimes políticos, das ideologias, pouco importa se democracias ou ditaduras, civis, militares ou religiosas, as consequências recairão sobre toda a humanidade.

E isto também é verdadeiro quando se refere `a questão da necessidade de conservação do solo ou seja, que os sistemas agropecuários, florestais ou de mineração precisam respeitar os limites da natureza, caso contrário o processo de degradação ambiental será cada vez pior e seus impactos devastadores tanto para a produção de alimentos e outras matérias primas necessárias `a produção de bens e serviços, para atender as necessidades e aspirações de uma população mundial ainda crescente que atualmente (2023) já supera mais de oito bilhões de pessoas e que em 2030 será de 8,5 bilhões de habitantes e em 2050 em torno de 9,7 bilhões e dentro  de    décadas, em 2080, deverá atingir 10,4 bilhões de pessoas.

Todavia, por mais que o crescimento demográfico pressione os sistemas produtivos, nada justifica que esses sistemas ignorem os limites do planeta e os riscos que formas irracionais de relações do ser humano com a natureza podem provocar, tornando a vida humana extremamente complicada, como o que está previsto em relação ao aquecimento global e `as mudanças climáticas.

Ao longo das últimas sete décadas, desde a 1ª. Conferência Mundial do Desenvolvimento e meio ambiente, em 1972 em Estocolmo, na Suécia, passando pela ECO-92, no Rio de Janeiro, depois a RIO +20, todas as Conferências Mundiais do Clima, a Carta da Terra, os Acordos de Kyoto e de Paris, a ONU tem feito um grande esforço para que todos os países e territórios pautem os processos de desenvolvimento pela sustentabilidade, pela justiça social, por relações de trabalho que respeitem os direitos dos trabalhadores e pelo respeito `a natureza.

Foi com esta preocupação que a ONU também estabeleceu os Objetivos do Milênio, que vigoraram do ano 2000 ate 2015, quando foram expandidos e substituídos pelos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, a vigorarem até 2030, marco este denominado de Agenda 2030.

Além disso, também a ONU aprovou que entre 2011 e 2020 fosse a Década da Biodiversidade, incluindo também um Plano Estratégico de Ações para a referida década; que 211 fosse o Ano Internacional das Florestas; que 2015 (ano da aprovação do Acordo de Paris) seria o Ano Internacional dos Solos e por ocasião do Dia Mundial de combate `a desertificação e `as secas, foi aprovada a Convenção Internacional para o combate a essas duas formas de degradação ambiental e dos solos.

Bem mais recente, por ocasião das comemorações do Dia Internacional do Meio ambiente em 2021, foi aprovada a DÉCADA DA RESTAURAÇÃO DOS ECOSSISTEMAS DEGRADADOS, a vigorar de 2021 até 2030, com uma meta ambiciosa de recuperar 350 milhões de hectares (ha) de áreas degradadas, de um total de mais de dois bilhões de ha de áreas degradadas ao redor do mundo, dos quais 140 milhões de ha estão no Brasil.

Desde o início de 2000, todos os países, inclusive o Brasil vem se comprometendo com a ONU, por ocasião de conferências mundiais, fóruns e convenções internacionais a cuidarem melhor do meio ambiente, em todas as suas dimensões, estabelecendo objetivos e metas nacionais, que passam a ser incluídos/incluídas em seus planos nacionais de desenvolvimento.

Desnecessário se torna dizer que a maior parte desses compromissos fica só no papel, nos discursos e cerimônias oficiais, algumas com muita pompa, mas longe de serem inseridos nos planos e orçamentos nacionais, regionais e locais e, enquanto isso, a degradação ambiental, a poluição, o desmatamento, as queimadas, as erosões, a contaminação das águas, o uso abusivo dos agrotóxicos continuam presentes no dia a dia ao redor do mundo.

Dados de diversas instituições de pesquisa como a FAO, a Embrapa e universidades ao redor do mundo, tem demonstrado que a erosão elimina entre 25 a 40 bilhões de toneladas de solos férteis por ano, reduzindo sensivelmente a produtividade agropecuária e aumentando consideravelmente os custos de produção e os preços dos alimentos.

A erosão afeta 68 milhões de ha anualmente no mundo, o que representa 4% dos solos férteis do planeta. Se nada for feito e, com urgência, dentro de 3 ou 4 décadas a produção de alimentos será afetada de forma muito grave, inclusive no Brasil, principalmente na Amazônia que é caracterizada por solos extremamente frágeis.

Relatório do Ministério do Meio Ambiente do Brasil, por ocasião do 9º Simpósio de Recuperação de áreas degradas em nosso país, em 2015, estimava que essas áreas representam 140 milhões de ha, das quais 69 milhões de ha eram de pastagens degradadas. Esses dados podem ser projetado como tendo aumentado em, pelo menos, mais 10% ou 15%, o que demonstra que estamos diante de um enorme desafio e de uma catástrofe anunciada.

O Brasil tem uma área de solos degradados maior do que toda a área ocupada com lavoura em 2022/2023 que, segundo a CONAB é de 77 milhões de ha nesta safra de 2022/2023, ou seja, as terras degradadas no Brasil representam praticamente toda a área agrícola ocupada, enquanto á area de pastagens é de 159 milhões de ha, das quais 69 milhões de ha eram degradas em 2015, podendo chegar a 80 milhões na atualidade.

Portanto, poderíamos o resto deste ano para refletirmos o que tudo isso significa e buscarmos novos modelos mais racionais de produção que respeitem e conservem melhor os solos.

Se nada disso for feito, este será mais um capítulo do processo de degradação ambiental que está ferindo de morte o Planeta terra, onde e no qual o Brasil ocupa um lugar de destaque, lamentavelmente.

Autor: JUACY DA SILVA, professor universitário titular e aposentado Universidade Federal de Mato Grosso, sociólogo, mestre em sociologia, ambientalista. Email profjuacy@yahoo.com.br Instagram @profjuacy

Salada 5: Salada de picles de pepino com molho de alho

Continuando a saga do e-book de saladas, vamos para a salada de outono. Que tal preparar uma salada de picles de pepino com molho de alho e pimenta calabresa? Aqui está uma receita simples:

Ingredientes:

1 xícara de picles de pepino picados
2 xícaras de alface americana rasgada
1 tomate picado em cubos, sem semente
1 cebola branca pequena picada em pequenos cubinhos
2 dentes de alho picados
1 cenoura ralada ou cortada em mini cubinhos

Para o molho de alho:

1/2 pote de 200ml de iogurte natural
3 colheres de sopa de azeite
2 dentes de alho amassados
2 colheres de sopa de vinagre de maçã ou de sumo de limão
Sal e pimenta calabresa gosto
Uma pitada de pimenta do reino moída na hora

Modo de preparo:

Em uma tigela grande, misture os picles de pepino picados, a alface rasgada, o tomate picado, a cebola e a cenoura.

Em outra tigela pequena, misture o iogurte natural, azeite, alho, limão, sal, pimenta do reino e a pimenta calabresa. Mexa bem para misturar.

Despeje o molho de alho sobre a salada e misture tudo até que os legumes estejam cobertos pelo molho.
Sirva imediatamente.

Esta é uma receita fácil e rápida de preparar, além de ser uma opção saudável e saborosa para uma refeição leve. Aproveite!

Autor: Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 - RQE 11915 / CRM-SC 32949 - RQE 22416
Revisor: 
Márcio José de Souza - Profissional de Educação física e Graduando em Nutrição.

Esse post faz parte de uma série que estou montando com alguns amigos. Os posts anteriores são:

domingo, 16 de abril de 2023

Força de vontade existe?

É comum alguns pacientes me perguntarem, por que alguns especialistas afirmam que força de vontade não existe. Principalmente quando se trata de um processo de emagrecimento.

Alguns especialistas em comportamento humano argumentam que a força de vontade não existe como uma entidade separada ou independente, mas é sim uma combinação de fatores, incluindo:
  1. Motivação, 
  2. Autodisciplina, 
  3. Hábitos,
  4. Ambiente.

Esses especialistas acreditam que a ideia de força de vontade como um traço de personalidade inato que permite que algumas pessoas resistam à tentação e alcancem seus objetivos é uma visão simplista e limitada. Principalmente quando se trata de uma doença multifatorial e complexa como a obesidade.

Pesquisas sugerem que a força de vontade é um recurso limitado e pode ser esgotada ao longo do tempo. Por exemplo, se você se esforçar para resistir à tentação de comer um doce no início do dia, pode ter mais dificuldade em resistir a outras tentações mais tarde no dia. Isso sugere que a força de vontade é mais um processo dinâmico e flutuante do que um traço de personalidade estável.

Além disso, muitos especialistas argumentam que o ambiente em que uma pessoa vive desempenha um papel fundamental em sua capacidade de exercer controle sobre seu comportamento alimentar e alcançar seus objetivos, nesse caso o emagrecimento. Um ambiente (obesogênico) que oferece poucas opções saudáveis ou incentivos para comportamentos positivos pode tornar mais difícil para uma pessoa manter sua força de vontade e resistir à tentação. Associa-se a isso as alterações nutroneuromatabólicas desencadeadas pelo excesso de gordura corporal.

No geral, enquanto alguns especialistas podem não acreditar na força de vontade como uma entidade separada e independente, isso não significa que eles neguem a importância da autodisciplina, da motivação e de outros fatores que contribuem para o sucesso pessoal.

Alguns especialistas também argumentam que a ideia de força de vontade pode ser prejudicial, pois coloca a responsabilidade pelo sucesso ou fracasso de uma pessoa exclusivamente em seus ombros. Isso pode levar a sentimentos de culpa e inadequação quando as coisas não dão certo, mesmo que fatores externos estejam fora do controle da pessoa. Isso ocorre principalmente no processo de emagrecimento, perpetuando um ciclo de autosabotagem, culpa, tentativas frustradas, dietas restritivas ao extremo.

Em vez de enfatizar a força de vontade, esses especialistas recomendam que as pessoas se concentrem em criar um ambiente favorável para alcançar seus objetivos, estabelecer hábitos saudáveis e consistentes e trabalhar para fortalecer a motivação e a autodisciplina. Ao fazer isso, uma pessoa pode aumentar suas chances de sucesso, mesmo em situações desafiadoras como o processo de perda de peso.

No entanto, é importante notar que há muitas visões diferentes sobre a força de vontade e sua importância na vida diária. Algumas pessoas podem se sentir mais capacitadas ao acreditar na ideia de força de vontade como um traço de personalidade que podem cultivar e aprimorar ao longo do tempo. Outros podem preferir uma abordagem mais holística e focada no ambiente e hábitos. Em última análise, o que importa é encontrar o que funciona melhor para cada indivíduo e usar essa abordagem para alcançar seus objetivos.

Autor: Dr. Frederico Lobo
Médico Nutrólogo
CRM-GO 13192 - RQE 11915
CRM-SC 32949 - RQE 22416

sábado, 15 de abril de 2023

Dignidade menstrual



Faço parte de um grupo chamado Filhos de Sr, no qual todos os sábados realizamos entregas de pão e leite para pessoas em situação de rua, vulnerabilidade social e refugiados. No próximo mês faremos uma campanha na qual entregaremos material de higiene pessoal e os membros estão coletando doações. 

Tenho uma paciente que é vereadora e estava conversando com ela sobre o projeto e ela ao ler a lista do que entregaremos me questionou sobre a ausência de absorventes íntimos. Na verdade me deu uma lição sobre dignidade menstrual. Então venho aqui, trazer uma reflexão sobre o assunto.

A doação de absorventes íntimos para mulheres em situação de vulnerabilidade social é uma prática muito importante e necessária para garantir a saúde e a dignidade dessas mulheres. Infelizmente, muitas mulheres não têm acesso a produtos de higiene menstrual devido à falta de recursos financeiros e à falta de informação sobre o assunto.

A falta de acesso a absorventes íntimos pode causar diversos problemas de saúde, como infecções urinárias e vaginites, além de prejudicar a autoestima das mulheres. Sem os absorventes, muitas mulheres ficam constrangidas e isoladas durante o período menstrual, o que pode afetar negativamente sua qualidade de vida.

Além disso, a falta de absorventes íntimos pode levar algumas mulheres a recorrer a materiais improvisados, como papel higiênico, panos e até mesmo jornais, o que aumenta o risco de infecções e doenças graves. Essa prática é muito comum entre as mulheres em situação de rua e nas prisões femininas, onde o acesso a produtos de higiene pessoal é limitado ou inexistente.

Portanto, é fundamental que a sociedade se mobilize para garantir o acesso dessas mulheres aos absorventes íntimos. A doação de absorventes é uma maneira simples e eficaz de ajudar mulheres em situação de vulnerabilidade social a manter sua saúde e dignidade durante o período menstrual. Além disso, é uma forma de promover a conscientização sobre a importância da higiene menstrual e combater o estigma em torno do assunto.

As doações de absorventes íntimos podem ser feitas em organizações não governamentais, abrigos para mulheres em situação de rua, prisões femininas e em outras instituições que atendam a mulheres em situação de vulnerabilidade social. Também é importante lembrar que a doação deve ser feita com responsabilidade e respeito, garantindo a qualidade e a segurança dos produtos doados.

Em resumo, a doação de absorventes íntimos é uma maneira importante de ajudar mulheres em situação de vulnerabilidade social a terem acesso a produtos de higiene menstrual adequados, garantindo sua saúde e dignidade durante o período menstrual. É uma prática simples, mas que pode fazer uma grande diferença na vida dessas mulheres.

O estudo “Pobreza Menstrual no Brasil”, produzido pelo UNFPA e UNICEF, mostra que 713 mil pessoas que menstruam vivem sem acesso a banheiro e/ou chuveiro em casa e mais de 4 milhões não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas. 

Então fica um alerta para vocês, doar absorventes é um ato de caridade. 

Autor: Dr. Frederico Lobo
Médico Nutrólogo
CRM-GO 13192 - RQE 11915
CRM-SC 32949 - RQE 22416

sexta-feira, 14 de abril de 2023

Vitória dos pacientes portadores do TEA


A Terceira Tuma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou provimento a recurso especial da Amil Assistência Médica Internacional que questionava a cobertura do tratamento multidisciplinar – inclusive com musicoterapia – para pessoa com transtorno do espectro autista (TEA) e a possibilidade de reembolso integral das despesas feitas pelo beneficiário do plano de saúde fora da rede credenciada.

A relatora, ministra Nancy Andrighi, comentou que, embora a Segunda Seção do STJ tenha considerado taxativo o rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o colegiado, no mesmo julgamento do ano passado (EREsp 1.889.704), manteve decisão da Terceira Turma que concluiu ser abusiva a recusa de cobertura de terapias especializadas prescritas para tratamento de TEA.

A ministra destacou que, após várias manifestações da ANS reconhecendo a importância das terapias multidisciplinares para os portadores de transtornos globais de desenvolvimento, a agência reguladora publicou a Resolução Normativa (RN) 539/2022, que ampliou as regras de cobertura assistencial para TEA. A agência também noticiou a obrigatoriedade da cobertura de quaisquer métodos ou técnicas indicados pelo médico para transtornos globais de desenvolvimento.

No caso julgado agora, o beneficiário, menor de idade, ajuizou ação contra a Amil pretendendo a cobertura do tratamento multidisciplinar prescrito, sem limite de sessões, bem como o reembolso integral das despesas.

O juízo de primeira instância atendeu o pedido quanto ao tratamento sem limite de sessões, mas excluiu a musicoterapia, que foi reincluída pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) no julgamento da apelação.

No recurso ao STJ, a Amil alegou que os tratamentos não tinham cobertura contratual nem constavam da RN 465/2021 da ANS, e contestou a obrigação de reembolsar integralmente as despesas em clínicas não credenciadas.

ANS afastou exigência para várias coberturas

Em relação à musicoterapia, a relatora apontou que ela foi incluída no Sistema Único de Saúde por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, e a ocupação de musicoterapeuta foi reconhecida pelo Ministério do Trabalho, passando a integrar o tratamento multidisciplinar de TEA a ser coberto obrigatoriamente pelos planos de saúde, quando prescrita pelo médico.

Nancy Andrighi apontou ainda que, ao editar a RN 541/2022, a ANS alterou a RN 465/2021 (mencionada pela Amil em seu recurso) para revogar as condições exigidas para a cobertura obrigatória de psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas.

Diante do entendimento jurisprudencial do STJ e das diretrizes adotadas pela ANS, a ministra endossou a decisão do TJSP de impor ao plano a obrigação de custear o tratamento multidisciplinar, incluída a musicoterapia.

Reembolso integral só com violação de contrato, ordem judicial ou norma da ANS
A ministra ressaltou que a recusa da Amil se baseou no fato de as terapias prescritas não constarem no rol da ANS, não havendo, à época, determinação expressa que obrigasse as operadoras de saúde a custeá-las.

Na avaliação da relatora, não caracteriza inexecução do contrato – a qual justificaria o reembolso integral – a recusa de cobertura amparada em cláusula contratual que tem por base as normas da ANS. Como os fatos foram anteriores à RN 539/2022, a ministra decidiu que a Amil só terá de reembolsar integralmente as despesas se tiver descumprido a liminar concedida no processo. Caso contrário, o reembolso será nos limites da tabela da operadora.

"A inobservância de prestação assumida no contrato, o descumprimento de ordem judicial que determina a cobertura ou a violação de atos normativos da ANS pela operadora podem gerar o dever de indenizar, mediante o reembolso integral, ante a caracterização da negativa indevida de cobertura", concluiu.

Os argumentos de quem condena a resolução do CFM que proíbe a prescrição de anabolizantes para fins estéticos

 










Autor: Dr. Luis Henrique Leite
Médico Cardiologista - CRM/SP: 179.103 | RQE: 84964



terça-feira, 11 de abril de 2023

O Conselho Federal de medicina proibiu a prescrição de terapias hormonais com fins estéticos, de ganho de massa muscular e de melhoria de desempenho esportivo



Fica vedada a prescrição médica de terapias hormonais com esteroides androgênicos e anabolizantes (EAA) com finalidade estética, para ganho de massa muscular e/ou melhora do desempenho esportivo, seja para atletas amadores ou profissionais, por inexistência de comprovação científica suficiente que sustente seu benefício e a segurança do paciente. É o que define o Conselho Federal de Medicina (CFM) através da Resolução nº 2.333/23, publicada nesta terça-feira (11) no Diário Oficial da União (DOU).

Já em vigor, a norma destaca a inexistência de estudos clínicos randomizados de boa qualidade metodológica que demonstrem a magnitude dos riscos associados à terapia hormonal androgênica em níveis acima dos fisiológicos, tanto em homens quanto em mulheres, além da ausência de comprovação científica de condição clínico-patológica na mulher decorrente de baixos níveis de testosterona ou androgênios.

“O uso indiscriminado de terapias hormonais com EAA, incluindo a gestrinona, com objetivos estéticos ou para o ganho de desempenho esportivo, é hoje uma preocupação crescente na medicina e para a saúde pública, uma vez que, de acordo com as mais recentes evidências científicas, não existem benefícios notórios que justifiquem o aumento exponencial do risco de danos possivelmente permanentes ao corpo humano em diferentes órgãos e sistemas com sua utilização”, alerta a relatora e conselheira federal Annelise Menegusso.

Riscos – O CFM também chama a atenção para os riscos potenciais do uso de doses inadequadas de hormônios e a possibilidade de efeitos colaterais danosos ainda que com o uso de doses terapêuticas, especialmente em casos de deficiência hormonal não diagnosticada apropriadamente, seguindo diretrizes e recomendações em vigor.

Dentre os inúmeros efeitos adversos possíveis, estão os cardiovasculares, incluindo hipertrofia cardíaca, hipertensão arterial sistêmica e infarto agudo do miocárdio, aterosclerose, estado de hipercoagulabilidade, aumento da trombogênese e vasoespasmo, doenças hepáticas como hepatite medicamentosa, insuficiência hepática aguda e carcinoma hepatocelular, transtornos mentais e de comportamento, incluindo depressão e dependência, além de distúrbios endócrinos como infertilidade, disfunção erétil e diminuição de libido.

A percepção do CFM é corroborada pelas Sociedades Brasileiras de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Medicina do Esporte e do Exercício (SBMEE), Cardiologia (SBC), Urologia (SBU), Dermatologia (SBD), Geriatria e Gerontologia (SBGG) e pelas Federações Brasileiras de Gastroenterologia (FBG) e das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), que emitiram nota conjunta pedindo ao CFM a regulamentação do uso de esteroides anabolizantes e similares para fins estéticos e de performance.

Deficiência –  A Resolução CFM nº 2.333/23 regulamenta que a prescrição médica de terapias hormonais está indicada em casos de deficiência específica comprovada, de acordo com a existência de nexo causal entre a deficiência e o quadro clínico, cuja reposição hormonal proporcione benefícios cientificamente comprovados, sendo “vedada ao médico a prescrição de medicamentos com indicação ainda não aceita pela comunidade científica”. O uso de terapias hormonais com a finalidade de retardar, modular ou prevenir o envelhecimento permanece vedado pela Resolução CFM nº 1.999/2012.

Com esse entendimento, a prescrição de EAA é justificada para o tratamento de doenças como hipogonadismo, puberdade tardia, micropênis neonatal e caquexia, podendo ainda ser indicada na terapia hormonal cruzada em transgêneros e, a curto prazo, em mulheres com diagnóstico de Desejo Sexual Hipoativo.

O CFM também define que, no exercício da medicina, fica proibida a prescrição e divulgação de hormônios anunciados como “bioidênticos” em formulação “nano” ou com nomenclaturas de cunho comercial sem a devida comprovação científica de superioridade clínica para a finalidade prevista nesta resolução, assim como de Moduladores Seletivos do Receptor Androgênico (SARMS) para qualquer indicação. A vedação está de acordo com o entendimento atual da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), expresso na Resolução nº 791/21.

Forma abusiva – A conselheira Annelise Menegusso alerta que é crescente o número de pessoas utilizando tais medicações de forma ilícita e que, “concomitante ao uso de EAA, há um aumento da administração do hormônio do crescimento (GH) de forma abusiva por atletas, amadores e profissionais, como droga ergogênica, motivo pelo qual o GH encontra-se incluído na lista de substâncias anabolizantes (C5) da Anvisa, assim como no rol de drogas proibidas no esporte pela Agência Mundial Anti-Doping (WADA)”.

Segundo ela, drogas ergogênicas tendem a melhorar o desempenho físico retardando a fadiga, impulsionando o ganho de massa muscular (propriedade anabolizante) e a quebra de gordura (propriedade lipolítica).

O texto aprovado pelo CFM determina ainda que ao médico permanece proibida a adoção experimental de qualquer tipo de terapêutica não liberada para uso no Brasil sem a devida autorização dos órgãos competentes e sem o consentimento do paciente ou de seu responsável legal, que devem estar devidamente esclarecidos

A restrição também se estende para a realização de cursos, eventos e publicidade com o objetivo de estimular o uso ou fazer apologia a possíveis benefícios de terapias androgênicas com finalidades estéticas, de ganho de massa muscular ou de melhora na performance esportiva. Esse item assume relevância diante da proliferação de atividades de extensão, educação continuada e pós-graduação sobre terapias hormonais cuja base é o treinamento de profissionais para prescrição de hormônios e outros tratamentos ainda sem comprovação científica.

domingo, 9 de abril de 2023

13 anos desse blog

Hoje, dia 09/04/2023 este blog completa 13 anos. Muita coisa aconteceu ao longo desses anos e só tenho a agradecer aos fieis leitores. São quase 6,5 milhões de visitas. 1863 posts. Inúmeros comentários, perguntas, elogios. Fiz amigos através do blog e recebi milhares de pacientes graças a ele.

Inicialmente comecei com o intuito de correlacionar saúde e meio ambiente, mas com o passar dos anos fui incorporando outros temas. Hoje o blog tem uma média de 700-1500 visitas por dia e acabou se tornando referência nacional em Nutrologia. Tenho muito orgulho disso. 

Então grato a você que todos os dias vem verificar se há novidades no meu mundo rs.

Att

Dr. Frederico Lobo
Médico Nutrólogo 
CRM-GO 13192 - RQE 11915
CRM-SC 32.949, RQE 22.416


Feliz Páscoa

 


sábado, 8 de abril de 2023

Aumento da prevalência de autismo teria relação com a água?


Poucas doenças frustraram a explicação como o transtorno do espectro do autismo (TEA). Sabemos que a prevalência tem aumentado dramaticamente, mas não temos certeza se isso se deve a mais triagem e conscientização ou a mudanças mais fundamentais . Sabemos que grande parte do risco parece ser genético , mas pode haver 1.000 genes envolvidos na síndrome. Sabemos que certas exposições ambientais, como a poluição , podem aumentar o risco – talvez em um fundo genético suscetível – mas não temos certeza de quais exposições são mais prejudiciais.

Assim, a busca continua, em todos os domínios de investigação, desde a cultura de células até grandes análises epidemiológicas. E nesta semana entra em campo um jogador novo, e, como dizem, é algo na água.

A exposição ao lítio nas águas subterrâneas causa autismo?

Estamos falando sobre este artigo , de Zeyan Liew e colegas, publicado no JAMA Pediatrics: https://jamanetwork.com/journals/jamapediatrics/article-abstract/2803171

Usando a infraestrutura de dados de saúde incrivelmente robusta na Dinamarca, os pesquisadores conseguiram identificar 8.842 crianças nascidas entre 2000 e 2013 com TEA e combinaram cada uma com cinco crianças de controle do mesmo sexo e idade sem autismo.

Eles então mapearam o local onde as mães dessas crianças viveram enquanto estavam grávidas – até 5 metros de resolução, na verdade – para os níveis de lítio nas águas subterrâneas.




Feito isso, a análise foi direta. As mães que estavam grávidas em áreas com níveis mais altos de lítio nas águas subterrâneas seriam mais propensas a ter filhos com TEA?

Os resultados mostram uma associação bastante estável e consistente entre níveis mais altos de lítio nas águas subterrâneas e a prevalência de TEA em crianças.


 

Não estamos falando de números enormes, mas as mães que viviam nas áreas de maior quartil de lítio tinham cerca de 46% mais chances de ter um filho com TEA. Isso é um risco relativo, é claro – seria como um aumento de 1 em 100 crianças para 1,5 em 100 crianças. Mas ainda assim, é intrigante.

Mas o caso está longe de ser encerrado aqui.

Em primeiro lugar, a concentração de lítio nas águas subterrâneas e a quantidade de lítio que uma mãe grávida ingere não é a mesma coisa. Acontece que praticamente toda a água potável na Dinamarca vem de fontes subterrâneas – mas nem todo o lítio vem da água potável . Existem muitas fontes dietéticas de lítio também. E, claro, existe o lítio medicinal, mas chegaremos a isso em um segundo. 

Fontes ambientais de lítio: Água potável, cereais, batatas, tomates, repolho

Primeiro, vamos falar sobre as medições de lítio. Elas foram tiradas em 2013 - depois que todas essas crianças nasceram. Os autores reconhecem essa limitação, mas mostram uma alta correlação entre os níveis medidos em 2013 e os níveis medidos anteriormente em estudos anteriores, sugerindo que os níveis de lítio em uma determinada área são bastante constantes ao longo do tempo. Isso é ótimo - mas se os níveis de lítio são constantes ao longo do tempo, este estudo não faz nada para esclarecer por que os diagnósticos de autismo parecem estar aumentando.

Vamos colocar alguns números nas concentrações de lítio que os autores examinaram. A média foi de cerca de 12 µg/L.

Como lembrete, uma dose terapêutica padrão de lítio usada para transtorno bipolar é de 600 mg. Isso significa que você precisaria beber mais de 2.500 daqueles jarros de 5 galões que ficam no seu bebedouro, por dia, para aproximar a dose que você obteria de um comprimido de lítio. Claro, pequenas doses ainda podem causar toxicidade – mas eu queria colocar isso em perspectiva.

Além disso, temos alguns dados sobre mulheres grávidas que tomam lítio medicinal. Uma análise de nove estudos mostrou que o uso de lítio no primeiro trimestre pode estar associado a malformações congênitas – particularmente algumas malformações cardíacas específicas – e algumas complicações no parto. Mas três dos quatro estudos separados que analisam os resultados do neurodesenvolvimento de longo prazo não encontraram nenhum efeito no desenvolvimento, na obtenção de marcos ou no QI. Um estudo de 15 crianças expostas ao lítio medicinal no útero observou uma disfunção neurológica menor em uma criança e um baixo QI verbal em outra - mas esse é um estudo muito pequeno.

Obviamente, os níveis de lítio também variam em todo o mundo. O US Geological Survey examinou o conteúdo de lítio nas águas subterrâneas dos EUA, como você pode ver aqui.

Nossos números são bastante semelhantes aos da Dinamarca - na faixa de 0 a 60. Mas uma área nos Andes argentinos tem níveis tão altos quanto 1600 µg/L. Um estudo com 194 bebês daquela área descobriu que uma maior exposição ao lítio estava associada a um tamanho fetal menor, mas não vi acompanhamento dos resultados do neurodesenvolvimento.

O ponto é que há muita variabilidade aqui. Seria muito interessante mapear os níveis de lítio nas águas subterrâneas para as taxas de autismo em todo o mundo. Como provocação, vou apontar que, se você observar as taxas mundiais de autismo, poderá se convencer de que elas são mais altas em climas mais áridos, e climas áridos tendem a ter mais lítio nas águas subterrâneas. Mas estou realmente chegando aqui. Mais trabalho precisa ser feito.

E espero que isso seja feito rapidamente. O lítio está prestes a se tornar uma commodity muito importante, graças à mudança para os veículos elétricos. Embora possamos esperar que a reciclagem consuma a maioria dessas baterias no final de sua vida útil, algumas escaparão da recuperação e potencialmente colocarão mais lítio na água potável. Eu gostaria de saber o quão arriscado isso é antes que aconteça.

Para o Medscape, sou Perry Wilson.

F. Perry Wilson, MD, MSCE, é professor associado de medicina e diretor do Acelerador de Pesquisa Clínica e Translacional de Yale. Seu trabalho de comunicação científica pode ser encontrado no Huffington Post, na NPR e aqui no Medscape. Ele twitta @fperrywilson e seu novo livro , How Medicine Works and When It Doesn't , já está disponível .

Post extraído e traduzido de: https://www.medscape.com/viewarticle/989550?

quinta-feira, 30 de março de 2023

40 anos da Associação de Artistas Plásticos de Joinville (AAPLAJ)

O Museu de Arte de Joinville (MAJ) recebe nesta sexta-feira (31) a abertura da exposição em comemoração aos 40 anos da Associação de Artistas Plásticos de Joinville (AAPLAJ). 

A entidade celebra a data com uma seleção de obras que retratam o talento dos seus associados ao longo das últimas quatro décadas. Serão 30 trabalhos entre eles: Adriano Horn, Antônio Mir, Charles Narloch, Edith Wetzel, Eladir Skibinski, Helena Montenegro, José Sgrott, Linda Poll, Marc Engler, Moa, Regina Marcis, Silvio Parucker e Tirotti. A cerimônia de abertura inicia às 19h e contará com a presença de artistas, convidados e comunidade.

O evento também marca a abertura do Porão do MAJ para exposições itinerantes, a iniciativa é a primeira deste tipo desde que o museu foi reaberto em novembro do ano passado.

De acordo com a coordenadora do MAJ, Angela Peyerl, a escolha de celebrar a AAPLAJ é fruto da parceria da associação com o museu ao longo dos anos. “Nos anos 1990, por exemplo, as reuniões da Aaplaj aconteciam no espaço do museu, aprofundando esse vínculo entre as instituições”, exemplifica. Em relação aos trabalhos selecionados para fazerem parte da exposição, a gestora afirma que eles representam a história da associação e fragmentos de uma poética dos artistas participantes. “Essas obras narram a história pictórica da arte de Joinville, sejam elas em tela ou em vídeo”, pontua Angela.

A exposição 40 anos da AAPLAJ ficará no porão do MAJ até o dia 5 de maio. O espaço está aberto para visitação de terça a domingo, das 10h às 16h. A entrada é gratuita.











quarta-feira, 29 de março de 2023

Tomar colágeno funciona?

 



Com base nos ensaios clínicos e revisões científicas existentes sobre esse tema, NÃO vemos bons motivos (resultados positivos x custo benefícios) em prescrever colágeno hidrolisado, principalmente quando o assunto é a melhora dos aspectos/saúde da pele. Apesar de alguns dermatos insistirem em prescrever.

Algumas revisões até trazem resultados de um leve benefício da suplementação com o colágeno para a pele, porém, ao avaliar os estudos que compõem esses trabalhos, é perceptível que há muitas falhas metodológicas (desconsideram fatores importantes, como alimentação e hidratação), além de uma boa parte ser patrocinada por empresas que produzem e comercializam colágeno.

Então, ao contrário de investir em colágeno para a pele, indicamos que nossos pacientes que tolerem, deem preferência a um melhor consumo de outras proteínas de alto valor biológico ao longo do dia (ovos, carnes magras, peixes, leguminosas, laticínios).

Com relação a utilização de alguns tipos de colágeno para alterações ortopédicas (UC-II, por exemplo), já existem estudos um pouco melhores e, em alguns casos, cabe a suplementação. Mas cada paciente é único e isso só poderá ser decidido após uma avaliação profissional (nutricionista e médico).

Autor: Rodrigo Lamonier - Nutricionista e Profissional da Educação física
Revisores: 
Dr, Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM 13192 - RQE 11915
Márcio José de Souza - Profissional de Educação física e Graduando em Nutrição.
Dra. Edite Melo Magalhães - Médica especialista em Clínica médica - CRM-PE 23994 - RQE 9351 
Dr. Leandro Houat - Médico especialista em Medicina de família e comunidade - CRM-SC 27920 - RQE 20548 

terça-feira, 28 de março de 2023

#VotaCFM



No dia 30/03, os conselheiros do CFM vão votar a proposta de regulamentação do uso indevido de esteroides anabolizantes e similares para fins estéticos. 

Essa regulamentação foi amplamente discutida e partiu da demanda das especialidades médicas envolvidas e extremamente preocupadas com a situação atual alarmante dessa má prática. 

Compartilhe a #votacfm! 

Abrace essa causa! 

domingo, 26 de março de 2023

Carta conjunta de sociedades médicas do CFM

 


Para acessar o documento em PDF clique aqui.


sexta-feira, 24 de março de 2023

Pular refeições vai te ajudar no processo de emagrecimento? Por Rodrigo Lamonier (Nutricionista da Clínica Medicare)


Muitas pessoas que visam acelerar os resultados do emagrecimento começam com um comportamento problemático de pular determinadas refeições para compensar os excessos de outras situações (mesmo sentindo fome). E acredite, essa estratégia provavelmente NÃO vai te auxiliar no processo de emagrecimento e pode ser um grande tiro no pé.

O mais importante é que você não se coloque em situações que sabe que dificultará o seu processo (ex: rodízios, compras de alimentos "gatilhos" para a dispensa). E para saber manejar isso, é importante acompanhamento profissional!

E para minimizar saídas excessivas da dieta, antes de sair de casa:

-Faça uma refeição completa da forma mais natural possível (com carboidratos, proteínas, gorduras e fibras);

-Beba bastante água ao longo de todo o dia e, caso tenha bebidas alcoólicas, limite e/ou intercale com água;

-Evite ficar beliscando alimentos de alta densidade calórica durante o dia todo (ex: amendoim, torresmo, carnes gordas, preparações açucaradas);

-Caso viaje, não fique totalmente sedentário (a). Separe algum momento do dia para se movimentar, nem que seja uma simples caminhada;

-Não faça com que situações comemorativas sejas desculpas para você perder totalmente sua boa rotina, já que se isso acontecer, as comemorações serão sempre um gatilho para que você não evolua no processo de reeducação alimentar.

O que mais atrapalha na adesão a um plano alimentar?

Desde 2010 quando comecei o consultório, sempre busquei tentar entender o porquê de alguns pacientes não conseguirem seguir um plano alimentar prescrito pelo nutricionista. Os motivos são diversos mas os principais abordarei nesse texto.

Dieta muito restritiva

Quando o plano alimentar é muito restritivo e elimina completamente determinados alimentos, pode ser difícil para o paciente manter a adesão a longo prazo, especialmente se ele gostar desses alimentos. É importante encontrar um equilíbrio e permitir algumas indulgências ocasionalmente. O paciente fica com a sensação de estar vivenciando uma prisão e logo abandonará a dieta. Pior: isso pode ser o começo de um transtorno alimentar grave em indivíduos com predisposição. Então sempre friso para o Rodrigo (o Nutricionista que atende meus pacientes): O processo não pode ser um martírio. O paciente precisa ter vida social.

Planejamento inadequado

A falta de planejamento pode levar a escolhas alimentares inadequadas e excessos, especialmente quando o paciente está em situações sociais (festas, eventos, restaurantes) ou em viagens. É importante ensinar o paciente a planejar antecipadamente e a ter opções saudáveis sempre disponíveis. Isso chama-se planejamento. Sendo dever do nutricionista orientar o paciente sobre como planejar. O planejamento deve ser feito em 2 âmbitos: planejamento do cardápio da semana e o planejamento de situações.

Expectativas irrealistas

Quando o paciente espera resultados rápidos e significativos, pode se desmotivar se não conseguir atingir suas metas no tempo desejado. É importante estabelecer expectativas realistas e ajudar o paciente a celebrar pequenas conquistas ao longo do caminho. O paciente geralmente não levou 1 ano para engordar 30kg, ou seja, não será rapidamente que ele perderá esse peso. Muitas vezes atendo pacientes descontentes porque eliminaram 4kg em 1 mês. O que para os parâmetros dos meus pacientes considero um ótimo resultado. Ou seja, é preciso ter pé no chão e entender que obstáculos existem no processo. Não é porque aos 20 anos você perdia 8kg em 1 mês que aos 50 o resultado será semelhante.

Dificuldades emocionais

Muitas pessoas usam a comida como uma forma de lidar com vazios emocionais, situações de frustração, estresse, tristeza ou tédio. É importante abordar essas questões emocionais para ajudar o paciente a encontrar outras estratégias e evitar o uso da comida como uma solução. A psicoterapia tem um lugar de destaque para os pacientes com "fome emocional". Sempre que possível solicito para os meus pacientes que façam acompanhamento com psicólogo, entretanto muitos ainda possuem preconceito.

Falta de apoio social

A falta de apoio social pode tornar difícil para o paciente manter a motivação e a adesão ao plano alimentar. É importante encorajar o paciente a buscar apoio de amigos e familiares, ou até mesmo considerar a participação em grupos de apoio a pessoas que buscam emagrecer. Cônjuge não colaborador infelizmente existe! 

Questões físicas e médicas

Algumas pessoas podem ter problemas de saúde subjacentes (comorbidades) que tornam a perda de peso mais difícil. É importante avaliar e tratar essas comorbidades para ajudar o paciente a alcançar seus objetivos de emagrecimento.

Autor: Dr. Frederico Lobo - Médico Nutrólogo - CRM-GO 13192 - RQE 11915 / CRM-SC 32949 - RQE 22416
Revisores: 
Rodrigo Lamonier - Nutricionista e Profissional da Educação física

30 vantagens de seguir a Nutrologia e 30 desvantagens de acordo com o ChatGTP

Vantagens da Nutrologia segundo o ChatGTP

  1. Possibilidade de ajudar as pessoas a melhorar sua saúde e qualidade de vida.
  2. Possibilidade de atuar em diferentes áreas, como emagrecimento, esportes, envelhecimento saudável, doenças metabólicas, entre outras.
  3. Alta demanda por profissionais de nutrologia em todo o mundo.
  4. Remuneração financeira atraente.
  5. Oportunidade de trabalhar com pacientes de diferentes idades e perfis.
  6. Possibilidade de desenvolver seu próprio negócio na área de nutrologia.
  7. Trabalho em equipe com outros profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, psicólogos, educadores físicos, entre outros.
  8. Aprendizado contínuo e atualização constante em relação às pesquisas e avanços na área de nutrição e saúde.
  9. Possibilidade de trabalhar em clínicas, hospitais, academias, empresas e outros locais.
  10. Capacidade de prevenir doenças relacionadas à nutrição, como obesidade, diabetes, hipertensão, entre outras.
  11. Possibilidade de desenvolver um plano alimentar personalizado para cada paciente.
  12. Ajudar a melhorar o desempenho de atletas e praticantes de atividades físicas.
  13. Possibilidade de contribuir para a melhoria da saúde pública por meio de campanhas e programas de conscientização.
  14. Trabalho com uma variedade de alimentos e receitas.
  15. Possibilidade de atuar como consultor ou palestrante em eventos de nutrição e saúde.
  16. Aprendizado sobre nutrição clínica e sua aplicação no tratamento de doenças.
  17. Possibilidade de trabalhar com pacientes com transtornos alimentares, como anorexia e bulimia.
  18. Possibilidade de desenvolver pesquisas e estudos na área de nutrição.
  19. Acompanhamento de pacientes em diferentes fases da vida, como gestantes, bebês, crianças, adolescentes, adultos e idosos.
  20. Possibilidade de trabalhar em parceria com nutricionistas e outros profissionais da área de saúde.
  21. Trabalho com a alimentação saudável e sustentável.
  22. Possibilidade de atuar em programas de emagrecimento saudável.
  23. Contribuição para o tratamento de doenças crônicas, como câncer e doenças cardiovasculares.
  24. Ajuda para pacientes que buscam mudanças de hábitos alimentares para melhorar sua saúde.
  25. Possibilidade de desenvolver receitas saudáveis e saborosas para os pacientes.
  26. Aprendizado sobre suplementação e sua aplicação na nutrição.
  27. Trabalho em equipe com cozinheiros e chefs para desenvolver pratos saudáveis.
  28. Oportunidade de desenvolver projetos sociais que envolvam a alimentação e a nutrição.
  29. Capacidade de atuar como influenciador digital ou em mídias sociais, disseminando informações sobre nutrição e saúde.
  30. Possibilidade de atuar em clínicas de estética, contribuindo para melhorias na aparência e autoestima dos pacientes.

Desvantagens da Nutrologia segundo o ChatGTP, ele só conseguiu enumerar 22. Precisa melhorar muito rs.

  1. Exigência de alto nível de conhecimento e atualização constante para acompanhar as novas pesquisas e descobertas na área de nutrição e saúde.
  2. Dificuldade em lidar com pacientes que não seguem as orientações nutricionais e desistem do tratamento.
  3. Possibilidade de enfrentar situações de conflito ético, especialmente no que diz respeito ao uso de suplementos e medicações.
  4. Pressão por resultados rápidos e eficazes, o que pode gerar frustrações no tratamento dos pacientes.
  5. Necessidade de seguir rigorosas normas sanitárias e de higiene em clínicas e hospitais.
  6. Possibilidade de lidar com pacientes que possuem doenças crônicas e complexas, o que exige uma abordagem multidisciplinar e individualizada.
  7. Dificuldade em lidar com pacientes que possuem transtornos alimentares, como anorexia e bulimia.
  8. Carga horária de trabalho elevada, especialmente em clínicas e hospitais que atendem pacientes com horários diferenciados.
  9. Possibilidade de lidar com pacientes que possuem restrições alimentares devido a condições médicas específicas, o que pode ser um desafio para o desenvolvimento de um plano alimentar adequado.
  10. Dificuldade em lidar com pacientes que possuem comportamentos alimentares compulsivos e tendências a vícios alimentares.
  11. Necessidade de lidar com casos de obesidade extrema, o que pode exigir o uso de técnicas invasivas, como cirurgia bariátrica.
  12. Necessidade de seguir rígidas normas de ética e conduta, especialmente quando se lida com pacientes de outras especialidades médicas.
  13. Possibilidade de lidar com pacientes que possuem alergias ou intolerâncias alimentares, o que exige um conhecimento aprofundado das diferentes fontes de alérgenos.
  14. Dificuldade em lidar com pacientes que possuem dificuldade em seguir um plano alimentar, o que pode resultar em fracasso no tratamento.
  15. Possibilidade de lidar com pacientes que possuem hábitos alimentares culturalmente diferentes, o que pode exigir um conhecimento específico de diferentes práticas culinárias.
  16. Dificuldade em lidar com pacientes que possuem restrições alimentares devido a questões religiosas, o que pode exigir adaptações no plano alimentar.
  17. Possibilidade de enfrentar desafios financeiros, especialmente em casos de pacientes que não possuem condições de pagar por consultas e tratamentos.
  18. Necessidade de trabalhar em equipe com outros profissionais de saúde, o que pode exigir uma comunicação clara e eficaz.
  19. Dificuldade em lidar com pacientes que possuem dificuldades em compreender as orientações nutricionais, como idosos ou pessoas com problemas cognitivos.
  20. Possibilidade de lidar com pacientes que possuem transtornos psicológicos, o que pode exigir um conhecimento aprofundado em psicologia.
  21. Dificuldade em lidar com pacientes que possuem expectativas irreais em relação aos resultados do tratamento.
  22. Necessidade de seguir rigorosas normas de segurança alimentar, especialmente em casos de pacientes imunocomprometidos.



30 motivos para se fazer caridade e 30 formas de se fazer caridade.


Tempos atrás preparei um post sobre caridade (https://www.ecologiamedica.net/2022/05/instituicoes-de-caridade-goiania.html?m=0) . Lugares para se fazer caridade em Goiânia etç... então resolvi perguntar pro ChatGTP 30 motivos para se fazer caridade e 30 formas de se praticar a caridade... mas o CHATGTP só forneceu 29 e algumas desconexas. Mas vamos lá:

 Aqui estão 30 motivos para se fazer caridade no Brasil:
  1. Contribuir para a redução da desigualdade social e econômica no país.
  2. Ajudar a combater a fome e a pobreza, que ainda afetam milhões de brasileiros.
  3. Proporcionar acesso à educação, saúde e outros direitos básicos a pessoas em situação de vulnerabilidade.
  4. Ajudar a promover a inclusão social de grupos marginalizados, como pessoas com deficiência e LGBT.
  5. Contribuir para a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais do país.
  6. Apoiar a cultura local e regional, por meio do patrocínio a projetos culturais.
  7. Ajudar a combater a violência e a criminalidade, por meio de projetos de segurança comunitária.
  8. Proporcionar oportunidades de trabalho e renda para pessoas em situação de desemprego.
  9. Apoiar projetos de habitação popular e de combate à moradia precária.
  10. Ajudar a combater a discriminação e o preconceito, por meio de projetos de educação e conscientização.
  11. Promover o voluntariado e a participação cívica na sociedade.
  12. Fomentar o desenvolvimento econômico e social de regiões menos favorecidas do país.
  13. Apoiar projetos de desenvolvimento sustentável, como a agricultura familiar e a produção de alimentos orgânicos.
  14. Ajudar a combater a exclusão digital e a promover o acesso à tecnologia para todos.
  15. Apoiar projetos de defesa dos direitos humanos, da criança e do adolescente, da mulher e da diversidade religiosa e cultural.
  16. Contribuir para a proteção e o bem-estar dos animais, por meio de projetos de proteção animal.
  17. Apoiar projetos de pesquisa científica e tecnológica, visando ao desenvolvimento do país.
  18. Proporcionar atendimento médico e odontológico de qualidade para pessoas em situação de vulnerabilidade.
  19. Apoiar projetos de assistência social, como creches e abrigos para idosos e pessoas com deficiência.
  20. Fomentar a educação e a capacitação profissional, por meio de projetos de ensino e treinamento.
  21. Apoiar projetos de proteção e preservação do patrimônio histórico e cultural do país.
  22. Ajudar a combater o abuso e a exploração sexual, por meio de projetos de prevenção e conscientização.
  23. Proporcionar apoio emocional e psicológico para pessoas em situação de crise ou traumas.
  24. Fomentar a prática do esporte e do lazer, por meio de projetos de incentivo e patrocínio.
  25. Apoiar projetos de reciclagem e de gestão de resíduos, visando à proteção do meio ambiente.
  26. Ajudar a combater o trabalho infantil e a exploração do trabalho escravo.
  27. Apoiar projetos de promoção da arte e da cultura popular, como festivais e feiras.
  28. Proporcionar acesso à justiça e ao amparo legal para pessoas em situação de vulnerabilidade.
  29. Ajudar a combater a dependência química
Continuei e perguntei 30 maneiras de se fazer caridade:

Aqui estão 30 exemplos de atos de caridade que você pode fazer:
  1. Doar alimentos a pessoas em situação de vulnerabilidade social.
  2. Oferecer roupas e agasalhos a pessoas em situação de rua.
  3. Realizar doações para instituições de caridade e projetos sociais.
  4. Voluntariar em abrigos, asilos e hospitais.
  5. Visitar e fazer companhia a idosos que vivem sozinhos.
  6. Oferecer serviços de consultoria ou mentoria gratuitamente para empreendedores sociais.
  7. Participar de campanhas de doação de sangue.
  8. Fazer doações de brinquedos, livros e material escolar para crianças carentes.
  9. Participar de mutirões de limpeza em áreas degradadas ou praias poluídas.
  10. Oferecer serviços de corte de cabelo e barbearia para pessoas em situação de rua.
  11. Oferecer ajuda financeira ou material para famílias que perderam tudo em enchentes ou desastres naturais.
  12. Fazer visitas regulares a hospitais para levar mensagens de esperança e conforto a pacientes e suas famílias.
  13. Oferecer ajuda para cuidar de animais abandonados ou em abrigos.
  14. Oferecer transporte gratuito para pessoas idosas ou com deficiência.
  15. Realizar doações para entidades que cuidam de pessoas com doenças crônicas.
  16. Fazer doações de equipamentos e materiais para escolas públicas.
  17. Oferecer serviços de reparos domésticos para famílias que não têm condições de pagar por esses serviços.
  18. Realizar mutirões de plantio de árvores em áreas degradadas.
  19. Oferecer ajuda financeira ou material para pessoas em situação de vulnerabilidade que estão lutando contra doenças graves.
  20. Oferecer ajuda para famílias que precisam cuidar de um ente querido com deficiência ou doença crônica.
  21. Realizar doações de medicamentos e equipamentos hospitalares para instituições que cuidam de pessoas doentes.
  22. Oferecer serviços de tradução ou interpretação gratuitamente para pessoas que não falam a língua local.
  23. Oferecer ajuda para limpar e manter parques e jardins públicos.
  24. Fazer doações de alimentos e produtos de higiene para abrigos de animais.
  25. Oferecer ajuda para pessoas que precisam se mudar ou se realocar por motivos de trabalho ou estudos.
  26. Participar de projetos que visam melhorar a qualidade de vida de comunidades carentes.
  27. Fazer doações de computadores e equipamentos de informática para escolas e bibliotecas públicas.
  28. Oferecer serviços de consultoria financeira ou jurídica gratuitamente para pessoas carentes.
  29. Realizar doações de brinquedos e presentes para crianças em hospitais ou abrigos.
  30. Oferecer ajuda para pessoas que precisam de acompanhamento médico ou terapêutico, mas não têm condições de pagar por isso.

quinta-feira, 23 de março de 2023

Sou vegetariano e agora? Como obter ômega 3?



Os ácidos graxos poli-insaturados abrangem as famílias do ômega 3 e ômega 6. O nosso corpo não consegue sintetizar      esses lipídeos, por isso estes são considerados ácidos graxos essenciais, o que torna necessário obtê-los por meio da dieta.

Existem 3 tipos de ômega 3: ALA (ácido alfa-linolênico), EPA (ácido eicosapentanóico) e DHA (ácido docosahexanóico). É fundamental para a manutenção das funções das membranas celulares, para o desenvolvimento e funcionamento do cérebro e do sistema nervoso central, para a produção de eicosanoides (mediadores inflamatórios), agregação plaquetária e coagulação, resposta imune e a regulação das secreções hormonais.

Dietas vegetarianas e veganas podem ser ricas em ALA que está presente em alimentos de origem vegetal, principalmente, em sementes, como chia e linhaça. A maioria dos estudos mostra maior ingestão de ALA por veganos e alguns mostram ingestão menor ou igual quando comparados com onívoros. Isso é devido as diferentes escolhas alimentares individuais.

Como deve ser o equilíbrio entre ômega-3 e ômega-6?

Além das fontes alimentares, é necessário atentar-se à proporção de ômega 3 e ômega 6 ingeridos, pois é essencial para o equilíbrio de funções do organismo como reações imunológicas e inflamatórias.

O ômega 3 (ALA), quando ingerido, precisa ser convertido em outros dois compostos (suas formas ativas): DHA e EPA, mas, a eficiência desse processo é baixa em humanos e depende de fatores como a quantidade consumida e da ingestão de outros nutrientes.

Essa conversão pode ser otimizada quando a quantidade de ômega 6 ingerido não é elevado. Se esse consumo for elevado, a conversão do ômega 3 para sua forma ativa EPA e DHA fica mais difícil. As conclusões dos estudos, ainda, diferem quando se trata das recomendações de proporção ômega 3 e ômega 6, em geral, as recomendações sugeridas por pesquisadores são de 4:1 (e sempre abaixo de 10:1).

Alguns pontos importantes devem ser considerados no balanço de ácidos graxos ômega 3. É fundamental a inclusão diária de fontes de ALA na alimentação como semente de linhaça (22,8g de ALA em 100g), semente de chia (17,8g de ALA em 100g) e óleo de linhaça (53,4g de ALA em 100g) que são fontes com maiores concentrações e as nozes (9g de ALA em 100g) com menor concentração.

Segundo alguns autores, a recomendação de ALA para adultos vegetarianos seria o dobro da recomendação para os onívoros, ou seja, de 1,1g/dia para 1,1g para cada 1.000 kcal ou 1% da energia para ácidos graxos ômega 3 para veganos e vegetarianos.

Isso garante, numa dieta de 2.000 kcal, a ingestão de pelo menos 2,2 g/dia (até 4,4 g/d) de ALA (que corresponde a 1-2% das kcal de ácidos graxos ômega 3). Isso é equivalente a, no mínimo, 1 a 2 colheres de sopa de sementes de linhaça moída ao dia ou 1 a 2 colheres de chá de óleo de linhaça.

Ainda buscando otimizar a conversão de ALA em EPA e DHA, além do consumo diário das fontes concentradas de ômega 3, é importante considerar a exclusão do consumo de produtos que contenham gordura trans (como alimentos ultraprocessados e margarina); a redução do consumo de ácidos graxos ômega 6 quando estiverem em excesso; controlar e limitar o consumo de alimentos fontes de gordura saturada e álcool; priorizar uma alimentação equilibrada e saudável com fontes de vitamina B3 e B6, vitamina C e minerais como o magnésio e o zinco.

Apenas vegetarianos e veganos devem suplementar ômega-3?

Em algumas fases da vida como gestação, lactação e crianças até 2 anos, devem ser usados fontes DHA na forma de suplementos microalgas. E, até o momento, não há evidência de que, fora dessas condições, vegetarianos e veganos devam suplementar EPA e DHA.

Como em outras situações, o equilíbrio e a priorização de uma alimentação variada garante a oferta de todos os nutrientes, promovendo saúde e bem estar.

Referências bibliográficas
  • Baker, E. J., et al. Metabolism and functional effects of plant-derived omega-3 fatty acids in humans. Progress in Lipid Research, 2016.
  • Burns-Whitmore, B., et al., Alpha-Linolenic and Linoleic Fatty Acids in the Vegan Diet: Do They Require Dietary Reference Intake/Adequate Intake Special Consideration? Nutrients, 2019. 11(10)
  • Greupner, T., et al. Effects of a low and a high dietary LA/ALA ratio on long-chain PUFA concentrations in red blood cells. Food & Function, 2018.
  • Miles, F.L., et al., Plasma, Urine, and Adipose Tissue Biomarkers of Dietary Intake Differ Between Vegetarian and Non-Vegetarian Diet Groups in the Adventist Health Study-2. J Nutr, 2019. 149(4): p. 667-675.
  • Plourde, M. and S.C. Cunnane, Extremely limited synthesis of long chain polyunsaturates in adults: implications for their dietary essentiality and use as supplements. Appl Physiol Nutr Metab, 2007. 32(4): p. 619-34.
  • Sarter, B., et al., Blood docosahexaenoic acid and eicosapentaenoic acid in vegans: sociations with age and gender and effects of an algal-derived omega-3 fatty acid supplement. Clin Nutr, 2015. 34(2): p. 212-8
  • Simopoulos, A.P., Human requirement for N-3 polyunsaturated fatty acids. Poult Sci, 2000. 79(7): p. 961-70.
  • Slywitch, Eric. Guia de Nutrição Vegana para Adultos da União Vegetariana Internacional (IVU). Departamento de Medicina e Nutrição. 1ª edição, IVU, 2022.
  • Welch, A.A., et al., Dietary intake and status of n-3 polyunsaturated fatty acids in a population of fish-eating and non-fish-eating meat-eaters, vegetarians, and vegans and the product-precursor ratio [corrected] of alpha-linolenic acid to long-chain n-3 polyunsaturated fatty acids: results from the EPIC-Norfolk cohort. Am J Clin Nutr, 2010. 92(5): p. 1040-51.